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FIGURINO: ESTUDO, ANÁLISE E CRIAÇÃO Profª Aline Chaves e Profª Joana Poeta Aula 2 Design Não se pode simplificar a definição de design porque existem muitas formas de se definir este conceito. Design envolve qualquer processo técnico e criativo relacionado com a concepção, elaboração e especificação de um produto. Este processo é orientado por um objetivo ou um propósito. Como tal, existem diversas especializações do design, estando estas em harmonia com o tipo de coisa a projetar. Assim sendo, o design torna-se numa qualidade daquilo que foi projetado. Na imagem: Mulher Gato – (2004). Design O conceito de design compreende a concretização de uma ideia em forma de projetos ou modelos, mediante a construção e configuração resultando em um produto industrial passível de produção em série (LÖBACH, 2001). Na imagem: A Bela Adormecida – Ballet Bolshoi. Design A palavra design se origina do latim. O verbo “designare” é traduzido literalmente como determinar, mas significa mais ou menos: demonstrar de cima. O que é determinado está fixo. Design transforma o vago em determinado por meio da diferenciação progressiva (HOLGER VAN DEN BOOM, 1994 apud BÜRDEK, 2012). Na imagem: Kahina – bailarina de dança do ventre (2016) Design Denis (2000) afirma que a origem imediata está na língua inglesa, na qual seu significado está relacionado à ideia de plano, desígnio, intenção, configuração, arranjo e estrutura, aproximando-se muito da palavra projeto. Na imagem: quadrilha junina Moleka 100 vergonha – vencedora do Iguatu festeiro de 2012. Design Problemas que o design deverá sempre atender: - Visualizar progressos tecnológicos; - Priorizar a utilização e o fácil manejo de produtos; - Tornar transparente o contexto da produção, do consumo e da reutilização; - Promover serviços e a comunicação, mas também, quando necessário, exercer com energia a tarefa de evitar produtos sem sentido (BÜRDEK, 2012). Na imagem: Matrix (1999). Semiótica “Ciência dos signos e da semiose que estuda todos os fenômenos culturais como se fossem sígnicos, isto é, sistema de significação” “Ciência que estuda todas as formas do homem se comunicar” “Ciência que estuda a produção do sentido nas linguagens que possibilitam a comunicação.” (Peirce) Na imagem: figurino do espetáculo O Rei Leão da Brodway. Semiótica Semiótica é a ciência que estuda como o homem, utilizando seus sentidos, lê o mundo ao seu redor Na imagem: Secos e Molhados (não lembro o ano, mas é eterno) Semiótica Estudar os signos e seus significados é importante para quem quer trabalhar com qualquer forma de comunicação. A semiótica atua de forma diferente em pessoas diferentes. Pessoas diferentes leem o mundo de forma diferente. É importante evidenciar isso para o entendimento de subjetividades. Na imagem: Clara Nunes (também sem data) Semiótica e figurino Para exemplificar a importância do figurino, é nítida a percepção de que quando os atores entram em cena, mesmo antes de falarem, o público já terá apreendido uma boa quantidade de informação. O figurino comunica à plateia e a imagem toda é composta de sinais aos quais os espectadores reagirão. Na imagem: Harry Potter e o Enigma do Príncipe. Figurino Clarice Macieira: “O figurino é evidentemente um meio de narração, ele permite definir a personagem, e a inserção em uma realidade do espetáculo.” • Na imagem: Priscilla – A rainha do Deserto. Vencedor do Oscar de melhor figurino 1994. Figurino O figurino representa o conjunto dos elementos visuais compreendendo desde peças do vestuário propriamente ditas, até às máscaras, perucas, calçados, maquiagens e acessórios diversos que ajudam na composição dos personagens e são criados para um contexto específico de representação. Na imagem: Rita Lee com um dos figurinos de miss Brasil 2000. por volta de 1981. Figurino O figurino veste a representação, mesmo um figurino realista ou histórico. O artista veste o personagem ao vestir o figurino. Não são apenas artistas que usam figurino. Existe figurino para jornalistas, apresentadores, situações sociais, etc. Na imagem: Cleópatra. Vencedor do Oscar de melhor figurino colorido 1963. Figurino Sônia Paiva (2011) explica que o figurino é essencial, nas mesmas proporções, tanto para o ator entrar no personagem quanto para a produção teatral de maneira geral. A autora ainda enfatiza o cuidado com os detalhes, pois “cada pedaço da roupa e da maquiagem, cada acessório que o personagem usa, manda sinais do conceito da peça, do partido estético tomado e de outros elementos mais subjetivos”, sendo que todos esses elementos são pensados por um artista, o figurinista. Na imagem: Compadecida. Auto da Compadecida (2000). Vestuário O vestuário é visto não apenas como um produto do seu tempo, mas como um elemento que auxilia na construção das relações sociais, normas e condutas. O vestuário está sujeito a códigos específicos referentes ao período e ao grupo social, bem como a sua forma de utilização. Na imagem: matéria sobre fantasias´para o carnaval 2020 Quem veio primeiro: a moda ou o figurino? “O figurino não apenas precede a moda, como pode metaforizá-la, sendo sua quintessência, espelho de imagens multiformes, metalinguísticas e evanescentes.” Roland Barthes (2003). Na imagem: Drácula de Bram Stoker. Vencedor do Oscar de melhor figurino 1992. Figurino é moda? “Nos manuais, o tópico figurino é identificado como uma vertente do Sistema da Moda, quase sempre sinalizado a partir da concepção de traje para uma narrativa. Neste artigo, os autores convocam seus leitores a compreenderem quanto falta a essa abordagem a densidade requerida pelo figurino, pois ele não se constitui como simples vertente da moda: precedendo-a, historicamente, fornece-lhe instrumentos para refletir-se como fato comunicativo total, num exercício metalinguístico do traje, situando-se não como um desdobramento, mas como substrato de gênese. “ Roland Barthes (2003) Na imagem: Amadeus. Vencedor do Oscar de melhor figurino 1984. Moda “Se me fosse dado escolher no amontoado dos livros que serão publicados cem anos após a minha morte, sabe o que eu escolheria? Eu escolheria tranquilamente, meu amigo, uma revista de moda para ver como as mulheres estarão vestidas um século após meu falecimento. E estes pedacinhos me diriam mais sobre a humanidade futura do que todos os filósofos, romancistas, pregadores e sábios”. Anatole France (escritor francês da virada do século XX). Na imagem: Cats (2018). Broadway. Figurinista A revisão de literatura foi unânime em dizer que figurinista é o profissional responsável pelo figurino. Mas qual a formação desse profissional? Quem é a figurinista da imagem? Na imagem: Ruth E. Carter. Figurinista “Obrigada por ser meu começo. Espero que isso te deixe orgulhoso. Marvel criou o primeiro super-herói negro, mas, com o nosso figurino, o transformamos em um rei africano” “Eu não posso dizer o suficiente sobre como esse filme se conectou com as pessoas de uma maneira tão bonita. As pessoas querem honrar a si mesmas, querem honrar a própria cultura, querem honrar a África”, continuou Ruth. “Elas só querem ser felizes por serem quem são”. Ruth E. Carter. Na imagem: Pantera Negra. Vencedor do Oscar de melhor figurino 2018. Figurinista [O figurinista] Deve ter uma compreensão dos traços psicológicos e da psique humana. Não precisa ter um profundo conhecimento, mas no mínimo a sensibilidade para perceber isso. Não ter fórmula e não pode ser utilizado só o empirismo, é preciso muita pesquisa também. A escola talvez nos desse um pouco mais de erudição. Gosto muito da metáfora: para ser um bom figurinista é preciso conhecer a qualidade do bordado pelo avesso do bordado. (VILLELA apud MUNIZ, 2004). Na imagem: Edna Moda. Os Incríveis (2004). Figurinista Um figurinista precisa ter conhecimentos diversos que irão auxiliar no seu trabalho. Saber as características de cada tecido, do corte, modelagem, história da indumentária,e etc. é essencial para o profissional poder construir o figurino da melhor forma possível. Na imagem: Dança Comigo (2004). Figurinista Gianni Ratto (apud MUNIZ, 2004) afirma que um bom figurinista precisa ter formação técnica, pois, ao basear-se somente a história do vestuário, a criação será puramente estética. É preciso conhecer a técnica do tecido, corte e costura utilizada antigamente, para poder reproduzir fielmente a indumentária da época. Na imagem: Ópera do Malandro, direção João Falcão (2014).
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