Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
ENFERMAGEM OBSTÉTRICA E GINECOLÓGICA MÓDULO II (40 horas/aula) SAÚDE DA MULHER As áreas de enfermagem materna, neonatal, infantil e mesmo saúde da mulher como um todo, a exemplo de outras modalidades de atenção à saúde, apresentam e acompanham as particularidades epidemiológicas, socioeconômicas, culturais e políticas de cada país e/ou região. Importante lembrar que, atualmente com frequência, a mulher se depara com várias responsabilidades que demandam seu tempo e atenção, como saúde dos pais, dos filhos, do parceiro, acumula ainda a responsabilidade de construir uma carreira profissional o que faz com que não raramente, diminua sua capacidade em dar atenção à própria saúde física e mental. É de fundamental importância que atualmente os serviços de saúde tenham programas específicos voltados para a saúde da mulher, e aqui se destaca o papel fundamental dos profissionais de enfermagem que usando seus conhecimentos e seu amor ao lidar com sua clientela, precisam auxiliar na satisfação de todas as necessidades nos cuidados de saúde, independente de qual momento a mulher se encontra no seu ciclo de vida. No Brasil, foi criado o PAISM (Programa de Atenção Integral a Saúde da Mulher), desenvolvido pela rede pública e que abrange diversos subprogramas que atingem a todas as áreas de saúde relativas ao sexo feminino e não somente o período gravídico. ANATOMIA E FISIOLOGIA DO SISTEMA REPRODUTOR FEMININO E DO SISTEMA REPRODUTOR MASCULINO Sistema Reprodutor refere-se aos órgãos responsáveis pela produção da prole nos seres vivos. Nos seres humanos, no sexo masculino encontramos os espermatozoides, que são as células reprodutivas masculinas e o pênis, órgão que deposita os espermatozoides no interior da vagina. No sexo feminino encontramos os ovários que são as células reprodutivas femininas e um órgão, o útero, local onde se desenvolve o feto. É muito importante que os profissionais da área de enfermagem tenham um conhecimento adequado da anatomia e fisiologia dos sistemas reprodutivos feminino e masculino, para poder detectar alterações/afecções que possam vir acometê-los. ANATOMIA E FISIOLOGIA REPRODUTIVA FEMININA O sistema reprodutor feminino é composto por órgãos internos e externos. Os internos são estruturas que, de acordo com as influências hormonais específicas, desempenham funções que influenciam a fertilidade e a gravidez. Os órgãos internos são; vagina, útero, tubas uterinas (Trompas de Falópio) e ovários. Os externos são aqueles que compõem a vulva (significa “cobertura”) que é responsável pela proteção das aberturas vaginal e uretral, muito sensível ao toque, o que aumenta o prazer feminino durante a excitação sexual. A vulva é constituída por: monte de vênus (monte pubiano), grandes e pequenos lábios, clitóris, vestíbulo e períneo. Funções do sistema genital feminino: Produzir gametas – ovócito; Secretar hormônios sexuais; Receber os espermatozoides; Fornecer locais para fertilização, implantação e desenvolvimento embrionário e fetal; Oferecer condições para o parto; Prover nutrição do feto. ÓRGÃOS INTERNOS DO SISTEMA REPRODUTOR FEMININO: Vagina: é o canal, com dimensões entre 7.5 a 10 cm de comprimento, que recebe o pênis e o esperma ejaculado durante a relação sexual, funcionando ainda como uma via para saída do sangramento menstrual e do feto durante o nascimento. Útero: órgão muscular, com formato de pera, situado na parte superior da vagina, posteriormente a bexiga e anteriormente ao reto. É o local onde ocorre a menstruação, a implantação do ovo fertilizado, do desenvolvimento fetal durante a gravidez e do trabalho de parto. Em nulíparas mede cerca de 7,5 cm de comprimento, 5 cm de largura e 2,5 cm de espessura. Depois de uma primeira gestação o útero permanece aumentado e após a menopausa fica menor e atrofia. A parede uterina é composta por três camadas: endométrio (camada interna), miométrio (camada muscular média) e o perimétrio (camada externa serosa que recobre o corpo do útero). Anatomicamente o útero subdivide-se em três porções: fundo (porção convexa acima das trompas); corpo (porção central) entre o fundo e a cérvice; cérvice (também chamada colo do útero, porção que se abre na vagina). a) Cérvice (colo): parte mais inferior do útero, que se abre na vagina e tem um canal que permite a passagem do esperma para o útero e saída do sangramento menstrual. O orifício externo da cérvice é uma pequena abertura oval e regular, antes do primeiro parto. Após o primeiro parto vaginal, esta abertura transforma-se em uma fenda transversa semelhante a lábios. O canal da cérvice possui glândulas secretoras de muco que torna impossível a penetração dos espermatozoides até que ocorra a ovulação. Quando esta ocorre, a consistência do muco muda , facilitando a mobilidade dos espermatozoides e provável fecundação. O muco secretado pela cérvice é capaz de acomodar os espermatozoides e mantê-los vivos por 2 a 3 dias. Estes podem se mover após pelo corpo, alcançar as tubas e fertilizar o óvulo. O canal do colo uterino é estreito demais para que o feto o atravesse durante a gravidez, porém durante o trabalho de parto o canal de parto se dilata , permitindo a passagem do feto b) Corpo: órgão principal do útero, essencialmente muscular, que aumenta de tamanho para manter o feto durante a gestação. O endométrio passa por alterações ciclicamente, dependendo da variação dos níveis de hormônios secretados pelos ovários. Durante o ciclo menstrual é mais espesso (a espera de que chegue um óvulo fertilizado) e logo após a menstruação, é mais fino. Quando não ocorre gravidez, parte do endométrio descama, ocorrendo então o sangramento menstrual. Se houver fertilização, o embrião adere à parede do útero, processo conhecido como implantação. Ocorre então interrupção do sangramento menstrual durante aproximadamente 40 semanas (período gestacional). No decorrer do trabalho de parto as paredes musculares do corpo se contraem para empurrar o feto através da cérvice para a vagina. Tubas Uterinas: (Também conhecidas como Trompas de Falópio), estrutura dupla, cilíndrica e oca medindo cerca de 5 a 7,5 cm estendendo-se desde as bordas superiores do útero em direção aos ovários. Cada tuba mede cerca de 7 a 10 cm de comprimento e mais ou menos 0,7 cm de diâmetro. As tubas tem forma de funil em sua extremidade, o que permite uma grande abertura para que o óvulo cais ao ser liberado do ovário. Internamente as tubas uterinas são revestidas por cílios que permitem movimentação. A fecundação comumente ocorre no interior das tubas uterinas uma vez que são responsáveis pelo transporte dos espermatozoides do útero em direção ovário e o óvulo até o útero. Se houver fertilização, as primeiras divisões celulares ocorrem no interior da trompa (a migração do ovo até o útero leva em torno de 7 dias). Ovários: par de glândulas localizado na cavidade pélvica abaixo e de cada lado do umbigo. Os ovários são responsáveis pela ligação entre os sistemas reprodutivo e de glândulas endócrinas, pois produzem os óvulos e secretam ciclicamente os hormônios femininos progesterona (mantém o endométrio e diminui a contratilidade do útero, estimulando o desenvolvimento das mamas e proporcionando nutrição para o feto) e estrogênio (responsável pelo desenvolvimento dos caracteres sexuais secundários e desenvolvimento dos órgãos genitais). ÓRGÃOS EXTERNOS DO SISTEMA REPRODUTOR FEMININO: Monte pubiano: proeminência arredondada e elevada situada sobre a sínfise pubiana. A partir da puberdade, esta área é coberta por pelos pubianos que protegem a sínfise pubiana durante a relação sexual. Lábios: Grandes lábios: são comparáveis ao escroto no sistema reprodutor masculino. Eles contém glândulas sudoríparas e sebáceas após a puberdade esão cobertos por pelos e tem como função proteger a abertura vaginal. Pequenos lábios: localizados no interior dos grandes lábios, circundando as aberturas da vagina e da uretra. São muito vascularizados e com muitas terminações nervosas, lubrificam a vulva e enrijecem em resposta a estímulos por serem muito sensíveis. Clitóris: pequena massa de tecido erétil e rica em terminações nervosas, situado na junção anterior dos pequenos lábios. Acima e abaixo do clitóris, há pregas, cuja união acima do clitóris forma o chamado prepúcio, cobertura semelhante a um capuz sobre o clitóris. O clitóris é rico em vasos sanguíneos o que lhe confere uma coloração rosada. Assim com o pênis, é muito sensível ao toque, à estimulação e à temperatura, e pode tornar-se ereto. Apesar de seu pequeno tamanho, tem suprimento nervoso e sanguíneo abundante. Vestíbulo: área oval envolta pelos grandes lábios lateralmente. No vestíbulo encontramos a uretra, a vagina e dois pares de glândulas (Glândulas de Bartholin) que quando estimuladas secretam muco, lubrificando para a relação sexual. Em cada lada da uretra encontramos as glândulas de Skene, que secretam muco para manter a abertura úmida e lubrificada para a passagem da urina. Períneo: porção mais posterior dos órgãos reprodutivos femininos externos, localizando-se entre a vulva e o ânus. É constituído de músculo, fáscia e pele. Esta área pode sofrer laceração ou passar por incisão durante o parto (episiotomia) – e ser reparado por sutura posteriormente – para facilitar a passagem do feto. Mamas: órgãos acessórios do sistema reprodutivo feminino especializados na secreção de leite após o nascimento. Durante a gravidez a progesterona e o estrogênio produzidos pela placenta são estimulantes do desenvolvimento das glândulas mamárias, sendo que devido a essa intensa atividade hormonal as mamas podem dobrar de tamanho durante a gestação. Após o nascimento, com a queda rápida e brusca dos níveis dos hormônios placentários, a ação da prolactina (hormônio produtor de leite) deixa de ser inibida. Nos primeiros dias após o nascimento, acontece a secreção de líquido amarelo-escuro, o colostro, rico em minerais, proteínas e anticorpos maternos, com menos açúcar e gordura que o leite materno maduro. ANATOMIA E FISIOLOGIA REPRODUTIVA MASCULINA A exemplo do Sistema Reprodutor Feminino, o Masculino é composto por órgãos que tem como objetivo produzir um novo ser. Esses órgãos são responsáveis pela produção e manutenção dos espermatozoides (células sexuais masculinas), pelo transporte destas, juntamente com os líquidos de apoio, até o aparelho reprodutor feminino e também respondem pela secreção de testosterona (hormônio masculino). São eles: testículos (em número de dois), onde são produzidos a testosterona e os espermatozoides, o pênis, o escroto e os órgãos acessórios (epidídimo, ductos: deferente e ejaculatório, vesículas seminais, glândulas bulbouretrais e próstata). Os internos são os testículos, os ductos e os acessórios, os externos são o pênis e o escroto. Funções do sistema genital masculino: Produção e transporte do gameta masculino; Produção do hormônio responsável pelos caracteres sexuais masculinos: a testosterona; Secreção de fluidos para formar o esperma (ou sêmen). ÓRGÃOS INTERNOS DO SISTEMA REPRODUTOR MASCULINO: Testículos: são glândulas sexuais masculinas (gônadas masculinas), responsáveis pela elaboração do espermatozoide, e estão situados sob o pênis. Os testículos são em número de 2 e estão contidos num receptáculo, o escroto, dividido em duas bolsas, cada uma contendo uma gônada. O Órgão é envolvido por um invólucro: a Nos testículos são túnica albugínea, que protege o tecido testicular. produzidos os espermatozoides, as células reprodutoras (gametas) masculinas, durante o processo chamado espermatogênese, além de diversos hormônios. Os epidídimos são dois tubos enovelados que partem Epidídimo: dos testículos. São responsáveis pela maturação e o armazenamento dos espermatozoides. Os epidídimos são canais alongados que se enrolam e recobrem posteriormente a superfície de cada testículo. Corresponde ao local onde os espermatozoides são armazenados. https://www.todamateria.com.br/espermatozoide/ Ductos Deferentes: o sistema reprodutor masculino contém 2 tubos altamente musculares, ductos deferentes, que são dois constituída por fibras musculares lisas, que partem dos testículos, envolvem a bexiga urinária e unem-se ao ducto ejaculatório. Possuem a função de transportar os espermatozoides em direção à uretra, além de serem responsáveis pela reabsorção daqueles que não foram expelidos. O canal deferente é um tubo fino e longo que sai de cada epidídimo. Ele passa pelas pregas ínguas (virilha) através dos canais inguinais, segue sua trajetória pela cavidade abdominal, circunda a base da bexiga e alarga-se formando uma ampola. Recebe o líquido seminal (proveniente da vesícula seminal), atravessa a próstata, que nele descarrega o líquido prostático, e vai desaguar na uretra. O conjunto dos espermatozoides, do líquido seminal e do líquido prostático, constitui o “esperma” ou “sêmen”. as vesículas seminais são formadas por Vesículas Seminais: duas pequenas bolsas localizadas atrás da bexiga. Sua função é produzir o "líquido seminal", uma secreção espessa e leitosa, que neutraliza a ação da urina e protege os espermatozoides, além de ajudar seu movimento até a uretra. O líquido seminal também ajuda a neutralizar a acidez da vagina durante a relação sexual, evitando que os espermatozoides morram no caminho até os óvulos. masculina de tamanho similar a uma bola de Próstata: glândula golfe, localizada abaixo da bexiga urinária. É responsável por secretar substâncias alcalinas que neutralizam a acidez da urina e ativa os espermatozoides. Em geral tem o tamanho de uma noz e aumenta com a idade. Juntamente com as vesículas seminais, produz um "líquido prostático", uma secreção clara e fluida que nutre os espermatozoides. Esse líquido constitui a maior parte do volume do sêmen, secreção na qual os espermatozoides são expelidos durante a ejaculação. As Glândulas Bulbouretrais (Glândulas de Cowper) são duas estruturas pequenas do tamanho de ervilhas, que se localizam inferiormente à próstata. Secretam um líquido semelhante a muco, que é liberado mediante estimulação sexual e lubrifica a cabeça do pênis para prepara-lo para a relação sexual. A uretra é um canal que, nos homens, serve ao sistema Uretra: urinário e ao sistema reprodutor. Começa na bexiga, atravessa a próstata e o pênis (sua maior porção) até a ponta da glande, onde há uma abertura pela qual são eliminados o sêmen a urina. A uretra é comumente um canal destinado para a urina, mas, no aspecto da reprodução, é responsável por conduzir e expelir o esperma durante a ejaculação. Importante ressaltar que urina e esperma nunca são eliminados ao mesmo tempo graças à musculatura da bexiga, na entrada da uretra, que impede que isso ocorra. ÓRGÃOS EXTERNOS DO SISTEMA REPRODUTOR MASCULINO: o pênis é considerado o principal órgão do sistema Pênis: reprodutor masculino. O órgão cilíndrico é formado por dois tipos de tecidos: dois corpos cavernosos e um corpo esponjoso, que envolve e protege a uretra. Na extremidade do pênis encontra-se a glande, onde é possível visualizar a abertura da uretra. Através do pênis são eliminados a urina (função excretora) e o sêmen (função reprodutora). O tecido esponjoso envolve a uretra e a protege, enquanto o tecido cavernoso se enche de sangue, fazendo com que o pênis fique maior e duro (ereção), pronto para o ato sexual, geralmente levando à ejaculação (processo de expulsão do sêmen). A ereção, no entanto, não ocorre apenas como preparação para uma atividade sexual. Ela pode acontecer por diversos estímulosfisiológicos, por exemplo, quando a bexiga está cheia ou quando o homem tem um sonho à noite. Escroto: é uma bolsa de pele fina que envolve e protege os A bolsa escrotal tem a função de termo regulação, testículos. mantendo os testículos em uma temperatura geralmente em torno de 1 a 3ºC abaixo da corporal. Um espermatozoide leva aproximadamente 70 dias para ser produzido e não pode se desenvolver da maneira adequada se estiver na temperatura normal do corpo (para que sejam produzidos os espermatozoides, é necessário que estejam um pouco mais frios que a temperatura corporal). A bolsa escrotal é divida em duas câmaras e cada uma engloba um testículo. FUNÇÕES DOS APARELHOS GENITAIS E REPRODUTORES FEMININO E MASCULINO FEMININO MASCULINO Produzir gametas – ovócito; Produção e transporte do gameta masculino; Secretar hormônios sexuais; Produção do hormônio responsável pelos caracteres sexuais masculinos: a testosterona; Receber os espermatozoides; Secreção de fluidos para formar o esperma (ou sêmen). Fornecer locais para fertilização, implantação, e desenvolvimento embrionário e fetal; Oferecer condições para o parto; Prover nutrição do feto. CICLO REPRODUTIVO FEMININO: O ciclo reprodutivo feminino é um processo complexo, e tem, por finalidade, a fertilidade e o nascimento. Compreende os ciclos ovariano e endometrial bem com suas alterações hormonais que os regulam e as alterações cíclicas nas mamas. Quando não ocorre a fertilização, ocorre a descamação do revestimento uterino (endométrio), resultando então na menstruação, que marca o início e o fim de cada ciclo menstrual. A primeira menstruação é a menarca e a cessação da menstruação é a menopausa. A perda média de sangue é de 20 a 80 ml, o sangramento dura de 3 a 8 dias, e os ciclos variam de 21 a 36 dias, sendo que o ciclo médio é de 28 dias. Quando a menstruação é irregular, deve-se suspeitar de ovulação irregular, estresse, doença, desiquilíbrio hormonal. A menopausa define o fim da capacidade gestar. Normalmente é acompanhada por atrofias ovariana, uterina, das tubas uterinas e das mamas. Às vezes é assintomática ou com sintomatologia quase imperceptível, o faz com que as mulheres permaneçam com bom estado de saúde e ativas. Já outras mulheres apresentam sintomas vasomotores que acabam causando sensações de calor (“fogachos”, “calorões”), frio, transpiração, insônia, cefaleia, irritabilidade. Os ciclos ovariano e endometrial ocorrem simultaneamente, e são divididos ao meio pela ovulação (quando o óvulo rompe seu folículo, deixa o ovário e entra na tuba uterina até chegar ao útero). A gestação ocorre se durante este trajeto houver o encontro com o espermatozoide que o fertilizará. Ciclo ovariano: a mulher nasce com 2 milhões de oócitos e na puberdade ainda estão presentes nos ovários, cerca de 400 mil porém folículos. O excesso é eliminado no decorrer dos anos férteis, somente 300 a 400 deles irão amadurecer durante o período de fertilidade da mulher. O ciclo ovariano acontece em 3 fases: folicular, ovulação e lútea. a) Folicular: fase de crescimento e formação de óvulo maduro que dura aproximadamente 10 a 14 dias. É nessa fase que ocorre o espessamento do miométrio e do endométrio, que darão suporte para a implantação do ovo se houver gravidez. b) Ovulação: o folículo maduro rompe-se e libera o óvulo maduro. Em um ciclo de 28 dias, isso ocorre em torno do 14º dia. O tempo de vida do óvulo é de cerca de 24 horas, e então morrerá se não encontrar o espermatozoide em seu percurso. Durante a ovulação há produção de um muco claro, elástico, e escorregadio pela cérvice, com o objetivo de facilita a passagem do espermatozoide. c) Lútea: inicia na ovulação e ocorre até a fase menstrual do próximo ciclo. Neste período há uma crescente de progesterona, hormônio que auxilia a preparação do endométrio para a implantação do ovo. Ciclo Endometrial: acontece devido às alterações hormonais cíclicas. Neste ciclo também ocorrem 3 fases: proliferativa, secretória e menstrual. a) Proliferativa: ocorre aumento das glândulas endometriais pelos crescentes níveis de estrogênio (aumenta a espessura do endométrio). Ocorre aproximadamente entre o 5º dia do ciclo menstrual até a ovulação. b) Secretória: ocorre desde a ovulação até cerca de 3 dias antes do próximo período menstrual. Nesta fase há diminuição drástica do nível de estrogênio e aumenta substancialmente o de progesterona, tornando o endométrio mais espesso e vascularizado para facilitar a implantação do ovo. c) Menstrual: ocorre isquemia com consequente rompimento das artérias endometriais, provocando a descamação do endométrio e eliminação do sangue no útero, uma vez que não houve fertilização. O começo do fluxo menstrual marca o final de um ciclo e o início de um novo. FECUNDAÇÃO/nidação Ovulação: Na puberdade, por estímulos hormonais, os folículos iniciam seu processo de amadurecimento. Mensalmente, apenas um folículo amadurece. O folículo que contém a célula-ovo imatura cresce e incha, formando uma protuberância na superfície do ovário. Dentro da célula- ovo ocorre a divisão por meiose, que reduz pela metade seu material genético. Ao atingir o desenvolvimento máximo (por estímulos hormonais), o folículo de Graaf se rompe, dando saída ao óvulo. Esse processo é denominado ovulação. A célula reprodutora feminina (gameta) que resultou do processo da ovulação contém metade da informação genética necessária para produzir o ovo. Fase pós-ovulatória: Se o óvulo liberado durante a ovulação não for fecundado por um espermatozoide, ele morrerá depois de 12 ou 24 horas. Entre 14 mais ou menos 2 dias após a morte do óvulo, ocorre a descamação do endométrio (menstruação), dando inicio a um novo ciclo menstrual. Após a ovulação, o folículo rompido se transforma em corpo lúteo, cuja função é secretar hormônios. Se o óvulo morrer, o corpo lúteo regredirá, cessando a produção. Se o óvulo liberado durante a ovulação for fertilizado pelo espermatozoide, o ovo formado caminhará até o endométrio, onde irá se implantar, e o corpo lúteo vai se manter por mais algum tempo secretando os hormônios necessários durante a gravidez. Fecundação ou Fertilização é uma das etapas da reprodução sexuada, na qual as células sexuais ou gametas se unem originando o zigoto ou célula-ovo. O zigoto passa por muitas divisões celulares originando um embrião, que se desenvolverá formando um novo ser. A fecundação humana é o momento de encontro do espermatozoide com o óvulo. Em seguida o gameta feminino estará pronto para ser fertilizado pelo masculino e inicia-se o processo de formação do embrião. A fertilização e a implantação do embrião na parede do útero, que dá início à gravidez, constituem a concepção. O processo de fertilização envolve diversos aspectos até que seja formado o zigoto. Na relação sexual, os espermatozoides são lançados dentro do corpo da mulher e começam uma verdadeira maratona até chegarem ao óvulo. Inicia-se o fenômeno chamado fertilização com a fusão das membranas dos gametas, além da secreção dos grânulos corticais que formam barreira à entrada de outros espermatozoides. Com a entrada do espermatozoide suas estruturas fundem-se ao óvulo. Acontece a união dos conteúdos dos pronúcleos masculino e feminino. É nesse momento que é originado o zigoto, a primeira célula do novo ser. Essa etapa costuma ocorrer nas primeiras 24 horas após a entrada dos espermatozoides no útero. A partir da formação do zigoto começa um processo de divisões celulares que originará muitas células. Essas segmentações ou clivagens do zigoto marcam o início do desenvolvimento embrionário.Quando chega a um estágio chamado blastocisto, o embrião poderá se implantar na parede uterina. A primeira clivagem ocorre cerca de 24 horas após a fertilização, portanto no 2º dia após as relações sexuais e o blastocisto é formado entre o 4º e o 7ºdia. Nidação: ocorre quando há a implantação do blastocisto na parede do endométrio uterino, sendo o início da gravidez, caso contrário ele será eliminado junto com a menstruação. A nidação (aninhamento) ocorre por volta de 1 semana após fecundação. DESENVOLVIMENTO EMBRIONÁRIO E FETAL: O zigoto é a primeira célula do novo ser. Ele se forma pouco depois do óvulo ser fertilizado pelo espermatozoide, quando os núcleos das duas células se fundem no processo chamado cariogamia. Em seguida, o zigoto passa por muitas divisões celulares (mitoses), originando muitas células que permanecem unidas e formarão o embrião. A divisão do zigoto, também chamada clivagem ou segmentação, origina inicialmente duas células chamadas blastômeros. Em seguida, os blastômeros de dividem novamente, formando 4 células, depois 8 e assim segue até formar muitas células no estágio da mórula, assim chamada por se assemelhar a uma amora. A mórula passará por novas divisões formando o blastocisto, que se diferencia por apresentar uma cavidade interna (blastocela). Continua o desenvolvimento do blastocisto, que possui uma massa de células germinativas no seu interior, é chamado de embrioblasto, e irá se fixar na parede do útero. https://www.todamateria.com.br/espermatozoide/ https://www.todamateria.com.br/mitose/ Se tudo correr bem na implantação ou nidação do blastocisto, continuará o desenvolvimento do embrião e terá início a gravidez. Durante a gravidez, o desenvolvimento fetal é medido em número de semanas após a fertilização. A duração da gravidez é de aproximadamente 40 semanas, a partir do momento da fertilização. O desenvolvimento fetal compreende três estágios: pré-embrionário, embrionário e fetal. Estágio Pré-embrionário: desde a fertilização até a segunda semana; Estágio Embrionário: desde o final da segunda semana até a oitava semana; 3ª semana: tem início o desenvolvimento do cérebro, da medula espinhal e do coração além do início do desenvolvimento do trato gastrintestinal e formação do tubo neural, que posteriormente torna-se a medula espinhal. Aparecem também os brotos das pernas e dos braços, e crescem para fora do corpo; 4ª semana: o cérebro se diferencia; os botões dos membros crescem e se desenvolvem mais; 5ª semana: o coração agora bate em ritmo regular. Aparecem as estruturas iniciais dos olhos e ouvidos, alguns nervos cranianos já são visíveis e os músculos inervados; 6ª semana: tem início a formação dos pulmões; é estabelecida a circulação fetal, o fígado produz hemácias; há desenvolvimento adicional do cérebro; forma-se o esqueleto primitivo e o sistema nervoso central e ondas cerebrais são detectáveis; 7ª semana: há retificação do tronco, formam-se os mamilos e folículos pilosos, os cotovelos e artelhos são visíveis, os braços e pernas movem-se; o diafragma é formado, observa-se a boca com lábios e botões dentários iniciais; 8ª semana: rotação dos intestinos; características faciais continuam a se desenvolver; há término do desenvolvimento do coração e já se assemelha a um ser humano. Estágio Fetal: desde o final da oitava semana até o nascimento. 9 à 12ª semana: continua a diferenciação sexual; os brotos dos dentes de leite estão todos desenvolvidos; o sistema digestório mostra atividade; a cabeça tem quase metade do tamanho do feto; face e tronco estão bem formados; termina o desenvolvimento do trato urogenital; o fígado produz hemácias. A urina começa a ser produzida e excretada. O sexo do feto pode ser determinado na 13ª semana; os membros são longos e finos, os dedos bem formados; 13ª à 16ª semana: na cabeça desenvolve-se cabelo fino denominado lanugem; a pele fetal é quase transparente; os ossos tornam-se mais rígidos e o feto faz movimentos ativos; o feto realiza movimentos de sucção com a boca; o líquido amniótico é deglutido; as unhas das mãos e dos pés estão presentes; o peso quadruplica e o movimento fetal é detectado pela mãe; 17ª à 20ª semana: ocorre um rápido crescimento do cérebro; as bulhas cardíacas fetais podem ser auscultadas com estetoscópio; os rins continuam a secretar urina para o líquido amniótico; o verniz caseoso, uma película gordurosa branca, cobre o feto; aparecem sobrancelhas e cabelo; há depósito de gordura castanha para ajudar a manter a temperatura; os músculos estão bem desenvolvidos; 21ª à 24ª semana: sobrancelhas e cílios bem formados; o feto apresenta o reflexo de preensão e reflexo de Moro; os alvéolos estão em formação nos pulmões; a pele é translúcida e vermelha e os pulmões começam a produzir surfactante; 25ª à 28ª semana: o feto alcança comprimento de 37,5 cm; o desenvolvimento cerebral é rápido; as pálpebras abrem-se e fecham; o sistema nervoso controla algumas funções; as impressões digitais são estabelecidas; a formação do sangue desvia-se do baço para a medula óssea e geralmente o feto assume a posição de cabeça para baixo; 29ª à 32ª semana: há rápido aumento da gordura corporal; aumenta o controle do sistema nervoso central sobre as funções corporais; ocorrem movimentos respiratórios rítmicos; os pulmões são se encontram totalmente maduros, e o feto armazena ferro, cálcio e fósforo; 33ª à 38ª semana: os testículos encontram-se no escroto no feto do sexo masculino; a lanugem começa a desaparecer; há aumento da gordura corporal; as unhas alcançam a extremidade dos dedos das mãos; existem pequenos botões mamários nos dois sexos; a mãe supre o feto com anticorpos contra doenças; o feto é considerado a termo com 38 semanas; o feto preenche o útero. Desenvolvimento fetal durante a gestação:
Compartilhar