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ENGENHARIA ECONÔMICA AULA 1 Prof. Nelson Pereira Castanheira 2 CONVERSA INICIAL Nesta primeira aula, trataremos da microeconomia, cujo estudo se baseia em duas teorias: a teoria do consumidor e a teoria da firma. Nesse momento, estudaremos a teoria do consumidor, lembrando que cada consumidor tem as suas preferências entre bens e serviços. Para esse entendimento, estudaremos a curva de indiferença, com as diferentes cestas de mercado que um consumidor possa adquirir. Essas curvas mostram, entretanto, apenas as preferências do consumidor sem levar em conta o preço dos bens e serviços, bem como a renda necessária para adquiri-los. Por essa razão, precisaremos estudar também as restrições orçamentárias. Na sequência, analisaremos o quanto a alteração na renda do consumidor afeta o seu comportamento no mercado. Assim, a decisão do consumidor deverá apontar para a cesta de mercado que maximiza a sua satisfação sem extrapolar sua restrição orçamentária. Por último, determinaremos a curva de demanda individual que retrata o comportamento da demanda em função dos preços dos bens e serviços. CONTEXTUALIZANDO No dia a dia, um consumidor costuma deparar com situações em que fica na dúvida em adquirir ou não um determinado produto, devido ao preço dele. Desse modo, quando depara com situações de oferta de produtos, com preços mais baixos que os comumente praticados pelo mercado, o consumidor costuma adquiri-los em maior quantidade do que normalmente faz. Por outro lado, quando sua renda aumenta, ele se sente momentaneamente mais rico e adquire mais bens e serviços. Baseando-nos nesses conceitos, iremos analisar o comportamento do consumidor e determinar a curva de demanda individual. Verifique se você age, enquanto consumidor, exatamente como a microeconomia aponta. Bons estudos! TEMA 1 – COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR: A CURVA DE INDIFERENÇA O que é economia? 3 Segundo Montella (2009), é a ciência que estuda a produção, a circulação e o consumo dos bens e serviços. Como toda produção implica um custo, os bens advindos daí não são oferecidos de graça: eles têm um preço. O que é microeconomia? É a parte da economia que estuda a determinação dos preços dos bens e serviços. A microeconomia se preocupa fundamentalmente com as leis do mercado. Assim, estuda a teoria do consumidor e a teoria da firma que permitem analisar o cenário do mercado, com base nas curvas de oferta e de demanda. Conceitos importantes Bens: são todas as coisas úteis que satisfazem as necessidades humanas. Podem ser não econômicos (abundantes ou livres) ou econômicos (raros ou escassos). Preço: é a expressão monetária do valor de um bem ou serviço. Aos bens não econômicos não se pode atribuir preço, ou seja, não podem ser transacionados no mercado. Aos bens econômicos se atribui um preço e há de se negociar para adquiri-los. Mercado: é o contexto (e não o local) em que compradores (lado da procura) e vendedores (lado da oferta) realizam transações. É a interação entre as forças de oferta e de procura. O comportamento do consumidor: a determinação da curva de demanda São inúmeros os bens e serviços existentes e cada consumidor tem suas preferências. Cada consumidor tem sua própria cesta de mercado. Um conjunto de mercadorias constitui o que denominamos cesta de mercado. Premissas: a) Os consumidores podem comparar e ordenar as diferentes cestas de mercado de acordo com suas preferências. b) Aas preferências são transitivas, isto é, se o consumidor prefere A a B e B a C, logo A é preferível a C. c) Os consumidores sempre preferem levar uma quantidade maior (em vez de uma quantidade menor) da mesma mercadoria. d) As preferências dizem respeito à satisfação dos consumidores e, por isso, não levam em conta os preços das mercadorias. 4 As preferências dos consumidores são representadas pela curva de indiferença, que contém todas as possíveis cestas de mercado que proporcionam o mesmo grau de satisfação ao consumidor. É representada por: U = f(x , y) Em que: “x” e “y” são os bens (produtos ou serviços) que compõem a cesta de mercado; U é a função utilidade (ou grau de satisfação) do consumidor. Veja a Figura 1. Figura 1 – Curva de indiferença com cinco cestas de mercado y A D B E C U (função utilidade (ou grau de satisfação)) x A curva U contém todas as cestas de mercado (no caso, A, B e C) que oferecem o mesmo grau de satisfação ao consumidor. Nessa curva de indiferença, a cesta D é preferível à cesta A e a cesta A é preferível à cesta E, dada a premissa de que uma quantidade maior de um bem é sempre preferível a uma quantidade menor desse mesmo bem. O conjunto de curvas de indiferença acima, cada qual com um nível diferente de satisfação, tem o nome de mapa de indiferença. Quanto maior for o nível de satisfação do consumidor, mais distante a curva estará da origem dos eixos. O grau de utilidade (ou de satisfação) U1 é menor que U2, que é menor que U3. E assim por diante. Veja a Figura 2 5 y U3 U2 U1 x Propriedades das curvas de indiferença: 1. As curvas de indiferença são negativamente inclinadas (são decrescentes). Cestas com maior quantidade de bens proporcionam maior satisfação ao consumidor. 2. As curvas de indiferença não se interceptam. A cesta na curva U2 (acima) proporcionaria satisfação maior que uma cesta na curva U1, pois a curva U2 contém mais bens. 3. As curvas de indiferença são convexas em relação à origem. Para um mesmo nível de satisfação, o consumidor deve abrir mão de quantidades cada vez menores do bem y em troca de uma unidade a mais de x. TEMA 2 – RESTRIÇÕES ORÇAMENTÁRIAS As curvas de indiferença mostram apenas as preferências do consumidor, ou seja, aquilo que o deixa mais satisfeito, sem levar em conta o preço dos bens e a renda necessária para adquiri-los. Para entendermos o orçamento do consumidor, isto é, o quanto ele tem disponível para gastar, vamos supor que ele dispõe de uma renda predeterminada (R) e que a despende adquirindo apenas os bens x e y. Vamos supor ainda que: qx é a quantidade adquirida de x; qy é a quantidade adquirida de y; 6 px é o preço de x; py é o preço de y. Então: px . qx + py . qy = R (ou seja, gasto total = renda total) Graficamente, teremos a denominada LINHA DE ORÇAMENTO ou ISORENDA. Veja a Figura 3. Figura 3 – Linha de Orçamento ou Isorenda qy R/ py px . qx + py . qy = R R/ px qx Ao longo da linha de orçamento, o consumidor estará gastando o mesmo montante para adquirir diferentes quantidades de x e y. O intercepto do y, em que qx é igual a zero, é dado por: qy = R py Nesse caso, o consumidor está gastando R e adquirindo a cesta (0 , R/py). A quantidade de x, quando qy for igual a zero, será dada por: qx = R px Nesse caso, o consumidor está gastando R e adquirindo a cesta (R/px , 0). Como exemplo, suponha os dados da Tabela 1 a seguir. 7 Tabela 1 – Linha de orçamento com qx + 2 . qy = 80 CESTAS Gasto = Renda ( R ) Unidades de x (qx) Unidades de y (qy) A 80 0 40 B 80 20 30 C 80 40 20 D 80 60 10 E 80 80 0 Sendo px = 1, sendo py = 2 e sendo R = 80, a inclinação da linha de orçamento será: tg = – py px = – 2 1 O sinal negativo mostra que alinha de orçamento é negativamente inclinada, ou seja, que cada acréscimo em x só pode ocorrer à custa de decréscimos em y, uma vez que a renda é predeterminada. Mudança no preço de um dos bens No exemplo anterior, a linha de orçamento era qx + 2 . qy = 80 e a inclinação da reta era –1/2. Suponhamos agora que o preço do bem x caia de 1 para 0,5. A linha de orçamento passa a ser 0,5 . qx + 2 . qy = 80 e sua inclinação cai para – py px = –1/4. Veja a Figura 4. Figura 4 – Mudança no preço de um dos bens qy 80 1 2 0 80 160 qx 8 Mudança nos preços de ambos os bens É possível que ambos os preços tenham variado. Nesse caso, aumentará o consumo dos bens cujos preços caíram e diminuirá o consumo dos bens cujos preços subiram. Os gráficos assumem diferentes configurações. TEMA 3 – EFEITOS DE ALTERAÇÕES NA RENDA DO CONSUMIDOR Vamos supor que a renda do consumidor se altera e os preços de x e de y permanecem constantes. Com isso, a linha de orçamento terá um deslocamento paralelo à linha original, ou para a direita ou para a esquerda, se a renda aumentou ou diminuiu, respectivamente. Como não houve rotação na linha, a inclinação é a mesma e a tg permanece constante. Vamos supor, como exemplo, que a renda do consumidor mudou de 80 para 160. A linha inicial é representada por L1 e a linha depois da mudança é representada por L2. Tínhamos qx + 2 . qy = 80 Então, quando qx = 0, temos que 2 . qy = 80 Logo, qy = 40 Quando qy = 0, temos que qx = 80 Lembrar que a inclinação era tg = – py px = – 2 1 Ao aumentar a renda para 160, temos que qx + 2 . qy = 160 Então, quando qx = 0, temos que 2 . qy = 160 Logo, qy = 80 Quando qy = 0, temos que qx = 160 Lembrar que a inclinação é a mesma. Veja a Figura 5. 9 Figura 5 – Alterações na renda do consumidor qy y2 y1 L2 L1 0 x1 x2 qx O consumo de x e de y aumentou porque a renda aumentou e não porque seus preços diminuíram. TEMA 4 – A DECISÃO DO CONSUMIDOR Qual é a cesta de mercado que maximiza a satisfação do consumidor sem extrapolar sua restrição orçamentária? Vamos analisar a Figura 6. Figura 6 – Três diferentes cestas de mercado e uma linha de orçamento qy A C B U3 U2 L1 U1 0 qx Considerando a linha de orçamento L1, observe qual será a sua decisão. Temos três curvas de indiferença: U1 (contendo a cesta A), U2 (contendo a cesta B) e U3 (contendo a cesta C). 10 Sem levar em conta o orçamento ao qual está restrito, o consumidor escolheria a cesta C, pois é aquela que se encontra sobre a curva de indiferença mais distante da origem dos eixos, ou seja, a cesta que contém maiores quantidades de x e de y. A cesta A não é a melhor escolha do consumidor, pois, se ele redistribuir seus gastos, comprando mais de x e menos de y, logo alcança a cesta B e esta lhe oferece maior satisfação já que está sobre U2. A cesta C não será a escolhida porque, embora ofereça um grau de satisfação maior que as cestas A e B, não pode ser adquirida pelo consumidor em função de sua restrição orçamentária (a cesta C está além da linha L1). Logo, a decisão da compra recairá sobre a cesta B, pois é a que oferece o maior grau de satisfação e está compatível com a realidade orçamentária do consumidor. TEMA 5 – A CURVA DE DEMANDA INDIVIDUAL O caminho que percorremos desde o início da TEORIA DO CONSUMIDOR tinha como propósito a construção da CURVA DE DEMANDA. O primeiro passo foi a CURVA DE INDIFERENÇA. O segundo passo foi a LINHA DO ORÇAMENTO. O terceiro passo foi a ESCOLHA ÓTIMA DO CONSUMIDOR. Observamos que a escolha ótima está no ponto em que a RETA DE ORÇAMENTO tangencia a CURVA DE INDIFERENÇA no plano cartesiano qx x qy. Se supusermos, agora, uma variação no preço de um dos bens, por exemplo, em px, sabemos que haverá uma rotação da linha de orçamento em torno do intercepto daquele bem cujo preço não variou (no caso, em torno de y). Para cada nova linha de orçamento, haverá uma nova cesta ótima de consumo. A união dos diferentes pontos de escolha ótima, os quais surgem depois de ocorridas variações no preço de um dos bens, dá origem à CURVA DE PREÇO- CONSUMO, como mostrado no gráfico anterior. Quando os dados da curva de preço-consumo são projetados para o plano qx x px, ou seja, para o plano cartesiano que contempla a quantidade do bem cujo preço variou e todas as possibilidades de variação do seu preço, encontramos a CURVA DE DEMANDA. Em outras palavras, a curva de demanda registra a quantidade de x que será adquirida em função do nível de preços de x. A curva de demanda é 11 negativamente inclinada, mostrando que, quanto maior o preço, menor será a disposição do consumidor em adquirir x, e, quanto menor o preço, maior será essa disposição. A isso denominamos LEI GERAL DA PROCURA. Veja a Figura 7. Figura 7 – A curva de demanda individual qy A Curva de preço-consumo B C U3 U2 L1 L2 U1 L3 0 qx1 qx2 qx3 qx px px1 A px2 B px3 C D 0 qx1 qx2 qx3 qx Determinantes da demanda A demanda ou procura por determinado bem x ( Dx ) é a quantidade desse bem que os compradores desejam adquirir em determinado período de tempo. 12 Além do preço do bem x ( px ), é influenciada por uma série de outros fatores, sendo que os mais relevantes são: a) a renda do consumidor ( R ); b) o preço dos bens substitutos do bem x ( ps ); c) o preço dos bens complementares ao bem x ( pc ); d) os hábitos e gostos dos consumidores ( H ). Observamos que todos os determinantes de demanda variam simultaneamente, sendo difícil avaliar o efeito de cada um de modo individual. Assim, os economistas valem-se da condição coeteris paribus, uma expressão latina que significa “tudo o mais permanece constante”. Assumindo-se essa condição, a demanda de um bem x apenas em relação ao seu preço é dada por: Dx = f ( px ) Observe que variações no preço do bem provocam mudanças na quantidade demandada, sem alterar a curva de demanda. Assim, falar em demanda significa referir-se a toda a curva, enquanto que a quantidade demandada diz respeito a determinado ponto dessa curva. Efeito substituição e efeito renda Verificamos que, se um bem x qualquer obedece à lei geral da procura, sua curva de demanda é negativamente inclinada, evidenciando o fato de que o preço e a quantidade demandada caminham em sentidos contrários. Sempre que o preço de um bem cai, o consumidor, embora sua renda fique inalterada, torna-se relativamente mais rico, já que pode comprar mais daquele bem. A quantidade que ele compra a mais de x simplesmente porque esse produto ficou mais barato chama-se EFEITO SUBSTITUIÇÃO. Por que substituição? Porque ele deixa de comprar algumas unidades de y para aproveitar o baixo preço de x. Graficamente, precisamos traçar uma linha de orçamento imaginária (L’1) para entender o quanto o consumidor está disposto a abrir mão de y para aproveitar o bom momento de comprar x, sem nos deixarmos influenciar pelo aumento relativo na sua renda. Com o recurso L’1, vemos que oconsumidor aumenta seu consumo de x de qx1 para q’x1 e, para não sair da curva de indiferença U1, ele deve abrir mão 13 de alguma quantidade de y, trocando a cesta A pela cesta C. Mas o movimento de demanda não acaba aí. Como o consumidor fica, de fato, relativamente mais rico depois que px cai, ele não só aumenta sua quantidade demandada de x (de q’x1 para qx2), como também aumenta sua quantidade adquirida de y (que passa de q’y1 para qy2). A passagem da cesta C para a cesta B representa o EFEITO RENDA. O efeito total da variação em x corresponde à soma dos efeitos substituição e renda e é representado graficamente pela troca da cesta A (escolha inicial) pela cesta B (escolha final). Veja a Figura 8. Figura 8 – Efeito substituição e efeito renda qy Curva de preço-consumo qy1 A B qy2 q’y1 C U2 L1 L’1 U1 L2 0 qx1 q’x1 qx2 qx Efeito substituição Efeito renda Efeito total px px1 A px2 B D 0 qx1 qx2 qx 14 Ocorrem casos em que a curva de demanda, embora seja decrescente, é bem mais inclinada como representado a seguir. Isso significa que, embora o bem em questão atenda à lei geral da procura, seu efeito-renda é negativo, ou seja, à medida que o consumidor fica mais rico, ele consome menos do bem que ficou mais barato (no caso, o x) e mais do outro (no caso, o y). Um caso extremo ocorre quando o efeito renda não só é negativo, como também é mais forte do que o efeito substituição, ou seja, o consumidor não substitui um bem que ficou mais caro por outro, cujo preço não tenha se alterado. Quando isso acontece, a curva de demanda deixa de atender à lei geral da procura e passa a ser positivamente inclinada, como mostra a Figura 9. Figura 9 – Curva de demanda positivamente inclinada por não atender à lei geral da procura 15 Os bens, cuja quantidade demandada aumenta quando o preço aumenta, são chamados bens de Giffen. Veja a Figura 10. Figura 10 – Curva de demanda para bens de Giffen Deslocamento da curva de demanda A curva de demanda se desloca em relação à sua posição original quando uma daquelas variáveis que supusemos exógenas ao modelo (renda do consumidor, preços dos outros bens e hábitos e gostos) mudar de valor. Quando a mudança no valor de uma dessas variáveis aumentar a demanda por x, a curva Dx se deslocará para a direita. Analogamente, quando a mudança na referida variável diminuir a demanda, a curva Dx se deslocará para a esquerda. 16 Mudança na renda dos consumidores Sob a ótica da renda, os bens são classificados em normais e inferiores. Um bem é normal quando o aumento na renda dos consumidores aumenta a demanda por esse bem. Um bem é dito inferior se, havendo um aumento na renda, para um mesmo nível de preços p, os consumidores desejarem consumir quantidades menores desse bem. Isso acontece, por exemplo, com carne de segunda. Fenômeno inverso ocorre quando há uma diminuição no rendimento do consumidor. Nesses casos, a curva de demanda se desloca paralelamente. Lembrar que, ao estudar o mapa de indiferença, foi verificado que. quanto mais distante a curva estiver da origem dos eixos, maior é a satisfação do consumidor. Mudança nos preços de outros bens De maneira semelhante à variação na renda dos consumidores, movimentos podem ocorrer na demanda quando variam os preços de outros bens (pz). A relação entre o bem x e o bem z pode ser de uma das três seguintes formas: a) z é substituto de x; b) z é complementar de x; c) z é um bem de consumo independente de x. Quando x e z são independentes, o preço de z nada tem a ver com a demanda de x. Por exemplo: feijão e automóveis. Existem bens, entretanto, em que o consumo de um deles exclui o consumo de outro (mesmo que parcialmente). Por exemplo: manteiga e margarina. Quando x e z são substitutos, o aumento no preço de z (Δpz> 0) tornará seu consumo menos atrativo do que o do bem x, fazendo aumentar a demanda por esse último. Nesse caso, a curva de demanda do bem x se deslocará para a direita. Analogamente, uma diminuição no preço de z (Δpz< 0) o tornará mais atrativo, deslocando a curva de demanda do bem x para a esquerda. Os bens x e z podem, ainda, ser complementares. Por exemplo: caderno e caneta, pão e manteiga, cama e colchão. Nesse caso, o aumento no preço de z provocará uma diminuição no seu consumo; como o consumo de z está associado ao de x, a demanda deste também diminuirá, deslocando sua curva 17 para a esquerda. Assim, caso o preço de z diminua, a curva de demanda de x se deslocará para a direita. Mudança nos hábitos e gostos dos consumidores Muitas vezes um bem deixa de ser consumido não porque está caro, mas porque não faz parte dos hábitos dos consumidores. Esses hábitos podem ser estimulados ou desestimulados, sobretudo por meio de propagandas e campanhas de publicidade. Sendo assim, um estímulo positivo à compra de determinado bem acrescentará um deslocamento para a direita da curva de demanda e um estímulo negativo provocará um deslocamento para a esquerda. Uma síntese dos deslocamentos da curva de demanda pode ser vista no Quadro 1 a seguir. Quadro 1 – Deslocamentos da curva de demanda AUMENTO DA DEMANDA DIMINUIÇÃO DA DEMANDA Aumento da renda do consumidor Aumento no preço dos bens substitutos Diminuição no preço dos bens complementares Mudança favorável nos hábitos e gostos Diminuição na renda do consumidor Diminuição no preço dos bens substitutos Aumento no preço dos bens complementares Mudança desfavorável nos hábitos e gostos FINALIZANDO Verificamos que, para a determinação dos preços de bens e serviços, precisamos conhecer o comportamento dos consumidores. Usamos a Curva de Indiferença para analisar inicialmente esse comportamento. Analisamos como suas restrições orçamentárias e o quanto o aumento ou a diminuição das suas rendas afetam as suas decisões na compra de bens ou de serviços. Verificamos, 18 na sequência, quais os determinantes da demanda e aprendemos a determinar a curva de demanda. Assim, verificamos que a primeira teoria na qual se baseia a microeconomia é a Teoria do Consumidor. Nosso próximo passo será estudar a Teoria da Firma, o outro lado, ou seja, o agente responsável por produzir bens e serviços. REFERÊNCIAS ANKIW. N. G. Introdução à economia: princípios de micro e macroeconomia. 2. ed. Rio de Janeiro: Campus, 2001. MONTELLA, Maura. Micro e macroeconomia: uma abordagem conceitual e prática. São Paulo: Atlas, 2009. STIGLITZ, J.; WALSH, C. E. Introdução à microeconomia. Rio de Janeiro: Campus, 2003. TEBCHIRANI, F. R. Princípios de economia: micro e macro. 2. ed. Curitiba: Ibpex, 2008. VASCONCELLOS, M. A. S. Economia: micro e macro. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2002. VASCONCELLOS, M. A. S.; GARCIA, M. E. Fundamentos de economia. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2004. LEITURA COMPLEMENTAR http://dbconcurseiro.blogspot.com.br/2015/03/comportamento-do- consumidor.html
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