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FIGURINISTA BRASILEIRA EMÍLIA DUNCAN - CAMINHO DAS ÍNDIAS - VANESSA MATOS

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INTRODUÇÃO 
 
 
 
O figurino seja ele em uma peça teatral, filme, série, novela ou qualquer 
que seja a obra tem poder de dar vida a um personagem, ele é parte de um 
conjunto de elementos que quando unidos podem fazer tanto atores quanto 
espectadores mergulharem em outra realidade, em um universo diferente 
daquele ao qual se conhece ou a qual se está acostumado. 
Através do figurino é possível ser transportado no tempo através de 
épocas diversas ou ser remetido a outros lugares e culturas, além disso o figurino 
é peça-chave de na identificação de características únicas e especificas de cada 
personagem. 
Vencedora do Emmy Internacional de melhor novela, Caminho das Índias 
retratou peculiaridades da cultura indiana em contraponto com costumes 
brasileiros sendo uma das premissas da autora Glória Perez. A história se 
passava na Índia e no Brasil, com duas tramas centrais em cada país, com um 
apanhado de tradições indianas foram abordados temas como o sistema de 
castas, a casamento arranjado, a longa preparação para um casamento, a 
questão dos intocáveis, além de danças e festas tradicionais e festivais 
folclóricos. Em entrevista, Glória Perez falou sobre sua trama: “A novela é uma 
grande saga de amor, recheada com o colorido e o sabor de uma cultura rica e 
complexa como a indiana. Os costumes, os rituais religiosos, as danças, os 
festivais e os aspectos mágicos da Índia estarão lá, tendo sempre uma 
contrapartida no Brasil. São duas histórias centrais, cada uma delas em um lado 
do mundo, que funcionam como espelho uma para a outra.” 
Na trama central, uma paixão proibida entre dois indianos de origem muito 
diferentes. Maya, funcionária de um telemarketing do Rajastão, pertence a uma 
tradicional família da casta dos comerciantes. Bahuan está se formando 
nos Estados Unidos, onde trabalha, mas nunca esqueceu as humilhações que 
passou na infância por ser um dalit (intocável) fazendo parte do contingente 
humano que os textos sagrados definem como "a poeira aos pés do 
deus Brahma", aqueles considerados impuros e condenados a nem mesmo 
tocar com sua sombra um integrante das altas castas. 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Rajast%C3%A3o
https://pt.wikipedia.org/wiki/Estados_Unidos
https://pt.wikipedia.org/wiki/Dalit
https://pt.wikipedia.org/wiki/Brahma
 
 
JUSTIFICATIVA 
 
 
 
A escolha da novela Caminho das Índias para análise de figurino se deu 
por vários fatores. Por já conhecer a obra e ter acompanhado na época 
juntamente por como muitas pessoas, ter até mesmo recebido certa influência e 
deslumbrarão pelo figurino da novela que acabou fazendo muito sucesso e 
trouxe das telas para público elementos como adornos, tecidos e até mesmo o 
gosto pela dança que era mostrada na trama fruto da influência da cultura 
indiana. Caminho das Índias exibida em 2009 foi exibida recentemente em 2015 
no Vale a Pena Ver de Novo. 
Contando com a boa recepção do público a novela Caminho das Índias e 
acabou marcando a memória de quem a assistia, os detalhes das peças, a 
riqueza a qual aparentavam chamava atenção e enxia os olhos. No entanto 
apesar da apreciação do público a novela também recebeu inúmeras críticas 
pela liberdade criativa ao retratar a caracterização de personagens indianos 
como por exemplo na vestimenta das mulheres no dia-a-dia que estavam 
sempre vestidas e maquiadas como se estivessem numa festa tradicional 
indiana, mas a possível explicação dada pela própria emissora foi que a profusão 
de cores presentes na Índia orientou o trabalho das equipes de figurino e 
maquiagem da novela, que abriram mão da licença poética para caracterizar os 
personagens. O vestuário tradicional, geralmente usado em rituais, foi levado 
para o dia a dia, para enfatizar a cultura indiana descrita no texto. 
O figurino acabou fazendo a cabeça dos telespectadores e invadindo o 
cotidiano, os acessórios e roupas indianas invadiram as vitrines das lojas. 
Vestidos, lenços, sáris, sapatilhas, estampas indianas, brincos, pulseiras e várias 
peças com detalhes indianos. 
Além do rico figurino a novela contava com atores como Juliana Paes, 
Márcio Garcia, Rodrigo Lombardi, Tony Ramos, Lima Duarte, Ísis Valverde, Cléo 
Pires e Betty Gofman que receberam inúmeras premiações pela atuação na 
mesma. 
 
 
 
 
 
A FIGURINISTA 
 
 
 
O site de memória da TV Globo retrata a trajetória de Emília Beatriz 
Magalhães Duncan que nasceu em Niterói, no estado do Rio de Janeiro, em 18 
de dezembro de 1958. Filha da museóloga Eloísa Magalhães Duncan, de quem 
diz ter herdado o prazer pela cultura, e do advogado e procurador do Estado 
Ronaldo Campos Duncan, de quem herdou o gosto por literatura e línguas. Fez 
vestibular para Letras e História e acabou optando pela segunda, indo estudar 
na Pontifícia Universidade Católica (PUC), onde se formou em 1981. 
 
FIGURA 1 – Emília Duncan 
 
Formada em História, Emília foi trabalhar na parte de iconografia do 
Arquivo Nacional. Já se aventurava na criação de bolsas, biquínis e bordados - 
que fazia para si mesma, cuidando da reforma de suas roupas e das de suas 
bonecas, quando a amiga Claudia Kopke (hoje figurinista) lhe propôs sociedade 
numa confecção. A dupla fez sucesso e passou a desenhar coleções logo 
batizadas de alternativas. Elas gostavam de fazer performances com as roupas, 
mais do que vestir roupas tradicionais em modelos de passarelas. Acabaram 
fazendo figurinos para publicidade e capas de discos de rock. Fizeram também 
desfiles para grifes conhecidas. Achando que já tinha experiência prática, mas 
que precisava de uma formação de designer, Emília Duncan resolveu estudar 
moda na Fashion Institute of Technology (FIT), em Nova York, fazendo diversos 
cursos que julgava importantes, de cor, design e modelagem. Ela frisa que sua 
formação foi feita na prática, com cursos e leituras constantes, porque não havia 
profissionalização para figurinista, especialmente de televisão. 
Quando voltou ao Brasil, foi chamada pela cenógrafa Lia Renha para fazer 
o filme Dias Melhores Virão (1989), de Cacá Diegues. Esse foi o primeiro longa 
oficial, mas ela e Cláudia Kopke já haviam feito um filme nos anos 1980, A 
Estrela Nua (1984), de José Antônio Garcia e Ícaro Martins. Emília Duncan 
prosseguiu fazendo cinema, assinando os figurinos de Carlota Joaquina - 
Princesa do Brazil (1995), de Carla Camurati. Com o sucesso do filme, foi 
convidada pelo diretor Guel Arraes para dividir com o figurinista Cao 
Albuquerque (por indicação deste) o trabalho na série A Comédia da Vida 
Privada (1995), da Globo. A experiência deu certo e ela assinou, também, a 
história de época O Engraçado Arrependido (1995), trama estrelada por Marco 
Nanini, da série Brasil Especial, que consistia na adaptação de textos da 
literatura brasileira. 
A figurinista continuou fazendo cinema. Trabalhou nos filmes O Que é 
Isso, Companheiro? (1997) e Bossa Nova (2000), de Bruno Barreto, 
e Orfeu (1999), de Carlos Diegues, além de assinar a direção de arte de Navalha 
na Carne (1997), de Neville de Almeida, Um Copo de Cólera (1999), de Aluisio 
Abranches, e Copacabana (2001), de Carla Camurati, onde também criou os 
figurinos. Até ser chamada para fazer o figurino da novela Um Anjo Caiu do 
Céu (2001) na Globo. 
Emília Duncan voltou a trabalhar com Cao Albuquerque na criação dos 
figurinos da minissérie A Muralha (2000), escrita por Maria Adelaide Amaral com 
base no romance homônimo de Dinah Silveira de Queiroz, considerada uma das 
grandes produções de época da emissora. Não saiu mais da Globo, onde criou 
os figurinos de outras elogiadas tramas de época que retrataram momentos 
históricos do Brasil, como as minisséries Um Só Coração (2004), de Maria 
Adelaide Amaral e Alcides Nogueira - homenagem da Globo aos 450 anos de 
São Paulo -, onde recriou o visual de personalidades como Tarsila do Amaral, 
Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Santos Dumont, Assis Chateaubriand, 
FranciscoMatarazzo, Yolanda Penteado, Anita Malfatti, Menotti Del Picchia, 
http://memoriaglobo.globo.com/diversos/a-comedia-da-vida-privada.htm
http://memoriaglobo.globo.com/diversos/a-comedia-da-vida-privada.htm
http://memoriaglobo.globo.com/diversos/caso-especial/o-engracado-arrependido.htm
http://memoriaglobo.globo.com/programas/entretenimento/novelas/um-anjo-caiu-do-ceu.htm
http://memoriaglobo.globo.com/programas/entretenimento/novelas/um-anjo-caiu-do-ceu.htm
http://memoriaglobo.globo.com/programas/entretenimento/minisseries/a-muralha.htm
http://memoriaglobo.globo.com/programas/entretenimento/minisseries/um-so-coracao.htm
entre outros; Mad Maria (2005), de Benedito Ruy Barbosa, baseada na obra de 
Márcio Souza, que contou a história da construção da ferrovia Madeira-Mamoré 
em plena floresta amazônica; JK (2006), de Maria Adelaide Amaral e Alcides 
Nogueira (trabalho que Emília dividiu com Paulo Lois), que retratou a vida do 
presidente Juscelino Kubitschek; e Amazônia - de Galvez a Chico 
Mendes (2007), de Gloria Perez. 
Entre outras novelas cujos figurinos foram criados por Emília Duncan 
estão Bang Bang, de Mario prata e Carlos Lombardi, Faroeste Tupiniquim 
ambientado em 1881 (trabalho que dividiu com Marie Salles); a novela Duas 
Caras (2007), de Aguinaldo Silva – a primeira produção realizada inteiramente 
em alta definição -, em parceria com a figurinista Labibe Simão e Caminho das 
Índias (2009), de Glória Perez, primeira novela brasileira a ganhar o prêmio 
Emmy Internacional. 
Em 2010, trabalhou em parceria com Tatiana Rodrigues em Tempos 
Modernos, de Bosco Brasil, e em Araguaia, de Walther Negrão. Em seguida, 
com Helena Gastal, assinou figurinos das novelas Insensato Coração (2011), de 
Gilberto Braga e Ricardo Linhares, e Salve Jorge (2012), de Gloria Perez. Estas 
informações sobre a trajetória de Emília Duncan foram concedidas em 
depoimento concedido ao Memória Globo pela própria figurinista em 19 de junho 
do ano de 2006. 
 
 A OBRA – NOVELA CAMINHO DAS ÍNDIAS 
 
 
FIGURA 2 – Capa de Abertura da Novela 
 
http://memoriaglobo.globo.com/programas/entretenimento/minisseries/mad-maria.htm
http://memoriaglobo.globo.com/programas/entretenimento/minisseries/jk.htm
http://memoriaglobo.globo.com/programas/entretenimento/minisseries/amazonia-de-galvez-a-chico-mendes.htm
http://memoriaglobo.globo.com/programas/entretenimento/minisseries/amazonia-de-galvez-a-chico-mendes.htm
Caminho das Índias telenovela brasileira produzida e exibida pela Rede 
Globo no horário das 20 horas entre 19 de janeiro e 11 de setembro do ano de 
2009, dividida em 203 capítulos. 
A trama principal da novela é traçada entre Raj, um jovem indiano que 
possui uma noiva no Brasil, filho de Opash, um indiano conservador, seguidor 
das mais antigas tradições. Maya, uma linda jovem indiana que já está na idade 
de se casar, confia que seus pais, Manu e Kochi, procurem um marido para ela. 
Mas a jovem conhece Bahuan, um jovem indiano que nunca esqueceu as 
humilhações que passou na infância por ser um dalit (no sistema de castas do 
hinduísmo, são os "intocáveis”) sendo considerado impuro e condenado a nem 
mesmo tocar a sombra de um integrante das castas altas. Ambos tentam levar 
um amor impossível. O outro lado da telenovela é marcado pela ambição e 
ganância dos irmãos Cadore - Raul e Ramiro, que estão à frente da empresa da 
família e brigam entre si para seguir o ideal que cada um acredita. Ramiro é um 
empresário ambicioso, que só foca no sucesso pessoal, e cobra do filho Tarso a 
mesma postura que ele tem frente aos negócios. Mas no decorrer dessa 
obrigação e pressão imposta pelo pai, Tarso se refugia cada vez mais dentro de 
si e desenvolve um quadro de doença mental. 
 
 
PROCESSO CRIATIVO DA FIGURINISTA NA OBRA ESCOLHIDA 
 
Cada região da Índia possui sua moda particular, estilo e cores 
predominantes. Em Caminho das Índias, a figurinista Emília Duncan e a equipe 
de figurino, focaram-na região do Rajastão. “As roupas são basicamente as 
mesmas para todas as castas. O que difere umas das outras é a qualidade dos 
tecidos, o elaborado das amarrações, acabamentos e joalheria”, explica a 
figurinista. Ainda segundo ela “O forte da Índia são as cores vivas e nós as 
trouxemos para o figurino” 
 
FIGURA 3 - Roupas Coloridas em Crianças do Rajastão 
 
Em entrevista Emília conta que o processo de criação, concepção e 
pesquisa para o figurino da novela foi feito modularmente e durou em média mais 
ou menos um ano, ela viajou algumas vezes à Índia, e a pesquisa continuava 
conforme Glória Perez escrevia, a figurinista que ela e a escritora recorreram à 
pesquisa para saber, por exemplo, como era um batizado indiano. Emília 
confessa que sabia pouca coisa sobre a Índia e que para fazer o figurino sobre 
determinada cultura o processo é complexo. Tem que entender a maneira que a 
roupa se expressa naquela cultura. O figurino é uma forma de se comunicar, 
escolher o figurino não é só escolher o que é bonito e o que é feio, é significar. 
É preciso entender os significados. Além disso, o figurino não é um trabalho 
isolado. É uma linguagem que serve a uma história, que tem elenco e direção. 
O figurino de Caminho das Índias exigiu da figurinista Emília Duncan um 
trabalho intenso de pesquisa: ela passou quase dois meses viajando 
pela Índia para compor os looks de cada personagem da trama. “Pude 
conhecer as tradições de perto, além de garimpar tecidos, aviamentos e peças 
típicas para o núcleo indiano”, conta. 
De acordo com as pesquisas realizadas e fontes de entrevista Emília 
conta que fez uma pesquisa prévia, ainda no brasil, sobre a vestimenta indiana 
e desenvolveu um dicionário de nomenclaturas. O glossário foi peça chave na 
comunicação da figurinista com os comerciantes pela Índia, na intenção de 
pesquisar e adquirir algumas peças para estudo. Mais tarde, exemplares desse 
dicionário foram distribuídos à equipe, para que “falassem a mesma língua” 
quando se referissem aos trajes. 
Após ter conhecido mais sobre o universo indiano, descobriu-se por 
exemplo, que o sári é uma peça invariavelmente usada em todas as épocas e 
que identifica a mulher na sociedade indiana. Todas o usam, diferenciando 
apenas o tecido de que é feito, a amarração e o comprimento, além dos 
acessórios que lhe podem ser aplicados, como broches e tecidos na barra (o que 
dá certo pesa, melhorando o caimento). Por isso, quanto mais sofisticada é a 
amarração do sári, mais impecável é a mulher que o usa. Por outro lado, os sáris 
mais curtos, por serem peças mais baratas pela menor quantidade de tecido, 
indicam que a mulher tem menor poder aquisitivo. O panejamento, isto é, a arte 
de se fazer a vestimenta apenas enrolando o pano (tecido) em torno do corpo, 
sem costura-lo, é característica adquirida da tradição muçulmana, que exerceu 
sua influência no norte do país. As duas características misturadas no vestuário 
indiano marcaram presença nos figurinos confeccionados. 
Os indianos têm seu status social reconhecido entre eles muito mais por 
sua indumentária do que por suas casas, sua arquitetura, como pôde comprovar 
a figurinista em sua pesquisa. Conceber figurinos sob essa ótica é bastante 
diferente de fazê-lo como se a vestimenta servisse apenas como uma cobertura, 
um revestimento do corpo no dia-a-dia. O figurino em si comunica muito sobre 
quem o usa, é o elemento que muitas vezes oferece o primeiro contato com o 
personagem. Um figurino, indiano, pode comunicar, portanto, muito mais. 
Quando estava na segunda viagem à índia e a novela já estava prestes a 
ser gravada, deu-se a construção visual dos personagens ao mesmo tempo em 
que as compras foram feitas. Acompanhada da sua assistente e uma figurinista 
indiana, Emília conta que precisou comprar em apenas um mês o que seria 
usado nos oito meses seguintes. Como há sempre um orçamento a respeitar, 
não é possível comprar itens desmedidamente, e esta é mais uma preocupaçãoque se deve ter em mente. E para lançar mão de tanta objetividade e precisão 
na escolha das peças a serem compradas, foi fundamental a base firma do 
repertorio construído anteriormente, por toda a pesquisa desenvolvida na 
primeira etapa. 
O conhecimento dos personagens e uma linha traçada a respeito de suas 
personalidades na primeira fase também é muito importante. É durante esse 
processo que outros parâmetros são criados pela figurinista para nortear a 
escolha dos materiais, como a paleta de cores e estilos. Nesse momento, a 
figurinista iniciou um processo de significar os personagens. Estudou como 
representa-los em sua casta, em sua profissão, e também em seu 
temperamento, além de ter entendido em que ponto e de que maneira poderia 
trabalhar de modo mais lúdico, onde poderia cometer exageros com 
expressividade sem que isso parecesse absurdo. Por estas razoes, Emília 
acredita que suas criações não podem ser nomeadas apenas como realistas, 
pois abraçam amplos aspectos, além dos que fazem parte da realidade palpável 
estabelecida. Seus personagens são identificados de acordo com suas funções, 
profissões e personalidade, podendo incluir também um universo imaginário 
nesta identificação. Como já dito antes não se pode esquecer que um figurino 
serve sempre a uma narrativa, que como obra de ficção, ele comporta a 
realidade e a fantasia. Assim, os códigos da moda, ou da época, muitas vezes 
precisam ser adaptados, recodificados, para estreitar a comunicação entre 
personagem e público. 
 
 
 FIGURINOS, CARACTERIZAÇÃO E PERSONAGENS 
 
 
 
Com uma diversidade de personagens e foco na cultura da Índia as 
mulheres do núcleo indiano ganharam vestimentas com tonalidades fortes e os 
homens, com cores mais sóbrias, as cores de maior destaque do figurino em 
geral eram rosa pink, salmão, laranja, branco, azul, azul cobalto, amarelo, 
marrom, ocre, vermelho e verde grama. Peças como sáris e punjabis (conjunto 
de calça e bata comprida) compunham os figurinos femininos. Foram usados 
como referência para o vestuário masculino filmes de Bollywood e publicações 
internacionais sobre moda de acordo com o próprio site da emissora TV Globo 
produtora da novela. 
Em um artigo denominado o fugirino na telenovela brasileira publicado em 
2011 baseados em uma analise feita por Carol Bassi com informações 
concedidas em uma entrevista com emilia duncan feita em 2009 pelo Prof. Dr 
Fauto Viana e a pesquisadora Rosane Muniz aspectos da criação do figurino 
para a novela são enfatizados mostrando que ao abordar a construção visual de 
alguns personagens de Caminho das Índias, várias questões foram observadas, 
durante a trama há duas castas bastante referenciadas: a dos brâmanes e a dos 
comerciantes. Os brâmanes são membros de uma casta sacerdotal, com mais 
poder aquisitivo, mas que não ostentam esse poder em sua aparencia, possuem 
sabedoria espiritual e intelectual. Os comerciantes dedicam-se á venda de 
produtos geralmente produzidos ou comercializados tradicionamente pela familia 
há muitos anos, configurando uma especialidade. 
Para SHANKAR, brâmane mais conhecido da trama, o ditetor Marcos 
Shechtman queria um figurino marcado pelo branco e pela túnica, inspirando seu 
figurino na vestimenta do lider Gandhi. Entretanto, como “o figurino é tão vestido 
pelo corpo, quanto o corpo é vestido pelo figurino” (PAVIS, Patrice. 2008, p.164), 
deve-se avaliar se esta dupla combinação compõe com sucesso a figura do 
personagem. Por esta razão, Lima Duarte, ator que interpretou SHANKAR, teve 
seu figurino adaptado. Um figurino identico ao de Gandhi revvelaria suas pernas 
desde a altura das coxas e o ator tem uma forma fisica bastante diferente da do 
lider olitico-espiritual, isto certamente geraria estranhamento ao espectador. 
Para adaptar a ideia, bastou alongar o comprimeto da vestimenta ate a altura 
dos tornozelos. 
 
 
FIGURA 4 - À esquerda, líder espiritual Gandhi, e à direita, o ator Lima Duarte se 
preparando para interpretar o personagem Shankar 
 
Já para o personagem de PANDIT, o sacerdote interpretado por José de 
Abreu, a referencia visua era de um verdadeiro sacerdote. Assim, Abreu 
apareceu se cabelos e com a barriga exposta no inicio da novela. Como o publico 
não aceitou bem esta exposição, seu traje ganhou um pano para cobrir a área 
de seu abdomen. 
É bastante tipica do meio televisivo esta interferencia do publico na trama 
e na forma como a mesma é contada. A novla, como “obra aberta” permite esse 
desenvolvimento constante. Sendo A TV um meio cujos vínculos comerciais são 
estreitos, não é interessante que o Ibope de uma novela caia. Cabe aos diretores 
da novela avaliarem as adaptações necessarias para que o publico se mantenha 
e para que, ao mesmo tempo, não se perca o caráter original da criação. 
 
 
FIGURA 5 - O ator José de Abreu vestindo os dois casos de figurino do seu personagem 
 
 
 
FIGURA 6 - Claúdia Lira com figurino de Nayana 
 
Para representar NAYANA, mulher de PANDIT, com feminilidade, foram 
usados brocados ( como na traição de Varanasi, uma das cidades mais místicas 
e sagradas da Índia). Mas como ela também era uma brãmane, houve o cuidado 
de não usar tais brocados de modo ostensivo, porque sua casta não ostenta 
posses. Foram usados no sentido de conferir nobreza de carater e uma 
dignodade, próprias. 
Já a construção dos personagens comerciantes e seus familiares 
denotam a importancia das posses e o valor material de suas conquistas. 
OPASH é um comerciante de tecidos sendo assim, em seus figurinos sempre há 
bordados, chamando atencao para o trabalho manual das roupas e a tradicao 
milenar de fazer tecidos. 
 
 
FIGURA 7 - Tony Ramos em três figurinos diferentes de seu personagem Opash com 
destaque para os bordados manuais 
 
MANU, que também era um comerciante, dono de uma loja de essência, 
teve em seus trajes cores que lembravam o tom dos pós e perfumes vendidos 
em seu estabelecimento. 
 
 
FIGURA 8 - Personagem Manu, Interpretado pelo ator Osmar Prado 
 
Já para os trajes masculinos a inspitação da figurinista foi o visual do 
dirigente politico indiano, Nehru, uma alternativa para ser um traje diferente dos 
ocidentais e contemporãneos, sem perder certa atualidade. Sua roupa agrega 
um aspecto particular de sua cultura e possui algo de atemporal. 
 
FIGURA 9 - Nehu e Gandhi 
 
 
FIGURA 10 - Radesh interpretado por Marclus Mihem 
 
Para RADESH, personagem comico da novela que se fazia de vidente em 
sua vinda ao brasil, o figurino pôde ser exagerado. Emília trabalhou com uma 
ideia mais caricaturada do que seja um místico indiano, o que combinadva com 
a interpretação do ator. Além da caricatura bem feita acrescentar comicidade ao 
papel. Os tecidos tem pouco brilho, suas cores são sempre extravagantes e no 
alto da cabeca há um grande turbante. 
Quanto aos figurinos das mulheres e filhas dos comerciantes, todos são 
bastante adornados com brocados e joias. 
 
 
FIGURA 11 - A atriz Cleo Pires, vestindo os sáris de seda e algodão de Surya sua 
personagem 
 
SURYA, antagonista do personagem da personagem principal MAYA (na 
qual será analisado o figurino mais adiante juntamente com o outros 
personagens principais), teve seus sáris confeccnionados em seda e algodão, 
tecidos usados por serem bastante nobres e caros, combinando com seu caráter 
extremamente vaidoso e competitivo. SURYA procura ser sempre a mais 
poderosa entre as mulheres da sua casa. Por outro lado, estes tecidos são 
também mais duros e espessos, com caída maís rigida contribuindo para o 
contraste entre seu personagem e o de Maya (escolha propositalmente feita por 
Emilia, conforme explica) 
 
FIGURA 12 - Eliane Giardini como Indira 
 
INDIRA, esposa de OPASH, ficou marcada pelo uso das cores verde e 
vermelho que são alto contraste, caracteristicas da Índia, que causam sensação 
vibrante em quem as observa. Indira, coerentemente,possui um caráter vibrante, 
inquieto, é uma mulher ativa em sua casa, bastante poderosa em relação às 
outras mulheres, além de vaidosa e divertida. 
 
 
 
 
 
FIGURA 13 - Nivea maria interpreta Kochi. Acima a esquerda posa para foto e, à direita, 
contracena com Juliana Paes em cenário do quarto de Maya 
 
KOCHI, esposa de MANU, respeita as tradições, mas não se aliena às 
mudanças de seu tempo. Esta postura está presete em suas atitudes (MAYA 
pode concluir os estudos e trabalha fora de casa, mesmo sendo mulher, fugindo 
aos costumes mais tradicionalistas indianos) e está presente também em seus 
sáris, mais contemporâneos. Alguns de seus figurinos foram comprados mesmo 
em São Paulo, revelando um aspecto mais “globalizado”, menos tradicional. 
Os figurinos construídos por Emília Duncan para esta novela são muitos 
ao todo cerca de 70 pranchas foram feitas para os personagens do núcleo 
indiano. É visível a qualidade superior, tanto do resultado final da obra, quanto 
da construção plástica de seus personagens, quando a compramos com outras 
novelas. Houve uma evolução na elaboração do processo criativo. Em Caminho 
das Índias sente-se muito mais viva a cultura do lugar, encontra-se uma nova 
atmosfera. Os personagens pertencem a outra cultura, completamente avessa à 
nossa, brasileira, mas Emília soube trabalhar as diferenças, assim como as 
semelhanças a favor dos personagens da história a ser contada, de modo que 
os personagens não perderam em profundida, nem tampouco tornaram-se 
caricaturas de um universo desconhecido já estereotipado. 
 
 
OS PERSONAGENS PRINCIPAIS E ANÁLISE DE SEUS FIGURINOS 
 
MAYA MEETHA 
 
Interpretada por Juliana Paes: Moça indiana da casta dos comerciantes 
que trabalhava num call center no início. Envolve-se com BAHUAN, mas após 
ser abandonada por ele, casa-se com RAJ, num casamento arranjado por seus 
pais. Acaba se apaixonando por RAJ. Seu filho é, na verdade, filho de BAHUAN, 
e não de RAJ, informação que põe em risco a felicidade do casal: os 
pais MANU (Osmar Prado), comerciante de perfumes, e KOCHI (Nívea Maria). 
O irmão KOMAL (Ricardo Tozzi), um sedutor sem vocação para o trabalho, 
apesar dos esforços do pai, que é um esperto comerciante 
a esposa de Komal, RANI (Bredha Haddad), com quem ele casa no início 
a melhor amiga DEVA (Cacau Mello), trabalha no mesmo call center que ela 
a amiga de Deva, SONYA (Janaína Prado), alvo das investidas de Komal 
a criada HARIMA (Clarisse Derziê Luz). 
 
 
FIGURA 14 - Atriz Juliana Paes em dois de seus figurinos como Maya 
 
O personagem de MAYA, jovem sonhadora e feminina, foi caracterizada 
com sáris de chiffon e musseline que conferem leveza e sensualidade a seus 
movimentos, além de uma leve transparência. Suas estampas são 
características do Rajastão, região fortemente pesquisada por Emília Duncan, 
principalmente nos figurinos femininos. 
 
FIGURA 15 – Detalhes dos adereços de Maya 
 
Já nos acessórios joias e adereços não faltavam, entre eles, pulseiras 
grandes e coloridas, brincos bem trabalhados muitas vezes com detalhes em 
pérolas, pedras e correntes de metal que “abraçam” a orelha e terminam com 
pingentes, tornozeleiras e bindis (joias adesivas usadas no meio da testa) 
também eram usados. 
 
 
FIGURA 16 – Variação de penteados da personagem Maya 
 
Na maquiagem batom cintilante e olhos bem delineados, nos penteados 
muitas variações como cabelo solto com tranças laterais e tranças baixas com 
acessórios indianos, Juliana Paes colocou apliques para dar volume e 
comprimento aos fios. 
 
FIGURA 17- Conjunto de traje e acessórios usados por Maya em cerimônia 
indiana 
 
É difícil discernir onde termina o figurino e onde começam os acessórios 
e a maquiagem. Tudo está composto em harmonia e comprometido com a ideia 
central do personagem. Não se pode extrair nenhum desses elementos sem 
comprometimento do conjunto. Além disso há completude entre figurinos e 
cenários. 
 
RAJ ANANDA 
 
Vivido por Rodrigo Lombardi, filho de uma tradicional família indiana, 
terminou seus estudos na Inglaterra e mantém sua própria empresa de 
informática. Vive dividido entre os valores do ocidente e do oriente. Casa-se com 
Maya, num casamento arranjado pelas famílias, o que o leva a terminar o 
relacionamento que mantinha com uma brasileira. Acaba apaixonando-se por 
Maya: o pai OPASH (Tony Ramos), rico comerciante de tecidos. Orgulhoso, 
sério, e extremamente apegado aos costumes e tradições, defensor ferrenho do 
sistema de castas a mãe INDIRA (Eliane Giardini), subserviente ao marido e aos 
costumes, dramática e dedicada à família. Desconta sua insatisfação nas noras 
os irmãos AMITHAB (Danton Mello), mais velho, trabalha com o pai na loja de 
tecidos da família. Também é apegado às tradições e não vê com bons olhos as 
ideias do irmão. Amithab é casado com SURYA (Cléo Pires), invejosa e 
dissimulada, que luta pelos privilégios de ser a primeira nora, esposa do filho 
mais velho. SURYA sofre por não gerar um filho homem e inferniza a vida de 
Maya quando ela vai morar com a família Ananda 
RAVI (Caio Blat), que, apesar da enorme pressão dos pais, conseguirá driblar 
os costumes e se casar com uma brasileira que conheceu pela internet 
e CHANTI (Carolina Oliveira), doutrinada pela família para os afazeres 
domésticos e para casar-se. Ela estuda, lida com informática e sonha em ser 
independente e atriz de Bollywood 
a avó LAKSMI (Laura Cardoso), mãe de OPASH, ficara viúva ainda grávida. Por 
ser a pessoa mais velha da família, todos lhe devem respeito e obediência. 
Rigorosa e tradicional, critica INDIRA e as esposas de seus netos a todo 
instante, o que lhe vale o apelido de ‘naja’, pelas suas costas, pelas intrigas que 
costuma tear o tio-avô KARAN (Flávio Migliaccio), cunhado de LAKSMI, de 
ideias mais modernas, defende a modernização da Índia, apesar de algumas 
opiniões mais conservadoras. É o único que sabe do segredo sobre um romance 
do passado de LAKSMI, e desconfia sobre a real paternidade de OPASH 
a sobrinha ANUSHA (Karina Ferrari), filha de SURYA e AMITHAB. Esperta e 
graciosa, dança muito bem 
a empregada da casa DURGA (Paula Pereira), que ao ser alvo de uma 
chantagem de SURYA, a auxilia em seus planos contra MAYA 
a filha de DURGA, LALIT (Laura Barreto), companhia constante de ANUSHA. 
 
 
FIGURA 18 - Rodrigo Lombardi no papel de Raj, lenço sob camisa tornou-se 
marca registrada do personagem 
 
Como dito RAJ, filho de OPASH, estudou fora do pais e é um homem de 
sucesso nos negócios. Volta a Índia para se casar e se estabelecer. Seu estilo é 
marcado por forte influência inglesa, usa camisas de gola pólo quando está fora, 
mas dentro de seu país, segue um estilo tradicional. 
 
 
 FIGURA 19 - Acima Raj usa traje tradicional indiano com turbante ao lado de 
Maya 
 
BAHUAN SUNDRANI 
 
Interpretado por Márcio Garcia, rapaz rico e culto, mas que não se 
esqueceu das humilhações que passou na infância por ser um dalit, um 
intocável. Foi adotado por um brâmane e estudou nos Estados Unidos. Ao voltar 
à Índia, envolve-se com Maya, ocultando sua origem, mas a abandona, sem 
saber que ela está grávida. Ainda apaixonado por ela, atrapalha como pode o 
casamento de MAYA e RAJ. Os negócios com a empresa brasileira CADORE 
são responsáveis pelo encontro de RAJ e BAHUAN: o pai 
adotivo, SHANKAR (Lima Duarte), sacerdote sábio, criou BAHUAN como se 
este fosse seu filho. De ideias mais modernas, vê os dalits como iguais e luta 
pelos seus direitos. Por isso, vive em conflito com OPASH, ferrenho opressor 
dos intocáveis, sem saber que é seu pai, fruto de seu romance de juventude com 
LAKSMI o amigo no Brasil PEDRO (Alexandre Liuzzi) a namorada no 
Brasil SHIVANI (Thaya Ayala), jovem filha de milionários indianos. 
 
FIGURA 20 - O ator Márcio Garcia no papel de Bahuan, em dois estilos diferentes 
 
 BAHUAN, filho adotivo de SHANKAR, usa roupas tradicionais comum 
estilo “revisitado”, “atualizado” quando está na Índia. Ao longo da novela, suas 
roupas se tornam um pouco mais ocidentalizadas. A pesquisa para o figurino 
deste personagem foi feita em lojas bastante contemporâneas e de grife. 
O mais interessante deste personagem é que seu figurino transita entre o 
indiano e o brasileiro, durante o andar da trama BAHUAN passa por uma 
transformação, após o casamento de MAYA e RAJ. Essa mudança acaba 
afetando o comportamental e o seu figurino. 
- Por causa da raiva que vai sentir, ao perder MAYA, BAHUAN vai 
começar a buscar essa força que lhe falta. Essa ira toda vai ajudá-lo a se 
conhecer. Nessa transição, ele também ficará um homem rico e poderoso. E, 
assim, vai começar a reagir às injustiças que fazem com os intocáveis, disse o 
ator para a coluna de Patrícia Kogut. 
O personagem abandonará as roupas mais coloridas e investirá em 
camisas sociais 
 - Acho que isso vai ajudar o personagem também. O BAHUAN não tem 
charme. O RAJ usa uma indumentária mais sedutora, contou Márcio. 
http://oglobo.globo.com/cultura/kogut/
 
FIGURA 21 – Acima os personagens principais da novela juntos Raj, Maya e 
Bahuan 
 
 
A novela Caminho das Índias deixou marcas nos telespectadores tanto 
pela história que contava quanto pela cultura que mostrava e em meio destes 
dois o destaque principal foi sem dúvida o figurino, Emília Duncan fez um ótimo 
trabalho e mostrou que como uma boa figurinista, vai do contemporâneo ao 
histórico com a maior facilidade, passando também pelo étnico e cultural. Seus 
trabalhos envolvem muita pesquisa e dedicação, sendo pensado até nos 
mínimos detalhes, por isso é hoje uma das figurinistas brasileiras mais bem 
reconhecidas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
 
 
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em:<http://memoriaglobo.globo.com/programas/entretenimento/novelas/caminh
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XAVIER, NILSON. TELEDRAMATURGIA: CAMINHO DAS ÍNDIAS. Disponível 
em:<http://www.teledramaturgia.com.br/caminho-das-indias/> Acesso em: 
25/10/2017 
 
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TELENOVELA NA MODA UMA ANÁLISE DA NOVELA CAMINHO DAS 
ÍNDIAS. Brasília, 2009. Disponível 
em:<http://repositorio.uniceub.br/bitstream/123456789/2010/2/20742449.pdf> 
Acesso em: 25/10/2017 
 
Marques, Darciele Paula. A REPRESENTAÇÃO DAS 
IDENTIDADES/IDENTIFICAÇÕES POR MEIO DA MODA: O FIGURINO NA 
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1677-9061), n.14, junho, 2011. Disponível 
em:<https://periodicos.ufsm.br/ccomunicacao/article/download/4602/2758> 
Acesso em: 25/10/2017 
 
GLOBO, MEMÓRIA. EMÍLIA DUNCAN TRAJETÓRIA. Disponível 
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duncan/trajetoria.htm> Acesso em: 25/10/2017 
 
CAMPOS, LAIS LANA. O FIGURINO DA NOVELA CAMINHO DAS ÍNDIAS. 
PORTAIS DA MODA. Disponível em:< 
http://www.portaisdamoda.com.br/noticiaInt~id~17946~n~o+figurino+da+novela
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DA REDAÇÃO SITE ESTRELANDO. OS FIGURINOS DA NOVELA CAMINHO 
DAS ÍNDIAS. Publicada em 27, agosto, 2015; Editada em 01, novembro, 2017. 
Disponível em:<http://www.estrelando.com.br/foto/2015/08/27/confira-os-looks-
de-caminho-das-indias-195294/foto-7> Acesso em: 28/10/2017 
 
Brandão, Raquel. JULIANA PAES NA NOVELA CAMINHO DAS ÍNDIAS 
SAIBA COMO FAZER O PENTEADO DE MAYA. Segredos de Salão, 2015. 
Disponível em:<http://www.segredosdesalao.com.br/noticia/juliana-paes-na-
http://www.portaisdamoda.com.br/noticiaInt~id~17946~n~o+figurino+da+novela+caminho+das+indias.htm
http://www.portaisdamoda.com.br/noticiaInt~id~17946~n~o+figurino+da+novela+caminho+das+indias.htm
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https://issuu.com/carolina.bassi/docs/artigo_para_quadrienal> Acesso em: 
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ANGEL, HILDEGARD. EMÍLIA DUNCAN, A GRANDE MESTRA BRASILEIRA 
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http://www.hildegardangel.com.br/emilia-duncan-nossa-mestra-brasileira-dos-
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"As imagens presentes neste trabalho são reproduções de materiais e 
artigos já existentes. Disponíveis nos sites utilizados como referência de 
pesquisa identificados acima” 
http://www.clicrbs.com.br/blog/jsp/default.jsp?source=DYNAMIC,blog.BlogDataServer,getBlog&template=3948.dwt&section=Blogs&post=151300&blog=378&coldir=1&topo=3994.dwt
http://www.clicrbs.com.br/blog/jsp/default.jsp?source=DYNAMIC,blog.BlogDataServer,getBlog&template=3948.dwt&section=Blogs&post=151300&blog=378&coldir=1&topo=3994.dwt
http://www.clicrbs.com.br/blog/jsp/default.jsp?source=DYNAMIC,blog.BlogDataServer,getBlog&template=3948.dwt&section=Blogs&post=151300&blog=378&coldir=1&topo=3994.dwt

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