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BIOSSEGURANÇA BIOSSEGURANÇA NA SAÚDE INFECÇÃO HOSPITALAR Professora: Samya Morais Especialista em Urgência, Emergência e UTI Pós-graduanda em pediatria e neonatologia ESCOLA TÉCNICA DE SAÚDE SANTA BÁRBARA CURSO TÉCNICO EM ENFERMAGEM EMENTA ▪ Estudo do conjunto de ações que visam prevenir, minimizar ou eliminar riscos inerentes às atividades do trabalho em saúde para os profissionais, clientes e meio ambiente, sem comprometer a qualidade do trabalho a ser desenvolvido e respeitando os princípios humanísticos e éticos OBJETIVOS • Fortalecer a cultura de prevenção, proteção e segurança a saúde , tendo como pressuposto essencial a qualidade, organizações dos estabelecimentos e serviços de saúde em geral de forma ética e humanística; • Construção dos conceitos básicos em biossegurança; • Identificar os níveis dos riscos hospitalares, ambulatorial e ambiental; • Conhecer as normas de proteção individual e coletiva; • Conhecer as práticas de controle da IH; • Conhecer as NR destinadas à prestação de assistência á saúde da população, e as ações de promoção, recuperação, assistência, pesquisa e ensino em saúde em qualquer nível dos riscos: biológicos, químico, radiações e resíduos. • Conservação, manutenção das máquinas e equipamentos. METODOLOGIA DE AVALIAÇÃO ▪ Atividades diárias; ▪ Realização de seminário; ▪ Atividades práticas; ▪ Avaliação ao final do módulo. BIOSSEGURANÇA NA SAÚDE Segundo o Ministério da Saúde, a biossegurança compreende um conjunto de ações destinadas a prevenir, controlar, mitigar ou eliminar RISCOS inerentes às atividades que possam interferir ou comprometer a qualidade de vida, a saúde humana e o meio ambiente. BIOSSEGURANÇA BIOSSEGURANÇA Prevenir Controlar • RISCOS Mitigar Eliminar BIOSSEGURANÇA É uma estratégia essencial para a pesquisa e para o desenvolvimento sustentável Fundamental importância para avaliar e prevenir os possíveis efeitos adversos de novas tecnologias á saúde A que estão relacionados esses Riscos? Saúde Qualidade de vida Meio ambiente BIOSSEGURANÇA Área Nova Campo que cresce em importância e abrangência Pouco valorizada Suas normas e recomendações + difundidas Para a Anvisa, a Biossegurança é uma condição de segurança alcançada por um conjunto de ações com o objetivo de prevenir, controlar, reduzir ou eliminar RISCOS inerentes às atividades que possam comprometer a saúde humana, animal e o meio ambiente” BIOSSEGURANÇA Aqueles profissionais de saúde que exercem atividades em hospital encontram-se potencialmente expostos a uma diversidade de agentes desencadeadores de doenças, esses agentes podem ser: agentes físicos, químicos e biológicos. O profissional de saúde quando se encontra exposto a um agente biológico, então ele pode ser visto como susceptível de adquirir infecção ou como fonte de transmissão de infecção. BIOSSEGURANÇA PARA O PROFISSIONAL DA SAÚDE A biossegurança preocupa-se com as instalações laboratoriais, as boas práticas em laboratório, os agentes biológicos aos quais o profissional está exposto e até mesmo a qualificação da equipe de trabalho. Isso é importante porque, nesses locais, existe a frequente exposição a agentes patogênicos, além, é claro, de riscos físicos e químicos. BIOSSEGURANÇA PARA O PROFISSIONAL DA SAÚDE No âmbito do Ministério da Saúde (MS), a Biossegurança é tratada pela Comissão de Biossegurança em Saúde (CBS) que é coordenada pela Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos (SCTIE) e composta pelas Secretarias de Vigilância em Saúde (SVS) e de Atenção à Saúde (SAS), pela Assessoria de Assuntos Internacionais em Saúde (AISA), pela Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ), pela Fundação Nacional de Saúde (FUNASA) e pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). COMISSÃO DE BIOSSEGURANÇA EM SAÚDE COMISSÃO DE BIOSSEGURANÇA EM SAÚDE Comissão de Biossegurança em saúde (CBS) Secretarias de Vigilância em Saúde (SVS) Secretaria de Atenção à Saúde (SAS) Assessoria de Assuntos Internacionais em Saúde (AISA) FIOCRUZFUNASA ANVISA Foi instituída pela Portaria GM/MS nº 1.683, de 28 de agosto de 2003. Desde sua criação, o objetivo da CBS é definir estratégias de atuação, avaliação e acompanhamento das ações ligadas á Biossegurança de forma a ter o melhor entendimento entre o Ministério da Saúde com órgãos e entidades relacionadas ao tema. COMISSÃO DE BIOSSEGURANÇA EM SAÚDE O princípio básico da biossegurança é o CONTROLE DE RISCOS, sendo um elemento considerável do esforço gradual da busca de proteção contra as ameaças á vida humana. A responsabilidade legal pelo controle de riscos e pela segurança em ambientes de trabalho cabe aos administradores, no entanto os funcionários devem incorporar em sua rotina de trabalho as Boas Técnicas Microbiológicas e as Normas de Biossegurança. (NR-32 MTE). ATENÇÃO Isso é feito de forma constante, com treinamentos e alertas, sempre se preocupando com a manutenção das condições de saúde e observando os riscos potenciais associados ao trabalho. O termo risco, em se tratando de saúde, é qualquer situação que aumente a probabilidade de ocorrência de uma doença ou agravo á saúde, a exemplo dos múltiplos fatores causais das doenças cardiovasculares. O termo risco popularmente, além do sentido de possibilidade ou chance (oportunidade), tem o sentido de perigo. ATENÇÃO Os riscos são possíveis danos pessoais, infecções ou outras consequências negativas ao ser humano e ao meio ambiente. “O risco é inerente à atividade e é impossível reduzi-lo a zero, mas será menos provável se todos atuarem com técnica e procedimentos corretos, sem esquecer que nenhum procedimento ou conduta de prevenção pré ou pós exposição oferece garantia absoluta”. O QUE SÃO RISCOS? “Qualquer componente de natureza física, química ou radioativa que possa a vir a comprometer a saúde do homem, dos animais, do meio ambiente ou a qualidade dos trabalhos desenvolvidos” . São eles: agentes químicos, agentes físico, agente biológicos, agentes ergonômicos e agentes mecânicos ou de acidentes. AGENTES DE RISCOS RISCOS AMBIENTAIS PREJUDICIAIS A SAÚDE RISCOS FÍSICOS São aqueles gerados por máquinas e condições físicas características do local de trabalho, que podem causar danos à saúde do trabalhador. São eles: - Ruído; - Vibrações; - Umidade; - Temperatura; - Ventilação; - Iluminação natural e artificial; - Pressões anormais - Radiações ionizantes e não ionizantes. RISCOS FÍSICOS RISCOS CONSEQUÊNCIAS Ruídos Cansaço, irritação, dores de cabeça, diminuição da audição, aumento da pressão arterial, problemas do aparelho digestivo, taquicardia e perigo de infarto. Vibrações Cansaço, irritação, dores dos membros, dores na coluna, doença do movimento, artrite, problemas digestivos, lesões ósseas, lesões dos tecidos moles, lesões circulatórias, etc. Calor Taquicardia, aumento da pulsação, cansaço, irritação, choques térmicos, fadiga térmica, perturbações das funções digestivas, hipertensão. Radiações ionizantes Alterações celulares, câncer, fadiga, problemas visuais, acidentes de trabalho. Radiações não ionizantes Queimaduras, lesões nos olhos, na pele e nos outros órgãos. Umidade Doenças do aparelho respiratório, quedas, doenças de pele, doenças circulatórias. Frio Fenômenos vasculares periféricos, doenças do aparelho respiratório, queimaduras pelo frio. Pressões anormais Hiperbarismos – Intoxicação por gases ; Hipobarismo – Mal das montanhas. RISCOS QUÍMICOS São aqueles representados pelas substâncias químicas que se encontram nas formas líquida, sólida e gasosa, e quando absorvidos pelo organismo, podem produzir reações tóxicas e danos à saúde. São eles: - Poeiras; - Vapores; -Gases; -Fumos. ▪ Vias de penetração no organismo: •Via respiratória: inalação pelas vias aéreas •Via cutânea: absorção pela pele •Via digestiva: ingestão RISCOS QUÍMICOS RISCOS CONSEQUÊNCIAS Poeiras mineraisEx.: sílica, asbesto, carvão, minerais Silicose (quartzo), asbestose (amianto) e pneumoconiose dos minerais do carvão. Poeiras vegetais Ex.: algodão, bagaço de cana- de-açúcar Bissinose (algodão), bagaçose (cana-de-açúcar), etc. Poeiras alcalinas Doença pulmonar obstrutiva crônica e enfisema pulmonar. Poeiras incômodas Podem interagir com outros agentes nocivos no ambiente de trabalho potencializando sua nocividade. Fumos metálicos Doença pulmonar obstrutiva crônica, febre de fumos metálicos e intoxicação específica de acordo com o metal. Névoas, gases e vapores (substâncias compostas ou produtos químicos em geral) Irritantes: irritação das vias aéreas superiores Ex.: ácido clorídrico, ácido sulfúrico, amônia, cloro etc. Asfixiantes: dores de cabeça, náuseas, sonolência, convulsões, coma, morte etc. Ex.:hidrogênio, nitrogênio, metano, acetileno, dióxido e monóxido de carbono etc. Anestésicas: a maioria dos solventes orgânicos tendo ação depressiva sobre o sistema nervoso, podendo causar danosos diversos órgãos e ao sistema formador do sangue. Ex.: butano, propano, benzeno, aldeídos, cetonas, tolueno, xileno, álcoois etc. RISCOS BIOLÓGICOS São aqueles causados por microorganismos como bactérias, fungos, vírus e outros. São capazes de desencadear doenças devido à contaminação e pela própria natureza do trabalho. São eles: -Vírus; - Bactérias; - Fungos; - Parasitas; - Fibras vegetais. RISCOS BIOLÓGICOS RISCOS CONSEQUÊNCIAS Vírus, bactérias e protozoários Doenças infecto-contagiosas. Ex.: hepatite, cólera, amebíase, AIDS, tétano, etc. Fungos e bacilos Infecções variadas externas (na pele, ex.: dermatites) e internas (ex.: doenças pulmonares) Parasitas Infecções cutâneas ou sistêmicas podendo causar contágio. RISCOS ERGONÔMICOS Estes riscos são contrários às técnicas de ergonomia, que exigem que os ambientes de trabalho se adaptem ao homem, proporcionando bem estar físico e psicológico. Os riscos ergonômicos estão ligados também a fatores externos (do ambiente) e internos (do plano emocional), em síntese, quando há disfunção entre o indivíduo e seu posto de trabalho. São eles: - Monotonia; - Posição (física) do trabalhador; - Ritmo do trabalho; - Fadiga; - Preocupação; - Trabalhos repetitivos. RISCOS ERGONÔMICOS RISCOS CONSEQUÊNCIAS •Esforço físico; •Levantamento e transporte manual de pesos; •Exigências de posturas. Cansaço, dores musculares, fraquezas, hipertensão arterial, diabetes, úlcera, doenças nervosas, acidentes e problemas da coluna vertebral. •Ritmos excessivos; •Trabalho de turno e noturno; •Monotonia e repetitividade; •Jornada prolongada; •Controle rígido da produtividade; •Outras situações (conflitos, ansiedade, responsabilidade) Cansaço, dores musculares, fraquezas, alterações do sono, da libido e da vida social, com reflexos na saúde e no comportamento, hipertensão arterial, taquicardia, cardiopatia, asma, doenças nervosas, doenças do aparelho digestivo (gastrite, úlcera, etc.), tensão, ansiedade, medo e comportamentos estereotipados. RISCOS MECÂNICOS OU DE ACIDENTES São eles: -Arranjo físico inadequado.; - Máquinas sem proteção; - Ligações elétricas deficientes; - Armazenamento inadequado; - Ferramentas defeituosas; - Equipamento de proteção individual inadequado.; - Animais peçonhentos (escorpiões, aranhas, cobras). - Possibilidade de incêndio ou explosão. Os riscos mecânicos ou de acidentes ocorrem em função das condições físicas (do ambiente físico de trabalho) e tecnológicas impróprias, capazes de colocar em perigo a integridade física do trabalhador. RISCOS MECÂNICOS OU DE ACIDENTES RISCOS CONSEQUÊNCIAS Arranjo físico inadequado. Acidentes e desgaste físico excessivo. Máquinas sem proteção. Acidentes graves. Iluminação deficiente. Fadiga, problemas visuais e acidentes de trabalho. Ligações elétricas deficientes. Curto-circuito, choques elétricos, incêndios, queimaduras, acidentes fatais. Armazenamento inadequado. Acidentes por estocagem de materiais sem observação das normas de segurança. Ferramentas defeituosas. Acidentes, principalmente com repercussão nos membros superiores. Equipamento de proteção individual inadequado. Acidentes e doenças profissionais. Animais peçonhentos (escorpiões, aranhas, cobras). Acidentes por animais peçonhentos. Possibilidade de incêndio ou explosão. Outras situações de risco que podem contribuir para a ocorrência de acidentes. Para fixar: QUEM É RESPONSÁVEL POR RECONHECER ESSES RISCOS? COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES-CIPA Trata-se de uma comissão paritária constituída por representantes dos empregados (eleitos em escrutínio secreto) e dos empregadores (designados pelo empregador), que atua na promoção à segurança e saúde dos trabalhadores. Serve para investigar e reconhecer os riscos que podem gerar acidentes e doenças de trabalho e criar mecanismos para proporcionar condições de trabalho segura para os colaboradores. A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA é regulamentada pela norma regulamentadora nº 05 (NR5), aprovada pela Portaria nº 3.214, de 08 de junho de 1978 e atualizada pela Portaria SIT n.º 247, de 12 de julho de 2011 do Ministério do Trabalho e Emprego – MTE. Além de criar e monitorar ações efetivas para proporcionar condições seguras de trabalho, uma das principais atribuições da CIPA é organizar a Semana Interna de Prevenção de Acidentes no Trabalho (SIPAT), além de realizar treinamentos com objetivo de orientar e conscientizar os funcionários em relação à prevenção de acidentes e doenças no trabalho, bem como divulgar todas as informações possíveis sobre segurança no trabalho. OBJETIVOS DA CIPA Tem como objetivo a prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho, de modo a tornar compatível permanentemente o trabalho com a preservação da vida e a promoção da saúde do trabalhador e auxiliar o SESMT. Deve existir: - Empresas privadas; - Públicas; - Sociedades de economia mista; - Órgãos da administração direta e indireta; - Instituições beneficentes; - Associações recreativas, cooperativas; - Outras instituições que admitam trabalhadores como empregados, ou seja, regidos pela consolidação das leis do trabalho – CLT. É obrigatório tanto para as empresas públicas (incluindo os hospitais) como as privadas, que possuem empregados regidos pela CLT: - Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT) e, - Comissões Internas de Prevenção de Acidentes (CIPA) A CIPA e o SESMT têm como responsabilidades, de modo geral: ▪ Zelar pela saúde e integridade física do trabalhador; ▪ Revisar todos os acidentes envolvendo visitantes, pacientes e funcionários, bem como manter relatórios e estatísticas de todos os danos; ▪ Investigar e analisar acidentes, recomendando medidas preventivas e corretivas para evitá-los; ▪ Apoiar a área gerencial como consultor na área de segurança do trabalho e atividades afins; ▪ Coordenar e treinar a equipe de Brigada Contra Incêndio, bem como a população envolvida em situações de incêndio. DE ACORDO COM A PORTARIA Nº5 (MINISTÉRIO DO TRABALHO, 1992): A CIPA com o auxílio do SESMT, tem a obrigatoriedade de confeccionar o denominado “Mapa de Riscos”, com a finalidade de fazer uma representação gráfica dos riscos existentes nos locais de trabalho, e promover a conscientização e informação dos trabalhadores sobre esses riscos. O mapeamento de riscos é elaborado através de um levantamento nos locais de trabalho, onde são apontados os riscos que são sentidos e observados pelos próprios trabalhadores de acordo com a sua percepção e sensibilidade. MAPA DE RISCOS Este mapa deve estar fixado em locais acessíveis no ambiente de trabalho, para informação e orientação de todos que ali atuam e de outros que eventualmente transitem pelo local, quanto às principais áreas de risco. No mapa de riscos, círculos de cores e tamanhos diferentes mostram os locais e os fatores que podem gerar situações de perigopela presença de agentes ambientais. MAPA DE RISCOS MAPA DE RISCOS ANÁLISE DOS RISCOS Análise do ambiente de trabalho Identificar os riscos Analisar os riscos e realizar medidas preventivas Documentar os riscos e implementar as medidas preventivas A Biossegurança é muito importante para todas aquelas pessoas que trabalham em ambientes hospitalares e similares. A proteção contra agentes biológicos deve começar no período inicial das atividades nas áreas biológicas, nas aulas práticas, em laboratórios e nas enfermarias. A maior ênfase deve ser dada à adoção permanente das precauções-padrão, com destaque à lavagem das mãos, prática simples e de indiscutível valor preventivo. INFECÇÃO HOSPITALAR De acordo com o Ministério da Saúde do Brasil, é toda infecção adquirida durante a internação hospitalar (desde que não incubada previamente à internação) ou então relacionada a algum procedimento realizado no hospital (por exemplo, cirurgias), podendo manifestar-se inclusive após a alta. INFECÇÃO HOSPITALAR As taxas de infecção hospitalar não podem ser avaliadas fora de seu contexto de origem, como: ▪ Idade; ▪ Doença de base que motivou a internação; ▪ Fatores de risco, como: uso de medicamentos imunossupressores, procedimentos invasivos diagnósticos e/ou terapêuticos. INFECÇÃO HOSPITALAR EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA INFECÇÃO HOSPITALAR ✓ Nos séculos XVIII e XIX, os hospitais: - Condições de higiene eram precárias; - Doentes deitados no chão sob acúmulos de palha com uniforme sujo; - Mortos e detritos acumulados; - Sem sistema de água corrente e esgoto a céu aberto no porão; - Os próprios médicos eram responsáveis pela transmissão de inúmeras doenças entre seus pacientes internados. EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA INFECÇÃO HOSPITALAR ✓ Na Guerra da Criméia, Florence Nightingale, preocupa-se: - Com o ambiente insalubre e a humanização no atendimento; - Escovões para limpeza; - Rede de esgoto e água quente chegando às enfermarias; - Humanizou o hospital criando atividades recreacionistas; - Redução de 20 vezes na mortalidade institucional. EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA INFECÇÃO HOSPITALAR Embora seja evidente a relação entre medidas de higiene e transmissão da infecção é importante saber que somente no século XIX compreendeu-se que o simples ato de lavar as mãos entre o atendimento a um paciente e outro poderia diminuir, significativamente, o número de doenças nos hospitais. EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA INFECÇÃO HOSPITALAR ✓ Em 1983, no Brasil: - Fato marcante - publicação da Portaria 196 do Ministério da Saúde - foi dada ênfase à capitação de recursos humanos e a obrigação de os hospitais criarem as Comissões de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH). Nesse sentido, o controle das infecções hospitalares é considerado um desafio que impõe ao profissional, responsabilidade pelo cumprimento dos protocolos estabelecidos para a instituição de saúde. EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA INFECÇÃO HOSPITALAR Hoje, apesar dos progressos alcançados no que diz respeito ao controle da infecção hospitalar, inclusive com o desenvolvimento de novos sistemas de prevenção, ainda assim a doença é um problema em todo o mundo. Nos países desenvolvidos, a cada ano, 10% dos pacientes internados em hospitais contraem infecção hospitalar; em nosso país, a taxa é de aproximadamente 13%. EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA INFECÇÃO HOSPITALAR Atualmente, o termo infecção hospitalar tem sido substituído por Infecção Relacionada à Assistência à Saúde (IRAS). Essa mudança abrange não só a infecção adquirida no hospital, mas também aquela relacionada a procedimentos feitos em ambulatório, durante cuidados domiciliares e à infecção ocupacional adquirida por profissionais de saúde (médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, entre outros). ORIGEM Pode-se verificar que as infecções hospitalares são de origem endógenas e exógenas. ✓Endógenas quando causadas pela microbiota endógena (flora residente), própria do paciente. ✓ Exógenas quando causadas pela microbiota exógena (flora transitória) oriunda de reservatórios e veiculada através de vetores como o próprio paciente, equipe de saúde, artigos hospitalares, entre outros. TRANSMISSÃO A Infecção Hospitalar pode ser transmitida a todo indivíduo desde que esteja presente os seguintes elementos: a) Fonte de Infecção; b) Hospedeiro Susceptível; c) Meios de transmissão. TRANSMISSÃO Fonte de infecção Hospedeiro susceptível Pacientes com Defic. imunológica e nutricional; Procedimentos invasivos Pacientes Funcionários Visitantes Equipamentos(med. e brinquedos) Meios de transmissão Contato Gotículas Aérea Veículo comum Vetores MEDIDAS DE CONTROLE Agente infeccioso -Identificação rápida dos microrganismos - Tratamento adequado Fonte -Boas condições de saúde e higiene pessoal -Limpeza ambiental - Desinfecção / Esterilização - Preparo e adm adequada de med. Hospedeiro Susceptível - Tratamento da doença de base - Reconhecer os pacientes de risco Porta de Entrada -Higiene das mãos -Técnica asséptica -Cuidado com feridas - Cuidados com dispositivos invasivos Formas de Transmissão -Higiene das mãos -Cuidado do preparo e transporte dos alimentos - Desinfecção / Esterilização - Precauções Específicas Porta de Saída -Uso adequado de EPIs -Descarte adequado de resíduos -Contenção das secreções e excreções FATORES DE RISCO Entre os fatores de risco para aquisição de uma infecção hospitalar está: ✓ Necessidade de internação hospitalar; ✓ Necessidade de ser submetido a um procedimento de saúde. A ocorrência de uma infecção dependerá da relação de desequilíbrio entre três fatores, os quais incluem: ✓ A condição clínica do paciente; ✓ A virulência e inóculo dos micro-organismos e ✓ Fatores relacionados à hospitalização (procedimentos invasivos, condições do ambiente e atuação do profissional de saúde). FATORES DE RISCO Em relação ao paciente (ou hospedeiro), várias condições estão associadas, entre elas estão: ✓ Extremos de idade (recém-nascidos e idosos); ✓ Duração da internação; ✓ Diabetes mellitus, que compromete os processos de cicatrização tecidual; ✓ Doenças vasculares, que comprometam a oxigenação adequada de tecidos; ✓ Alterações da consciência, que interferem com os mecanismos fisiológicos da deglutição; ✓ Estados de imunossupressão, sejam inatos ou adquiridos pelo uso de medicações (corticóide e quimioterapia); FATORES DE RISCO Além de quaisquer condições que exijam procedimentos invasivos (sondagem urinária, inserção de cateter venoso central, utilização de ventilação mecânica) e ou cirurgias que comprometem a integridade da pele e mucosas. CONTROLE DE INFECÇÃO HOSPITALAR LEIS E PORTARIAS REFERENTES AO CONTROLE DE INFECÇÃO HOSPITALAR No BRASIL, apenas nas duas últimas décadas, este importante tema tem sido abordado de maneira mais efetiva e científica. Passos importantes foram dados nesse sentido, a partir da promulgação de várias leis e portarias. O DECRETO DO MINISTÉRIO DA SAÚDE N° 77.052 de 19 de janeiro de 1976, em seu Artigo 2°, Item IV, determinou que NENHUMA INSTITUIÇÃO HOSPITALAR PODE FUNCIONAR NO PLANO ADMINISTRATIVO SE NÃO DISPUSER DE MEIOS DE PROTEÇÃO CAPAZES DE EVITAR EFEITOS NOCIVOS À SAÚDE DOS AGENTES, PACIENTES E CIRCUNSTANTES. A fiscalização é responsabilidade dos órgãos estaduais - que devem avaliar as condições de exercício das profissões e ocupações técnicas e auxiliares diretamente relacionadas com a saúde. LEIS E PORTARIAS REFERENTES AO CONTROLE DE INFECÇÃO HOSPITALAR Em 24 DE JUNHO DE 1983, o Ministério da Saúde instituiu a Portaria 196, que determina: TODOS OS HOSPITAIS DO PAÍS DEVERÃO MANTER COMISSÃO DE CONTROLE DE INFECÇÃO HOSPITALAR (CCIH) INDEPENDENTE DA ENTIDADE MANTENEDORA traçando diretrizes para tal e definindo suas atribuições. Embora com uma série de conceitos polêmicos e imprecisos, A PORTARIA 196 FOI UM PASSO IMPORTANTE NA CONSTITUIÇÃO DE CCIHSPOR TODO PAÍS. No final da década de 80 ampliaram-se as discussões sobre o controle das infecções hospitalares. Associações profissionais foram criadas e surgiram diversos encontros, congressos e cursos de treinamento - em parte, patrocinados pelo Ministério da Saúde - reunindo profissionais preocupados com esse problema. LEIS E PORTARIAS REFERENTES AO CONTROLE DE INFECÇÃO HOSPITALAR Em 24 DE JUNHO DE 1983, o Ministério da Saúde instituiu a Portaria 196, que determina: TODOS OS HOSPITAIS DO PAÍS DEVERÃO MANTER COMISSÃO DE CONTROLE DE INFECÇÃO HOSPITALAR (CCIH) INDEPENDENTE DA ENTIDADE MANTENEDORA traçando diretrizes para tal e definindo suas atribuições. Embora com uma série de conceitos polêmicos e imprecisos, A PORTARIA 196 FOI UM PASSO IMPORTANTE NA CONSTITUIÇÃO DE CCIHS POR TODO PAÍS. No final da década de 80 ampliaram-se as discussões sobre o controle das infecções hospitalares. Associações profissionais foram criadas e surgiram diversos encontros, congressos e cursos de treinamento - em parte, patrocinados pelo Ministério da Saúde - reunindo profissionais preocupados com esse problema. Os primeiros dados, colhidos com metodologia adequada pelo Ministério da Saúde, apontam que entre 1% e 15% dos pacientes internados em hospitais brasileiros adquirem infecção hospitalar. COM a promulgação da LEI FEDERAL N° 9431, DE 6 DE JANEIRO DE 1997, os hospitais ficaram obrigados a constituírem um programa de CIH, e para isto, foram orientados a criarem comissões. A responsabilidade administrativa - perante o Estado - será suportada pelo hospital, enquanto a responsabilidade civil - perante as partes - poderá ser cobrada do hospital ou diretamente dos profissionais responsabilizados pelo ato gerador, de acordo com a LEI FEDERAL N° 6.437, DE 20 DE AGOSTO DE 1977. Quase DEZ anos após, o Ministério da Saúde revogou a PORTARIA N° 196, com a publicação, em 27 DE AGOSTO DE 1992, DA PORTARIA N° 930, expedindo normas para o CIH. Em menos de SEIS anos, a PORTARIA N° 930 também foi revogada pela PORTARIA N° 2616, que passou a vigorar a partir de 13 DE MAIO DE 1998, data de sua publicação. Alguns aspectos desta portaria serão discutidos posteriormente. Apuração dos casos de IHs A inexistência de CCIH e SCIH Configura negligência E os profissionais são responsabilizados civil e penalmente. COM a promulgação da LEI FEDERAL N° 9431, DE 6 DE JANEIRO DE 1997, os hospitais ficaram obrigados a constituírem um programa de CIH, e para isto, foram orientados a criarem comissões. A responsabilidade administrativa - perante o Estado - será suportada pelo hospital, enquanto a responsabilidade civil - perante as partes - poderá ser cobrada do hospital ou diretamente dos profissionais responsabilizados pelo ato gerador, de acordo com a LEI FEDERAL N° 6.437, DE 20 DE AGOSTO DE 1977. Quase DEZ anos após, o Ministério da Saúde revogou a PORTARIA N° 196, com a publicação, em 27 DE AGOSTO DE 1992, DA PORTARIA N° 930, expedindo normas para o CIH. Em menos de SEIS anos, a PORTARIA N° 930 também foi revogada pela PORTARIA N° 2616, que passou a vigorar a partir de 13 DE MAIO DE 1998, data de sua publicação. Alguns aspectos desta portaria serão discutidos posteriormente. Apuração dos casos de IHs A inexistência de CCIH e SCIH Configura negligência E os profissionais são responsabilizados civil e penalmente. Você sabia que as IHs estão situadas entre as principais causas de óbito no Brasil, ao lado das doenças cardiovasculares, neoplasias, doenças respiratórias e infecciosas? PROGRAMA DE CONTROLE DE INFECÇÃO HOSPITALAR O QUE É PCIH? É UM CONJUNTO DE AÇÕES DESENVOLVIDAS, DELIBERADAS E SISTEMATIZADAS, COM VISTAS À REDUÇÃO MÁXIMA POSSÍVEL DA INCIDÊNCIA E DA GRAVIDADE DAS INFECÇÕES HOSPITALARES. Cabe à CCIH a elaboração do PCIH, que deve incluir, no mínimo, as seguintes ATIVIDADES: ✓Vigilância epidemiológica (VE). O modelo a ser adotado depende das características do hospital e da disponibilidade de recursos. A vigilância epidemiológica permite um diagnóstico situacional mais preciso para o planejamento das ações. A VE possibilita a identificação de casos e de surtos de IH, e a implementação de medidas imediatas de controle. Por meio da VE devem ser elaborados relatórios, periodicamente, para posterior divulgação aos profissionais. PROGRAMA DE CONTROLE DE INFECÇÃO HOSPITALAR ✓Normas para uso racional de antimicrobianos, germicidas e materiais médicos hospitalares. A utilização inadequada dos antimicrobianos aumenta a pressão seletiva, o que colabora para o aparecimento de microorganismos multirresistentes, dentre eles: Gram-negativos resistentes às cefalosporinas de 3° geração (ceftriaxona, ceftazidima, cefoperazona e cefotaxima) e à S. aureus resistentes à oxacilina e à vancomicina. Além disto, a transmissão cruzada dentro da instituição hospitalar aumenta a disseminação dessas bactérias, principalmente através dos profissionais da área da saúde. ✓Processos para prevenção de transmissão de microorganismos. O objetivo básico da padronização de medidas de precaução e isolamento (posteriormente) é a prevenção da transmissão de microrganismos de um paciente, portador são ou doente, para outro - tanto de forma direta (pessoa a pessoa) como indireta (vetores, alimentos e material biológico). Esta prevenção abrange tanto os pacientes quanto os profissionais de saúde, pelo risco ocupacional em acidentes com materiais contaminados. ✓Normas e rotinas técnicas operacionais. Os procedimentos, cada vez mais especializados, requerem padronizações escritas para que toda a equipe tenha conhecimento sobre o método mais adequado para sua execução. A comunicação tem sido um problema nas instituições hospitalares, tornando necessário implementar padronizações escritas, até mesmo para respaldo legal da instituição. PROGRAMA DE CONTROLE DE INFECÇÃO HOSPITALAR ✓Padronizações das medidas de prevenção e controle de infecção hospitalar. As medidas de prevenção e controle de infecção hospitalar têm sido utilizadas com o objetivo de diminuir o risco de infecção no ambiente hospitalar e devem estar padronizadas de acordo com as características da instituição. Elas têm como objetivo a prevenção de infecção de corrente sangüínea, infecção pulmonar, infecção de sítio cirúrgico, infecção urinária e precauções e isolamentos. (Módulos 4 e 5) ✓Treinamento dos profissionais da saúde em relação à prevenção e ao controle da IH. A atuação dos profissionais que prestam assistência direta ao paciente é fundamental para a prevenção de infecção. Para tanto, é necessário que tenham conhecimento adequado dos métodos. O conhecimento das medidas de controle - somente pelo profissional do controle de IH - não é suficiente para a prevenção. É por meio do treinamento, da divulgação dos manuais, das rotinas e padronizações que o conhecimento será propagado para todos os profissionais de saúde. O treinamento é peça fundamental para prevenção de infecção. SERVIÇO DE CONTROLE DE INFECÇÃO HOSPITALAR (SCIH) O QUE É SCIH? O SERVIÇO DE CONTROLE DE INFECÇÃO HOSPITALAR (SCIH) É COMPOSTO POR MEMBROS EXECUTORES DO PCIH E TODOS OS HOSPITAIS DEVEM CONSTITUIR E POSSUIR NOMEAÇÃO FORMAL REALIZADA PELO DIRIGENTE DA INSTITUIÇÃO. COMPOSIÇÃO DO SCIH: . ✓ Um dos membros executores deve ser, preferencialmente, um ENFERMEIRO. ✓ No mínimo, deve haver DOIS TÉCNICOS DE NÍVEL SUPERIOR DA ÁREA DA SAÚDE para cada 200 leitos ou fração deste número, com carga horária diária mínima de seis horas, para o enfermeiro - e quatro horas para o médico. Um médico com formação em infectologia, epidemiologia ou controle de infecção hospitalar é muito importante para o SCIH. COMISSÃO DE CONTROLE DE INFECÇÃO HOSPITALAR (CCIH) O QUE É CCIH? A CCIH É UM ÓRGÃO DE ASSESSORIA À AUTORIDADE MÁXIMA DA INSTITUIÇÃO E DE PLANEJAMENTO E NORMATIZAÇÃO DAS AÇÕES DE CONTROLE DE INFECÇÃO HOSPITALAR, QUE SERÃO EXECUTADAS PELO SERVIÇO DE CONTROLE DE INFECÇÃO HOSPITALAR (SCIH). PORTARIA2.616/98, do MINISTÉRIO DA SAÚDE. Esta Portaria é composta por CINCO ANEXOS. O anexo I trata da ORGANIZAÇÃO E COMPETÊNCIAS DA CCIH E DO PCIH. No anexo II, temos CONCEITO E CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS DAS INFECÇÕES HOSPITALARES. No anexo III, ORIENTAÇÕES SOBRE A VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA DAS INFECÇÕES HOSPITALARES E SEUS INDICADORES. Nos anexos IV e V, observamos RECOMENDAÇÕES SOBRE A LAVAGEM DAS MÃOS e outros temas - como o uso de germicidas, microbiologia, lavanderia e farmácia. Os hospitais deverão constituir CCIH para produzir normas para orientar a execução do PCIH. CONTROLE DE INFECÇÃO EM SERVIÇO DE SAÚDE Portaria nº 2616, de 12 de maio de 1998: ANEXO I ORGANIZAÇÃO l. O Programa de Controle de Infecções Hospitalares (PCIH) é um conjunto de ações desenvolvidas deliberada e sistematicamente, com vistas à redução máxima possível da incidência e da gravidade das infecções hospitalares. 2. Para a adequada execução do PCIH, os hospitais deverão constituir Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH),órgão de assessoria à autoridade máxima da instituição e de execução das ações de controle de infecção hospitalar CONTROLE DE INFECÇÃO EM SERVIÇO DE SAÚDE ✓ A CCIH deverá ser composta por profissionais da área da saúde de nível superior. O presidente ou coordenador deverá ser formalmente designado pela direção do hospital. ✓ A CCIH deverá ser composta, no mínimo, por membros dos seguintes serviços: -- Serviço médico (clínico e cirúrgico) -- Serviço de enfermagem -- Serviço de farmácia -- Laboratório de microbiologia -- Administração CONTROLE DE INFECÇÃO EM SERVIÇO DE SAÚDE Portaria nº 2616, de 12 de maio de 1998: ANEXO I COMPETÊNCIAS - A CCIH do serviço de saúde; - A autoridade máxima do serviço de saúde; - A Coordenação de Controle de Infecção Hospitalar do Ministério da Saúde (atualmente, é a UIPEA/ANVISA, de acordo com a Portaria GM nº 1241, de 13 de outubro de 1999); - As Coordenações Estaduais e Distrital de Controle de Infecção Hospitalar; - As Coordenações Municipais de Controle de Infecção Hospitalar. CONTROLE DE INFECÇÃO EM SERVIÇO DE SAÚDE – A CCIH do hospital deverá: ✓ Elaborar, implementar, manter e avaliar programa de controle de infecção hospitalar. ✓ Adequar e supervisionar as normas e rotinas técnicas e operacionais - visando a prevenção e o controle das IHs - principalmente aquelas relacionadas a procedimentos invasivos. A existência de manuais não garante a implantação das rotinas. É necessário que exista supervisão, para avaliação do que foi padronizado. As padronizações têm que estar de acordo com a realidade de cada instituição. ✓Avaliar, periódica e sistematicamente, as informações providas pelo Sistema de Vigilância Epidemiológica das infecções hospitalares e aprovar as medidas de controle propostas pelos membros executores de CCIH. CONTROLE DE INFECÇÃO EM SERVIÇO DE SAÚDE ✓ Cooperar com o treinamento e a educação continuada dos profissionais de saúde. Definir junto com a Comissão de Farmácia e Terapêutica as normas para o uso racional de antimicrobianos - tanto para a terapêutica como para a profilaxia de infecções - germicidas, anti-sépticos e materiais médico-hospitalares. ✓ Elaborar e supervisionar a implantação de medidas para a prevenção de transmissão de microorganismos no ambiente hospitalar por meio da implantação de normas de precauções e isolamento de doenças transmissíveis. ✓ Comunicar ao organismo de gestão do SUS, na ausência de um núcleo de epidemiologia, as doenças de notificação compulsória (Aids, tuberculose, meningite meningocócica etc). ✓ Notificar ao Serviço de Vigilância Epidemiológica e Sanitária do organismo de gestão do SUS os casos e surtos diagnosticados ou suspeitos de infecções associadas à utilização de produtos industrializados. CONTROLE DE INFECÇÃO EM SERVIÇO DE SAÚDE ✓ Criar um programa de prevenção e assistência aos funcionários que sofrem acidentes com material contaminado com sangue ou secreções. Este programa deve ser organizado para funcionar e fornecer a primeira assistência ao funcionário acidentado durante o período de 24 horas. Esta orientação não está na legislação - porém, consideramos importante que exista uma padronização de condutas e um fluxo adequado às características da instituição para o atendimento deste tipo de acidente. ✓Auxiliar os programas de vigilância de agravos à saúde como farmacovigilância, tecnovigilância e hemovigilância. Participar com os demais setores envolvidos na elaboração de programas de qualidade, tratamento de resíduos e controle de contaminação ambiental. Esta orientação não está na legislação. CONTROLE DE INFECÇÃO EM SERVIÇO DE SAÚDE - A DIREÇÃO DO HOSPITAL deverá: ✓ Constituir formalmente a CCIH. ✓ Nomear os componentes da CCIH por meio de ato próprio. ✓ Propiciar a infra-estrutura necessária à correta operacionalização da CCIH. ✓ Aprovar e fazer respeitar o regimento interno da CCIH. ✓ Garantir a participação do presidente da CCIH nos órgãos colegiados deliberativos e formuladores de política da instituição, como, por exemplo, os conselhos técnicos, independente da natureza, da entidade mantenedora da instituição de saúde. ✓ Garantir o cumprimento das recomendações formuladas pela Coordenação Municipal, Estadual /Distrital de Controle de Infecção Hospitalar. ✓ Informar o órgão municipal ou estadual quanto á composição da CCIH e ás alterações que venham a ocorrer. ✓ Fomentar a educação e o treinamento de todo pessoal hospitalar. CONTROLE DE INFECÇÃO EM SERVIÇO DE SAÚDE - A COORDENAÇÃO DE CONTROLE DE INFECÇÃO HOSPITALAR DO MINISTÉRIO DA SAÚDE, compete: ✓ Definir diretrizes de ações de controle de infecção hospitalar. ✓ Apoiar a descentralização das ações de prevenção e controle de infecção hospitalar. ✓ Coordenar as ações nacionais de prevenção e controle de infecção hospitalar. ✓ Estabelecer normas gerais para a prevenção e controle das infecções hospitalares. ✓Estabelecer critérios, parâmetros e métodos para o controle de infecção hospitalar. ✓ Promover a articulação com órgãos formadores, com vistas a difusão do conteúdo de conhecimento do controle de infecção hospitalar. ✓ Cooperar com a capacitação dos profissionais de saúde para o controle de infecção hospitalar. ✓ Identificar serviços municipais, estaduais e hospitalares para o estabelecimento de padrões técnicos de referência nacional. CONTROLE DE INFECÇÃO EM SERVIÇO DE SAÚDE ✓Prestar cooperação técnica, política e financeira aos Estados e Municípios, para aperfeiçoamento da sua atuação em prevenção e controle de infecção hospitalar. ✓ Acompanhar e avaliar as ações implementadas, respeitadas as competências estaduais / distrital e municipais de atuação, na prevenção e controle das infecções hospitalares.Estabelecer sistema nacional de informações sobre infecção hospitalar na área de vigilância epidemiológica. ✓ Estabelecer sistema de avaliação e divulgação nacional dos indicadores da magnitude e gravidade das infecções hospitalares e da qualidade das ações de seu controle. ✓ Planejar ações estratégicas em cooperação técnica com os Estados, Distrito Federal e os Municípios. ✓ Acompanhar, avaliar e divulgar os indicadores epidemiológicos de infecção hospitalar. CONTROLE DE INFECÇÃO EM SERVIÇO DE SAÚDE ANEXO II CONCEITOS E CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS DA INFECÇÕES HOSPITALARES ✓ Conceitos básicos: - Infecção comunitária (IC) - Infecção hospitalar (IH) ✓ Critérios para diagnóstico de infecção hospitalar: - Princípios - Critérios gerais ✓ Classificação das cirurgias por potencial de contaminação da incisão cirúrgica: - Cirurgias limpas - Potencialmente contaminadas - Contaminadas - Infectadas CONTROLE DE INFECÇÃO EM SERVIÇO DE SAÚDE ✓ Conceitos básicos: - Infecção comunitária (IC): É aquela constatada ou em incubação no ato de admissão do paciente, desde que não relacionada com internação anterior no mesmo hospital. São também infecção comunitárias: a) a infecção que estáassociada com complicação ou extensão da infecção já presente na admissão, a menos que haja troca de microrganismos ou sinais ou sintomas fortemente sugestivos da aquisição de nova infecção; b) a infecção em recém-nascido, cuja aquisição por via transplacentária é conhecida ou foi comprovada e que se tornou evidente logo após o nascimento (exemplo: Herpes simples, toxoplasmose, rubéola, citomegalovirose, sífilis e AIDS). CONTROLE DE INFECÇÃO EM SERVIÇO DE SAÚDE ✓ Conceitos básicos: - Infecção comunitária (IC): É aquela constatada ou em incubação no ato de admissão do paciente, desde que não relacionada com internação anterior no mesmo hospital. São também infecção comunitárias: a) a infecção que está associada com complicação ou extensão da infecção já presente na admissão, a menos que haja troca de microrganismos ou sinais ou sintomas fortemente sugestivos da aquisição de nova infecção; b) a infecção em recém-nascido, cuja aquisição por via transplacentária é conhecida ou foi comprovada e que se tornou evidente logo após o nascimento (exemplo: Herpes simples, toxoplasmose, rubéola, citomegalovirose, sífilis e AIDS). Infecção hospitalar (IH): É aquela adquirida após a admissão do paciente e que se manifeste durante a internação ou após a alta, quando puder ser relacionada com a internação ou procedimentos hospitalares. CONTROLE DE INFECÇÃO EM SERVIÇO DE SAÚDE ✓ Critérios para diagnóstico de infecção hospitalar: -Princípios diagnósticos: • Evidência clínica (observação direta ou análise do prontuário); • Exames laboratoriais; • Evidências de estudos com método de imagem. • Endoscopia. • Biópsia e outros. - Critérios gerais: •As manifestadas antes de 72 (setenta e duas) horas da internação, quando associadas a procedimentos diagnósticos e/ou terapêuticas, realizados durante este período; ou toda manifestação clínica de infecção que se apresentar a partir de 72 (setenta e duas) horas após a admissão; • As infecções no recém-nascido são hospitalares, com exceção das transmitidas de forma transplacentária e aquelas associadas a bolsa rota superior a 24 (vinte e quatro) horas; • Os pacientes provenientes de outro hospital que se internam com infecção, são considerados portadores de infecção hospitalar do hospital de origem infecção. CONTROLE DE INFECÇÃO EM SERVIÇO DE SAÚDE ✓ Classificação das cirurgias por potencial de contaminação da incisão cirúrgica: - Cirurgias limpas - são aquelas realizadas em tecidos estéreis ou passíveis de descontaminação, na ausência de processo infeccioso e inflamatório local ou falhas técnicas grosseiras, cirurgias eletivas com cicatrização de primeira intenção e sem drenagem aberta. Cirurgias em que não ocorrem penetrações nos tratos digestivo, respiratório ou urinário; EX: - Artroplastia do quadril; - Cirurgia cardíaca; - Neurocirurgia; - Procedimentos cirúrgicos ortopédicos (eletivos); - Mastoplastia; - Mastectomia parcial e radical; - Cirurgia de Ovário; - Enxertos cutâneos; -Cirurgia vascular. CONTROLE DE INFECÇÃO EM SERVIÇO DE SAÚDE ✓ Classificação das cirurgias por potencial de contaminação da incisão cirúrgica: - Potencialmente contaminadas - São aquelas realizadas em tecidos colonizados por flora microbiana pouco numerosa ou em tecidos de difícil descontaminação, na ausência de processo infeccioso e inflamatório e com falhas técnicas discretas no transoperatório. Cirurgias limpas com drenagem se enquadram nesta categoria. Ocorre penetração nos tratos digestivo, respiratório ou urinário sem contaminação significativa. EX: - Histerectomia abdominal; - Cirurgia do intestino delgado (eletiva); - Cirurgia das vias biliares sem estase ou obstrução biliar; - Feridas traumáticas limpas - ação cirúrgica até dez horas após traumatismo; - Colecistectomia + colangiografia; - Vagotomia + operação drenagem; - Cirurgias cardíacas prolongadas com circulação extracorpórea. CONTROLE DE INFECÇÃO EM SERVIÇO DE SAÚDE ✓ Classificação das cirurgias por potencial de contaminação da incisão cirúrgica: - Contaminadas - São aquelas realizadas em tecidos traumatizados recentemente e abertos, colonizados por flora bacteriana abundante, cuja descontaminação seja difícil ou impossível, bem como todas aquelas em que tenham ocorrido falhas técnicas grosseiras, na ausência de supuração local. Presença de inflamação aguda na incisão e cicatrização de segunda intenção, grande contaminação a partir do tubo digestivo. Obstrução biliar ou urinária. EX: - Cirurgia de cólon; - Debridamento de queimaduras; - Cirurgias das vias biliares em presença de obstrução biliar; - Cirurgia intranasal; - Cirurgia bucal e dental; - Fraturas expostas com atendimento após dez horas; - Feridas traumáticas com atendimento após dez horas de ocorrido o traumatismo; - Cirurgia de orofaringe; - Cirurgia do megaesôfago avançado; CONTROLE DE INFECÇÃO EM SERVIÇO DE SAÚDE ✓ Classificação das cirurgias por potencial de contaminação da incisão cirúrgica: - Infectadas - são todas as intervenções cirúrgicas realizadas em qualquer tecido ou órgão, em presença de processo infeccioso (supuração local) e/ou tecido necrótico. EX: - Cirurgia do reto e ânus com pus; - Cirurgia abdominal em presença de pus e conteúdo de cólon; - Nefrectomia com infecção; - Presença de vísceras perfuradas; - Colecistectomia por colecistite aguda com empiema; - Exploração das vias biliares em colangite supurativa; CONTROLE DE INFECÇÃO EM SERVIÇO DE SAÚDE ANEXO III VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA E INDICADORES EPIDEMIOLÓGICOS DAS INFECÇÕES HOSPITALARES 1. Vigilância Epidemiológica das infecções hospitalares: É a observação ativa, sistemática e contínua de sua ocorrência e de sua distribuição entre pacientes, hospitalizados ou não, e dos eventos e condições que afetam o risco de sua ocorrência, com vistas à execução oportuna das ações de prevenção e controle. 2. A CCIH deve escolher o método de Vigilância Epidemiológica mais adequado às características do hospital, à estrutura de pessoal e à natureza do risco da assistência, com base em critérios de magnitude, gravidade, redutibilidade das taxas ou custo. 3. Busca ativa para coleta de dados. CONTROLE DE INFECÇÃO EM SERVIÇO DE SAÚDE 5. Os indicadores mais importantes a serem obtidos e analisados periodicamente no hospital e, especialmente, nos serviços de Berçário de Alto Risco, UTI adulto/pediátrica/neonatal e queimados são: -Taxa de Infecção Hospitalar = nº de episódios de IH total de saídas ou entradas -Taxa de Pacientes com Infecção Hospitalar = nº de doentes com IH total de saídas ou entradas -Distribuição Percentual das Infecções Hospitalares por localização topográfica no paciente topográfica no paciente = nº de episódios de IH em cd topog. total de episódios de IH -Taxa de IH por Procedimento = nº de pacientes sub. a proc. risco q desenvolve IH total de pacientes submetidos a este procedimento Ex: Infecção urinária, após cateterismo vesical; Pneumonia após uso de respirador. CONTROLE DE INFECÇÃO EM SERVIÇO DE SAÚDE -Freqüência das Infecções Hospitalares por Microorganismos ou por etiologias = nº de episódios de IH por microorganismos nº de episódios de IH -Percentual de pacientes que usaram antimicrobianos (uso profilático ou terapêutico) no período considerado =total de pacientes em uso de antimicrobianos total de pacientes -Taxa de letalidade associada a IH = nº de óbitos em pacientes com IH nº de pacientes com IH CONTROLE DE INFECÇÃO EM SERVIÇO DE SAÚDE 6. Relatórios e Notificações: - A CCIH deverá elaborar periodicamente um relatório com os indicadores epidemiológicos interpretados e analisados. - O relatório deverá conter informações sobre o nível endêmico das infecções hospitalares sob vigilância e as alterações de comportamento epidemiológico detectadas, bem como as medidas de controle adotadas e os resultados obtidos. - Cada cirurgião receba, anualmente, relatório com as taxas de infecção em cirurgias limpas referentes às suasatividades. - Relatório de vigilância epidemiológica e os relatórios de investigações epidemiológicas deverão ser enviados às Coordenações Estaduais / Distrital / Municipais e à Coordenação de controle de Infecção Hospitalar do Ministério da Saúde. CONTROLE DE INFECÇÃO EM SERVIÇO DE SAÚDE SERVIÇO DE SAÚDE MUNICÍPIO ESTADO ANVISA CONTROLE DE INFECÇÃO EM SERVIÇO DE SAÚDE ANEXO IV e V LAVAGEM DAS MÃOS 1. Lavagem das mãos é a fricção manual vigorosa de toda a superfície das mãos e punhos, utilizando-se sabão/detergente, seguida de enxágüe abundante em água corrente. 2. A lavagem das mãos é, isoladamente, a ação mais importante para a prevenção e controle das infecções hospitalares. 3. O uso de luvas não dispensa a lavagem das mãos antes e após contatos que envolvam mucosas, sangue ou outros fluídos corpóreos, secreções ou excreções. 4. A lavagem das mãos deve ser realizada tantas vezes quanto necessária, durante a assistência a um único paciente, sempre que envolver contato com diversos sitos corporais, entre cada uma das atividades. 5. A decisão para a lavagem das mãos com uso de anti-séptico deve considerar o tipo de contato, o grau de contaminação, as condições do paciente e o procedimento a ser realizado. 5.1.A Lavagem das mãos com anti-séptico é recomendada em: realização de procedimentos invasivos; prestação de cuidados a pacientes críticos; contato direto com feridas e/ou dispositivos invasivos, tais como cateteres e drenos. CONTROLE DE INFECÇÃO EM SERVIÇO DE SAÚDE ANEXO V 1. A utilização dos anti-sépticos, desinfetantes e esterilizantes, As Normas de limpeza, desinfecção e esterilização, Processamento de Artigos e Superfícies em Estabelecimentos de Saúde, normas para lavanderia e farmácia hospitalar vão seguir as determinações da Portaria nº 15, de 23 de agosto de 1988. NOTIFICAÇÃO ✓Caxumba ✓Conjuntivite viral hemorrágica ✓Coqueluche ✓Diarréias infecciosas causadas por: Escherichia coli O157:II7, Shigella, Salmonella,Giardia, Rotavírus (em casos de incontinência ou qualquer paciente utilizando fraldas) ecólera. ✓Diarréias por Clostridium difficile (paciente com histórico de uso recente deantimicrobianos). ✓Difteria (faríngea ou cutânea). ✓Doença Menigocócica. ✓Faringite, pneumonia, escarlatina (crianças < 6 anos – infecções estreptocócicas). ✓Febre Tifóide. ✓Febres purpúricas ou hemorrágicas de qualquer etiologia (Febre maculosa e outras). ✓Haemophilus influenzae (meningite, pneumonia, epiglotite, sepse). ✓Hepatite A e outras hepatites. ✓Infecções de pele: impetigo; abcesso; celulite ou úlcera de decúbito infectada (quando o curativo não contém a drenagem adequadamente). ✓Escabiose; pediculose ✓Infecções ou colonização por bactérias multirresistentes (ver Rotina A10). ✓Infecções virais por: Enterovírus (crianças < 6 anos ou imunodeprimidos), Adenovírus, Influenza, Vírus Sincicial Respiratório, Parainfluenza (bronquiolite ou croupe). ✓Parvovírus B19. ✓Peste (forma pneumônica). ✓Pneumonia por Mycoplasma pneumoniae. ✓Rubéola (congênita ou não). ✓Sarampo. ✓Tuberculose Pulmonar (suspeita ou confirmada). ✓Infecção pelo vírus varicela zoster (VZV neonatal ou mucocutâneo; Zoster ocalizado ou disseminado no imunodeprimido, varicela). ✓Febres Hemorrágicas (Marburg/Ebola). ✓SARS
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