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estagio penal seção 2

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR (A) JUIZ DE DIREITO DA VARA CRIMINAL DA COMARCA DE CONCEIÇÃO DO AGRESTE/CE.
JOSÉ PERCIVAL DA SILVA, já qualificado nos autos em epígrafe, Vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência, por intermédio de seu advogado infra-assinado, apresentar sua
 RESPOSTA PRELIMINAR, com fundamento no artigo 514 do CPP pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.
I – DOS FATOS
Segundo consta da inicial acusatória, os denunciados, sob a Liderança do Acusado José Percival da Silva (“Zé da Farmácia”, presidente da Câmara dos Vereadores e liderança política do município), valendo-se da qualidade de vereadores do município, associaram-se, em unidade de desígnios, com o em especioso de cometer crimes. e, dentro desse propósito, no dia 3 de fevereiro de 2018, na sede da câmara dos vereadores desta comarca, durante uma reunião da comissão de finanças e contratos da câmara, teriam exigido do sr. paulo matos, empresário sócio de uma empresa interessada em participar das contratações a serem realizadas pela câmara de vereadores, o pagamento de r$ 100.000,00 (cem mil reais) para que sua empresa pudesse participar de um procedimento licitatório que estava agendado para o dia seguinte. por esse motivo, os réus foram denunciados pela suposta prática dos delitos nos artigos 288 e 317, na forma do art. 69, todos do código penal. é um breve resumo dos fatos.
II – Da inépcia da denúncia em razão da falta de individualização  da conduta atribuída ao acusado  
preliminarmente, velica-se a inépcia da denúncia (e,  consequentemente, tem-se a ausência de justa causa para a  ação penal). trata-se de vício insanável, gerador de nulidade absoluta para os posteriores atos praticados no processo (art. 
573, § 1º do CPP). O IRMP, ao não espenicar a correspondente e necessária  adequação típica da participação do acusado em relação aos  delitos constantes na denúncia, pormenorizando e subordinando  sua conduta ao tipo penal, inviabilizou o correto e necessário  exercício defensivo do mesmo. Conforme explica o art. 41, CPP, a peça acusatória deverá ser apresentada contendo o máximo de informações possíveis sobre   os fatos apurados. isso tem o em de propiciar o devido exercício da   ampla defesa e do contraditório. 
ocorre que o próprio cpp, mais adiante, preceitua que a não  observância dessa condição, pelo órgão acusatório, configurará uma das hipóteses para a rejeição imediata da denúncia (inépcia dá inicial, art. 395, inc. I).  
A decência narrativa na peça acusatória inviabiliza por completo o exercício constitucional da ampla defesa e do contraditório. Nesse  sentido, seguem esclarecimentos sobre a narração dos fatos, pelo órgão acusatório:
Configura-se a inépcia da peça acusatória quando não se prestar  aos fins aos quais se destina, vale dizer, não possuir a menor aptidão  para concentrar, em detalhes, o conteúdo da  Imputação, permitindo ao réu a exata compreensão da amplitude  da acusação, garantindo-lhe, assim, a possibilidade de exercer o contraditório e a ampla defesa. Dentre outros fatores, são geradores  de inépcia:
 a) a descrição de fatos de maneira truncada, lacunosa ou em desacordo com os dados constantes do inquérito.
Note-se que o IRMP, sem pormenorizar individualmente a conduta  do Acusado, atribuiu-lhe responsabilidade criminal por integrar  associação criminosa, bem como ser sujeito ativo do delito de corrupção passiva. 
 As imputações das práticas criminosas reclamam, evidentemente,  que a acusação narre a presença dos elementos objetivos dos  aludidos crimes. depreende-se da denúncia que a acusação se  furtou dessa obrigação. nela, não restou demonstrado, ao menos  minimamente, a presença desses elementos.  Ou seja, em momento algum a inicial especial quais teriam sido as condutas praticadas pelo acusado que se enquadrariam nos  supracitados tipos penais. pelo contrário. não há qualquer narração   fática atribuída ao acusado. Portanto, não restam dúvidas de que a presente denúncia é absolutamente genérica.   
Conclui-se, ante o desci narrativo da peça de acusação, que a 
Acusação apenas presumiu que o Acusado teria participado das citadas práticas criminosas. 
Não se pode admitir imputações desta gravidade, sem um mínimo  de lastro de autoria e materialidade. Por isso é necessários a individualização de sua conduta com as suas especificidades. E,  desta obrigação, a Acusação não se desincumbiu.
Logo, a denúncia é inepta e, assim, não permite o exercício amplo de defesa, repita-se. Neste sentido, segue entendimento dos tribunais: 
STF: EMENTA: HABEAS CORPUS. DENÚNCIA. ESTADO 
DE DIREITO. DIREITOS FUNDAMENTAIS. PRINCÍPIO 
DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA. REQUISITOS 
DO ART. 41 DO CPP NÃO PREENCHIDOS. 1 - A 
Técnica da denúncia (art. 41 do Código de Processo 
Penal) tem merecido reflexão no plano da dogmática 
Constitucional, associada especialmente ao direito de 
Defesa. Precedentes. 2 - Denúncias genéricas, que não 
descrevem os fatos na sua devida conformação, não 
se coadunam com os postulados básicos do Estado 
de Direito. 3 - Violação ao princípio da dignidade da 
pessoa humana. Não é difícil perceber os danos que a 
mera existência de uma ação penal impõe ao indivíduo. 
Necessidade de rigor e prudência daqueles que têm 
o poder de iniciativa nas ações penais e daqueles que 
podem decidir sobre o seu curso. 4 - Ordem deferida, 
por maioria, para trancar a ação penal. (HC 84409, 
Relator(a):  Min. JOAQUIM BARBOSA, Relator(a) p/ 
Acórdão:  Min. GILMAR MENDES, Segunda Turma, 
julgado em 14/12/2004, DJ 19-08-2005 PP-00057 
EMENT VOL-02201-2 PP-00290 RTJ VOL-00195-01 
PP-00126, grifos nossos).
Diante dos argumentos aqui apresentados, repete-se, há um claro  vício processual na peça acusatória inicial, passível de nulidade absoluta.[...] As exigências relativas à ‘exposição do fato criminoso, com todas as suas circunstâncias’, atendem da ampla defesa. Conhecendo com precisão todos os limites da imputação, poderá o Acusado a ela se contrapor o mais amplamente possível, desde, então, a delimitação temática da peça acusatória, em que se irá fixar o conteúdo da questão penal. Mas, de outro lado, a correta delimitação temática, ou imputação do fato, presta-se, também, a viabilizar a própria aplicação da lei penal, na medida em que permite ao órgão jurisdicional dar ao fato narrado na acusação a justa e adequada correspondência normativa.
Por todo o exposto, requer-se a rejeição da denúncia pela  violação ao art. 395, I do CPP. A inépcia resta clara ao se ler a denúncia, onde não houve a individualização adequada das condutas atribuídas ao Acusado.
III – Da falta de justa causa em relação a ambos os delitos – inexistência de indícios de autoria e materialidade
 Alternativamente, verifica-se ainda a ausência de justa causa para a ação penal. Neste caso, a denúncia deve ser rejeitada em atenção ao art. 395, III, CPP. Não há nenhum indício de autoria do Acusado  em relação a qualquer dos crimes que lhe são imputados.  Conforme já restou ressaltado, em momento algum a inicial  especifica quais teriam sido as condutas praticadas pelo Acusado que se enquadrariam nos supracitados tipos penais. Pelo contrário.  Não há qualquer narração fática atribuída ao Acusado. Logo, não há em relação a ele um mínimo de lastro de autoria. Da mesma forma, não há indícios de materialidade em relação ao delito de associação criminosa. Isso porque, neste delito, inseriu-se a expressão “fim específico” apenas para sinalizar o caráter de estabilidade e durabilidade da referida associação, distinguindo-a  do mero concurso de pessoas para o cometimento de um só  delito. Quem se associa (pelo menos três agentes) para o fim específico de praticar crimes (no plural, o que demonstra a ideia de durabilidade), assim o faz de maneira permanente e indefinida, vale  dizer, enquanto durar o intuito associativo dos integrantes. Entretanto, ainda que tenha havido a suposta prática criminosa (o que essa defesa só admite por absurdo), trata-se apenas de um  único fato e, portanto, um crime único, o que, poo se sabe, deve a petição inicial trazer elementos probatóriosmínimos que justifiquem a admissão do processo. A Acusação não pode, tendo em vista a inegável exr si só, já afasta a tipicidade do artigo 288 do CPP.  E, consistência de penas processuais, ser leviana e despida de um suporte probatório suficiente para justificar o imenso constrangimento que representa a assunção da condição de réu. Caso esses elementos sejam insuficientes para justificar a abertura de um processo, o juiz deverá rejeitar a acusação. Tudo conforme prevê o artigo 395, III do CPP.   
Por todo o exposto, requer-se a rejeição da denúncia pela violação  
ao art. 395, IIII do CPP.
IV – DOS PEDIDOS  
 
Por todo o exposto, requer-se rejeição da presente denúncia, nos 
os do artigo 395, I e III do CPP.
Termos em que,  
 
Pede e espera deferimento. 
 
LOCAL... 2 de maio de 2018.
 
 ADVOGADO…
 
OAB nº ...

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