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Abdome agudo Referências: Tratado de Cirurgia – Sabiston; Abdome agudo: clínica e imagem – Antônio Carlos Lopes; Clínica Cirúrgica USP. · Refere-se a sinais e sintomas de dor e sensibilidade abdominal, uma manifestação clínica que, em geral, requer terapia cirúrgica de emergência. · Obs.: importância de determinar rapidamente a necessidade de intervenção cirúrgica e dar início rápido à terapia adequada. · Situação emergencial, caracterizada pelo aparecimento abrupto de sintomas abdominais, em geral graves, sugerindo uma evolução potencialmente fatal. · Duração > 6h. · Afecção aguda, não traumática, cuja principal manifestação é dor abdominal. Em geral exige tratamento rápido (pode ser cirúrgico ou não). Perfurativo · A perfuração de vísceras ocas pode ocorrer por processos inflamatórios (úlceras pépticas, doenças inflamatórias intestinais), neoplásicos e infecciosos do aparelho digestivo, por uso de medicamentos (anti-inflamatórios), pela ingestão de corpos estranhos, traumatismos e iatrogenias, febre tifoide. · Quadro clínico: · Intervalo curto entre a dor e a chegada ao serviço de emergência (dor súbita e intensa); · Sinal do relógio · Dor súbita, de forte intensidade; · Sinais de sepse, hipotensão ou choque são frequentes (taquicardia, hipotensão, palidez...); · Exame do abdome sinais de peritonite, ausência de macicez hepática (sinal de Jobert) e de ruídos hidroaéreos. Normalmente tem defesa involuntária (abdome em tábua). · Posição – fica na antálgica, mas é pela dor, não porque melhora. · Náuseas, vômitos, parada de eliminação de flatos e fezes. · RHA diminuídos ou ausentes. · Percussão dolorosa (irritação peritoneal intensa). · Febre com sudorese fria. · Avaliação do ciclo menstrual, uso de DIU (hora da colocação) e cirurgias prévias. · Evolui rápido p/ choque · Conteúdos que mais irritam: ácido (1o), urina, sangue... · A intensidade dos sintomas e gravidade do quadro dependem do local, do tempo de perfuração, do tipo de secreção extravasada e das condições do doente. · Obs.: algumas vezes, a sintomatologia não é tão exuberante, podendo estar mascarada. · Inflamação peritoneal de natureza química invasão bacteriana secundária progressivo processo infeccioso, com repercussões locais e sistêmicas. · Há derramamento do conteúdo de víscera oca no peritônio. · Diagnóstico: clínico + imagem · Exames de imagem mostram a presença de ar ou líquido na cavidade peritoneal (pneumoperitônio), no retroperitônio e, com menor frequência, nas paredes de órgãos e outras estruturas. · Rotina de abdome agudo: raio x de tórax PA, abdome deitado e PA pneumoperitônio · Radiografia simples do abdome em decúbito dorsal e ortostática (mais eficiência para a detecção) · Ultrassonografia · Tomografia computadorizada · Diagnóstico diferencial e etiologia: · Tratamento: cirurgia · Diagnóstico etiológico é intra operatório. Além de trauma! Úlcera péptica – gástrica ou duodenal. 4 tipos Ligadas à doença péptica – hipersecreção gástrica: tipo II (2 úlceras concomitantes) e III (pré-pilórica) Vasotomia Obstrutivo Clínica Cirúrgica USP (pág. 1071 a 1078) · Síndrome decorrente de uma obstrução intestinal. É causado pela presença de um obstáculo mecânico (obstrução mecânica) ou de uma alteração da motilidade intestinal (obstrução paralítica) que impede a progressão normal do bolo fecal. · Causas mecânicas: presença de obstáculos intraluminares, como cálculos biliares e bolo de áscaris, ou por fatores extraluminares, como obstruções intrínsecas causadas por tumores, hematomas, ou pelas compressões extrínsecas, como aderências, hérnias e tumores. · Podem ser classificadas em: alta ou baixa, parcial ou completa, aguda ou crônica, simples ou estrangulada, em alça fechada. · Causas mais comuns: obstrução intestinal por aderências, hérnias inguinais complicadas e neoplasias intestinais. · Alta x baixa: · Alta acomete interino proximal (jejuno e íleo proximal). · Baixa acomete íleo terminal e cólons. · Simples x complicada: · Simples não ocorre sofrimento vascular. · Complicada ocorre sofrimento vascular, podendo ter perfuração e peritonite. · Fisiopatologia: · Quadro clínico: dor em cólica e difusa por todo o abdome, de início súbito, distensão abdominal, parada de eliminação de gases e fezes, náuseas e vômitos. Há aumento dos ruídos hidroaéreos, inicialmente. · Obstrução alta náuseas e vômitos precedem a parada de eliminação de gases e fezes. · Obstrução baixa parada de eliminação de gases e fezes antes dos vômitos, os quais são amarelados e depois têm aspecto fecalóide. Há distensão abdominal. · A dilatação extrema dos segmentos intestinais pode levar à isquemia, necrose e perfuração. · Distensão simétrica ou assimétrica · Exame físico: desidratação (fuga de líquido p/ 3o espaço), taquisfigmia pela desidratação, febre se houver complicação do quadro, hipotensão arterial em quadros prolongados. Abdome distendido, discreto desconforto à palpação (sem sinal de irritação peritoneal se não houver complicação), ruídos hidroaéreos aumentados e com alteração do timbre (timbre metálico) seguidos com o tempo pela diminuição dos ruídos até se tornarem ausentes. · Diagnóstico: clínico e imagens. · Exame de imagem: · Radiografia simples do abdome: em pé e deitado empilhamento de moedas ou níveis hidroaéreos pelo abdome. · Se necessário, pode fazer o estudo contrastado do trato gastrointestinal, USG e TC. · Exames laboratoriais (ajudam a ver a gravidade do caso): · Dosagem da concentração sérica de eletrólitos · Dosagem do hematócrito · Creatinina · Estudo da coagulação · Dosagem de plaquetas e leucócitos · Tratamento: cirurgia – de preferencia a laparotomia exploradora, sendo que a videolaparoscopia está ganhando espaço. · Algumas situações podem ser tratadas apenas clinicamente: bolo de áscaris, aderências (cirurgias prévias), invaginação intestinal, volvo ou torção de sigmoide e fecaloma. · O procedimento cirúrgico, quando indicado, só deverá ser realizado após preparo pré-operatório adequado. Obstrução intestinal abdome distendido com muito ar. Parada de eliminação de gases e fezes, ausência de peristalse (se ouvir o murmúrio vesicular do pulmão, é sinal de que houve parada total; se não ouvir o murmúrio, é porque ainda há um pouquinho de peristalse. Causas: hérnias (inguinal, umbiliacal, incisional) encarcerou e estrangulou, vai p/ cirurgia, porque necrosa; volvo/volta do sigmoide sobre si mesma (por fecaloma ou megacólon); ascite Abdome agudo inflamatório · Existem diversas causas de abdome agudo inflamatório, sendo as mais frequentes: apendicite aguda, colecistite aguda, diverticulite e pancreatite aguda. · Peritônio visceral inervado pelo sistema nervoso autônomo. Peritônio parietal inervado pelo sistema nervoso cerebroespinhal (o mesmo da musculatura da parede abdominal). Dor insidiosa, inicialmente localizada. Fisiopatologia · Agente inflamatório/infeccioso no peritônio irritação instalação progressiva de íleo paralítico localizado ou generalizado e dor, pelo peritônio parietal, mais bem localizada e contratura da musculatura abdominal. · Lei de Stokes: toda vez que a serosa que envolve uma musculatura lisa sofre irritação, esta entra em paresia ou paralisia por isso há diminuição dos ruídos hidroaéreos, constipação etc. · A dor abdominal secundária à irritação do peritônio visceral (autônoma) é mal localizada e origina-se pela distensão e contração das vísceras, enquanto a dor que segue a irritação do peritônio parietal é contínua, progressiva, piora com a movimentação e mais bem localizada. Quadro clínico: · Dor abdominal: início, irradiação, evolução, localização, intensidade, duração, fatores de melhora ou piora. · Sintomas associados que podem ocorrer: náuseas, vômitos, febre, alterações no hábito intestinal. · Diagnóstico CLÍNICO! · Exames laboratoriais: · Aumento leve do número de glóbulos brancos – leucocitose (cerca de 16.000/mm3) · Posterior aparecimento de formas jovens na circulação: bastonetes, mielócitos e metamielócitos desvio à esquerda indicativo de gravidade do processo infeccioso · Presença de granulações tóxicas nos neutrófilos e, particularmente, à queda acentuada do número total de leucócitos – leucopenia – observada em infecções graves por bactérias Gram-negativas. · Contagem dos glóbulos-vermelhos (eritrócitos) e dosagem do hematócrito e da hemoglobina: úteis na avaliação do estado de hidratação do doente. · Medida da velocidade de hemossedimentação, quando revela níveis baixos, pode sugerir o caráter agudo do processo. Níveis elevados indicam processo inflamatório ou infeccioso crônico, eventualmente agudizado. · Amilase e lipase: aumentam na pancreatite, a amilase nas primeiras 24 a 48h, declinando a seguir; a lipase elevando-se tardiamente. · Exame de urina útil no diagnóstico diferencial com processos inflamatórios/infecciosos do trato urinário e em casos de apendicite e diverticulite, já que pode haver comprometimento pela proximidade das estruturas. · Pedir beta-HCG p/ mulheres em idade fértil. Apendicite aguda https://www.youtube.com/watch?v=bJOg7BzVUTk · Fatores de risco: homem, entre a 2a e 3a década de vida. · Obstrução do lume apendicular por corpo estranho ou processo inflamatório. · Etiopatogenia: Obstrução do lúmen do apêndice (fecalito, corpo estranho...) hiperproliferação bacteriana + secreção de líquido e muco para o interior da luz distensão há dor inespecífica primeiramente, em toda a região periumbilical (peritônio visceral) com a distensão, aumenta a pressão e consequentemente a dificuldade de irrigação, que pode levar à isquemia em 12-24h, começa a ter isquemia do apêndice dor localizada em fossa ilíaca direita (pela repercussão no peritônio parietal) hiperproliferação bacteriana c/ isquemia, pode levar à necrose também. Supuração: expelir pus · Quadro clínico: dor em epigástrio e região periumbilical que depois passa a se localizar em fossa ilíaca direita (ponto de Mc Burney). Pode ter náuseas, vômito, febre leve, calafrio, piora com a movimentação e anorexia/hiporexia. · Obs.: a dor pode ser difusa e a resistência generalizada. · Possível apresentação com dor irradiada para a lombar apendicite retrocecal (localização diferente dificulta o diagnóstico). · Exame físico: atitude antálgica (flexão dos membros inferiores) alivia a dor; pular e tossir podem piorar a dor. Ruídos hidroaéreos diminuídos. · Sinais sugestivos: · Blumberg: dor à descompressão brusca; · Rovsing: dor na fossa ilíaca direita quando se palpa a fossa ilíaca esquerda; · McBurney: dor na palpação do ponto apendicular. · Diagnóstico é clínico! · Mas às vezes é preciso investigar para fazer o diagnóstico diferencial com outras patologias gastrointestinais, urológicas e ginecológicas (ex.: cisto ovariano, abscesso ovariano). · Exames laboratoriais: hemograma, urina tipo I e proteína C-reativa. · Exames de imagem: TC e USG abdominal · Radio x é meio ruim p/ ver. Alças intestinais par éticas, bloqueando algo na fossa ilíaca direita (bloqueio de alça). Desaparecimento do músculo psoas. · Tratamento: analgesia + hidratação + antibioticoterapia + cirúrgico (apendicectomia) Analgesia · Cirurgia incisão estética · Se for fazer a cirurgia, e não for apendicite, já tira o apêndice - apendicectomia incidental, p/ já não confundir caso tenha outro caso de suspeita de apendicite. Diverticulite · Na maioria dos casos, os divertículos são falsos divertículos, ou seja, constituídos de mucosa e submucosa que herniam através da musculatura intestinal, e além disso são revestidos pela mucosa. · Diverticulose: presença de divertículos sem sintomas. · Doença diverticular: presença de divertículo associada a sintomas de forma complicada ou não. · 10-20% dessas pessoas vão desenvolver diverticulite. · Diverticulite aguda: processo inflamatório agudo de um ou mais divertículos, podendo estender-se às estruturas vizinhas e causar complicações, geralmente desencadeado pela abrasão da mucosa do divertículo por um fecalito. · 15% terão complicações significativas. · O processo inflamatório rapidamente envolve o peritônio adjacente, a gordura pericólica e o mesocolo. · Incidência < 45 é mais comum em homem, depois fica semelhante em homens e mulheres. · Mais comum > 50 anos. · Fatores de risco: obesidade (principal), tabagismo, dieta pobre em fibras, genética influencia. · 95% dos casos envolve divertículos no cólon sigmoide, onde eles são mais comuns. · Etiopatogenia: a doença diverticular do cólon pode estar associada ao cólon espático (forma hipertônica) ou não (forma hipotônica). · Forma hipertônica: os divertículos são limitados ao cólon sigmoide e/ou descendente. É a forma mais comum – 70%. A diverticulite geralmente está associada a essa forma. · O início do processo inflamatório ocorre na ponta do divertículo e se deve à obstrução por fecalito acúmulo de secreção mucosa crescimento bacteriano no interior do divertículo compromete suprimento sanguíneo parede pode sofrer necrose e perfuração intramural neste ponto a inflamação pode melhorar espontaneamente ou com tratamento clínico ou evoluir para uma complicação com formação de abscesso, perfuração em peritônio livre ou fistulizar para outros órgãos. · Quadro clínico: dor abdominal na fossa ilíaca esquerda ou região suprapúbica, do tipo contínua ou cólica, sendo que pode irradiar para o restante do abdome ou costas (peritonite generalizada). Pode haver anorexia e náuseas, constipação ou diarreia. Distensão abdominal. · Obs.: quando o processo inflamatório atinge a bexiga ou ureter, podem haver sintomas urinários como disúria e polaciúria. · A duração e gravidade dos sintomas dependem do fato de o paciente apresentar um processo inflamatório difuso ou localizado. · Constipação seria pela inflamação, na fase mais inicial. Posteriormente, pode causar diarreia osmótica e inflamatória. · Exame físico: febre leve, leve taquicardia, abdome levemente distendido, ruídos hidroaéreos diminuídos, sinal de Blumberg (dor à descompressão brusca) – irritação peritoneal. · Diagnóstico: clínico. Na dúvida, TC. · Exames: · Raio x de abdome: pode mostrar pneumoperitônio etc. · Não fazer colonoscopia nem enema pois aumentam a pressão e podem complicar (perfuração). Controverso. Já tem proctos fazendo. · USG: ótimo p/ diagnosticar. · TC com contraste: padrão-ouro p/ diagnóstico. · Classificação de Hinchey: · 1 abscesso pericólico. Dor localizada na fossa ilíaca esquerda, podendo haver um plastrão palpável, com descompressão positiva e localizada. · 2 plastrão maior e dor localizada em região hipogástrica. · 3 dor abdominal difusa com sinais clínicos de peritonite generalizada. · 4 dor abdominal difusa com sinais clínicos de peritonite generalizada. · Diagnóstico diferencial: obstrução intestinal por câncer de cólon, doença de Crohn, colite ulcerativa, apendicite aguda, colite isquêmica, DIP, nefrolitíase, pielonefrite. · Tratamento: · 75% dos internados por diverticulite aguda têm tratamento clínico. O restante terá indicação cirúrgica por perfurações, fistulização, abscesso e obstrução. · Indicações de cirurgia de eletiva: · · Indicações de cirurgia de emergência: pacientes com peritonite fecal e/ou purulenta (Hinchey III e IV), obstrução intestinal e imunossuprimidos. · Hinchey I: internação, hidratação, jejum e antibioticoterapia (cobrir gram-negativas e anaeróbias). Reavaliação clínica frequente. · Hinchey II: drenagem percutânea do abscesso localizado. A tomografia pode orientar. Se não conseguir, cirurgia está indicada. · Hinchey III e IV: cirurgia. Pancreatite aguda Clínica Cirúrgica USP (pág. 1043 a 1055) · Processo inflamatório da glândula pancreática, com envolvimento variável de outros tecidos e órgãos. · Etiologia: 80% dos casos estão relacionados a algum fator etiológico, destacando-se a doença biliar litiásica. Outros fatores são: pós-operatório, pâncreas divisum, pós-trauma, colangiopancreatografia retrógrada endoscópica (CPRE), obstrução do ducto pancreático (neoplasias e ascaridíase), sangramento do ducto pancreático, álcool, hipercalcemia, hipertrigliceridemia (> 500), veneno de escorpião, hereditária, infecciosa, vascular/isquêmica, algumas medicações. · Obs.: álcool causa sintomas muitas vezes aos muitos anos de ingesta, sendo responsável por pancreatite crônica, podendo dar continuidade a surtos de pancreatite crônica agudizada. · Fisiopatologia: a unidade funcional do pâncreas é o ácido. Várias enzimas pancreáticas são secretadas sob a forma de pró-enzimas e tripsinogênio. A pancreatite aguda decorre da ativação de enzimas pancreáticas ainda dentro do pâncreas, o que causa perda dos compartimentos intra e extracelulares e obstrução do transporte secretório do pâncreas. *Obstrução do ducto pancreático principal acúmulo de enzimas enzimas começam a digerir o próprio parênquima pancreático. · Biliar: obstrução das vias biliares causada por impactação transitória de pequenos cálculos na amploda de Vater ou por edema da papila duodenal resulta em elevação da pressão intraductal, o que desencadeia o processo inflamatório. A obstrução causada pelo cálculo geralmente é temporária, quando ocorre a migração do cálculo. A colecistectomia impede a recidiva. · Álcool: é diretamente tóxico para a célula acinar, porque altera seu metabolismo intracelular. Se continuar a agressão, induz a fibrosa, desencadeando o processo de cronicidade. · A ativação enzimática altera a microcirculação, causando lesão isquêmica seguida de reperfusão, processo no qual participam radicais livres de oxigênio e leucócitos polimorfonucleares produzidos no tecido isquêmico. O processo pode ficar restrito ao parênquima pancreático (pancreatite intersticial) ou ocorrer necrose do parênquima e do tecido peripancreático (pancreatite necrotizante – grave). · O pâncreas não é encapsulado. Então, quando o pâncreas começa sua autodigestão, e chegar a estourar, o liquido cai na cavidade (retroperitôneo). · Ativação precoce do tripsinogênio (que faz a digestão proteica) pâncreas começa a se auto digerir · Quadro clínico: dor abdominal de início súbito, forte intensidade, em faixa, principalmente em epigástro com irradiação para o dorso. Frequentemente associada a náuseas e vômitos. Muitas vezes o quadro inicia após ingestão de alimentos gordurosos ou álcool. A dor geralmente aumenta de intensidade após algumas horas até alcançar um determinado nível, onde pode permanecer por alguns dias. · A persistência da dor após esse período pode associar-se a complicações, como coleções, pseudocisto e necrose. · Quadro clínico varia, o que dificulta o diagnóstico. · Exame físico: bastante variável. · Icterícia em 25% dos casos de coledocolitíase; · Possíveis sinais de irritação peritoneal – abdome em tábua; · Distensão abdominal ou ausência de ruídos hidroaéreos, com íleo paralítico associado; · Febre é incomum; · Nas formas graves pode exibir sinais sistêmicos desde o início taquicardia e hipotensão – pela expressiva perda volêmica secundária ao sequestro de líquido no espaço retroperitoneal ou mesmo na cavidade abdominal, por hemorragias peripancreáticas. · Sinal de Cullen (mancha equimótica periumbilical) e Sinal de Grey-Turner (mancha equimótica em flancos) hematoma retroperitoneal (sugestivo de pancreatite aguda) sinais de gravidade. · Exames laboratoriais: ajudam no diagnóstico e avaliação da gravidade. · Amilase sérica: concentração 2,5x o normal após 6h, permanece elevada por alguns dias. Sensibilidade de 55-80%. Valores > 1.000 UI/dL são característicos (porém não diagnósticos) de pancreatite de causa biliar, enquanto que valores inferiores estão mais associados a etiologia alcoólica. · Lipase: é mais sensível que a amilase (85-100%) e permanece elevada por mais tempo. Se 3x maios que o normal, tem sensibilidade próxima a 100% para PA. · Exames de imagem: · USG de abdome: ótimo para detecção de etiologia biliar, mas não é útil para visualizar o parênquima pancreático inflamado. Não faz. · TC de abdome: bom para fazer o diagnóstico diferencial e para identificar compilações locais associadas com a forma grave da doença. · Obs.: Deve ser feita após reanimação e tratamentos iniciais – que tenham estabilidade. · Indicação: dúvida diagnóstica, estadiamento e monitorização. · Com contraste ele brilha mais com contraste se tem inflamação. Se tem necrose, não brilha nada. · Recomendado fazer em 48-72h, é o melhor momento p/ ver. · Diagnóstico: 2 dos 3 clínica (dor abdominal em barra, náuseas e vômitos); laboratório (amilase ou lipase aumentados); imagem (TC ou USG – coletilíase). · Obs.: importante pedir USG para avaliar a presença de coletilíase (objetivo de definir a causa da pancreatite aguda). · TC: após 48-72h para que seja possível identificar a necrose do parênquima pancreático. · Diagnóstico abdominais: doenças abdominais, abdome agudo... · Indicadores de gravidade: precisa? · Classificação da pancreatite aguda: classificação de Atlanta OLHAR A ATUALIZAÇÃO! · Olhar Ranson também. · É classificada em leve, moderada e grave. · Leve – dor abdominal · Moderada – outros sinais, hipotenso, etc. · Grave – sinal de Cullen e Grey-Turner. · Tratamento: identificar a etiologia da inflamação, tratamento sistêmico e tratamento local do pâncreas. · Medidas iniciais: jejum oral, hidratação parenteral e analgesia sistêmica. · Pancreatite aguda não-grave: tratamento clínico para restauração do equilíbrio hidroeletrolítico e redução do estímulo da secreção pancreática. Aliviar a dor abdominal meperidina, derivados de opiáceos ou fentanil. · Pancreatite aguda grave: a · Tratamento: · Moderado pode ser ambulatório. · Grave é na UTI. · Dieta: zero. Reintroduz quando o paciente fica sem dor, já sente fome... cerca de 48h. Enteral é melhor. · Hidratação parenteral: 5-10 ml/kg/h. · Objetivo de manter o débito urinário de 0,5-1 ml/kg/h · Analgesia: meperidina (vicia rápido) ou fentanil (mais potente que morfina). · Não usar morfina. · Antibiótico só se tiver infecção (por causa da necrose) 90% é por uma bactéria só. Mas pode fazer metronidazol + ceftriazona, cefepime etc. P/ gram negativo e anaeróbio. · Trata hipertriglicerinemia e hiperpotassemia. · Se for por álcool, tem que parar de beber. · Complicações: derrame pleural, ascite etc. · Se for por cálculo biliar, maioria o cálculo passa, lesa e causa pancreatite, mas depois passa p/ intestino e vai embora. Poucos casos, o cálculo trava tem que tirar (fica principalmente com 7 dias) – faz CPRE. Colecistectomia é obrigatória, faz 7 dias depois. Ingestão de corpo estranho Clínica Cirúrgica USP (pág. 1092) · Com adultos, costuma ser acidental. Há casos psiquiátricos ou paciente com disfagia. · Bem mais comum em criança, 2-5 anos. · A ingestão acidental ou intencional de corpos estranho geralmente cursa sem complicações. 80-90% dos corpos estranhos ingeridos não precisam de intervenção. Outros 10-20% precisam de intervenção por endoscopia, e menos de 1% requerem cirurgia. · Eventualmente, elas podem, entretanto, causar obstrução ou perfuração, constituindo-se dessa forma em grande dilema para o cirurgião no que diz respeito à conduta a ser adotada, se conservadora ou intervencionista. · Apenas 1% dos objetos ingeridos causa perfuração. · Os principais são os palitos – 9% dos casos. · O objeto pode impactar e evoluir com complicações em diversos segmentos do tubo digestivo: esfíncter esofágico superior e inferior, piloro, duodeno, válvula ileocecal e canal anal. · Os locais de perfuração geralmente são: íleo terminal, apêndice ou cólon. · O esôfago é o local do TGI onde mais ocorre a impactação, o que geralmente ocorre por estreitamentos luminais fisiológicos ou patológicos. · Fisiológicos: esfíncter esofágico superior (músculo cricofaríngeo), no nível do arco aórtico e esfíncter esofágico inferior (não hiato diafragmático) no hiato diafragmático. · Patológicos: divertículo, teias, tumores, restrições etc. · Obs.: metade dos indivíduos com impactação por alimentos no esôfago tem esofagite eosinofílica subjacente. · Moedas, baterias (perigoso porque em 2h a cápsula derrete e age como soda cáustica), objetos afiados, impactação de alimentos (pacientes com doença de esôfago), imãs (engole vários e faz obstrução intestinal), super imã (deixar tudo fora sem metal, porque puxa o intestino p/ perto da parede e necrosa), elementos com chumbo (intoxicação). · Quadro clínico: o principal sintoma é a disfagia. Outros sintomas quando a obstrução ocorre no esôfago são engasgo, recusa alimentar, hipersalivação, regurgitação de comida não digerida, saliva manchada de sangue, plenitude retroesternal, chiado. · Odinofagia pode ser indicação de ulceração ou perfuração. · Babar e não conseguir ingerir líquidos é sinal de obstrução. · Na ausência de complicações, a maioria dos pacientes fica assintomático quando o corpo estranho passa do esôfago. · Bezoar = bolo de algum material dentro do estômago. · Intoxicação por chumbo – letargia ou vômitos. · Bateria lesão após 2h. Retirar imediatamente. Antes administrar mel (até chegar no hospital) – 10ml/10min até 6x – p/ proteger. · Complicações: incluem perfuração, obstrução, formação de fístula aortoesofágica e formação de fístula traqueoesofágica. · Avaliação: Investigar história clínica, que nem sempre é clara. · Babar e incapacidade de ingerir líquidos sugerem obstrução esofágica exige endoscopia de emergência. · Fazer diagnóstico diferencial com outras patologias, principalmente apendicite aguda e ileíte de Crohn. · Se já passou do piloro, vai sair até 2,5 cm x 5 cm p/ adulto. · Exames de imagem: só feitos em pacientes sem sinais ou sintomas de obstrução do esôfago. · Exames radiológicos podem ajudar no diagnóstico, embora nem sempre se consiga identificar o corpo estranho na radiografia simples. Nesse caso, USG e TC também podem ajudar. · TC: suspeita de perfuração baseada nos achados clínicos ou radiográficos; corpo estranho afiado ou pontudo; suspeita de ingestão de pacotes de drogas sem história clínica clara. Ajuda na identificação, caracterização e avaliação de possíveis complicações. · Pode ser falsamente negativa se o corpo estranho for radiotransparente. · Sem contraste. · Radiografia (AP e perfil do pescoço, tórax e abdome): pode confirmar as características do objeto. Não pega comida, objetos de metal finos, madeira, plástico, vidro nem ossos de frango ou peixe. · Achados que sugerem perfuração esofágica: ar no mediastino ou livre no peritônio, ou presença de enfisema subcutâneo. · Empilhamento – obstrução intestinal · RM também. · Tratamento: depende da presença e severidade dos sintomas, das características do objeto ingerido e da localização determinada por imagem nos exames. · Tratamento conservador é apropriado na maioria dos casos. · Todos os objetos no esôfago exigem retirada em até 24h. · Se confirmado o diagnóstico, a conduta a ser tomada é a laparotomia, com limpeza da cavidade abdominal e a simples sutura do local perfurado, desde que as condições clínicas do paciente permitam. · Observação sem imagem – assintomático, < 2cm, curto, rombo, não é imã ou bateria. · Só espera. · EDA (endoscopia de urgência): insuficiência respiratória, obstrução esofágica, objeto afiado, longo > 5cm, imã ou bateria, > 24h no esôfago, > 4 semanas no estômago. Aspiração de corpo estranho ·
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