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A didática nas tendências não críticas Tradicional e Progressivista. Um estudo de suas contribuições

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A DIDÁTICA NAS TENDÊNCIAS NÃO CRÍTICAS TRADICIONAL 
E PROGRESSIVISTA: UM ESTUDO DE SUAS CONTRIBUIÇÕES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RESUMO 
O texto procura apresentar as principais contribuições da didática nas tendências não 
críticas tradicional e progressivista a partir da análise dos aspectos mais relevantes do 
referencial teórico destas concepções pedagógicas. Será feito um estudo das dimensões 
da didática abordadas pelas concepções tradicional e liberal renovada e os temas 
fundamentais da didática considerados por esses enfoques educativos. Por que estudar 
ainda sobre a didática nas tendências não críticas da educação? Este trabalho defende 
que há características teóricas importantes para a prática educacional que foram 
produzidas pelas didáticas tradicional e progressivista. Dessa forma, o objetivo geral 
deste trabalho é compreender a didática nas tendências não críticas como uma parte 
importante da história da didática e ainda essencial para os dias atuais. Para cumprir 
esse objetivo serão analisadas a vida e a obra dos principais autores de cada vertente 
pedagógica liberal e suas principais contribuições teóricas. A metodologia usada, 
portanto, foi uma ampla investigação bibliográfica. Concluiu-se que a didática nas 
tendências não críticas tradicional e renovada é ainda hoje importante para os 
educadores que podem e devem utilizar-se dos seus arsenais teóricos e práticos em suas 
práticas pedagógicas quando e onde for mais conveniente. 
 
Palavras-chave: Contribuições; Tendências não críticas; Tradicional; Progressivista 
 
ABSTRACT 
The text seeks to present the main contributions of didactics in traditional and 
progressive non-critical tendencies based on the analysis of the most relevant aspects of 
the theoretical framework of these pedagogical conceptions. It will be done a study of 
the didactic dimensions addressed by the traditional and liberal conceptions renewed 
and the fundamental themes of didactics considered by these educational approaches. 
Why study further on didactics in the non-critical trends of education? This paper 
argues that there are important theoretical characteristics for the educational practice 
that were produced by the traditional and progressive pedagogy. Thus, the general 
objective of this work is to understand didactics in non-critical tendencies as an 
important part of the history of didactics and still essential for the present day. To fulfill 
this objective will be analyzed the life and work of the main authors of each liberal 
pedagogical strand and its main theoretical contributions. The methodology used, 
therefore, was an extensive bibliographical investigation. It was concluded that didactics 
in traditional and renewed non-critical trends is still important today for educators who 
can and should use their theoretical and practical arsenals in their pedagogical practices 
when and where it is most convenient. 
 
 
Keywords: Contributions; Non-critical trends; Traditional; Progressivist 
 
 
 
Lista de Tabelas 
Tabela 1: A didática nas tendências não críticas tradicional e progressivista: um estudo 
de suas contribuições.......................................................................................................11 
Tabela 2: A tendência tradicional da educação: principais autores e contribuições........13 
Tabelas 3: Principal obra e ideias de Comênio................................................................15 
Tabela 4: Princípios básicos do método Pestallozzi........................................................18 
Tabela 5: Método Pestallozzi na prática..........................................................................18 
Tabela 6: Principais obras e ideias de Heinrich Pestalozzi.............................................19 
Tabela 7: Principais obras e ideias de John Frederick Herbart........................................21 
Tabela 8: A tendência liberal renovada progressivista da educação: principais autores e 
contribuições....................................................................................................................23 
Tabela 9: Principais obras e ideias de Anísio Teixeira....................................................27 
Tabela 10: Principais obras e ideias de Lourenço Filho..................................................30 
Tabela 11: Principais obras e ideias de Fernando de Azevedo........................................32 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
INTRODUÇÃO.............................................................................................8 
CAPÍTULO I: CONTRIBUIÇÕES DA TENDÊNCIA TRADICIONAL 
DA EDUCAÇÃO.......................................................................................12 
I.1 JOÃO AMOS COMENIO....................................................................14 
I.2 HEINRICH PESTALOZZI....................................................................17 
I.3 JOHN FREDERICK HERBART..........................................................20 
CAPÍTULO II: CONTRIBUIÇÕES DA TENDÊNCIA LIBERAL 
RENOVADA PROGRESSIVISTA (ESCOLA NOVA)............................22 
II.1 ANÍSIO TEIXEIRA.............................................................................26 
II.2 LOURENÇO FILHO............................................................................29 
II.3 FERNANDO DE AZEVEDO..............................................................31 
CONSIDERAÇÕES FINAIS......................................................................33 
REFERÊNCIAS ........................................................................................35 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
 A educação é tanto um processo social como individual. Do ponto de vista 
social, a ação de educar existe por causa da sociedade e tem a função de mantê-la e 
reproduzi-la ou transformá-la. As mudanças na sociedade sucedem quando os 
indivíduos educados desenvolvem seus potenciais e modificam a realidade a sua volta. 
Do ponto de vista individual, educar-se significa desenvolver características humanas, 
suas aptidões, seus valores morais, sociais, culturais etc. 
 Em todo lugar a educação pode ocorrer desde que haja agentes dispostos ao 
processo educativo. A educação acontece de forma sistemática ou assistemática. 
Sistemática quando é realizada de maneira planejada, organizada, consciente, por meio 
de tarefas, avaliações e tem o acompanhamento de profissionais especializados. 
Assistemática quando é feita de modo involuntário, em diversos locais e circunstâncias. 
 A didática é uma área da educação que estuda o processo do ensino. Seu objeto 
de pesquisa é tanto o ensino como os procedimentos de construção da aprendizagem. 
Isto porque nem sempre o que se ensina é aprendido. O aprendizado depende de muito 
mais fatores do que apenas alguém disposto a ensinar. É necessário que haja também 
alguém disposto a aprender. Segundo Freire, “aprender precedeu o ensinar (...) [e] 
inexiste validade no ensino de que não resulta um aprendizado” (1997, p.26). Brilhante 
é a concepção de didática fornecida por Damis que além de considerar ambos aspectos, 
ensinar e aprender, chama a atenção para alguns outros fatores importantes. 
 (...) a didática é, predominantemente, compreendida e analisada do 
 ponto de vista da concepção do ato de ensinar que evidencia a atuação 
 do professor ou como transmissor direto de conhecimentos específicos 
 que se constituem em objetos de ensino, ou como agente que conduz e 
 estimula democraticamente a aprendizagem do aluno no planejamento 
 de atividades visando alcançar os objetivos pretendidos. Estimular e 
 permitir a participação ativa dos alunos em experiências de 
 aprendizagem que enfatizam a construção de conhecimentos, 
 desenvolver projetos adequados aos interesses dos alunos, da 
 comunidade escolar e da sociedade, utilizar novastecnologias de 
 comunicação e informação, organizar trabalhos interdisciplinares e 
 coletivos, são algumas das dimensões enfatizadas pelo conteúdo da 
 didática, visando à transformação da prática educativa desenvolvida 
 pela escola. (DAMIS, 2004, p.13,14) 
 Para Libâneo (1994) a didática abrange as dimensões político, social e técnica. 
Segundo o autor, os temas fundamentais da didática são os objetivos sócio-pedagógicos; 
os conteúdos escolares; os princípios didáticos; e os métodos de ensino aprendizagem. 
 A didática nas tendências não críticas tradicional e progressivista: um estudo de 
suas contribuições pretende analisar os aspectos mais relevantes do referencial teórico 
 
 
destas concepções pedagógicas: as dimensões da didática abordadas pelas concepções 
tradicional e liberal renovada e os temas fundamentais da didática propostos por 
Libâneo considerados por esses enfoques educativos. Por que estudar ainda sobre a 
didática nas tendências não críticas da educação ou tendências pedagógicas liberais, 
como denomina Libâneo? Essas pergunta será respondida no decorrer desta pesquisa. 
 Este trabalho defende que há características teóricas importantes para a prática 
educacional que foram produzidos pelas didáticas tradicional e progressivista. 
Obviamente as teorias sofreram inúmeras críticas porém, acredito que existe um rico 
material teórico que precisa ser usado ainda hoje na prática escolar e também pelas 
próximas gerações de educadores e educandos. 
 O objetivo geral deste trabalho é compreender a didática nas tendências não 
críticas como uma parte importante da história da didática e ainda essencial para os dias 
atuais. O educador pode e deve utilizar-se do arsenal teórico da pedagogia tradicional e 
renovada em sua prática pedagógica quando e onde for mais conveniente. Para tanto, 
analisarei a vida e a obra dos principais autores de cada vertente pedagógica liberal bem 
como suas principais contribuições teóricas. 
 Este trabalho está dividido em cinco partes, uma introdução, o desenvolvimento 
com dois capítulos, as considerações finais e referência. Os dois capítulos estão 
subdivididos em algumas secções. O primeiro capítulo, Contribuições da Tendência 
Tradicional da Educação, subdivide-se em I.1 João Amos Comenio; I.2 Heinrich 
Pestalozzi e I.3 John Frederick Herbart. O segundo capítulo, Contribuições da Didática 
Renovada subdivide-se em II.1 Tendência liberal renovada progressivista (Escola 
Nova); II.1 Anísio Teixeira; II.2 Lourenço Filho; e II.3 Fernando de Azevedo. 
 No capítulo 1 farei a descrição das contribuições da tendência tradicional da 
educação. Após essa introdução, vou examinar a vida e as obras mais importantes dos 
autores de maior influência deste enfoque educacional. O objetivo é analisar quais 
foram os progressos que as teorias da didática tradicional proporcionaram para o 
processo de ensino-aprendizagem. 
 No capítulo 2 farei a descrição das contribuições do escolanovismo para a 
educação. Após essa introdução, realizarei a exposição dos aspectos mais relevantes da 
vida e obra dos autores que marcaram o enfoque escola novista. O objetivo é analisar 
quais foram os progressos que as teorias da didática renovada proporcionaram para o 
processo de ensino-aprendizagem. 
 Esse estudo conta com um número significativo de tabelas para melhor 
tratamento do tema. A tabela 1, A didática nas tendências não críticas tradicional e 
progressivista: um estudo de suas contribuições, sintetiza as principais contribuições 
para a didática proporcionadas pelas tendências não críticas nesses enfoques educativos. 
 A tabela 1 se encontra nesta introdução para apresentar um panorama do 
referencial teórico das didáticas tradicional e Escola Nova de forma que o leitor fique 
 
 
familiarizado com as características marcantes de cada enfoque antes da leitura 
subsequente dos capítulos. Nos capítulos serão analisados cada aspecto ressaltado por 
essa tabela. 
 Como se pode perceber na tabela 1, as principais características da didática 
tradicional são: supervalorizar o método (Método único); valorizar o conteúdo; centrada 
no professor; aluno passivo; privilegiar a exposição oral; provas e arguições; e 
psicologia tipicamente racionalista. 
 As principais características da didática renovada, por sua vez, são: tendência 
liberal renovada progressivista; é o indivíduo que aprende; centrado no aluno (ser 
ativo); métodos ativos; avaliação qualitativa; grande importância atribuída aos aspectos 
didáticos; professor é apenas um facilitador da aprendizagem; necessita de recursos 
didáticos em grande escala (laboratórios, salas –ambiente etc). 
 A tabela 2, A tendência tradicional da educação: principais autores e 
contribuições e as tabelas 3 a 7, respectivamente Principal obra e ideias de Comênio; 
Princípios básicos do método Pestallozzi; Método Pestallozzi na prática; Principais 
obras e ideias de Heinrich Pestalozzi; e Principais obras e ideias de John Frederick 
Herbart estão no capítulo 1. 
 A tabela 8, A tendência liberal renovada progressivista da educação: principais 
autores e contribuições, as tabelas 9, 10 e 11, respectivamente, Principais obras e ideias 
de Anísio Teixeira; Principais obras e ideias de Lourenço Filho; e Principais obras e 
ideias de Fernando de Azevedo. 
 A metodologia usada foi uma ampla investigação bibliográfica. As referências 
teóricas contam com livros dos próprios autores analisados em cada capítulo e autores 
que escreveram sobre a vida, obra e ideias destes teóricos ou sobre as diferentes 
abordagens pedagógicas analisadas por esse trabalho. Toda essa literatura visa auxiliar o 
alcance dos objetivos propostos, geral e específicos, assim como responder as perguntas 
feitas acima. 
 Por fim, nas considerações, farei um resumo das conclusões que chegou esta 
pesquisa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tabela 1: A didática nas tendências não críticas tradicional e progressivista: um estudo 
de suas contribuições 
Didática Contribuições 
Tradicional 
 
■ Supervalorização do método (Método único) 
■ Valorização do conteúdo 
■ Centrado no professor 
■ Aluno como um ser passivo 
■ Privilegia a exposição oral 
■ Provas e arguições 
■ Psicologia tipicamente racionalista 
Renovada ■ Tendência liberal renovada progressivista 
■ É o indivíduo que aprende 
■ Centrado no aluno (ser ativo) 
■ Métodos ativos 
■ Avaliação qualitativa 
■ Grande importância atribuída aos aspectos didáticos 
■ Professor é apenas um facilitador da aprendizagem 
■ Necessita de recursos didáticos em grande escala (laboratórios, 
salas –ambiente etc) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Capítulo I: Contribuições da tendência tradicional da educação 
 Várias foram as contribuições da tendência tradicional da educação. Os 
pensadores deste enfoque pedagógico davam valor à formação do homem integral, ou 
seja, levavam em consideração não apenas a transmissão de conhecimentos por parte do 
professor e a aquisição dos mesmos por parte dos alunos. Havia a preocupação com as 
questões de ordem moral e espiritual. Educadores como Comênio, Pestalozzi e Herbart 
preocuparam-se com o ser humano completo. Pare esses autores, as pessoas precisavam 
aprender não somente os conhecimentos já atingidos pela humanidade. Era preciso 
aprender os valores que fazem um bom caráter. Portanto, não era uma questão de nascer 
bom ou ruim, mas de aprender a ser bom. Para mim, essa foi a maior contribuição dessa 
tendência educacional que, infelizmente, foi esquecida ou relegada a segundo plano 
pelas tendências educacionais subsequentes. 
 A Didática Magna, escrita por Comênio foi um divisor de águas para as práticas 
educativas. Antes dessa obra não havia nenhum estudo tão completo, profundo e preciso 
sobre o assunto. Esse tratado é reconhecido como uma verdadeira Bíblia da didática, um 
manual que serve para qualquer pessoa em qualquer época que queira aprender a 
ensinar,ensinar a aprender e aprender a aprender. 
 Outra contribuição importante da concepção da didática tradicional foi o 
reconhecimento da Pedagogia como Ciência. A partir desse grande passo, formularam-
se teorias educacionais e sistematizou-se o processo de ensino-aprendizagem elevando-
o ao status de um conjunto de regras que se bem praticadas se obteria o resultado 
desejado. Foi Herbart o responsável por essa mudança. 
 Herbart também contribuiu para a educação sistematizando-a. Dividiu o ato de 
ensinar e o desenvolvimento da aprendizagem em cinco passos: preparação, 
apresentação, assimilação, generalização e a aplicação. Esse método é utilizado até hoje 
como os passos que devem ser dados para que se obtenha um bom resultado processo 
educacional. 
 O pedagogo suíço Pestalozzi revolucionou a educação de sua época ao 
considerar o amor e o afeto como elementos imprescindíveis ao ato de ensinar e 
condenar o sistema de punições. Usando elementos da psicologia elaborou seu 
pensamento educativo. Com isso inspirou grandes autores a considerarem a psicologia 
na educação. Pestalozzi é reconhecido como mentor e reformador da escola popular por 
seu método que democratizou a educação. 
 Na tabela 2 é apresentada uma síntese dos principais autores e suas contribuições 
para a tendência tradicional da educação. 
 
 
 
 
 
Tabela 2: A tendência tradicional da educação: principais autores e contribuições 
Autores Contribuições 
João Amos Comênio ■ Acreditava que o homem tinha como objetivo 
maior a felicidade eterna 
■ Principal obra: Didática Magna, publicada em 
1632 
Heinrich Pestalozzi ■ Via a educação como fator de transformação 
social 
■ Foi quem primeiro mostrou, de forma clara, 
que a educação deveria respeitar as características 
da criança 
John Frederick Herbart ■ Exerceu enorme influência na Didática e na 
Prática de Ensino 
■ A Pedagogia Tradicional é inspirada em sua 
obra 
■ Elaborou os quatro passos didáticos para o 
ensino, seguidos pela Pedagogia Tradicional: 
preparação e apresentação da matéria nova; 
estabelecimento de relações entre a matéria antiga 
e a nova; generalização e aplicação 
Fonte: Autora (2018) baseada em SANTOS E GRUMBACH (2012, p.20). 
 
 
 
 
 
 
 
I.1 João Amos Comênio 
 Nasceu em 1592 em Nivnitz, na Morávia, antiga Boêmia e atual República 
Tcheca. Sua família era eslava e protestante. Como tornou-se órfão aos 12 anos e perdeu 
suas irmãs, foi morar com parentes, mas estes não lhe davam afeto. Comênio viveu e 
estudou na Alemanha e na Polônia. A rigidez da escola em que estudou onde era 
comum a violência, como a utilização de palmatórias e a falta de carinho de seus 
parentes após a morte de seus pais e irmãs inspirou o autor a elaborar os princípios de 
uma didática revolucionária para o século XVII. Foi pastor e foi obrigado a exilar-se por 
causa de disputas religiosas. Casou-se três vezes, tendo ficado viúvo nos dois primeiros 
casamentos. 
 Foi o primeiro educador, no Ocidente, a estudar a relação ensino-aprendizagem 
fazendo a diferença entre o ensinar e o aprender. Sua principal obra, Didática Magna, 
evidencia as mudanças de ideias provocadas pela transição do sistema de produção 
feudal para o sistema de produção capitalista. Embora a base de sua didática fosse 
religiosa, juntou a esta as questões que emergiram com o surgimento do capitalismo. 
 João Amos Comênio escreveu alguns livros durante a sua vida. Labirinto do 
Mundo (1623); Didática Checa (1627); Guia da escola moderna (1630); Porta aberta das 
línguas (1631); Didática Magna (versão latina da Didática Checa) (1631); e Novíssimo 
Método das Línguas (1647) entre outros escritos religiosos. 
 Sua principal obra é, sem sombra de dúvida, Didática Magna. Este tratado sobre 
didática é marcado pela ousadia pois preconiza que irá ensinar tudo a todos de maneira 
simples e objetiva por intermédio de um método universal que funcionaria para 
qualquer pessoa de qualquer lugar e em qualquer situação em que se encontrasse. Nas 
palavras do autor: 
 “Nós temos a audácia de prometer uma grande didática (...), um tratado 
 completo para ensinar tudo a todos. E para ensinar de tal modo que os 
 resultados sejam infalíveis”; e “Nós demonstraremos que tudo isto é, a 
 princípio, retirado da natureza imutável das coisas (...) e que nós 
 estabeleceremos, assim, um sistema universal válido para a instituição 
 de escolas universais” (COMENIO, Citado por PIAGET, 2010, p.14) 
 O principal fundamento da educação de Comênio, a universalidade, permitiria o 
homem colocar-se no mundo como autor e visava sua aproximação a Deus. O objetivo 
central do pastor era tornar os homens bons cristãos – sábios no pensamento, dotados de 
fé, capazes de praticar ações virtuosas estendendo-as a todos. 
 Pode-se perceber na tabela 3 algumas das principais ideias de Didática Magna 
subjacentes ao princípio fundamental da universalidade: a finalidade da educação é 
conduzir a felicidade eterna com Deus; o homem deve ser educado de acordo com o seu 
desenvolvimento natural, isto é de acordo com suas características de idade e 
capacidade; a assimilação dos conhecimentos não se dá de forma imediata; o ensino 
 
 
deve seguir o curso da natureza infantil; por isto as coisas devem ser ensinadas uma de 
cada vez, entre outros. 
Tabela 3: Principal obra e ideias de Comênio 
Obra Ideias 
 
Didática Magna 
■ A finalidade da educação é conduzir a 
felicidade eterna com Deus. 
■ O homem deve ser educado de acordo com o 
seu desenvolvimento natural, isto é de acordo 
com suas características de idade e capacidade. 
■ A assimilação dos conhecimentos não se dá de 
forma imediata. 
■ O ensino deve seguir o curso da natureza 
infantil; por isto as coisas devem ser ensinadas 
uma de cada vez. 
Fonte: Autora baseada em Libâneo (1994). 
 
 Outro fundamento da educação de Amos é o vínculo existente entre educação e 
natureza. Para o mestre, a educação deve seguir o mesmo padrão da natureza, ou seja, 
ser simples, lógica e harmônica. Piaget sintetiza este aspecto do pensamento do pai da 
didática: 
 A ideia central é, sem dúvida, a natureza formadora que ao se refletir no 
 espírito humano graças ao paralelismo entre o homem e a natureza, 
 provoca, pela mesma ordem natural, o processo educativo. É a ordem 
 das coisas que constitui o verdadeiro princípio educador, mas é uma 
 ordem ativa, e o educador só poderá cumprir seu papel se permanecer 
 um instrumento nas mãos da natureza. (Piaget, 2010, p.15) 
 Outro ponto fundamental da educação de Comênio é o conhecimento, o autor 
defendia que este deveria partir do simples para o complexo e ser estabelecido de forma 
gradual. O conhecimento também seria internalizado por meio dos sentidos não 
somente através da figura do professor. O aluno produziria seu próprio conhecimento, 
enxergando, tocando, falando, sentindo. Segundo Piaget (2010, p.18), “Comênio pode, 
sem dúvida, ser considerado um dos precursores da ideia da genética na psicologia do 
desenvolvimento e o fundador de uma didática progressiva ajustada ao estágio de 
desenvolvimento que o aluno alcança”. 
 Para o pai da didática, o problema da educação era a falta de método o que 
gerava dificuldades na aprendizagem dos alunos. No entanto, com o método proposto 
por ele, todos poderiam aprender. Esse método denominado simultâneo englobava um 
 
 
currículo comum, a adequação dos conhecimentos às crianças, a adaptação dos 
materiais, a aplicação dos conhecimentos e uma escola que ensine professores. 
 O método simultâneo era chamado assim porque um professor ensinaria a 
múltiplos alunos. Naquela época o ensino era individualizado, ou seja, o professor 
ensinava a um aluno por vez. Para Comênio, o professor deveria fazer perguntas na 
frente de todos os alunos ao invés de interagir individualmente. O autor defendia que 
houvesse monitores para auxiliarem diversos gruposde alunos ou atendessem as 
necessidades individuais. 
 O propósito do currículo comum era estabelecer uma série de conhecimentos a 
serem ensinados a qualquer pessoa em qualquer lugar. Deveria ser simples, sem 
excessos, para não distrair o espírito do aluno e impedi-lo de consolidar seu 
aprendizado. 
 A adequação dos conhecimentos às crianças e a adaptação dos materiais foram 
pensadas para atender as demandas específicas infantis. A forma da criança enxergar o 
mundo, de pensar e de comportar-se necessitava de materiais mais adequados que 
facilitassem o acesso delas e a sua obtenção do conhecimento. 
 A aplicação dos conhecimentos considerava que os conhecimentos poderiam ser 
esquecidos pelos alunos, serem levados pelo vento quando eles saíssem da escola, logo, 
era necessário que fossem úteis para os estudantes, tivessem aplicação prática, não 
somente teórica. 
 A defesa de uma escola que ensinasse professores propunha que, se todo 
professor aprendesse esse “método perfeito”, a educação seria então perfeita e impediria 
que os professores agissem de forma errada. A padronização do ensino por parte dos 
docentes iria proporcionar o preparo e o crescimento dos discentes tanto na esfera 
intelectual como na moral. 
 Apesar de todos os avanços que proporcionou para a Educação, revolucionando 
a sua época, as ideias do autor foram alvo de críticas. Segundo os críticos da obra de 
Comênio, o método proposto por ele trouxe prejuízos para a educação. A ênfase no 
ensino universal desde o início do aluno na vida escolar prejudicaria sua capacidade 
educativa e a formação de seu senso crítico. Deste modo, a didática de Amos acabava 
por atribuir ao conhecimento transmitido uma função muito mais utilitarista do que 
social, dirigida apenas para fins profissionais futuros. 
 
 
 
 
 
 
I.2 Heinrich Pestalozzi 
 Nasceu em 1746 em Zurich na Suiça. Considerado o pai da psicologia moderna, 
Pestalozzi foi influenciado pelas ideias de Rousseau e influenciou grandes nomes com 
Herbart e Fröbel. Este pensador apaixonado pela ação é lembrado até hoje 
principalmente por sua ajuda aos mais necessitados e porque incorporou o amor e o 
afeto na sua teoria educacional. Foi responsável pelo orfanato de Stan, na Suíça. Lá 
realizou experiências pedagógicas com os órfãos, desenvolvendo suas novas práticas 
educativas, combinando-as com trabalhos manuais (Soëtard, 2010). Morreu em 1826 na 
cidade de Brug. 
 Seu pensamento educativo baseado no amor e no afeto revolucionou o sistema 
educacional de sua época. Segundo o autor “só o amor é a eterna fonte da divindade que 
está entronizada dentro de nós. Ela é o núcleo de onde emana o essencial da educação.” 
(Pestalozzi). Também é desse grande educador a frase: “Sem amor, nem as forças 
físicas da criança, nem as de natureza intelectual encontram pleno desenvolvimento.” 
(Pestalozzi). Por ser um defensor declarado do amor condenava o sistema de punições: 
“O amor não tiraniza: cria e constrói.” (Pestalozzi). 
 As ideias educacionais do denominado salvador dos pobres percorreram o mundo. 
Usando elementos da psicologia psicologizou a educação. Dessa maneira inspirou 
grandes autores a considerarem a psicologia na educação. Pestalozzi preocupava-se com 
a formação do homem integral, ou seja, sua educação intelectual, física, profissional e 
moral. Além disso, o fundador da escola popular primária democratizou a educação ao 
declarar que ela era um direito de toda a criança para que desenvolvesse plenamente os 
poderes dados por Deus. 
 Para o pedagogo suíço a educação e o conhecimento libertavam as crianças, 
formando nelas espíritos livres. Para Pestallozzi o lar era “o fundamento de toda a 
educação natural da humanidade.” (Pestalozzi). Segundo o pai dos órfãos de Stan, a 
educação escolar era extensão da educação no lar porque preparava os alunos para a 
vida. 
 O método Pestalozzi é aclamado em todo o mundo tanto por sua clareza como 
por respeitar o nível de desenvolvimento da criança e suas particularidades. De acordo 
com Soëtard (2010, p.32), 
 [Pestalozzi] fundou seus métodos no conhecimento da criança, 
 adaptando-os ao seu nível de desenvolvimento. (...) acreditando 
 eficazmente em seu método a tal ponto que tinha certeza que bastava 
 aplica-lo para surtisse os efeitos desejados. Buscou um método de 
 ensino tão fácil, que poderia ser aplicado por qualquer um, até pela 
 menos instruída das mães. 
 Na tabela a seguir são apresentados os princípios básicos do método do 
pedagogo. 
 
 
 Tabela 4: Princípios básicos do método Pestallozzi 
Toda a aprendizagem passa pelos sentidos 
É necessário reforçar a aprendizagem através de exercícios 
Os progressos do aluno devem ser acompanhados passo a passo 
A atividade da criança deve ser incentivada, oferecendo-lhe oportunidade 
para ação, iniciativa e criação. A criança deve construir sua autonomia 
intelectual e moral, aprendendo a aprender 
Os educadores também devem ser educados 
Fonte: Extraído de < http://pgl.gal/pestalozzi-o-educador-da-humanidade-documentario-da-serie-grandes-
educadores/> acesso em 16 de janeiro de 2019. 
 O pedagogo foi um homem de ação mais do que palavras. Uma frase do próprio 
educador revela isso: "A vida educa. Mas a vida que educa não é uma questão de 
palavras, e sim de ação. É atividade." (Pestalozzi). Por esse motivo pode-se ver na 
tabela cinco como era o método Pestalozzi na prática. 
 Tabela 5: Método Pestallozzi na prática 
As turmas eram formadas com os menores de oito anos, com os alunos entre 
oito e onze anos e outra turma com idades de onze a dezoito anos. 
As atividades escolares duravam das 8 às 17 horas e eram desenvolvidas de 
modo flexível. Os alunos rezavam, tomavam banho, faziam o desjejum, 
faziam as primeiras lições, havendo um curto intervalo entre elas (ensino 
integral). 
Duas tardes por semana eram livres, e os alunos realizavam excursões. 
Os problemas disciplinares eram discutidos à noite. 
Condenava a coerção, as recompensas e punições. 
O desenvolvimento é orgânico, sendo que a criança se desenvolve por leis 
definidas. A gradação deve ser respeitada; o método deve seguir a natureza; 
a impressão sensorial é fundamental e os sentidos devem estar em contato 
direto com os objetos; a mente é ativa; o professor é comparado ao jardineiro 
que providencia as condições propícias para o crescimento das plantas. 
Crença na educação como o meio supremo para o aperfeiçoamento 
individual e social. 
Fundamentação da educação no desenvolvimento orgânico mais que na 
transmissão de ideias memorizáveis. 
A educação começa com a percepção de objetos concretos e 
consequentemente com a realização de ações concretas e a experimentação 
de respostas emocionais reais. 
O desenvolvimento é uma aquisição gradativa. Cada forma de instrução deve 
progredir de modo lento e gradativo. 
Conceituação de disciplina baseada na boa vontade recíproca e na 
cooperação entre aluno e professor. 
Introdução de novos recursos metodológicos. 
Deu impulso à formação de professores e ao estudo da educação como uma 
ciência. 
Fonte: Extraído de < http://pgl.gal/pestalozzi-o-educador-da-humanidade-documentario-da-serie-grandes-
educadores/> acesso em 16 de janeiro de 2019. 
http://pgl.gal/pestalozzi-o-educador-da-humanidade-documentario-da-serie-grandes-educadores/
http://pgl.gal/pestalozzi-o-educador-da-humanidade-documentario-da-serie-grandes-educadores/
http://pgl.gal/pestalozzi-o-educador-da-humanidade-documentario-da-serie-grandes-educadores/
http://pgl.gal/pestalozzi-o-educador-da-humanidade-documentario-da-serie-grandes-educadores/
 
 
 
 Por fim, a tabela 6 apresenta as principais obras e ideias do autor. 
 
Tabela 6: Principais obras e ideias de Heinrich Pestalozzi 
Obras Ideias 
Leonardo e Gertrudes ■ Pestalozzi anuncia suas ideias 
educacionais 
Como Gertrudes ensina seus 
filhos 
■ Busca responde quais as finalidades eos 
meios da educação 
■ Procura saber que conhecimentos e 
habilidades práticas são necessários à 
criança e como poderiam ser oferecidos a ela 
pelo professor ou, então, serem adquiridas 
por ela mesma 
Diário de um pai ■ Com intenções de estudos psicológicos, 
acompanha durante várias semanas os 
progressos de seu filho Jacques 
Minhas investigações sobre o 
curso da natureza no 
desenvolvimento da raça 
humana 
■ Sobre a essência e o destino da 
humanidade 
Mãe e filho ■ Compêndio de sua doutrina 
Fonte: Autora (2018) baseada em Soëtard (2010). 
 
 
 
 
 
I.3 John Frederick Herbart 
 O criador da Pedagogia como ciência e disciplina acadêmica nasceu na 
Alemanha em 1776 e faleceu em 1841. Filósofo, professor e pedagogo, Herbart foi um 
dos sucessores de Pestalozzi. Sua forte ligação com a psicologia se tornou a base para 
seu pensamento educativo. Defendia que “a ética determina os fins da educação e a 
psicologia regula seus meios” (Herbart,s.d.,p.9) e que a mente dos indivíduos é formada 
por representações, tais como imagens, ideias ou qualquer outra forma de manifestação 
psíquica. Para o autor, a Pedagogia teria o objetivo de modelar as representações dos 
indivíduos. 
 Herbart fazia distinção entre instrução e educação. De acordo com ele, a 
instrução é o “objeto principal da educação” ao mesmo tempo subordina a noção de 
instrução à de educação (Hilgenheger, 2010). Mas qual a diferença entre ambas? “A 
educação se preocupa em formar o caráter e aprimorar o ser humano. A instrução 
veicula uma representação do mundo, transmite conhecimentos novos, aperfeiçoa 
aptidões preexistentes e faz despontar capacidades úteis.” (HILGENHEGER, 2010, 
p.14). 
 Considerado um dos pioneiros da sistematização da educação, Herbart divide o 
ato de ensinar e o desenvolvimento da aprendizagem em cinco passos: preparação, 
apresentação, assimilação, generalização e a aplicação. 
 A preparação é a fase no qual se relacionam o novo conteúdo a conhecimentos 
que o aluno já tenha, para despertar o seu interesse. A apresentação é o estágio da 
demonstração do conteúdo. A assimilação é o passo em que são feitas associações e 
comparações meticulosas com conteúdos anteriores. A generalização é a fase em que se 
formulam regras globais onde se desenvolve a mente para além da percepção imediata. 
Por fim, a aplicação é o estágio da teoria sendo colocada em prática mostrando sua 
utilidade. 
 O sistema educacional herbartiano por ser amplo e completo pode ser aplicado 
desde a primeira infância até a adolescência. “Partindo do papel do adulto na educação 
da criança, Herbart define a educação moral como forma de desenvolver na criança uma 
inteligência e uma vontade adequadas.” (DAMIS, 2004, p. 20). 
 Segundo Herbart, a ação pedagógica se orienta através de três procedimentos, o 
governo, a instrução e a disciplina, sendo a instrução o mais importante por constituir-se 
a base da educação. O governo seriam os pais, que desenvolvem o papel de primeiros 
educadores e, após eles, os professores. A disciplina teria a função de conservar a 
vontade no caminho da virtude, preocupando-se com a formação moral dos estudantes. 
 O ponto máximo de sua teoria pedagógica é o que chamou de “liberdade 
interior” cujo significado é a libertação da criança de todas as influências exteriores para 
que se torne um ser autônomo, com capacidade para perceber em seu interior regras de 
conduta e preceitos morais. 
 
 
 Na tabela 7 são apresentadas as principais obras e ideias do pedagogo, professor 
e filósofo. 
Tabela 7: Principais obras e ideias de John Frederick Herbart 
Obras Ideias 
Pedagogia Geral ■ Analisa os fins da educação sob o 
ângulo da ética e os meios da educação 
numa perspectiva psicológica. 
■ Não concebe educação sem instrução. 
■ Explicita os traços do ensino que 
permitem atingir os objetivos da 
formação de caráter. 
A ideia de Pestalozzi de um ABC da intuição ■ Aparecem conceitos fundamentais da 
pedagogia de Herbart: o de interesse e de 
graus formais. 
Ideias para um plano de estudos para escolas 
secundárias 
■ Trata do objetivo da educação 
Formação de um caráter moral ■ Chega à ética através da pedagogia 
Sobre o mais recente escrito de Pestalozzi: 
Como Gertrud ensina os filhos 
■ Faz um confronto entre as suas 
doutrinas e as de Pestalozzi 
Pedagogia geral deduzida da finalidade da 
educação 
■ Trata dos objetivos da instrução 
educativa com base na ética. 
Ditados de pedagogia ■ Aborda a possibilidade e a necessidade 
da educação, seus fins e seus meios. 
Esboço de lições de Pedagogia/ 
As 35 cartas Pedagógicas 
■ Contém os últimos desenvolvimentos 
do seu pensamento pedagógico 
Sobre a representação estética do mundo como 
objeto principal da educação/ Cartas sobre a 
aplicação da psicologia na pedagogia 
■ Os meios educativos e, em particular a 
instrução, são o objeto da parte 
psicológica. 
Fonte: Autora (2019) baseada em HILGENHEGER (2010). 
 
 
 
Capítulo II: Contribuições da Tendência Liberal Renovada Progressivista (Escola 
Nova) 
 O nome tendência liberal renovada progressivista ou Escola Nova indica muito 
de suas ideias. Liberal porque assume os pressupostos do liberalismo. A designação 
renovada refere-se a proposta de renovação escolar. Já o termo progressivista foi 
cunhado por Anísio Teixeira para designar o papel da educação numa sociedade em 
transformação, devido ao desenvolvimento científico. Essa concepção pedagógica 
também é denominada de Escola Nova, devido as suas propostas educativas inovadoras, 
contrapondo-se as antigas proposições elaboradas pela pedagogia tradicional. 
 A Escola Nova nasce no final do século XIX. Tinha como bandeira a 
democratização e transformação da sociedade por meio da educação. Para que isso 
acontecesse propunha a escola pública, gratuita, mista, laica e obrigatória. Esse 
movimento educacional surge “para propor novos caminhos à educação, que se encontra 
em descompasso com o mundo no qual se acha inserida” (ARANHA, 1996, p.167). 
 Os proponentes das teorias liberais de educação defendiam a preparação dos 
alunos para assumir seus papéis na sociedade em que estavam. Os escolanovistas, 
inseridos na recém inaugurada república e imbuídos dos ideais capitalistas burgueses 
davam respaldo ao desenvolvimento do sistema econômico e político incipiente. Como 
escreveu Aranha (2006, p.303) sobre os representantes da Escola Nova, 
 Eles representavam o liberalismo democrático e os anseios da burguesia 
 capitalista urbana em ascensão. (...) os disseminadores da “ilusão 
 liberal” da “escola redentora da humanidade”, segundo a qual a 
 educação constituiria a mola da democratização da sociedade. 
 Os professores que idealizaram e apoiaram o escolanovismo foram responsáveis 
por várias reformas educacionais nos estados brasileiros além de terem escrito amplo 
material sobre o que acreditavam ser o melhor para o desenvolvimento da educação no 
país. A tabela 6 apresenta os principais autores e contribuições da tendência liberal 
renovada progressivista. Veja o que escreve Monarcha (2010, p.14) sobre a geração em 
que nasceram os educadores dessa vertente pedagógica, 
 ‘geração de 1920’, geração construtora, sumamente empenhada na 
 invenção de outro sistema de expressão e de vida para, assim, superar os 
 impasses próprios de uma formação social saturada de tensões e 
 conflitos. Ao optarem pela educação pública como via privilegiada para 
 a construção de um Brasil moderno, os intelectuais dessa geração 
 deixaram forte marca na cultura brasileira. 
 O objetivo principal dos expoentes da Escola Nova era restaurar o atraso 
educacional brasileiro. Esse objetivo se concretizaria através da definição do “programa 
da nova política educacional por uma vista orgânica e sintética das modernas teorias de 
educação.” (AZEVEDO et al, 2010, p.24) e, posteriormente pela execução do mesmo.Tabela 8: A tendência liberal renovada progressivista da educação: principais autores e 
contribuições 
Autores Contribuições 
Anísio Teixeira ■ Escola Pública para todos com qualidade e laica 
■ Professor tem que ser bem formado para trabalhar 
na Escola 
■ Escola de Horário Integral 
Lourenço Filho ■ Defensor da educação popular, implementou várias 
reformas educacionais importantes. 
■ Ocupou vários cargos políticos de proeminência e 
escreveu vários livros e artigos sobre educação. 
Fernando de Azevedo ■ Redigiu o Manifesto dos Pioneiros da Escola Nova 
e o Manifesto dos Educadores. 
■ Reformador da educação brasileira 
Fonte: Autora (2019). 
 Uma das publicações mais importantes dos teóricos escolanovistas foi o 
Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova, em 1932, redigido por Fernando de 
Azevedo. Um documento assinado por 26 educadores, com destaque para Anísio 
Teixeira, Lourenço Filho, Roquette Pinto, além do próprio redator do texto, Fernando 
de Azevedo. 
 O manifesto chamava a atenção para um despertar da consciência educacional, 
pois “(...) se formou no Brasil, uma ‘consciência educacional’, com que o problema da 
educação, tratado e discutido sob todos os aspectos, passou para o primeiro plano das 
cogitações, preparando-se o caminho para as grandes reformas escolares.” (AZEVEDO 
et al, 2010, p.21). 
 A publicação dos pioneiros da Escola Nova fornecia as diretrizes para a 
educação brasileira. Sua principal crítica era que a educação brasileira naquele momento 
se compunha de um ensino fragmentado sem articulação entre os diversos 
ensinamentos, e destes com o mundo. 
 Muitos foram os pontos inovadores trazidos pelo Manifesto. O primeiro deles foi 
sustentar como dever do Estado o fornecimento da educação pública, gratuita, mista, 
laica e obrigatória. Outro ponto é a “reconstrução do sistema educacional em bases que 
possam contribuir para a interpenetração das classes e a formação de uma sociedade 
 
 
humana mais justa (...).”(AZEVEDO et al, 2010, p.125). Segundo Aranha (2006, 
p.304), 
 um dos objetivos fundamentais expressos no Manifesto (...) era a 
 superação do caráter discriminatório e antidemocrático do ensino 
 brasileiro, que destinava a escola profissional para os pobres e o ensino 
 acadêmico para as elites. (...) reiterando a necessidade do Estado 
 assumir a responsabilidade da educação, que se achava em defasagem 
 com as exigências do desenvolvimento. 
 A educação deveria agora ser prioridade nos planos do Estado, não mais uma 
responsabilidade só das famílias. Deveria ser vista como um organismo, em profunda 
relação com a vida prática e motivadora do progresso. Além disso, deveria ser 
funcional, visando ao mesmo tempo o desenvolvimento do individuo e da sociedade. 
 Outra contribuição importante da Escola Nova foi a publicação do Manifesto dos 
Educadores mais uma vez convocados, em 1959. Esse novo documento foi redigido por 
Fernando de Azevedo e assinado por 161 educadores de renome. A publicação criticava 
a organização do ensino, nomeando-a arcaica e deficiente; o curso primário dividido em 
até quatro turnos; o curso técnico, insuficiente para a demanda; o baixo nível do 
secundário; o despreparo do professorado, leigo, mal remunerado e desatualizado; a 
precariedade das instalações escolares; a proliferação desordenada das faculdades etc. 
 A tendência pedagógica renovada forneceu várias contribuições na estrutura do 
processo ensino aprendizagem ao atribuir novos papéis à escola, aos professores, aos 
alunos, além de propor novas metodologias e apresentação dos conteúdos. Ao contrário 
da tendência pedagógica tradicional, a escola deveria ser promotora de experiências de 
autoaprendizagem para os alunos, reproduzir a sociedade democrática dentro de seus 
domínios, entre outros. Libâneo (1994, p.62) destaca as principais características da 
Pedagogia Renovada, 
 a valorização da criança, dotada de liberdade, iniciativa e de interesses 
 próprios e, por isso mesmo, sujeito da sua própria aprendizagem e 
 agente do seu próprio desenvolvimento; tratamento científico do 
 processo educacional, considerando as etapas sucessivas do 
 desenvolvimento biológico e psicológico; respeito às capacidades e 
 aptidões individuais, individualização do ensino conforme os ritmos 
 próprios de aprendizagem; rejeição de modelos adultos em favor da 
 atividade e da liberdade de expressão da criança. 
 A relação entre professores e alunos seria de harmonia, não mais de autoridade 
de um lado e passividade de outro. Os professores seriam agora orientadores a fim de 
garantir o aprendizado ativo dos alunos. Já os discentes, assumiriam o papel de 
protagonistas de sua própria educação, ou seja, se tornariam ativos, responsáveis por 
aprender a aprender. Os conteúdos, por sua vez, não seriam mais aqueles tradicionais, 
enciclopédicos, mas impregnados da realidade vivida pelos alunos. Segundo Saviani 
(1999, p.21), 
 
 
 O professor agiria como um estimulador e orientador da aprendizagem 
 cuja iniciativa principal caberia aos próprios alunos. Tal aprendizagem 
 seria uma decorrência espontânea do ambiente estimulante e da relação 
 viva que se estabeleceria entre os alunos e entre estes e o professor. 
 A contribuição mais importante dos escolanovistas, porém, foi o legado de 
mudança que deixou. Contrapondo os ideais da escola tradicional, já obsoletos para a 
sociedade que se desejava formar, destacou-se por suas ideias novas, para um mundo 
novo que estava se instaurando no país, o mundo burguês, capitalista e democrático. 
Como o próprio Manifesto dos Pioneiros coloca, 
 A cada época, na marcha da civilização, correspondem processos novos 
 de educação para uma adaptação constante às novas condições da vida 
 social e à satisfação de suas tendências e de suas necessidades. As 
 ideias e as instituições pedagógicas são essencialmente ‘o produto de 
 realidades sociais e políticas’. 
 Portanto, para a construção e permanência da sociedade capitalista burguesa, era 
necessário uma nova educação, que fornecesse as ideias e os meios para que isso se 
tornasse possível. A Escola Nova contribuiu dessa forma na época em que surgiu e até 
hoje suas teorias permanecem atuais no campo das ideias e ações educacionais no 
Brasil. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
II.1 Anísio Teixeira 
 Um educador que não pensou só educação, pensou e fez. Se pudéssemos 
sintetizar a vida de Anísio Teixeira em um parágrafo seria assim. Nasceu no dia 12 de 
julho de 1900 em Caetité na Bahia. Estudou no primário e secundário em colégios 
católicos jesuítas. Formou-se em Direito no Rio de Janeiro em 1922. Teve uma vida 
pública ativa de aproximadamente 40 anos. Criou a Universidade de Brasília ao lado de 
Darcy Ribeiro, a Escola Parque e exerceu vários cargos públicos. Sua vida e obra foi 
bastante influenciada pela filosofia educacional de John Dewey. Foi um dos autores do 
Manifesto dos Pioneiros da Educação em 1932. Escreveu alguns livros e textos. Foi 
considerado um homem de pensamento e ação. Morreu em 1970 em circunstâncias 
misteriosas. 
 Anísio Teixeira fez mestrado nos Estados Unidos e de lá trouxe as ideias de 
Dewey para o Brasil. O pensamento de Dewey era voltado para formar um aluno crítico, 
pensante, que não soubesse só memorizar os conhecimentos. O pedagogo norte 
americano defendia uma sala de aula ativa onde o aluno participasse e fosse o centro da 
aula. Essas novas concepções educacionais inspiraram Anísio a elaborar alguns 
conceitos e ideias fundamentais que defendeu pelo restante da sua vida. O primeiro 
deles, a Escola deve ser pública, gratuita, para todos e laica, praticamente um lema nos 
dias atuais, na época foi algo muito ousado de se defender sobretudo durante a ditadura. 
O educador também defendia que o professor tem que ser bem formado para tralhar na 
escola. 
 O pensadorde ação sabia que o novo seria difícil de ser aceito, ainda mais numa 
sociedade em que havia valores contraditórios. Por esse motivo escreveu: “A educação 
institucionalizada em escolas resiste, de todos os modos, à ação das novas idéias e 
novas teorias, e só lentamente se irá transformando, até chegar a constituir verdadeira 
aplicação da nova filosofia democrática da sociedade moderna.” (TEIXEIRA, 1959). 
Com essas palavras percebemos que ele acreditava na mudança, ainda que esta viesse a 
ocorrer de forma lenta. 
 A respeito dos valores em conflito o autor escreveu o clássico artigo da história 
da educação do Brasil, Valores proclamados, valores reais nas instituições escolares 
brasileiras. Neste artigo Anísio questiona que há um consenso de que a educação 
pública tem que ser de qualidade mas na realidade não é isso que ocorre ou que o 
professor é importante mas na prática não é valorizado. As palavras do mestre 
permanecem atuais e nos fazem pensar que muito precisa ser mudado. 
 O educador defendeu que os recursos públicos deveriam ser destinados à 
Educação, pois era a prioridade de uma nação. Sua vida foi lutar pela educação de 
qualidade, gratuita e para todos. Aliás, alguns títulos de livros do autor como Educação 
não é um privilégio, Educação para a democracia: introdução à administração 
educacional e Universidade, mansão da liberdade demonstram sua missão de defender a 
escola democrática. A frase de Anísio “a escola era a fábrica da democracia” tem um 
 
 
significado essencial, qual seja, a escola pública é a que faz a democracia e pensar 
democracia sem pensar numa escola pública é simplesmente não pensar. Poderíamos 
afirmar que esse foi o maior legado do mestre que incomodou a ordem social vigente e, 
talvez, por esse motivo foi silenciado, porém suas ideias permanecem vivas à espera de 
pessoas tais como ele, transformadoras da realidade. 
Tabela 9: Principais obras e ideias de Anísio Teixeira 
Obras Ideias 
Educação e o mundo moderno ■ a partir de uma explícita postura 
utópica, Anísio TEIXEIRA afirma que a 
saída para a perplexidade do MUNDO 
MODERNO é uma educação 
fundamentada na atitude científica. 
■ são discutidas as bases da teoria lógica 
de Dewey. 
■ são discutidos os novos sentidos da 
tarefa docente e da universidade para a 
formação do cidadão da democracia 
moderna. 
Educação no Brasil ■ sobre a educação e a crise brasileira. 
■ apresenta uma discussão teórica da 
relação educação sociedade. 
Educação para a democracia ■ o educador percebia na sociedade uma 
tendência espontânea de utilização da 
educação escolar para reforçar o status 
quo. A fim de combater essa tendência, 
propôs uma pedagogia da escola nova, 
capaz de produzir indivíduos orientados 
http://www.bvanisioteixeira.ufba.br/capalivro2.html
 
 
para a democracia e não para a 
dominação. A escola não deveria estar a 
serviço de nenhuma classe, mas sim a 
serviço do indivíduo e da reconstrução 
social. 
Educação não é privilégio ■ o autor apresenta de forma 
contundente o drama da educação na 
sociedade brasileira e mostra como nossa 
incapacidade de criar um regime 
realmente democrático nos impediu de 
cumprir a maior de todas as tarefas: a 
educação. 
Educação progressiva: uma introdução 
à filosofia da educação 
■ sobre filosofia da educação e pedagogia 
educacional. 
Fonte: Autora (2019). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
II.2 Lourenço Filho 
 Manoel Bergström Lourenço Filho nasceu em Porto Ferreira, no Estado de São 
Paulo em 1897. Foi advogado, sociólogo, educador e escritor. Com cinquenta anos de 
atividades dedicadas ao magistério, ao estudo da pedagogia e à administração pública, 
figura entre os maiores educadores brasileiros. Belas são as palavras de Montello (1962, 
citado por Monarcha, 2010, p.11) sobre o exímio educador, 
 Homem de ação e de pensamento, tem sido um mestre admirável, ao 
 longo de seu destino de professor, publicista e administrador, um 
 exemplo perfeito da concordância da obra realizada com a sua vocação 
 de educador.(...) poucos homens públicos terão influído tanto, embora 
 silenciosamente, na formação do Brasil contemporâneo. Ele semeou 
 ideias e transmitiu convicções. Olhou para o futuro com o propósito de 
 participar de sua elaboração, e reconheceu, como Emerson, que a 
 educação de uma criança deve começar cem anos antes de seu 
 nascimento, e o certo é que não pregou em vão o seu evangelho em 
 favor de um país melhor. 
 
 Lourenço Filho atuou em diversos campos da educação como o pré-primário, 
ensino técnico, universitário, didática e metodologia do ensino, administração escolar, 
educação física, formação de professores e alfabetização infantil e de adultos. A carreira 
política de Lourenço Filho também foi bastante profícua. Em 1922 foi nomeado diretor-
geral da Instrução Pública do Ceará por solicitação desse estado e indicação do governo 
de São Paulo. No Ceará reorganizou o ensino daquele Estado, realizando uma reforma 
de ensino de grande repercussão na época. Foi nomeado diretor-geral da Instrução Pública 
do Estado de São Paulo em 1930. 
 Em 1932 assumiu o encargo de organizar e dirigir o Instituto de Educação do 
Distrito Federal, até 1938. Em 1934 foi eleito presidente da Associação Brasileira de 
Educação (ABE). Em 1935 foi nomeado professor de psicologia educacional da Escola 
de Educação, da Universidade do Distrito Federal (UDF), e diretor da mesma escola. 
Em 1937 foi nomeado membro do Conselho Nacional de Educação, nele permanecendo 
até sua extinção, em 1961. Em 1938 foi convidado pelo ministro Gustavo Capanema 
para organizar e dirigir o Inep. Em 1941 presidiu a Comissão Nacional de Ensino 
Primário. Em 1947 ocupou pela segunda vez o cargo de diretor do Departamento 
Nacional da Educação onde organizou e dirigiu a Campanha Nacional de Educação de 
Adultos, primeiro movimento de educação popular de iniciativa do governo federal, 
entre outros cargos que ocupou. 
 Na política, a preocupação central de Lourenço Filho sempre esteve voltada para 
a questão da educação popular, especialmente naquilo que chamaríamos de educação 
primariamente articulada à formação de professores. Esta preocupação foi uma 
constante no exercício profissional dele, que procurou, ao longo das cinco décadas de 
vida pública, gerar respostas, procurar estabelecer alternativas de soluções para esses 
problemas que ainda hoje são prementes na vida brasileira. 
 
 
 O educador publicou também diversos artigos e estudos sobre pedagogia, livros 
importantes, além de subscrever O manifesto dos pioneiros da Educação Nova. A tabela 
apresenta as principais obras e ideias de Lourenço Filho. 
 
Tabela 10: Principais obras e ideias de Lourenço Filho 
Obras Ideias 
Juazeiro do Padre Cícero ■ trata do fanatismo religioso no Nordeste. 
Introdução ao estudo da Escola 
Nova 
■ mostra os fundamentos teóricos da Escola Nova. 
A formação de professores: da 
Escola Normal à Escola de 
Educação 
■ sobre o ensino e sua arte. 
■ registra e divulga trabalhos e investigações sobre 
ensino e organização escolar realizados no Instituto 
de Educação do Rio de Janeiro, sob a direção do 
professor Lourenço Filho, no período de 1932 a 1937. 
■ explica as razões do interesse do autor pelos temas 
referentes à formação de professores 
■ mostra as vantagens e desvantagens da carreira do 
magistério etc 
A pedagogia de Rui 
Barbosa 
■ examina o homem Rui Barbosa e o tempo; seus 
escritos pedagógicos; suas bases filosóficas e ideias 
sociais e os princípios de organização e a 
metodologia que Rui criou em sua pedagogia. 
Educação Comparada ■ pôs em destaque a importância dos estudos de 
educação comparada num mundo marcado pela 
crescente necessidade de intercomunicação dos 
povos. 
■ sobre questões relativas à organização e 
funcionamento dos sistemas de ensino. 
Organização e 
administração escolar:curso básico 
■ o autor contempla os princípios da organização e da 
administração escolar e suas bases, reunindo 
conceitos e 
instrumentos de análise necessários à compreensão 
dos fatos de estruturação e de gestão dos serviços 
escolares. 
■ Autor fornece os elementos legais básicos para a 
aplicação, numa situação concreta, dos princípios e 
normas apresentados na primeira parte do livro. 
Tendências da educação 
brasileira 
■ propunha fornecer dados objetivos para a 
elaboração de uma política científica para a obra de 
educação nacional no oscilante contexto do recém-
instalado Estado Novo. 
Fonte: Autora (2019). 
 
 
 
 
II.3 Fernando de Azevedo 
 O grande educador Fernando de Azevedo nasceu em São Gonçalo de Sapucaí, 
Minas Gerais, no dia 2 de abril de 1894. É considerado um notável educador brasileiro 
por ter dedicado sua vida a resolver os problemas educacionais do Brasil. Desde cedo 
mostrou ter vocação para o ensino e para reformar a educação. Penna (2010, p. 11,12) 
escreveu sobre o sociólogo educador, 
 Fernando de Azevedo, por suas ideias e por sua ação, esteve adiante da 
 maioria dos educadores do seu tempo, levantando as bandeiras 
 históricas da burguesia progressista e liberal. (...)Ao pensar um projeto 
 de reconstrução nacional, viu na democratização da educação um meio 
 eficaz para alcançar tal fim. (...) Abridor de caminhos, seu 
 pensamento não é apenas o de um homem que se quis filósofo da 
 educação, mas o de um reformador que tentou transformar suas 
 ideias em ação. 
 
 Em 1926 realiza pesquisa para O Estado de São Paulo, o famoso inquérito sobre 
a Instrução Pública, no qual discute a necessidade da criação de universidades. Nesse 
mesmo ano é nomeado Diretor-geral de Instrução Pública do Rio de Janeiro, onde 
empreende a Reforma da Instrução Pública. Esta Reforma foi uma verdadeira revolução 
pedagógica nos ensinos primário e secundário, sobretudo no ensino normal e na 
preparação de professores. 
 Fernando de Azevedo elaborou e implementou um amplo plano de construções 
escolares, cujo mais importante foi a antiga Escola Normal, denominada depois Instituto 
de Educação. Em 1931 atuou como fundador, organizador e diretor da Biblioteca 
Pedagógica Brasileira (BPB). Em 1932 é nomeado Diretor-geral da Instrução Pública de 
São Paulo. Além disso, atuou como fundador, professor de sociologia educacional e 
primeiro diretor do Instituto de Educação de São Paulo, mais tarde incorporado à 
Universidade de São Paulo. 
 Em 1932 escreve e é o primeiro signatário do Manifesto dos Pioneiros da Escola 
Nova, em busca de uma reconstrução educacional no Brasil). Neste documento são 
lançadas as bases e diretrizes de uma nova política de educação. Em 1933 redigiu o 
Código de Educação do Estado de São Paulo. Em 1934 planejou a fundação da 
Universidade de São Paulo e redigiu seu anteprojeto. Ele também assumiu outros cargos 
educacionais e governamentais importantes. 
 Como se pode perceber, Fernando Azevedo teve uma vida política muito 
proeminente. Mas ele também foi um professor e escritor de livros consagrados, dentre 
os quais se destacam O manifesto dos pioneiros da Educação Nova, de 1932, A cultura 
brasileira, de 1943 e O Manifesto dos Educadores mais uma vez convocados, de 1959. 
O educador morreu em 1974 após intensa produção intelectual e ação política. Veja a 
tabela 9 com suas principais obras e ideias. 
 
 
Tabela 11: Principais obras e ideias de Fernando de Azevedo 
Obras Ideias 
A reconstrução educacional 
no Brasil: ao povo e ao 
governo 
■ trata-se do Manifesto dos Pioneiros da Educação 
Nova 
■ oferece diretrizes para uma política de educação. 
Novos caminhos e novos 
fins: A nova política da 
educação no Brasil 
■ conjunto de ensaios e estudos sobre educação, 
política de educação no Brasil, socialização da escola, 
a educação profissional, vida em Sociedade e 
pedagogia. 
A cultura brasileira ■ discute a respeito dos Fatores da Cultura, a Cultura, 
e a transmissão da Cultura. 
■ o autor objetivou unificar os conhecimentos 
dispersos nos trabalhos de detalhe, abandonar o que é 
secundário e acessório para fixar o essencial e indicar 
as grandes linhas do desenvolvimento, interessado na 
interpretação do Brasil. 
 A educação e seus 
problemas 
■ trata sobre o problema da educação rural; a missão 
da universidade; o Estado e a educação; Política e 
educação: política contra a educação, as lutas políticas 
e a universidade e política de educação; a unidade 
nacional e a educação; a renovação da educacional e o 
livro; a nova função do livro escolar; as bibliotecas e 
os laboratórios etc. 
A educação entre dois 
mundos: Problemas, 
perspectivas e orientações 
■ sobre o movimento das escolas novas no Brasil e a 
consolidação do ensino superior no país; a educação; a 
formação de professores e a disciplina de sociologia. 
Fonte: Autora (2019). 
 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 A didática nas tendências não críticas tradicional e progressivista: um estudo de 
suas contribuições pretendeu analisar os aspectos mais relevantes do referencial teórico 
das concepções pedagógicas tradicional e progressivista: as dimensões da didática 
abordadas pelas concepções tradicional e liberal renovada e os temas fundamentais da 
didática propostos por Libâneo considerados por esses enfoques educativos. 
 A resposta para a pergunta “por que estudar ainda sobre a didática nas 
tendências não críticas da educação|?” foi respondida no decorrer desta pesquisa e 
nessas considerações finais. Isto porque há características teóricas importantes para a 
prática educacional que foram produzidos pelas didáticas tradicional e progressivista. 
Apesar das teorias elaboradas por essas concepções pedagógicas terem sofrido inúmeras 
críticas, produziram um rico material teórico que precisa ser usado ainda hoje na prática 
escolar e também pelas próximas gerações de educadores e educandos. 
 No capítulo 1 foram descritas as principais contribuições da tendência 
tradicional da educação. Várias foram as contribuições da tendência tradicional da 
educação. Os pensadores deste enfoque pedagógico davam valor à formação do homem 
integral, que aprendesse não somente os conhecimentos acumulados pela humanidade 
mas também valores morais e espirituais com o objetivo de gerar um bom caráter. Essa 
foi a maior contribuição dessa tendência educacional. 
 Nos subtópicos do capítulo 1 foram examinadas a vida e as obras mais 
importantes dos autores de maior influência deste enfoque educacional. O objetivo 
proposto era analisar quais foram os progressos que as teorias da didática tradicional 
proporcionaram para o processo de ensino-aprendizagem. 
 A Didática Magna, escrita por Comênio é considerada um estudo completo, 
profundo e preciso sobre as práticas educativas. Esse tratado é reconhecido como uma 
verdadeira Bíblia da didática, um manual que serve para qualquer pessoa em qualquer 
época que queira aprender a ensinar, ensinar a aprender e aprender a aprender. 
 Outra contribuição importante da concepção da didática tradicional foi o 
reconhecimento da Pedagogia como Ciência. A partir desse grande passo, formularam-
se teorias educacionais e sistematizou-se o processo de ensino aprendizagem elevando-o 
ao status de um conjunto de regras que se bem praticadas se obteria o resultado 
desejado. Foi Herbart o responsável por essa mudança. 
 Herbart também contribuiu para a educação sistematizando-a. Dividiu o ato de 
ensinar e o desenvolvimento da aprendizagem em cinco passos: preparação, 
apresentação, assimilação, generalização e a aplicação. Esse método é utilizado até hoje 
como os passos que devem ser dados para que se obtenha um bom resultado processo 
educacional. 
 O pedagogo suíço Pestalozzi revolucionou a educação de sua época ao 
considerar o amor e o afeto como elementos imprescindíveis ao ato de ensinar e 
 
 
condenar o sistemade punições. Usando elementos da psicologia elaborou seu 
pensamento educativo. Com isso inspirou grandes autores a considerarem a psicologia 
na educação. Pestalozzi é reconhecido como mentor e reformador da escola popular por 
seu método que democratizou a educação. 
 No capítulo 2 foram descritas as principais contribuições do escolanovismo para 
a educação. As propostas educativas inovadoras dessa vertente pedagógica 
contrapunham-se as antigas proposições elaboradas pela pedagogia tradicional. A 
Escola Nova tinha como bandeira a democratização e transformação da sociedade por 
meio da educação. 
 Uma das publicações mais importantes dos teóricos escolanovistas foi o 
Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova, em 1932. Esse documento assinado por 26 
educadores influentes tinha como objetivo principal fornecer novas diretrizes para a 
educação brasileira. Muitos foram os pontos inovadores trazidos pelo Manifesto. O 
maior deles foi sustentar como dever do Estado o fornecimento da educação pública, 
gratuita, mista, laica e obrigatória. Outra contribuição importante da Escola Nova foi a 
publicação do Manifesto dos Educadores mais uma vez convocados, em 1959. 
 Vimos também que a tendência pedagógica renovada forneceu várias 
contribuições na estrutura do processo ensino aprendizagem ao atribuir novos papéis à 
escola, aos professores, aos alunos, além de propor novas metodologias e apresentação 
dos conteúdos. 
 Nos subtópicos do capítulo 2, foi realizada a exposição dos aspectos mais 
relevantes da vida e obra dos autores que marcaram o enfoque escola novista. O 
objetivo requerido era analisar quais foram os progressos que as teorias da didática 
renovada proporcionaram para o processo de ensino-aprendizagem. Vimos que os 
educadores Anísio Teixeira, Lourenço Filho e Fernando de Azevedo contribuíram de 
maneira significativa com a teoria e prática dos pressupostos da Escola Nova. 
 Anísio Teixeira foi um grande defensor da escola pública para todos com 
qualidade e laica; do professor bem formado para trabalhar na Escola; e da escola de 
horário integral. Lourenço Filho, por sua vez, foi um defensor da educação popular, 
implementando várias reformas educacionais importantes. Além disso ocupou vários 
cargos políticos de proeminência e escreveu vários livros e artigos sobre educação. Já 
Fernando de Azevedo, redigiu o Manifesto dos Pioneiros da Escola Nova e o Manifesto 
dos Educadores; e foi um grande reformador da educação brasileira. 
 Concluímos que o objetivo geral deste trabalho, compreender a didática nas 
tendências não críticas como uma parte importante da história da didática e ainda 
essencial para os dias atuais foi atingido. Logo, o educador pode e deve utilizar-se do 
arsenal teórico e prático da pedagogia tradicional e renovada em sua prática pedagógica 
quando e onde for mais conveniente. 
 
 
 
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