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Legislação e 
Normas Técnicas
O Ordenamento Jurídico Brasileiro e a Saúde do Trabalhador
Responsável pelo Conteúdo:
Prof.ª Dr.ª Sandra Regina Cavalcante
Revisão Textual:
Prof.ª Dr.ª Luciene Oliveira da Costa Granadeiro
Nesta unidade, trabalharemos os seguintes tópicos:
• Direito: Noções Terminológicas;
• Normas: Hierarquia e Tipos Legais;
• Jurisprudência: importante Fonte do Direito;
• O Poder Judiciário;
• Saúde do Trabalhador: Contextualização e Desafios.
Fonte: iStock/Getty Im
ages
Objetivos
• Apresentar visão geral e integrada sobre o sistema jurídico e a estrutura institucional 
existente no país para a área da Saúde do Trabalhador, que abrange o especialista em 
Engenharia de Segurança do Trabalho.
Caro Aluno(a)!
Normalmente, com a correria do dia a dia, não nos organizamos e deixamos para o úl-
timo momento o acesso ao estudo, o que implicará o não aprofundamento no material 
trabalhado ou, ainda, a perda dos prazos para o lançamento das atividades solicitadas.
Assim, organize seus estudos de maneira que entrem na sua rotina. Por exemplo, você 
poderá escolher um dia ao longo da semana ou um determinado horário todos ou alguns 
dias e determinar como o seu “momento do estudo”.
No material de cada Unidade, há videoaulas e leituras indicadas, assim como sugestões 
de materiais complementares, elementos didáticos que ampliarão sua interpretação e 
auxiliarão o pleno entendimento dos temas abordados.
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de 
discussão, pois estes ajudarão a verificar o quanto você absorveu do conteúdo, além de 
propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de 
troca de ideias e aprendizagem.
Bons Estudos!
O Ordenamento Jurídico Brasileiro 
e a Saúde do Trabalhador
UNIDADE 
O Ordenamento Jurídico Brasileiro e a Saúde do Trabalhador
Contextualização 
O Direito é um conjunto de institutos criados pelo homem para viabilizar o convívio so-
cial em relativa paz e segurança, dando condições de previsibilidade nas relações humanas. 
Mas ele é um “canteiro de obras” repleto de dissenso e em constante construção. Ao re-
gular as relações humanas por meio de regras e limitações no interesse do bem comum, 
o Direito cria condições para transformar materialmente o mundo. E essa transformação 
pressupõe, necessariamente, a presença do trabalho humano.
O trabalho, por sua vez, ocupa papel central na existência humana. As palavras usadas 
cotidianamente ao se referir à atividade profissional do indivíduo deixam evidente tal relevân-
cia: “O que você vai ser quando crescer?”, “O que você faz na vida?”. O trabalho é um ele-
mento essencial na constituição da saúde, da identidade e, para a maior parte das pessoas, 
o principal elo entre os indivíduos e a sociedade. Trabalhar significa pensar, agir, conviver, 
construir-se a si próprio e confrontarse perante o mundo. O trabalho é um dos espaços 
da vida determinantes na construção e na desconstrução da saúde (ASSUNÇÃO e LIMA, 
2003). Esse contínuo confronto identitário gera um sofrimento que não necessariamente 
será patológico, pois, a depender das condições que o trabalhador tem de superá-lo, poderá 
ser fator de crescimento e de desenvolvimento psíquico (SZNELWAR et al., 2015).
O Brasil, chamado na década de 1970 de campeão mundial em acidentes de 
trabalho, adotou desde então alterações legislativas, punições mais severas e outras 
medidas para melhorar a segurança e qualidade de vida nos locais de trabalho; o país 
apresentou progressos, mas ainda está longe de uma situação aceitável (OLIVEIRA, 
2014; ALMEIDA e VILELA, 2010; MELO, 2006). Apesar da estrutura institucional 
e normativa criada, grande número de trabalhadores continua encontrando doença e 
morte quando vai à busca do “ganhar a vida” (OLIVEIRA, 2014).
Uma das medidas trazidas pela legislação visando reduzir o número de acidentes e doenças 
ocupacionais foi a obrigatoriedade das empresas possuírem um Serviço Especializado em 
Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT), que é previsto no artigo 162 
da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) e na Norma Regulamentadora 4(NR4).
O especialista em Engenharia de Segurança do Trabalho precisa, para desempenhar 
a contento sua função de prevenir os riscos nas atividades de trabalho, conhecer as 
normas técnicas aplicáveis nas mais diversas situações. Contudo, para ser um profissional 
de referência que sabe se articular com os diversos setores da empresa (técnico, jurídico, 
administrativo), bem como com os órgãos públicos e privados envolvidos neste segmento 
da Saúde e Segurança do Trabalho, é preciso ir além. E deve passar pela compreensão da 
importância da responsabilidade técnica e compromisso assumido quando se desenvolve 
a atividade de Engenheiro de Segurança do Trabalho. 
As normas estão inseridas em um conjunto legislativo que implica na forma como será 
interpretada cada linha da especificação técnica; é impossível entender as entrelinhas do 
conjunto de normas aplicáveis a uma situação sem conhecer os princípios que regem 
o ordenamento jurídico. E já que a lei não dá conta de prever todas as situações reais 
possíveis, é essencial ter essa formação acerca do sistema jurídico e estrutura institucional 
existente no país, que norteará o profissional para se posicionar diante das instituições 
existentes e embasará suas decisões diante da grande responsabilidade de zelar pela 
saúde e integridade física do trabalhador.
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7
Direito: Noções Terminológicas
Justiça, direito e lei são conceitos que se entrelaçam, a tal ponto de serem considerados 
uma só coisa pelo senso comum. Contudo, nem sempre possuem o mesmo significado 
e podem até mesmo entrar em colisão. 
Eleita como a palavra do ano em 20181, Justiça é um conceito abstrato que se refere 
ao estado ideal e almejado de interação social equilibrada. Embora signifique condição 
do que é equitativo ou moralmente correto, o termo também é utilizado para se referir 
ao próprio Poder Judicial.
A deusa grega Têmis (Themis) está representada na escultura  “A Justiça”, de Alfredo 
Ceschiatti, localizada em Brasília, na frente do Supremo Tribunal Federal (STF). A obra 
segue a tradição de mostrar a “deusa da justiça” com os olhos vendados, para sinalizar 
a sua imparcialidade, e com espada, que simboliza a força de que dispõe para impor o 
direito. Muitas representações possuem também uma balança, que simboliza a necessária 
ponderação dos interesses das partes em conflito. 
Figura 1
Fonte: iStock/Getty Images
O direito é um fenômeno de regulação social que tem como objetivo atingir o estado 
de equilíbrio da justiça, muito embora nem sempre o alcance. O direito permeia todas 
as relações sociais e a vida do indivíduo, do nascer ao morrer, desde uma corrida de táxi 
até a punição por um crime. Ele possui várias fontes que lhe dão alicerce e direção, e a 
principal delas é a lei (ao lado dos costumes, jurisprudência, doutrina, analogia, princípios 
e equidade). Assim, quando um juiz decide ou um advogado requer algo em juízo, será 
preciso fundamentar tal argumentação em uma ou várias dessas fontes do Direito, que 
se dá principalmente na aplicação da legislação em vigor para aquele assunto.
O Princípio da Legalidade pode simplificar a compreensão do papel exercido pela 
lei na sociedade humana. Previsto na Constituição da República Federativa do Brasil de 
1988 (CRFB/88, artigo 5º, inciso II), declara que “ninguém será obrigado a fazer ou 
1 O dicionário da editora Merriam-Webster’s, nos Estados Unidos, elegeu “justiça” como a palavra do ano 2018. 
De acordo com a editora, ela esteve no topo das pesquisas neste ano e foi consultada 74% vezes a mais que em 
2017. Disponível em: <https://goo.gl/YthHfY>. Acesso em 17/12/2018.
7
UNIDADEO Ordenamento Jurídico Brasileiro e a Saúde do Trabalhador
deixar alguma coisa senão em virtude de lei”. Dessa forma, temos que, se algo não está 
descrito na lei como proibido, ninguém poderá exigir que esse algo não seja feito. 
Vale destacar que a aplicação desse princípio difere quando se trata da Administração 
Pública: enquanto o indivíduo pode fazer tudo o que a lei não proíbe, o administrador 
público deve fazer tudo o que a lei autoriza. Ou seja, dentro da Administração Pública 
a legalidade restringe a atuação naquilo que é permitido por lei, de acordo com os 
interesses públicos. Já no âmbito privado, o cidadão pode fazer tudo o que a lei não 
previu como proibido.
A interpretação da lei se dá por alguns caminhos, a mais adotada é a sistemática 
porque considera todo o arcabouço legal sob o qual a regra se insere e está subordinada. 
Chama-se hermenêutica jurídica a técnica de interpretação aprendida nas faculdades de 
direito que consiste em um percurso racional e sistemático, dentro da ordem jurídica, 
para responder a determinado caso. 
Normas: Hierarquia e Tipos Legais
Ordenamento jurídico é o nome que se dá ao conjunto hierarquizado de normas 
que disciplinam coercitivamente as condutas humanas, com a finalidade de buscar 
harmonia e a paz social. Nesse sistema, a constituição tem papel de preponderância, 
ou seja, todas as demais normas precisam conter regras compatíveis com aquelas 
presentes na constituição.
Inicialmente, é preciso esclarecer que o termo “norma” tem um significado genéri-
co, sendo utilizado em sentido amplo para se referir a qualquer espécie legislativa ou 
ato normativo com cunho regulamentar. A figura 2 a seguir indica que o nível superior 
precisa ser respeitado em todos os seus preceitos pela norma inferior, caso contrário, 
haverá colisão de normas. Nessa situação, a norma hierarquicamente superior deve ser 
respeitada. Por exemplo, os contratos e sentenças fazem lei entre as partes, mas não 
podem desrespeitar as portarias, leis, tratados e constituição no que for aplicável àquele 
tema, sob risco de anulação do contrato ou reforma da sentença.
Observe que algumas nomenclaturas utilizadas geram dúvidas. Por exemplo, a maio-
ria da matéria relativa à Saúde e Segurança do Trabalho (SST) é tratada por Normas 
Regulamentadoras (NR) emitidas pelo Ministério do Trabalho. Contudo, as NRs recebem 
tal denominação, mas são criadas por portarias. 
No que se refere à lei, o termo ordinário significa comum e, assim, essa é a mais 
usual espécie de lei no ordenamento jurídico, pois possui um trâmite de aprovação 
mais simples que os demais tipos legais. Há outras modalidades de lei, como a lei 
complementar, contudo, quando se usa a nomenclatura “lei” o que se lê nas entrelinhas 
é que está se falando de um produto do processo legislativo, ou seja, um ato normativo 
de competência do Poder Legislativo.
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Enquanto as leis têm como fonte de inspiração a Constituição Federal e criam, mo-
dificam, ou extinguem direitos, o decreto tem como finalidade regulamentar uma lei, 
portanto, não podem inovar o mundo jurídico. O decreto regulamentar é um ato admi-
nistrativo e sua emissão é de competência do chefe do Poder Executivo, sem votação e 
discussão no Poder Legislativo. Um bom exemplo é o que ocorre na legislação previden-
ciária, com a Lei 8.213/91 que dispôs sobre os Planos de Benefícios da Previdência So-
cial, mas de forma genérica e abstrata, tendo sido publicado posteriormente o Decreto 
3.048/99, que detalha como será operacionalizada a Previdência Social, esmiuçando 
pormenores para a fiel execução da lei, mas sem inovações do que já fora previsto na 
Lei 8.213/91.
As portarias, por sua vez, são atos administrativos emitidos pelos chefes dos órgãos 
públicos e têm como objetivo disciplinar o funcionamento da Administração Pública e a 
conduta de seus agentes. Elas precisam respeitar o que consta nas leis, nos decretos e, 
obviamente, na constituição.
CRFB e
Emendas
Sentenças
e Contratos
Portarias
e Resoluções
Medidas Provisórias
e Decretos
Leis Ordinárias
e Leis Delegadas
Lei Complementar
Tratados
Internacionais*
*Se tratado internacional sobre direitos humanos ou aprovado
em rito especial no Congresso Nacional, terá mesmo status
de norma constitucional.
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Figura 2 – Hierarquia das normas
*Se tratado internacional sobre direitos humanos ou aprovado em rito especial no 
Congresso Nacional, terá mesmo status de norma constitucional.
Embora a Figura 2 represente essencialmente a hierarquia de normas federais (com a 
Constituição Federal no topo), vale destacar que o mesmo se aplica para normas estadu-
ais e municipais. Assim, cada estado possui sua Constituição Estadual que também pre-
cisa ser respeitada em todos os termos pelas leis criadas pelas Assembleias Legislativas 
daquele estado. As Câmaras Municipais, por sua vez, representam o Poder Legislativo 
do município e precisam observar a Lei Orgânica daquela cidade em cada norma que for 
debatida e criada. A divisão dos assuntos que serão legislados na esfera federal, estadual 
ou municipal, bem como a organização político-administrativa do Estado brasileiro, é 
feita pela CRFB/88 (artigos 18 a 33).
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UNIDADE 
O Ordenamento Jurídico Brasileiro e a Saúde do Trabalhador
Jurisprudência: Importante Fonte do Direito
O termo “jurisprudência” significa “sabedoria dos tribunais”. Trata-se do conjunto de 
decisões judiciais proferidas sobre determinada matéria. As decisões reiteradas do judiciário 
são utilizadas como fonte do direito, no sentido de serem matéria-prima da qual nasce o 
direito. Isso ocorre porque, embora o ordenamento jurídico disponha de leis tratando dos 
mais variados assuntos, persistem lacunas, já que é muito difícil prever todas as situações que 
podem acontecer na prática. Em outros casos, a redação da norma dá margem a mais de 
uma interpretação, ou podem ocorrer conflitos de normas. Nessas situações, cabe ao juiz 
dar a solução ao caso concreto, tomando uma decisão fundamentada no sistema jurídico 
existente, e com frequência outros julgamentos são utilizados de parâmetros para decidir.
Quando uma jurisprudência se consolida, é comum a edição de súmulas, que são 
enunciados afirmando a regra originada a partir da aplicação da legislação, decisões 
anteriores e demais fontes do direito segundo a interpretação daquele tribunal. Assim, é 
muito importante conhecer as súmulas e jurisprudência dos tribunais, pois sinaliza como 
a lei vem sendo aplicada aos casos concretos.
Você pode acessar todas as Súmulas do Tribunal Superior do Trabalho (TST) no site: 
https://goo.gl/sI3iS. Para conhecer a jurisprudência do TST sobre determinado assunto, 
acesse o link: https://goo.gl/1Jk9zl.
A súmula é, no contexto jurídico, uma interpretação jurisprudencial sem efeito de vínculo, 
visando auxiliar outros tribunais na interpretação de casos semelhantes aos que ela aborda. 
Contudo, desde 2004, existe no país a previsão da Súmula Vinculante, que obriga os demais 
tribunais a seguirem a decisão do STF; ela foi criada justamente para reduzir a sobrecarga da 
nossa corte máxima, que recebia todos os anos centenas de recursos para casos aos quais já 
dera parecer. Até 2018, foram editadas 56 súmulas vinculantes pelo STF. 
Cabe ainda mais uma explicação envolvendo a jurisprudência. Em alguns países de tradição 
inglesa, como os EUA, o Direito tem como principal fonte as decisões judiciais. É o sistema 
conhecido como “Common Law”, sendo chamadas de “precedentes” as decisões anteriores 
sobre o mesmo caso, semelhantes às nossas súmulas. Você provavelmente já ouviu falar que 
a constituição americana tem apenas 7 artigos e 27 emendas. Ela é a mais curta constituição 
em vigor no mundo, mas faz toda a diferença lembrar que na estrutura jurídica daquele país 
as principais regras são construídaspela jurisprudência e não pelo processo legislativo, como 
ocorre no Brasil e na maior parte dos países (sistema conhecido como “Civil Law”).
O Poder Judiciário
O Estado brasileiro é formado por três poderes, cuja estrutura e separação de compe-
tências se encontram na CRFB/88. O Poder Judiciário, regulado nos artigos 92 a 126, 
possui vários órgãos que estão divididos por área de atuação: Justiça Comum (tanto es-
tadual quanto federal) e as especializadas Justiça do Trabalho, Justiça Eleitoral e Justiça 
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Militar. Por exclusão, as matérias que não são de competência da Justiça Federal ou de 
qualquer outra justiça especializada são de competência da Justiça Comum estadual. 
Figura 3 – Organograma do Poder Judiciário do Brasil
Fonte: Conselho Nacional de Justiça
Os órgãos do Poder Judiciário estão hierarquicamente apresentados na figura acima, 
de autoria do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), criado em 2005 com a função de tornar 
o Poder Judiciário do país mais eficiente, transparente e célere, por meio do controle 
administrativo e financeiro (ARCURI, 2015). Para você ter uma noção da magnitude do 
Poder Judiciário do Brasil, saiba que se submetem ao controle do CNJ os 90 tribunais 
brasileiros e seus 18.168 magistrados (CNJ, 2018), assim divididos: 4 tribunais superiores 
(STJ, TST, STM e TSE), 5 TRFs, 24 TRTs, 27 TREs, 3 TJMs e 27 TJs.
A função típica do Poder Judiciário é a jurisdicional, ou seja, dizer com quem está 
o direito, resolver os conflitos de interesses em cada caso concreto, por meio de um 
processo judicial. Como regra, os processos se originam nas varas, julgados por juiz 
singular (apenas um magistrado) e podem ser levados, por meio de recursos, para a 
segunda instância (tribunais regionais ou tribunais superiores), de tal forma que a decisão 
anteriormente proferida será revisada por órgão colegiado (grupo de juízes) que poderá 
manter ou alterar a sentença ou acórdão.
Sentenças são as decisões prolatadas nas varas (juízo de primeiro grau), enquanto 
os acórdãos são prolatados por órgãos colegiados superiores, ou seja, pelos tribunais 
(juízo de 2º ou 3º graus). O termo ‘decisão judicial’ costuma ser usado tanto para 
sentenças quanto para acórdãos. 
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UNIDADE 
O Ordenamento Jurídico Brasileiro e a Saúde do Trabalhador
O STF é o órgão máximo do Judiciário brasileiro. Sua principal função é zelar pelo 
cumprimento da Constituição e dar a palavra final nas questões que envolvam normas 
constitucionais. As ações podem chegar ao Supremo Tribunal Federal (STF), em grau 
de recurso extraordinário, desde que se tenha ofendido matéria constitucional. O STF 
é composto por 11 ministros indicados pelo Presidente da República e nomeados por 
ele após aprovação pelo Senado Federal. Assim como no STF, os juízes dos outros 
tribunais superiores também são chamados de ministros e cuidam da uniformização 
(padronização) da jurisprudência. No STJ, os 33 ministros, também nomeados pelo 
Presidente da República após aprovação do Senado e escolhidos a partir de uma lista 
tríplice elaborada pelo próprio STJ, têm como responsabilidade manter a interpretação 
uniforme da legislação de competência das justiças estaduais, revisando as decisões dos 
Tribunais de Justiça do país. O mesmo ocorre com o TST e seus 27 ministros com 
relação às decisões dos TRTs. 
Existe a instância que julga (primeira) e aquela que revisa (segunda). Engano presente no 
senso comum, não existe “3ª instância”, mas sim 3º grau ou nível, já que os juízos são de 
1º grau, 2º grau e grau superior (STF, STJ, TST, STM e TSE são tribunais de grau superior). Já 
as instâncias são móveis e dependem da lide; casos que devem ser propostos diretamente 
para os tribunais regionais, terão sua apreciação em 2ª instância nos tribunais superiores; 
caso contrário, a 2ª instância será apreciada no tribunal regional, seja do trabalho, federal 
ou de justiça. 
Compete à Justiça Federal processar e julgar as questões que envolvem, como autoras 
ou rés, a União Federal, suas autarquias, fundações e empresas públicas federais, dentre 
outras. Os juízes federais e os Tribunais Regionais Federais (TRFs) compõem a Justiça 
Federal, que conta também com os juizados especiais para julgar causas de menor 
potencial ofensivo e pequeno valor econômico. As ações de regresso movidas pela 
autarquia previdenciária (INSS) contra o empregador que descumpriu lei e gerou ônus 
aos cofres da Previdência (pensão por morte ou auxílio-doença acidentário) é julgada 
pela Justiça Federal. Também é essa a justiça competente para decidir sobre a concessão 
de aposentadorias, inclusive aquelas especiais com a antecipação do benefício em 
decorrência de condições insalubres, perigosas ou penosas no ambiente de trabalho. 
A Justiça Comum Estadual é composta pelos juízes de direito (que atuam na primeira 
instância) e pelos desembargadores, juízes que atuam nos tribunais de justiça. Assim 
como na Justiça Federal, possui juizados especiais cíveis e criminais para casos de menor 
potencial ofensivo e pequeno valor econômico. A ela cabe processar e julgar qualquer 
causa que não esteja sujeita à competência de outro órgão jurisdicional (Justiça Federal, do 
Trabalho, Eleitoral e Militar). Muitos tribunais estaduais organizaram suas varas divididas 
por competência exclusiva, tais como: varas exclusivas cíveis, varas exclusivas criminais, 
varas exclusivas da infância e juventude, varas exclusivas de violência doméstica, varas 
exclusivas de execução penal, juizados especiais da Fazenda Pública e varas de acidentes 
do trabalho (CNJ, 2018).
Enquanto as ações de divórcio são julgadas pelos juízes estaduais das varas de família, 
as ações penais, envolvendo, por exemplo, acidente que vitimou trabalhador, serão 
12
13
julgadas pelo juiz estadual de uma vara criminal. Também as ações previdenciárias 
acidentárias, interpostas pelo trabalhador contra o INSS, para a concessão ou revisão 
do benefício previdenciário, são de competência da Justiça Estadual. Observe que, como 
tal ação é movida contra o INSS, deveria, em primeira análise, ser julgada pela Justiça 
Federal (afinal, tem como parte uma autarquia federal). Porém, a CRFB estabeleceu 
expressamente no artigo 109, I que será a justiça dos estados a competência para 
decidir sobre tais questões. 
A Justiça do Trabalho tem a competência de julgar conflitos individuais e coletivos 
entre trabalhadores e empregadores e outras controvérsias decorrentes da relação de 
trabalho, bem como as demandas que tenham origem no cumprimento de suas pró-
prias sentenças. Os órgãos da Justiça do Trabalho são o Tribunal Superior do Trabalho 
(TST), os Tribunais Regionais do Trabalho (TRTs) e os Juízes do Trabalho, que atuam 
nas varas do trabalho. Além das reclamações trabalhistas para discutir pagamentos 
de diferenças salariais ou verbas rescisórias, esse é o ramo da justiça que recebe os 
pedidos de indenização por danos morais, que podem até ser coletivos, mas sempre 
em decorrência de uma relação de trabalho (não necessariamente de emprego) havida 
entre as partes. 
Saúde do Trabalhador: 
Contextualização e Desafios
Os acidentes de trabalho e as doenças ocupacionais são um grande problema para 
a Saúde Pública em todo o mundo e o principal agravo à saúde dos trabalhadores, com 
elevados custos sociais e econômicos (OLIVEIRA, 2014; SILVA, 2014). Quando um 
trabalhador se acidenta ou adoece no trabalho, as repercussões não acontecem apenas 
na vida do indivíduo, mas na sociedade como um todo. Para as empresas, esses eventos 
afetam o custo de produção e forçam a elevação dos preços de bens e serviços, inter-
ferindo no conjunto da economia. Oneram o Estado pela atenção à saúde que precisa 
prover aos trabalhadores afetados e pela ativação do sistema de previdência. Mas são as 
pessoas mais próximas do trabalhador acidentado ou doente que suportam as principais 
consequências,pois, além do sofrimento pessoal, os familiares com frequência passam 
pela redução de renda, interrupção do emprego e gastos com acomodação no domicílio 
(WÜNSCH FILHO, 2004; SANTANA et al., 2006).
A Organização Mundial da Saúde (OMS), em documento de 2007, reitera que os tra-
balhadores representam metade da população do mundo, são os principais contribuintes 
para o desenvolvimento socioeconômico e que a sua saúde é determinada não só por 
riscos no local de trabalho, mas também por fatores sociais e individuais, bem como o 
acesso a serviços de saúde (OMS, 2007). A OIT (Organização Internacional do Trabalho), 
que, desde a sua criação há 100 anos (em 1819), mobiliza nações em prol da melhoria das 
condições de trabalho existentes, conclamou governos, empresas e sociedade a promo-
verem campanha urgente e vigorosa para combater os acidentes e doenças profissionais, 
classificadas como ‘epidemia oculta’ (OIT, 2013).
13
UNIDADE 
O Ordenamento Jurídico Brasileiro e a Saúde do Trabalhador
Ao longo dos últimos 30 anos, houve importantes avanços na regulamentação da 
proteção dos trabalhadores, particularmente no que diz respeito a aspectos da SST em 
todo o mundo (OIT, 2015). O Brasil conta atualmente com um vasto conjunto normativo 
aplicável à proteção da saúde e segurança dos trabalhadores, que inclui tratados inter-
nacionais, garantias constitucionais, normas regulamentadoras e outros dispositivos em 
leis ambiental, previdenciária, trabalhista e civil. 
Nossa legislação prevê instrumentos processuais não apenas para reparar os danos 
causados à saúde dos trabalhadores, mas também para prevenir que ocorram (SILVA, 
2015; MELO, 2012; SILVA, 2014). A legislação ambiental brasileira abrange o meio 
ambiente do trabalho e permite agir preventivamente mesmo sem a certeza absoluta 
do dano (princípio da precaução) para proteger interesses coletivos (FIGUEIREDO, 
2007; FELICIANO, 2006). A Constituição da República Federativa do Brasil (CRFB) 
de 1988 atrelou a organização econômica do país à proteção do valor do trabalho 
humano, priorizando a “dignidade da pessoa humana trabalhadora” (MORI e FAVA, 
2015). A existência digna para todos, conforme os ditames da justiça social, deve estar 
conjugada com a livre iniciativa e livre concorrência (artigos 1º, III; 170 caput e VI da 
CRFB). A saúde é declarada direito fundamental universal e dever do Estado, garantia 
constitucional que foi regulamentada pela Lei Orgânica da Saúde (8080/90) que criou 
o Sistema Único de Saúde (SUS). 
Na esfera do direito à saúde, encontra-se a Saúde do Trabalhador, definida na Lei 
8080/90 (art. artigo 6º, §3º) como:
um conjunto de atividades que se destina, através das ações de vigilância 
epidemiológica e vigilância sanitária, à promoção e proteção da saúde 
dos trabalhadores, assim como visa à recuperação e reabilitação da 
saúde dos trabalhadores submetidos aos riscos e agravos advindos das 
condições de trabalho.
A abordagem da Saúde do Trabalhador (ST) ocorre na investigação do processo de 
trabalho com a visão sistêmica e não de fatores de risco. A lógica da Saúde Pública, com 
prevenção de riscos, promoção da saúde e participação dos trabalhadores em perspectiva 
coletiva é incorporada na Saúde do Trabalhador (VASCONCELLOS, 2011). Ela surgiu 
como crítica ao modelo trabalhista-previdenciário ligado à Medicina do Trabalho e Saúde 
Ocupacional, para ultrapassar as visões reducionistas de causa e efeito de ambas as 
concepções, sustentadas pela visão unicausal entre doença e agente específico (MENDES 
e DIAS, 1991; LACAZ, 2007). Como é próprio da saúde coletiva, a ST agrega amplo 
aspecto de disciplinas, que inclui a sociologia, epidemiologia, ergonomia, ecologia, 
estatística, toxologia, engenharia de produção, ciências políticas, história e o direito. 
A ST rompe com a concepção hegemônica que estabelece um vínculo causal 
entre a doença e um agente específico ou a um grupo de fatores de risco presentes 
no ambiente de trabalho (MENDES e DIAS, 1991) e, contrariamente aos marcos da 
saúde ocupacional – em que os trabalhadores são vistos como pacientes, objetos de 
intervenção profissional –, na Saúde do Trabalhador, eles constituem-se em sujeitos 
políticos coletivos, depositários de saber emanado da experiência e agentes essenciais 
de ações transformadoras (MINAYO-GOMEZ, 2011).
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No aspecto institucional, merecem destaque os Centros de Referência em Saúde do 
Trabalhador (CRST, mais conhecidos como CERESTs), de inserção estadual e municipal, 
criados na estrutura do SUS para implementar ações de prevenção, promoção e 
recuperação da saúde dos trabalhadores, no âmbito da sua área de abrangência (Portaria 
MS 1679/GM de 2002). Além da orientação e atendimento, os centros têm fiscalizado 
e punido empresas pelo descumprimento de normas de saúde e segurança do ambiente 
laboral. Após questionamentos judiciais, a sua legitimidade para fiscalizar o cumprimento 
das normas de SST e impor multas vem sendo reconhecida nos tribunais e, em 2016, 
pelo Tribunal Superior do Trabalho2. 
Outra instituição que tem sido protagonista na área da SST, principalmente com 
medidas preventivas, é o Ministério Público do Trabalho (MPT). O MPT é um dos ramos 
do Ministério Público da União, tem autonomia funcional e administrativa e, dessa 
forma, atua como órgão independente dos poderes legislativo, executivo e judiciário. 
Aos Procuradores do Trabalho cabe a tutela dos direitos sociais constitucionalmente 
garantidos, abrangendo o meio ambiente do trabalho. O MPT atua judicialmente 
propondo Ações Civis Públicas (ACPs) na Justiça do Trabalho, mas é a atuação 
extrajudicial que tem se destacado na prevenção de acidentes de trabalho. Os Termos 
de Ajustamento de Conduta (TACs) são acordos extrajudiciais firmados com empresas 
principalmente em prol da SST que, se não cumpridos, são executados. Ressaltem-se, 
também, os Procedimentos Promocionais, conhecidos como “Promo”, que têm como 
escopo viabilizar a articulação social do MPT com outros atores sociais.
Embora as vantagens da ação preventiva sejam unanimidade (pois o ideal almejado é 
a não ocorrência de acidentes), a fiscalização com orientação e, se for o caso, punição 
exemplar administrativa e/ou judicial, mesmo que reparatória (quando o dano à saúde 
do trabalhador já ocorreu), também têm grande relevância na diminuição do número de 
acidentes. No Brasil, há mais de um órgão legitimado a fazer a inspeção das condições 
de saúde e segurança nos ambientes de trabalho: Ministério Público do Trabalho, na 
pessoa dos seus procuradores do trabalho; Ministério do Trabalho, por meio dos seus 
auditores fiscais do trabalho; e mais recentemente os profissionais do Cerest, inclusive 
com a legitimidade para multar referendada em alguns tribunais regionais e também pelo 
TST, como abordado linhas acima. 
Apesar da estrutura institucional e normativa criada, a situação está longe de aceitável 
e grande número de trabalhadores continua encontrando a morte quando vai à busca do 
“ganhar a vida” (OLIVEIRA, 2014). Um dos grandes problemas da luta pela proteção 
da saúde e segurança dos trabalhadores no Brasil é a dispersão da responsabilidade pela 
proteção à saúde e segurança no trabalho por um excessivo número de órgãos estatais 
e a falta de unidade na atuação dos mesmos (BOUCINHAS FILHO, 2012). 
O Ministério da Previdência Social se encarrega dos benefícios acidentários (auxí-
lio-doença, auxílio-acidente, aposentadoria por invalidez, pensão por morte) e o serviço 
de reabilitação profissional. Ao Ministério do Trabalho cabe a elaboração das Normas 
Regulamentadoras e a fiscalização no cumprimento das normas de SST. Enquanto esta 
2 Processo: ARR - 389-35.2012.5.15.0094. Data de Julgamento: 03/02/2016, Relatora Ministra: Maria de Assis 
Calsing, 4ª Turma, Data de Publicação: DEJT 12/02/2016.
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UNIDADE 
O Ordenamento Jurídico Brasileiroe a Saúde do Trabalhador
última atividade é realizada pelos auditores fiscais do trabalho, a primeira tem a coorde-
nação do ministério, mas é realizada por comissão tripartite formada por representantes 
do governo, trabalhadores e empresas. A Comissão Tripartite Paritária Permanente 
(CTPP), responsável pela criação e revisão das NRs, foi substituída pela Comissão Na-
cional Tripartite (CNT) com a Portaria 59/2008. Além de integrar a CNT como repre-
sentante do governo, a Fundacentro é o braço do Ministério do Trabalho que cuida do 
desenvolvimento de pesquisas e provê formação em SST. O Ministério da Saúde, por 
sua vez, coordena o SUS, que também atua na área da saúde do trabalhador (Cerests).
Outro problema diz respeito ao modelo normativo brasileiro de SST que deixa 
vulnerável o trabalhador dentro do seu ambiente laboral. Em 1977, uma das medidas 
trazidas pela legislação para reduzir o número de acidentes e doenças ocupacionais foi 
a obrigatoriedade de as empresas possuírem um Serviço Especializado em Engenharia 
de Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT), que é previsto no artigo 162 da 
Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) e na Norma Regulamentadora 4 (NR4). Esses 
serviços consistem em um grupo interdisciplinar de profissionais que atuam nas questões 
de SST dentro da empresa, com composição obrigatória que depende do grau de risco 
da atividade e número de funcionários (anexos I e II da NR4). Segundo essa norma, o 
SESMT será constituído pelos seguintes profissionais: Médico do Trabalho, Engenheiro 
de Segurança do Trabalho, Técnico de Segurança do Trabalho, Enfermeiro do Trabalho 
e Auxiliar ou Técnico em Enfermagem do Trabalho.
Ao lado da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA), obrigatória para 
empresas com mais de 20 empregados e formada por representantes eleitos para 
mandato de 1 ano (regulada no art. 163 da CLT e NR5), essas duas figuras foram criadas 
para proteger a saúde e prevenir acidentes de trabalho. Porém, a lei não assegurou 
espaço de autonomia para a ação independente desses profissionais, e na prática 
reverteu-se em atuação burocrática e cartorial de defesa jurídica da empresa em caso 
de acidentes (INOUE e VILELA, 2014; JACKSON FILHO et al., 2013; COSTA et 
al., 2013). Nesse sentido, também se manifestou Homero Batista Mateus da Silva, ao 
apontar como dilema do SESMT o fato de o serviço nem sempre atingir os resultados 
almejados porque: 
achando-se seus ocupantes vinculados a contrato de trabalho com o 
empregador, dificilmente vão se envolver em alguma controvérsia so-
bre a forma de trabalho e tampouco se deve supor que, em caso de 
litígio, penderão para o lado do empregado. Outrossim, a tendência é 
que naturalmente se priorize o tratamento clínico do empregado que 
apresentar algum distúrbio ou sintomas de enfermidades, em vez de 
atacar as causas da moléstia, que residem no meio ambiente de traba-
lho. (SILVA, 2015, p. 42)
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Sites
Fórum Acidentes do Trabalho
Espaço de discussão e troca de experiências, que promove gratuitamente encontros 
presenciais esporádicos em diversas cidades do país.
https://goo.gl/gg32p2
 Livros
Saúde e segurança do trabalho no Brasil
Livro online publicado pelo Ministério Público do Trabalho: FILGUEIRAS, Vitor Araújo 
[org]. Saúde e segurança do trabalho no Brasil. Brasília : Gráfica Movimento, 2017. 
Artigos que trazem aprofundamento de temas tratados nesta unidade.
https://goo.gl/hCfSgH
 Vídeos
Para que serve o direito?
Vídeo da UFMG aborda a importância do Direito para os engenheiros. 
https://goo.gl/Xshf3q
 Leitura
Índice de Súmulas
Que tal fazer um levantamento das Súmulas do TST sobre a área de SST? Há muitas 
decisões que esclarecem sobre o cálculo dos adicionais de insalubridade e periculosidade, 
situações envolvendo a CIPA, qual a justiça competente para julgar dano moral decorrente 
de acidente de trabalho e outras.
https://goo.gl/sI3iS
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UNIDADE 
O Ordenamento Jurídico Brasileiro e a Saúde do Trabalhador
Referências
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trabalho – MAPA. Piracicaba: CEREST, 2010. 
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São Paulo, n. 128, p. 13-21, dez/2015. 
ASSUNÇÃO, A. Á; LIMA, F. P. A. A contribuição da ergonomia para a identificação, 
redução e eliminação da nocividade do trabalho. In: MENDES, Renê (org.) Patologia 
do Trabalho. 2. ed. Rio de Janeiro: Atheneu, p. 1768-1789, 2003. 
BOUCINHAS FILHO, J. C. Reflexões sobre as normas da OIT e o modelo 
brasileiro de proteção à saúde e à integridade física do trabalhador. Revista LTr, 
São Paulo, n. 76, vol. 11, p. 1355-1364, nov/2012. Disponível em <http://www.lex.
com.br/doutrina_23686422_REFLEXOES_SOBRE_AS_NORMAS_DA_OIT_E_O_
MODELO_BRASILEIRO_DE_PROTECAO_A_SAUDE_E_A_INTEGRIDADE_FISICA_
DO_TRABALHADOR.aspx>. Acesso em 21/11/2018.
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Brasília: CNJ, 2018. Disponível em <http://www.cnj.jus.br/programas-e-acoes/pj-
justica-em-numeros>. Acesso em 19/11/2018.
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Rev. bras. Saúde ocupacional, São Paulo, n.38, vol. 127, p. 11-30, 2013.
INOUE, K. S. Y; VILELA, R. A. G. O poder de agir dos Técnicos de Segurança do 
Trabalho: conflitos e limitações. Rev. bras. saúde ocup., São Paulo, n. 39, vol. 130, p. 
136-149, dez 2014. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rbso/v39n130/0303-
7657-rbso-39-130-136.pdf>. Acesso em 30/11/2018. 
JACKSON FILHO, J. M. et al. Sobre a aceitabilidade social dos acidentes do 
trabalho e o inaceitável conceito de ato inseguro. Rev. bras. saúde ocup., São Paulo, 
n. 38, vol. 127, p. 6-8. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_ar
ttext&pid=S0303-76572013000100001>. Acesso em 30/11/2018.
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MELO, R. S. Ações acidentárias na Justiça do Trabalho. 2. ed. São Paulo: LTr, 2012. 
MENDES, René e DIAS, Elisabete Costa Dias. Da medicina do trabalho à saúde do 
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ed. São Paulo: LTr, 2014. 
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VILELA, R. A. G; ALMEIDA, I. M; MENDES, R. W. B.. Da vigilância para prevenção 
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