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Autoria: Luís Fernando Crespo
Tema 01
A Filosofia e a Sociologia: Contribuições para a Educação
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A Filosofia e a Sociologia: Contribuições para a Educação
Autoria: Luís Fernando Crespo
Como citar esse documento:
CRESPO, Luís Fernando. )XQGDPHQWRV�)LORVy¿FRV�H�6RFLROyJLFRV�GD�(GXFDomR��A Filoso¿a e a SocioloJia� ContriEuio}es para a Educaoão. Cader-
no de AtiYidades. AnhanJuera PuElicao}es� Valinhos, ����.
Índice
‹ ���� AnhanJuera Educacional. ProiEida a reproduoão ¿nal ou parcial por TualTuer meio de impressão, em forma idrntica, resumida ou modi¿cada em línJua 
portuJuesa ou TualTuer outro idioma.
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Pág. 15 Pág. 15
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Pág. 11Pág. 9
ACOMPANHENAWEB
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CONVITEÀLEITURA
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PORDENTRODOTEMA
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$�)LORVR¿D�H�D�6RFLRORJLD��&RQWULEXLo}HV�SDUD�D�(GXFDomR
Aristóteles, no séc. IV a.C., apresentou a ideia de homem como animal racional. A partir de então, tal ideia funda-
mentou a reÀe[ão de in~meros pensadores Tue, de um modo ou de outro, tomaram a racionalidade como característica 
delineadora do Tue siJni¿ca ser humano. 0uitas Ye]es, sem saEer e[atamente o sentido de tal frase, o homem comum 
a repete como se fosse uma lei uniYersal estaEelecida apenas para ser repassada como Yerdade imutiYel. Pode ser até 
Tue Yocr mesmo Mi tenha se utili]ado de tal ideia, sem Jrandes preocupao}es soEre o Tue ela Tuer di]er. 
Ao olhar para a realidade social, Yocr deYe se deparar com situao}es Tue fa]em Yocr se perJuntar� ³Por Tue 
elas ocorrem"´. PossiYelmente, Yocr Mi ouYiu diYersas e[plicao}es soEre tais situao}es, porém, nenhuma delas esti 
isenta de uma interpretaoão puramente indiYidual. Isso siJni¿ca Tue muitas opini}es e[pressas no dia a dia não trm 
fundamento, pois não resultam de uma reÀe[ão profunda. 1esse sentido, o estudo da ¿loso¿a e da socioloJia Eusca 
proYocar no estudante uma insatisfaoão diante das respostas simplistas do cotidiano.
4ue as coisas seMam de tal ou tal modo é claro para TualTuer um ± Easta olhar a realidade. Porém, é preciso entender 
Tue elas oEedecem a um ordenamento Tue é dado j realidade. Por Tue as coisas são de um modo especí¿co" 4ue 
foroas aJem soEre a realidade social" As respostas para estas Tuest}es não são simples nem ¿nali]adas. e preciso 
p{r-se a caminho da reÀe[ão. 'e modo especial, para o kmEito da educaoão, é muito importante entender os interesses 
sociais presentes em TualTuer situaoão sociocultural.
AYenture-se na descoEerta daTuilo Tue é oferecido apenas de modo Yelado para o pensamento comum do cotidiano�
CONVITEÀLEITURA
$ )LO ¿ 6 L O L & W LE L } (G m
PORDENTRODOTEMA
�
A racionalidade é a capacidade humana Tue permite lidar com ideias, de modo a estaEelecer relao}es entre elas e, 
assim, poder construir pensamentos. 'essa forma, entender o homem como animal racional siJni¿ca saEer de sua 
capacidade de pensar� ele é o ~nico animal �até Tue se consiJa demonstrar alJo diYerso� Tue estaEelece uma relaoão 
com seu meio �e tudo o Tue nele esti� transcendendo a dimensão físico�espacial�temporal. Por e[emplo, ao olhar para 
uma paisaJem, o homem tem condio}es de relacionar tudo o Tue Yr com aTuilo Tue Mi YiYenciou antes e com o Tue 
pretende YiYenciar enTuanto outro animal apenas se daria conta de seu espaoo circundante naTuele ~nico momento.
³E o pensamento parece uma coisa j toa
0as como é Tue a Jente Yoa Tuando comeoa a pensar´
Vocr conhece estes Yersos" PossiYelmente sim, eles fa]em parte da canoão Felicidade, de autoria de Lupicínio 
RodriJues. Esta canoão tra] alJo importante para falarmos soEre o pensar� esta é uma aoão Tue parece simples, comum 
e Eanal, no entanto, ela fa] com Tue o homem se lance para alJo além de si mesmo. ³Pensar, todo mundo pensa´, é o 
Tue comumente se di]. PerceEa, porém, Tue é comum se falar da atiYidade de pensar como ³pensar em alJo´, ou seMa, 
o pensamento é sempre Yoltado para um oEMeto diYerso de si. 0as seria possíYel alJo diferente" Sim, e Mustamente aí 
reside a especi¿cidade da ¿ORVR¿D.
Pensar o pensamento �parece um pleonasmo� é atiYidade claramente ¿losó¿ca, na tentatiYa de elucidar o Tue propriamente 
siJni¿ca pensar. Para isso, é necessirio Tue se adote postura ¿rme e reJrada. 'i]endo de outro modo, siJni¿ca Tue é 
preciso empenho para Tue o pensamento elucide alJum proElema e conheoa o Tue são as coisas e os oEMetos. Porém, 
se o pensamento Tuer elucidar o Tue seMa o próprio pensamento, é preciso maior atenoão ± Mustamente para Tue não 
se caia em um círculo Yicioso, Ya]io e falacioso. A ¿loso¿a é a irea do conhecimento Tue Eusca elucidar o mundo, 
comeoando pela proElemati]aoão da própria capacidade de pensar.
A e[perirncia do homem no mundo tra] proElemas Tue precisam ser resolYidos. Aos poucos, com o passar do tempo, 
este homem perceEeu Tue sua capacidade de pensar poderia ser aprimorada, não se restrinJindo ao Tue Mi saEia. Como 
diria a canoão citada, o homem descoEre Tue pode ³Yoar cada Ye] mais alto´ com o pensamento. Filosofar é, assim, 
entender o pensamento e coloci-lo em uma reJra Tue seMa comum e possa ser seJuida por todos os homens� ¿losofar 
é adeTuar o pensamento ao logos, Tue é, Mustamente, a ra]ão, capacidade comum a todo homem. 'i]endo de outro 
modo, logos é a linJuaJem na Tual a realidade pode ser tradu]ida de modo a fa]er com Tue todos os homens possam 
compreendr-la. Por isso, pode-se di]er Tue toda ¿loso¿a é pensamento, mas nem todo pensamento é ¿loso¿a. Filosofar 
é a Eusca pela compreensão da realidade �e tudo o Tue a comp}e� por meio do pensar Juiado pela ra]ão.
PORDENTRODOTEMA
�
'esde séculos antes da era cristã �por Yolta do séc. VII�, os homens trm se preocupado com esta reÀe[ão mais apurada 
soEre a realidade. 1este momento, se perceEeu a impossiEilidade de simplesmente aceitar as imposio}es naturais 
e sociais. Era preciso pensar mais soEre a nature]a em Jeral e, de modo especial, soEre a nature]a humana e as 
relao}es Tue se estaEeleciam. Para Tue e[ista um parkmetro de dataoão histórica, neste conte[to é Tue se considera o 
nascimento da ¿loso¿a, o Tue ocorreu na *récia.
Esse noYo tipo de reÀe[ão foi chamado de ¿ORVR¿D por PitiJoras, matemitico e um dos primeiros pensadores, Tue 
não ousou atriEuir a si mesmo a denominaoão de ³siEio´ �sophos�, mas de ³amiJo da saEedoria´ �philo+sophos�.
'esse modo, os JreJos dessacrali]aram a nature]a ao inYentar conceitos e ao estimular o deEate arJumentatiYo. 
�ARA1+A, ����, p.���
'esde então, os homens �chamados ³¿lósofos´� Yão desenYolYendo suas ideias a partir de suas YiYrncias históricas. 
Vocr, possiYelmente, Mi ouYiu falar de muitos deles, uma Ye] Tue suas ideias fundamentaram e fundamentam construo}es 
teóricas das cirncias e concepo}es de mundo. e importante destacar, neste sentido, Tue os pensamentos nunca Erotam 
do nada e aparecem aos pensadores� é o conte[to Tue permite Tue as ideias se oriJinem e os pensamentos seMam 
construídos. Assim, toda ¿loso¿a tem liJaoão com seu tempo.
Ao se olhar para a história da humanidade, tem-se na linha do tempo uma sucessão de períodos Tue, ao se ¿rmarem em 
suas características sociais e culturais, aEriram caminho para Tue os pensadores desenYolYessem suas ideias. Assim, 
não parece difícil perceEer Tue cada ideia é fruto de seu tempo, o Tue pode ser e[plicado por dois motiYos �além da 
Jenialidade de seu autor�� 
�. A realidade social. Por e[emplo, as ideias de Aristóteles não seriam construídas do modo como foram, se aTuele 
pensador não tiYesse YiYido em uma sociedade diYidida em classes e com Jrande parcela da populaoão sendo escraYa. 
'o mesmo modo, 0ar[ não desenYolYeria seus pensamentos como o fe], caso não YiYenciasse uma realidade de 
e[trema e[ploraoão dos traEalhadores pelo sistema capitalista.
�. O próprio desenYolYimento do conhecimento ¿losó¿co. Por e[emplo, Aristóteles teria dado oriJem a ideias diferentes 
das Tuais desenYolYeu, caso não fosse Platão seu antecessor,assim como as ideias de 0ar[ talYe] fossem diferentes, 
caso não fossem precedidas pelas de +eJel.
Pelo Tue foi e[posto, Yocr perceEe a importkncia de Tue um pensamento seMa sempre conte[tuali]ado" 8m proElema 
muito comum entre os estudantes é tentar entender um pensamento unicamente em si mesmo� ele pode acaEar parecendo 
sem sentido e apenas diYaJaoão.
PORDENTRODOTEMA
�
e eYidente Tue, dependendo da época, alJuns enfoTues tiYeram prioridade, de modo Tue, se de um lado pode ter 
haYido restrioão, não do interesse pela totalidade, mas deYido j preferrncia de alJuns tipos de reÀe[ão, por outro 
lado surJiram noYos campos de inYestiJaoão ¿losó¿ca. �ARA1+A, ����, p.���
Se Yocr imaJinar Tue no início da ¿loso¿a não haYia conhecimento racional diYidido em ireas nem conte~dos especí¿cos 
de cirncias diferentes, perceEeri Tue o conhecimento era ~nico. Assim, um pensador era, ao mesmo tempo, ¿lósofo, 
matemitico, Tuímico, físico, poeta, etc. 0as, com o passar do tempo, esta situaoão foi alterada, pois cada conte[to 
apresenta proElemas especí¿cos ao ser humano, e[iJindo dele Tue o pensamento sempre se renoYe e aEarTue as 
condio}es de e[istrncia Tue surJem. 'este modo, a ¿loso¿a foi desenYolYendo suas reÀe[}es cada Ye] mais especí¿cas 
soEre os mais diYersos elementos da realidade e os pensadores tornaram-se cada Ye] mais especialistas em determinados 
proElemas.
Aristóteles distinJue e classi¿ca todos os saEeres cientí¿cos �cuMa totalidade é a Filoso¿a� tendo como critério 
a distinoão entre aoão e contemplaoão, isto é, diferencia as cirncias conforme seus oEMetos e ¿nalidades, 
seMam atiYidades produtiYas, éticas e políticas, seMam puramente intelectuais, interessadas e[clusiYamente no 
conhecimento e sem preocupaoão com TualTuer pritica. �C+A8I, ����, p.���
A especiali]aoão do conhecimento cheJou ao ponto crítico no Tual o conhecimento desenYolYido Mi não mais era 
totalmente ¿loso¿a, e, aos poucos, as diYersas cirncias foram Janhando campo e corpo próprio dentro da ¿loso¿a, até 
o momento no Tual constituíram um FDPSR�HSLVWHPROyJLFR� totalmente independente. 8m destes diYersos campos 
Tue, ao lonJo da história, tornaram-se independentes foi a socioloJia, Tue tomou como oEMeto de estudo a sociedade e 
o homem como ser social.
O ser humano esti inserido em uma realidade coletiYa� seu mundo não é indiYidual, ele esti determinado por um 
conte[to no Tual hi diYersos seres humanos. A socioloJia surJe tratando de Tuest}es relacionadas diretamente ao fa]er 
coletiYo do homem na construoão da realidade, analisando as situao}es históricas e o modo como o homem orJani]a 
sua Yida em Jrupo.
Antes de se constituir como cirncia independente, a tentatiYa de tra]er o loJos para pensar a sociedade estaYa na irea 
chamada ¿ORVR¿D�VRFLDO. 'e modo mais siJni¿catiYo, a ¿loso¿a positiYista de AuJuste Comte �����-����� foi a Tue 
aEriu as portas para a socioloJia. Este autor se utili]ou do método das cirncias e[perimentais �por conta do sucesso 
Tue conTuistaYam�, aplicando-o para o entendimento da sociedade, procurando e[plicar a Yida social com os mesmos 
instrumentos teóricos usados para e[plicar a Yida natural.
PORDENTRODOTEMA
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A maioria dos primeiros pensadores sociais positiYistas permanece, pois, presa por uma reÀe[ão de nature]a 
¿losó¿ca soEre a história e a aoão humanas. Procedimentos de nature]a cientí¿ca, anilises sociolóJicas Easeadas 
em fatos oEserYados com maior sistemati]aoão teórica e metodoloJia de pesTuisa só seriam introdu]idos por 
emile 'urNheim e seu Jrupo >...@. �COS7A, ����, p.���
e importante Tue Yocr perceEa Tue nenhuma cirncia nasce pronta, da mesma forma Tue nenhuma se pleni¿ca. O 
processo de desenYolYimento de TualTuer ramo cientí¿co é lento e apenas pode ser mais Eem perceEido Tuando Yisto 
de lonJe pelo oEserYador, Tue pode, então, perceEer a des�continuidade entre as ideias Tue se sucedem. Para as 
cirncias do homem, especialmente, tal processo é Eem mais comple[o do Tue se pode imaJinar.
O esforoo da socioloJia é pensar a sociedade, desde seu conceito mais amplo até os detalhes, de modo racional, 
oEedecendo ao logos. Podem ser citados diYersos pensadores Tue, ao lonJo do tempo, construíram o pensar sociolóJico, 
porém, emile 'urNheim, 0a[ :eEer e .arl 0ar[ são os autores Tue não podem dei[ar de ser citados, pois foram os Tue 
aEriram caminhos de reÀe[ão Yerdadeiramente cientí¿cos.
Os pensadores da socioloJia, desde sempre, trm como preocupaoão conhecer o kmEito político e social de modo 
profundo, entendendo de Tue modo cada ¿o Tue comp}e o tecido social afeta este tecido como um todo. SaEendo Tuais 
foroas aJem ± e de Tue modo o fa]em ±, o socióloJo tem condio}es de Tuestionar os pontos mais siJni¿catiYos, para 
Tue eles possam ser reYistos.
1ão se constroem mais cidades� não se desenYolYem campanhas políticas� e não se declaram Juerras sem leYar 
em consideraoão as pessoas enYolYidas, suas crenoas, interesses, ideias e tradio}es, tudo aTuilo Tue Juia sua 
aoão e motiYa sua conduta. A sociedade tem características Tue precisam ser conhecidas para Tue aTueles Tue 
nela atuam atinMam seus oEMetiYos. Isso siJni¿ca Tue nenhum setor da Yida social prescinde dos conhecimentos 
sociolóJicos, pois a aoão consciente e proJramada e[iJe pesTuisa, planeMamento e método. e por isso Tue a 
socioloJia fa] parte dos proJramas Eisicos dos cursos uniYersitirios Tue preparam os mais diYersos pro¿ssionais 
± de dentistas a artistas, de enJenheiros a Mornalistas ± e por isso tamEém o socióloJo inteJra eTuipes nos mais 
diYersos setores da Yida social. �COS7A, ����, p.���
O mundo humano se torna cada Ye] mais comple[o, e[iJindo sempre maior compreensão do luJar do homem e seus 
oEMetiYos, ao contririo do mundo natural. Com o passar do tempo, as relao}es sociais se comple[i¿cam, no sentido de 
Tue noYos elementos Yão sendo aJreJados a cada e[perirncia da coletiYidade. 7ais elementos não apenas oferecem 
noYos modos de entendimento, como tamEém os e[iJem. 1esse sentido, a socioloJia permite situar o homem em seu 
conte[to de relao}es estaEelecidas, entendendo-se o modo como foi possíYel cheJar até ele.
PORDENTRODOTEMA
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Seria muito simples entender a realidade social, caso ela oEedecesse a padr}es naturais Tue se repetissem dentro de 
certos ciclos, porém, nem todo fen{meno social tem repetioão e tal realidade se mostra como um tecido no Tual os ¿os 
se relacionam nem sempre diretamente. En[erJar com profundidade siJni¿ca tentar perceEer Tue nem sempre são 
YisíYeis os mecanismos Tue moYimentam a sociedade e, a partir de tal constataoão, deYe-se traEalhar insistentemente 
para se desYendar as inter-relao}es ocultadas, muitas Ye]es, por deseMos de classe.
1as palaYras de 'urNheim �����, p.����
7odo o passado da humanidade contriEuiu para estaEelecer esse conMunto de princípios Tue diriJem a educaoão 
de hoMe� toda nossa história aí dei[ou traoos, como tamEém os dei[ou a história dos poYos Tue nos precederam.
A educaoão é um IHQ{PHQR�VRFLDO, nunca ¿nali]ado. ³Olhar a educaoão do ponto de Yista da socioloJia é compreender 
Tue se a pedaJoJia é o fundamento das priticas educacionais, as crenoas, os Yalores e as normas sociais são os 
fundamentos da pedaJoJia.´ �RO'RI*8ES, ����, p.��� Assim, pode-se entender Tue nenhuma orJani]aoão social 
é neutra, uma Ye] Tue tem suas raí]es sempre ¿ncadas em determinados oEMetiYos. A preocupaoão Tue deYe estar 
presente em um proMeto de formaoão de educadores é a de saEer até Tue ponto a pedaJoJia en[erJa claramente esta 
relaoão com oEMetiYos nem sempre claros, mas Tue delineiam suas ao}es.
A SocioloJia é a cirncia Tue Eusca entender a sociedade a partir de certos conceitos e métodos Tue permitam aparecer o 
fen{meno social. Construindo-se uma analoJia, se a educaoão fosse uma casa construída, a socioloJia tentaria e[plicar 
a casa a partir do material utili]ado, desde as Eases, tiMolos e ferraJem, di]endo por Tue a casa se sustenta em pé ou 
tende aruir. Ou seMa, os elementos sociais enYolYidos na construoão da educaoão como proMeto dão a estrutura do Tue 
é a realidade da educaoão. 0as a casa não é apenas material e estrutura� ela oEedece tamEém a uma forma especí¿ca.
A ¿loso¿a, completando a imaJem tra]ida pela analoJia, permite a reÀe[ão soEre a forma dada j casa. 'esde os 
fundamentos, é preciso entender de Tue modo a construoão oEedece a um proMeto determinado e se tal proMeto esti 
relacionado diretamente j ¿nalidade Tue se estaEelece para a casa, além, é claro, de saEer Tuem Yai morar nela.
CaEe j ¿loso¿a, entre outras coisas, e[aminar a concepoão de humanidade Tue orienta a aoão pedaJóJica, 
para Tue não se eduTue a partir da nooão aEstrata e atemporal de ³crianoa em si´, de ³ser humano em si´ >...@. 
O ¿lósofo deYe aYaliar os currículos, as técnicas e os métodos para MulJar se são adeTuados ou não aos ¿ns 
propostos sem cair no tecnicismo, risco ineYitiYel sempre Tue os meios são superYalori]ados e se desconhecem 
as Eases teóricas do aJir. �ARA1+A, ����, p.���
PORDENTRODOTEMA
�
A casa como um todo, de modo Jeral, é Yista por TualTuer pessoa. SiJni¿ca di]er Tue a educaoão em sua situaoão 
YisíYel mais Jeral ± seMa Eoa ou ruim ± pode ser entendida pelo homem comum, sem Jrandes esforoos de pensamento. 
Porém, entender de Tue modo ela cheJou a ser o Tue é não é tão simples. -untas, ¿loso¿a e socioloJia dão condio}es 
para Tue o homem perceEa mais do Tue o Tue aparece primeiro, na superfície.
En¿m, a educaoão não pode caminhar so]inha, sem se apoiar nos construtos teóricos, especialmente, da ¿loso¿a e 
da socioloJia. 7ais disciplinas não são simples adereoos, elas fundamentam de forma sólida a aoão pedaJóJica. Elas 
não dão respostas prontas e claras para as situao}es Tue se apresentam, mas permitem j educaoão �a todos os 
atores enYolYidos no fa]er educatiYo� uma reÀe[ão mais e¿ca]. A educaoão não é neutra� ela constrói o homem Tue é 
permitido pelo conte[to histórico e social. A socioloJia au[ilia e[atamente na identi¿caoão dos elementos Tue comp}em 
tal conte[to.
O homem Tue a educaoão deYe reali]ar, em cada um de nós, não é o homem Tue a nature]a fe], mas o homem 
Tue a sociedade Tuer Tue ele seMa� e ela o Tuer conforme o reclame a sua economia interna, o seu eTuilíErio. 
�'8R.+EI0, ����, p.���
PORDENTRODOTEMA
2�YDORU�GD�¿ORVR¿D
‡ 1o te[to, o ¿lósofo contemporkneo %ertrand Russel trata da importkncia da ¿loso¿a, 
relacionando-a com a própria Yida. 1esse sentido, conseJue-se a apro[imaoão entre a YiYrncia 
do ser humano e a reÀe[ão dos pensadores ao lonJo do tempo. Em seu Yiés, a própria relaoão 
teoria [ pritica é tomada e proElemati]ada.
LinN para acesso� �http���criticanarede.com�filosBcidadania.html!. Acesso em� �� de]. ����.
ACOMPANHENAWEB
��
2V�SURIHVVRUHV�H�DV�FLrQFLDV�GD�HGXFDomR
‡ 1este artiJo, o professor Aires Almeida apresenta uma reÀe[ão soEre as chamadas cirncias 
da educaoão, mostrando Tue, em meio js discuss}es, esti o professor. Partindo-se do caso 
especí¿co de PortuJal, o autor fala do uso não claro Tue se fa] do conceito de ³cirncias da 
educaoão´. 4uest}es Tue se colocam são com relaoão j importkncia dos estudos de tais ireas 
tanto para o aluno Tuanto para o ³fa]er educaoão do professor´. PuElicado em� �� Mun. ����.
LinN para acesso� �http���criticanarede.com�filBce.html!. Acesso em� �� de]. ����.
2�3HQVDPHQWR�
‡ 1este Yídeo, os ¿lósofos ViYiane 0osé e OsZaldo *iacoia -r. tratam da Tuestão do pensamento� 
o Tue é o pensamento e o Tue siJni¿ca pensar" Eles aEordam tamEém o modo como a ¿loso¿a 
trata das Tuest}es relacionadas ao tema e Tue transformao}es podem ser oEserYadas na 
contemporaneidade.
LinN� �http���ZZZ.cpflcultura.com.Er�Zp������������cafe-filosofico-cpfl-o-pensamento-osZaldo-Jiacoia-Mr�!. 
Acesso em� �� de]. ����.
7empo� �����.
ACOMPANHENAWEBACOMPANHENAWEB
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,QVWUXo}HV�
AJora, cheJou a sua Ye] de e[ercitar seu aprendi]ado. A seJuir, Yocr encontrari alJumas Tuest}es de m~ltipla 
escolha e dissertatiYas. Leia cuidadosamente os enunciados e atente-se para o Tue esti sendo pedido.
AGORAÉASUAVEZ
4XHVWmR��
A relaoão entre a teoria e a pritica nem sempre é simples� alJumas pessoas dão mais importkncia para a primeira e outras para 
a seJunda. A ¿loso¿a e a socioloJia são teorias Tue pensam a pritica, propondo noYas reÀe[}es soEre ela. Considerando essas 
Tuest}es, Tual a importkncia de Tue a teoria seMa cada Ye] mais profunda e a pritica social cada Ye] mais pensada"
4XHVWmR��
Leia com atenoão as assero}es aEai[o�
I. A ¿loso¿a não é cirncia, porém, todos os ramos do conhecimento cientí¿co trm nela sua oriJem primeira.
II. e no conhecimento da realidade, como tramas de um tecido, Tue o pensamento sociolóJico pode estaEelecer relao}es não 
simples de serem Yistas a um olhar despreocupado.
III. Os fen{menos sociais são sempre o reÀe[o do pensamento oriJinado pelas teorias sociolóJicas de uma época.
Assinale uma alternatiYa�
D� Apenas a asseroão I esti correta.
E� Apenas a asseroão II esti correta.
F� Apenas a asseroão III esti correta.
G� Apenas a asseroão I esti incorreta.
H� Apenas a asseroão III esti incorreta.
��
AGORAÉASUAVEZ
4XHVWmR��
'urNheim �����, p.��� a¿rma Tue ³a educaoão é, acima de tudo, o meio pelo Tual a sociedade renoYa perpetuamente as condi-
o}es de sua própria e[istrncia´. Assinale a ~nica alternatiYa Tue não condi] com tal ideia.
D��Por meio da educaoão, os Yaඇores de um Jrupo sociaඇ podem ser transmitidos para as noYas Jerao}es.
E��A educaoão é um instrumento da sociedade e, como taඇ, não é Eom nem maඇ em si mesmo� tudo depende do uso Tue se fa] 
deඇa.
F��7oda educaoão é renoYadora� neste sentido, não hi sociedade Tue permaneoa com Yaඇores ¿[os ± a renoYaoão sociaඇ ocorre 
apenas peඇa educaoão.
G��A educaoão é meio e não ¿m. SiJni¿ca entender Tue a ¿naඇidade maior é a conTuista do Eem sociaඇ.
H��Sem a educaoão, a sociedade não perpetua seus Yíncuඇos sociais, pois educar é transmitir conhecimentos e Yaඇores entendidos 
como Eons para o Jrupo.
4XHVWmR��
O Tue siJni¿ca di]er Tue ³a educaoão é um fen{meno social´"
4XHVWmR��
A ¿loso¿a da educaoão é a ¿loso¿a como um todo Tue se Yolta para a educaoão. Sua ¿nalidade é reÀetir soEre o ato educatiYo 
e reYer as concepo}es Tue reJem as ao}es. 4ual é a importkncia da discussão soEre os conceitos relacionados a esta irea" O 
trecho a seJuir di pistas para reÀe[ão.
³µEducaoão é direito de todos¶, µeducaoão é inYestimento¶, µa educaoão é o caminho do desenYolYimento¶, etc. 0as 
o Tue realmente seri essa educaoão, em Tue tanto se fala" Seri Tue todos os Tue falam soEre a educaoão usam 
o termo no mesmo sentido, com idrntico siJni¿cado" 'i¿cilmente. e a educaoão transmissão de conhecimentos" 
e a educaoão preparaoão para a cidadania democritica responsiYel" e a educaoão o desenYolYimento das 
potencialidades do indiYíduo" e a educaoão adestramento para o e[ercício de uma pro¿ssão" As Yirias respostas, 
��
AGORAÉASUAVEZ
em sua maioria conÀitantes, dadas a essas perJuntas são indicatiYas da adooão de conceitos de educaoão 
diferentes, muitas Ye]es incompatíYeis, por parte dos Tue se preocupam em responder a elas. Este fato, por si 
só, Mi aponta para a necessidade de uma reÀe[ão sistemitica e profunda soEre o Tue seMa a educaoão, isto é, 
soEre o conceito de educaoão.
Assim Tue se comeoa a fa]er isso, porém, perceEe-se Tue a tarefa de clari¿caoão e elucidaoão do conceito de 
educaoão é e[tremamente comple[a e difícil. Ela enYolYe não só o esclarecimento das relao}es e[istentes ou 
não entre educaoão e conhecimento, educaoão e democracia, educaoão e as chamadas potencialidades do 
indiYíduo, educaoão e pro¿ssionali]aoão, etc. EnYolYe, tamEém, o esclarecimento das relao}es Tue porYentura 
possam e[istir entre o processo educacional e outros processos Tue, j primeira Yista, parecem ser seus parentes 
cheJados� doutrinaoão, sociali]aoão, aculturaoão, treinamento, condicionamento, etc.8ma anilise Tue tenha 
por oEMetiYo o esclarecimento do sentido dessas noo}es, dos critérios de sua aplicaoão, das suas implicao}es, 
e da sua relaoão entre si e com outros conceitos educacionais é tarefa da ¿loso¿a da educaoão e é condioão 
necessiria para a elucidaoão do conceito de educaoão.´ �C+AVES, �����
Os conhecimentos adYindos da ¿loso¿a e da socioloJia são de importkncia sinJular para a construoão de uma 
pritica educatiYa efetiYa. Atuar na educaoão não siJni¿ca apenas fa]er, mas, antes de tudo, pensar para Tue a pritica 
não seMa e[ecutada sem ¿nalidade. A teoria ensina a Tuestionar o Tue, em primeira instkncia, pode parecer ³normal´.
Ao comeoar a reÀetir de modo mais profundo soEre a educaoão e os fatores Tue a inÀuenciam �oriJinados em diYersos 
pontos da construoão social�, Yocr perceEe Tue o ato educatiYo não pode ser Yisto como natural ou neutro. SaEer 
dos fundamentos é necessidade primeira para o pro¿ssional da educaoão Tue não simplesmente deseMa atuar como 
educador, mas Tue Tuer fa]er a diferenoa no kmEito educacional, Tuestionando e atuando de modo efetiYo.
Conceitos e arJumentos, Tue são o oEMeto principal do ¿losofar, nunca cheJam a um ponto ¿nal de reÀe[ão ± sempre é 
possíYel re-Tuestionar os fundamentos para Tue a pritica seMa reYisitada. O pro¿ssional da educaoão Tue não en[erJa 
a necessidade de Tue suas reÀe[}es seMam cada Ye] mais profundas, di¿cilmente alcanoari o entendimento necessirio 
para melhorar sua pritica.
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FINALIZANDO
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REFERÊNCIAS
A ¿loso¿a, modo de pensar iniciado pelos JreJos antiJos, oferece seus instrumentos lóJico-racionais Tue aErem as 
portas para um noYo pensamento, não apenas como noYo conte~do, mas como noYo modo de pensar. A socioloJia, por 
sua Ye], tenta apresentar a realidade sociopolítica sem Yéus Tue, principalmente pela educaoão, deYe ser conhecida.
FINALIZANDO
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&DPSR�HSLVWHPROyJLFR� campo delimitado de conceitos e métodos relacionados a uma determinada irea do conheci-
mento.
)HQ{PHQR�VRFLDO� aEranJe e[tenso conMunto de fatos, ao}es, ocorrrncias e situao}es Tue, de alJum modo, constroem 
a YiYrncia social ou por ela são construídos.
)LORVR¿D� de difícil de¿nioão, o termo é costumeiramente entendido como ³amor pela saEedoria´. e um modo de pensar 
Easeado na ra]ão, iniciado pelos JreJos, Tue fundamentou o pensar racional do Ocidente.
)LORVR¿D�VRFLDO� irea da ¿loso¿a Tue trata das Tuest}es relacionadas ao proElema do kmEito social, j lu] do siJni¿cado 
da YiYrncia social em relaoão jTuilo Tue é a essrncia humana.
/RJRV� conceito JreJo para aTuilo Tue oEedece a racionalidade. 8m discurso Tue se fa] pelo logos é a traduoão de alJo 
para a linJuaJem racional� siJni¿ca tra]er para a ra]ão.
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GLOSSÁRIO
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GABARITO
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5HVSRVWD��A construoão da realidade social nem sempre é clara em todos os seus aspectos. O MoJo de interesses fa] 
com Tue apareoa facilmente apenas aTuilo Tue pode ser ~til para determinados personaJens na pritica social. A teoria 
é o elemento Tue possiEilita o entendimento real soEre os fatos. 4uanto mais profunda a teoria ± daí o au[ílio da ¿loso¿a 
e da socioloJia ±, mais condio}es o homem tem de não se dei[ar leYar pelo senso comum.
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5HVSRVWD��AlternatiYa E.
A alternatiYa III esti incorreta, pois não é Yerdadeira a relaoão indicada� os fen{menos não são reÀe[os das teorias. O 
Tue ocorre é Tue os fen{menos �Tue se dão com Ease em fatores diYersos� dão elementos para Tue as teorias seMam 
desenYolYidas� são os fatos Tue proYocam o pensamento.
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5HVSRVWD��AlternatiYa C.
'i]er Tue a educaoão é instrumento de renoYaoão social não siJni¿ca di]er Tue toda educaoão seMa renoYadora, pois, 
enTuanto instrumento, seu resultado depende do uso Tue se fa] dela. 7amEém não siJni¿ca di]er Tue toda a sociedade 
é renoYada, pois são diYersos os fatores enYolYidos neste proElema. Os MoJos de interesse são muito fortes e, muitas 
Ye]es, impedem Tue a renoYaoão se dr.
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5HVSRVWD� O fen{meno social é aTuilo Tue ocorre e pode ser relacionado j YiYrncia social, direta ou indiretamente. A 
educaoão se enTuadra neste tipo de fen{meno, pois ela apenas e[iste por Tue um Jrupo social deseMa perpetuar seus 
conhecimentos e suEsistir. 'entro deste kmEito, a educaoão é fen{meno Tue oEedece a interesses diYersos, construindo 
as características do Jrupo e por elas sendo construída.
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5HVSRVWD� A ¿loso¿a da educaoão Eusca entender de Tue modo os conceitos educacionais são construídos e relacionados 
uns com os outros. Ela é reÀe[ão Tue Eusca ser sempre mais profunda no sentido de Tue uma sistemati]aoão das ideias 
possa dar elementos esclarecedores soEre diretri]es de aoão. 0uitas Ye]es, tornam-se impossíYeis determinadas ao}es 
na educaoão por haYer diYersidade de interpretaoão de um mesmo conceito, ou seMa, se não se fala de um mesmo 
oEMeto, não se pode alcanoar sucesso na resoluoão de proElemas ± ou, pelo menos, caminhar no sentido da resoluoão.

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