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Controle de Riscos - TST Controle de Riscos - TST NOTA: Atividade Prática e de Pesquisa 1) Identificação do Estabelecimento (deve ser apresentado – O endereço completo). 2) Desenvolvimento do Manual (o manual deve ser escrito nesta questão). 1. TERMOS E DEFINIÇÕES: AGENTE BIOLÓGICO: Microrganismos, parasitas ou materiais originados de organismos que, em função de sua natureza e do tipo de exposição, são capazes de acarretar lesão ou agravo à saúde do trabalhador. Exemplos: bactéria Bacillus anthracis, vírus linfotrópico da célula T humana, príon agente de doença de Creutzfeldt-Jakob, fungo Coccidioides immitis. AGENTE FÍSICO: Qualquer forma de energia que, em função de sua natureza, intensidade e ex- posição, é capaz de causar lesão ou agravo à saúde do trabalhador. Exemplos: ruído, ionizantes. Observação: Critérios sobre iluminamento, conforto térmico e conforto acústico da NR-17 não cons- tituem agente físico para fins da NR-09. AGENTE QUÍMICO: Substância química, por si só ou em misturas, quer seja em seu estado na- tural, quer seja produzida, utilizada ou gerada no processo de trabalho, que em função de sua natu- reza, concentração e exposição, é capaz de causar lesão ou agravo à saúde do trabalhador. Exemplos: fumos de cádmio, poeira mineral contendo sílica cristalina, vapores de tolueno, névoas de ácido sulfúrico. ESTABELECIMENTO: Local privado ou público, edificado ou não, móvel ou imóvel, próprio ou de terceiros, onde a empresa ou a organização exerce suas atividades em caráter temporário ou per- manente. EVENTO PERIGOSO; Ocorrência ou acontecimento com o potencial de causar lesões ou agravos à saúde. FRENTE DE TRABALHO: Área de trabalho móvel e temporária. Local de trabalho: área onde são executados os trabalhos. PREVENÇÃO: Conjunto das disposições ou medidas tomadas ou previstas em todas as fases da atividade da organização, visando evitar, eliminar, minimizar ou controlar os riscos ocupacionais. IDENTIFICAÇÃO DO ESTABELECIMENTO Razão Social Nome fantasia CNPJ Endereço CEP 68035-000 CNAE/Principal 56.11-2-03 - LANCHONETES, CASAS DE CHÁ, DE SUCOS E SIMILARES Controle de Riscos - TST 2. METODOLOGIA APLICADA AO GERENCIAMENTO DE RISCOS OCUPA- CIONAIS METODOLOGIA – MATRIZ DE RISCOS A organização deve avaliar os riscos ocupacionais relativos aos perigos identificados em seu(s) estabe- lecimento(s), de forma a manter informações para adoção de medidas de prevenção conforme 1.5.4.4.1 da Nr 01. ANÁLISE DE RISCOS. A análise de riscos diz respeito ao entendimento do risco. Ela fornece uma entrada para o processo de avaliação de riscos e às decisões sobre se os riscos necessitam ser tratados e sobre as estratégias e méto- dos de tratamento mais apropriados. SEVERIDADE X PROBABILIDADE A análise de riscos consiste na determinação das consequências e suas probabilidades para eventos iden- tificados de risco, levando em consideração a presença (ou não) e a eficácia de quaisquer controles exis- tentes. As consequências e suas probabilidades são então combinadas para determinar um nível de risco. A análise de riscos envolve a consideração das causas e fontes de risco, suas consequências e a probabi- lidade de que essas consequências possam ocorrer. Convém que os fatores que afetam as consequências e a probabilidade sejam identificados. Um evento pode ter múltiplas consequências e pode afetar múltiplos objetivos. Convém que controles de risco exis- tentes e sua eficácia sejam levados em consideração. A avaliação qualitativa define consequência, probabilidade e nível de risco por níveis de significância, tais como "alto", "médio" e '`baixo", pode combinar consequência e probabilidade, e avalia o nível de risco resultante em comparação com os critérios qualitativos. Tabela: SEVERIDADE X PROBABILIDADE aplicada a Matriz de Risco - AIHA. PROBABILIDADE DESCRIÇÃO SIGNIFICADO PESO DESCRIÇÃO 1 - Não há exposição 0 Nenhum contato com o agente ou con- tato improvável Pouco provável que ocorra 2 - Exposição a níveis bai- xos 1 Contatos não frequentes com o agente Contatos não rotineiros, eventuais sua ocorrên- cia. 3 - Exposição moderada 2 Contato frequente com o agente a bai- xas concentrações ou não frequentes a altas concentrações Contatos habituais, com frequência alternadas em dias ou até mesmo semanas. 4 - Exposição elevada 3 Contato frequente com o agente a altas concentrações Exposição intermitente, Habitual e rotineira. 5 - Exposição elevadís- sima 4 Contato frequente com o agente a con- centrações elevadíssimas Exposição permanente EFEITO/SEVERIDADE DESCRIÇÃO SIGNIFICADO PESO DESCRIÇÃO 1 - Pouca importância 0 Efeitos reversíveis de pouca importân- cia ou não são conhecidos ou apenas suspeitos Lesão leves sem necessidade de atenção médica, incômodos ou mal estar 2 - Preocupantes 1 Efeitos reversíveis preocupantes Primeiros socorros sem afastamentos. Ex: Pequenos arranhões, Torções / entorses, do- res musculares leves. 3 - Severos 2 Efeitos reversíveis severos e preocupan- tes Primeiros socorros com afastamentos. Ex: Doenças psicossociais e ergonômicos, Ler/ Dort. Cortes, queimaduras leves de 1º grau. 4 - Irreversíveis 3 Efeitos irreversíveis preocupantes Lesões incapacitações temporárias. Ex: Fraturas, perfurações, intoxicações. Choque elétrico. Le- sões graves osteomusculares. Queimaduras de 2º e 3º graus 5 - Ameaça 4 Ameaça a vida ou doença / lesão inca- pacitante Fatalidade, lesões incapacitações permanentes. Controle de Riscos - TST NÍVEL DE RISCO Para cada risco deve ser indicado o nível de risco ocupacional, determinado pela combinação da se- veridade das possíveis lesões ou agravos à saúde com a probabilidade ou chance de sua ocorrência, item 1.5.4.4.2 da Nr 01. A organização deve selecionar as ferramentas e técnicas de avaliação de riscos que sejam adequadas ao risco ou circunstância em avaliação item 1.5.4.4.2.1 da Nr 01. A gradação da severidade das lesões ou agravos à saúde deve levar em conta a magnitude da consequên- cia e o número de trabalhadores possivelmente afetados item 1.5.4.4.3 da Nr 01. A gradação da probabilidade de ocorrência das lesões ou agravos à saúde deve levar em conta: a) os requisitos estabelecidos em Normas Regulamentadoras; b) as medidas de prevenção implementadas; c) as exigências da atividade de trabalho; e d) a comparação do perfil de exposição ocupacional á valores de referência estabelecidos na Nr-09. O nível de risco dependerá da adequação e eficácia dos controles existentes. As questões a serem abor- dadas incluem: quais são os controles existentes para um risco em particular? São esses controles capazes de tratar adequadamente o risco, de modo que ele seja controlado a um nível que seja tolerável? na prática, os controles estão operando na forma pretendida e pode ser demonstrado que são eficazes quando requerido? Estas questões somente podem ser respondidas com confiança se houver documentação e processos de garantia apropriados e implementados. Técnicas de Análise de Risco Técnicas de Analises de Riscos geralmente possuem a finalidade de “prevenir, prever falhas e acidentes, minimizar conse- quências, auxiliar na elaboração de planos de emergência”, dentre outros. Porém, para que esses resultados se concretizem, “uma metodologia sistemática e estruturada de identificação e avaliação de riscos” deve ser adotada, o que se verifica por meio da correta utilização de técnicas de Análise de Riscos. (GOMES et al., 2011). Para Farber (1992), as técnicas de Análise de Riscos possibilitam a abrangência de todas as possíveis causas de acidentes com danos à propriedade, ao ambiente, financeiros e ao trabalhador. Existem diversas técnicas de análise de riscos desenvolvidas no mercado e para fins apenas de exemplificação, de acordo com Tavares (2004), as técnicas de análise voltadas ao controle e prevenção de perdas mais utilizadassão: série de riscos, a análise e revisão de critérios, a análise da missão, os diagramas e análise de fluxo, o mapeamento, a análise do ambiente, a análise de modos de falhas e efeito, a análise de componentes críticos, a técnica de incidentes críticos, a análise de procedi- mentos, a análise de contingências, a análise de árvores de falhas e a análise preliminar de riscos. Para este trabalho foi escolhida e será comentada apenas a técnica de Análise Preliminar de Risco, a ser detalhada no pró- ximo tópico deste capítulo. 2.5 ANÁLISE PRELIMINAR DE RISCO A Análise Preliminar de Riscos, conhecida pela sigla “APR”, consiste em um estudo detalhado da tarefa e visa a prevenção de acidentes de trabalho através da antecipação de riscos. Também conhecida como PHA – Preliminary Hazard Analysis em inglês – em geral é a primeira técnica aplicada durante a análise de riscos de sistemas em fase de concepção e/ou pro- jeto, principalmente quanto ao uso de novas tecnologias que necessitam de maiores e melhores informações sobre os seus riscos. Através desta técnica, uma análise superficial dos riscos é executada ainda na fase de projeto do processo, de modo que as mudanças necessárias, devido aos riscos identificados, não impliquem em gastos significativos, sendo mais fácil a sua execução. (GOMES et al., 2011). 23 Para Tavares (2004) a análise preliminar de riscos consiste em se realizar um estudo durante a etapa de concepção ou no desenvolvimento de um sistema, com o fim de se determinarem os riscos que poderão estar presentes na etapa operacional. O quadro 1 mostra um breve resumo que o autor faz sobre o tipo, a aplicação, os objetivos, os princípios, os benefícios e as observações sobre a APR. Quadro 1 – Aspectos Gerais da Análise Preliminar de Risco Controle de Riscos - TST Fonte: Tavares (2004) Contudo, segundo Faria (2011), a APR também pode ser utilizada como ferramenta de revisão ge- ral de segurança, avaliando de tempos em tempos os riscos do processo que possam não ter sido levantados anteriormente. Catai (2012), explica que deve-se primeiramente descrever todos os riscos e fazer sua caracteriza- ção para o desenvolvimento de uma APR. Com a descrição dos riscos pronta, identifica-se as cau- sas e efeitos dos mesmos, o que permitirá a busca e elaboração de ações e medidas de prevenção ou correção das possíveis falhas detectadas. Ao final deve-se realizar uma priorização das ações que depende da caracterização dos riscos, ou seja, quanto mais prejudicial ou maior for o risco, mais rapidamente deve ser solucionado. 24 Para que as ações destinadas à prevenção sejam priorizadas, Fruhauf et al (2005) criou a categori- zação dos riscos em sua avaliação de riscos, referente à severidade, em quatro categorias, apresen- tada de acordo com o Quadro 2. Quadro 2 – Categorização dos Riscos – Severidade Fonte: Fruhauf et al (2005) Já em relação às categorias de risco referentes à de frequência, Queiroz (2013) apresenta os cinco níveis da categoria, descritos no Quadro 3. Quadro 3 – Categorização dos riscos – Frequência Fonte: Queiroz (2013) Controle de Riscos - TST Ao se realizar as categorizações com o Quadro 2 (Severidade) e o Quadro 3 (Frequência) estabeleci- dos, pode-se apresentar a matriz para avaliação qualitativa de risco dos perigos identificados, conforme o Quadro 4 apresentado por Queiroz (2013). Quadro 4 – Matriz dos riscos Fonte: Queiroz (2013) Os significados de cada categoria de risco são descritos no Quadro 5, apresentado por Queiroz (2013), onde NT significa Não Tolerável, M significa Moderado e T significa Tolerável. FLUXOGRAMA DO FUNCIONAMENTO DA PIZZARIA Neste tópico é apresentado o fluxograma de funcionamento diário da pizzaria em estudo. Nele pode-se perceber que a pizzaria está aberta ao público no horário das 18h até as 23h30. Contudo, o estabelecimento comercial funciona internamente antes deste horário, iniciando suas atividades as 7h da manhã diariamente realizando a limpeza da cozinha e do salão que ficaram sujos no dia an- terior, terminando com todo o espaço limpo até às 15 horas. Durante o horário de limpeza, entre às 9h e 14h acontece o recebimento da matéria-prima, a qual é imediatamente higienizada e estocada em seu devido lugar a cada momento que chega. Então, a partir das 15h até as 18h, os ingredientes para os molhos e massas são preparados para serem utilizados assim que a pizzaria tiver seu primeiro pedido do dia. Com a abertura da pizzaria ao público, os clientes podem realizar seus pedidos de três diferentes formas: diretamente no balcão, via telefone, ou no salão. Qualquer que seja o modo como os pedi- dos entram no sistema, a maneira de preparo é a mesma, iniciando-se com a montagem das pizzas com os ingredientes determinados pela demanda do cliente, seguida pelo assamento no forno a le- nha e finalizando com a entrega, que também se dá de três maneiras: no balcão, em casa ou no sa- lão. Após a entrega, realiza-se o pagamento das pizzas pelo cliente, e ao se encerrar o expediente, a limpeza dos utensílios de cozinha é realizada pela equipe de serviço. Controle de Riscos - TST O fluxograma descrito neste tópico encontra-se na Figura 1. 3- ANÁLISE DOS RESULTADOS Controle de Riscos - TST Controle de Riscos - TST FIGURA 1 - Local de armazenamento de mercadorias FIGURA 2 - Tanques de lavagem de verduras Fonte Autoria própria Fonte: Autoria própria FIGURA 3 - Máquina de ralar embutidos FIGURA 4 - Máquina de fatiar embutidos Fonte: Autoria própria Fonte: Autoria própria Controle de Riscos - TST FIGURA 5 - Porta-balcão fechada FIGURA 6 - Porta-balcão aberta Fonte: Autoria própria Fonte: Autoria própria FIGURA 7 – Forno a lenha sendo preparado FIGURA 8 – Preparo de alimento no fogão Fonte: Autoria própria Fonte: Autoria própria Dentre os 31 riscos encontrados nesta pesquisa, apenas seis foram considerados toleráveis, não ha- vendo a necessidade de medidas adicionais a serem tomadas, apenas a monitoração necessária para as- segurar que os controles sejam mantidos. Um total de 17 riscos foram caracterizados no nível moderado, exigindo controles adicionais com o objetivo de obter-se uma redução dos riscos e implementados aqueles considerados praticáveis. Já os riscos caracterizados como não toleráveis somaram um total de oito. Para eles os controles exis- tentes são insuficientes e métodos alternativos devem ser considerados para reduzir a probabilidade de ocorrência e adicionalmente, as consequências, de forma a trazer os riscos para regiões de menor mag- nitude de riscos. Estes oito riscos não toleráveis representam 25% do total dos riscos caracterizados neste trabalho, tendo como recomendações: a) Colocar fitas antiderrapantes no piso, devendo estas serem trocadas com frequência pois com a lava- gem diária do piso elas vão se soltando; b) Prestar muita atenção ao movimentar recipientes com líquidos quentes, além de segurá-los com am- bas as mãos, já que causam queimaduras frequentes no preparo dos ingredientes; c) Utilizar a mão livre para segurar no corrimão ao subir os degraus no salão, bem como olhar para eles para se certificar de evitar tropeções e tombos; d) Tomarmuito cuidado e utilizar todos os EPI´s recomendados ao mexer no forno a lenha; e) Colocar adesivos indicativos de perigo ao redor da porta-balcão para evitar que funcionários batam a cabeça, acidente que tem ocorrido com frequência; f) Utilização de todos os EPI´s recomendados ao pilotar a motocicleta para fazer entregas de pizzas, além do uso de equipamentos de uso obrigatório como o capacete. Redobrar o cuidado e a atenção nos dias de chuva. Controle de Riscos - TST REFERÊNCIAS ABITRIGO. Trigo no campo, pão, massas e pizzas na mesa. Propan. Belo Horizonte, 18 abr. 2013. Disponível em: <http://www.propan.com.br/noticia.php?id=1224#.WK3i3_krLIU> Acesso em: 20 fev. 2017. ARCHANJO, Léa Resende; BRITO, Karla Francine W. de; SAUERBECK, Sally. Alimentos Or- gânicos em Curitiba: consumo e significado. Artigo publicado no Vol. VIII / 2001 da Revista Cadernos de Debate, uma publicação do Núcleo de Estudos e Pesquisas em Alimentação da UNICAMP, páginas 1-6. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 14280: Cadastro de acidente de trabalho – Procedimento e classificação. Rio de Janeiro, 2001. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 14726: Brigada de incêndio – Normas para brigada de incêndio. Rio de Janeiro, 2006. AURELIANO, Valquir. Curitiba consome 25 mil pizzas por dia. Bem Paraná. Curitiba, 09 jul. 2015. Disponível em: <http://www.bemparana.com.br/noticia/394974/curitiba-consome-25-mil- pizzas-por-dia>. Acesso em: 21 fev. 2017. AYRES, Dennis de Oliveira; CORRÊA, José Aldo Peixoto. Manual de Prevenção de Acidentes do Tra- balho. São Paulo, Editora ATLAS, 2001.
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