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TEMAS EAC GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA ● ASSISTÊNCIA PRÉ-NATAL PRÉ NATAL ➢ Objetivos do Pré-Natal - detecção e a intervenção precoce das situações de risco - sistema ágil de referência hospitalar (sistema de regulação – “Vaga sempre para gestantes e bebês”, regulação dos leitos obstétricos, plano de vinculação da gestante à maternidade) - potencial de diminuir as principais causas de mortalidade materna e neonatal - assegurar o desenvolvimento da gestação → parto de um recém-nascido saudável, sem impacto para a saúde materna, inclusive abordando aspectos psicossociais e as atividades educativas e preventivas - principal indicador do prognóstico ao nascimento → acesso à assistência pré-natal ➢ Causas de mortalidade materna ❖ obstétricas diretas - resultam de complicações surgidas durante a gravidez, o parto ou o puerpério (período de até 42 dias após o parto), decorrentes de intervenções, omissões, tratamento incorreto ou de uma cadeia de eventos associados a qualquer um desses fatores ❖ obstétricas indiretas - decorrem de doenças preexistentes ou que se desenvolveram durante a gestação e que foram agravadas pelos efeitos fisiológicos da gestação, como problemas circulatórios e respiratórios. - mortalidade materna por causas diretas diminuiu 56% desde 1990 até 2007 - causas indiretas aumentou 33%, de 1990 a 2000 e se manteve estável de 2000 a 2007. - 1990 a 2007, houve redução em todas as principais causas de morte materna. ➢ Consulta pré-concepcional - avaliação pré-concepcional a consulta que o casal faz antes de uma gravidez, objetivando identificar fatores de risco ou doenças que possam alterar a evolução normal de uma futura gestação. Constitui, assim, instrumento importante na melhoria dos índices de morbidade e mortalidade materna e infantil. - do total das gestações, pelo menos a metade não é inicialmente planejada, embora ela possa ser desejada → falta de orientação ou de oportunidades para a aquisição de um método anticoncepcional (adolescentes) - implementação da atenção em planejamento familiar num contexto de escolha livre e informada, com incentivo à dupla proteção (prevenção da gravidez, do HIV, da sífilis e das demais DST) - ↓ morbimortalidade materna e infantil na medida em que: - ↓ n° de gestações não desejadas e de abortamentos provocados; - ↓ n° de cesáreas realizadas p/ fazer a ligadura tubária; - ↓ n° de ligaduras tubárias por falta de opção e de acesso a outros métodos anticoncepcionais; - ↑ intervalo entre as gestações → ↓ a frequência de bebês de baixo peso e p/ que eles sejam adequadamente amamentados; - possibilita planejar a gravidez em mulheres adolescentes ou com patologias crônicas descompensadas (diabetes, cardiopatias, hipertensão, portadoras do HIV, entre outras). - anamnese e exame físico, com exame ginecológico, além de alguns exames laboratoriais - HC → identificar situações de saúde que podem complicar a gravidez (diabetes pré-gestacional, hipertensão, as cardiopatias, os distúrbios da tireoide e os processos infecciosos, incluindo as doenças sexualmente transmissíveis (DST). Uso de medicamentos, o hábito de fumar e o uso de álcool e drogas ilícitas precisam ser verificados, e a futura gestante deve ser orientada quanto aos efeitos adversos associados. Na história familiar, destaca-se a avaliação de doenças hereditárias, pré-eclâmpsia, hipertensão e diabetes. Na história obstétrica, é importante registrar o n° de gestações anteriores e de partos pré-termo, o intervalo entre os partos, o tipo de parto, o peso ao nascimento e as complicações das gestações anteriores, como abortamento, perdas fetais e hemorragias e malformações congênitas. - exame geral → pressão arterial (PA), o peso e a altura da mulher. É recomendada a realização do exame clínico das mamas (ECM) e do exame preventivo do câncer do colo do útero 1x/ano e, após 2 exames normais, a cada 3 anos, principalmente na faixa etária de risco (de 25 a 64 anos). - ações específicas p/ hábitos de vida e estilo→ orientação nutricional, risco de tabagismo e etilismo, condições de trabalho, prevenção com ácido fólico, registro sistemático das datas das menstruações - investigar → rubéola, hepatite B, toxoplasmose, HIV, AIDS, sífilis - exame de eletroforese de hemoglobina se a gestante for negra e tiver antecedentes familiares de anemia falciforme ou se apresentar histórico de anemia crônica. - avaliação pré-concepcional dos parceiros sexuais, oferecendo a testagem para sífilis, hepatite B e HIV/Aids. - avaliação pré-concepcional eficaz p/ doenças crônicas → DM, HAC, epilepsia, infecção por hepatite B ou C, HIV e doença falciforme - casos de anemia, carcinomas de colo e mama → OMS → adequado seria igual ou > 6 → consultas deverão ser mensais até a 28ª semana, quinzenais entre 28 e 36 semanas e semanais no termo → parto não ocorre até a 41º semana → encaminhar a gestante p/ a avaliação do bem-estar fetal, incluindo avaliação do índice do líquido amniótico e monitoramento cardíaco fetal. ➢ 10 passos para um pré-natal de qualidade 1° PASSO: Iniciar o pré-natal na Atenção Primária à Saúde até a 12ª semana de gestação (captação precoce) 2° PASSO: Garantir os recursos humanos, físicos, materiais e técnicos necessários à atenção pré-natal. 3° PASSO: Toda gestante deve ter assegurado a solicitação, realização e avaliação em termo oportuno do resultado dos exames preconizados no atendimento pré-natal. 4° PASSO: Promover a escuta ativa da gestante e de seus(suas) acompanhantes, considerando aspectos intelectuais, emocionais, sociais e culturais e não somente um cuidado biológico: "rodas de gestantes". 5° PASSO: Garantir o transporte público gratuito da gestante para o atendimento pré-natal, quando necessário. 6° PASSO: É direito do(a) parceiro(a) ser cuidado (realização de consultas, exames e ter acesso a informações) antes, durante e depois da gestação: "pré-natal do(a) parceiro(a)". 7° PASSO: Garantir o acesso à unidade de referência especializada, caso seja necessário. 8° PASSO: Estimular e informar sobre os benefícios do parto fisiológico, incluindo a elaboração do "Plano de Parto". 9° PASSO: Toda gestante tem direito de conhecer e visitar previamente o serviço de saúde no qual irá dar à luz (vinculação). 10° PASSO: As mulheres devem conhecer e exercer os direitos garantidos por lei no período gravídico-puerperal ➢ Acompanhamento pré-natal e Calendário de consultas - poderão ser realizadas na unidade de saúde ou durante visitas domiciliares. O calendário de atendimento durante o pré-natal deve ser programado em função dos períodos gestacionais que determinam maior risco materno e perinatal. O calendário deve ser iniciado precocemente (no primeiro trimestre) e deve ser regular - total de consultas deverá ser de, no mínimo, 6 (seis), com acompanhamento intercalado entre médico e enfermeiro - Até 28ª semana – mensalmente; - Da 28ª até a 36ª semana – quinzenalmente; - Da 36ª até a 41ª semana – semanalmente. - maior frequência de visitas no final da gestação visa à avaliação do risco perinatal e das intercorrências clínico-obstétricas mais comuns nesse trimestre, como trabalho de parto prematuro, pré-eclâmpsia e eclâmpsia, amniorrexe prematura e óbito fetal. - Não existe “alta” do pré-natal antes do parto. - Quando o parto não ocorre até a 41ª semana → avaliação do bem-estar fetal, incluindo avaliação do índice do líquido amniótico e monitoramento cardíaco fetal. - acompanhamento da mulher no ciclo grávido-puerperal deve ser iniciado o mais precocemente possível e só se encerra após o 42º dia de puerpério, período em que a consulta de puerpério deverá ter sido realizada ➢ Roteiro da primeira consulta e datação da gestação - pesquisar os aspectos socioepidemiológicos, os antecedentes familiares, os antecedentes pessoais gerais, ginecológicos e obstétricos, além da situação da gravidez atual. - principais componentes: (i) data precisa da última menstruação; (ii) regularidade dos ciclos; (iii) uso de anticoncepcionais; (iv) paridade; (v) intercorrências clínicas, obstétricas e cirúrgicas;(vi) detalhes de gestações prévias; (vii) hospitalizações anteriores; (viii) uso de medicações; (ix) história prévia de doença sexualmente transmissível; (x) exposição ambiental ou ocupacional de risco; (xi) reações alérgicas; (xii) história pessoal ou familiar de doenças hereditárias/malformações; (xiii) gemelaridade anterior; (xiv) fatores socioeconômicos; (xv) atividade sexual; (xvi) uso de tabaco, álcool ou outras drogas lícitas ou ilícitas; (xvii) história infecciosa prévia; (xviii) vacinações prévias; (xix) história de violências. - pesquisa de sintomas relacionados à gravidez também deverá ser questionada a existência de náuseas, vômitos, dor abdominal, constipação, cefaleia, síncope, sangramento ou corrimento vaginal, disúria, polaciúria e edemas - exame físico: avaliação nutricional (peso e cálculo do IMC), medida da pressão arterial, palpação abdominal e percepção dinâmica, medida da altura uterina, ausculta dos batimentos cardiofetais, registro dos movimentos fetais, realização do teste de estímulo sonoro simplificado, verificação da presença de edema, exame ginecológico e coleta de material para colpocitologia oncótica, exame clínico das mamas e toque vaginal de acordo com as necessidades de cada mulher e com a idade gestacional - mais importantes componentes que precisam ser incluídos na primeira visita pré-natal são os seguintes: peso, altura, pressão arterial, avaliação de mucosas, da tireoide, das mamas, dos pulmões, do coração, do abdome e das extremidades. No exame ginecológico/obstétrico, deve-se avaliar a genitália externa, a vagina, o colo uterino e, no toque bidigital, o útero e os anexos. Após a 12ª semana, deve-se medir a altura do fundo uterino no abdome. A ausculta fetal será possível após a 10ª-12ª semana, com o sonar-doppler - visitas subsequentes, torna-se obrigatório medir a altura uterina, pesar a paciente, mensurar a pressão arterial, verificar a presença de anemia de mucosas, a existência de edemas e auscultar os batimentos cardíacos fetais. Deve-se avaliar o mamilo para lactação. A definição da apresentação fetal deverá ser determinada por volta da 36ª semana - exames complementares o Hemograma; o Tipagem sanguínea e fator Rh; o Coombs indireto (se for Rh negativo) o Glicemia de jejum; o Teste rápido de triagem para sífilis e/ou VDRL/RPR; o Teste rápido diagnóstico anti-HIV; o Anti-HIV; o Toxoplasmose IgM e IgG; o Sorologia para hepatite B (HbsAg); o Exame de urina e urocultura; o Ultrassonografia obstétrica (não é obrigatório), com a função de verificar a idade gestacional; o Citopatológico de colo de útero (se necessário); o Exame da secreção vaginal (se houver indicação clínica); o Parasitológico de fezes (se houver indicação clínica); o Eletroforese de hemoglobina (se a gestante for negra, tiver antecedentes familiares de anemia falciforme ou apresentar história de anemia crônica). - condutas gerais: ● Deve haver a interpretação dos dados da anamnese, o exame clínico/obstétrico e a instituição de condutas específicas; ● Deve-se orientar a gestante sobre a alimentação e o acompanhamento do ganho de peso gestacional; ● Deve-se incentivar o aleitamento materno exclusivo até os seis meses; ● Deve-se fornecer todas as informações necessárias e respostas às indagações da mulher, de seu companheiro e da família; ● Deve-se prescrever suplementação de sulfato ferroso (40mg de ferro elementar/dia) e ácido fólico (5mg/dia) para profilaxia da anemia; ● Deve-se orientar a gestante sobre os sinais de risco e a necessidade de assistência em cada caso; ● Deve-se referenciar a gestante para atendimento odontológico; ● Deve-se encaminhar a gestante para imunização antitetânica (vacina dupla viral), quando a paciente não estiver imunizada; ● Deve-se referenciar a gestante para serviços especializados quando o procedimento for indicado. Entretanto, mesmo com referência para serviço especializado, a mulher deverá continuar sendo acompanhada, conjuntamente, na unidade básica de saúde; ● Deve-se realizar ações e práticas educativas individuais e coletivas. Os grupos educativos para adolescentes devem ser exclusivos dessa faixa etária, devendo abordar temas de interesse do grupo. Recomenda-se dividir os grupos em faixas de 10-14 anos e de 15-19 anos, para obtenção de melhores resultados; ● Deve-se agendar consultas subsequentes → Cálculo da idade gestacional - data da última menstruação (DUM) → 1° dia de sangramento do último ciclo menstrual referido pela mulher. I. data da última menstruação (DUM) é conhecida e certa: É o método de escolha para se calcular a idade gestacional em mulheres com ciclos menstruais regulares e sem uso de métodos anticoncepcionais hormonais: ● Uso do calendário: + n° de dias do intervalo entre a DUM e a data da consulta = total/7 (resultado em semanas); ● Uso de disco (gestograma): coloque a seta sobre o dia e o mês correspondentes ao 1° dia e mês do último ciclo menstrual e observe o n° de semanas indicado no dia e mês da consulta atual. II. data da última menstruação é desconhecida, mas se conhece o período do mês em que ela ocorreu. Se o período foi no início, meio ou fim do mês, considere como data da última menstruação os dias 5, 15 e 25, respectivamente. Proceda, então, à utilização de um dos métodos descritos. III. Quando a data e o período da última menstruação são desconhecidos: A IG e a DPP serão, inicialmente, determinadas por aproximação, basicamente pela medida da altura do fundo do útero e pelo toque vaginal, além da informação sobre a data de início dos movimentos fetais, que habitualmente ocorrem entre 18 e 20 semanas. - Até a 6ª semana, não ocorre alteração do tamanho uterino; - 8ª semana, o útero corresponde ao dobro do tamanho normal; - 10ª semana, o útero corresponde a 3x o tamanho habitual; - 12ª semana, o útero enche a pelve, de modo que é palpável na sínfise púbica; - 16ª semana, o fundo uterino encontra-se entre a sínfise púbica e a cicatriz umbilical; - 20ª semana, o fundo do útero encontra-se na altura da cicatriz umbilical; - A partir da 20ª semana, existe relação direta entre as semanas da gestação e a medida da altura uterina. Porém, este parâmetro torna-se menos fiel a partir da 30ª semana de idade gestacional. → Quando não for possível determinar clinicamente a idade gestacional, solicite o mais precocemente possível a ultrassonografia obstétrica. → Cálculo da data provável do parto - Calcula-se a DPP levando-se em consideração a duração média da gestação normal (280 dias ou 40 semanas, a partir da DUM), mediante a utilização de calendário. Com o disco (gestograma), coloque a seta sobre o dia e o mês correspondentes ao primeiro dia e mês da última menstruação e observe a seta na data (dia e mês) indicada como data provável do parto. - Outra forma de cálculo consiste em somar 7 dias ao primeiro dia da última menstruação e subtrair 3 meses ao mês em que ocorreu a última menstruação (ou adicionar 9 meses, se corresponder aos meses de janeiro a março). Esta forma de cálculo é chamada de Regra de Näegele. Nos casos em que o número de dias encontrado for maior do que o número de dias do mês, passe os dias excedentes para o mês seguinte, adicionando 1 (um) ao final do cálculo do mês. ➢ Roteiro das consultas subsequentes devem ser realizados os seguintes procedimentos: ● Anamnese atual sucinta: deve-se enfatizar a pesquisa das queixas mais comuns na gestação e dos sinais de intercorrências clínicas e obstétricas, com o propósito de se reavaliar o risco gestacional e de se realizar ações mais efetivas; ● Exame físico direcionado (deve-se avaliar o bem-estar materno e fetal); ● Verificação do calendário de vacinação; ● Deve-se avaliar o resultado dos exames complementares; ● Devem ser feitas a revisão e a atualização do Cartão da Gestante e da Ficha de Pré-Natal. Além disso, devemos executar as seguintes tarefas: I. Controles maternos: ● Cálculo e anotação da idade gestacional; ● Determinação do peso e cálculo do índice de massa corporal (IMC): anote no gráfico e realize a avaliação nutricional subsequentee o monitoramento do ganho de peso gestacional; ● Medida da pressão arterial (observe a aferição da PA com técnica adequada); ● Palpação obstétrica e medida da altura uterina (anote os dados no gráfico e observe o sentido da curva para avaliação do crescimento fetal); ● Pesquisa de edema; ● Exame ginecológico, incluindo das mamas, para observação do mamilo. II. Controles fetais: ● Ausculta dos batimentos cardiofetais; ● Avaliação dos movimentos percebidos pela mulher e/ou detectados no exame obstétrico/ registro dos movimentos fetais; ● Teste de estímulo sonoro simplificado (Tess), se houver indicação clínica. III. Condutas: ● Interpretação dos dados da anamnese e do exame clínico/obstétrico e correlação com resultados de exames complementares; ● Avaliação dos resultados de exames complementares e tratamento de alterações encontradas ou encaminhamento, se necessário; ● Prescrição de suplementação de sulfato ferroso (40mg de ferro elementar/dia) e ácido fólico (5mg/dia), para profilaxia da anemia; ● Oriente a gestante sobre alimentação e faça o acompanhamento do ganho de peso gestacional; ● Incentive o aleitamento materno exclusivo até os seis meses; ● Oriente a gestante sobre os sinais de risco e a necessidade de assistência em cada caso; ● Faça o acompanhamento das condutas adotadas em serviços especializados, pois a mulher deverá continuar a ser acompanhada pela equipe da atenção básica; ● Proceda à realização de ações e práticas educativas individuais e coletivas; ● Faça o agendamento das consultas subsequentes. ➢ Exames complementares na primeira consulta e subsequentes ➢ Vacinação - objetiva não somente a proteção da gestante, mas também a proteção do feto. ● Vacina dupla do tipo adulto – dT (difteria e tétano) - indicada para a proteção da gestante contra o tétano acidental e a prevenção do tétano neonatal. - Para os vacinados anteriormente com 3 (três) doses das vacinas DTP, DT ou dT, deve-se administrar reforço dez anos após a data da última dose. Em caso de gravidez e ferimentos graves, deve-se antecipar a dose de reforço, sendo a última dose administrada a mais de 5 (cinco) anos. A última dose deve ser administrada no mínimo 20 dias antes da data provável do parto. Diante de um caso suspeito de difteria, deve-se avaliar a situação vacinal dos comunicantes. Para os não vacinados, deve-se iniciar esquema com três doses. Nos comunicantes com esquema incompleto de vacinação, este deve ser completado. Nos comunicantes vacinados que receberam a última dose há mais de 5 (cinco) anos, deve-se antecipar o reforço. - Gestante vacinada: Gestante sem nenhuma dose registrada: inicie o esquema vacinal o mais precocemente possível com 3 doses, com intervalo de 60 dias ou, no mínimo, 30 dias. Gestante com esquema vacinal incompleto (1 ou 2 doses): em qualquer período gestacional, deve-se completar o esquema de três doses o mais precocemente possível, com intervalo de 60 dias ou, no mínimo, 30 dias entre elas. Gestante com menos de 3 doses registradas: complete as 3 doses o mais precocemente possível, com intervalo de 60 dias ou, no mínimo, 30 dias. Gestante com esquema vacinal completo (3 doses ou mais) e última dose há menos de cinco anos: não é necessário vaciná-la. Gestante com esquema completo (3 doses ou mais) e última dose administrada há mais de cinco anos e menos de 10 anos: deve-se administrar uma dose de reforço tão logo seja possível, independentemente do período gestacional. Gestante com esquema vacinal completo (3 doses ou mais), sendo a última dose há mais de 10 anos: aplique uma dose de reforço. - Contraindicações: - hipersensibilidade após o recebimento de dose anterior; - hipersensibilidade aos componentes de qualquer um dos produtos; - História de choque anafilático após administração da vacina; - Síndrome de Guillain-Barré nas seis semanas após a vacinação anterior contra difteria e/ou tétano. - Eventos adversos - locais: Dor, vermelhidão e edema. - sistêmica: Febre, cefaleia, irritabilidade, sonolência, perda do apetite e vômito. Anafilaxia e a síndrome de Guillan Barré -- raras. ● Vacina contra influenza (fragmentada) - recomendada a todas as gestantes em qualquer período gestacional. - campanha anual contra influenza sazonal -- uma dose - Contraindicações: - história de alergia severa à proteína do ovo e aos seus derivados, assim como a qualquer componente da vacina; - reações anafiláticas graves a doses anteriores da vacina. ● Vacinação contra hepatite B (recombinante) - riscos da gestante não vacinada de contrair a doença e de haver transmissão vertical, - vacina contra a hepatite B após o primeiro trimestre de gestação, independentemente da faixa etária. - Gestantes com esquema incompleto (1 ou 2 doses): deve-se completar o esquema. - Gestantes com esquema completo: não se deve vaciná-las. - Para a prevenção da transmissão vertical, no caso de recém-nascido de mãe sabidamente positiva para a hepatite B, é fundamental a administração precoce da vacina contra hepatite B, preferencialmente nas primeiras 12 horas, bem como da imunoglobulina humana específica (IGHB - 0,5mL). A vacina deve ser utilizada mesmo que a imunoglobulina não esteja disponível. Além da vacina, é necessária a administração da imunoglobulina humana anti-hepatite B (IGHAHB) em recém-nascido de mãe sabidamente positiva para a hepatite B. ● Vacina contra raiva humana - Em situações de pós-exposição, a vacina contra raiva humana não é contraindicada durante a gestação. Na pré-exposição, a gestante também pode ser vacinada. Entretanto, devido ao risco da ocorrência de eventos adversos, é preferível que ela receba a vacina somente se não puder evitar as situações de possível exposição ao vírus rábico ● Vacina contra febre amarela (atenuada) - não deve receber a vacina contra febre amarela. - em situações de surto, se a gestante reside ou vai se deslocar para área com recomendação de vacinação para febre amarela, ela deve ser vacinada se o risco de adoecer for maior do que o risco de receber a vacina. - lactantes que amamentam crianças menores de seis meses de idade também não devem ser vacinadas. → Observações gerais: - vacinas virais vivas que contêm os componentes do sarampo, da rubéola, da caxumba e da febre amarela não são recomendadas em situações normais. - Se alto o risco de ocorrer a infecção natural pelos agentes dessas doenças (viagens a áreas endêmicas ou vigência de surtos ou epidemias) → avaliar cada situação, sendo válido optar-se pela vacinação quando o benefício for considerado maior do que o possível risco. - Após a vacinação com tríplice viral → evitar a gravidez durante um mês (30 dias). Se a mulher engravidar antes desse prazo ou se houver adm inadvertida durante a gestação, não se justifica o aborto em nenhum desses casos, por se tratar apenas de risco teórico. - Gestante suscetível que tenha contato com varicela deve receber a imunoglobulina humana antivaricela-zoster (IGHVAZ). ➢ Acompanhamento interdisciplinar - auxiliar na detecção precoce de situações de sofrimento psíquico, principalmente no puerpério, e subsidiar o desenvolvimento de ações de prevenção, promoção e tratamento em saúde mental. ● agente comunitário de saúde → identificar situações de risco e vulnerabilidade, visitas domiciliares, orientações sobre pré natal, amamentação e vacinação, cuidados básicos, nutrição, cuidados de higiene e sanitários ● auxiliar/técnico de enfermagem → orientação, aferir PA e peso, fornecer medicamentos (sulfato ferroso e ácido fólico), aplicar vacinas antitetânica e contra hepatite B ● enfermeiro → orientação, consulta de baixo risco (+ médico), exames complementares, fazer testes rápidos, prescrever medicamentos, fazer ECM e EC do colo ● médico → orientação, consultas, exames complementares, vacinação, tratamento, ECM e EC colo, testes rápidos … ● cirurgião-dentista → consulta odontológica, exames complementares e orientações … ● nutricionista → acompanhe a evolução do peso da gestante, durante o pré-natal PUERPÉRIO FISIOLÓGICO Definição - Períodode tempo de quatro a oito semanas, que se inicia após o parto. Fases do puerpério - O puerpério é dividido em três fases ou períodos. ➤ PUERPÉRIO IMEDIATO: 1º ao 10º dia. ➤ PUERPÉRIO TARDIO: 10º ao 45º dia. ➤ PUERPÉRIO REMOTO: além do 45º dia. Resuminho: Manifestações clínicas Lóquios ➤ Inicialmente, avermelhados. ➤ Na 2ª semana, são róseos. ➤ Em torno do 10º dia, esbranquiçados. Dor Perda de peso ➤ Perda de 5-6 kg. ➤ Perda de 1 a 2 kg de líquido. Alterações do humor Elevação de temperatura ➤ Período fisiológico é menor que 48h. Manifestações involutivas e fisiológicas ➤ Útero: ■ Redução volumétrica imediatamente após o secundamento, em virtude de contrações vigorosas e rítmicas. Nesse momento, o útero encontra-se no nível da cicatriz umbilical e apresenta uma redução de cerca de 1 cm ao dia, de forma irregular; ■ O órgão torna-se novamente intrapélvico em torno do 10º dia e volta às dimensões pré-gravídica dentro de 4 semanas; ➤ Vagina e introito vaginal: ■ Gradativamente reduzem seus diâmetros. O epitélio da vagina, nos primeiros 15 dias pós-parto, sofre um processo atrófico de origem hormonal (crise vaginal pósparto); ■ Aparecimento de pequenas saliências nos remanescentes do hímen roto, denominadas carúnculas mirtiformes. ➤ Função ovulatória: ■ Se a paciente não amamentar, a função ovulatória retorna em 6 a 8 semanas. ➤ Alterações hemodinâmicas: ■ Aumento do débito cardíaco no puerpério imediato, que retorna ao nível pré-gravídico em uma a duas semanas; ■ Aumento do volume plasmático no puerpério imediato, que retorna a nível pré-gravídico em duas semanas; ■ Aumento da resistência vascular periférica logo após o parto, devido à eliminação da circulação placentária. ➤ Mamas: ■ O crescimento e o desenvolvimento mamários (mamogênese) ocorrem na gravidez; ■ A apojadura geralmente ocorre entre o 1º e o 3º dia após o parto, mais comumente em torno do 3º dia. ➤ Trato urinário: ■ A hipotonia e o relaxamento das paredes da bexiga e dos ureteres regridem em duas a oito semanas; ■ O fluxo plasmático renal, a taxa de filtração glomerular e o clearance de creatinina retornam ao normal nas primeiras duas semanas após o parto. ➤ Alterações hematológicas: ■ Série vermelha não sofre alterações importantes, a menos que ocorram sangramentos significativos; ■ Há leucocitose (valor considerado normal até 30.000/ml), especialmente à custa de granulócitos e sem desvio para a esquerda, que persiste ou aumenta na primeira semana do puerpério; ■ Observa-se também linfopenia relativa com eosinopenia evidente; ■ O sistema de coagulação é ativado devido ao parto e ao sangramento decorrente do mesmo. Após o segundo dia depois do parto, os fatores de coagulação retornam em níveis próximos da normalidade. Assistência pós-natal ➤ Avaliação dos sinais vitais, das perdas vaginais e palpação uterina. ➤ Ressaltar os benefícios da amamentação. ➤ Deambulação precoce e higiene vigorosa com água corrente e sabonete na episiorrafia e ferida operatória. ➤ Atividade sexual poderá ser restabelecidos duas semanas após o parto. ➤ Não há restrição para exercícios físicos após o parto vaginal; deverão ser evitados por quatro a seis semanas nas pacientes submetidas à cesariana. ➤ Orientação quanto ao planejamento familiar, ressaltando a sua importância. INTRODUÇÃO - compreende o período entre 4-8 semanas após o parto, seja ele vaginal ou cesáreo. - É uma fase ativa na qual acontecem fenômenos de natureza hormonal, psíquica e metabólica, marcada pelo retorno dos órgãos reprodutivos e pela readaptação do organismo feminino (alterado pela gestação e pelo parto) à situação pré-gravídica. - Dividido em três fases ou períodos: ➤ Puerpério imediato: 1º ao 10º dia; ➤ Puerpério tardio: 10º ao 45º dia; ➤ Puerpério remoto: além do 45º dia. - Dividido em três etapas: ➤ Modificações involutivas e fisiológicas; ➤ Manifestações clínicas; ➤ Assistência pós-natal. MANIFESTAÇÕES INVOLUTIVAS E FISIOLÓGICAS - Os órgãos e sistemas envolvidos na reprodução → alterações → objetivo de retornarem aos estágios pré-gravídicos. ● ÚTERO ○ Corpo uterino ■ Imediatamente após o secundamento, em virtude de contrações vigorosas e rítmicas, o útero inicia um processo de diminuição de volume para poder retornar ao seu tamanho prévio à gestação. ■ Nesse momento, o útero encontra-se no nível da cicatriz umbilical e apresenta uma redução de cerca de 1 cm ao dia, de forma irregular. ■ O órgão torna-se novamente intrapélvico em torno do 10º dia e volta às dimensões pré gravídicas dentro de 4 semanas ■ Além da redução volumétrica, o útero também apresenta uma diminuição de seu peso. ■ Ao final do parto, o útero pesa cerca de 1.000 g, ao final da primeira semana seu peso é reduzido para a metade (500 g) e 30 dias após o parto pesa cerca de 100 g. ■ A involução uterina ocorre principalmente por uma diminuição no tamanho das fibras musculares (miócitos) à custa de diminuição do citoplasma, mas não de seu número. ■ Ela é mais rápida nas mulheres que amamentam, já que a estimulação dos mamilos e da árvore galactófora aumenta a produção de ocitocina pela neuro-hipófise = reflexo útero-mamário. ■ As contrações uterinas vigorosas no pós-parto imediato respondem pela hemostasia da ferida placentária. ■ A cada contração uterina, o miométrio comprime os vasos uterinos parietais e contribui para a diminuição do sangramento. ■ Ao útero contraído, de consistência firme = "globo de segurança de Pinard". ■ A ação hemostática da contração miometrial sobre os vasos uterinos parietais é denominada de "ligaduras vivas de Pinard". ■ A hemostasia é completada pela trombose dos orifícios vasculares abertos no sítio placentário. ○ Colo uterino ■ Ele tende a se fechar com as contrações do pós-parto. ■ Após dois dias de pós-parto ainda dá passagem a um ou dois dedos, mas, aproximadamente uma semana após o parto, o orifício interno do colo encontra-se fechado. ■ O orifício externo do colo uterino na mulher que já pariu jamais recupera a sua conformação original (aspecto puntiforme) e assume um aspecto em fenda transversa. ■ Em torno de 12 horas após o parto, a cérvice uterina perde o aspecto pregueado = pós-parto imediato. ■ À medida que o colo uterino se estreita, ele adquire maior espessura e reconstitui a endocérvice. ■ Edema do estroma e infiltração celular são alterações involutivas ainda encontradas após seis semanas de pós-parto, que podem persistir por até três a quatro meses. ■ Por essa razão, qualquer avaliação cervical só deve ser feita a partir do terceiro mês após o parto. ○ Endométrio ■ O secundamento da placenta e das membranas leva consigo apenas a camada esponjosa da decídua. ■ Assim, aproximadamente dois dias após o parto são encontradas apenas duas camadas na decídua basal remanescente: a camada superficial e a camada basal. ■ A camada superficial da decídua basal (decídua externa) é enfraquecida e irregular, sofre necrose e é eliminada sob a forma de lóquios. ■ A camada basal da decídua remanescente (decídua interna) é adjacente ao miométrio e é a responsável pela regeneração do endométrio, que se completa até o final da terceira semana. ■ A regeneração do sítio de inserção placentária pode levar até seis semanas para sua completa regeneração. ● VAGINA ○ Mucosa vaginal ■ Pequenas equimoses podem ser identificadas na mucosa vaginal traumatizada pela descida da apresentação fetal. ■ As pequenas lacerações cicatrizam rapidamente e em cinco ou seis dias já não são visíveis. ■ Durante as primeiras semanas após o parto ocorre o reaparecimento gradual do pregueamento das paredes vaginais. ■ O epitélio escamoso estratificado da vagina sofre um processo atrófico de origem hormonal denominado crise vaginal pós-parto. ■ Este processo acontece durante os primeiros 15 dias após o parto e, por vezes, causa desconforto local ○ Vagina e introito vaginal ■ No puerpério imediato, a vagina e o introito vaginal gradativamente reduzem os seus diâmetros. ■ Nos remanescentes do hímen roto aparecem pequenas saliências características de mulheresque já pariram, conhecidas por carúnculas mirtiformes. ● OVÁRIOS ○ A função ovulatória retorna em aproximadamente seis a oito semanas, caso a paciente não amamente. ○ A elevação da prolactina nas pacientes que amamentam impedem a liberação de FSH e LH e pode inibir a fertilidade. ○ A ovulação é menos frequente nas pacientes que amamentam, mas ela e uma consequente gravidez podem ocorrer durante a lactação. ○ A ovulação é o primeiro fenômeno de retorno à fertilidade e não o retorno à menstruação. ○ Por esse motivo, não se deve esperar o reinício da menstruação para iniciar a contracepção. ● MAMAS ○ glândulas exócrinas modificadas → alterações fisiológicas na gravidez + puerpério imediato. ○ funções: nutrição do RN + transferência de anticorpos maternos. ○ 1ª metade da gestação → proliferação de células epiteliais alveolares + formação de novos ductos + desenvolvimento da arquitetura lobular. ○ final da gravidez → diferenciação p/ a atividade secretora → ↑ glândula à custa da hipertrofia dos vasos sanguíneos, da hipertrofia das células mioepiteliais e do tecido conjuntivo, do depósito de gordura e da retenção de água e eletrólitos. ○ O colostro já está presente no momento do parto. ○ A descida do leite (apojadura) → 3º dia pós-parto. ○ a amamentação deve ser estimulada ainda na sala de parto → liberação de prolactina e de ocitocina. ○ A lactação → dividida em três fases ou estágios: ➤ Mamogênese: crescimento e desenvolvimento mamário. Ocorre ainda durante a gravidez; ➤ Lactogênese: início da secreção láctea. O descolamento placentário após a expulsão fetal ↓ produção materna de hormônios esteroides, que ↓ gradativamente o bloqueio da glândula mamária ao estímulo da prolactina e possibilitam, por volta do terceiro dia após o parto, a apojadura → afluência de leite nas mamas da puérpera; ➤ Lactopoese ou Galactopoese: manutenção da lactação já iniciada. A prolactina é o hormônio galactopoético. O adequado e frequente esvaziamento das mamas → manutenção da secreção láctea. O leite que se encontra nos alvéolos não flui espontaneamente pela pressão capilar dentro dos condutos microlobulares até os seios lactíferos. Consequentemente, não se encontra disponível para o lactente. Por essa razão, a ocitocina é importante, pois estimula a contração das fibras mioepiteliais que rodeiam os alvéolos mamários, que facilita a ejeção láctea ● TRATO URINÁRIO ○ bexiga ainda tem distensibilidade ↑ pelo estímulos hormonais durante a gravidez + término da compressão vesical pelo útero gravídico → órgão ↑ sua capacidade. ○ bexiga é menos sensível ao ↑ da pressão intravesical. ○ ureteres dilatados. ○ ocorrência comum de superdistensão, esvaziamento incompleto, resíduo urinário significativo e refluxo ureteral. ○ hipotonia e o relaxamento das paredes da bexiga e dos ureteres regridem em 2-8 semanas, mas podem persistir por 3 meses. ○ Em resposta à perda sanguínea durante o trabalho de parto, a diurese é escassa no 1º dia. ○ O ↑ da capacidade vesical, a dilatação ureteral e os traumatismos do parto sobre o aparelho genital → retenção urinária → ↑ risco de infecções + ↓ débito urinário → cateterismo vesical??? ○ fluxo plasmático renal, a taxa de filtração glomerular e o clearance de creatinina retornam ao normal nas primeiras 2 semanas após o parto. ● ALTERAÇÕES HEMODINÂMICAS ○ Débito cardíaco ■ DC ↑ no puerpério imediato pela saída da placenta e descompressão aortocava ■ retorna aos níveis pré-gravídicos em 1-2 semanas. ■ expulsão placentária = autotransfusão imediata de 300 ml de sangue ○ Volume plasmático ■ ↑ em cerca de 10% no pós-parto imediato, pela descompressão aortocava e pela redistribuição dos líquidos corporais, pela regressão do edema gravídico. ■ retorna o nível pré-gravídico em 1-2 semanas. ○ Resistência vascular periférica ■ ↑ RVP pela eliminação da circulação placentária que funcionava como um shunt arteriovenoso. ■ retorno às condições pré-gravídicas após o secundamento (> 2º dia). ○ Pressão venosa nos MMIIs ■ retorna ao normal com a involução do útero. ■ varizes vulvares e dos MMIIs e as hemorroidas amenizadas ■ edemas (perimaleolar ou pré-tibial) desaparecem ● ALTERAÇÕES HEMATOLÓGICAS ○ série vermelha ■ não apresenta modificações importantes, a menos que o parto tenha cursado com perdas sanguíneas significativas. ■ [ ] de Hb volta a níveis não gravídicos em 6 semanas do parto. ○ séria branca ■ durante o trabalho de parto → leucocitose, que persiste ou ↑ na 1ª semana do puerpério. ■ até 30.000 leucócitos/ml → normais, à custa de granulócitos e sem desvio p/ esquerda → normaliza em 5-6 dias > parto. ■ linfopenia relativa com eosinopenia. ○ sistema de coagulação ■ ativado devido ao parto e ao sangramento ■ primeiras horas > parto → consumo dos fatores de coagulação → tamponamento do sangramento na cavidade uterina. ■ 2º dia > parto → fatores de coagulação retornam normal. ■ ↑ fibrinogênio na 1ª semana >parto → ↑ risco de TVP ● PELE E PAREDE ABDOMINAL ○ estrias de avermelhadas → pálidas e esbranquiçadas. ○ cloasma gravídico e as hiperpigmentações da pele→ regridem semanas a meses > parto (algumas mantêm). ○ parede abdominal retorna à sua aparência pré gravídica. ○ atonia dos músculos retoabdominais → diastase (alguns casos) MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS ● DOR ○ resulta de contrações uterinas vigorosas p/ contenção do sangramento uterino do sítio placentário. ○ reflexo da sucção → útero contrair por liberação de ocitocina durante as mamadas. ○ desconforto não dura mais do que até o final da 1ª semana. ○ congestão de vasos pélvicos ao final da gravidez + vícios posturais + presença de varizes nos MMIIs → causas de dor no puerpério → adm analgésicos. ● LÓQUIOS ○ involução uterina + regeneração da ferida placentária + soluções de continuidade sofridas pela genitália durante o parto → eliminação de exsudatos e transudatos misturados com elementos celulares descamados e sangue = lóquios ○ microscopicamente: eritrócitos, células epiteliais, fragmentos deciduais e bactérias. ○ primeiros 3-4 dias → lóquios avermelhados (sangue) → lóquios rubros (lochia rubra). ○ gradativamente → róseos ou serossanguíneos (lochia fusca) com menor conteúdo hemático ○ 2ª semana → lóquios serosos (lochia serosa ou flava). ○ progressivamente → coloração esbranquiçada ou amarelo-claro e, em torno do 10º dia → lóquios alvos (lochia alba). ○ persistência de lóquios avermelhados > 2 semanas + subinvolução uterina → restos placentários. ● PERDA DE PESO ○ ↓ 5 kg a 6 kg de peso corporal (esvaziamento uterino e perda sanguínea) ○ 1 kg a 2 kg de líquido (regressão do edema com depleção de sódio em virtude de excessiva diurese (cessação do estímulo renina-angiotensina). ○ peso pré gestacional até final do 6 mês pósparto. ○ perda de peso durante o puerpério → facilitada pelo retorno às atividades físicas, que não possui restrição após o parto vaginal mas deve ser evitada nas primeiras quatro a seis semanas nas pacientes submetidas à cesariana, para que seja possível a recuperação da fáscia e a redução da dor abdominal. ● ELEVAÇÃO DA TEMPERATURA CORPORAL ○ 1ºs 3 dias do puerpério → temperatura corporal ↑(relacionada com a apojadura) → febre do leite ○ fisiológico quando durar < 48 horas. ○ febre baixa (< 39ºC) e não há sinais flogísticos na mama. ● DISTÚRBIOS DO HUMOR - DISFORIA PÓS-PARTO (BLUES PUERPERAL) ○ até 60% das puérperas ○ alterações do humor transitórias, benignas e autolimitadas. ○ fatores causais: desconforto do puerpério imediato, fadiga devido à privação do sono, ansiedade sobre a capacidade de cuidar do RN, preocupações com a própria imagem e medos relacionados à gravidez e/ou parto. ○ tristeza e do choro fácil ○ início no 3° dia após o parto e desaparece espontaneamente por volta do 14º dia de puerpério. ○ tto: reconhecer as dificuldades da puérpera, auxiliar na resolução de problemas e tranquilizá-la. ○ persistência ou o agravamento com + 2 semanas → abordagem especializada p/ afastar depressão puerperal. ASSISTÊNCIA PÓS-NATAL ● PUERPÉRIO IMEDIATO ○ Avaliação dos sinais vitais ■ 1ª horaapós o parto → ↑ suscetibilidade a sangramentos ■ PA e FC aferidas a cada 15 minutos. ■ instabilidade hemodinâmica nos quadros de hemorragia puerperal ocorre tardiamente, quando já houve grande quantidade de perda sanguínea. ○ Avaliação das perdas vaginais e palpação uterina ■ perdas vaginais + fundo uterino → palpado na mesma frequência de aferição dos sinais vitais → detectar hipotonia ou atonia uterina. ○ Dieta 😋🍲 ■ Não há restrição de alimentação (parto vaginal). ■ cesariana→ dieta líquida > 4 horas da cirurgia e alimentos sólidos > 8 horas ○ Deambulação precoce 🏃🏃🏃 ■ ajuda a prevenir TVP e TEP, estimula a micção e o funcionamento intestinal. ■ auxílio ao levantar-se pela 1ª vez > parto (maior risco de síncope) ○ Higiene 💧💦 ■ banho de chuveiro → logo depois da deambulação. ■ higiene cuidadosa da região perineal e da ferida operatória (água corrente e sabonete). ■ PERÍNEO ● aplicação de gelo no períneo pelo menos nas primeiras 24 horas p/ ↓ a dor e o edema locais (laceração ou episiorrafia). ● higienizar diariamente após as eliminações fisiológicas com água corrente e sabonete. ● edema e dor na episiorrafia → hematoma. ■ FERIDA OPERATÓRIA ● descobrir a ferida cirúrgica a partir do 2º dia de pós-operatório ● inspecionar a ferida → presença de seroma, hematomas ou de infecção. ● higienizar a ferida apenas com água corrente e sabonete. ● cuidados gerais com a ferida intensificados em pacientes com fatores de risco p/ infecção da ferida (obesidade, diabetes, imunossupressão, anemia e alterações da hemostasia). ■ MAMAS ● mamas e as papilas não precisam ser higienizadas < e > amamentação. ● tende a retirar a camada de proteção da pele e a favorecer o aparecimento de fissuras. ● massageamento das mamas < da mamada, o seu esvaziamento completo e a alternância do seio oferecido → prevenção do ingurgitamento mamário. ○ Profilaxia da aloimunização pelo antígeno D ■ pct Rh negativo não sensibilizada (teste de Coombs indireto negativo), com RN Rh positivo → receber imunoglobulina anti-Rh(D) 300 mcg por via IM, de preferência nas primeiras 72 horas > nascimento. ORIENTAÇÕES NA ALTA HOSPITALAR - ocorre em até 48h após o parto vaginal ou em 72h após a cesariana. - orientada sobre sinais e sintomas que sugiram complicações puerperais, como febre, sangramento vaginal excessivo ou fétido, dispneia, edema e dor em membros inferiores ou cefaleia persistente. - consulta agendada no 7º dia pós-parto → avaliar a ferida cirúrgica, a episiorrafia ou as lacerações suturadas, avaliar as condições clínicas, estimular a manutenção do aleitamento materno e esclarecer sobre dúvidas existentes. - revisão puerperal tardia 6 semanas pós-parto → alta obstétrica pelo desaparecimento quase por completo dos fenômenos envolvidos no ciclo gravídico puerperal. - orientação sobre o planejamento familiar e avaliar o retorno das atividades diárias (atividade sexual). ● DIETA ○ ingesta de líquidos → incentivada. ○ alimentação de fácil digestão, hiperproteica e com bom teor calórico. ○ dietas constipantes evitadas (1ª semana > parto). ○ temperos e bebidas alcoólicas → desestimulado (modificam sabor e a composição química do leite). ● ANTICONCEPÇÃO ○ orientações quanto ao planejamento familiar. ○ exposição de todas as opções contraceptivas na consulta do puerpério tardio. ○ mesmo no caso de aleitamento materno bem estabelecido, pode, eventualmente, ocorrer ovulação, normalmente após o 2º mês. ○ puérperas lactantes → evitar métodos contendo estrogênio, devido ao risco de redução da produção láctea. ○ não se recomenda o uso de estrogênio nas primeiras 3 semanas pós-parto pela maior incidência de TVP. ○ métodos contraceptivos preferenciais → DIU de cobre ou aqueles contendo apenas progesterona. ○ programação da gestação futura com intervalo interpartal ideal (entre pelo menos 18 e 24 meses). ● ATIVIDADE SEXUAL ○ após 2 semanas do parto, é possível reiniciar a atividade sexual de acordo com o desejo e o conforto do casal. ○ pcts que foram submetidas à episiotomia → maior incidência de dispareunia no puerpério ○ estado de hipoestrogenismo deste período → epitélio vaginal fino e lubrificação vaginal ↓. ● USO DE MEDICAMENTOS ○ puérperas advertidas do risco da automedicação ○ algumas medicações possuem passagem pelo leite materno e podem ocasionar reações adversas nos RNs. ○ medicações devem possuir uma meia-vida curta, absorção oral ruim e baixa solubilidade lipídica. ○ medicação possuir múltiplas administrações ao longo do dia → adm logo após uma amamentação. ○ medicações com dose única podem ser tomadas logo antes do maior período de sono da criança. ● LICENÇA MATERNIDADE E PATERNIDADE ○ puérpera → direito a licença-maternidade por 120 dias após o parto, sem prejuízo do emprego ou do salário e independentemente se o parto foi de nativivo ou natimorto. ○ período é contínuo e que a gestante pode solicitar a licença no último mês de gestação, já iniciando a contagem do tempo. ○ licença paternidade é de 5 dias após o nascimento. Períodos maiores de licença após o parto podem ser fornecidos pelo empregador, porém não são obrigatórios por lei DOENÇA HIPERTENSIVA ESPECÍFICA DA GRAVIDEZ ○ Epidemiologia ■ elevada incidência na gestação ■ causa importante de morbimortalidade perinatal. ■ maior causa de morte materna no Brasil ■ 30% das mortes maternas diretas. ■ distúrbios hipertensivos complicam cerca de 5 a 10% das gestações, enquanto a pré-eclâmpsia possui uma incidência em torno de 4 a 5%. ■ As formas leves representam 75% dos casos e cerca de 10% ocorrem < 34ª semana de gestação. ○ Classificação ■ Pré-eclâmpsia Definição: hipertensão e proteinúria > 20 semanas de gestação em gestante previamente normotensa. - desordem multissistêmica, idiopática, específica da gravidez humana e do puerpério. - distúrbio placentário (situações em que há apenas tecido trofoblástico) → ex: gravidez molar completa. - Acomete diversos órgãos e sistemas pela pré- eclâmpsia → classicá- la como uma síndrome e não DHEG - quadro clássico → hipertensão e proteinúria. Estas manifestações aparecem na segunda metade da gestação (a partir de 20 semanas), sendo mais frequentes no terceiro trimestre. Edema não faz mais parte dos critérios diagnósticos da síndrome. ★ Fatores de risco ★ Etiologia ○ Teoria da placentação anormal - A placenta desenvolve-se primariamente de células chamadas trofoblastos, que se diferenciam inicialmente em dois tipos: o sinciciotrofoblasto, que é responsável pelas trocas materno- fetais e produção hormonal, e o citotrofoblasto, que é o responsável pela invasão da decídua e das artérias espiraladas. A invasão destas artérias pelo citotrofoblasto extraviloso leva a um alargamento do diâmetro do vaso de 4-6x; o resultado é um aumento do fluxo sanguíneo, que desenvolverá o feto e a placenta. Na pré-eclâmpsia, a invasão trofoblástica e o remodelamento subsequente das artérias espiraladas é deficiente , resultando em diâmetros 50% menores que na gravidez normal. A consequência é uma isquemia placentária, alteração observada em mulheres que desenvolverão sinais de pré-eclâmpsia. - Na gestação sem anormalidades, a migração trofoblástica acontece em duas ondas, no primeiro e no segundo trimestres. Na primeira onda ocorre a destruição da capa musculoelástica das artérias espiraladas no seu segmento decidual. O segmento miometrial é consumido na segunda onda, entre a 16ª e 20ª semanas. Essas ondas acabam convertendo as artérias em vasos de baixa resistência, uma característica fisiológica da circulação uteroplacentária. - a segunda onda de migração trofoblástica ocorra de forma incompleta. Assim, a resistência arterial não cai adequadamente, os vasos permanecem estreitos e desenvolve-se isquemia placentária. - A hipoperfusão placentária se torna mais pronunciada com a progressão da gestação, uma vez que a vascularização uterina anormal é incapaz de acomodar o crescimento do fluxo sanguíneo para o feto e placenta que ocorre com o progredir da gestação. Este evento isquêmico acaba levando à injúria do endotéliovascular por mecanismos ainda pouco compreendidos, mas provavelmente relacionados a radicais livres e outras substâncias liberadas pela placenta. ○ Teoria da má-adaptação - perda da tolerância materna aos antígenos paternos , que parece ser regulada pelo sistema HLA e apresenta achados histológicos similares ao de rejeição de órgãos transplantados. Mulheres que irão desenvolver pré-eclâmpsia apresentam redução do HLA-G não clássico, que é imunossupressor e é mais frequente em pacientes negras. Outro dado relacionado é uma maior resposta Th1 em pacientes com pré-eclâmpsia em comparação com gestantes normotensas, que possuem um desvio preferencialmente para resposta linfocitária Th2. - uma maior exposição aos antígenos paternos, como na mola e gestação gemelar, ou uma nova exposição, como na troca de parceiro, aumentam o risco. ○ Ativação endotelial - alterações inflamatórias que levam à ativação endotelial são consequências da isquemia discutida anteriormente. Isto levaria a uma cascata de eventos com liberação de fatores antiangiogênicos e metabólicos e mediadores inflamatórios leucocitários que provocariam lesão endotelial sistêmica. - Citocinas liberadas por linfócitos ativados, como fator de necrose tumoral alfa (TNF-α) e interleucinas, contribuem para o estresse oxidativo sistêmico associado com a pré-eclâmpsia. Isto gera de radicais livres derivados do oxigênio e induz a formação de peróxidos, que são altamente agressivos às células endoteliais vasculares. O endotélio agredido diminui sua produção de óxido nítrico, um agente vasodilatador, e interfere no balanço de prostaglandina. ○ Teoria da suscetibilidade genética - pré-eclâmpsia é uma doença multifatorial poligênica, com centenas de genes implicados na associação com este distúrbio da gravidez - O risco de ter pré-eclâmpsia aumenta em até 40% caso a mãe da paciente tenha apresentado a doença, em torno de 35% se a irmã teve este diagnóstico e entre 22 e 47% para gêmeas. Fatores étnicos também são importantes, já que há maior incidência em gestantes negras ★ Fisiopatologia Evento Fisiopatológico Principais Consequências Implantação anormal da placenta – não ocorre a 2ª onda de invasão trofoblástica. As artérias placentárias não são convertidas em vasos de baixa resistência > isquemia da placenta > lesão do endotélio dos vasos. A lesão endotelial vai levar a uma maior síntese TXA2 em relação a PGI2. Espasmo arteriolar placentário e sistêmico (evento básico na fisiopatologia). A lesão do endotélio ativa o sistema de coagulação, ocorrendo a deposição de fibrina na. O sistema fibrinolítico, para degradar esta fibrina forma da, é ativado, promovendo a CID. ★ Diagnóstico Pressã o Arterial ❭ Sistólica ≥ 140 mmHg ou diastólica ≥ 90 mmHg, em duas ocasiões espaçadas de no mínimo 4h, após 20 semanas da gravidez, em mulher com pressão arterial prévia normal. ❭ Sistólica ≥ 160 mmHg ou diastólica ≥ 110 mmHg, confirmada em intervalo curto (minutos) para iniciar a terapia anti- hipertensiva imediata. E Protein úria ❭ ≥ 300 mg/24h. ❭ Relação proteína/creatinina ≥ 0,3 (ambas em mg/dl). ❭ Fita = 2+ (utilizada apenas quando ausentes os métodos quantitativos). DIAGNÓSTICO DE PROTEINÚRIA. D E PRÉ-ECLÂMPSIA NA AUSÊNCIA Na ausência de proteinúria, surgimento de nova hipertensão com qualquer um dos seguintes: Trombocitopenia Contagem de 100.000/mm3. plaq ueta s < Insuficiência renal Creatinina sérica > 1,1 mg/dl ou a sua duplicação, na ausência de outras doenças renais. Comprometimento função hepática da Elevação das transaminases de 2 vezes a concentração normal. Edema agudo de pulmão – Sintomas cerebrais visuais ou Nova cefaleia não responsiva a medicações e não atribuída a outros diagnósticos ou sintomas visuais. ★ Classificação ○ LEVE → não apresente qualquer sintoma de gravidade ○ GRAVE → Apenas um dos achados é suficiente para classificar a pré-eclâmpsia como grave. CRITÉRIOS DE GRAVIDADE DA PRÉ-ECLÂMPSIA. Pressão Sistólica (PS) ≥ 160 mmHg ou Pressão Diastólica (PD) ≥ 110 mmHg, em duas ocasiões espaçadas de no mínimo 4h (a menos tenha sido iniciado o anti-hipertensivo). Trombocitopenia (contagem de plaquetas < 100.000/mm3). Comprometimento da função hepática caracterizada por aumento anormal das enzimas hepáticas (duas vezes a concentração normal), dor intensa no quadrante superior direito ou no epigástrio (não responsiva à medicação e/ou não explicada por outros diagnósticos). Insuficiência renal progressiva (creatina sérica > 1,1 mg/dl ou a sua duplicação, na ausência de outras doenças renais). Edema pulmonar. Nova cafaleia não responsiva a medicações e não atribuída a outros diagnósticos ou sintomas visuais. ★ Predição - rastreamento é através da dopplerfluxometria da artéria uterina, com intuito de identificar a invasão inadequada das artérias espiraladas e consequente aumento da resistência vascular, representada pelos índices de resistência elevados e incisuras diastólicas ★ Prevenção ○ Aspirina - efetividade da administração de baixas doses de aspirina (60-150 mg ao dia) em diminuir a incidência dos distúrbios hipertensivos na gestação em pacientes de alto risco (hipertensas crônicas, diabéticas, pacientes com história familiar ou obstétrica de pré-eclâmpsia) - iniciada até 16 semanas - suspenso com 36 semanas ou mantida até o momento do parto - propriedade inibitória da aspirina na síntese de tromboxane sem alterar de forma significativa a produção de prostaciclinas, restaurando assim o equilíbrio entre essas duas substâncias → propriedades anticoagulantes e vasodilatadoras do endotélio são restabelecidas (maior produção de PGI2) e ocorre uma diminuição da reatividade vascular a substâncias vasopressoras. ○ Cálcio - ingesta de 1,5 a 2 g de carbonato de cálcio por dia a partir da 12ª semana de gestação em doses fracionadas até o fim da gestação parece diminuir o risco de pré-eclâmpsia em pacientes com baixa ingesta e fatores de risco para a ocorrência da doença. ★ Conduta - Para TODAS as pacientes atendidas na emergência com pico hipertensivo (PAS ≥ 140 e/ou PAD ≥ 90 mmHg) - Se não houver pré-eclâmpsia com sinais de gravidade (figura 2) ou sinais de comprometimento materno grave, orientar o repouso em decúbito lateral esquerdo enquanto se aguarda os resultados de exames. Se tais sinais estiverem presentes, internação imediata com aplicação da conduta para cada caso - parto no termo da gestação (40 semanas). Pacientes atendidas na urgência e diagnosticadas como portadoras de pré-eclâmpsia leve devem manter o seguimento ambulatorial no pré-natal de alto risco. → PE SEM SINAIS DE GRAVIDADE → PE COM SINAIS DE GRAVIDADE - Internação imediata - Profilaxia da crise convulsiva - Tto da emergência hipertensiva - Avaliação e preservação da vitalidade fetal - Conduta ativa OU conservadora - Prescrição imediata → dieta zero (conduta ativa), hidratação (SF ou ringer) e hipotensores → CONDUTA ATIVA OU EXPECTANTE - Qqr sinais de deterioração da saúde materna → conduta ativa 😊 CONDUTA CONSERVADORA IG < 34 semanas Maturidade pulmonar fetal ausente Requisitos- ausência de complicações maternas e boa vitalidade fetal Se sinais de alarme para deterioração da saúde materna- reintroduzir sulfato de Mg (manter até 24 hrs pós parto) e interromper a gestação Se IG 24-33 semanas + 6 dias - uso de corticoterapia para acelerar maturação pulmonar fetal → TTO DA EMERGÊNCIA HIPERTENSIVA Reduzir PA em 30% ou 90x100 mmHg em 20 minutos Se queda brusca e indesejada da PA → infundir SF e verificar FCF → Profilaxia da crise convulsiva - sulfato de magnésio. - mantida até 24 horas depois do parto ou durante 24 horas, se conduta expectante, podendo ser prorrogada a duração da terapia até 72 horas, caso persistam níveis tensionais elevados e/ou sinais de iminência de eclâmpsia. Nesses casos, a partir de 48 horas, observar rigorosamente as manifestações clínicas de bloqueio da junção neuromuscular e solicitar dosagem de magnésio sérica para sua correlação (7-9 mEq/l: diminuição dos reflexos profundos; 9-1 0mEq/l: abolição dos reflexosi 1 0-1 3 mEq/l: depressão respiratórias 1 3-1 5 mEq/l: parada respiratórias 25 mEq/l: parada cardíaca - esquema de Zuspan é o de primeira escolha devido à sua facilidade de administração. → Saúde materna - parâmetros → Saúde fetal - parâmetros ★ ■ Síndrome HELLP - H emolisys, E levated L iver enzimes e L ow P latelets, → Hemólise, Aumento de Transaminases e Trombocitopenia - complicação grave da pré-eclâmpsia e eclâmpsia que cursa com hemólise (anemia hemolítica microangiopática), elevação das enzimas hepáticas e plaquetopenia. - formas completa (todos os critérios diagnósticos presentes) ou incompleta (um ou mais parâmetros alterados) - Aumenta risco de hemorragia, coagulopatia, insuficiência renal e morte - Diagnóstico diferencial com a esteatose hepática aguda da gestação (com principal parâmetro diferencial sendo a hipoglicemia persistente), síndrome hemolítico- urêmica, coagulação intra-vascular disseminada e púrpura trombocitopênica trombótica. Esfregaço periférico com esquizócitos; LDH > 600 U/L ou BT > 1,2 mg/dl; TGO > 70 U/L; Plaquetas < 100.000/mm³; - pcts que não apresentam todos os critérios são diagnosticadas como portadoras de Síndrome HELLP parcial. - sintomas mais frequentes incluem: - ❭ Dor no quadrante superior direito ou epigástrica (80% dos casos); - ❭ Aumento excessivo do peso e piora do edema (50 a 60%); - ❭ Hipertensão (85%); - ❭ Proteinúria (87%); - ❭ Náusea e vômito (50%); - ❭ Cefaleia (40%); - ❭ Alterações visuais (15%); - ❭ Icterícia (5%). - mortalidade → por rotura hepática, falência renal, CID, edema pulmonar, trombose de carótida e acidente vascular encefálico - conduta mediante o diagnóstico → antecipação do parto (até 24 horas após o seu diagnóstico) e o tratamento imediato de suas complicações. - tto da emergência hipertensiva e a terapia anticonvulsivante - cuidado imediato → hidratação cuidadosa (alternar SG5%, SF0,9% e Ringer Lactato a 1 00 ml/h, com dose máxima de 1 50 ml/h e infusões rápidas de 250 a 500 ml/h em casos de oligúria) em acesso venoso com jelco calibroso (preferencialmente número 18), cateterismo vesical de demora com monitoração do débito urinário (idealmente mantendo > 20) - corticoterapia para maturidade pulmonar fetal - via de parto preferencial é a baixa devido ao menor risco de sangramento (raro) devido à gravidade do quadro com colo desfavorável à indução. - se indicada a cesariana → cuidados de: anestesia geral se plaquetas < 50 mil/mm3, hemostasia rigorosa, incisão mediana e vigilância pós- operatória rigorosa pelo elevado risco de hematoma. - Encaminhar a paciente à UTI materna após o parto. ■ Eclâmpsia - crises convulsivas, seguidas ou não de coma, em uma paciente com pré-eclâmpsia - tipo tonico-clônicas generalizadas e podem aparecer antes, durante ou após o parto, sendo mais raras após 48h de puerpério. - Relatos de eclâmpsia até o 10º dia de pós-parto. - causas o vasoespasmo cerebral com isquemia local, encefalopatia hipertensiva, edema vasogênico e dano endotelial. - convulsões são autolimitadas, durando de 2-3 min, e são precedidas de sinais: cefaleia, alterações visuais, epigastralgia e dor no quadrante superior direito do abdome. - EEG → indistinguível - RM → edema cerebral - necropsia, hemorragia intracraniana e petéquias - Após a convulsão, sobrevém um estado comatoso (período pós- ictal), seguido de alterações respiratórias, taquicardia, hipertermia e acidose láctica - Bradicardia fetal com duração de cerca de 3 a 5 minutos é comum durante e logo após o episódio convulsivo, devido ao quadro de hipóxia e hipercapnia materna, e não requer parto de emergência. A estabilização da pressão materna, terapia anticonvulsivante e oxigenioterapia em geral são suficientes para recuperação fetal - Suporte imediato a vida (ABC) e interromper a gestação após estabilização da pct - diagnóstico diferencial com trombose venosa cerebral, hemorragia cerebral, encefalopatia hipertensiva, feocromocitoma, lesões expansivas do SNC, abscesso cerebral, epilepsia e distúrbios metabólicos. ■ Hipertensão crônica de qualquer etiologia; - Definição: estado hipertensivo (PA ≥ 140 x 90 mmHg) presente antes do início da gestação ou diagnosticado antes de 20 semanas. - não está associada a edema e proteinúria, exceto se já houver dano renal antes da gravidez, e persiste decorridas 12 semanas de pós-parto. - Lembrar!!!! PA sofre queda durante a gestação decorrente do relaxamento vascular fisiológico, mais significativamente no segundo trimestre, o que pode tornar normal uma PA antes elevada e comprometer o diagnóstico de hipertensão crônica. ■ Hipertensão crônica com pré-eclâmpsia sobreposta; - hipertensão essencial crônica preexistente se agrava em algumas gestantes, caracteristicamente após 24 semanas. - elevação dos níveis tensionais + proteinúria → define a pré-eclâmpsia sobreposta e piora muito o prognóstico materno-fetal. Em comparação com a pré- eclâmpsia "simples", a pré-eclâmpsia sobreposta normalmente se apresenta mais precocemente, tende a ser mais agressiva e é frequentemente acompanhada de crescimento intrauterino restrito. fundoscopia revela, nos casos de hipertensão de longa duração, alterações características, como estreitamento de arteríolas, cruzamentos arteriovenosos e exsudatos. Outras evidências que sugerem o diagnóstico de pré-eclâmpsia sobreposta são o aparecimento recente de proteinúria, trombocitopenia e elevação das enzimas hepáticas. parâmetros laboratoriais se alteram na pré-eclâmpsia e comumente se encontram normais na hipertensão crônica, como a elevação do ácido úrico. Outros achados: atividade de antitrombina III diminuída (< 70%), que se correlaciona com a endoteliose glomerular capilar, e a hipocalciúria (< 100 mg em 24 horas), sugestiva de pré- eclâmpsia, enquanto que a calciúria > 100 mg fala a favor de hipertensão crônica ■ Hipertensão gestacional hipertensão gestacional é definida pelo surgimento de nova hipertensão na segunda metade da gravidez, mas sem o desenvolvimento de proteinúria. É importante ressaltar que quase metade destas pacientes irá desenvolver pré-eclâmpsia posteriormente. A pressão retorna aos níveis normais dentro das primeiras 12 semanas de puerpério e recorre em grande parte das gestações subsequentes. - mesmos critérios pressóricos da pré-eclâmpsia porém com proteinúria menor que 300 mg/24 horas e sem critérios de gravidade. ● INFECÇÕES CONGÊNITAS PERINATAIS TOXOPLASMOSE E RUBÉOLA/SÍFILIS TOXOPLASMOSE ● Qual o agente etiológico da toxoplasmose? ○ Toxoplasma gondii (protozoário) ● Quais as formas de contaminação da toxoplasmose? ○ Ingesta de carnes cruas ou mal cozidas, água não tratada ou fervida, frutas e verduras não higienizadas adequadamente, contato com fezes de gatos (solo, gramados e caixas de areia) ● Qual o ciclo da infecção pela toxoplasmose? ○ ● Como suspeitar da infecção pelo Toxoplasma? ○ Maioria dos quadros são assintomáticos ○ Identificação da infecção pelas sorologias ● Interprete a sorologia da toxoplasmose: ○ IgG positivo e IgM negativo = IMUNE ○ IgG negativo e IgM negativo = SUSCEPTÍVEL ○ IgG negativo e IgM positivo = INFECÇÃO ○ IgG positivo e IgM positivo = INFECÇÃO RECENTE OU ANTIGA (soroconversão confirmada com sorologias prévias negativas e atuais positivas) ● IgG e IgM positivos na suspeita de infecção pelo Toxoplasma. E agora? Como diferenciar infecção recente e antiga? ○ Teste de avidez de IgG ○ Afinidade do anticorpo pelo antígeno tende a aumentar com o intervalo de tempo ○ Alta avidez --> infecção ocorreu há mais de 14 semanas ○ Baixa avidez � infecção pode ter ocorrido nos 3 meses antes ● Qual o tratamento materno indicado quando identificado Toxoplasmose? ○ Espiramicina 3g ao dia ● Como pesquisar infecção fetal por Toxoplasma gondii durante a gestação? ○ Amniocentese após 18 semanas (não passar das 32 semanas) e pesquisa do parasita pela PCR ● Qual o tratamento da toxoplasmose diante da infecção fetal? ○ Tratar com: ○ Sulfadiazina 3,0 g/dia (2 cps de 500mg de 8/8horas) ○ Pirimetamina50mg/dia (1 cp de 25 mg de 12/12horas) ○ Ácido folínico 15mg/dia (1 cp de 15mg ao dia) SÍFILIS ● Qual o agente etiológico da sífilis? Quais suas características microbiológicas? ○ Treponema pallidum ○ Microbiologia: espiroqueta não corada por Gram anaeróbia facultativa ● Quais as formas de transmissão da sífilis? E períodos de maior transmissibilidade? ○ Contato sexual e vertical para o feto. ○ Maior nos estágios iniciais (sífilis primária e secundária). ● Como é feita a classificação clínica da sífilis? ○ Sífilis recente (primária, secundária e latente recente) até 1 ano ○ Sífilis tardia (latente tardia e terciária) mais de 1 ano de evolução ou tempo desconhecido ● Quais são as características da sífilis primária? ○ Úlcera rica em treponemas única, indolor, borda bem definida e regular, base endurecida e fundo limpo (local de entrada de bactérias) = CANCRO DURO; ○ Linfadenopatia regional associada; ○ Duração: 3 a 8 semanas; ○ Tempo de incubação: 10-90 dias (média de 3 sem) ● Quais são as características da sífilis secundária? ○ Após cicatrização do cancro; ○ Início: erupção macular eritematosa (roséolas/sifílides) + placas mucosas, lesões acinzentadas ○ Progressão: lesões papulosas eritemato-acastanhadas (evidentes) ○ Condilomas planos nas dobras mucosas (anogenital) ○ Alopecia e madarose ○ Sintomas inespecíficos febre baixa, mal-estar, cefaleia e adinamia. ○ Sintomatologia desaparece (falsa impressão de cura) ○ Uveítes ○ Neurossífilis meningovascular + acometimento dos pares cranianos → quadros meníngeos e isquêmicos (DOENÇA NEUROLÓGICA NÃO É EXCLUSIVA DE SÍFILIS TARDIA) ● Quais são as características da sífilis latente? ○ Sem sinal/sintoma ○ Diagnóstico ocorre pela reatividade dos testes treponêmicos e não treponêmicos ■ latente recente (até um ano de infecção) ■ latente tardia (mais de um ano de infecção) ● Quais são as características da sífilis terciária? ○ Acomete o sistema nervoso e cardiovascular ○ Gomas sifilíticas (tumorações que tendem a liquefação) pele, mucosas, ossos ... desconfiguração, incapacidade e morte. ○ Surge de 1-40 anos após início da infecção se não tratada ● Quais são os métodos diagnósticos para sífilis? ○ Exames diretos ■ Exame em campo escuro ■ Pesquisa direta ○ Exames imunológicos (+ usados) ■ Treponêmicos (teste rápido, FTA-Abs) - 1°s a ficarem reagentes e pelo resto da vida ■ Não treponêmicos (VDRL) - monitoramento e controle de cura tmb. ○ ○ Teste treponêmico reagente + teste não treponêmico reagente = diagnóstico de sífilis ○ Teste treponêmico reagente + teste não treponêmico não reagente = fazer 3° exame → Se (+): diagnóstico de sífilis ou cicatriz sorológica; Se (-): falso reagente p/ o 1° teste ○ Teste não treponêmico reagente + teste treponêmico reagente = diagnóstico de sífilis ○ Teste não treponêmico reagente + teste treponêmico não reagente = fazer 3° exame → Se (+): diagnóstico de sífilis ou cicatriz sorológica; Se (-): falso reagente p/ o 1° teste ○ Teste não treponêmico não reagente/ teste treponêmico não reagente = sem infecção ou janela imunológica ● Quais pacientes devem automaticamente ser tratados com somente um teste (treponêmico ou não-treponêmico) positivo? ○ Gestantes ○ Vítimas de violência sexual ○ Pessoas com baixo acesso a follow-up ○ Pessoas com sintomatologia de sífilis ○ Pessoas nunca tratadas para sífilis antes ● Como é realizado o tratamento da sífilis recente? ○ Penicilina benzatina 2,4 milhões UI, IM, dose única (1,2 milhão UI em cada glúteo) ○ Qualquer outro tto realizado durante a gestação --> tto não adequado da mãe --> RN notificado p/ sífilis congênita + avaliação clínica e laboratorial ○ Follow-up com VDRL trimestral por 1 ano (critério de sucesso terapêutico é redução de pelo menos duas titulações em 6 meses) ● Como é realizado o tratamento da sífilis tardia ou de duração ignorada? ○ Penicilina benzatina 2,4 milhões UI, IM, 1x/semana por 3 semanas ○ Follow-up com VDRL trimestral por 1 ano (critério de sucesso terapêutico é redução de pelo menos duas titulações em 12 meses) ● Qual é a alternativa à penicilina benzatina no tratamento da sífilis e quais suas contraindicações? Quais orientações específicas dar à paciente? ○ Doxiciclina 100 mg VO 12/12h por 14 dias ○ Contraindicada para gestantes por risco ao feto (cat. D) e lactantes (risco baixo) ○ Evitar se deitar por 2 horas antes de tomar a medicação (risco de úlcera esofágica); evitar se expôr exageradamente à luz solar (risco de erupções cutâneas) ● Gestante relata alergia à penicilina. E agora? ○ Pesquisar se realmente há alergia (urticária, exantema pruriginoso, anafilaxia) ○ Anamnese detalhada sobre o último episódio de “alergia” ○ Diferenciar da reação de Jarish-Herxheimer, que ocorre 24 horas após a 1ª dose com exacerbação das lesões cutâneas (eritema, dor ou prurido, mal-estar geral, febre, cefaleia e artralgia), que regridem espontaneamente após 12 a 24 hrs e pode ser controlada com o uso de analgésicos simples ● Quando suspeitar de reativação ou reinfecção? ○ Ausência de redução da titulação em 2 diluições em 6 meses (sífilis recente, primária e secundária) ou 12 meses (sífilis tardia) após o tratamento adequado OU ○ Aumento da titulação em 2 diluições ou +++ OU ○ Persistência ou recorrência de sinais e sintomas clínicos. HPV E CA DE COLO UTERINO - Método de rastreamento do CA de colo do útero e de suas lesões precursoras é o exame Citopatológico - 2 primeiros exames → intervalo anual - Se 2 negativos → próximos exames a cada 3 anos - Início da coleta: 25 anos para mulheres que já tiveram ou tem atividade sexual - Antes disso e evitado - Exames periódicos até 64 anos e em mulheres sem história prévia de doença neoclássica pré invasiva interrompendo qnd tiverem pelo menos 2 exames negativos consecutivos nos últimos 5 anos - mulheres + 64 anos de idade e que nunca se submeteram ao exame citopatológico → 2 exames com intervalo de 1-3 anos. Se ambos os exames forem negativos, essas mulheres podem ser dispensadas de exames adicionais ★ Células presentes na amostra: ○ células representativas dos epitélios do colo do útero: − Células escamosas. − Células glandulares (não inclui o epitélio endometrial). − Células metaplásicas ★ Recomendações: - Esfregaços normais somente com células escamosas em mulheres com colo do útero presente → repetidos com intervalo de 1 ano e, com 2 exames normais anuais consecutivos, o intervalo passará a ser de 3 anos ➔ Situações especiais: ◆ Gestantes - a JEC no ciclo gravídico-puerperal encontrar-se exteriorizada na ectocérvice na maioria das vezes - seguir as recomendações de periodicidade e faixa etária como para as demais mulheres, devendo sempre ser considerada uma oportunidade a procura ao serviço de saúde para realização de pré-natal ◆ Pós menopausa - falso-positivos causados pela atrofia secundária ao hipoestrogenismo - levar em conta seu histórico de exames. - rastreadas de acordo com as orientações para as demais mulheres→ se necessário, proceder à estrogenização previamente à realização da coleta ◆ Histerectomizadas - histerectomia total por lesões benignas, sem história prévia de diagnóstico ou tratamento de lesões cervicais de alto grau, podem ser excluídas do rastreamento, desde que apresentem exames anteriores normais - histerectomia por lesão precursora ou câncer do colo do útero, a mulher deverá ser acompanhada de acordo com a lesão tratada ◆ Sem história de atividade sexual - não devem ser submetidas ao rastreamento do câncer do colo do útero ◆ Imunossuprimidas - realizado após o início da atividade sexual com intervalos semestrais no 1º ano e, se normais, manter seguimento anual enquanto se mantiver o fator de imunossupressão - HIV positivas com contagem de linfócitos CD4+ < 200 células/mm3 → priorizada a correção dos níveis de CD4+ E o rastreamento citológico a cada 6 meses ➔ Prevenção: - prevenção 1ª do CA do colo do útero está relacionada a ↓ do risco de contágio pelo HPV - Vacina contra HPV: medida mais eficaz para prevenção contra a infecção. É distribuídagratuitamente pelo SUS e indicada para: - meninas de 9 - 14 anos - meninos de 11-14 anos - pessoas que vivem com HIV - pessoas transplantadas na faixa etária de 9-26 anos - Lembrando → vacina NÃO é tto, não sendo eficaz contra infecções ou lesões por HPV já existente - Protege contra subtipos 6,11,16 e 18 - Mais eficaz se usada < início da vida sexual ➔ Diagnóstico descritivo e conduta: ◆ Descrição - Adequabilidade do material → satisfatória - satisfatória: células em qntd preservadas bem distribuídas, focadas e coradas - insatisfatória: - material acelular ou hipocelular (< 10% da amostra) - > 75% esfregaço com sangue, piócitos, artefatos de dessecamento, contaminação, intensa superposição celular - lâmina danificada, ausente ou não identificada - Epitélios representados na amostra → escamoso, glandular e metaplásico - escamoso: várias de camadas de células escamosas não estratificadas (reveste vagina e fundo de saco) - glandular: colunar simples, secretam muco, faz parte da endocérvice - JEC: junção entre os 2 epitélios acima - metaplasia escamosa: processo fisiológico, transformação de epitélio glandular em escamoso não estratificado - boa representação do epitélio deve incluir a presença de células endocervicais ou metaplásicas - Microbiologia → outros bacilos - Diagnóstico descritivo → negativo p/ lesões intraepiteliais ou malignidade - Observações: esfregaço eutrófico → Lembrando → citologia insatisfatória: repetir citologia com 2-4 meses (tratar atrofia ou inflamação se necessário) ➔ Manejo de alterações atípicas ◆ Atipia de células glandulares ● células glandulares atípicas de significado indeterminado (AGC) ○ possivelmente não neoplásica (AGC-US) ○ não se pode excluir lesão intraepitelial de alto grau (AGC-H) ● adenocarcinoma in situ ● adenocarcinoma invasor ● células atípicas de origem indefinida ● células endometriais ◆ Atipia de células escamosas ● células escamosas atípicas de significado indeterminado (ASC) ○ possivelmente não neoplásicas (ASC-US) - DNA HPV (>25 anos) - NÃO SUS - (+) → colposcopia - (-) → repetir co-teste em 3 anos → Situações especiais: - < 25 anos: repetir citologia com 3 anos - gestantes: acompanhar igual a não gestante. Biópsia apenas se suspeita de invasão. reavaliar 90 dias após parto - pós-menopausa: repetir citologia 1 semana após 21 dias de uso de estrogenio tópico - imunossuprimidas: colposcopia imediato. Acompanhamento citológico semestral até 2 resultados consecutivos negativos ○ não se pode excluir lesão intraepitelial de alto grau (ASC-H) ● lesão intraepitelial escamosa de baixo grau (LSIL) ● lesão intraepitelial escamosa de alto grau (HSIL) ○ < 25 anos: se NIC II > colpocitologia por até 2 anos (regressão espontânea). Se NIC III > EZT ou seguimento colpocitológico por 2 anos ○ gestantes:colposcopia imediata > biopsia de lesões > reavaliar 90 pós parto ○ imunossuprimidas: colposcopia imediata. Se indicado - tto excisional + acompanhamento anual com citologia ● lesão intraepitelial escamosa de alto grau, não podendo excluir microinvasão ● carcinoma epidermóide invasor ➔ Lesão intraepitelial de alto grau não podendo excluir micro invasão ou carcinoma epidermoide invasor ◆ Realizar colposcopia ● Sinais de microinvasão → biópsia → CA: iniciar tto específico ● Sem sinais de microinvasão → EZT→ tto conforme anatomopatológico de peça ◆ Seguimento: ● margens livres → citologia de 6 -12 m da histerectomia → rastreio a cada 3 anos se ambos (-) ● margens comprometidas ou desconhecido → citologia e colposcopia a cada 6 meses por 2 anos → citologia anual até 5 anos → se (-) → rastreio a cada 3 anos se ambos (-) DIABETES MELLITUS E GRAVIDEZ ○ EPIDEMIOLOGIA - 415 milhões de adultos --> DM em todo o mundo - 318 milhões de adultos --> intolerância à glicose + risco ↑ desenvolver a doença no futuro - DM + complicações --> principais causas de morte na maioria dos países. - 1 em cada 12 mortes em adultos no mundo => DM = 5 milhões de casos ao ano = 1 morte em 6seg - óbitos é maior em mulheres do que em homens - gasto com DM → entre 5% e 20% das despesas globais em saúde - relação com a prevalência de excesso de peso entre a população brasileira adulta (56,9%) - obesidade chega a 20,8%. - 58% dos casos de DM, no Brasil --> atribuíveis à obesidade (causas multifatoriais e relacionadas à má alimentação e aos modos de comer e viver da atualidade) - últimos anos ↑ consumo de alimentos ultraprocessados (bebidas açucaradas) --> associado ao desenvolvimento do excesso de peso e DM - hiperglicemia durante a gestação também afeta os filhos dessas mulheres ↑ riscos dessas crianças desenvolverem obesidade, síndrome metabólica e diabetes na vida futura - duas últimas décadas ↑ progressivo do n° de mulheres com diagnóstico de diabetes em idade fértil e durante o ciclo gravídico-puerperal, como reflexo do crescimento populacional, do aumento da idade materna, da falta de atividade física e, principalmente, do aumento da prevalência de obesidade. - prevalência de DMG varia de 1 a 37,7%, com uma média mundial de 16,2% - 1 em cada 6 nascimentos ocorra em mulheres com alguma forma de hiperglicemia durante a gestação, sendo que 84% desses casos seriam decorrentes do DMG ● DEFINIÇÃO - Diabetes Mellitus (DM) representa um conjunto de distúrbios metabólicos caracterizados por hiperglicemia consequente à deficiência insulínica. - Essa deficiência pode ser decorrente da produção pancreática reduzida, de inadequada liberação e/ou da resistência periférica ao hormônio - período gravídico-puerperal, é possível a ocorrência de hiperglicemia tanto em mulheres já sabidamente diagnosticadas como portadoras de DM previamente à gestação quanto em gestantes sem esse diagnóstico prévio - a hiperglicemia inicialmente detectada em qualquer momento da gravidez deve ser categorizada e diferenciada em DM diagnosticado na gestação - • Diabetes Mellitus Gestacional (DMG): mulher com hiperglicemia detectada pela 1ª vez durante a gravidez, com níveis glicêmicos sanguíneos que não atingem os critérios diagnósticos para DM. • Diabetes Mellitus diagnosticado na gestação (Overt Diabetes): mulher sem diagnóstico prévio de DM, com hiperglicemia detectada na gravidez e com níveis glicêmicos sanguíneos que atingem os critérios da OMS para a DM na ausência de gestação. ● FATORES DE RISCO - fatores estão associados com maior risco de hiperglicemia na gravidez, porém nessa recomendação eles não devem ser utilizados para fins de rastreamento de DMG. - Recomenda-se o diagnóstico universal. ● FISIOPATOLOGIA - A gestação se caracteriza um estado resistência à insulina. - Essa condição, aliada à intensa mudança nos mecanismos de controle da glicemia, em função do consumo de glicose pelo embrião e feto, pode contribuir para ocorrência de alterações glicêmicas favorecendo o desenvolvimento de DMG - Alguns hormônios produzidos pela placenta e outros aumentados pela gestação, tais como lactogênio placentário, cortisol e prolactina, podem promover redução da atuação da insulina em seus receptores e, consequentemente, um aumento da produção de insulina nas gestantes saudáveis. - Esse mecanismo, entretanto, pode não ser observado em gestantes que já estejam com sua capacidade de produção de insulina no limite. - Essas mulheres têm insuficiente aumento de produção de insulina e, assim, podem desenvolver diabetes durante a gestação ● DIAGNÓSTICO - uso de fatores clínicos de risco para DMG, associados a uma glicemia de jejum no início da gravidez (antes de 20 semanas ou tão logo seja possível), para o rastreamento de DMG. - Na presença de glicemia de jejum de 85mg/dL a 125 mg/dL ou de qualquer fator de risco clínico as gestantes deveriam realizar o TOTG com 75g de glicose. - O diagnóstico de DMG seria estabelecido diante de pelo menos dois valores maiores ou iguais a 95 mg/dL (jejum), 180 mg/dL (1ª hora) e 155 mg/dL (2ª hora). - Mulheres que apresentassem duas glicemias de jejum ≥ 126mg/dL também receberiam o diagnóstico de DMG confirmado, sem necessidade de realizar o teste
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