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Análises laboratoriais em infectologia

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Prévia do material em texto

1 
 
 
 
 
 
 
 
CONGRESSO 
ONLINE DE 
INFECTOLOGIA 
 
 
 
 
MATERIAL DE APOIO 
Análises laboratoriais em infectologia 
1ª edição 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Cuiabá – MT 
2020 
2 
 
Análises laboratoriais em infectologia 
Congresso Online de Infectologia 
Liga Acadêmica de Doenças Parasitárias e Zoonoses – UFMT 
Liga Acadêmica de Infectologia – UFMT 
1ª edição 
 
Edição 
Fábio Assis de Campos Júnior 
Giovani Barbosa Guimarães 
Isadora Miyuki Takagi 
Rodolfo Silva de Araújo 
Edição final 
Isabelle Crystine Flávia Goulart de Pontes 
Michelle Igarashi Watanabe 
Vitória Mayumi Takagi 
Arte 
Ana Julia Lehmkuhl 
Contatos, dúvidas ou feedback 
E-mail: coi.ufmt@gmail.com 
Instagram: @ladopufmt / @laiufmt 
 
 
 
Este material de apoio é um compilado de referências sobre a área da 
infectologia e suas vertentes e foi desenvolvido por alunos ligantes das Ligas 
Acadêmicas de Doenças Parasitárias e Zoonoses (LADOP) e Infectologia 
(LAI) da Universidade Federal de Mato Grosso para utilização durante o 
Congresso Online de Infectologia. 
 
 
 
Cuiabá – MT 
2020 
3 
 
 
 
 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
 
 
 
 
 
 
Bianca Borsatto Galera 
Cor Jesus Fernanades Fontes 
Daniela Araujo 
Fabio Massaru Kuroyanagi 
Fabricio Lucema de Almeida 
Márcia Hueb 
Maria Isabel Nadaf 
Reinaldo Gaspar da Mota 
Soraya Rezende Rossi 
 
 
 
 
 
 
4 
 
Sumário 
Introdução ................................................................................................................. 5 
Infecções fúngicas ................................................................................................... 5 
Paracoccidioidomicose (PCM) ............................................................................ 5 
Histoplasmose......................................................................................................... 7 
Criptococose ......................................................................................................... 8 
Infecções Virais ....................................................................................................... 10 
Hepatite B ............................................................................................................. 10 
Hepatite C ............................................................................................................ 11 
Dengue ................................................................................................................. 12 
Infecções Bacterianas ............................................................................................ 14 
Hanseníase ........................................................................................................... 14 
Tuberculose .......................................................................................................... 16 
Pneumonia adquirida na comunidade (PAC) ................................................. 18 
Infecções Parasitárias ............................................................................................. 19 
Doença de Chagas ............................................................................................ 19 
Ascaridíase ........................................................................................................... 20 
Leishmaniose visceral .......................................................................................... 21 
Exercícios de fixação .............................................................................................. 23 
Gabarito .................................................................................................................. 27 
Referências .............................................................................................................. 29 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
Análises laboratoriais em infectologia 
Introdução 
A medicina laboratorial é uma especialidade médica que envolve 
vários aspectos, entre eles, a interpretação de exames laboratoriais, com o 
objetivo de diagnosticar ou excluir hipóteses de doenças, desenvolver 
marcadores prognósticos, acompanhar a evolução terapêutica e verificar a 
existência de fatores de risco. 
Alguns aspectos como locais e/ou dispositivos de coleta, bem como 
amostra clínica representativa, também possuem grande impacto na 
eficiência dos exames laboratoriais. No contexto das doenças infecciosas, 
destacando-se que estas possuem diversas singularidades, é imprescindível 
conhecer a fisiopatologia e os principais sinais e sintomas das afecções 
infectocontagiosas mais relevantes, para que o médico possa estabelecer 
uma boa hipótese diagnóstica. Para confirmá-la, dispomos de testes 
específicos. Dessa forma, neste material de apoio serão listados alguns 
exames laboratoriais utilizados na investigação de determinadas doenças e 
os principais aspectos envolvidos na análise destes. 
Infecções fúngicas 
Paracoccidioidomicose (PCM) 
→ Agentes etiológicos: Paracoccidoides brasiliensis e Paracoccidioides 
lutzii. São fungos termodimórficos. 
→ Via de infecção: pela inalação de propágulos infectantes dispersos no 
solo, por isso, está usualmente relacionada a atividades laborais 
voltadas ao campo, como agricultura, terraplanagem, jardinagem, 
entre outras. 
O padrão-ouro para diagnóstico da PCM é a identificação de certos 
elementos fúngicos sugestivos do parasito Paracoccidioides spp em exame a 
fresco de escarro ou de outro material como: raspado de lesão, aspirado de 
linfonodos e material coletado por biópsia do órgão possivelmente 
acometido (Figura 1). A cultura também pode ser realizada empregando-se 
meio de cultura enriquecido com extrato de levedura ou ágar infusão de 
cérebro e coração (BHI) (Tabela 1). 
 
Figura 1 - Detalhe do Paracoccidioides spp 
em exame a fresco em KOH (hidróxido de 
potássio) 
Fonte: Adaptado de Shikanai-Yasuda et al., 
2018. 
 
 
 
 
 
6 
 
 
Figura 2 - Aspectos do Paracoccidioides spp 
 
Fonte: Volk T, Mossman T, 2005. 
A = Paracoccidioides spp na forma de micélio; B = Paracoccidioides spp 
na forma leveduriforme com múltiplos brotamentos. 
 
Tabela 1 - Características microscópicas do Paracoccidioides spp no exame 
a fresco e na cultura 
 
Os exames sorológicos são empregados para diagnóstico e para 
avaliação da resposta terapêutica, visto que os títulos de anticorpos 
diminuem com o controle da doença. Atualmente, são utilizados os 
seguintes métodos: imunodifusão dupla (IDD) (mais específico), 
contraimunoeletroforese (CIE), ensaio imunoenzimático (ELISA) e imunoblot 
(IB), com sensibilidade de até 95%. O título de anticorpos pode ser utilizado 
para avaliar a gravidade da forma clínica, sendo mais elevado nas formas 
aguda e disseminada. 
Na presença de falso-negativo para qualquer um destes métodos, 
deve-se avaliar se a lesão é muito localizada ou se o paciente é portador de 
HIV/AIDS. Falsos-positivos podem ocorrer em pacientes com histoplasmose, 
aspergilose ou leishmaniose. A cura sorológica é definida como um título de 
1:2 ou menor. Outros achados laboratoriais envolvem anemia normocrômica 
Característica Exame a fresco Cultura 
Forma de crescimento Levedura, arredondada, 
isolada ou em grupos 
celulares (Figura 2) 
Micélio, hifas septadas 
com clamidoconídios 
terminais ou intercalados 
(Figura 2) 
Achados na microscopia Aspecto em “Roda do 
leme de navio” 
Células globosas, ovais 
ou elípticas, inclusões 
citoplasmáticas, duplo 
contorno birrefringente 
Tipo de brotamento Únicos ou múltiplos ligados 
à levedura “mãe” por 
pontes 
Múltiplos 
Temperatura 37°C 25-30°C 
7 
 
normocítica, leucocitose/leucopenia, aumento de VHS (+/++), proteínas 
séricas normais ou baixas e anergia. 
Histoplasmose 
→ Agente etiológico: fungo dimórfico Histoplasma capsulatum. 
→ Via de infecção: a transmissão ocorre pela inalação do fungo 
suspenso em aerossóis. 
→ Clínica: a histoplasmosepode se apresentar de forma assintomática 
(90% dos casos) até a forma disseminada, muitas vezes letal. O 
diagnóstico é clínico e laboratorial. 
O diagnóstico laboratorial da histoplasmose pode ser realizado 
diretamente por meio do encontro do fungo nas secreções (brônquicas, 
entre outras) ou tecidos infectados. (Figura 3). 
 
 
 
Figura 3 - Aspecto microscópico de H. 
capsulatum corado com Giemsa 
Fonte: Ribeiro, 2012 
 
 
O exame sorológico pode ser feito por imunodifusão em gel e a 
fixação de complemento, ambas com até 80% de positividade. A primeira 
possui maior especificidade, porém é menos sensível que a segunda. No 
caso da fixação do complemento, títulos superiores a 1/32 demonstram 
doença ativa. A contra-imunoeletroforese e as técnicas imunoenzimáticas 
(ELISA) também são opções. Estas técnicas podem confirmar o diagnóstico 
durante a fase aguda da doença. Importante destaque deve ser dado aos 
pacientes imunodeprimidos, que podem apresentar exames com resultados 
falso-negativos. 
A cultura de aspirado de medula óssea, sangue, escarro e material de 
lesões também pode ser realizada, porém raramente demonstra positividade 
durante a fase aguda. Já na fase crônica, as culturas de escarro por coleta 
habitual ou broncoscopia geralmente demonstram crescimento do fungo 
em até duas semanas (Figura 4). 
 
 
Figura 4 - Detalhe do da cultura de H. 
capsulatum 
Fonte: Adaptado de Guimarães, et al., 
2006. 
8 
 
 
Na histoplasmose disseminada, o parasito pode ser identificado por 
microscopia de esfregaços da medula óssea, sangue periférico, exsudato de 
lesões cutâneas ou mucosas, escarro e líquor. Nesta fase, as culturas de 
qualquer um destes materiais geralmente também demonstram crescimento 
fúngico. A hemocultura pode isolar o agente especialmente nos casos de 
pacientes HIV/AIDS. 
O exame histopatológico de material coletado por biópsia também 
pode confirmar a infecção. A coloração utilizada é Gomori-Grocott e PAS. 
Os principais achados são: granulomas epitelióides, de aspecto sarcoide e 
agregados linfo-histiocitário. Os parasitos podem ser visualizados no interior 
das células fagocíticas. 
Em pacientes com HIV/AIDS a detecção do antígeno do parasito por 
radioimunoensaio é o método mais eficiente, positivando-se em até 85% e 
95% das amostras de sangue e urina, respectivamente, dos pacientes 
infectados. 
Criptococose 
A criptococose pode ser classificada em infecção oportunista 
(cosmopolita) ou primária. O diagnóstico também é clínico e laboratorial. 
→ Agente etiológico: Cryptococcus neoformans e Cryptococcus gattii. 
O diagnóstico laboratorial envolve a visualização direta do parasito 
em lavado brônquico, liquido cefalorraquidiano (LCR), secreções de 
abscessos, urina, aspirado de medula óssea e gânglios e fragmento de 
tecidos. A coloração nanquim ou tinta da China pode facilitar a visualização 
do parasito (Figura 5). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 5 - Microscopia de Cryptococcus corada pela tinta nanquim 
Fonte: Kon, AS et al., 2008 
A cultura é uma das técnicas mais utilizadas para diagnóstico da 
doença. Podem ser utilizados diversos meios de cultura como: Agar-sangue, 
Agar-Sabouraud e Agar infusão de cérebro-coração. O meio de cultivo CGB 
permite identificar as espécies do parasito. O aspecto do parasito é 
característico: possui brotamento simples e membrana de duplo contorno 
9 
 
(Figura 6). A cultura do LCR possui positividade em até 89% dos pacientes 
sem coinfecção com HIV e de até 100% nestes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 6 - Detalhe dos aspectos característicos do Cryptococcus 
Fonte: Kon, AS et al., 2008 
O antígeno capsular do Cryptococcus pode ser identificado por 
aglutinação do látex no sangue, urina, lavado brônquio alveolar e no LCR. 
Contudo, geralmente é feito o teste no LCR e no soro, e são positivos em até 
90% dos casos de meningite criptocócica. Os títulos podem fornecer boas 
informações para o manejo do paciente (Tabela 2). 
Tabela 2 - Interpretação dos títulos dos antígenos 
Títulos dos antígenos Significado clínico 
Se 1:4 Infecção (fortemente) 
Se > 1:8 Doença ativa 
Se > 1: 1.024 Alta carga fúngica; déficit imunitário 
Se > 1:512 após 2 semanas de 
tratamento 
Sugere dificuldade na resposta 
terapêutica 
 
Testes falso-positivos geralmente ocorrem por reação cruzada com 
fator reumatoide, Trichosporon ou contaminação. Já os falsos-negativos se 
associam a presença de imunocomplexos, efeito prozona e infecção por 
Cryptococcus pouco ou não capsulado. Os testes ELISA também podem ser 
utilizados para detecção tanto de antígenos quanto de anticorpos de forma 
mais precoce e títulos mais baixos na criptococose. 
O exame histopatológico também é muito utilizado na prática clínica. 
Para a visualização do parasito são empregados diversos tipos de coloração, 
como H&E (não evidencia estrutura do fungo) e Gomori-Grocott (GMS) (cora 
a parede celular do fungo), mucicarmim de Mayer (MM) (cora o envelope 
capsular) e Fontana-Masson (cora a melanina na parede celular do fungo). 
Os principais achados podem ser divididos em duas categorias: a reativa e a 
paucireativa. O primeiro se caracteriza por resposta inflamatória 
granulomatosa, infiltrado linfo-histiocitário e com células gigantes 
multinucleadas. Nesse caso, os fungos permanecem intracelulares. Já o 
padrão paucireativo se caracteriza por pouca reação inflamatória e muitos 
parasitos circundados por um halo claro. 
10 
 
Infecções Virais 
Hepatite B 
O vírus da hepatite B é um vírus do gênero Orthohepadnavirus, família 
Hepadnaviridae, com genoma composto por uma fita de DNA parcialmente 
dupla. Possui grande importância epidemiológica no Brasil e no mundo, uma 
vez que essa infecção é sexualmente transmissível e pode se tornar crônica e 
evoluir para carcinoma hepatocelular. 
Os eventos clínicos e sorológicos da hepatite B variam entre a forma 
aguda (FIGURA 1) e a forma crônica da doença (FIGURA 2), fato esse de 
grande importância diagnóstica, tendo em vista a necessidade de se 
interpretar corretamente os exames laboratoriais solicitados (FIGURA 3). É 
importante ressaltar que todo e qualquer exame deve ser solicitado e 
avaliado levando-se em consideração aspectos clínicos e epidemiológicos 
de cada paciente. 
• HBsAg: antígeno de superfíce viral presente no envelope. Sinaliza viremia. 
• Anti-HBs: anticorpo específico do antígeno HBsAg. Único anticorpo que 
resulta em imunidade contra o vírus. 
• HBcAg: antígeno de capsídeo viral. 
• Anti-HBc: anticorpo específico do antígeno de capsídeo viral. Sua forma 
IgM pode indicar infecção recente e sua forma IgG representa contato 
prévio com o vírus, podendo estar presente em infecções agudas e 
crônicas. 
• HBeAg: antígeno produto da replicação viral secretado pela célula 
hospedeira. Marcador de replicação ativa do vírus. 
• Anti-HBe: anticorpo específico do antígeno HBeAg. Indica fim de fase 
replicativa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 1. Eventos clínicos e sorológicos da hepatite B aguda 
Disponível em: Santos N, Romanos M, Wigg M. Virologia humana. 3rd ed. 2015 
 
11 
 
 
 
 
 
 
 
 
Hepatite C 
O vírus da hepatite C (HCV) é um patógeno pertencente à família 
Flaviviridae, gênero Hepacivirus, com genoma composto por RNA. Após a 
infecção aguda, entre 50 e 80% dos pacientes evolui para a forma crônica 
da hepatite C, o que pode levar ao desenvolvimento de fibrose hepática, 
cirrose, carcinoma hepatocelular e morte. 
Figura 2. Eventos clínicos e sorológicos da hepatite B aguda 
Disponível em: Santos N, Romanos M, Wigg M. Virologia humana. 3rd ed. 2015 
 
Figura 3. Testes sorológicos para hepatite B e sua interpretação 
Disponível em: Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância, Prevenção 
e Controle das Infecções Sexualmente Transmissíveis, do HIV/Aids e das Hepatites Virais. 
Manual Técnico para o Diagnóstico das Hepatites Virais.2016. 
12 
 
Os testes laboratoriais diagnósticos se baseiam pela busca no soro ou 
plasma do paciente pelo anticorpo anti-HCV e/ou pelo RNA do HCV (HCV-
RNA). Após duas semanas de infecção, já pode ser possível detectar HCV-
RNA, enquanto que o anti-HCV demanda de trinta a sessenta dias para se 
tornar positivo. Para a interpretação correta dos resultados do exame, é 
importante ter em mente que a presença do anti-HCV pode indicar doença 
prévia, por essa razão, um resultado de anti-HCV positivo não significa, 
isoladamente, infecção ativa pelo vírus. A confirmação diagnóstica se dá 
pela complementação do resultado com um teste de detecção direta do 
vírus, ou seja, detecção de HCV-RNA (FIGURA 4). 
*: caso a suspeita de infecção persista, sugere-se que uma nova amostra 
seja coletada 30 dias após a data da primeira coleta. 
**: em caso de suspeita de nova exposição nos seis meses que antecedem a 
realização da sorologia, forte suspeita clínica ou suspeita sobre o 
manuseio/armazenamento da amostra utilizada para o teste molecular, 
sugere-se realização de novo exame. Pacientes em diálise devem ter seu 
teste repetido. 
Dengue 
A dengue é uma arbovirose causada por um vírus RNA de fita simples de 
polaridade positiva, pertencente à família Flaviviridae, gênero Flavivirus. 
Existem quatro sorotipos conhecidos, DENV 1-4, os quais são 
antigenicamente distintos apesar das semelhanças genéticas, e possuem 
diferentes tendências para o desenvolvimento da forma grave. A história 
natural da doença é caracterizada pelo início dos sintomas entre quatro a 
dez dias após a picada de um mosquito, normalmente uma fêmea do 
gênero Aedes, com o quadro clínico durando entre dois a sete dias. 
Figura 4. Fluxograma de diagnóstico laboratorial de hepatite C 
Disponível em: Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Hepatite C e 
Coinfecções. Ministério da Saúde; 2019 
 
13 
 
Entre os achados laboratoriais encontrados em pacientes com 
dengue, o hemograma pode mostrar leucopenia, trombocitopenia e 
hemoconcentração, sendo os dois últimos mais comuns nas formas graves 
da doença. É frequente encontrar aumento das transaminases e uma 
velocidade de hemossedimentação (VHS) normal. Formas graves também 
podem apresentar fibrinólise. Tendo em vista que resultados semelhantes 
podem ser encontrados em outras doenças, é fundamental que os aspectos 
clínicos e epidemiológicos sejam considerados no momento do diagnóstico. 
Com os avanços das tecnologias envolvendo os métodos moleculares 
de diagnóstico, o acesso a RT-PCR (reação em cadeia de polimerase com 
transcrição reversa) tem aumentado com o passar dos anos. Os altos níveis 
de sensibilidade e especificidade tornam esse exame uma excelente forma 
de diagnóstico quando realizado até o quinto ou sexto dia após o início dos 
sintomas (FIGURA 5). Contudo, exige laboratório e equipe capacitados para 
a realização do exame, o que não está disponível em todo o país, 
especialmente em regiões menos desenvolvidas. 
A proteína viral NS1 é 
secretada pelas células infectadas e 
pode ser detectada no sangue por 
até mais de nove dias após o início 
dos sintomas, com os níveis de NS1 
sendo proporcionais à viremia. A 
captura de NS1 por ELISA se tornou 
um método revolucionário no 
diagnóstico de dengue, tendo em 
vista a disponibilidade e a alta 
eficácia. Métodos quantitativos 
podem inclusive ser preditores de 
gravidade, com estudos mostrando 
que níveis acima de 600 ng/ml nas 
primeiras 72 horas estão relacionados 
à progressão para formas graves. 
Entre os métodos sorológicos, 
ELISA por captura de antígeno 
merece destaque. Esse método tem 
baixo custo, ampla disponibilidade e 
alta sensibilidade e especificidade. É 
importante observar que os 
anticorpos demoram alguns dias 
para se tornarem presentes no 
sangue após o início dos sintomas, 
sendo de três a cinco dias para o 
IgM e mais de oito a dez dias para 
o IgG (FIGURA 6). No caso do 
Brasil, contudo, por circular 
Figura 5. Eventos clínicos e sorológicos da dengue 
primária e secundária 
Disponível em: Muller et al, 2015. 
DHF: febre hemorrágica do dengue. DSS: síndrome do 
choque do dengue. 
 
14 
 
também outro flavivirus (Zika), existe a possibilidade de imunidade cruzada, o 
que pode dar falsos positivos. Por essa razão, é importante que, em caso de 
suspeita de infecção prévia por Zika, outro método diagnóstico possa ser 
usado, como RT-PCR ou captura de NS1 por ELISA. 
Infecções Bacterianas 
Hanseníase 
 A hanseníase, antigamente conhecida como lepra, tem como agente 
etiológico a bactéria Mycobacterium leprae. O bacilo é álcool-ácido 
resistente, intracelular obrigatório e infecta nervos periféricos, em especial as 
células de Schwann. A infecção apresenta-se de forma paucibacilar (PB - 
indeterminada e tuberculoide), quando o indivíduo possui até cinco lesões 
de pele ou multibacilar (MB - dimórfica e virchowiana), em que indivíduo 
possui mais de cinco lesões de pele. Em geral, o diagnóstico desta doença é 
baseado no quadro clínico, e, como exame complementar, realiza-se o 
exame laboratorial de baciloscopia, recomendado pelo Ministério da Saúde, 
sempre que possível, para a classificação entre casos PB e MB, a fim de 
otimizar o tratamento terapêutico. Outro exame que pode ser feito é o 
histopatológico (biópsia da pele), entretanto, é raramente necessário. 
Baciloscopia 
 A baciloscopia utiliza raspado dérmico dos pacientes com suspeita 
clínica de hanseníase e, quando analisado em conjunto com os outros sinais, 
Figura 6. Fluxograma de diagnóstico de dengue 
Adaptado de Muller et al, 2015 
S1: soro de fase aguda (dias 1 a 5). S2: soro convalescente (dias 15 a 25) 
 
15 
 
apresenta 100% de especificidade no 
resultado. A coleta de material deve ser 
feita em lóbulo auricular direito, lóbulo 
auricular esquerdo, cotovelo direito e 
lesão. Em lesões planas, deve-se coletar no 
limite interno. Em nódulos, tubérculos e 
placas eritematosas (avermelhadas) 
marginadas por microtubérculos, deve-se 
coletar a amostra no centro. Em pacientes 
que não apresentam lesões ativas visíveis, 
a coleta de material é feita do lóbulo 
auricular direito, lóbulo auricular esquerdo, 
cotovelo direito e cotovelo esquerdo. 
 A coloração das lâminas desse tipo 
de exame é feita com a técnica de Ziehl-
Nielsen a frio. Já o método de avaliação 
quantitativa (que remete ao índice 
baciloscópico) é feito com base na Escala 
de Ridley & Jopling, disposto ao lado. Para 
bacilos aglomerados e contidos em 
globias, o número deve ser estimado 
(globia pequena - em média 30 bacilos 
em seu corpo; globia média - em média 60 
bacilos em seu corpo; globia grande - em 
média 100 bacilos em seu corpo). 
 A diferenciação morfológica dos bacilos (a fim de se obter o índice 
morfológico) caracteriza-se importante em casos de suspeita de recidiva e 
resistência à medicação. Dessa maneira, os bacilos podem apresentar-se 
como íntegros (viáveis), fragmentados ou granulosos. Os íntegros são 
evidenciados porque se coram totalmente em vermelho, não tendo falhas 
em sua parede celular (vistos frequentemente em pacientes que ainda não 
receberam o tratamento ou em casos de recidiva da doença). Em segundo, 
os fragmentos apresentam pequenas falhas em sua parede celular e estão 
presentes nas amostras dos pacientes após terminarem o tratamento. Já os 
granulosos são representados apenas por pequenos pontos (grânulos) e são 
observados também em esfregaço de pacientes após o término do 
tratamento. As manifestações PB e MB da hanseníase estão dispostas na 
tabela a seguir. Resultados negativos para baciloscopia não excluem o 
diagnóstico clínico da hanseníase. 
Manifestações Baciloscopia Histopatologia 
Indeterminada (PB) 
Negativa (raramente pode-se 
observar bacilos em pequeno 
número) 
Infiltrado linfo, histiocitário 
perianexial inespecífico ou 
pequeno infiltrado de 
célulasmononucleares 
Tuberculoide (PB) Negativa 
Granulomas de células 
epitelioides com células 
▪ O índice baciloscópico (IB) é calculado pela média 
aritmética dos IBs de cada sítio analisado. 
▪ IB 0 = nenhum bacilo encontrado em 100 campos 
▪ IB 1+ = 1 -10 bacilos em 100 campos 
▪ IB 2+ = 11 - 100 bacilos em 100 campos 
▪ IB 3+ = 1 a 10 bacilos em cada campo (100 
campos) 
▪ IB 4+ = 10 a 100 bacilos em cada campo (25 
campos) 
▪ IB 5+ = 100 a 1000 bacilos em cada campo (25 
campos) 
▪ IB 6+ = acima de 1000 bacilos em cada campo 
(25 campos) 
 
Figura 7. Morfologia do Mycobacterium 
leprae (Fonte Centro de Referência Dona 
Libânia – CE) 
16 
 
gigantes na porção central 
e um manto de linfócitos na 
periferia 
Virchowiana (MB) 
Positiva, com muitos bacilos 
isolados, em globias grandes e 
múltiplas 
Infiltrados linfo-histiocitário, 
células de Virchow 
Dimórfica (MB) Negativa 
Granulomas tuberculoides 
incompletos, os quais não 
chegam a tocar a epiderme 
 
Tuberculose 
 A tuberculose (TB) afeta mais comumente os pulmões e seu agente 
etiológico é o Mycobacterium tuberculosis, conhecido também como bacilo 
de Koch. As principais formas de apresentação são a forma primária, pós 
primária (secundária) e a miliar. O diagnóstico dessa infecção crônica e 
progressiva se dá, na maioria das vezes, por baciloscopia e cultura (padrão 
ouro) e, crescentemente, por testes rápidos de diagnóstico molecular. 
Baciloscopia direta 
Esse tipo de exame 
deve ser solicitado aos 
pacientes que procurem o 
serviço de saúde por 
queixas respiratórias e 
informem ter tosse e 
expectoração há três 
semanas ou mais ou 
pacientes que apresentem 
alterações radiológicas 
pulmonares. A amostra 
utilizada é o escarro 
(espontâneo ou induzido) e, 
na microscopia, pesquisa-se 
os bacilos acidorresistentes (BAAR), após a coloração Ziehl-Nielsen. Assim, a 
quantidade de bacilos encontrados por campo define o resultado (em 
cruzes: +, ++ ou +++). Deve haver, porém, uma concentração bacilar mínima 
para ser detectada (104 germes por mm de material). Além disso, esse 
método não diferencia as micobactérias, corando-as indistintamente. 
Recomenda-se a coleta de duas amostras de escarro. Assim, um método 
mais sensível e rápido do que o de Ziel-Nielsen é a microscopia de 
fluorescência, utilizando coloração com fluorocromo, no entanto, essa 
análise requer equipamentos mais caros e é indisponível na maioria dos 
laboratórios brasileiros. 
Cultura 
 Esse método possui maior especificidade e sensibilidade no 
diagnóstico da TB, podendo detectar entre 10 e 100 germes na amostra. A 
17 
 
cultura é indicada em casos suspeitos, mas que apresentem baciloscopia 
negativa. Também, é indicada para formas extrapulmonares (meníngea, 
renal, etc) e para o diagnóstico de TB em pacientes HIV positivo. Ainda, para 
recidiva da doença, retratamento após falência ou reinício após abandono, 
suspeita de resistência bacteriana a drogas (realizando, nesse caso, a cultura 
com teste de sensibilidade de antimicrobiano - TS) e suspeita de 
micobacteriose não tuberculosa. Os meios de cultura mais comumente 
utilizados são os sólidos à base de ovo, Löwenstein-Jensen e Ogawa-Kudoh. 
No caso dos meios sólidos, o tempo de detecção do crescimento 
bacteriano varia, podendo chegar até oito semanas, sendo essa a sua 
desvantagem. 
Teste rápido molecular para tuberculose (TRM-TB) 
 Este teste é indicado, prioritariamente, para diagnóstico de 
tuberculose pulmonar e laríngea em adultos e adolescentes. Também, é 
indicado para triagem de resistência à rifampicina nos casos de 
retratamento. É um teste de amplificação de ácidos nucleicos usado para 
detecção de DNA dos bacilos M. tuberculosis. Outro método conhecido de 
diagnóstico baseado em amplificação do alvo é a amplificação mediada 
por transcrição (TMA). A sensibilidade desse teste em amostra de escarros é 
de cerca de 90%, mas recomenda-se também as amostras de lavado 
broncoalveolar, lavado gástrico, líquor e gânglios linfáticos. Além disso, o 
resultado é concluído em apenas algumas horas no ambiente laboratorial. 
Entre os infectados pelo HIV, a sensibilidade e especificidade são menores. É 
válido ressaltar que o TRM-TB não substitui a cultura. 
Os três exames (baciloscopia, cultura e TRM-TB) devem ser realizados, de 
preferência, na mesma amostra de escarro. 
 
 
 
 
 
18 
 
Pneumonia adquirida na comunidade (PAC) 
 A pneumonia é uma infecção que acomete a região dos alvéolos 
pulmonares. A doença pode ser provocada por bactérias, vírus, e, mais 
raramente, fungos e parasitas. Na maioria das vezes, o agente não é 
identificado. No caso das pneumonias bacterianas adquiridas na 
comunidade, utiliza-se tratamento empírico porque os principais 
microorganismos causadores já são de conhecimento médico extenso 
(Streptococcus pneumoniae – maioria dos casos de pneumonia, 
Mycoplasma pneumoniae, Chlamydophila pneumonia). 
 Os testes laboratoriais utilizados avaliam as condições clínicas e 
respiratórias (análise da gravidade e resposta terapêutica) e buscam 
identificar o agente etiológico. Os exames básicos incluem hemograma, 
dosagem de eletrólitos, bioquímica (ureia e creatinina) e avaliação da 
saturação de oxigênio. Para pacientes com pneumonia moderada/grave 
deve-se indicar esses exames, já para os que exigem hospitalização, deve-se 
realizar duas séries de hemoculturas para avaliar bacteremia e sepse. O 
hemograma possui baixa sensibilidade e especificidade no diagnóstico e 
identificação do agente etiológico, porém, é útil para análise de gravidade 
e resposta terapêutica. A leucopenia, em geral, condiz com um mau 
prognóstico. 
 Os exames para identificação do agente nem sempre são necessários, 
uma vez que há sucesso do tratamento antibiótico empírico. Esses exames 
incluem hemoculturas, culturas de líquidos e/ou secreções, dosagens de 
anticorpos e pesquisas de antígenos por diferentes técnicas. As hemoculturas 
são capazes de identificar patógenos bacterianos causadores se houver 
bacteremia (2/3 dos casos de bacteremia em pacientes hospitalizados são 
causados pelo S. pneumoniae). As amostras de escarro podem ser usadas 
na coloração de Gram para identificar patógeno ou para cultura. Assim, as 
amostras são úteis na pesquisa de BAAR. Já os testes para pesquisa de 
antígenos e anticorpos são indicados para pacientes em estado grave, com 
pouca resposta ao tratamento ou suspeitos de acometimento por outras 
patologias. 
Mycoplasma pneumoniae 
Sorologia com titulação de IgG e 
IgM tem sensibilidade de 30-60% 
(passam a se tornar positivos após 
7-10 dias de doença) 
Chlamydophila pneumoniae 
Sorologia é diagnóstica com 
aumento de quatro vezes nos 
títulos de IgG ou IgM entre fase 
aguda e convalescença 
Legionella pneumophila 
Sorologia com titulação de IgG e 
IgM com título de IgG superior a 
1:128 
 
19 
 
Infecções Parasitárias 
Doença de Chagas 
No Brasil, o diagnóstico etiológico de Chagas deve ser realizado em 
todos os casos suspeitos, tanto na fase aguda quanto na fase crônica da 
doença, sendo que a metodologia laboratorial utilizada para a elucidação 
diagnóstica dependerá da fase clínica em que se encontra o paciente. 
Fase Aguda 
→ Exames parasitológicos: visualização de formas tripomastigotas do 
Trypanosoma cruzi,que serão identificadas por meio do exame direto 
do sangue periférico com o auxílio da microscopia. A Sociedade 
Brasileira de Infectologia recomenda a realização simultânea de 
diferentes modalidades de exames diretos, os quais estão mais bem 
explanados abaixo: 
o Pesquisa a fresco de tripanossomatídeos: primeira alternativa, 
devido a sua rápida execução. Indicada a coleta dentro dos 
primeiros 30 dias do início da sintomatologia 
o Métodos de concentração (Strout, microhematócrito ou creme 
leucocitário): estão indicados quando há forte suspeita clínica-
epidemiológica de doença de Chagas,mesmo quando a 
pesquisa a fresco for negativa. Sua coleta é indicada após 30 
dias do início do quadro clínico. Quando comparado com o 
exame a fresco, possui maior sensibilidade, com taxas de 80-90% 
de positividade. 
o Lâmina corada de gota espessa ou esfregaço: possuem menor 
sensibilidade quando comparado com a pesquisa a fresco ou 
com os métodos de concentração. O método da gota espessa, 
por concentrar maior quantidade de sangue em um mesmo 
espaço, aumenta a probabilidade de detecção do parasito, ao 
passo, que no esfregaço (FIGURA 1), a visualização do T. cruzii 
ocorrerá quando houver uma parasitemia extremamente 
elevada. Tais métodos são realizados, prioritariamente na região 
da Amazônia Legal, em virtude da praticidade e da 
disponibilidade ao serem integradas as ações de diagnóstico da 
malária. 
 
 
 
Figura 1- Formas tripomastigotas do T. cruzi 
 
Fonte: chagas.fiocruz.br/diagnóstico 
 
 
 
20 
 
→ Exames sorológicos: baseados em metodologias indiretas, que podem 
ser realizados quando os exames parasitológicos forem negativos e a 
suspeita clínica persistir. 
o Detecção de anticorpos anti-T. cruzi IgM: é uma técnica 
complexa, com resultados falso positivos em várias doenças 
febris, é recomendada na fase aguda tardia em indivíduos com 
forte suspeita clínica e epidemiológica de infecção por T. cruzi. 
o Detecção de anticorpos anti-T. cruzi IgG: é necessário a coleta 
de ao menos 2 amostras com intervalo de pelo menos 21 dias 
entre cada uma. Para a confirmação, é necessário que seja 
realizada a execução pareada da amostra, o que possibilita a 
identificação de soroconversão. 
 
Fase Crônica 
→ Exames parasitológicos: devido à baixa parasitemia nessa fase, os 
métodos parasitológicos (xenodiagnóstico e hemocultura), 
apresentam baixa sensibilidade, o que resulta em ausência de valor 
diagnóstico quando o resultado for negativo. Quando positivos, 
possuem utilidade no controle da resposta ao tratamento. 
→ Exames sorológicos: principal metodologia diagnóstica nessa fase da 
doença. Preconiza-se a utilização concomitante de um teste com 
elevada sensibilidade (ELISA ou RIFI) e outro com elevada 
especificidade (HAI). O diagnóstico é firmado quando o indivíduo 
possuir anticorpos anti- T. Cruzi da classe IgG em dois testes sorológicos 
com metodologias diferentes (ELISA, HAI e RIFI, por exemplo), sendo 
preferencialmente um desses o ELISA. 
No Brasil, a técnica de Reação em Cadeia da Polimerase (PCR), para 
o diagnóstico de doença de Chagas é de uso restrito e realizado em centros 
de pesquisa e em núcleos especializados. Isso se deve à ausência de 
protocolos operacionais padronizados para o uso da técnica em larga 
escala. 
Ascaridíase 
Como a ascaridíase humana costuma ser pouco sintomática, o 
diagnostico laboratorial assume papel central na investigação dos casos 
suspeitos de infecção por Ascaris lumbricoides. O diagnóstico de certeza é 
firmado com o achado de ovos nas fezes (FIGURA 02), através do exame 
parasitológico de fezes (EPF), utilizando a metodologia de sedimentação 
espontânea, que possui execução simples e baixo custo. 
O método consiste basicamente na mistura das fezes com água, 
seguido de filtração através de uma gaze cirúrgica (ou parasitofiltro) e 
manutenção em repouso, formando uma consistente sedimentação dos 
restos fecais no fundo do recipiente. Em seguida, uma alíquota do sedimento 
21 
 
é pipetada sobre uma lâmina, sendo realizado um esfregaço, o qual será 
analisado no microscópio. 
 
Figura 2- ovos de Ascaris lumbricoides 
 
Fonte: Centers for Disease Control and Prevention 
(CDC) 
 
Ademais, é comum, no hemograma, a 
constatação de anemia, visto que o verme causa 
uma ação espoliativa no organismo do 
hospedeiro e pode levar a alterações no estado nutricional, prejudicando a 
digestão e a absorção dos nutrientes. 
Quando o parasita realiza o ciclo de Loss (migração do parasita 
através dos tecidos para os pulmões), é comum o aparecimento acentuado 
de eosinofilia, que pode estar acompanhado de leucocitose, alterações 
também percebidas no hemograma. 
Leishmaniose visceral 
A leishmaniose visceral (LV), também conhecida como calazar, é uma 
doença causada por um parasita intracelular obrigatório, sendo que no 
Brasil o agente etiológico é a Leishmania chagasi. A suspeita diagnóstica da 
LV deve ser baseada em dados epidemiológicos e nos achados clínicos, 
contudo, o diagnóstico de certeza é realizado quando se encontra o 
parasito em tecido infectado. Assim, o aspirado de medula óssea e do baço 
geralmente mostra a presença de formas amastigotas do parasito no interior 
de macrófagos ou monócitos. O aspirado de medula óssea tem 
sensibilidade em torno de 70%, ao passo que o aspirado esplênico possui 
maior sensibilidade (de 90 a 95%), e por esse motivo é considerado o padrão 
ouro para o diagnóstico de LV. Contudo, o método de escolha é o aspirado 
de medula óssea, devido ao fato de ser um procedimento mais seguro 
(FIGURA 3). A punção deverá ser realizada na região esternal em adultos e 
na crista ilíaca em crianças. 
Figura 3 - Aspirado medular com amastigotas no interior de macrófagos 
 
Fonte: http://www.scielo.mec.pt/pdf/mint/v24n1/v24n1a11.pdf 
22 
 
O Ministério da Saúde preconiza que o material aspirado seja 
examinado na seguinte ordem: exame direto, isolamento em meio de 
cultura (in vitro), e o isolamento em animais susceptíveis. Este último não tem 
valor prático no diagnóstico da doença devido ao seu tempo de 
positividade (1 a 3 meses). 
Já os testes sorológicos podem ser usados como triagem diagnóstica, 
sendo que no Brasil os mais utilizados são a imunofluorescência indireta (RIFI) 
e os ensaios imunoenzimáticos (ELISA). As amostras na metodologia RIFI são 
consideradas positivas quando reagentes a partir da diluição de 1:80 e, 
embora possua boa sensibilidade, deve-se atentar para a possibilidade de 
reação cruzada com antígenos de outros organismos como Trypanosoma, 
Mycobacterium, Plasmodium e Schistosoma. Assim, um teste sorológico 
reagente, na presença de dados clínicos e laboratoriais, reforça o 
diagnóstico de LV. 
Usado como diagnóstico laboratorial complementar, o hemograma 
pode revelar a presença de anemia em pacientes infectados por LV 
(geralmente, com hemoglobina acima de 9g/dl). A velocidade de 
hemossedimentação (VHS) está elevada (>50mm), mesmo na forma 
oligossintomática. Quanto à dosagem de proteínas, há uma inversão da 
relação albumina/globulina, caracterizando uma hiperglobulinemia. 
Por fim, a metodologia PCR apresenta-se como uma nova perspectiva 
para o diagnóstico laboratorial da LV, revelando elevada sensibilidade (em 
torno de 94%). Contudo, seus resultados e, consequentemente, seu uso 
dependem de algumas variáveis de difícil interpretação, como o tipo de 
amostra, o alvo do DNA utilizado para a amplificação, o método de 
extração do DNA, dentre outros, dificultando seu uso rotineiro. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
23 
 
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 
1. (Adaptada de Cremesp 2007 e Unicamp 2005)J.B.C, 59 anos, casado, 
agricultor, tabagista 30 anos/maço, vem ao ambulatório de infectologia 
com queixa de expectoração, perda de peso (5kg) e astenia há 4 meses. 
Radiografia de tórax evidencia lesões cavitárias em terços médio e 
opacidades bilaterais. Após realizar o exame clínico, a médica 
responsável solicita um exame definitivo para confirmação da sua 
hipótese diagnóstica: paracoccidioidomicose. Qual dos exames abaixo 
pode ser considerado como DEFINITIVO para diagnóstico da doença em 
questão? 
a) Pesquisa de anticorpos no soro por ELISA. 
b) Exame direto de amostra de material biológico demonstrando 
leveduras com múltiplos brotamentos. 
c) Teste intradérmico. 
d) Pesquisa de anticorpos por Western Blot. 
e) Exame direto de escarro mostrando hifas septadas e micronídios. 
2. (Adaptada de CESPE/UnB – SESA/ES/2013) L.M.A, solteiro, 64 anos,agricultor, tabagista 40 anos/maço, vem ao ambulatório com queixa de 
dispneia progressiva há 6 meses associada a tosse com secreção 
amarelada. Ao exame físico, paciente emagrecido, presença de 
crepitações difusas bilaterais e sibilos. A radiografia demonstra 
opacidades peri-hilares bilaterais simétricas, do tipo retículo-nodular, 
ocupando terços médio e inferiores. Além disso, notou-se pequena lesão 
cavitária. Biópsia da lesão revelou infiltrado inflamatório, fibrose e 
formação granulomatosa, além de elementos ovalados. Sendo assim, 
marque a alternativa CORRETA a respeito do diagnóstico da doença em 
questão: 
a) O isolamento de Histoplasma sp em lavado bronco-alveolar é 
critério suficiente para histoplasmose. 
b) A sorologia para paracoccidioidomicose apresenta baixa 
especificidade. 
c) A presença de fibrose no exame histopatológico afasta o 
diagnóstico de infecção bacteriana ou fúngica. 
d) Há micobacteriose atípica apenas em pacientes infectados pelo 
HIV. 
e) A presença de lavado bronco-alveolar negativo para BAAR afasta 
o diagnóstico de tuberculose. 
3. J.A.S, casada, 75 anos, dona de casa, tabagista 45 anos/maço, vem ao 
ambulatório com história de febre associada a calafrios, astenia, 
prostação, tosse com secreção amarelada e perda de 7kg há cerca de 
45 dias. Relata episódios de tosse com sangue, dor torácica com mais 
intensidade nas regiões infraclavicular e escapular esquerda. Solicitada 
tomografia que identificou massa em lobo superior esquerdo com 
broncograma aéreo. Realizada biópsia do material da lesão foi isolado o 
microorganismo Cryptococcus neoformans. Quanto à interpretação dos 
exames laboratoriais para diagnóstico da doença em questão, responda: 
24 
 
a) A identificação de qualquer título para o teste de antígeno 
capsular do Cryptococcus por aglutinação na urina pode ser 
considerada como fator preditivo de doença ativa. 
b) Um título maior que 1:512 após 2 semanas de tratamento sugere 
boa resposta terapêutica. 
c) Os testes sorológicos falso positivo não ocorrem por reação cruzada 
com fator reumatóide. 
d) Títulos de antígenos capsular do Cryptococcus por aglutinação no 
sangue igual a 1:4 indica infecção. 
e) Os testes ELISA podem ser utilizados para diagnóstico de 
criptococose, porém se positivam mais tardiamente e a títulos mais 
altos. 
4. A.B.V.W, masculino, 48 anos, relata que uma ex-namorada o contatou 
afirmando que recebeu diagnóstico de infecção por hepatite B 
recentemente e sugerindo que A.B.V.W procurasse um médico para 
realizar exames. Paciente alega que perdeu a carteira de vacinação e 
não se lembra se recebeu vacina contra hepatite B. Nega sintomas. Após 
a realização dos exames, o paciente retorna com os seguintes resultados: 
HBsAg não reagente; Anti-HBc IgM não reagente; Anti-HBc total não 
reagente; Anti-HBs reagente. Com esses dados, podemos afirmar que: 
a) Paciente foi infectado previamente, mas encontra-se imune. 
b) Paciente devidamente imunizado por meio de vacina. 
c) Infecção recente pelo HBV. 
d) Infecção crônica pelo HBV. 
5. O.L.P.C, masculino, 73 anos, procura atendimento com quadro clínico 
sugestivo de hepatite viral. Paciente possui carteira de vacinação com 
esquema vacinal adequado para hepatite B. Após realização de um 
teste rápido para hepatite C com resultado inválido, como o médico 
deve proceder? 
a) Solicitar sorologia anti-HCV por ELISA, que em caso de resultado 
reagente confirma o diagnóstico de hepatite C. 
b) Aguardar 30 dias e realizar novo teste rápido, que em caso de 
resultado reagente confirma o diagnóstico de hepatite C. 
c) Solicitar teste molecular para a detecção de HCV-RNA, que em 
caso positivo indica a sorologia anti-HCV por ELISA para confirmar o 
diagnóstico de hepatitpe C. 
d) Realizar novo teste rápido, que em caso de resultado reagente 
indica a solicitação de teste molecular para a detecção de HCV-
RNA e confirmação do diagnóstico de hepatite C. 
6. J.M.B., sexo masculino, 65 anos, chega ao consultório com queixa de 
febre há dois dias, náusea, vômito, mialgia e artralgia. O paciente relata 
que sua esposa foi diagnosticada com dengue há três dias. Nega 
diagnóstico prévio de Zika. Dentre as alternativas abaixo, marque aquela 
que contenha um exame diagnóstico e um exame com resultado 
sugestivo de gravidade: 
a) Diagnóstico: VHS / Hemograma: leucócitos totais 3,5x103 células/μL. 
b) Diagnóstico: Hemograma / RT-PCR positivo. 
25 
 
c) Diagnóstico: Captura de NS1 por ELISA / Hemograma: hematócrito 
60%; plaquetas 50.000 plaquetas/μL. 
d) Diagnóstico: RT-PCR / Hemograma: hematócrito 49%; plaquetas 
101.000 plaquetas /μL. 
7. Uma mulher, branca, 50 anos, refere que há 10 dias iniciou com quadro 
de febre de 38,3ºC, dor pelo corpo, mialgia e mal-estar, evoluindo com 
aparecimento de três lesões dolorosas com perda de sensibilidade em 
membros superiores e inferiores. Suspeita-se de hanseníase e é solicitado 
exame de baciloscopia, com resultado negativo. Quais as possíveis 
manifestações da doença e o exame laboratorial que se deve solicitar 
para diferenciá-las? 
a) Indeterminada e Virchowiana; solicita-se exame de histopatologia. 
b) Dimórfica e Virchowiana; solicita-se exame de hemograma. 
c) Indeterminada e Tuberculoide; solicita-se exame de histopatologia 
d) Tuberculoide e Virchowiana; solicita-se exame de hemograma. 
8. O.S.J, sexo masculino, 43 anos. O paciente refere início de dispneia há 
mais ou menos dois meses, inicialmente aos esforços e posteriormente em 
repouso. Refere também tosse seca, sudorese (principalmente à noite) e 
perda ponderal não mensurada há um mês. Nega febre, dor torácica, 
hemoptise, diarreia. Suspeita-se de tuberculose pulmonar. Qual é o 
exame laboratorial mais indicado e a amostra de material a ser 
analisada? 
a) Baciloscopia e sangue. 
b) Cultura e escarro. 
c) Cultura e fezes. 
d) Teste molecular e sangue. 
9. Paciente masculino, 46 anos. Paciente refere dor torácica à esquerda há 
dois dias. Refere, ainda, tosse produtiva com expectoração amarelada 
há 5 dias, além de febre de 39ºC. Nos últimos dois dias, evoluiu com dor 
torácica ventilatório-dependente à esquerda, dispneia e escarros 
hemáticos. De acordo com o quadro clínico do paciente, suspeita-se de 
pneumonia adquirida na comunidade. Quais exames laboratoriais 
básicos podem ser solicitados como complementares? 
a) Glicemia, hemograma, ureia. 
b) Colesterol, fezes e hemograma. 
c) Hemograma, ureia e creatinina, dosagem de eletrólitos. 
d) Hemograma, glicemia e fezes. 
10. L.G.M, 26 anos, procura atendimento médico, queixando-se de febre 
(38,5ºC), prostração, edema de membros inferiores e cefaleia, quadro 
que perdura por 8 dias. Relata ainda o aparecimento de edema em 
ambas as pálpebras, de característica indolor, sendo acompanhado por 
congestão conjuntival. Diante desse quadro, assinale a alternativa que 
apresenta o agente etiológico e o melhor exame laboratorial a ser 
solicitado para confirmação diagnóstica, respectivamente: 
a) Toxoplasma gondii; solicitar ELISA, pois o paciente está na fase 
aguda da doença. 
26 
 
b) Toxoplasma gondii; solicitar gota espessa, pois o paciente está na 
fase crônica da doença. 
c) Trypanosoma cruzi; solicitar pesquisa a fresco de 
tripanossomatídeos, pois o paciente está na fase aguda da 
doença. 
d) Trypanosoma cruzi; solicitar algum dos métodos de concentração, 
pois o paciente está na fase aguda da doença. 
11. A ascaridíase é uma verminose do intestino delgado, que afeta 
principalmente crianças. Em relação à doença, responda qual o exame 
confirmatório e qual a forma visualizada do parasito nesse exame, 
respectivamente: 
a) Exame parasitológico de fezes (EPF) utilizando-se o método de 
sedimentação espontânea; a forma visualizada é a de larvas. 
b) Exame parasitológico de fezes (EPF), utilizando-se o método de 
sedimentação espontânea; a forma visualizada é a de ovos. 
c) Exame parasitológico de fezes(EPF), utilizando-se o método de 
Graham; a forma visualizada é a de larvas. 
d) Exame parasitológico de fezes (EPF), utilizando-se o método de 
Kato; a forma visualizada é a de oocistos. 
12. T.N.J., 45 anos, sexo feminino, cozinheira, residente em Cuiabá-MT, 
apresenta há dois meses febre diária, astenia, emagrecimento e aumento 
do volume abdominal. Nega viagem nos últimos dois anos. Ao exame 
físico, evidenciada palidez cutânea e esplenomegalia importante. Qual é 
a conduta propedêutica, o diagnóstico mais provável e a forma evolutiva 
visualizada pelo exame, respectivamente: 
a) Aspirado de medula óssea; Leishmaniose Visceral; Amastigotas. 
b) Gota espessa; Doença de Chagas; Epimastigota. 
c) Biópsia hepática; Calazar; Tripomastigota. 
d) Aspirado de medula óssea; Leishmaniose Visceral; Trofozoíto. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
27 
 
GABARITO 
1. O diagnóstico definitivo das doenças infecciosas é realizado por meio do isolamento do 
agente infeccioso. No caso da paracoccidioidomicose, o agente em questão são os 
fungos terdimorfos das espécies Paracoccidoides brasiliensis (P. brasiliensis) e 
Paracoccidioides lutzii (P. lutzii). Esses agentes são visualizados no corpo humano como 
leveduras (por causa da temperatura) com múltiplos ou único brotamento. O aspecto é 
de “Roda de leme de navio”. Os exames sorológicos podem ser utilizados para o 
diagnóstico, mas possuem resultados falso positivo, além disso não isolam o agente, 
portanto, não podem ser considerados definitivos. RESPOSTA: B. 
2. O diagnóstico das doenças infecciosas depende do isolamento do agente infeccioso, 
portanto, independente do material coletado como amostra, o isolamento do 
Histoplasma sp em lavado bronco-alveolar é critério suficiente para histoplasmose. A 
sorologia para paracoccidioidomicose não apresenta baixa especificidade, a técnica 
de imunodifusão dupla (IDD) possui bons resultados. A micobacteriose atípica não 
ocorre apenas em pacientes HIV/AIDS. A fibrose não é critério de exclusão de infecção 
bacteriana e muito menos fúngica. RESPOSTA: A. 
3. Para os testes sorológicos, títulos de antígenos acima de 1:8 é que indicam doença 
ativa, abaixo disso, tem-se uma infecção aparentemente inicial. Títulos de antígenos 
maiores que 1:512 após 2 semanas de tratamento indica provável dificuldade na 
resposta terapêutica. Fator reumatoide, assim como Trichosporon ou contaminação 
podem provocar reação cruzada com os testes sorológicos e determinar resultados falso 
positivos para os exames. O teste ELISA se positiva mais precocemente e a títulos mais 
baixos. Títulos de antígenos igual a 1:4 indica infecção. RESPOSTA: D 
4. A vacina contra a hepatite B possui a proteína de superfície do vírus, a HBsAg, 
purificada. Ao término do protocolo vacinal, espera-se que o paciente possua 
anticorpos contra essa proteína, o Anti-HBs. Como a vacina não possui proteína de 
capsídeo, o paciente não desenvolverá anticorpos contra esse antígeno. RESPOSTA: B. 
5. Ao se realizar um teste rápido é importante seguir as recomendações do fabricante para 
que o resultado seja seguro, além de se atentar para a validade do teste. Ademais, é 
importante se lembrar que a presença de anti-HCV no soro, isoladamente, não implica 
necessariamente infecção ativa, o que nos permite excluir as alternativas A e B. Um teste 
molecular positivo não indica a realização de um teste sorológico para confirmar 
diagnóstico, o que nos permite excluir a alternativa C. RESPOSTA: D. 
6. Entre os exames diagnósticos, temos aqueles que são capazes de detectar o vírus, seu 
genoma, antígenos virais ou anticorpos específicos. Por essa razão, já podemos 
descartar as alternativas A e B, uma vez que VHS e hemograma não detectam a 
presença do vírus no corpo. A alternativa D mostra hematócrito e plaquetas normais, o 
que não é sinal de gravidade, oposto ao que ocorre na alternativa C, que mostra 
plaquetopenia e hemoconcentração. RESPOSTA: C. 
7. a) De acordo com o caso clínico, não se caracteriza como hanseníase Virchowiana, 
uma vez que esta apresenta mais de 5 lesões. b) De acordo com o caso clínico, não se 
caracteriza como hanseníase Dimórfica nem Virchowiana, as quais apresentam mais de 
5 lesões. c) Opção correta. As manifestações paucibacilares - PB - (indeterminada e 
tuberculoide) apresentam menos de 5 lesões de pele, porém ambas podem apresentar 
resultado negativo para exame de baciloscopia. Caso haja necessidade de 
diferenciação entre as duas manifestações (isso quase nunca ocorre, uma vez que o 
tratamento dos tipos PB é o mesmo), solicita-se exame de histopatologia. d) De acordo 
com o caso clínico, não se caracteriza como hanseníase Virchowiana, uma vez que esta 
apresenta mais de 5 lesões e, também, não se solicita hemograma para diferenciação 
das manifestações de hanseníase. 
8. a) Apesar de ser um exame bastante solicitado, não é o mais indicado para diagnóstico 
de tuberculose. Não se usa sangue como material de análise para tuberculose. b) 
Opção correta. O teste padrão ouro para diagnóstico de tuberculose é o exame de 
cultura, para identificação, principalmente, de micobactérias. O escarro é usado como 
material para suspeita de tuberculose nos exames de baciloscopia, teste molecular e 
cultura. c) O exame de cultura é o mais indicado para diagnóstico de tuberculose, 
28 
 
entretanto, não se usa como material as fezes, e sim escarro. d) O teste molecular vem 
sendo crescentemente utilizado no mundo, porém não substitui o exame de cultura. 
9. a) Não se solicita exame de glicemia para esse tipo de suspeita. b) Não se solicita 
exame de colesterol nem fezes para esse tipo de suspeita. c) Opção correta. Os exames 
básicos solicitados em caso de suspeita de pneumonia adquirida na comunidade (PAC) 
são hemograma, bioquímico (ureia e creatinina), dosagem de eletrólitos. Não se solicita 
exame de glicemia nem fezes para esse tipo de suspeita. 
10. Quadro clínico do paciente é compatível com infecção aguda por T. cruzi, fato 
reforçado pela presença do sinal de Romanã (edema bipalpebral). A questão deixa 
evidente que a duração da sintomatologia é de 8 dias, e que portanto, o melhor exame 
a ser solicitado é a pesquisa a fresco de tripanossomatídeos, método de escolha 
quando a sintomatologia perdura por menos de 30 dias. RESPOSTA CORRETA: C. 
11. O diagnóstico para ascaridíase é realizado através do exame parasitológico de fezes, 
utilizando-se do método de sedimentação espontânea, por ser uma metodologia 
simples de ser realizada e de baixo custo. A forma visualizada nesse exame e a que dará 
o diagnóstico é a de ovo. RESPOSTA CORRETA: B 
12. Paciente com quadro febril arrastado, acompanhado de esplenomegalia e de região 
endêmica para Leishmaniose Visceral (MT), nos faz pensar neste diagnóstico. O melhor 
exame para elucidação diagnóstica é o aspirado de medula óssea, que embora não 
seja tão sensível quanto punção esplênica, não oferece tantos riscos, preservando uma 
boa acurácia. Nesse exame serão visualizadas as formas amastigotas. RESPOSTA 
CORRETA: A. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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