Prévia do material em texto
QUEIXA-CRIME (Art. 41, do CPP e o art. 100, §2º, do CP e/ou art. 30, do CPP) Pedro, engenheiro de uma renomada empresa da construção civil, possui um perfil em uma das redes sociais existentes na Internet e o utiliza diariamente para entrar em contato com seus amigos, parentes e colegas de trabalho. Além disso, também utiliza constantemente as ferramentas da Internet para contatos profissionais e lazer, como o fazem milhares de pessoas no mundo contemporâneo. No dia 19/04/2016, sábado, Pedro comemora aniversário e planeja, para a ocasião, uma reunião à noite com parentes e amigos para festejar a data em uma famosa churrascaria da cidade de Niterói, no estado do Rio de Janeiro. Na manhã de seu aniversário, resolveu, então, enviar o convite por meio da rede social, publicando postagem alusiva à comemoração em seu perfil pessoal, para todos os seus contatos. Helena, vizinha e ex-namorada de Pedro, que também possui perfil na referida rede social e está adicionada nos contatos de seu ex, soube, assim, da festa e do motivo da comemoração. Então, de seu computador pessoal, instalado em sua residência, um prédio na praia de Icaraí, em Niterói, publicou na rede social uma mensagem no perfil pessoal de Pedro. Naquele momento, Helena, com o intuito de ofender o ex-namorado, publicou o seguinte comentário: não sei o motivo da comemoração, já que Pedro não passa de um idiota, bêbado, porco, irresponsável e sem vergonha e, com o propósito de prejudicar Pedro perante seus colegas de trabalho e denegrir sua reputação acrescentou, ainda, ele trabalha todo dia embriagado e vestindo saia! No dia 10 do mês passado, ele cambaleava bêbado pelas ruas do Rio, inclusive, estava tão bêbado no horário do expediente que a empresa em que trabalha teve que chamar uma ambulância para socorrê-lo! Imediatamente, Pedro, que estava em seu apartamento e conectado à rede social por meio de seu tablet, recebeu a mensagem e visualizou a publicação com os comentários ofensivos de Helena em seu perfil pessoal. Pedro, mortificado, não sabia o que dizer aos amigos, em especial a Marcos, Miguel e Manuel, que estavam ao seu lado naquele instante. Muito envergonhado, Pedro tentou disfarçar o constrangimento sofrido, mas perdeu todo o seu entusiasmo, e a festa comemorativa deixou de ser realizada. No dia seguinte, Pedro procurou a Delegacia de Polícia Especializada em Repressão aos Crimes de Informática e narrou os fatos à autoridade policial, entregando o conteúdo impresso da mensagem ofensiva e a página da rede social na Internet onde ela poderia ser visualizada. Passados quatro meses da data dos fatos, Pedro procurou seu escritório de advocacia e narrou os fatos acima. Você, na qualidade de advogado de Pedro, deve assisti-lo. Informa-se que a cidade de Niterói, no Estado do Rio de Janeiro, possui Varas Criminais e Juizados Especiais Criminais. Com base somente nas informações de que dispõe e nas que podem ser inferidas pelo caso concreto acima, redija a peça cabível, sustentando, para tanto, as teses jurídicas pertinentes. Indique também o último dia para oferecimento da peça cabível. EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO JUIZADO ESPECIAL CRIMINAL DE NITÉROI PEDRO, nacionalidade..., estado civil ..., engenheiro, portador do RG... e do CPF..., residente e domiciliado na..., nº..., bairro, Nitéroi , Rio de Janeiro, CEP, endereço eletrônico, neste ato representado por seu bastante procurador (PROCURAÇÃO COM PODERES ESPECIAIS ANEXA), vem, mui respeitosamente, perante Vossa Excelência, oferecer, com fulcro nos art. 41 e art. 30 do CPP, c/c art. 100, §2º, do CP QUEIXA-CRIME Em desfavor de HELENA, nacionalidade..., estado civil ..., profissão , portadora do RG... e do CPF..., residente e domiciliado na praia de icaraí, nº..., bairro, Nitéroi , Rio de Janeiro, CEP, endereço eletrônico, pelas razões fáticas e jurídicas que passo a expor: I. FATOS No dia 19/04/2016 o querelante pretendia reunir amigos e familiares para comemorar o seu aniversário em uma churrascaria conhecida da cidade, este enviou o seu convite por meio de seu perfil pessoal de uma rede social. Assim a querelada que faz parte da lista de contatos tento conhecimento do evento, fez um comentário com a finalidade de denigrir a imagem do reclamando por ser seu ex companheiro, mensagem essa s seguir descrita: “Pedro não passa de um idiota, bêbado, porco, irresponsável e sem vergonha, no dia 10 do mês passado, ele cambaleava bêbado pelas ruas do Rio, inclusive, estava tão bêbado no horário do expediente que a empresa em que trabalha teve que chamar uma ambulância para socorrê-lo!” No mesmo instante o querelante que estava acompanhado pelos seus amigos Marcos, Miguel e Manuel, obteve conhecimento da publicação feita por Helena através do seu tablet. Assim movido por intenso abalo e constrangimento causado por Helena, teve que cancelar a festa. Diante do exposto é evidente a difamação sofrida pelo querelante. II. DO DIREITO Diante os fatos narrados, verifica-se que a querelada praticou o crime de difamação tipificado no art. 139 do Código Penal nos seguintes termos: Difamação art. 139 – Difamar alguém, imputando-lhe fato ofensivo à sua reputação. Pena – Detenção, de três meses a um ano, e multa. Injuria art. 140 – Injuriar alguém, ofendendo- lhe a dignidade ou o decoro: Pena – detenção, de um a seis meses, ou multa. A referida infração penal, ademais, demanda a incidência da causa de aumento de pena de um terço, disposta no inciso III do artigo 141 do Código Penal: “ Art 141 – as penas contidas neste artigo aumenta-se de um terço se qualquer dos crimes é cometido (...): III – na presença de várias pessoas, ou por meio que facilite a divulgação da calúnia, da difamação ou da injúria.” Pelo fato que ao proferir esta mensagem descrita a cima em uma rede social com a nítida intenção de ofender a honra do seu ex namorado, ora querelante, a querelada imputou a Pedro, perante terceiros, fato ofensivo a sua reputação, maculando profundamente sua honra. Ademais resta evidenciado que, pelo fato da mensagem está vinculada em uma rede social, perante inúmeras pessoas Helena difamou Pedro por um meio de fácil propagação, causando-lhe intensa exposição do querelante – inclusive diante dos seus amigos que ali estavam com ele n momento, e que presenciaram o fato. Diante o exposto se faz a condenação da querelada pelo crime de difamação, tipificado no artigo 139, 140, com incidência da causa de aumento de pena prevista no art. 141, inciso III ambos do Código Penal. III. DAS PROVAS Protesto provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitas, em especial a testemunhal e documental. IV. DO PEDIDO a) Isto REQUER, a procedência do pedido, com a consequente condenação da querelada nas penas dos art. 139, art. 140 e 141, III, todos do CPP; b) Requer ainda, a citação do réu para que apresente resposta à acusação; c) Condenação da querelada as custas processuais e ao valor mínimo de indenização nos termos do art. 387, IV, CPP Nestes termos, Pede deferimento. Local... 17 de outubro de 2016 ADVOGADO... OAB/UF... nº... V. ROL TESTEMUNHAS: a) MARCOS, residente e domiciliado na, nº, bairro, cidade, estado, CEP; b) MIGUEL, residente e domiciliado na, nº, bairro, cidade, estado, CEP; c) MANUEL, residente e domiciliado na, nº, bairro, cidade, estado, CEP; I.P/ T.C Denúncia/ Queixa-crime Recibimento da Den./Queixa citação do Réu RESPOSTA À ACUSAÇÃO Audiência de Instrução e Julgamento O.T.T.P.A.R.I ALEGAÇÕES FINAIS p/ Memoriais Sentença Apelação/Rese