Baixe o app para aproveitar ainda mais
Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original
Imunogenética · A relação primordial entre anticorpo e antígeno é baseada na especificidade, como uma chave na sua fechadura. · A imunogenética estuda a genética do sistema imune, uma vez que sua importância esta na analise dos tipos celulares de defesa e na capacidade celular de identificar o próprio do não próprio. · Existem dois tipos de sistema imune: o inato e o adaptativo (adquirido). · O sistema inato é considerado inespecífico e rápido, em que há o reconhecimento de antígenos por moléculas que são comuns; primeira resposta. Possui o fagócito, o sistema complemento (formado por vários tipos de proteínas que podem destruí a membrana do antígeno ou marca-lo afim de mostrar a presença dele ao organismo) e as células killer naturais (tipo de linfócito T) como seus componentes. Irá atuar na resposta imune inicial reconhecendo produtos de patógenos (ex. lipolissacarideos em bactérias gram-positivas e peptidoglicanas em bactérias gram-negativas), mas nem sempre é suficiente para combater a infecção. Esse sistema é encontrado em organismos multicelulares. · O sistema adaptativo possui uma resposta mais efetiva e especializada no combate a infecção. É encontrado em vertebrados . Seus componentes são os linfócitos T e linfócitos B (conhecidos como anticorpos). O SA possui dois tipos: · Humoral: atua no meio extracelular. Possui células apresentadoras de antígenos (APCs) que são os macrófagos e células dendriticas. Há também molécula MHC de classe II (complexo de histocompatibilidade principal cuja função está no reconhecimento do próprio do não próprio), linfócitos T citotóxicos (pois liberam citocinas) e linfócitos B (que se transformam em plasmócito). Esse sistema produz anticorpos lentamentes (5 a 7 dias) e células de memória. O processo resume-se em o patógeno esta no meio extracelular (ex. sangue) e é englobado pelas APC. Na APC há a molécula MHC de classe II que irá atuar na identificação se ligando a uma parte do antígeno e o expondo na membrana. Os linfócitos T ligam seu receptor na MHC II que reconhece o antígeno e liberam citocinas a fim de agregar cada vez mais outros linfócitos T e linfócitos B. Linfócitos B são ativados e se diferenciam em plasmócitos (que secreta imunoglobulinas/anticorpos) e gera as células de memória. Essas células de memória, em uma nova infecção desse antígeno, irá produzir uma resposta mais rápida e forte. · Celular: atua no meio intracelular. Seus componentes são MHC de classe I que irá reconhecer e expor o antígeno aos linfócitos T e T killer, matando a célula infectada através da liberação de enzimas. Produz anticorpos rapidamente (1 a 5 minutos). · O anticorpo (imunoglobulina) é formado por duas cadeias pesadas e outras duas leves ligadas por pontes de dissulfeto. Elas diferem na composição de aminoácidos, na carga, no tamanho e no conteúdo de carboidratos. A região basal (C)da Ig é o local onde se conecta ao linfócito B e o ápice (V) ao antígeno. O anticorpo é segmentado em regiões: Variável (V), Junção (J), Diversidade (D), constante (C), nessa ordem. O embaralhamento de genes gera vários rearranjos de Ig diferentes. OBS.: J: região de junção da V com C; D: região de diversidade de genes. · Cadeia pesada: nomeia a Ig. Pode ser do tipo A, D, E, G e M (letras correspondentes ao alfabeto grego), cujo gene codificante está no cromossomo 14. Possui as regiões V, J, D e C. · Cadeia Leve: Pode ser do tipo kappa ou lambda e classifica o subtipo da Ig. Seu gene codificante está no cromossomo 2 (kappa) e cromossomo 22 (lambda). Possui as regiões V, J e C. · É de suma importância que haja a diversidade de anticorpos, uma vez que existe uma diversidade de antígenos a serem combatidos. · Foi pensado, antigamente, que para cada gene do corpo humano existiria um código para a fabricação de um anticorpo. Tal hipótese foi derrubada quando o genoma humano foi codificado e revelou a existência de muitos mais antígenos em comparação aos genes humanos, ou seja, seria impossível que essa teria fosse verdade já que a quantidade de antígenos sobrepõe varias vezes a quantidade de códigos genéticos para a fabricação de um anticorpo. · Sendo assim, foi feita uma nova teoria baseada na hipótese de que para cada gene, haveria um mecanismo de diversidade que garantiria que esse único gene desse origem a vários subtipos (uma vez que a mudança de apenas um aminoácido do código geraria outro tipo de anticorpo). Os mecanismo seriam: · Múltiplos genes de imunoglobulinas da linhagem germinativa/reprodutiva; · Recombinação somática (a região C não entra nessa recombinação); · Diversidade juncional (pequena variação na junção das regiões V, D e J); · Hipermutação somática (mutação nas células B com aumento de 10⁻³). · O receptor da célula T é formado por duas cadeias (alfa e beta) ligadas por pontes de dissulfeto. A cadeia alfa possui as regiões V, J e C. Já a cadeia beta possui as regiões V, J, D e C. Possui uma estrutura parecida com um de anticorpo, mas nunca se desprende da célula T. · O complexo principal de histocompatibilidade, que possui a função de reconhecer o próprio do corpo do não próprio, é agrupado em classe I, II e III; além de mais de possuir mais de 200 genes situados no braço curto do cromossomo 6. Os MHC podem ser chamados, também, de HLA (antígenos leucocitários humanos). · MHC de classe I: encontrado na superfície de qualquer tipo celular, possui uma cadeia única de glicoproteína (alfa principal) e cadeia leve beta2-microglobulina, corresponde ao HLA A, B e C (vários alelos). O HLA A indica rejeição ou não a transplantes, desencadeando uma produção de anticorpos. · MHC de classe II: encontradas apenas na superfície das células APCs. Possui cadeias alfa e beta, além de HLA DP, DQ e DR (vários alelos). Há a maior variabilidade, portanto maios chance de lidar com a variedade de patógenos. OBS.: homozigoto A, B e C possui 3 moléculas, já heterozigoto A, B, e C possui 6 moléculas. · MHC de classe III: possui mais de 36 genes, codifica proteínas de complemento (sistema imune inato). · Sistema ABO: · · Doenças auto-imunes ocorrem quando o sistema imune ataca as células do próprio corpo, ou seja, suas células imunes não conseguem reconhecer o próprio do não próprio. Defeitos no sistema adaptativo celular são os mais comuns nesse tipo de doença. · Diabetes melitus do tipo 1: é mais rara e acomete na infância ou no inicio da vida adulta. Resulta em destruição das células beta do pâncreas (que produzem insulina). Os genes envolvidos são os da insulina e IDDM (MHC de classe II). · Artrite reumatoide: inflamações das articulações; acomete mais mulheres de idade entre 40 – 70 anos. · Lúpus eritematoso sistêmico: doença que acomete no tecido conjuntivo. É mais comum nas mulheres entre 20 – 40 anos. Os genes envolvidos são MHC de classe II (DR). Os sintomas são febre, mal estar, inflamação nas articulações, pulmões e gânglios linfáticos gerando dores pelo corpo, manchas avermelhadas e ulceras na boca (aftas).
Compartilhar