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Aula1 - MicroEconomia

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ENGENHARIA ECONÔMICA 
AULA 1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Nelson Pereira Castanheira 
 
 
 
 
 
2 
CONVERSA INICIAL 
Nesta primeira aula, trataremos da microeconomia, cujo estudo se baseia 
em duas teorias: a teoria do consumidor e a teoria da firma. Nesse momento, 
estudaremos a teoria do consumidor, lembrando que cada consumidor tem as 
suas preferências entre bens e serviços. 
 Para esse entendimento, estudaremos a curva de indiferença, com as 
diferentes cestas de mercado que um consumidor possa adquirir. Essas curvas 
mostram, entretanto, apenas as preferências do consumidor sem levar em conta 
o preço dos bens e serviços, bem como a renda necessária para adquiri-los. Por 
essa razão, precisaremos estudar também as restrições orçamentárias. 
 Na sequência, analisaremos o quanto a alteração na renda do consumidor 
afeta o seu comportamento no mercado. Assim, a decisão do consumidor deverá 
apontar para a cesta de mercado que maximiza a sua satisfação sem extrapolar 
sua restrição orçamentária. 
 Por último, determinaremos a curva de demanda individual que retrata o 
comportamento da demanda em função dos preços dos bens e serviços. 
 
CONTEXTUALIZANDO 
 No dia a dia, um consumidor costuma deparar com situações em que fica 
na dúvida em adquirir ou não um determinado produto, devido ao preço dele. 
Desse modo, quando depara com situações de oferta de produtos, com preços 
mais baixos que os comumente praticados pelo mercado, o consumidor costuma 
adquiri-los em maior quantidade do que normalmente faz. Por outro lado, quando 
sua renda aumenta, ele se sente momentaneamente mais rico e adquire mais 
bens e serviços. 
 Baseando-nos nesses conceitos, iremos analisar o comportamento do 
consumidor e determinar a curva de demanda individual. 
 Verifique se você age, enquanto consumidor, exatamente como a 
microeconomia aponta. 
 Bons estudos! 
 
TEMA 1 – COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR: A CURVA DE 
INDIFERENÇA 
O que é economia? 
 
 
3 
 Segundo Montella (2009), é a ciência que estuda a produção, a circulação 
e o consumo dos bens e serviços. Como toda produção implica um custo, os 
bens advindos daí não são oferecidos de graça: eles têm um preço. 
 
 O que é microeconomia? 
 É a parte da economia que estuda a determinação dos preços dos bens 
e serviços. 
 A microeconomia se preocupa fundamentalmente com as leis do 
mercado. Assim, estuda a teoria do consumidor e a teoria da firma que permitem 
analisar o cenário do mercado, com base nas curvas de oferta e de demanda. 
Conceitos importantes 
Bens: são todas as coisas úteis que satisfazem as necessidades 
humanas. Podem ser não econômicos (abundantes ou livres) ou econômicos 
(raros ou escassos). 
 Preço: é a expressão monetária do valor de um bem ou serviço. Aos bens 
não econômicos não se pode atribuir preço, ou seja, não podem ser 
transacionados no mercado. Aos bens econômicos se atribui um preço e há de 
se negociar para adquiri-los. 
 Mercado: é o contexto (e não o local) em que compradores (lado da 
procura) e vendedores (lado da oferta) realizam transações. É a interação entre 
as forças de oferta e de procura. 
O comportamento do consumidor: a determinação da curva de demanda 
 São inúmeros os bens e serviços existentes e cada consumidor tem suas 
preferências. Cada consumidor tem sua própria cesta de mercado. Um conjunto 
de mercadorias constitui o que denominamos cesta de mercado. 
 Premissas: 
a) Os consumidores podem comparar e ordenar as diferentes cestas de 
mercado de acordo com suas preferências. 
b) Aas preferências são transitivas, isto é, se o consumidor prefere A a B 
e B a C, logo A é preferível a C. 
c) Os consumidores sempre preferem levar uma quantidade maior (em 
vez de uma quantidade menor) da mesma mercadoria. 
d) As preferências dizem respeito à satisfação dos consumidores e, por 
isso, não levam em conta os preços das mercadorias. 
 
 
4 
As preferências dos consumidores são representadas pela curva de 
indiferença, que contém todas as possíveis cestas de mercado que 
proporcionam o mesmo grau de satisfação ao consumidor. É representada por: 
U = f(x , y) 
Em que: 
“x” e “y” são os bens (produtos ou serviços) que compõem a cesta de 
mercado; 
U é a função utilidade (ou grau de satisfação) do consumidor. 
Veja a Figura 1. 
Figura 1 – Curva de indiferença com cinco cestas de mercado 
 y 
 A D 
 
 
 
 B 
 
 
 
 E C 
U (função utilidade (ou grau 
de satisfação)) 
 
 
 x 
 A curva U contém todas as cestas de mercado (no caso, A, B e C) que 
oferecem o mesmo grau de satisfação ao consumidor. Nessa curva de 
indiferença, a cesta D é preferível à cesta A e a cesta A é preferível à cesta E, 
dada a premissa de que uma quantidade maior de um bem é sempre preferível 
a uma quantidade menor desse mesmo bem. 
 O conjunto de curvas de indiferença acima, cada qual com um nível 
diferente de satisfação, tem o nome de mapa de indiferença. Quanto maior for 
o nível de satisfação do consumidor, mais distante a curva estará da origem dos 
eixos. O grau de utilidade (ou de satisfação) U1 é menor que U2, que é menor 
que U3. E assim por diante. Veja a Figura 2 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
 
 y 
 
 
 
 
 
 
 
 U3 
 
 U2 
 
 U1 
 x 
 
Propriedades das curvas de indiferença: 
1. As curvas de indiferença são negativamente inclinadas (são decrescentes). 
Cestas com maior quantidade de bens proporcionam maior satisfação ao 
consumidor. 
2. As curvas de indiferença não se interceptam. A cesta na curva U2 (acima) 
proporcionaria satisfação maior que uma cesta na curva U1, pois a curva U2 
contém mais bens. 
3. As curvas de indiferença são convexas em relação à origem. Para um mesmo 
nível de satisfação, o consumidor deve abrir mão de quantidades cada vez 
menores do bem y em troca de uma unidade a mais de x. 
 
TEMA 2 – RESTRIÇÕES ORÇAMENTÁRIAS 
 As curvas de indiferença mostram apenas as preferências do consumidor, 
ou seja, aquilo que o deixa mais satisfeito, sem levar em conta o preço dos bens 
e a renda necessária para adquiri-los. 
 Para entendermos o orçamento do consumidor, isto é, o quanto ele tem 
disponível para gastar, vamos supor que ele dispõe de uma renda 
predeterminada (R) e que a despende adquirindo apenas os bens x e y. Vamos 
supor ainda que: 
 qx é a quantidade adquirida de x; 
 qy é a quantidade adquirida de y; 
 
 
6 
 px é o preço de x; 
 py é o preço de y. 
 Então: 
 px . qx + py . qy = R (ou seja, gasto total = renda total) 
 Graficamente, teremos a denominada LINHA DE ORÇAMENTO ou 
ISORENDA. Veja a Figura 3. 
 
Figura 3 – Linha de Orçamento ou Isorenda 
 qy 
 
 R/ py 
 
 
 
 
 px . qx + py . qy = R 
 
 
  
 R/ px qx 
 
Ao longo da linha de orçamento, o consumidor estará gastando o mesmo 
montante para adquirir diferentes quantidades de x e y. O intercepto do y, em 
que qx é igual a zero, é dado por: 
 qy = R 
 py 
 Nesse caso, o consumidor está gastando R e adquirindo a cesta (0 , R/py). 
 A quantidade de x, quando qy for igual a zero, será dada por: 
 qx = R 
 px 
 Nesse caso, o consumidor está gastando R e adquirindo a cesta (R/px , 
0). 
 Como exemplo, suponha os dados da Tabela 1 a seguir. 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 
Tabela 1 – Linha de orçamento com qx + 2 . qy = 80 
CESTAS Gasto = Renda ( R ) Unidades de x (qx) Unidades de y (qy) 
A 80 0 40 
B 80 20 30 
C 80 40 20 
D 80 60 10 
E 80 80 0 
 
 Sendo px = 1, sendo py = 2 e sendo R = 80, a inclinação da linha de 
orçamento será: 
 tg  = – 
py
px
 = – 
2
1
 
 O sinal negativo mostra que alinha de orçamento é negativamente 
inclinada, ou seja, que cada acréscimo em x só pode ocorrer à custa de 
decréscimos em y, uma vez que a renda é predeterminada. 
 
Mudança no preço de um dos bens 
 No exemplo anterior, a linha de orçamento era qx + 2 . qy = 80 e a 
inclinação da reta era –1/2. 
 Suponhamos agora que o preço do bem x caia de 1 para 0,5. 
 A linha de orçamento passa a ser 0,5 . qx + 2 . qy = 80 e sua inclinação cai 
para –
py
px
 = –1/4. Veja a Figura 4. 
Figura 4 – Mudança no preço de um dos bens 
 qy 
 
 80 
 
 
 
 
 
 
 
 1 2 
 
 0 80 160 qx 
 
 
 
 
8 
Mudança nos preços de ambos os bens 
 É possível que ambos os preços tenham variado. Nesse caso, aumentará 
o consumo dos bens cujos preços caíram e diminuirá o consumo dos bens cujos 
preços subiram. Os gráficos assumem diferentes configurações. 
 
TEMA 3 – EFEITOS DE ALTERAÇÕES NA RENDA DO CONSUMIDOR 
 Vamos supor que a renda do consumidor se altera e os preços de x e de 
y permanecem constantes. Com isso, a linha de orçamento terá um 
deslocamento paralelo à linha original, ou para a direita ou para a esquerda, se 
a renda aumentou ou diminuiu, respectivamente. Como não houve rotação na 
linha, a inclinação é a mesma e a tg  permanece constante. 
 Vamos supor, como exemplo, que a renda do consumidor mudou de 80 
para 160. A linha inicial é representada por L1 e a linha depois da mudança é 
representada por L2. 
 Tínhamos qx + 2 . qy = 80 
 Então, quando qx = 0, temos que 2 . qy = 80 
Logo, qy = 40 
 Quando qy = 0, temos que qx = 80 
 Lembrar que a inclinação era tg  = – 
py
px
 = – 
2
1
 
 Ao aumentar a renda para 160, temos que qx + 2 . qy = 160 
 Então, quando qx = 0, temos que 2 . qy = 160 
Logo, qy = 80 
 Quando qy = 0, temos que qx = 160 
 Lembrar que a inclinação é a mesma. Veja a Figura 5. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9 
 
Figura 5 – Alterações na renda do consumidor 
 qy 
 
 y2 
 
 y1 
 
 L2 
 
 L1 
 
 
 0 x1 x2 qx 
 
 O consumo de x e de y aumentou porque a renda aumentou e não porque 
seus preços diminuíram. 
 
TEMA 4 – A DECISÃO DO CONSUMIDOR 
 Qual é a cesta de mercado que maximiza a satisfação do consumidor sem 
extrapolar sua restrição orçamentária? Vamos analisar a Figura 6. 
 
Figura 6 – Três diferentes cestas de mercado e uma linha de orçamento 
 qy 
 
 
A 
  C 
 
 
 B  
U3 
 
 U2 
 L1 
 U1 
 0 qx 
 
Considerando a linha de orçamento L1, observe qual será a sua decisão. 
Temos três curvas de indiferença: U1 (contendo a cesta A), U2 (contendo a cesta 
B) e U3 (contendo a cesta C). 
 
 
10 
 Sem levar em conta o orçamento ao qual está restrito, o consumidor 
escolheria a cesta C, pois é aquela que se encontra sobre a curva de indiferença 
mais distante da origem dos eixos, ou seja, a cesta que contém maiores 
quantidades de x e de y. 
 A cesta A não é a melhor escolha do consumidor, pois, se ele redistribuir 
seus gastos, comprando mais de x e menos de y, logo alcança a cesta B e esta 
lhe oferece maior satisfação já que está sobre U2. 
 A cesta C não será a escolhida porque, embora ofereça um grau de 
satisfação maior que as cestas A e B, não pode ser adquirida pelo consumidor 
em função de sua restrição orçamentária (a cesta C está além da linha L1). 
 Logo, a decisão da compra recairá sobre a cesta B, pois é a que oferece 
o maior grau de satisfação e está compatível com a realidade orçamentária do 
consumidor. 
 
TEMA 5 – A CURVA DE DEMANDA INDIVIDUAL 
O caminho que percorremos desde o início da TEORIA DO 
CONSUMIDOR tinha como propósito a construção da CURVA DE DEMANDA. 
 O primeiro passo foi a CURVA DE INDIFERENÇA. O segundo passo foi 
a LINHA DO ORÇAMENTO. O terceiro passo foi a ESCOLHA ÓTIMA DO 
CONSUMIDOR. Observamos que a escolha ótima está no ponto em que a RETA 
DE ORÇAMENTO tangencia a CURVA DE INDIFERENÇA no plano cartesiano 
qx x qy. 
 Se supusermos, agora, uma variação no preço de um dos bens, por 
exemplo, em px, sabemos que haverá uma rotação da linha de orçamento em 
torno do intercepto daquele bem cujo preço não variou (no caso, em torno de y). 
Para cada nova linha de orçamento, haverá uma nova cesta ótima de consumo. 
A união dos diferentes pontos de escolha ótima, os quais surgem depois de 
ocorridas variações no preço de um dos bens, dá origem à CURVA DE PREÇO-
CONSUMO, como mostrado no gráfico anterior. 
 Quando os dados da curva de preço-consumo são projetados para o plano 
qx x px, ou seja, para o plano cartesiano que contempla a quantidade do bem 
cujo preço variou e todas as possibilidades de variação do seu preço, 
encontramos a CURVA DE DEMANDA. 
 Em outras palavras, a curva de demanda registra a quantidade de x que 
será adquirida em função do nível de preços de x. A curva de demanda é 
 
 
11 
negativamente inclinada, mostrando que, quanto maior o preço, menor será a 
disposição do consumidor em adquirir x, e, quanto menor o preço, maior será 
essa disposição. A isso denominamos LEI GERAL DA PROCURA. Veja a Figura 
7. 
 
Figura 7 – A curva de demanda individual 
 
 qy 
 
 
 
 
  A 
 Curva de preço-consumo 
  B C 
  
 
 U3 
 U2 
 L1 L2 U1 L3 
 0 qx1 qx2 qx3 qx 
 
 px 
 
 
 
 px1  A 
 
 
 
 px2  B 
 
 px3  C 
 D 
 
 
 0 qx1 qx2 qx3 qx 
 
 
Determinantes da demanda 
 A demanda ou procura por determinado bem x ( Dx ) é a quantidade desse 
bem que os compradores desejam adquirir em determinado período de tempo. 
 
 
12 
Além do preço do bem x ( px ), é influenciada por uma série de outros fatores, 
sendo que os mais relevantes são: 
a) a renda do consumidor ( R ); 
b) o preço dos bens substitutos do bem x ( ps ); 
c) o preço dos bens complementares ao bem x ( pc ); 
d) os hábitos e gostos dos consumidores ( H ). 
 
Observamos que todos os determinantes de demanda variam 
simultaneamente, sendo difícil avaliar o efeito de cada um de modo individual. 
Assim, os economistas valem-se da condição coeteris paribus, uma expressão 
latina que significa “tudo o mais permanece constante”. 
Assumindo-se essa condição, a demanda de um bem x apenas em 
relação ao seu preço é dada por: 
 Dx = f ( px ) 
Observe que variações no preço do bem provocam mudanças na 
quantidade demandada, sem alterar a curva de demanda. Assim, falar em 
demanda significa referir-se a toda a curva, enquanto que a quantidade 
demandada diz respeito a determinado ponto dessa curva. 
 
Efeito substituição e efeito renda 
 Verificamos que, se um bem x qualquer obedece à lei geral da procura, 
sua curva de demanda é negativamente inclinada, evidenciando o fato de que o 
preço e a quantidade demandada caminham em sentidos contrários. Sempre 
que o preço de um bem cai, o consumidor, embora sua renda fique inalterada, 
torna-se relativamente mais rico, já que pode comprar mais daquele bem. 
 A quantidade que ele compra a mais de x simplesmente porque esse 
produto ficou mais barato chama-se EFEITO SUBSTITUIÇÃO. Por que 
substituição? Porque ele deixa de comprar algumas unidades de y para 
aproveitar o baixo preço de x. 
 Graficamente, precisamos traçar uma linha de orçamento imaginária (L’1) 
para entender o quanto o consumidor está disposto a abrir mão de y para 
aproveitar o bom momento de comprar x, sem nos deixarmos influenciar pelo 
aumento relativo na sua renda. 
 Com o recurso L’1, vemos que oconsumidor aumenta seu consumo de x 
de qx1 para q’x1 e, para não sair da curva de indiferença U1, ele deve abrir mão 
 
 
13 
de alguma quantidade de y, trocando a cesta A pela cesta C. Mas o movimento 
de demanda não acaba aí. Como o consumidor fica, de fato, relativamente mais 
rico depois que px cai, ele não só aumenta sua quantidade demandada de x (de 
q’x1 para qx2), como também aumenta sua quantidade adquirida de y (que passa 
de q’y1 para qy2). A passagem da cesta C para a cesta B representa o EFEITO 
RENDA. O efeito total da variação em x corresponde à soma dos efeitos 
substituição e renda e é representado graficamente pela troca da cesta A 
(escolha inicial) pela cesta B (escolha final). Veja a Figura 8. 
 
Figura 8 – Efeito substituição e efeito renda 
 qy 
 
 
 
 Curva de preço-consumo 
 qy1  A B 
 qy2  
 
 
q’y1  C U2 
 
 
 L1 L’1 U1 L2 
 
 0 qx1 q’x1 qx2 qx 
 
 Efeito substituição Efeito renda 
 
 Efeito total 
 px 
 
 px1 A 
 
 px2 B 
 D 
 
 
 
 
 
 
 0 qx1 qx2 qx 
 
 
 
14 
Ocorrem casos em que a curva de demanda, embora seja decrescente, é 
bem mais inclinada como representado a seguir. Isso significa que, embora o 
bem em questão atenda à lei geral da procura, seu efeito-renda é negativo, ou 
seja, à medida que o consumidor fica mais rico, ele consome menos do bem que 
ficou mais barato (no caso, o x) e mais do outro (no caso, o y). 
 Um caso extremo ocorre quando o efeito renda não só é negativo, como 
também é mais forte do que o efeito substituição, ou seja, o consumidor não 
substitui um bem que ficou mais caro por outro, cujo preço não tenha se alterado. 
Quando isso acontece, a curva de demanda deixa de atender à lei geral 
da procura e passa a ser positivamente inclinada, como mostra a Figura 9. 
 
Figura 9 – Curva de demanda positivamente inclinada por não atender à lei geral 
da procura 
 
 
 
 
 
 
 
 
15 
Os bens, cuja quantidade demandada aumenta quando o preço aumenta, 
são chamados bens de Giffen. Veja a Figura 10. 
 
Figura 10 – Curva de demanda para bens de Giffen 
 
 
Deslocamento da curva de demanda 
 A curva de demanda se desloca em relação à sua posição original quando 
uma daquelas variáveis que supusemos exógenas ao modelo (renda do 
consumidor, preços dos outros bens e hábitos e gostos) mudar de valor. Quando 
a mudança no valor de uma dessas variáveis aumentar a demanda por x, a curva 
Dx se deslocará para a direita. Analogamente, quando a mudança na referida 
variável diminuir a demanda, a curva Dx se deslocará para a esquerda. 
 
 
16 
 
Mudança na renda dos consumidores 
 Sob a ótica da renda, os bens são classificados em normais e inferiores. 
Um bem é normal quando o aumento na renda dos consumidores aumenta a 
demanda por esse bem. Um bem é dito inferior se, havendo um aumento na 
renda, para um mesmo nível de preços p, os consumidores desejarem consumir 
quantidades menores desse bem. Isso acontece, por exemplo, com carne de 
segunda. Fenômeno inverso ocorre quando há uma diminuição no rendimento 
do consumidor. Nesses casos, a curva de demanda se desloca paralelamente. 
Lembrar que, ao estudar o mapa de indiferença, foi verificado que. quanto mais 
distante a curva estiver da origem dos eixos, maior é a satisfação do consumidor. 
 
Mudança nos preços de outros bens 
 De maneira semelhante à variação na renda dos consumidores, 
movimentos podem ocorrer na demanda quando variam os preços de outros 
bens (pz). 
 A relação entre o bem x e o bem z pode ser de uma das três seguintes 
formas: 
a) z é substituto de x; 
b) z é complementar de x; 
c) z é um bem de consumo independente de x. 
 Quando x e z são independentes, o preço de z nada tem a ver com a 
demanda de x. Por exemplo: feijão e automóveis. 
 Existem bens, entretanto, em que o consumo de um deles exclui o 
consumo de outro (mesmo que parcialmente). Por exemplo: manteiga e 
margarina. 
 Quando x e z são substitutos, o aumento no preço de z (Δpz> 0) tornará 
seu consumo menos atrativo do que o do bem x, fazendo aumentar a demanda 
por esse último. Nesse caso, a curva de demanda do bem x se deslocará para a 
direita. Analogamente, uma diminuição no preço de z (Δpz< 0) o tornará mais 
atrativo, deslocando a curva de demanda do bem x para a esquerda. 
 Os bens x e z podem, ainda, ser complementares. Por exemplo: caderno 
e caneta, pão e manteiga, cama e colchão. Nesse caso, o aumento no preço de 
z provocará uma diminuição no seu consumo; como o consumo de z está 
associado ao de x, a demanda deste também diminuirá, deslocando sua curva 
 
 
17 
para a esquerda. Assim, caso o preço de z diminua, a curva de demanda de x 
se deslocará para a direita. 
 
Mudança nos hábitos e gostos dos consumidores 
 Muitas vezes um bem deixa de ser consumido não porque está caro, mas 
porque não faz parte dos hábitos dos consumidores. Esses hábitos podem ser 
estimulados ou desestimulados, sobretudo por meio de propagandas e 
campanhas de publicidade. 
 Sendo assim, um estímulo positivo à compra de determinado bem 
acrescentará um deslocamento para a direita da curva de demanda e um 
estímulo negativo provocará um deslocamento para a esquerda. 
 Uma síntese dos deslocamentos da curva de demanda pode ser vista no 
Quadro 1 a seguir. 
Quadro 1 – Deslocamentos da curva de demanda 
AUMENTO DA DEMANDA DIMINUIÇÃO DA DEMANDA 
 Aumento da renda do consumidor 
 Aumento no preço dos bens 
substitutos 
 Diminuição no preço dos bens 
complementares 
 Mudança favorável nos hábitos e 
gostos 
 
 
 
 
 
 Diminuição na renda do consumidor 
 Diminuição no preço dos bens 
substitutos 
 Aumento no preço dos bens 
complementares 
 Mudança desfavorável nos hábitos e 
gostos 
 
 
 
 
 
 
FINALIZANDO 
Verificamos que, para a determinação dos preços de bens e serviços, 
precisamos conhecer o comportamento dos consumidores. Usamos a Curva de 
Indiferença para analisar inicialmente esse comportamento. Analisamos como 
suas restrições orçamentárias e o quanto o aumento ou a diminuição das suas 
rendas afetam as suas decisões na compra de bens ou de serviços. Verificamos, 
18 
na sequência, quais os determinantes da demanda e aprendemos a determinar 
a curva de demanda. 
Assim, verificamos que a primeira teoria na qual se baseia a 
microeconomia é a Teoria do Consumidor. 
Nosso próximo passo será estudar a Teoria da Firma, o outro lado, ou 
seja, o agente responsável por produzir bens e serviços. 
REFERÊNCIAS 
ANKIW. N. G. Introdução à economia: princípios de micro e macroeconomia. 
2. ed. Rio de Janeiro: Campus, 2001.
MONTELLA, Maura. Micro e macroeconomia: uma abordagem conceitual e 
prática. São Paulo: Atlas, 2009. 
STIGLITZ, J.; WALSH, C. E. Introdução à microeconomia. Rio de Janeiro: 
Campus, 2003. 
TEBCHIRANI, F. R. Princípios de economia: micro e macro. 2. ed. Curitiba: 
Ibpex, 2008. 
VASCONCELLOS, M. A. S. Economia: micro e macro. 3. ed. São Paulo: Atlas, 
2002. 
VASCONCELLOS, M. A. S.; GARCIA, M. E. Fundamentos de economia. 2. ed. 
São Paulo: Saraiva, 2004. 
LEITURA COMPLEMENTAR
http://dbconcurseiro.blogspot.com.br/2015/03/comportamento-do-
consumidor.html

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