Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Controle de Infecção No contexto atual, é notório o de novos casos de pacientes que desenvolveram infecções após o contato direto durante os cuidados de saúde. Pesquisas norte americanas apontam que em um dia qualquer, 1 em 25 pacientes hospitalizados tem pelo menos uma infecção associada aos cuidados de saúde. Tendencias atuais, a consciência pública e o aumento do custo dos cuidados de saúde tem aumentado a importância da prevenção e controle hospitalar de infecções. A prevenção e controle de infecções são essenciais para criar um ambiente de cuidados de saúde seguro para os pacientes, familiares e profissionais. O profissional deve se preocupar com medidas para a sua segurança e do paciente. Infecção Uma infecção é a invasão de um hospedeiro susceptível (ex.: humano) por agentes patogênicos (bactérias, fungos, vírus etc.), resultando em uma doença. A doença ou infecção ocorre se os agentes alterarem a função normal do tecido. • Colonização: presença e crescimento de microrganismos dentro de um hospedeiro sem invasão tecidual ou danos. Algumas doença infecciosas possuem baixo ou nenhum risco de transmissão, embora possam ser graves, representam um risco muito pequeno para os outros, porém, é necessário utilização de EPIs no atendimento de pacientes com alguma dessas doenças. • Doença transmissível: transmitida diretamente de uma pessoa para outra; • Infecção sintomática: provocam sinais e sintomas clínicos; • Infecção assintomática: sinais e sintomas não estão presentes. Conceito – Infecção Hospitalar: Aquela adquirida após a admissão do paciente na unidade hospitalar e que se manifeste durante a internação ou após a alta, quando puder ser relacionada com a internação ou procedimentos hospitalares. (Ministério da Saúde) Todo evento que se pode fazer o nexo causal, ou seja recorte temporal de a partir de 48 a 72 horas, antes disso a infecção pode ser considerada infecção comunitária. Atualmente, o termo infecção hospitalar vem sendo substituído por infecção relacionada a assistência à saúde (IRAS), abrangendo não só infecção adquirida no hospital, mas também aquelas relacionadas a procedimentos feitos em ambulatório, durante cuidados domiciliares e à infecção ocupacional Os princípios de biossegurança são fundamentais Manutenção da saúde do trabalhador Prevenção de Infecção Hospitalar adquirida por profissionais de saúde (médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, entre outros. Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) A Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) é um órgão de assessoria à autoridade máxima da instituição, sendo normatizada legalmente de acordo com a Portaria 2.616 de 1998 do Ministério da Saúde, para execução do PCIH. A CCIH tem finalidade de elaborar, executar e avaliar as ações de prevenção e controle de infecção hospitalar. Infecções comunitárias são as infecções quando no ato da internação o paciente já apresenta uma complicação infecciosa ou uma doença infectocontagiosa. É da caráter obrigatório, todos os hospitais brasileiros a constituírem a Comissão de Controle de Infecção Hospitalar. A enfermagem tem papel fundamental no controle de infecções. Pacientes estão em risco de adquirir infecções por causa de: • menor resistência a patógenos; • aumento da exposição a microrganismos; • procedimentos invasivos. Profissionais estão em risco a exposição como resultado do contato com fluidos corporais, equipamentos e superfícies contaminadas. O controle da infecção é parte integral de todas as ações que os profissional de enfermagem executa, com a prática correta de técnicas básicas de prevenção e controle é possível evitar a propagação de agentes patogênicos para pacientes e profissionais. Profissionais de saúde se protegem do contato com material infectado, de acidentes com perfurocortantes e/ou da exposição a uma doença transmissível através da aplicação de conhecimentos sobre o processo infeccioso, e uso de EPIs. O aumento de organismos multidrogas resistentes (OMDR), infecções associadas aos cuidados de saúde (IACS) e preocupação sobre doenças tais como hepatite B (HBV) hepatite C (HCV), vírus da imunodeficiência humana (HIV) e tuberculose (TB) exige uma maior ênfase nas técnicas de controle e prevenção de infecções. Artigos Hospitalares São os materiais empregados com o objetivo de prevenir danos à saúde das pessoas ou de restabelecê-la, necessários aos cuidados executados. Eles têm grande variedade e as mais diversas finalidades, podendo ser descartáveis ou permanentes, e esterilizáveis ou não. Os artigos hospitalares possuem um potencial de transmissão de infecção pois se não processados corretamente podem levar microrganismos de uma pessoa para outra ou para dentro do próprio paciente. A classificação desses artigos é dividida em 3 categorias: • Artigos Críticos; • Artigos Semicríticos; • Artigos não Críticos. A classificação norteia a escolha do processo de desinfecção ou esterilização a ser utilizado. Artigos Críticos: destinados à penetração através da pele e mucosas adjacentes, nos tecidos subepiteliais e no sistema vascular, bem como todos os que estejam diretamente conectados com este sistema, são classificados como críticos. São assim denominados em função do alto risco de infecção, se estiverem contaminados com qualquer microrganismo ou esporos. EX: instrumental cirúrgico, pinças de biópsias, drenos, agulhas cateteres vasculares e dispositivos a eles conectados, como equipos e torneirinhas. Requerem ESTERILIZAÇÃO Artigos Semicríticos: destinados ao contato com a pele não integra ou com mucosas íntegras. EX: equipamentos respiratórios, endoscópios, cânulas endotraqueais, espéculo vaginal, sonda nasogástrica, equipamentos de anestesia. Cateteres vesicais e traqueais devem ser estéreis, são altos os níveis de incidência de infecção urinária e respiratória associada a cateterização. Requerem DESINFECÇÃO de médio/alto nível ou esterilização Artigos não críticos: destinados ao contato com a pele íntegra do paciente e também os que não entram em contato direto com o paciente. EX: estetoscópio, esfigmomanômetro, mesas, focos, comadres, termômetros, roupas de cama e banho, bandejas, cubas, comadres e patinhos, monitores multiparâmetros. Requerem LIMPEZA ou DESINFECÇÃO de baixo/médio nível. Todas as etapas dos procedimentos devem ser cumpridas e NUNCA simplificadas A falha do profissional em ser meticuloso coloca o paciente em risco de uma infecção. Conceitos Importantes Assepsia: conjunto de medidas utilizadas para impedir a penetração de agentes patogênicos no organismo (esterilidade). Antissepsia (Pele e Mucosas): conjunto de medidas que visa reduzir os microrganismos sobre a pele e mucosa através dos antissépticos. Desinfecção (Superfícies): processo pelo qual se destroem os germes patogênicos e/ou se inativa sua toxina ou se inibe o seu desenvolvimento. Os esporo não são necessariamente destruídos. Esterilização: eliminação de todas as formas de vida (bactérias, vírus, fungos e esporos) através da ação de procedimentos químicos e físicos. Controle ou Eliminação de Agentes Infecciosos Central de Materiais Esterilizados - CME Segundo a RDC 15 de 2012, é uma unidade funcional destinada ao processamento de produtos para saúde. É responsável pelo processamento de produtos para saúde (PPS), evita infecções, realiza assistência indireta ao paciente e prova a segurança do paciente. A equipe do CME deve ser exclusiva, deve conter um enfermeiro coordenador, um enfermeiro plantonista e técnicos de enfermagem capacitados para desempenharem as tarefas do CME. O CME realiza a limpeza, desinfecçãoe esterilização da maioria dos equipamentos reutilizáveis Procedimentos de limpeza, desinfecção e esterilização Limpeza: procedimento de remoção de sujidades e detritos. É o primeiro passo nos procedimentos técnicos de desinfecção e esterilização. Escova e detergente ou sabão são necessários para a limpeza. É possível limpar sem esterilizar, mas não é possível garantir a esterilização sem limpar. Desinfecção: processo que elimina muitos microrganismos ou todos, com exceção de esporos bacterianos, a partir de objetos inanimados; Desinfecção de alto nível: são destruídas as bactérias, fungos e alguns esporos, só sobrevivem a esse método alguns esporos bacterianos e vírus lentos. Solução: Hipoclorito de sódio, glutaraldeído, solução de peróxido de hidrogênio, cloro e compostos clorados, ácido peracético, ortophtalaldaído, água superoxidada. Desinfecção de nível intermediário Soluções: álcool etílico 70% e isopropílico 92%, hipoclorito de sódio, fenólicos e iodóforos. Desinfecção de baixo nível: destruídas bactérias em forma vegetativa, alguns vírus e fungos. Não são destruídos nesse método Mycobacterium tuberculosis, esporos, vírus da hepatite b e vírus lentos. Soluções: álcool etílico, n-propílico e isopropílico, hipoclorito de sódio (dependendo da concentração) e quaternário de amônia. Álcool e hipoclorito de sódio são recomendados para superfícies. Ácido peracético é usado para instrumentais e outros materiais. Esterilização: processo de destruição ou eliminação total de todos os microrganismos na forma vegetativa e esporulada. Esterilização por agentes químicos: ácido peracético; Esterilização por agente físico: autoclave (calor úmido sob pressão); Esterilização por agente físico/químico: substância química em equipamento do tipo autoclave (óxido de etileno). Precauções São medidas adotadas para prevenir transmissão de agentes infecciosos Precaução Padrão Usar em todos os pacientes independente do diagnóstico. Risco de contato: sangue, fluídos corpóreos, excreção e secreção, mucosas, pele lesionada. Deve ser usado: higienização das mãos, luvas, óculos, máscara e avental quando risco de contato com sangue, secreções ou membranas mucosas. Precaução de Contato: para pacientes com infecção ou colonizado por microrganismo multirresistente (Enterococo resistente à vancomicina etc.); infecção de feridas; herpes; escabiose; varicela. Deve ser usado: itens da precaução padrão; capote e luvas são obrigatórios; quarto privativo ou coorte (quando os pacientes possuem a mesma enfermidade); estetoscópio, efigmo e termômetro de preferência individuais, caso não seja possível, fazer a desinfecção e usar papel toalha ou plástico no esfigmo; transporte limitado, desinfectando superfícies e avisando a equipe de destino; visitas são restritas. PRECAUÇÃO PADRÃO CONTATO AEROSSÓIS GOTÍCULAS Precaução por Gotículas Usada em pacientes com suspeita ou caso confirmado de doença com transmissão por gotículas eliminadas pela fala, tosse e espirros. Gotículas de tamanho > 5, que percorrem 1 metro e caem no chão Ex: meningite bacteriana, gripe, coqueluche, difiteria, caxumba, rubéola. Deve ser usado: itens da precaução padrão; luvas, capote, touca e máscara cirúrgica são obrigatórios; quarto privativo ou coorte; portas devem ser mantidas fechadas; o transporte é realizado com o paciente usando máscara cirúrgica; as visitas são restritas e o visitante deve usar máscara cirúrgica. Precaução por Aerossóis Pacientes com suspeita ou confirmação de doenças transmitida por gotículas < 5, que ficam suspensas no ar. Deve ser usado: precaução padrão; quarto privativo ou coorte; portas sempre fechadas; uso de capote, luvas, óculos, touca e máscara N95 são obrigatórios; o transporte é realizado com o paciente em uso de máscara cirúrgica; as visitas são restritas e os visitantes deve usar máscara N95.
Compartilhar