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INTRODUÇÃO O figurino seja ele em uma peça teatral, filme, série, novela ou qualquer que seja a obra tem poder de dar vida a um personagem, ele é parte de um conjunto de elementos que quando unidos podem fazer tanto atores quanto espectadores mergulharem em outra realidade, em um universo diferente daquele ao qual se conhece ou a qual se está acostumado. Através do figurino é possível ser transportado no tempo através de épocas diversas ou ser remetido a outros lugares e culturas, além disso o figurino é peça-chave de na identificação de características únicas e especificas de cada personagem. Vencedora do Emmy Internacional de melhor novela, Caminho das Índias retratou peculiaridades da cultura indiana em contraponto com costumes brasileiros sendo uma das premissas da autora Glória Perez. A história se passava na Índia e no Brasil, com duas tramas centrais em cada país, com um apanhado de tradições indianas foram abordados temas como o sistema de castas, a casamento arranjado, a longa preparação para um casamento, a questão dos intocáveis, além de danças e festas tradicionais e festivais folclóricos. Em entrevista, Glória Perez falou sobre sua trama: “A novela é uma grande saga de amor, recheada com o colorido e o sabor de uma cultura rica e complexa como a indiana. Os costumes, os rituais religiosos, as danças, os festivais e os aspectos mágicos da Índia estarão lá, tendo sempre uma contrapartida no Brasil. São duas histórias centrais, cada uma delas em um lado do mundo, que funcionam como espelho uma para a outra.” Na trama central, uma paixão proibida entre dois indianos de origem muito diferentes. Maya, funcionária de um telemarketing do Rajastão, pertence a uma tradicional família da casta dos comerciantes. Bahuan está se formando nos Estados Unidos, onde trabalha, mas nunca esqueceu as humilhações que passou na infância por ser um dalit (intocável) fazendo parte do contingente humano que os textos sagrados definem como "a poeira aos pés do deus Brahma", aqueles considerados impuros e condenados a nem mesmo tocar com sua sombra um integrante das altas castas. https://pt.wikipedia.org/wiki/Rajast%C3%A3o https://pt.wikipedia.org/wiki/Estados_Unidos https://pt.wikipedia.org/wiki/Dalit https://pt.wikipedia.org/wiki/Brahma JUSTIFICATIVA A escolha da novela Caminho das Índias para análise de figurino se deu por vários fatores. Por já conhecer a obra e ter acompanhado na época juntamente por como muitas pessoas, ter até mesmo recebido certa influência e deslumbrarão pelo figurino da novela que acabou fazendo muito sucesso e trouxe das telas para público elementos como adornos, tecidos e até mesmo o gosto pela dança que era mostrada na trama fruto da influência da cultura indiana. Caminho das Índias exibida em 2009 foi exibida recentemente em 2015 no Vale a Pena Ver de Novo. Contando com a boa recepção do público a novela Caminho das Índias e acabou marcando a memória de quem a assistia, os detalhes das peças, a riqueza a qual aparentavam chamava atenção e enxia os olhos. No entanto apesar da apreciação do público a novela também recebeu inúmeras críticas pela liberdade criativa ao retratar a caracterização de personagens indianos como por exemplo na vestimenta das mulheres no dia-a-dia que estavam sempre vestidas e maquiadas como se estivessem numa festa tradicional indiana, mas a possível explicação dada pela própria emissora foi que a profusão de cores presentes na Índia orientou o trabalho das equipes de figurino e maquiagem da novela, que abriram mão da licença poética para caracterizar os personagens. O vestuário tradicional, geralmente usado em rituais, foi levado para o dia a dia, para enfatizar a cultura indiana descrita no texto. O figurino acabou fazendo a cabeça dos telespectadores e invadindo o cotidiano, os acessórios e roupas indianas invadiram as vitrines das lojas. Vestidos, lenços, sáris, sapatilhas, estampas indianas, brincos, pulseiras e várias peças com detalhes indianos. Além do rico figurino a novela contava com atores como Juliana Paes, Márcio Garcia, Rodrigo Lombardi, Tony Ramos, Lima Duarte, Ísis Valverde, Cléo Pires e Betty Gofman que receberam inúmeras premiações pela atuação na mesma. A FIGURINISTA O site de memória da TV Globo retrata a trajetória de Emília Beatriz Magalhães Duncan que nasceu em Niterói, no estado do Rio de Janeiro, em 18 de dezembro de 1958. Filha da museóloga Eloísa Magalhães Duncan, de quem diz ter herdado o prazer pela cultura, e do advogado e procurador do Estado Ronaldo Campos Duncan, de quem herdou o gosto por literatura e línguas. Fez vestibular para Letras e História e acabou optando pela segunda, indo estudar na Pontifícia Universidade Católica (PUC), onde se formou em 1981. FIGURA 1 – Emília Duncan Formada em História, Emília foi trabalhar na parte de iconografia do Arquivo Nacional. Já se aventurava na criação de bolsas, biquínis e bordados - que fazia para si mesma, cuidando da reforma de suas roupas e das de suas bonecas, quando a amiga Claudia Kopke (hoje figurinista) lhe propôs sociedade numa confecção. A dupla fez sucesso e passou a desenhar coleções logo batizadas de alternativas. Elas gostavam de fazer performances com as roupas, mais do que vestir roupas tradicionais em modelos de passarelas. Acabaram fazendo figurinos para publicidade e capas de discos de rock. Fizeram também desfiles para grifes conhecidas. Achando que já tinha experiência prática, mas que precisava de uma formação de designer, Emília Duncan resolveu estudar moda na Fashion Institute of Technology (FIT), em Nova York, fazendo diversos cursos que julgava importantes, de cor, design e modelagem. Ela frisa que sua formação foi feita na prática, com cursos e leituras constantes, porque não havia profissionalização para figurinista, especialmente de televisão. Quando voltou ao Brasil, foi chamada pela cenógrafa Lia Renha para fazer o filme Dias Melhores Virão (1989), de Cacá Diegues. Esse foi o primeiro longa oficial, mas ela e Cláudia Kopke já haviam feito um filme nos anos 1980, A Estrela Nua (1984), de José Antônio Garcia e Ícaro Martins. Emília Duncan prosseguiu fazendo cinema, assinando os figurinos de Carlota Joaquina - Princesa do Brazil (1995), de Carla Camurati. Com o sucesso do filme, foi convidada pelo diretor Guel Arraes para dividir com o figurinista Cao Albuquerque (por indicação deste) o trabalho na série A Comédia da Vida Privada (1995), da Globo. A experiência deu certo e ela assinou, também, a história de época O Engraçado Arrependido (1995), trama estrelada por Marco Nanini, da série Brasil Especial, que consistia na adaptação de textos da literatura brasileira. A figurinista continuou fazendo cinema. Trabalhou nos filmes O Que é Isso, Companheiro? (1997) e Bossa Nova (2000), de Bruno Barreto, e Orfeu (1999), de Carlos Diegues, além de assinar a direção de arte de Navalha na Carne (1997), de Neville de Almeida, Um Copo de Cólera (1999), de Aluisio Abranches, e Copacabana (2001), de Carla Camurati, onde também criou os figurinos. Até ser chamada para fazer o figurino da novela Um Anjo Caiu do Céu (2001) na Globo. Emília Duncan voltou a trabalhar com Cao Albuquerque na criação dos figurinos da minissérie A Muralha (2000), escrita por Maria Adelaide Amaral com base no romance homônimo de Dinah Silveira de Queiroz, considerada uma das grandes produções de época da emissora. Não saiu mais da Globo, onde criou os figurinos de outras elogiadas tramas de época que retrataram momentos históricos do Brasil, como as minisséries Um Só Coração (2004), de Maria Adelaide Amaral e Alcides Nogueira - homenagem da Globo aos 450 anos de São Paulo -, onde recriou o visual de personalidades como Tarsila do Amaral, Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Santos Dumont, Assis Chateaubriand, FranciscoMatarazzo, Yolanda Penteado, Anita Malfatti, Menotti Del Picchia, http://memoriaglobo.globo.com/diversos/a-comedia-da-vida-privada.htm http://memoriaglobo.globo.com/diversos/a-comedia-da-vida-privada.htm http://memoriaglobo.globo.com/diversos/caso-especial/o-engracado-arrependido.htm http://memoriaglobo.globo.com/programas/entretenimento/novelas/um-anjo-caiu-do-ceu.htm http://memoriaglobo.globo.com/programas/entretenimento/novelas/um-anjo-caiu-do-ceu.htm http://memoriaglobo.globo.com/programas/entretenimento/minisseries/a-muralha.htm http://memoriaglobo.globo.com/programas/entretenimento/minisseries/um-so-coracao.htm entre outros; Mad Maria (2005), de Benedito Ruy Barbosa, baseada na obra de Márcio Souza, que contou a história da construção da ferrovia Madeira-Mamoré em plena floresta amazônica; JK (2006), de Maria Adelaide Amaral e Alcides Nogueira (trabalho que Emília dividiu com Paulo Lois), que retratou a vida do presidente Juscelino Kubitschek; e Amazônia - de Galvez a Chico Mendes (2007), de Gloria Perez. Entre outras novelas cujos figurinos foram criados por Emília Duncan estão Bang Bang, de Mario prata e Carlos Lombardi, Faroeste Tupiniquim ambientado em 1881 (trabalho que dividiu com Marie Salles); a novela Duas Caras (2007), de Aguinaldo Silva – a primeira produção realizada inteiramente em alta definição -, em parceria com a figurinista Labibe Simão e Caminho das Índias (2009), de Glória Perez, primeira novela brasileira a ganhar o prêmio Emmy Internacional. Em 2010, trabalhou em parceria com Tatiana Rodrigues em Tempos Modernos, de Bosco Brasil, e em Araguaia, de Walther Negrão. Em seguida, com Helena Gastal, assinou figurinos das novelas Insensato Coração (2011), de Gilberto Braga e Ricardo Linhares, e Salve Jorge (2012), de Gloria Perez. Estas informações sobre a trajetória de Emília Duncan foram concedidas em depoimento concedido ao Memória Globo pela própria figurinista em 19 de junho do ano de 2006. A OBRA – NOVELA CAMINHO DAS ÍNDIAS FIGURA 2 – Capa de Abertura da Novela http://memoriaglobo.globo.com/programas/entretenimento/minisseries/mad-maria.htm http://memoriaglobo.globo.com/programas/entretenimento/minisseries/jk.htm http://memoriaglobo.globo.com/programas/entretenimento/minisseries/amazonia-de-galvez-a-chico-mendes.htm http://memoriaglobo.globo.com/programas/entretenimento/minisseries/amazonia-de-galvez-a-chico-mendes.htm Caminho das Índias telenovela brasileira produzida e exibida pela Rede Globo no horário das 20 horas entre 19 de janeiro e 11 de setembro do ano de 2009, dividida em 203 capítulos. A trama principal da novela é traçada entre Raj, um jovem indiano que possui uma noiva no Brasil, filho de Opash, um indiano conservador, seguidor das mais antigas tradições. Maya, uma linda jovem indiana que já está na idade de se casar, confia que seus pais, Manu e Kochi, procurem um marido para ela. Mas a jovem conhece Bahuan, um jovem indiano que nunca esqueceu as humilhações que passou na infância por ser um dalit (no sistema de castas do hinduísmo, são os "intocáveis”) sendo considerado impuro e condenado a nem mesmo tocar a sombra de um integrante das castas altas. Ambos tentam levar um amor impossível. O outro lado da telenovela é marcado pela ambição e ganância dos irmãos Cadore - Raul e Ramiro, que estão à frente da empresa da família e brigam entre si para seguir o ideal que cada um acredita. Ramiro é um empresário ambicioso, que só foca no sucesso pessoal, e cobra do filho Tarso a mesma postura que ele tem frente aos negócios. Mas no decorrer dessa obrigação e pressão imposta pelo pai, Tarso se refugia cada vez mais dentro de si e desenvolve um quadro de doença mental. PROCESSO CRIATIVO DA FIGURINISTA NA OBRA ESCOLHIDA Cada região da Índia possui sua moda particular, estilo e cores predominantes. Em Caminho das Índias, a figurinista Emília Duncan e a equipe de figurino, focaram-na região do Rajastão. “As roupas são basicamente as mesmas para todas as castas. O que difere umas das outras é a qualidade dos tecidos, o elaborado das amarrações, acabamentos e joalheria”, explica a figurinista. Ainda segundo ela “O forte da Índia são as cores vivas e nós as trouxemos para o figurino” FIGURA 3 - Roupas Coloridas em Crianças do Rajastão Em entrevista Emília conta que o processo de criação, concepção e pesquisa para o figurino da novela foi feito modularmente e durou em média mais ou menos um ano, ela viajou algumas vezes à Índia, e a pesquisa continuava conforme Glória Perez escrevia, a figurinista que ela e a escritora recorreram à pesquisa para saber, por exemplo, como era um batizado indiano. Emília confessa que sabia pouca coisa sobre a Índia e que para fazer o figurino sobre determinada cultura o processo é complexo. Tem que entender a maneira que a roupa se expressa naquela cultura. O figurino é uma forma de se comunicar, escolher o figurino não é só escolher o que é bonito e o que é feio, é significar. É preciso entender os significados. Além disso, o figurino não é um trabalho isolado. É uma linguagem que serve a uma história, que tem elenco e direção. O figurino de Caminho das Índias exigiu da figurinista Emília Duncan um trabalho intenso de pesquisa: ela passou quase dois meses viajando pela Índia para compor os looks de cada personagem da trama. “Pude conhecer as tradições de perto, além de garimpar tecidos, aviamentos e peças típicas para o núcleo indiano”, conta. De acordo com as pesquisas realizadas e fontes de entrevista Emília conta que fez uma pesquisa prévia, ainda no brasil, sobre a vestimenta indiana e desenvolveu um dicionário de nomenclaturas. O glossário foi peça chave na comunicação da figurinista com os comerciantes pela Índia, na intenção de pesquisar e adquirir algumas peças para estudo. Mais tarde, exemplares desse dicionário foram distribuídos à equipe, para que “falassem a mesma língua” quando se referissem aos trajes. Após ter conhecido mais sobre o universo indiano, descobriu-se por exemplo, que o sári é uma peça invariavelmente usada em todas as épocas e que identifica a mulher na sociedade indiana. Todas o usam, diferenciando apenas o tecido de que é feito, a amarração e o comprimento, além dos acessórios que lhe podem ser aplicados, como broches e tecidos na barra (o que dá certo pesa, melhorando o caimento). Por isso, quanto mais sofisticada é a amarração do sári, mais impecável é a mulher que o usa. Por outro lado, os sáris mais curtos, por serem peças mais baratas pela menor quantidade de tecido, indicam que a mulher tem menor poder aquisitivo. O panejamento, isto é, a arte de se fazer a vestimenta apenas enrolando o pano (tecido) em torno do corpo, sem costura-lo, é característica adquirida da tradição muçulmana, que exerceu sua influência no norte do país. As duas características misturadas no vestuário indiano marcaram presença nos figurinos confeccionados. Os indianos têm seu status social reconhecido entre eles muito mais por sua indumentária do que por suas casas, sua arquitetura, como pôde comprovar a figurinista em sua pesquisa. Conceber figurinos sob essa ótica é bastante diferente de fazê-lo como se a vestimenta servisse apenas como uma cobertura, um revestimento do corpo no dia-a-dia. O figurino em si comunica muito sobre quem o usa, é o elemento que muitas vezes oferece o primeiro contato com o personagem. Um figurino, indiano, pode comunicar, portanto, muito mais. Quando estava na segunda viagem à índia e a novela já estava prestes a ser gravada, deu-se a construção visual dos personagens ao mesmo tempo em que as compras foram feitas. Acompanhada da sua assistente e uma figurinista indiana, Emília conta que precisou comprar em apenas um mês o que seria usado nos oito meses seguintes. Como há sempre um orçamento a respeitar, não é possível comprar itens desmedidamente, e esta é mais uma preocupaçãoque se deve ter em mente. E para lançar mão de tanta objetividade e precisão na escolha das peças a serem compradas, foi fundamental a base firma do repertorio construído anteriormente, por toda a pesquisa desenvolvida na primeira etapa. O conhecimento dos personagens e uma linha traçada a respeito de suas personalidades na primeira fase também é muito importante. É durante esse processo que outros parâmetros são criados pela figurinista para nortear a escolha dos materiais, como a paleta de cores e estilos. Nesse momento, a figurinista iniciou um processo de significar os personagens. Estudou como representa-los em sua casta, em sua profissão, e também em seu temperamento, além de ter entendido em que ponto e de que maneira poderia trabalhar de modo mais lúdico, onde poderia cometer exageros com expressividade sem que isso parecesse absurdo. Por estas razoes, Emília acredita que suas criações não podem ser nomeadas apenas como realistas, pois abraçam amplos aspectos, além dos que fazem parte da realidade palpável estabelecida. Seus personagens são identificados de acordo com suas funções, profissões e personalidade, podendo incluir também um universo imaginário nesta identificação. Como já dito antes não se pode esquecer que um figurino serve sempre a uma narrativa, que como obra de ficção, ele comporta a realidade e a fantasia. Assim, os códigos da moda, ou da época, muitas vezes precisam ser adaptados, recodificados, para estreitar a comunicação entre personagem e público. FIGURINOS, CARACTERIZAÇÃO E PERSONAGENS Com uma diversidade de personagens e foco na cultura da Índia as mulheres do núcleo indiano ganharam vestimentas com tonalidades fortes e os homens, com cores mais sóbrias, as cores de maior destaque do figurino em geral eram rosa pink, salmão, laranja, branco, azul, azul cobalto, amarelo, marrom, ocre, vermelho e verde grama. Peças como sáris e punjabis (conjunto de calça e bata comprida) compunham os figurinos femininos. Foram usados como referência para o vestuário masculino filmes de Bollywood e publicações internacionais sobre moda de acordo com o próprio site da emissora TV Globo produtora da novela. Em um artigo denominado o fugirino na telenovela brasileira publicado em 2011 baseados em uma analise feita por Carol Bassi com informações concedidas em uma entrevista com emilia duncan feita em 2009 pelo Prof. Dr Fauto Viana e a pesquisadora Rosane Muniz aspectos da criação do figurino para a novela são enfatizados mostrando que ao abordar a construção visual de alguns personagens de Caminho das Índias, várias questões foram observadas, durante a trama há duas castas bastante referenciadas: a dos brâmanes e a dos comerciantes. Os brâmanes são membros de uma casta sacerdotal, com mais poder aquisitivo, mas que não ostentam esse poder em sua aparencia, possuem sabedoria espiritual e intelectual. Os comerciantes dedicam-se á venda de produtos geralmente produzidos ou comercializados tradicionamente pela familia há muitos anos, configurando uma especialidade. Para SHANKAR, brâmane mais conhecido da trama, o ditetor Marcos Shechtman queria um figurino marcado pelo branco e pela túnica, inspirando seu figurino na vestimenta do lider Gandhi. Entretanto, como “o figurino é tão vestido pelo corpo, quanto o corpo é vestido pelo figurino” (PAVIS, Patrice. 2008, p.164), deve-se avaliar se esta dupla combinação compõe com sucesso a figura do personagem. Por esta razão, Lima Duarte, ator que interpretou SHANKAR, teve seu figurino adaptado. Um figurino identico ao de Gandhi revvelaria suas pernas desde a altura das coxas e o ator tem uma forma fisica bastante diferente da do lider olitico-espiritual, isto certamente geraria estranhamento ao espectador. Para adaptar a ideia, bastou alongar o comprimeto da vestimenta ate a altura dos tornozelos. FIGURA 4 - À esquerda, líder espiritual Gandhi, e à direita, o ator Lima Duarte se preparando para interpretar o personagem Shankar Já para o personagem de PANDIT, o sacerdote interpretado por José de Abreu, a referencia visua era de um verdadeiro sacerdote. Assim, Abreu apareceu se cabelos e com a barriga exposta no inicio da novela. Como o publico não aceitou bem esta exposição, seu traje ganhou um pano para cobrir a área de seu abdomen. É bastante tipica do meio televisivo esta interferencia do publico na trama e na forma como a mesma é contada. A novla, como “obra aberta” permite esse desenvolvimento constante. Sendo A TV um meio cujos vínculos comerciais são estreitos, não é interessante que o Ibope de uma novela caia. Cabe aos diretores da novela avaliarem as adaptações necessarias para que o publico se mantenha e para que, ao mesmo tempo, não se perca o caráter original da criação. FIGURA 5 - O ator José de Abreu vestindo os dois casos de figurino do seu personagem FIGURA 6 - Claúdia Lira com figurino de Nayana Para representar NAYANA, mulher de PANDIT, com feminilidade, foram usados brocados ( como na traição de Varanasi, uma das cidades mais místicas e sagradas da Índia). Mas como ela também era uma brãmane, houve o cuidado de não usar tais brocados de modo ostensivo, porque sua casta não ostenta posses. Foram usados no sentido de conferir nobreza de carater e uma dignodade, próprias. Já a construção dos personagens comerciantes e seus familiares denotam a importancia das posses e o valor material de suas conquistas. OPASH é um comerciante de tecidos sendo assim, em seus figurinos sempre há bordados, chamando atencao para o trabalho manual das roupas e a tradicao milenar de fazer tecidos. FIGURA 7 - Tony Ramos em três figurinos diferentes de seu personagem Opash com destaque para os bordados manuais MANU, que também era um comerciante, dono de uma loja de essência, teve em seus trajes cores que lembravam o tom dos pós e perfumes vendidos em seu estabelecimento. FIGURA 8 - Personagem Manu, Interpretado pelo ator Osmar Prado Já para os trajes masculinos a inspitação da figurinista foi o visual do dirigente politico indiano, Nehru, uma alternativa para ser um traje diferente dos ocidentais e contemporãneos, sem perder certa atualidade. Sua roupa agrega um aspecto particular de sua cultura e possui algo de atemporal. FIGURA 9 - Nehu e Gandhi FIGURA 10 - Radesh interpretado por Marclus Mihem Para RADESH, personagem comico da novela que se fazia de vidente em sua vinda ao brasil, o figurino pôde ser exagerado. Emília trabalhou com uma ideia mais caricaturada do que seja um místico indiano, o que combinadva com a interpretação do ator. Além da caricatura bem feita acrescentar comicidade ao papel. Os tecidos tem pouco brilho, suas cores são sempre extravagantes e no alto da cabeca há um grande turbante. Quanto aos figurinos das mulheres e filhas dos comerciantes, todos são bastante adornados com brocados e joias. FIGURA 11 - A atriz Cleo Pires, vestindo os sáris de seda e algodão de Surya sua personagem SURYA, antagonista do personagem da personagem principal MAYA (na qual será analisado o figurino mais adiante juntamente com o outros personagens principais), teve seus sáris confeccnionados em seda e algodão, tecidos usados por serem bastante nobres e caros, combinando com seu caráter extremamente vaidoso e competitivo. SURYA procura ser sempre a mais poderosa entre as mulheres da sua casa. Por outro lado, estes tecidos são também mais duros e espessos, com caída maís rigida contribuindo para o contraste entre seu personagem e o de Maya (escolha propositalmente feita por Emilia, conforme explica) FIGURA 12 - Eliane Giardini como Indira INDIRA, esposa de OPASH, ficou marcada pelo uso das cores verde e vermelho que são alto contraste, caracteristicas da Índia, que causam sensação vibrante em quem as observa. Indira, coerentemente,possui um caráter vibrante, inquieto, é uma mulher ativa em sua casa, bastante poderosa em relação às outras mulheres, além de vaidosa e divertida. FIGURA 13 - Nivea maria interpreta Kochi. Acima a esquerda posa para foto e, à direita, contracena com Juliana Paes em cenário do quarto de Maya KOCHI, esposa de MANU, respeita as tradições, mas não se aliena às mudanças de seu tempo. Esta postura está presete em suas atitudes (MAYA pode concluir os estudos e trabalha fora de casa, mesmo sendo mulher, fugindo aos costumes mais tradicionalistas indianos) e está presente também em seus sáris, mais contemporâneos. Alguns de seus figurinos foram comprados mesmo em São Paulo, revelando um aspecto mais “globalizado”, menos tradicional. Os figurinos construídos por Emília Duncan para esta novela são muitos ao todo cerca de 70 pranchas foram feitas para os personagens do núcleo indiano. É visível a qualidade superior, tanto do resultado final da obra, quanto da construção plástica de seus personagens, quando a compramos com outras novelas. Houve uma evolução na elaboração do processo criativo. Em Caminho das Índias sente-se muito mais viva a cultura do lugar, encontra-se uma nova atmosfera. Os personagens pertencem a outra cultura, completamente avessa à nossa, brasileira, mas Emília soube trabalhar as diferenças, assim como as semelhanças a favor dos personagens da história a ser contada, de modo que os personagens não perderam em profundida, nem tampouco tornaram-se caricaturas de um universo desconhecido já estereotipado. OS PERSONAGENS PRINCIPAIS E ANÁLISE DE SEUS FIGURINOS MAYA MEETHA Interpretada por Juliana Paes: Moça indiana da casta dos comerciantes que trabalhava num call center no início. Envolve-se com BAHUAN, mas após ser abandonada por ele, casa-se com RAJ, num casamento arranjado por seus pais. Acaba se apaixonando por RAJ. Seu filho é, na verdade, filho de BAHUAN, e não de RAJ, informação que põe em risco a felicidade do casal: os pais MANU (Osmar Prado), comerciante de perfumes, e KOCHI (Nívea Maria). O irmão KOMAL (Ricardo Tozzi), um sedutor sem vocação para o trabalho, apesar dos esforços do pai, que é um esperto comerciante a esposa de Komal, RANI (Bredha Haddad), com quem ele casa no início a melhor amiga DEVA (Cacau Mello), trabalha no mesmo call center que ela a amiga de Deva, SONYA (Janaína Prado), alvo das investidas de Komal a criada HARIMA (Clarisse Derziê Luz). FIGURA 14 - Atriz Juliana Paes em dois de seus figurinos como Maya O personagem de MAYA, jovem sonhadora e feminina, foi caracterizada com sáris de chiffon e musseline que conferem leveza e sensualidade a seus movimentos, além de uma leve transparência. Suas estampas são características do Rajastão, região fortemente pesquisada por Emília Duncan, principalmente nos figurinos femininos. FIGURA 15 – Detalhes dos adereços de Maya Já nos acessórios joias e adereços não faltavam, entre eles, pulseiras grandes e coloridas, brincos bem trabalhados muitas vezes com detalhes em pérolas, pedras e correntes de metal que “abraçam” a orelha e terminam com pingentes, tornozeleiras e bindis (joias adesivas usadas no meio da testa) também eram usados. FIGURA 16 – Variação de penteados da personagem Maya Na maquiagem batom cintilante e olhos bem delineados, nos penteados muitas variações como cabelo solto com tranças laterais e tranças baixas com acessórios indianos, Juliana Paes colocou apliques para dar volume e comprimento aos fios. FIGURA 17- Conjunto de traje e acessórios usados por Maya em cerimônia indiana É difícil discernir onde termina o figurino e onde começam os acessórios e a maquiagem. Tudo está composto em harmonia e comprometido com a ideia central do personagem. Não se pode extrair nenhum desses elementos sem comprometimento do conjunto. Além disso há completude entre figurinos e cenários. RAJ ANANDA Vivido por Rodrigo Lombardi, filho de uma tradicional família indiana, terminou seus estudos na Inglaterra e mantém sua própria empresa de informática. Vive dividido entre os valores do ocidente e do oriente. Casa-se com Maya, num casamento arranjado pelas famílias, o que o leva a terminar o relacionamento que mantinha com uma brasileira. Acaba apaixonando-se por Maya: o pai OPASH (Tony Ramos), rico comerciante de tecidos. Orgulhoso, sério, e extremamente apegado aos costumes e tradições, defensor ferrenho do sistema de castas a mãe INDIRA (Eliane Giardini), subserviente ao marido e aos costumes, dramática e dedicada à família. Desconta sua insatisfação nas noras os irmãos AMITHAB (Danton Mello), mais velho, trabalha com o pai na loja de tecidos da família. Também é apegado às tradições e não vê com bons olhos as ideias do irmão. Amithab é casado com SURYA (Cléo Pires), invejosa e dissimulada, que luta pelos privilégios de ser a primeira nora, esposa do filho mais velho. SURYA sofre por não gerar um filho homem e inferniza a vida de Maya quando ela vai morar com a família Ananda RAVI (Caio Blat), que, apesar da enorme pressão dos pais, conseguirá driblar os costumes e se casar com uma brasileira que conheceu pela internet e CHANTI (Carolina Oliveira), doutrinada pela família para os afazeres domésticos e para casar-se. Ela estuda, lida com informática e sonha em ser independente e atriz de Bollywood a avó LAKSMI (Laura Cardoso), mãe de OPASH, ficara viúva ainda grávida. Por ser a pessoa mais velha da família, todos lhe devem respeito e obediência. Rigorosa e tradicional, critica INDIRA e as esposas de seus netos a todo instante, o que lhe vale o apelido de ‘naja’, pelas suas costas, pelas intrigas que costuma tear o tio-avô KARAN (Flávio Migliaccio), cunhado de LAKSMI, de ideias mais modernas, defende a modernização da Índia, apesar de algumas opiniões mais conservadoras. É o único que sabe do segredo sobre um romance do passado de LAKSMI, e desconfia sobre a real paternidade de OPASH a sobrinha ANUSHA (Karina Ferrari), filha de SURYA e AMITHAB. Esperta e graciosa, dança muito bem a empregada da casa DURGA (Paula Pereira), que ao ser alvo de uma chantagem de SURYA, a auxilia em seus planos contra MAYA a filha de DURGA, LALIT (Laura Barreto), companhia constante de ANUSHA. FIGURA 18 - Rodrigo Lombardi no papel de Raj, lenço sob camisa tornou-se marca registrada do personagem Como dito RAJ, filho de OPASH, estudou fora do pais e é um homem de sucesso nos negócios. Volta a Índia para se casar e se estabelecer. Seu estilo é marcado por forte influência inglesa, usa camisas de gola pólo quando está fora, mas dentro de seu país, segue um estilo tradicional. FIGURA 19 - Acima Raj usa traje tradicional indiano com turbante ao lado de Maya BAHUAN SUNDRANI Interpretado por Márcio Garcia, rapaz rico e culto, mas que não se esqueceu das humilhações que passou na infância por ser um dalit, um intocável. Foi adotado por um brâmane e estudou nos Estados Unidos. Ao voltar à Índia, envolve-se com Maya, ocultando sua origem, mas a abandona, sem saber que ela está grávida. Ainda apaixonado por ela, atrapalha como pode o casamento de MAYA e RAJ. Os negócios com a empresa brasileira CADORE são responsáveis pelo encontro de RAJ e BAHUAN: o pai adotivo, SHANKAR (Lima Duarte), sacerdote sábio, criou BAHUAN como se este fosse seu filho. De ideias mais modernas, vê os dalits como iguais e luta pelos seus direitos. Por isso, vive em conflito com OPASH, ferrenho opressor dos intocáveis, sem saber que é seu pai, fruto de seu romance de juventude com LAKSMI o amigo no Brasil PEDRO (Alexandre Liuzzi) a namorada no Brasil SHIVANI (Thaya Ayala), jovem filha de milionários indianos. FIGURA 20 - O ator Márcio Garcia no papel de Bahuan, em dois estilos diferentes BAHUAN, filho adotivo de SHANKAR, usa roupas tradicionais comum estilo “revisitado”, “atualizado” quando está na Índia. Ao longo da novela, suas roupas se tornam um pouco mais ocidentalizadas. A pesquisa para o figurino deste personagem foi feita em lojas bastante contemporâneas e de grife. O mais interessante deste personagem é que seu figurino transita entre o indiano e o brasileiro, durante o andar da trama BAHUAN passa por uma transformação, após o casamento de MAYA e RAJ. Essa mudança acaba afetando o comportamental e o seu figurino. - Por causa da raiva que vai sentir, ao perder MAYA, BAHUAN vai começar a buscar essa força que lhe falta. Essa ira toda vai ajudá-lo a se conhecer. Nessa transição, ele também ficará um homem rico e poderoso. E, assim, vai começar a reagir às injustiças que fazem com os intocáveis, disse o ator para a coluna de Patrícia Kogut. O personagem abandonará as roupas mais coloridas e investirá em camisas sociais - Acho que isso vai ajudar o personagem também. O BAHUAN não tem charme. O RAJ usa uma indumentária mais sedutora, contou Márcio. http://oglobo.globo.com/cultura/kogut/ FIGURA 21 – Acima os personagens principais da novela juntos Raj, Maya e Bahuan A novela Caminho das Índias deixou marcas nos telespectadores tanto pela história que contava quanto pela cultura que mostrava e em meio destes dois o destaque principal foi sem dúvida o figurino, Emília Duncan fez um ótimo trabalho e mostrou que como uma boa figurinista, vai do contemporâneo ao histórico com a maior facilidade, passando também pelo étnico e cultural. Seus trabalhos envolvem muita pesquisa e dedicação, sendo pensado até nos mínimos detalhes, por isso é hoje uma das figurinistas brasileiras mais bem reconhecidas. REFERÊNCIAS GLOBO, MEMÓRIA. CAMINHO DAS ÍNDIAS. Disponível em:<http://memoriaglobo.globo.com/programas/entretenimento/novelas/caminh o-das-indias/figurino-e-caracterizacao.htm> Acesso em: 25/10/2017 XAVIER, NILSON. TELEDRAMATURGIA: CAMINHO DAS ÍNDIAS. Disponível em:<http://www.teledramaturgia.com.br/caminho-das-indias/> Acesso em: 25/10/2017 COAN, FABRÍCIA DE OLIVEIRA. MONOGRAFIA: A INFLUÊNCIA DA TELENOVELA NA MODA UMA ANÁLISE DA NOVELA CAMINHO DAS ÍNDIAS. Brasília, 2009. Disponível em:<http://repositorio.uniceub.br/bitstream/123456789/2010/2/20742449.pdf> Acesso em: 25/10/2017 Marques, Darciele Paula. A REPRESENTAÇÃO DAS IDENTIDADES/IDENTIFICAÇÕES POR MEIO DA MODA: O FIGURINO NA TELENOVELA “CAMINHO DAS ÍNDIAS”. Cadernos de Comunicação (ISBN 1677-9061), n.14, junho, 2011. 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