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1 P á g i n a | 1 Adaptação do RN à Vida Extrauterina o Transição da vida intra para a extra-uterina – complexo o Alterações anatômicas e funcionais o Transição se completa entre 6 – 12 horas de vida, podendo ocorrer nos primeiros dias 3 eventos marcantes: o Pulmão cheio de líquido trocas gasosas, estabelecimento circulação tipo adulto o Ambiente de estabilidade térmica meio ambiente, temperatura inferior o Alterações metabólicas CIRCULAÇÃO FETAL o Circulação pulmonar e sistêmica conectadas em paralelo - FO e DA o Vasculatura pulmonar resistência 10x superior à sistêmica o Fluxo pulmonar 3-4% débito cardíaco o Pressões lado direito > lado esquerdo Quem oxigena o sangue para o feto é a placenta, os alvéolos pulmonares estão preenchidos de líquidos; no entanto deve lembrar que intra-útero tem movimentos respiratórios fetais, mas são intermitentes e inefetivos. ➢ Vermelho: bem oxigenado ➢ Azul: mal oxigenado ➢ Vermelho/Vinho: sangue misto presente na Aorta Descendente. Tem sangue bem oxigenado (vermelho) saindo da placenta, atravessando a Veia Umbilical e desembocando na Veia Cava Inferior. A Veia Cava Inferior desemboca no Átrio Direito, mas o sangue bem oxigenado tem que chegar ao lado esquerdo, existe estrutura aberta intra-útero que é a primeira conexão que existe entre o lado esquerdo e direito do feto, Forame Oval. O sangue que vem da V. Cava Inferior e caio direto no AD, vai direto pro Átrio Esquerdo através do forame oval. Segue então pro AE, VE, Aorta e corpo. Através da Veia Cava Superior o sangue mal oxigenado chega ao Átrio Direito, Ventrículo Direito, Tronco da Pulmonar. Ao chegar no tronco da pulmonar o sangue iria para o pulmão direito e esquerdo, porém como o pulmão não tem função intra útero os vasos estão colabados (quase não consegue ir sangue para os pulmões) indo então para a segunda conexão em paralelo que existe que é o Canal Arterial ou Ducto Arterioso; o sangue rico em CO2 vem pelo Tronco da Pulmonar, não consegue ir para os pulmões e através do Canal Arterial chega na Aorta, assim o sangue da Aorta Descendente é um sangue misturado, contém sangue bem oxigenado que veio do AE/VE/Aorta misturado com sangue mal oxigenado que veio do Ducto Arterioso. São duas conexões em paralelo: o Forame Oval que comunica AD e AE o Canal Arterial que comunica o Tronco da Pulmonar com a Aorta 2 P á g i n a | 2 A placenta serve como um órgão de troca através do qual o feto absorve oxigênio, nutrientes e outras substâncias e excreta resíduos (como CO2). O ducto venoso liga a veia cava inferior à veia umbilical, permitindo que a maior parte do sangue da placenta contorne o fígado. O forame oval e o ducto arterioso dirigem a maior parte do sangue para fora do circuito pulmonar. Embora uma pequena parte do sangue arterial pulmonar entre no circuito pulmonar para perfundir os pulmões, o ducto arterioso desvia a maior parte para a aorta para suprir o tronco e os membros inferiores de oxigênio e nutrientes. São as primeiras diferenças que existem entre a circulação fetal e extra uterina. Outra diferença: Após o nascimento a pressão do lado esquerdo (AE, VE e Aorta) é alta e do lado direito (AD, VD e Pulmão) mais baixa, porém no feto tem: pulmão colabado (vasos fechados) o que leva ao aumento da resistência pulmonar e, portanto, à uma pressão pulmonar elevada. No feto a pressão do lado direito (pulmão, tronco da pulmonar, VD e AD) é elevada. Já no lado esquerdo tem a placenta, emaranhado de vasos que quase não oferece resistência vascular, dessa forma o sangue consegue se dissolver facilmente deixando a pressão do lado esquerdo mais baixa; o que explica a passagem do sangue no forame oval do AD para o AE (da cavidade de maior pressão para a de menor). Por isso que o sangue do canal arterial vai do Tronco da Pulmonar para a Aorta, porque a pressão fetal do lado D é alta e a pressão do lado E é baixa. Para que a circulação fetal se assemelhe à circulação extra uterina (de um adulto, por exemplo) precisamos que ocorram algumas modificações, como: - Fechamento do forame oval - Fechamento do canal arterial - Pressão do lado E (sistêmica) deve aumentar e a pressão do lado D (pulmonar) deve cair. Para que tudo isso se altere a primeira coisa que deve acontecer é a adaptação pulmonar, marcada pelo 1º movimento respiratório (dai a importância do primeiro choro do neném), pois a partir daí vão ocorrer todas as outras modificações. o Ducto venoso: sangue oxigenado para o coração o Forame oval: sangue oxigenado do AD para AE o Canal arterial: fluxo da artéria pulmonar para aorta I. Circulação fetal: o sangue oxigenado chega da placenta através da veia umbilical. Ao se aproximar do fígado o sangue passa diretamente para o ducto venoso, um vaso fetal que comunica a veia umbilical com a veia cava inferior. Percorrendo a veia cava inferior, o sangue chega no átrio direito e é direcionado através do forame oval para o átrio esquerdo. Assim, neste compartimento o sangue com alto teor de oxigênio vindo da veia cava se mistura com o sangue pouco oxigenado vindo das veias pulmonares, já que os pulmões extraem oxigênio e não o fornece. O ducto arterial, ao desviar o sangue da artéria pulmonar para a artéria aorta, protege os pulmões da sobrecarga e permite que o ventrículo direito se fortaleça para a sua total capacidade funcional ao nascimento. II. Circulação neonatal de transição: após o nascimento o ducto arterial, o ducto venoso, o forame oval e os vasos umbilicais não são mais necessários. Dessa forma, ocorre o fechamento do forame oval e o ducto venoso e arterial se contraem. O fechamento do forame oval ocorre pelo aumento de pressão no átrio 3 P á g i n a | 3 esquerdo que pressiona a sua válvula contra o septum secundum. O fechamento do ducto arterial parece ser mediado pela bradicinina, uma substância liberada pelos pulmões durante a sua distensão inicial. Essa substância tem potentes efeitos contráteis na musculatura lisa, atuando na dependência do alto teor de oxigênio do sangue aórtico. Assim, quando a pressão de oxigênio for maior que 50 mmhg no sangue que passa através do ducto arterial promove a sua contração. O fechamento do ducto venoso ocorre pela contração do seu esfíncter, possibilitando que o sangue que entra no fígado percorra os sinusóides hepáticos. Porém, vale ressaltar que a mudança do padrão circulatório fetal para o padrão adulto não ocorre repentinamente. Algumas alterações ocorrem com a primeira respiração e outras após horas e dias. ADAPTAÇÃO PULMONAR o Movimentos respiratórios intermitentes processo contínuo o Primeiros movimentos respiratórios: - Estímulos sensoriais - Grau discreto de asfixia - Estiramento pulmonar o Vasodilatação pulmonar resistência vascular pressão pulmonar fluxo pulmonar PaO2 o Eliminação do líquido que preenche os alvéolos o Pouco antes do nascimento: - velocidade de formação e quantidade de líquidos - Epitélio muda de membrana secretora de cloretos para sódio, que facilita a absorção do líquido após o nascimento O que leva o bebê a ter o primeiro movimento respiratório? 1. ESTÍMULOS SENSORIAIS: O feto sai de um ambiente totalmente escuro para um ambiente cheio de luz, de um lugar quentinho passa para um ambiente frio, de um ambiente silencioso para um barulhento, de um lugar onde ninguém toca nele e agora tem um monte de gente mexendo nele. 2. GRAU DISCRETO DE ASFIXIA: Em todos os partos, principalmente no normal, o bebê é submetido à um certo grau de asfixia – se ele estiver saudável irá se recuperar rapidamente e nada acontece. Esse grau de asfixia é até bom para o bebê, pois temos a diminuição da pressão arterial de O2 e aumento da pressão arterial de CO2 estimulando o centro respiratório. 3. ESTIRAMENTO PULMONAR: Ao passar no canal do parto o tóraxdo bebê é comprimido e assim ao sair temos um estiramento pulmonar que também auxilia na primeira respiração. Antes, o feto tinha movimentos respiratórios intra útero mas eles eram intermitentes e não serviam pra nada (devido ao colabamento pulmonar). Agora ele chorou e temos que ter movimento respiratório contínuo e efetivo. A partir do primeiro choro temos uma vasodilatação pulmonar (ação da prostaglandina e óxido nítrico), os vasos pulmonares que estavam contraídos se dilatam e com isso diminui a resistência vascular pulmonar (diminuindo a pressão pulmonar) assim aumenta o fluxo de sangue no pulmão (pela queda da p. Pulmonar) aumentando a pressão arterial de oxigênio do bebê. No período intra útero o sangue não estava passando pelos pulmões devido ao colabamento dos mesmo s e assim o sangue que chegava pelo Tronco da Pulmonar seguia pelo Canal Arterial chegando até à Aorta Descendente; com o primeiro choro do bebê o pulmão descolaba permitindo a passagem de sangue e a diminuição da pressão pulmonar (antes era elevada devido ao colabamento dos vasos) e assim uma oxigenação adequada ao bebê. O alvéolo que intra útero é preenchido de liquido, precisa agora estar preenchido de ar. E como isso é feito? Antes mesmo do bebê nascer já começa a preparar o pulmão (por isso os pediatras não gostam das cesárias 4 P á g i n a | 4 agendadas). “Bom, se eu vou nascer eu preciso começar a preparar o meu pulmão, parando então de jogar líquido para dentro do alvéolo”. Dessa forma ele começa a diminuir a velocidade de formação de líquido. Deve saber que no período intra útero a membrana alveolar secreta sódio pra luz do alvéolo e onde vai sódio vai água, agora ao invés da membrana liberar o sódio para a luz segura esse sódio no interstício e dessa forma a tendência do líquido é de vir pro interstício e não mais pro alvéolo; diminuindo assim o líquido alveolar. o Após o nascimento: -Gradiente de concentração: alvéolo para o espaço intersticial - pressão transpulmonar -Captação de líquido pelo leito vascular -Expressão durante parto vaginal - epinefrina inibe a secreção e promove absorção O “restinho” de líquido que ficou nos alvéolos será eliminado de algumas maneiras: - Reabsorvido no interstício (presença do Na). - Aumento da pressão transpulmonar devido à entrada de ar (empurra esse líquido) - Aumento do fluxo de sanguíneo no interstício que consegue remover o líquido - Compressão torácica durante o trabalho de parto - Descarga de adrenalina durante o parto que estimula a absorção de líquido para dentro do interstício e não mais na luz alveolar. Pulmão está pronto pra respirar. RECAPITULANDO: Nasce o neném, tem o estímulo para iniciar a respiração, começa a vasodilatar o pulmão, começa a chegar sangue no pulmão, diminui o fluxo de líquido para dentro do alvéolo antes do nascimento e quando nasce já termina de reabsorver o líquido residual. Agora temos um pulmão que chega sangue e com o alvéolo vazio para o ar poder entrar. Com a expansão dos pulmões e a consequente diminuição da p. pulmonar temos uma redução da pressão no VD e AD (diminuindo a pressão no lado D), agora a pressão sistêmica precisa se elevar! Quando o obstetra corta o cordão umbilical a placenta é retirada da circulação, levando ao aumento da resistência sistêmica e da pressão no AE, VE e consequentemente no lado E. Pulmão que antes tinha líquido agora já tem ar, o sangue que não chegava no pulmão agora já chega e a placenta já foi retirada da circulação. ADAPTAÇÃO CIRULATÓRIA o Após o nascimento → expansão dos pulmões e resistência vascular pulmonar (PG, NO) e da pressão no AD o Ligadura cordão → retira placenta ( resistência) → resistência sistêmica e da pressão AE o Gradiente de pressão esquerda-direita o Fechamento FO minutos após o parto Dentro do útero tem um gradiente de pressão D → E, agora as pressões se inverteram sendo maior do lado E e menor do lado D. Ainda precisa fechar o canal arterial e o tronco da pulmonar. Assim que as pressões se invertem já tem início do fechamento funcional do Forame Oval (FO). FO apresenta funcionamento semelhante ao de uma válvula, do lado D para o E ele permite a passagem de sangue mas do lado E para o D não permite, ao inverter as pressões já tem o fechamento funcional do forame oval; o forame continua aberto (não teve o fechamento anatômico), porém não apresenta mais função pois não permite a passagem de sangue do lado D para o E. o Fluxo de sangue esquerda-direita pelo canal arterial (fase de transição) o Queda da PG + PaO2 – inicia fechamento CA entre 4 e 12 horas de vida 5 P á g i n a | 5 o Fechamento funcional – ocorre entre 24 e 96 horas de vida o Fechamento anatômico – ocorre após algumas semanas Já Canal Arterial (CA) que era o responsável pela passagem de sangue do Tronco da Pulmonar para a Aorta, agora, na vida extra uterina, sangue começa a passar da Aorta para a Pulmonar e assim permanece pelo período conhecido como “Fase de transição,” em que o sangue que antes estava indo da Pulmonar para a Aorta agora passa da Aorta para a Pulmonar. Logo após o nascimento (período em que teve aumento da prostaglandina), tem queda desse hormônio propiciando vasoconstrição e aumento da oxigenação o que leva ao fechamento do CA, inicia entre 4 a 12h de vida e tem o seu fechamento funcional entre 24h a 96h de vida do bebê (fica constrito, já não passa mais sangue). Após algumas semanas tem então o fechamento anatômico, em que ocorrem alterações histológicas e celulares para o fechamento definitivo desse canal. O pulmão que antes não servia pra nada agora está cheio de ar e chega sangue, a placenta foi retirada, a pressão pulmonar que era alta caiu, a pressão sistêmica que era baixa subiu, ocorreu o fechamento do FO e do CA → Estabelecida então a circulação do tipo adulta. ADAPTAÇÃO METABÓLICA – GLICOSE: No período intra uterino toda a glicose fetal necessária é proveniente da mãe. Parte dessa glicose usa e o que sobra dela armazena na forma de glicogênio no fígado. Intra útero o feto está propenso ao armazenamento de glicose, insulina fetal está alta porque predispõe ao armazenamento de glicose no fígado. Relação do feto é: insulina alta / glucagon baixo. Assim que o bebe nasce o cordão é cortado e o fornecimento de glicose também cessa, aumenta os hormônios hiperglicemiantes (em especial o glucagon) e diminui os hipoglicemiantes (em especial a insulina), agora a relação é inversa: glucagon alto / insulina baixa. O que predispõe agora ao uso da glicose armazenada na forma de glicogênio hepático, inicia a glicogenólise (quebra de glicogênio hepático para a produção de glicose) e a neoglicogênese (formação de glicose a partir de fontes não carboidratos, principalmente a gordura marrom). Assim consegue o suprimento de glicose necessária. *Gordura Marrom: é uma gordura facilmente quebrada para a produção de glicose. ADAPTAÇÃO TÉRMICA o Feto produz calor o Gradiente de temperatura entre sangue da veia e artérias umbilicais elimina via circulatória a maior parte do calor gerado o Ao nascimento ambiente frio e úmido perda de calor 0,2 a 1 grau por minuto se nada for feito o Resposta: choro, movimentação ativa, vasoconstrição e termogênese da gordura marrom o taxa metabólica e consumo de O2 o Secagem o Campos aquecidos o Calor radiante / tórax da mãe Nessa adaptação tem 2 problemas diferentes (um no feto e outro no recém-nascido): o FETO: Ser em constante crescimento, com muitas reações enzimáticas e metabolismo acelerado que leva à uma alta produção de calor. Como ocorre essa eliminação de calor se está em um ambiente térmico controlado? A perda de calor é através da diferença de temperatura entre o sangue advindo da Veia e das Artérias Umbilicais. Feto elimina por via circulatória grande parte desse calor que gerado. o RECÉM-NASCIDO: problema é diferente,esse bebê não pode perder calor (se nada for feito perde de 0,2 a 1° por minuto, levando à hipotermia). 6 P á g i n a | 6 - Meios Fisiológicos de manutenção da temperatura: choro, movimentação ativa, vasoconstrição periférica, utilização da gordura marrom, movimento pulmonar, aumento da taxa metabólica. - Meios Externos de manutenção da temperatura: secar o bebê em campos já aquecidos e levar para uma fonte de calor radiante, ou diretamente para o tórax da mãe pra ficar em contato com a pele da mãe. Prematuros extremos estão mais predispostos a fazer hipotermia, pois quase não se movimentam, apresentam baixa taxa metabólica, ausência de gordura marrom pela prematuridade. ADAPTAÇÃO HEMATOLÓGICA o Feto ambiente hipoxêmico produção de eritropoetina contagem de eritrócitos o reticulócitos nos primeiros 3 dias de vida o Deficiência de vitamina K e fatores de coagulação vitamina K-dependentes o Estresse parto neutrófilos, com pico entre 12 e 24 horas de vida Deve lembrar que o feto vive em um ambiente de hipóxia, oxigenação é mista (lembrar que pela Aorta Descendente chega sangue vindo do lado E, rico em O2, misturado com sangue vindo do Ducto Arterioso, rico em CO2). Se vive em um ambiente de hipóxia estimula o rim a produzir eritropoietina, que estimula a medula a aumentar a contagem de hemácias, então o feto tem sempre uma Hb e Ht aumentados. Se a medula está sendo estimulada a produzir hemácias, produzirá também os reticulócitos que só aumentam quando há hiper estimulação medular (como na vida intra uterina). Nos primeiros dias de vida pode ter um aumento de reticulócitos que é normal, cuidado ao interpretar um hemograma de um RN para saber diferenciar uma hemólise de um aumento fisiológico. Em relação aos neutrófilos, devido ao estresse do parto ocorre um aumento dos neutrófilos, principalmente entre 12 e 24h de vida; sendo considerado normal valores até 30.000mg/dl. A vitamina K é importante para a manutenção dos níveis dos fatores de coagulação, que se deficientes, podem evoluir para doença hemorrágica. Todo RN apresenta deficiência de vit. K, pois ela é advinda da alimentação e da produção bacteriana intestinal, porém a flora bacteriana do RN é estéril não tendo quem produza. Para que isso não aconteça, todo RN recebe logo após o nascimento uma dose intramuscular de vitamina K, para não evoluir com deficiência da vitamina e dos fatores de coagulação. Fisiologicamente as plaquetas são normais. ADAPTAÇÃO GASTROINTESTINAL o Feto – nutrientes via placentária o Deglutição líquido amniótico o Coordenação entre sucção e deglutição – em torno de 34 semanas o Esvaziamento gástrico lento nas primeiras 12 horas de vida o RGE transitório o Eliminação mecônio até 24 horas de vida (98,5%), alguns até 48 horas Deve lembrar que o feto deglute líquido amniótico, e que isso faz parte da formação do TGI, porém não se alimenta disso. Sua nutrição é proveniente da placenta, consequentemente através da mãe.Se prematuro inferior a 34s, não apresenta coordenação entre a sucção e a deglutição, alimentação deve ser realizada por sonda nasoenteral. Todo bebê apresenta refluxo transitório, pois esvaziamento gástrico é lento nas primeiras 12h de vida (lembrar que nesse período mama muito pouco, cerca de 3-5ml por mamada). Pode apresentar a regurgitação por vários dias, sendo orientado à mãe que coloque o bebê pra arrotar. As primeiras fezes do bebê foram ainda formadas intra útero e apresentam coloração bem escurecida que se 7 P á g i n a | 7 assemelha ao piche, chamada de mecônio. A maioria dos bebês apresenta pelo menos 1 episódio de eliminação de mecônio até as primeiras 24h de vida, se não eliminar examinar e avaliar se está mamando bem e as características do abdômen (se está flácido, endurecido...). Se estiver tudo bem, observar até as primeiras 48h, se até esse período o bebê não eliminar mecônio (pelo menos 1 evacuação) investigar possíveis alterações. **É normal os bebês ficarem de 24 a 48h sem eliminar o primeiro mecônio, mas se ultrapassar desse período temos que ficar alerta. ADAPTAÇÃO RENAL o Feto – placenta homeostase de líquidos e eletrólitos o Feto elimina urina – líquido amniótico o Ao nascimento fluxo renal e função tubular o 4 a 21% RNs – elimina urina na sala de parto o 97% RNs – nas primeiras 24 horas o Nos dias subsequentes débito urinário e natriurese perda de peso 5 a 10% A eliminação de urina pelo feto no período intra útero é algo normal e necessário, urina faz parte da formação do líquido amniótico. No entanto, eliminar mecônio intra útero não é normal! O perigo é esse mecônio chegar ao pulmão e fazer a Síndrome de Aspiração de Mecônio (pneumonia química). Apesar do rim do feto produzir urina não apresenta a função de manutenção da homeostase, sendo essa manutenção de responsabilidade placentária. Fetos com problema renal apresentarão oligoâmnio, diminuição do líquido amniótico devido à redução da diurese. Ao nascer tem diminuição do fluxo renal e da função tubular (fisiológico), que pode durar até as primeiras 24h – sendo então normal ter pouca diurese, no entanto ele precisa pelo menos registrar um episódio de diurese nas primeiras 24h, podendo considerar normal se esse registro ocorrer até as primeiras 48h (semelhante à evacuação).**Mais de 48h e não urinou: pesquisar patologias associadas. Depois que passa esse período de 24-48 horas começa a ter um aumento do débito urinário, aumentando a eliminação de sódio pela urina (onde vai Na vai H2O – nessa fase o bebê começa a urinar bastante podendo apresentar até perda de peso). E assim se estabiliza a diurese se mantendo em cerca de 6 episódios/dia. É esse aumento da diurese que explica aquela famosa perda de 10% do peso nos primeiros 5 dias de vida (na verdade ocorre a perda de líquido). ADAPTAÇÃO COMPORTAMENTAL o 10 e 60 minutos de vida – primeiro período de reatividade: intensa atividade o A seguir – período não responsivo ou de sono – alguns minutos a 3-4 horas o Ao acordar – segundo período de reatividade – duração curta a várias horas o Estabilidade Assim que o neném nasce apresenta o primeiro período de reatividade, que é quando ele chora, se mexe, esperneia e dura cerca de 10 a 60 minutos (primeira hora de vida). Após a primeira hora esse bebê entra no período não responsivo ou de sono, que pode ser rápido ou durar cerca de 3 a 4h, por isso se insiste em amamentar na primeira hora de vida: para aproveitar esse período de reatividade. Se não tem essa primeira mamada nesse momento, entrará no período de sono e pode fazer hipoglicemia, por isso se insiste tanto em amamentar na primeira hora ou até mesmo nos primeiros 30 min de vida (ideal). Apresenta ainda um 2º período de reatividade (mães se queixam que chora muito, leite está insuficiente e etc. É necessário explicar sobre a necessidade calórica do bebê, para que não vá pra casa e introduza fórmula). Depois passa pro período de estabilidade em que dorme cerca de 20h ao dia (normal para o RN).
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