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Curso de OZONIOTERAPIA

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Rev 01/2018 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Autores: 
Leticia Philippi 
Arnoldo de Souza 
Ana Cristina Barreira 
 
 
 
Curso de 
 OZONIOTERAPIA 
 
 
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Material produzido para o Curso da ABOZ- Reprodução Proibida – Direitos Reservados 
Olá, seja muito bem-vindo à Associação Brasileira de Ozonioterapia! 
 
Desde 2006, seguimos trabalhando para que a prática da Ozonioterapia em 
nosso país seja realizada de maneira legal, consciente, responsável e ética 
 
Acreditamos que, com isso, podemos levar os benefícios desta terapia para 
todas as pessoas, promovendo o que mais importa para nós: a vida com 
qualidade. 
 
 
Dr. Arnoldo de Souza 
Presidente Gestão 2018-2022 
 
 
 
 
 
 
Esta apostila foi elaborada como parte do material dos cursos oferecidos 
pela Associação Brasileira de Ozonioterapia. 
 
Autores: 
Leticia Philippi 
Arnoldo de Souza 
Ana Cristina Barreira 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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CONTEÚDO DO CURSO: 
 
1. Aspectos Legais (Termo de Consentimento Informado e Esclarecido) 
 
2. O que é Ozonioterapia 
a. Características do gás ozônio 
b. Toxicidade 
c. Unidades e Medidas 
d. Geração de ozônio medicinal 
 
3. Aspectos Médicos e Científicos da Ozonioterapia 
a. Efeitos do Ozônio no organismo 
 
4. Aspectos Práticos 
a. Princípios básicos 
b. Contraindicações 
c. Efeitos Colaterais 
 
5. Vias de Aplicação 
Aplicações Sistêmicas 
a. Auto hemoterapia maior com ozônio 
b. Auto hemoterapia menor com ozônio 
c. Insuflação retal 
Aplicações localizadas: 
d. Água ozonizada 
e. Hidrozonoterapia 
f. Bag (bolsa plástica) 
g. Óleo ozonizado 
h. Insuflação Vaginal 
i. Insuflação Vesical 
j. Injeção subcutânea (feridas, dores localizadas, manchas) 
 
 
 
 
 
 
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1. O que é Ozonioterapia 
 
a) Características do gás ozônio 
 
O ozônio é uma forma triatômica do oxigênio de peso molecular 48. É um gas incolor, com 
odor caracteristico de "ar depois de uma tormenta de verao''. O próprio nome de ozônio vem 
do grego "oler", que significa cheiro, por seu forte odor acre. É 10 vezes mais solúvel na água 
do que o oxigênio. 
 
 
O ozônio para uso medicinal é sempre uma mistura de oxigênio puro e ozônio, produzido pela 
ação de descargas elétricas de alta potência. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Consequentemente, sempre se coleta uma mistura de gás com não menos de 95% de 
oxigênio e não mais que 5% de ozônio. O ar deve ser excluído por causa da toxicidade do 
dióxido de nitrogênio (N2O2) que será formado como o ozônio. É importante que os geradores 
sejam feitos com alta qualidade, com materiais resistentes, como aço inoxidável, vidro e teflon. 
 
Ozônio é 1,6 vezes mais denso e 10 vezes mais solúvel na água que o oxigênio (49.0ml em 
100ml H2O a OOC ). Ainda que não seja uma molécula radical, é o terceiro oxidante mais 
potente (E0 = +2,076V) depois do flúor e do persulfato. É um gás instável e não pode ser 
armazenado. 
 
 
Estabilidade do gás ozônio 
O ozônio é um gás altamente instável, logo se recompondo como oxigênio (2 O3 3 O2), por 
isso não é possível armazená-lo, devendo ser sempre produzido no momento do uso. 
 
A velocidade de dissociação de O3 para O2 é dependente da temperatura e da concentração 
de ozônio: ou seja, quanto maior a concentração e maior a temperatura, maior a dissociação, 
e vice-versa. 
 
 
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A 20⸰C o tempo de meia-vida do ozônio é aproximadamente 30 minutos. 
 
No estudo realizado por Gregório Martinez- Sanchez em 2013 (Aspectos prácticos en 
ozonoterapia: Comprobación de la concentración de ozono generada /tiempo de vida media 
del gas en la jeringuilla), se demonstrou a importância de usar o gás nos primeiros 10 minutos 
depois de gerado, no qual 10% da dose inicial é perdida. Também verificou-se que a posição 
em que a seringa é colocada, embora se aconselhada tê-lo com o cone voltado para cima não 
é decisivo no manuseio do gás. 
 
 
Cinética de degradação do ozônio contido em uma seringa de 50 mL, com bico Luer. O ponto de partida 
foi uma concentração de 20 μg / mL. Temperatura de 20 ° C, pressão 1.103 • 105Pa. 
 
b) Toxicidade no ar 
VIA NUNCA UTILIZADA NOS PROTOCOLOS MÉDICOS 
A inalação do gás ozônio pode ser deletéria ao sistema pulmonar e possivelmente outros 
órgãos, de acordo com a capacidade antioxidante do tecido em questão. Respiração 
prolongada de ozônio causa toxicidade progressiva, exemplificada no quadro abaixo: 
 
CONCENTRAÇÃO EFEITOS 
0,1 ppmv (0,2 mg/m3) Lacrimejamento e irritação no trato respiratório 
superior. 
0,1 ppmv (0,2 mg/m3) Rinite, tosse, cefaléia, náuseas. Pessoas 
predispostas podem desenvolver asma. 
2 a 5 ppmv (4 a 10 mg/ m3) 
10 a 20 min 
Aumento progressivo de dispneia. 
5 ppmv (10 mg/ m3) 
60 min 
Edema agudo de pulmão e ocasionalmente paralisia 
respiratória. 
10 ppmv ( 20 mg/ m3) Morte dentro de 4 horas. 
50 ppmv ( 100 mg/m3) Morte em minutos. 
 Extraído de: Bocci, V. Oxygen-Ozone Therapy. A Critical Evaluation, 2002 
 
 
 
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c) Unidades e medidas 
 
A concentração de ozônio é dada em: 
 
 
 
OBS: *Gama é uma linguagem que não faz parte do Sistema Internacional de Medidas, 
é apenas um expressão utilizada na prática 
 
Em casos excepcionais, em ppm (partes por milhão) ou % de volume, quando o seguinte se 
aplica: 
1 µg /ml = 6.99 x 102 ppm por peso 
ou 1 µg /ml = 4.66 x 10-2 % de volume 
ou 1 ppm por peso = 1.43 x 10-3 µg /ml - 1 vol% = 21.45 µg /l . 
 
A dose de ozônio como quantidade total de ozônio aplicada é calculada pela multiplicação da 
concentração pelo volume usado, i.e. c x V. 
 
 
 
 
 
Exemplo: 
Presumir que a quantidade total de ozônio de 200 µg está para ser aplicada. 
 
Selecione uma concentração de 20 µg/ml e preencha uma seringa de 10 ml: 
(20 µg/ml x 10 ml = 200 µg) 
 
 Selecione uma concentração de 10 µg/ml e preencha uma seringa de 20 ml: 
(10 µg/ml x 20 ml = 200 µg) 
 
 
d) Gerador de Ozônio Medicinal - Requisitos de segurança 
 
É preciso ficar claro que se queremos utilizar O3 na medicina, precisamos evitar sua 
toxicidade, que pode ser controlada somente se operarmos com precaução através de 
algumas medidas: 
 
1) uso de um gerador de ozônio preciso, equipado com um fotômetro standartizado, que 
permite determinar a concentração de O3 em tempo real; 
 
2) coletando um volume de gás preciso com uma concentração de ozônio definida. A dose 
total é calculada pela multiplicação da concentração de ozônio pelo volume do gás. Como 
1 µg /ml = 1 mg /1L = 1 g / m = 1 “gama”* 
Dose = Concentração x Volume 
 
 
 
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exemplo, se ozonizamos 225ml de sangue com 225ml de gás com concentração de ozônio 
de 30ug/ml, a dose total equivale a 6,75 mg de ozônio 
 
3) É preciso saber a dose ótima para atingir uma eficácia terapêutica sem nenhuma toxicidade. 
 
Os olhos e os pulmões são muito sensíveis ao O3 porque tem capacidades antioxidantes 
mínimas e, portanto o ozônio não deve entrar em contato com estes órgãos. 
 
A produção de Ozônio varia com diversos fatores: 
 Voltagem / frequência 
 Espaço entre eletrodos 
 Temperatura 
 Fluxo de oxigênio: expressado em L/min 
 
Das características acima, a variável que pode ser alterada pelo usuário e influencia 
diretamente na concentração de ozônio gerada é Um dos principais fatores que influenciam 
na concentração final de ozônio gerada pelo equipamento é o fluxo de oxigênio fornecido para 
gerar ozônio. 
 
Conforme estudo de avaliação de risco envolvendo o uso de gás ozônio para diferentes
fins, 
fatores de risco devem ser identificados e ações referentes ao projeto dos equipamentos 
geradores de ozônio devem ser executadas para permitir o uso seguro do equipamento 
propriamente dito 
 
 
 
 
 
Desta forma, além de outros controles, todo equipamento Gerador de Ozônio Medicinal deve 
ter um sistema que controle do fluxo de oxigênio fornecido para o equipamento. 
 
 
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O principal risco identificado com 
o uso do Gerador de Ozônio é a 
garantia da destruição de 
ozônio residual. Para que isto 
ocorra sem maiores dificuldades, 
o ozônio excedente deve ser 
direcionado automaticamente 
para um destrutor de gases 
(catalisador à base de metais 
pesados). Este sistema é 
operacionalizado com o uso de 
válvulas e sensores e é 
encontrado nos equipamentos 
existentes no mercado. 
 
 
. 
 
Materiais resistentes à ação oxidante do ozônio 
 
Por ser um gás muito oxidante, os materiais em contato com ozônio devem ser resistentes ao 
gás. Desta forma, todos os materiais do equipamento e materiais utilizados para aplicar ozônio 
deve ser resistente 
 
Gás ozônio: 
 Vidro 
 Teflon 
 Aço inox (série 300) 
 
 Ozônio diluído (em solução): 
 Aço inox (série 300) 
 PVC 
 Polietileno 
 Concreto 
 Plexiglass (vidro) 
 Teflon 
 Vidro 
 
 
 
Materiais selantes: 
 Aço inox (série 300) 
 Kalrez ® 
 Kynar ® 
 Teflon 
 Viton ® 
 
 
 
 
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1.9 
 
 
Orientações Gerais para utilização de Geradores de Ozônio? 
 Conheça seu equipamento e informe sua equipe sobre o funcionamento. 
 Utilize apenas OXIGÊNIO MEDICINAL ou puro (pureza 99,5%). Concentradores portáteis 
não chegam a este grau de pureza, nem oferecem pressão de trabalho adequada. 
 Jamais utilizar oxigênio úmido, pois danifica totalmente seu equipamento. 
 Utilize a válvula de oxigênio recomendada pelo fabricante, pois tanto o fluxo quanto a 
pressão de trabalho interferem na geração de ozônio. 
 Cuidado para não entrar água no equipamento. Se for utilizado para ozonizar água, deixe 
sempre o frasco a ser ozonizado em nível mais baixo que o equipamento, para evitar 
entrada de água. A entrada de água danifica e queima o equipamento. É importante 
observar se o frasco com líquido a ser ozonizado possui um “respiro” para saída do gás, 
para não gerar pressão no recipiente. 
 A saída de ozônio nunca deve ser fechada ou interrompida, pois o equipamento trabalha 
num sistema fechado com pressão; se a saída estiver fechada e o gás estiver sendo 
liberado, a pressão aumentará e poderá danificar o equipamento. 
 Não deixar o ozônio produzido ser direcionado ao ambiente, ou seja, é importante sempre 
conectar o dispositivo de coleta (seringa) ou sistema de ozonização antes ao gerador de 
ozônio. 
Sobre a instalação: 
 Não instale o equipamento onde há a incidência de luz solar direta ou outra fonte de calor. 
 Evite instalar em áreas com umidade, poeira, vibrações e em superfícies inclinadas. 
 Instalar o equipamento em ambientes que possam ser arejados. 
 
 
 
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Em caso de liberação acidental do ozônio para o ambiente da sala, proceder da seguinte 
maneira: 
 Remover o paciente para outro ambiente livre 
 Ventilar a sala 
 Colocar os EPI´s necessários - máscara contra gases oxidantes 
 Fechar o registro de fornecimento do oxigênio do equipamento e desligar o mesmo 
 Sinais de intoxicação no paciente: vitamina C injetável (3g diluídas em 100 SF 0,9%) 
 
 
 
 
2. Aspectos Médicos e Científicos da Ozonioterapia 
 
Baseado em: REVIEW ARTICLE. Scientific and Medical Aspects of Ozone Therapy. State of the Art. Velio Alvaro 
Bocci.Department of Physiology, University of Siena, Siena, Italy. Archives of Medical Research 37 (2006) 425–435 
 
 
Qual é o comportamento e destino do ozônio depois de entrar em contato com os 
fluídos do corpo? 
 
O ozônio reage imediatamente tão logo esteja dissolvido em água biológica (salina fisiológica, 
plasma, linfa, urina): 
 
O3 + biomoléculas →O2 + OO 
 
onde o oxigênio atômico se comporta como um átomo muito reativo. Contrário ao incorreto 
pensamento que o ozônio penetra através da pele e mucosas ou entra nas células, é 
enfatizado que, depois da reação mencionada, ozônio não existe mais. 
 
O ozônio não é uma molécula radicálica porque possui um número par de elétrons na órbita 
mais externa (BOCCI, 2000), porém é muito oxidante e por isso reage instantaneamente com 
outras moléculas podendo transformá-las em radicais livres (RL): ROS, LOPs. 
 
Em ordem de preferência, ozônio reage com ácidos graxos poli-insaturados (PUFA), 
antioxidantes como ácido ascórbico e ácido úrico, compostos com grupos – SH,como cisteína, 
glutationa reduzida (GSH) e albumina. Dependendo da dose de ozônio, carboidratos, enzimas, 
DNA e RNA podem também ser afetados. 
 
Todos estes compostos agem como doadores de elétron e submetidos a oxidação: 
 
a) A principal reação: 
R – CH=CH-R+ O3 + H2O → R-CH= O+ R-CH= O+ H2O2 
 
 
 
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mostra a formação simultânea de um mol de peróxido de hidrogênio (incluindo espécies 
reativas de oxigênio, ROS ) e 2 moles de produtos de oxidação lipídica (LOPs). 
 
 
 
A molécula ROS fundamental é o peróxido de hidrogênio, que é um oxidante não radical capaz 
de reagir como um mensageiro do ozônio responsável por extrair diversos efeitos biológicos 
e terapêuticos. O conceito que ROS são sempre prejudiciais tem sido largamente revisado, 
porque, em quantidades fisiológicas, agem como reguladores de transdução e representam 
importantes mediadores de defesa e imunidade (hormese). 
 
 
Mesmo que os ROS tenham um tempo de meia vida menor que um segundo, eles podem 
causar danos cruciais aos componentes celulares e portanto, sua geração deve ser 
precisamente calibrada para alcançar um efeito biológico sem danos. Isto pode ser atingido 
pela regulação da dose de ozônio (concentração de ozônio em ug/ml de gás por ml de sangue 
na proporção de 1:1), contra a capacidade antioxidante do sangue, que pode ser medida, se 
necessário reforçada pela administração oral de antioxidantes antes e durante a 
Ozonioterapia. 
 
b) LOPS - a produção de LOPS segue a peroxidação de PUFAs presentes no plasma: eles 
são heterogêneos e podem ser classificados como lipohidroperóxidos (LOOH), radicais 
alcoxil (LOO), lipoperóxidos (LOOO), isoprostanos e alquenos, entre os quais são 4- hidroxi 
– 2-3 transnonenal (HNE) e malonilaldeído (MDA). Radicais e aldeídos são 
intrinsecamente tóxicos e devem ser gerados em concentrações muito baixas. Eles são in 
vitro muito mais estáveis que ROS, mas afortunadamente, na reinfusão com sangue são 
submetidos à diluição em fluidos corporais, excreção (urina e bile) e metabolismo por GSH 
– transferase ( GSH – TR) e aldeído desidrogenase. Além disso, somente concentrações 
submicromolares podem atingir todos os órgãos, particularmente medula óssea, rim, SNC, 
glândulas endócrinas, etc, onde eles agem como moléculas sinalizadoras de um stress 
oxidativo agudo. 
 
Se o estágio da doença não é tão avançado, estas moléculas podem extrair um aumento na 
regulação de enzimas antioxidantes , como a superóxido dismutase (SOD) , GSH- peroxidase 
(GSH – PX), GSH redutase (GSH- Rd) e catalase (CAT). 
 
 
 
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É enfatizado que níveis submicromolares de LOPs podem ser estimulatórios e benéficos, 
enquanto altos níveis podem ser tóxicos. Esta conclusão baseada em diversos dados 
experimentais, reforça o conceito que concentrações de ozônio “ótimas” são críticas para 
atingir um resultado terapêutico:
concentrações muito baixas são praticamente inúteis e 
concentrações muito altas podem causar um efeito negativo (fadiga) então elas devem 
 
 
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estar no limiar para causar um stress oxidativo agudo, absolutamente transitório, capaz 
de engatilhar efeitos biológicos, porém sem toxicidade. 
 
Em conclusão, deve ficar claro que o processo de ozonização ocorrendo no sangue, ou 
intradiscal ou intramuscular, representa um stress oxidativo agudo. Entretanto, 
contanto que seja precisamente calculado de acordo com uma dose judiciosa, não é 
deletério, mas é capaz de extrair diversas respostas biológicas e possivelmente pode 
reverter um stress oxidativo crônico devido ao envelhecimento, infecções crônicas, 
diabetes, arterosclerose, processos degenerativos e câncer. De fato, o ato ozônio – 
terapêutico é interpretado com um atóxico, mas um real choque terapêutico, capaz de 
restaurar a homeostase. 
 
Quais são os efeitos biológicos extraídos pelos ROS e LOPs? 
 
O processo de ozonização é, portanto caracterizado pela formação de ROS e LOPs, agindo 
em duas fases. Este processo acontece tanto ex vivo (como por exemplo no sangue coletado 
em garrafas) ou in vivo (depois de uma injeção intramuscular de ozônio), mas enquanto ROS 
estão agindo imediatamente e desaparecem (agindo como mensageiros), os LOPs, via 
circulação, distribuem-se através dos tecidos e eventualmente somente algumas moléculas 
se ligam a receptores celulares. Sua farmacodinâmica permite minimizar sua toxicidade 
potencial e permite torná-los mensageiros tardios. 
 
A formação de ROS no plasma é extremamente rápida e acompanhada de uma transitória e 
pequena diminuição dose dependente da capacidade antioxidante. Esta situação retorna ao 
normal dentre 15-20 minutos devido a eficiente reciclagem de compostos oxidados como 
dehidro-ascorbato a ácido ascórbico. O peróxido de hidrogênio difunde facilmente do plasma 
para o centro das células e subitamente aparece no citoplasma representando um gatilho 
estimulante: dependendo do tipo de células. Diferentes caminhos bioquímicos podem ser 
concorrentemente ativados nos hemácias, leucócitos e plaquetas, resultando em numerosos 
efeitos biológicos. 
 
 
Apesar do ozônio ser um dos mais potentes germicidas quando aplicado 
sistemicamente não pode inativar bactérias, vírus e fungos in vivo, porque, 
paradoxalmente, os patógenos estão bem protegidos, particularmente dentro das células, pelo 
potente sistema antioxidante. Ocorre que o ozônio age como um estimulador do sistema 
imune, pela ativação de neutrófilos e estimulando a síntese de algumas citocinas. Mais uma 
vez, o mensageiro crucial é o peróxido de hidrogênio, que depois de entrar no citoplasma de 
células mononucleares do sangue, através da oxidação de cisteínas selecionadas, ativa a 
tirosina quinase, que então fosforila o fator de transcrição nuclear (KB) permitindo a liberação 
de um heterodímero (p50 + p65). Este complexo se move para o núcleo e ativa algumas 
antenas de genes eventualmente responsáveis por causar a síntese de diversas proteínas, 
entre AA quais estão na fase aguda e numerosas interleucinas. No passado foi mensurada a 
liberação de inúmeras citocinas do sangue ozonizado, in vitro. Quando os leucócitos 
ozonizados retornam a circulação, vão para o microambiente linfóide e liberam citocinas, 
reativando o sistema imunológico deprimido. Este processo é parte do sistema imune inato e 
nos ajuda a sobreviver em um ambiente hostil. 
 
 
 
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Durante a ozonização do sangue, nota-se um aumento da ativação de plaquetas, dose 
dependente com ozônio com uma consequente liberação de típicos fatores de crescimento, 
que irão auxiliar a cicatrização de ulceras crônicas em pacientes isquêmicos. 
 
Durante a reinfusão do sangue ozonizado ao paciente, a vasta extensão de células endoteliais 
que serão ativadas pelos LOPs, resultam em um aumento da produção de NO, 5-nitrosotiols 
e 5-nitrohemoglobina. Enquanto NO tem um tempo de meia-vida menor que 1 segundo, as 
proteínas ligadas ao NO podem exercer vasodilatação, também em áreas isquêmicas 
distantes, com efeito terapêutico relevante. 
 
 
Os LOPs, agindo como mensageiros de longa distância, podem transmitir a todo organismo a 
informação do estresse oxidativo agudo. Além disso, a estimulação do sistema nervoso central 
e endócrino pode ajudar a entender porque a maioria dos pacientes durante Ozonioterapia 
prolongada, reportam um sentimento de euforia e bem estar, provavelmente devido a melhora 
do metabolismo, bem como uma melhora na liberação normal de neurotransmissores. 
 
 
 
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Os efeitos biológicos gerados pela ação do ozônio no organismo, através dos ROS e LOPs 
podem ser resumidos: 
 
1. Estimulação da Capacidade Antioxidante: 
Aumento das enzimas Superóxido Dismutase, Catalase e Glutationa Peroxidase, que são os 
sistemas antioxidantes e removedores de radicais livres (“scavengers”) do próprio organismo. 
 
A Ozonioterapia possui a propriedade estimular os sistemas de defesa antioxidantes, 
protetores contra a ação das espécies reativas de oxigênio. (Bocci) 
 
 
 
 
 
2. Melhora da flexibilidade de hemácias e entrega de oxigênio: 
Sua capacidade de estimular a circulação é usada no tratamento de problemas circulatórios e 
na revitalização de funções orgânicas de modo geral. 
 
 
1. Os fosfolipídios da membrana canalizam os 
hidroperóxidos para dentro das células – ocorre 
reação do O3 com as duplas ligações dos ác. 
graxos insaturados 
 
2. Imediatamente, as hemácias respondem com 
mecanismo de detoxificação do peróxido, 
protegendo o Fe (II)da oxidação 
 
3. A quebra dos peróxidos via sistema glutation 
resulta em ativação, que associado ao aumento na 
G6PD, resulta numa ativação da rota do 
pentofosfato, estimulando o metabolismo das 
hemácias 
 
 
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O aumento da velocidade da glicólise na hemácia é acompanhado de um significativo aumento 
no intercâmbio de íons sódio e potássio, os quais são responsáveis por manter o potencial 
elétrico de membrana dos eritrócitos (efeito Rouleaux). 
 
As doenças arteriais oclusivas estão relacionadas com a perda do potencial de membrana 
normal. 
 
A normalização da troca de íons pelo ozônio e seus produtos, favorece a restauração do 
potencial normal. 
 
 
 
 
3. Estimulação do sistema imunológico: 
Ativação de células imunocompetentes com indução de citocinas como interferons, 
interleucinas e fatores de crescimento (moléculas sinalizadoras) 
 Interferons (IFN-, IFN-, and IFN-) 
 Interleucinas ( IL-1b, 2, 4, 6, 8, 10) 
 Fator de necrose tumoral (TNF- ) 
 Fator estimulador da formação de colônias de granulócitos / macrófagos 
(GM-CSF) 
 Fator de crescimento transformador ( TGF-β1) 
 
A ação imunológica do ozônio está dirigida fundamentalmente sobre os monócitos e 
linfócitos T, os quais uma vez induzidos, liberam pequenas quantidades de praticamente 
todas as citocinas, particularmente o IFN-gama, sendo portanto que a liberação de citocinas 
se produz de forma endógena (Bocci), efeito interessante para o controle de viroses crônicas. 
 
Quando administrado em baixas concentrações, o ozônio pode ativar o sistema imunológico 
do organismo. Como uma resposta a esta ativação através do ozônio, as células imunes do 
corpo produzem os mensageiros especiais chamados citocinas (mediadores importantes 
como interferons ou interleucinas). Estes informam outras células imunes, provocando uma 
cadeia de mudanças positivas no sistema imune, que se torna mais capaz de resistir a 
doenças. Isto significa que a aplicação do ozônio medicinal é extremamente útil para a 
ativação imunológica em pacientes com um status imune baixo e/ou imunodeficientes.
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4. Regulador do metabolismo 
 
Observações pré-clínicas e clínicas realizadas demonstram que a Ozonioterapia é capaz de 
modular indicadores, inicialmente patológicos a valores normais. 
 
Indicadores como glicose, creatinina, hemoglobina, hematócrito, proteínas totais, colesterol, 
triglicerídios, lipoproteínas, enzimas hepáticas, bilirrubina, ácido úrico, ácido Lático, entre 
outras (León, OS 1998; Al-Dalain, SM 2005; Hernandez F., 1995; Baeuerle, PA 1994; Borrego, A 2004; 
Gonzaléz, R 2004; Martinéz, G 2005; Al-Dalain, SM, 2005; Candelário, J2001; Peralta, C 2000; 
Hernandez F, 2005) 
 
 
 
 
5. Ação germicida tópica: 
O ozônio medicinal tem propriedades altamente bactericidas, fungicidas e antivirais. Usado 
extensamente para desinfetar feridas infectadas, assim como em doenças bacterianas e 
virais. 
 
Em tratamentos tópicos, observa-se a inativação de microrganismos por ação direta do 
ozônio, com ruptura oxidativa de suas membranas (Viehban, R.) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Por que o ozônio ainda não é aceito pela medicina ortodoxa 
1- Empiricismo excessivo 
2 - Falta de standartização 
3- Geradores de ozônio sem precisão 
4- Falta de dados científicos, biológicos e clínicos sólidos 
5- Toxicidade do ozônio 
6- “Charlatanismo” 
7- Falta de regulação e desinteresse das autoridades de saúde 
8- Falta de suporte financeiro 
9- Cientistas céticos e desinformados 
 
 
 
 
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3. Aspectos Práticos 
Conceitos, princípios e formas de administração da Ozonioterapia 
 
3.1 Princípios básicos 
 Primum non nocere: antes de tudo, não causar dano. 
 Escalonar a dose: geralmente, começar com doses baixas e ir aumentando lentamente, 
exceto em úlceras ou feridas infectadas, nas quais se procede em ordem inversa - começar 
com concentrações elevadas, e, em seguida, diminuir em função da melhora. 
 Aplicar a concentração necessária: concentrações de ozônio mais altas não são 
necessariamente melhores ou mais potentes, como ocorre com drogas convencionais 
utilizadas na medicina. Regra de ouro: nem sempre mais é melhor. 
 Se o equilíbrio redox é desconhecido – balanço entre antioxidantes e pró-oxidantes - e o 
paciente 
encontra-se em estresse oxidativo, uma dose inicial média ou alta pode danificar 
mecanismos antioxidantes celulares e agravar o quadro clínico. 
 
As doses terapêuticas são divididas em três tipos, segundo o seu mecanismo de ação: 
a) Doses baixas: estas doses têm um efeito imunomodulador e são utilizadas nas 
doenças em que haja comprometimento do sistema imunológico. 
b) Doses médias: são imunomoduladoras e estimuladoras do sistema enzimático de 
defesa antioxidante e de grande utilidade nas doenças crônico-degenerativas tais 
como diabetes, arteriosclerose, DPOC, doença de Parkinson, Alzheimer e 
demência senil. 
c) Doses altas: se utilizam especialmente em úlceras ou feridas infectadas - uso tópico 
exclusivo – e também para se ozonizar óleo e água. 
 
 
 
 
 
 
 
19 
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Aplicação Range de 
concentração de 
Ozônio 
Volume de 
ozônio 
Dosagem por 
quantidade de ozônio 
por tratamento 
Tratamento Sistêmico 
Auto-hemoterapia Maior (MAH) 10–30 μg/ml (max. 40 
μg/ml) 
 
50 ml 
 
500–1,500 μg (max. 
Insuflação Retal 10–25 μg/ml 
 
max. 300 ml 
 
3,000–7,500 μg 
 
Auto-hemoterapia Menor 10–20 μg/ml 10 ml 100–200 μg 
 
Tratamento tópico 
Limpeza de feridas 80–100 μg/ml 
 
 
Cura de feridas 10–25 μg/ml 
 
 
Injeções em síndrome da dor 1–10 μg/ml 
 
1 ml–20 ml 1–200 μg 
 
Em combinações com locais 
anestésicos 
10–20 μg/ml 1 ml–20 ml 10–400 μg 
Fonte: Ozone in Medicine: The Low-Dose Ozone Concept – uidlines and Treatment Strategies. 
 
3.2 Contraindicações 
A única contraindicação formal da Ozonioterapia é a detecção da deficiência absoluta da 
enzima Glicose-6-Fosfato Desidrogenase (G6PD), conhecida como favismo, em função do 
risco de hemólise. 
Por este motivo, é recomendado que se dose o nível sérico da enzima ANTES do início do 
tratamento com Ozonioterapia. A predisposição genética para o problema, o uso de drogas 
oxidantes, o estado total de antioxidantes (TAS) e o metabolismo antioxidante (único para 
cada paciente) devem ser levados em conta. 
Em casos de hipertireoidismo descompensado, diabetes mellitus descompensado, 
hipertensão arterial severa descompensada (instabilidade cardiovascular grave) e anemia 
grave, é necessário que a estabilização clínica dessas situações seja realizada previamente 
à aplicação da Ozonioterapia. 
As seguintes condições recebem também contraindicação relativa: 
 Intoxicação aguda por álcool 
 Hemorragia recente de órgãos 
 Gravidez recente ou suspeita (por questões deontológicas - em especial na fase inicial, 
para excluir qualquer risco de alterações mutagênicas, embora seja altamente 
improvável), 
 Caquexia, 
 Estado convulsivo 
 Condições que apresentem alto grau de estresse oxidativo (é necessária correção 
prévia deste antes do início da Ozonioterapia). 
 
3.3 Efeitos Colaterais da Ozonioterapia 
 
 
 
20 
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Os efeitos colaterais da Ozonioterapia são mínimos: dor pela picada da agulha e sensação de 
queimação transitórias (dura segundos) na local da injeção, flatulência (no caso de insuflação 
via retal do gás), hipotensão ortostática e hipoglicemia transitória (por este motivo se 
recomenda que o paciente não esteja em jejum ao ser submetido ao procedimento). 
 
Em 1980, a Sociedade Médica Alemã de Ozonioterapia encomendou um estudo para a Dra. 
Marie Theresa Jacobs e Prof Dr. Hergetbegan, da Universidade Kilnikum Giessen e do 
Instituto de Estatística Médica e Documentação da Universidade de Giessen, visando iniciar 
um inquérito intitulado "Efeitos adversos e complicações típicas em Ozonioterapia". Foram 
enviados 2.815 questionários para todos os ozonioterapeutas alemães ocidentais conhecidos 
pela Sociedade Médica de Terapia de Ozônio (AGO, Arztliche Gesellschaft fur Ozontherapie). 
Ao final da pesquisa, 644 profissionais participaram e foram analisados efeitos colaterais de 
5.579.238 sessões de Ozonioterapia realizadas em 384.775 pacientes. Foram documentados 
apenas 40 eventos considerados menores – tais como extravasamento de sangue do acesso 
venoso, tremor transitório dos lábios, náusea ocasional numa porcentagem mínima de 
pacientes, equivalente a 0,0007%. O relatório mencionou que “a maioria dos efeitos adversos 
foram causados por ignorância a respeito da Ozonioterapia”(erro do operador)”. Na época 
foram identificados apenas 4 casos de óbito associado ao ozônio, associados à injeção 
venosa direta da mistura gasosa oxigênio-ozônio, prática totalmente proscrita atualmente. 
Vale ressaltar que não se conhece nenhum procedimento médico com menos risco que a 
Ozonioterapia. O Instituto Forense da Universidade de Innsbruck publicou a pesquisa nos Atos 
Médicos Empíricos da Alemanha. 
 
Vale lembrar que um estudo publicado em 2012 no Journal of the American Medical 
Association (JAMA), em que os pesquisadores examinaram os registros de saúde de quase 
400.000 pessoas do Serviço Nacional de Saúde Italiano e constataram que 20 de cada 10.000 
indivíduos que utilizaram aspirina em baixa dose para prevenção primária experimentaram um 
sangramento maior – valor esse 5 vezes mais alto que a taxa de sangramento observada nos 
“clinical trials” prévios. Este número representa 0,2% de taxa de complicações. A taxa da 
Ozonioterapia é de apenas 0,0007% - uma das mais baixas taxas de complicações 
conhecidas em Medicina. 
 
3.4 Alergia a ozônio 
 
Em 2002, em artigo publicado na Science, pesquisadores norte-americanos demonstraram 
que os neutrófilos fabricam ozônio DURANTE o processo de defesa
do organismo para ativar 
anticorpos, fato confirmado no ano seguinte por Babior e colaboradores. Assim, não é 
possível ser alérgico ao ozônio, uma biomolécula naturalmente produzida pelo 
organismo humano. 
 
 
 
21 
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Demonstração da produção endógena de 
ozônio por neutrófilos. Evidence for Antibody-
Catalyzed Ozone Formation in Bacterial Killing 
and Inflammation. Paul Wentworth Jr et al. . 
Science 13 December 2002: 2195-2199. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3.5 Genotoxicidade 
 
O ozônio (O3) é uma espécie reativa de oxigênio e um componente importante da atmosfera. 
Os efeitos tóxicos da exposição aguda ao gás inalado, que pode causar inflamação pulmonar 
e danos às células epiteliais da cavidade nasal, brônquios, bronquíolos e macrófagos 
alveolares, já são bem conhecidos. 
 
A terapia com oxigênio-ozônio médico, no entanto, não se utiliza da via inalatória. Inúmeras 
publicações demonstram que a terapia utilizada por outras vias de administração é segura e 
com excelentes resultados clínicos. 
 
Efeitos genotóxicos têm sido demonstrados in vitro, principalmente mutações e ruptura da 
cadeia de DNA de bactérias em suspensão. O mesmo efeito foi observado com culturas de 
células humanas e animais tratadas com ozônio, em concentrações muito baixas (entre 0,3 a 
2 mg/m3). No entanto, a revisão da literatura sobre a genotoxicidade do ozônio e os estudos 
citogenéticos realizados in vivo em animais de laboratório aos quais foi administrado ozônio 
pelas vias intramuscular, intraperitonial, intratesticular e retal, na sua maioria têm mostrado 
resultados negativos em relação à ocorrência de alterações. Aberrações cromossômicas e 
nas cromátides dos linfócitos de sangue periférico foram detectadas em hamsters chineses 
expostos ao ozônio, mas não foram observadas em ratos. A ausência de efeitos genotóxicos 
em ratos também foi documentada na medula óssea e em espermatozóides dos animais 
tratados com ozônio nas doses medicinais. Interessante ressaltar que, in vivo, o dano 
produzido nas cadeias de DNA de leucócitos do sangue periférico humano é rapidamente 
revertido, provavelmente associado à ativação do sistema antioxidante intracelular, mediado 
principalmente pela formação de peróxido de hidrogênio (H2O2) e ao fenômeno de hormese. 
 
 
 
4. Vias de Aplicação 
 
4.1 Auto-hemoterapia maior (AHT Maior) 
 
 
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Esta técnica representa hoje uma dos melhores e mais utilizadas técnicas de administração 
do ozônio. É o tratamento de escolha na Europa, pois oferece intenso efeito sistêmico. 
 
Wolff em 1954 foi o pioneiro dessa técnica e introduziu com algumas mudanças em 1979. 
Quantidades de sangue e o ozônio são misturados num frasco estéril. O material do frasco 
ou bolsa deve ser compatível com ozônio para evitar geração de ftalatos, que são 
compostos tóxicos para o organismo. 
 
 
Neste procedimento, o sangue é coletado em um sistema de transfusão de sangue - com filtro 
e anticoagulante – composto de frasco de vidro sob vácuo ou bolsa plástica de transfusão 
resistente à ação oxidante do ozônio, com anticoagulante (citrato ou ACD). No caso do citrato 
de ampola 3,8%, utiliza-se 10 ml para cada 100 ml de sangue e no caso de ACD (ácido cítrico 
dextrose - utilizado em bancos de sangue), utiliza-se uma proporção de 6 a 10 ml por 100 ml 
de sangue. Em cada sessão são ozonizados entre 100 e 150 ml de sangue venoso. O equipo 
também deve ser anticoagulado. Ver lista de materiais. 
 
Durante a coleta, o braço deve ficar garroteado para garantir o fluxo de sangue. Deve-se 
escolher uma veia calibrosa para garantir o fluxo para a bolsa plástica ou a pressão negativa 
do frasco a vácuo e evitar perda da via ou a coagulação no equipo. Isso pode acontecer, 
especialmente nas veias de idosos ou de pessoas com dificuldades de acesso venoso, e 
também em condições clínicas associadas à inflamação crônica. 
 
Enquanto isto, proceder a geração da concentração de ozônio escolhida utilizando uma 
seringa de 60ml . Quando o sangue for aspirado para dentro da garrafa/bolsa (100 a 200 ml), 
injetar o ozônio, na concentração escolhida (15 a 40 µg /ml) no frasco com o sangue. 
 
Antes de reinfundir o sangue ozonizado é necessário homogeneizar a mistura, com 
movimentos circulares lentos, com a mão leve para evitar a hemólise, por 3-5 min. Vemos 
quase imediatamente que o sangue venoso (escuro) é transformado para uma cor vermelho 
vivo. Em seguida, proceda a reinfusão de sangue ozonizado no paciente lentamente, gota a 
 
 
23 
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gota. Na primeira sessão, faça-o bem lentamente (15-20 minutos) e, assim, avaliar a tolerância 
do paciente. 
 
É aconselhável perguntar ao paciente se sente qualquer desconforto ou alteração durante a 
administração. Pode referir sensação de aperto retroesternal e / ou dormência nos lábios em 
alguns casos. Este sinal é normal em retransfusões muito rápidas. 
 
Outra complicação que pode haver é hipoglicemia (ozônio é hipoglicemiante) em pacientes 
diabéticos e medicados, que tenham alterado o seu esquema de insulina sem informar ou 
consultar o médico . Sempre manter soro glicosado 5% à disposição. 
 
Recomenda-se que os pacientes não façam jejum antes do procedimento, que tenham se 
alimentado e tomado bastante água. 
 
Esta via de administração é muito segura e eficaz, mas requer conhecimento da técnica, 
observar estritamente as regras e protocolos, excluindo contraindicações e, especialmente, 
NUNCA DEIXAR a sala de tratamento, nem por um momento, ATÉ O FIM DA SESSÃO. 
 
Os casos conhecidos de efeitos graves não foram causados pelo gás ozônio, mas por 
PRÁTICAS INADEQUADAS. 
 
A injeção direta da veia com ozônio é controversa e proibida por associações médicas 
científicas de Ozonioterapia, devido ao alto risco de embolia. Além do que, esta via não relata 
qualquer benefício terapêutico para o baixo volume de gás a ser transfundido. Atualmente, 
existem meios mais seguros de usar, como auto-hemoterapia menor e insuflação retal. 
 
Uma contraindicação absoluta para esta terapia é paciente com sangramento ativo em 
qualquer parte ou anemia severa. 
 
As concentrações variam de acordo com cada paciente e indicação (Ver Declaração de 
Madrid), mas de forma genéricas, as concentrações utilizadas são: 
 
Volume de sangue ozonizado 100-200 ml 
Concentração 15-35 µg /ml 
Dose total por sessão 1500-3500 mg 
 
Exemplo de esquema de tratamento escalonado com AHT- Maior 
 Doses baixas - médias Doses médias - altas 
 Dose total ( concentração e volume) Dose total ( concentração e volume) 
1ª. semana 0,5 mg (10 mg/L en 50 mL) 1,0 mg (10 mg/L en 100 mL) 
2ª. semana 1,5 mg ( 20 mg/L en 75 mL) 3,0 mg (30 mg/L en 100 mL) 
3ª.semana 2,5 mg (25 mg/L en 100 mL) 4,0 mg (40 mg/L en 100 mL) 
 
 
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4ª. semana 3,5 mg (35 mg/L en 100 mL) 6,25 mg (50 mg/L en 125 mL) 
Nota: O volume do gás igual ao volume do sangue 
 
Benefícios da AHT maior: 
 Melhoria da via glicolítica em hemácias. 
 Ativação da via das pentoses em hemácias, com um possível aumento nas 
concentrações de 2,3-DPG. 
 Aumento da concentração de ATP em hemácias 
 Melhoria das propriedades reológicas do sangue (correção do fenômeno de 
Rouleaux) 
 Vasodilatação pelo aumento de óxido nítrico e prostaglandinas 
 Indução da libertação de citoquinas e componentes celulares 
 Estimulação dos sistemas intracelulares de defesa antioxidante. 
 
 
4.2 Auto-hemoterapia menor 
É uma pequena quantidade de sangue coletada do paciente, misturada com Ozônio, e 
reinfundida por injeção intramuscular
subsequente no paciente. 
 
Coleta-se uma seringa de 20 ml, com 5 ml de ozônio, concentração 
de ozônio de 20 a 40 µg/ml e aspira-se de 5 a 7 ml de sangue. Agitar 
por um minuto e subsequentemente injetar por via intramuscular. 
Pode ser injetado menos quantidade da mistura (cerca de 5 ml) e 
também é eficaz. Injeta-se somente o sangue, pois o ozônio já reagiu 
com o sangue. 
 
Localmente, vários processos ocorrem: 
 
- Fibrinólise: reabsorção do soro via vasos linfáticos e uma reação inflamatória estéril. 
- Liberação de compostos quimiotácticos para o local da injeção, que irão estimular a 
infiltração local de monócitos e neutrófilos, sendo as hemácias hemolisadas removidas, bem 
como as proteínas desnaturadas. Estes leucócitos ativados podem liberar interferons e 
interleucinas localmente, ou ao longo do sistema linfático, promovendo regulação da resposta 
fisiológica às citocinas. 
 
INDICAÇÕES: Como autovacina para estimular o sistema imunológico. Doenças auto-
imunes. É indicado na acne, dermatite atópica, psoríase, revitalização de pacientes com 
doenças debilitantes crônicas e como terapia adjuvante em pacientes com câncer. 
 
4.3 Insuflação retal 
 
 
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É uma técnica não invasiva que pode ser usada com grande segurança em pacientes com 
veias frágeis, também em crianças, adultos ou idosos que necessitam de tratamento com 
ozônio. 
 
É uma das mais antigas técnicas de aplicação de gás e provou a sua eficácia terapêutica em 
diversos estudos clínicos. Somente em Cuba há mais de vinte e dois mil tratamentos 
documentados em diversas especialidades. 
 
O tratamento consiste na introdução de uma sonda retal em que a mistura gasosa é insuflada 
com auxílio de uma seringa, em doses terapêuticas de acordo com o efeito ou condição a ser 
tratada. É recomendável que o paciente esteja com o intestino limpo, podendo ser 
recomendado algum procedimento (enema, clister) para remover a matéria fecal, que pode 
interferir com a dose desejada. 
 
O ozônio utilizado por via retal não possui apenas ação local, mas também efeito sistêmico, 
uma vez que o gás é rapidamente dissolvido nos conteúdos do lúmen do intestino, onde há 
mucoproteínas e outros produtos de secreção com uma forte atividade antioxidante, de modo 
que o ozônio reage rapidamente e produz espécies reativas de oxigênio (ROS) e produtos 
de peroxidação de lipídica (LOPS) , que uma vez gerados são absorvidos e passam para a 
circulação sistêmica, sendo capazes de promover 
os efeitos terapêuticos. 
 
Imagem esquemática da transferência de O3 / O2 no 
lúmen do cólon para a submucosa. Ambos os gases são 
dissolvidos na camada de mucosa luminal onde O3 
imediatamente reage e se decompõe em ROS e LOPs. 
Estes compostos são absorvidos juntamente com água 
através do sistema linfático e capilares venosos na 
submucosa, abaixo da mucosa muscular. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Recomendações importantes para o procedimento 
 Insuflar o gás lentamente (2-3 min) para não estimular excessivamente o peristaltismo e 
provocar a defecação rápida antes do ozônio ser absorvido adequadamente. 
 O paciente deverá fazer a aplicação preferencialmente com o intestino limpo (após 
defecação ou enema), para melhorar a absorção do gás. 
 
Procedimento 
 
 
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1- Selecionar a concentração de ozônio desejada e encher uma seringa de 60 ml 
2- Com o paciente deitado em decúbito lateral, introduzir a sonda (retal ou uretral, sempre 
lubrificando antes). Introduzir mais ou menos 1/3 do tamanho do tamanho total da sonda. 
3- Encaixar a seringa com ozônio na sonda e introduzir o gás lentamente 
4- Caso necessite um volume maior, encher novamente a seringa e introduzir no paciente (ou 
deixar mais seringas preparadas de uma só vez). Na troca de seringas, manter a sonda 
fechada para que o gás não escape. 
5- Não contaminar a seringa por contato com secreções fecais. 
 
 
A maioria dos pacientes tolera esse procedimento 
muito bem, especialmente se as doses forem 
progressivas para efeitos terapêuticos adequados. 
 
A aplicação retal do ozônio induz efeitos locais e 
sistêmicos e não é conveniente atingir concentrações 
acima de 40 µg /ml para não para causar danos graves 
e irreversíveis para a mucosa retal. 
 
O volume do gás a ser aplicado é variável, dependendo da doença e as diferentes escolas de 
Ozonioterapia, que varia entre 100 e 300 ml por sessão. Há um consenso internacional recente que 
recomenda volumes entre 100 a 200 ml, com algumas exceções. Vários estudos indicam que é 
possível obter resultados semelhantes ao da autohemoterapia maior, mas com mais sessões. 
INDICAÇÕES: a insuflação retal verificou-se particularmente útil para patologias locais, tais 
como a constipação intestinal crônica, colite ulcerativa, doença de Crohn, proctite (fase 1-2), 
fístulas e fissuras anais e câncer retal. 
 
Para efeito sistêmico, adjuvante em oncologia, doenças auto-imunes, patologias hepáticas, 
insuficiência circulatória e terapia antienvelhecimento. 
 
Esquema de tratamento escalonado com ozônio (Cuba) 
Via retal 
 Doses baixas - médias Doses médias - altas 
 Dose total ( concentração e 
volume) 
Dose total ( concentração e volume) 
1ª. semana 1,5 mg (15 mg/L em100 mL) 2,0 mg (20 mg/L em 100 mL) 
2ª. semana 3 mg ( 20 mg/L em 150 mL) 3,75 mg (25 mg/L em 150 mL) 
3ª.semana 4,5 mg (30 mg/L em 150 mL) 6 mg (30 mg/L em 200 mL) 
4ª. semana 6,0 mg (30 mg/L em 200 mL) 8 mg (40 mg/L em 200 mL) 
 
Esquema de tratamento COLITE – MÉTODO DE KNOCH 
 
 
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Via retal 
1ª. Semana (3 dias): 20 mcg/mL, 300 mL de gás 
2ª. Semana (3 dias): 25 mcg/mL, 300 mL de gás 
3ª. Semana (3 dias): 30 mcg/mL, 400 mL de gás 
4ª. Semana (3 dias): 30 mcg/mL, 500 mL de gás 
 
Esquema terapêutico sugerido pelo Prof. Velio Bocci: 
 
4.4 Bag com ozônio (aplicação tópica) 
Bolsa de Ozônio (Bagging) - Aplicação da mistura gasosa oxigênio/ozônio em bota plástica 
de baixa pressão (“bota Rokitansky”) 
 
O método transcutâneo de exposição das lesões à mistura gasosa de oxigênio/ozônio é 
realizado utilizando-se bolsas plásticas de material resistente ao ozônio (chamado bag ou 
bagging) com um tubo para passagem do gás, sendo o método mais indicado para infecções 
tópicas profundas e extensas. A mistura gasosa de oxigênio/ozônio deverá ser insuflada em 
bolsas plásticas próprias que deverão envolver toda área lesada. 
 
Nessas bolsas, a mistura gasosa sob baixa pressão, usada no tratamento de úlceras 
infectadas, é inicialmente aplicada em concentrações mais elevadas (60 µg/ml), após 
umedecimento prévio da área a ser tratada. Isso é feito para aumentar o efeito oxidativo sobre 
o tecido necrosado. Seu efeito microbicida e de inativação de vírus já ocorre em concentrações 
mais baixas (< 40 µg/ml). Uma vez iniciada a cicatrização do ferimento, a concentração deve 
novamente ser reduzida (< 20 µg/ml), fazendo-se uso total do efeito metabolicamente 
estimulador e imunomodulador da mistura gasosa oxigênio/ozônio à medida que o processo 
de cicatrização evolui. 
 
 
 
28 
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O tratamento com a mistura gasosa oxigênio/ozônio sob baixa pressão não objetiva ser uma 
monoterapia. Assim, outras formas de tratamento de feridas (curativos biocompatíveis, 
limpeza de ferimento, enzimas quando necessário) devem continuar em uso, de acordo com 
a situação do ferimento e em conformidade com as regras atuais. O considerável efeito 
hiperêmico localizado em virtude de condições ligeiramente subatmosféricas e as 
propriedades da mistura gasosa oxigênio/ozônio
contribuem para o processo de cicatrização. 
 
Na aplicação tópica, no caso de úlceras superinfectadas, a faixa de concentração 
correspondente pode ser inferida a partir das características da lesão: na presença de 
umidade, altas concentrações da mistura gasosa oxigênio/ozônio (entre 60 e 80 µg/ml) 
produzem a “limpeza do ferimento”, isto é, desinfecção, enquanto as baixas concentrações 
entre 10 a 40 µg/ml produzem a “cicatrização do ferimento”, isto é, epitelização e granulação. 
Se, por outro lado, altas concentrações continuarem sendo aplicadas depois da fase de 
“limpeza do ferimento”, a “cicatrização” será inibida. Concentrações da mistura gasosa 
oxigênio/ozônio maiores que 80 µg/ml têm um efeito visivelmente tóxico para a pele. 
 
Material Necessário 
•Bag para aplicação tópica 
•Micropore ou esparadrapo para vedar 
•Mangueira de silicone 
•Gerador de ozônio médico com bomba de vácuo 
 
Técnica 
a) O paciente deve estar sentado ou deitado e a área onde será feita a aplicação, 
exposta. 
b) Realizar a assepsia do local (com água ozonizada ou soro fisiológico) onde a lesão 
está presente, com a pele ainda úmida, colocar o membro afetado no Bag de 
aplicação tópica, conforme a figura abaixo. 
Representação esquemática da ação do ozônio sobre a pele para o 
tratamento local. O ozônio dissolve na camada hidrolipídica cobrindo a parte 
exterior do estrato córneo, para reagir imediatamente com os ácidos graxos 
insaturados, gerando ROS e LOPs. Estes compostos podem ser 
parcialmente absorvidos através da barreira transdérmica e facilitada pela 
vasodilatação induzida pela bolsa ou sauna. Ambos capilares e vasos 
linfáticos e venosos transferem ROS e LOPS para a circulação geral, 
induzindo efeitos sistêmicos 
 
 
29 
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c) Vedar bem o Bag com micropore ou fita (é necessário que a bolsa plástica fique 
hermeticamente fechada) 
d) Conectar a ponta do tubo do bag com um filtro no bocal de vácuo do equipamento e 
acionar o vácuo; aguardar o sistema de vácuo retirar o ar do bag. 
e) Quando o ar do bag tiver sido retirado, desligar o vácuo e então o bag poderá receber 
a mistura oxigênio/ozônio. 
f) Desconectar a ponta do tubo do bag do bocal de vácuo e colocar no bocal de saída 
do ozônio 
g) Ligar o gerador de ozônio e ajustar a concentração conforme avaliação da lesão. 
Uma extremidade do tubo do bag fica conectada na saída do gás ozônio e a outra fica 
dentro do saco plástico 
h) Depois que a bolsa estiver preenchida com a mistura gasosa, desligar o gerador e 
fechar o bag. Se não houver dispositivo específico no bag, pode ser colocada uma pinça 
do tipo Kelly para clampear a extensão. 
 i) Deixa-se a mistura gasosa oxigênio/ozônio agir sobre o local entre 15 a 30 minutos 
em cada sessão. 
j) Depois de atingido o tempo de exposição, conecta-se novamente o tubo no sistema 
de vácuo do gerador, retirando-se assim toda mistura gasosa oxigênio/ozônio (neste 
caso o vácuo do equipamento está ligado a um sistema catalisador, que converte 
ozônio em oxigênio). Utilizar sempre filtro no bocal do vácuo. 
k) Ao final do procedimento, remover o bag e então proceder o curativo, de preferência 
com óleo ozonizado. 
 
 
 
IMPORTANTE 
 Sempre lavar a lesão com soro fisiológico ou água ozonizada antes de aplicar o bag. 
 Utilizar sempre um filtro no bocal do vácuo para evitar contaminação e entupimento do 
sistema. 
 
Critérios para seleção da concentração 
Concentração Avalição da lesão 
60 μg/ml Ferida infectada, purulenta 
40 μg/ml Ferida com infecção controlada, iniciando processo de granulação 
 
 
30 
Material produzido para o Curso da ABOZ- Reprodução Proibida – Direitos Reservados 
20 μg/ml 
 
Ferida em estado de evolução, com tecido de granulação, sem sinais de 
infecção. 
 
Volume: depende do tamanho da bolsa, até preencher o volume. 
Frequência: 1-3 vezes por semana 
Total de sessões: conforme a resposta terapêutica até se atingir a cicatrização da lesão 
 
 
4.5 Injeções intraarticulares, periarticulares, paravertebrais, subcutâneas 
É injetado diretamente na articulação ou na musculatura paravertebral (ou periarticular) ou 
no espaço subcutâneo. 
Ozônio: Vol. 1-15 ml (dependendo do tamanho articulação). 
Concentração: 10 – 20 mg / L 
 
 
 
Indicações principais 
 
 Aparelho Locomotor: artrose, artrite reumatóide e outras artrites auto-imunes, bursites, 
sinovites, fasciítes, tendinites, tendinoses estenosantes, fibromialgia, mialgias, hérnia de 
disco e radiculopatias compressivas, síndrome do canal estreito, síndrome do túnel do 
carpo e outras neuropatias periféricas compressivas, tratamento local de processos 
sépticos, síndromes miofasciais, condromalácias, desordens dos ombros, desordens dos 
joelhos, com ou sem alterações ósseas, ponto gatilho doloroso. 
Mecanismos de Ação do Ozônio 
Ação do ozônio nas doenças articulares - mecanismos segundo Bocci (1998): 
 
Quando o ozônio se dissolve no liquido sinovial, reage com proteínas livres, enzimas, 
proteoglicanos e condrócitos, podendo produzir: 
 Inativação e inibição da liberação de enzimas proteolíticas e de radicais livres 
endógenos 
 Estimulação da produção de condrócitos e fibroblastos, com aumento da síntese de 
matriz extracelular e possivelmente da cartilagem articular. 
 Indução da síntese de enzimas antioxidantes (SOD, GSH-Pxs, e catalase) com 
resposta adaptativa ao stress oxidativo crônico (e ao ozônio) 
 Inibição da liberação de bradicinina e da síntese de prostaglandinas inflamatórias, 
com reabsorção do edema e alivio da dor. 
 Aumento da liberação do receptor solúvel da IL-1, ou de outros receptores solúveis 
e antagonistas capazes de neutralizar IL-1, IL-8, IL-12, IL-15, e TNF alfa (fator de 
necrose tumoral alfa), todos possíveis envolvidos no mecanismo da dor e 
inflamação. 
 Liberação de citocinas imunossupressoras como TGF-beta 1 e IL-10, que podem 
inibir a inflamação (Free Radic Biol Med 1998) 
 
 
31 
Material produzido para o Curso da ABOZ- Reprodução Proibida – Direitos Reservados 
 TGF-beta 1 modula a expressão de integrinas e estimula a síntese de matrizes 
proteicas, como colágeno e glicosaminoglicanos, explicando o longo período de 
remissão das dores 
 
Fisiopatologia das Artralgias 
 Adelgaçamento ou destruição da cartilagem articular 
 Aumento na degradação da matriz cartilaginosa devido às colagenases e 
proteoglicanases 
 Aumento significativo na produção de prostaglandinas, IL-1 e TNF 
 
Ação do Ozônio nas Artralgias 
 Inibição na liberação de enzimas proteolíticas 
 Estimulação da proliferação de condrócitos e fibroblastos com aumento na síntese de 
matriz cartilaginosa 
 Inibição na liberação de bradicinina e prostaglandina inflamatória 
 Liberação de citocinas imunossupressivas como TGF-1 e IL-10 (Trippel 1995; Scully 
1997) 
 
 
Aplicação intraarticular – joelho 
 
 
Aplicação intraarticular – ombro 
 
 
 
32 
Material produzido para o Curso da ABOZ- Reprodução Proibida – Direitos Reservados 
Aplicação Subcutânea 
 
 
Aplicação paravertebral 
Ponto de Aplicação: 
 
 Aplicação Paravertebral (hérnia de disco) 
 
Aplicação em Pontos Gatilho 
• Técnica indireta no tratamento das mialgias lombares secundárias. 
• Os pontos são correspondentes aos metâmeros da hérnia discal (Bocci 1998) 
 
 
 
 
 
33 
Material produzido para o Curso da ABOZ- Reprodução Proibida – Direitos Reservados 
Efeito da Ozonioterapia na Oxigenação Muscular 
 Produz stress oxidativo transitório, compensado com formação de antioxidantes 
sanguíneos (up-regulation) (Bocci, 1996; Leon et al. 1998) 
 A liberação de substâncias como adenosina, óxido nítrico e prostaglandinas pode atuar 
sobre a microcirculação, levando à diminuição da resistência
vascular (Giuntta et all 2001) 
 Músculos mal oxigenados apresentam aumento de até 50% no pO2 muscular, mantido até 
48 h após (Clavo et al. Effect of ozone therapy on muscle oxygenation. J Altern 
Complement Med. 2003) 
 
Doenças Reumáticas 
 Degeneração cartilaginosa e erosão do osso justa-articular parece se dever-se 
principalmente a presença de TNF (Feldman 2001) 
 O ozônio provoca um aumento do fluxo de O2 nas regiões inflamadas e oxidação de 
mediadores algogênicos (Riva Sanseverino 1989) 
 O ozônio, através de seus metabólitos – ROS e LOPs – ativa a enzima superóxido 
dismutase e catalase, que são antioxidantes endógenos, varredores de radicais livre 
presentes em processos inflamatórios crônicos e também responsáveis pelos danos 
teciduais. 
 
4.6 Água Ozonizada 
 
Veículo para aplicação de ozônio tópico. 
 
A água ozonizada possui amplo espectro germicida agindo sobre vírus, fungos e bactérias. 
Supõe-se que o ataque primário do ozônio se dê sobre a parede celular da bactéria e, depois, 
ao penetrar no interior da célula, este agente promove a oxidação dos aminoácidos e ácidos 
nucléicos. O ozônio tem sido utilizado há mais de 80 anos no tratamento da água potável em 
vários países da Europa e demonstrou eficácia no tratamento da água de uso hospitalar. É 
considerado hoje um potencial agente antimicrobiano tópico, com efeitos cicatrizantes. 
 
 
A decomposição do ozônio no meio aquoso depende, além da 
qualidade da água em grande parte, do valor da temperatura e 
de pH. Desta forma, o valor da meia-vida (t ½) é de 
aproximadamente 10 horas em água destilada, 80 minutos na 
água desmineralizada (condutividade 1,35 ms / cm) e apenas 
cerca de 20 minutos em água destilada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
34 
Material produzido para o Curso da ABOZ- Reprodução Proibida – Direitos Reservados 
 
 
A figura mostra a dependência de dissolução de ozônio na 
temperatura da água bidestilada, sob a forma de um gráfico de tempo 
/ concentração, os valores de meia-vida determinados por este 
diminuem com o aumento da temperatura. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tempo de saturação do ozônio na água bidestilada 
Na água bidestilada, a concentração de ozônio depende da própria concentração do ozônio 
injetado, ou seja, até um limite proposto pela lei de Henry em 1803, depende da pressão e a 
temperatura. A concentração máxima se obtém aos 5 minutos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tempo de decomposição de ozônio na água 
Gráfico: diagrama concentração-tempo 
mostrando três curvas de concentração de 
ozônio em agua bidestilada, após 25 minutos de 
borbulhamento. Na maior concentração de 
ozônio utilizada (80 µg/ml), a saturação é 26% 
(=20,8 µg/ml), com 5 minutos. (Extraído de: 
Bocci, V. Oxygen-Ozone Therapy. A Critical 
Evaluation, 2002.,) 
 
 
 
 
35 
Material produzido para o Curso da ABOZ- Reprodução Proibida – Direitos Reservados 
 
A decomposição do ozônio na água depende 
diretamente da temperatura e da pureza da água. 
 
Gráfico: Decomposição de ozônio dissolvido em água 
bidestilada. (Extraído de: Bocci, V. Oxygen-Ozone 
Therapy. A Critical Evaluation, 2002.). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Método para obtenção de água ozonizada 
 
Para a modalidade de Ozonioterapia tópica, a água ozonizada pode ser 
obtida de duas formas: com equipamentos que convertem automaticamente 
o oxigênio do ar e incorporam o gás ozônio na água, denominados hidro-
ozonoterapia e com equipamentos geradores de ozônio que convertem 
oxigênio puro engarrafado em ozônio, em concentrações definidas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Técnica para obtenção de água ozonizada de uso clínico (para irrigação) 
 
a) Preencha o recipiente com água até o volume do recipiente a 
OBS: As características de ozonização serão alteradas conforme a qualidade de água; 
para atingir maior concentração de ozônio dissolvido, utilize água bidestilada ou água para 
injeção. 
 
b) Conecte o tubo de entrada de O3 na saída de ozônio do gerador 
OBS: o tubo de entrada de O3 é o que tem o borbulhador de gás 
 
c) Verifique se o tubo de saída do excesso de gás está corretamente conectado no catalisador 
 
 
36 
Material produzido para o Curso da ABOZ- Reprodução Proibida – Direitos Reservados 
 
d) Ligue o gerador de ozônio, selecione a concentração de 40µg/ml (por exemplo) e deixe 
ozonizar por 5 minutos; se desejar água com menor residual de ozônio, utilize 
concentração menor. 
 
e) Desligue o gerador de ozônio. A água já pode ser utilizada. 
 
 
 
A Velocidade de Reação depende de vários fatores: 
• Temperatura (Lei de Arrhenius) 
• Natureza das substâncias reativas 
• Concentração ou pressão das substâncias 
• Superfície de contato entre elas (microbolhas x bolhas grandes) 
• Tempo de contato 
 
 
Concentração Ideal 
– A concentração da saturação de O3 na água é proporcional a sua concentração 
– Limite proposto pela lei de Henry (depende da pressão e a temperatura) 
 
A Concentração máxima é atingida após 5 minutos de borbulhamento, sendo alcançadas as 
seguintes concentrações: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Importante que o sistema tenha um difusor de microbolhas e um catalisador. O uso do 
catalisador é de extrema importância, pois todo excesso de ozônio que não é absorvido 
pela água será catalisado a oxigênio, evitando a inalação excessiva do gás. 
 
Frequência: a irrigação pode ser realizada toda vez que houver necessidade de assepsia local 
de ferida ou lesões. 
 
4.7 Óleo Ozonizado 
 
O óleo ozonizado possui potente ação antimicrobiana e propriedades únicas que 
proporcionam uma vasta aplicação aos sistemas biológicos e tratamentos clínicos. 
 
Os princípios ativos resultantes do processo de ozonização são os hidroperóxidos e outros 
produtos de peroxidação lipídica, que possuem propriedades germicidas inespecíficas e agem 
de modo satisfatório sobre os processos de cicatrização e regeneração dos tecidos. 
 
Concentração do ozônio produzido 
pelo gerador 
Concentração do ozônio absorvido pela 
água bidestilada 
5 µg/mL 2,0 ppm 
20 µg/mL 5,0 ppm 
40 µg/mL 8,0 ppm 
 
 
37 
Material produzido para o Curso da ABOZ- Reprodução Proibida – Direitos Reservados 
Um dos principais e mais conhecidos mecanismos de ação do ozônio está relacionado à sua 
atividade altamente oxidativa, sendo um agente potencialmente biocida, atuando contra 
fungos, bactérias e vírus. 
 
Além do efeito antimicrobiano, o ozônio se comporta de maneira diferente quando 
administrado nos sistemas biológicos, exercendo ação estimulante sobre os sistemas 
circulatório e imunológico, tendo efeitos reparativos. 
Estudos clínicos ainda demonstraram seu potencial efeito benéfico em diversas 
situações, como: dificuldade de cicatrização, micoses, úlceras, osteomielites, pós-
operatórios de cirurgias anorretais, herpes, etc. 
 
 
Ações principais 
 Intensa atividade germicida (fungos, bactérias e vírus) 
 Ativação da microcirculação 
 Melhora do metabolismo celular do oxigênio 
 Estimulação do crescimento do tecido de granulação, como epitelização e revitalização 
do tecido epitelial. 
 
Indicações do óleo ozonizado (considerar índice de peróxidos) 
 Herpes Simples Labial Recorrente 
 Escaras, fístulas e feridas pós-cirúrgicas 
 Úlceras de difícil cicatrização (insuficiência venosa ou arterial) 
 Infecções vulvo-vaginais 
 Otite externa crônica 
 Onicomicose 
 Epidermofitose, Tinea Pedis 
 Não relacionadas com processos infecciosos: 
o atenuação de rugas 
o dermatites e manchas de pele 
o queimaduras 
 
4.8 Aplicação de Ozônio Vaginal (Insuflação Vaginal) 
 
Indicação: Doenças inflamatórias do trato genital, colpite, vaginose bacteriana, vulvovaginite 
recorrente, candidíase de repetição. 
 
Vias de administração 
• Irrigações vaginais com água ozonizada 
• Insuflações vaginais com mistura de ozônio e oxigênio 
• Aplicações de óleo ozonizado (emborcação/ absorvente interno embebido em óleo
ozonizado) 
 
 
 
38 
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Instilação vaginal durante 10 dias com água ozonizada em 20 µg/ml, seguido de aplicação do 
gás, a uma concentração de 20 µg/ml, durante 10 minutos. Utilizar um espéculo vaginal para 
a instilação. 
 
Na Rússia, foi desenvolvido um dispositivo intravaginal especialmente concebido para o efeito 
que permitia ozonização intravaginal ideal, garantindo uma maior superfície de contato e igual 
ozônio com epitélio vaginal, permitindo mais segurança, já que não há fuga de ozônio na 
atmosfera. 
 
Outros profissionais utilizam um bocal especial para o espéculo vaginal, introduz-se a mistura 
de ozônio e oxigênio com concentração de ozônio de 20 a 40 µg /ml na vagina. Antes do 
procedimento da insuflação, a vagina deve ser lavada com água destilada ozonizada. Este 
método resultou em melhora considerável de pacientes com colpite não-específica, 
eliminando microrganismos patogênicos e oportunistas ao exame bacterioscópico e 
recuperando o equilíbrio imunológico da secreção vaginal. O uso do método torna possível a 
interrupção da terapia medicamentosa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
39 
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ANEXO 1 
 
DIRETRIZES E ESTRATÉGIAS DE TRATAMENTO 
ORIENTAÇÕES DA SOCIEDADE EUROPEIA DE OZONIOTERAPIA 
 
 
Ozônio na Medicina: O conceito da baixa dose: Diretrizes e estratégias de tratamento 
 
Material Orientativo Baseado em: 
 
 
 
 
Conceito de ozônio em baixa dose 
Os efeitos do ozônio medicinal como substância hormética podem ser definidos por aqueles 
que definiram hormesis (Rattan 2008). 
 
Nos organismos vivos, a administração única ou repetitiva de substâncias perigosas ou 
substâncias tóxicas aumenta a sua capacidade de auto-regulação. Ou, alternativamente, 
moderado estresse oxidativo estimula os mecanismos de proteção das células e órgãos e é 
biologicamente útil. 
 
TABELA 1. Ozônio e Hormese: Toxicidade Versus Benefício Terapêutico 
Toxicidade do Ozônio no Sistema 
Respiratório via Inalação 
 
Efeito terapêutico nas formas específicas de 
aplicação médica do ozônio 
 
Exposição a Longo Prazo (8 h, etc.) com 
concentrações de ozônio de até 1 ppm ∗ (em 
animais 
 
 
 
 
Estresse Oxidativo 
→ ROS (espécies reativas de oxigênio), LOP 
(produtos de oxidação lipídica) citocinas 
→ aumento da infiltração de neutrófilos, 
ativação de macrófagos 
 
→ inflamação crônica 
 
→→→ Superóxido e radicais OH. ... 
 
→ Disfunção dos Antioxidantes 
→ Baixa regulação de antioxidantes. 
 
1 ppm ≈ 2 mg / m3 
Dose única 
Baixa concentração 
Dose baixa → estresse positivo 
→ Estress oxidativo 
 
→ Indução do metabolismo celular 
 
 
→ Regulação de antioxidantes 
 
 
40 
Material produzido para o Curso da ABOZ- Reprodução Proibida – Direitos Reservados 
TABELA 2. Concentração Relativa à Aplicação e Escalas de Dosagem na Terapia do 
Ozônio 
 
Aplicação Range de 
concentração de 
Ozônio 
Volume de ozônio Dosagem por 
quantidade de ozônio 
por tratamento 
Tratamento Sistêmico 
Auto-hemoterapia Maior (MAH) 10–30 μg/ml (max. 40 
μg/ml) 
 
50 ml 
 
500–1,500 μg (max. 
Insuflação Retal 10–25 μg/ml 
 
max. 300 ml 
 
3,000–7,500 μg 
 
Auto-hemoterapia Menor 10–20 μg/ml 10 ml 100–200 μg 
 
Tratamento tópico 
Limpeza de feridas 80–100 μg/ml 
 
 
Cura de feridas 10–25 μg/ml 
 
 
Injeções em síndrome da dor 1–10 μg/ml 
 
1 ml–20 ml 1–200 μg 
 
Em combinações com locais 
anestésicos 
10–20 μg/ml 1 ml–20 ml 10–400 μg 
 
 
Em humanos, as doses de 21,4 μg de ozônio / kg de peso corporal aplicado (70 kg) nas 
principais auto-hemoterapia e 107 µg de ozônio / kg de peso corporal em insuflação retal são 
baixos e podem ser administrados por um período de tempo extenso sem quaisquer efeitos 
adversos. Para fazer uso total da função bio-reguladora do ozônio, baixas concentrações e 
pequenas doses são necessárias nas aplicações padronizadas). A figura abaixo mostra um 
relacionamento de concentração / efeito para aplicações sistêmicas de ozônio. 
 
 
 
Preparação e Medição de Ozônio Medicinal 
 
Ao contrário do ozônio técnico (industrial) e de smog, o O3 utilizado em medicamentos 
é produzido a partir de oxigênio medicinal puro via descarga elétrica silenciosa; não é aceitável 
usar concentradores de oxigênio ou misturas de oxigênio e ar devido ao seu componente de 
nitrogênio e a consequente possibilidade de os óxidos de nitrogênio serem formados no tubo 
de descarga. 
 
 
41 
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Tal como acontece com outros fármacos, o ozônio medicinal é uma molécula com uma 
faixa de ação claramente definida. Com meia-vida de 55 min em seringa de injeção 
descartável de 50 ml (completamente siliconado e resistente ao ozônio), ozônio medicinal 
deve ser preparado no local e especialmente disponibilizado para o tipo de aplicação 
necessário. 
Como a taxa de concentração e decomposição do ozônio é extremamente dependente 
de diferentes parâmetros como temperatura, pressão, taxa de fluxo de volume, etc., os 
geradores de ozônio medicinal têm que ser equipados com um dispositivo de medição para 
garantir o controle contínuo da concentração. 
Ozônio produzido em excesso, seja como parte do gerador gás ou após aplicação local, 
deve ser sempre convertido novamente ao oxigênio, para evitar inalação e inconveniência 
para o trato respiratório; correspondentemente, o sistema deve ser equipado com 
catalisadores de alta potência (o carvão ativo não deve ser usado devido à temperatura e risco 
de combustão). µg / m3 (WHO 2006). 
 
Garantia da Qualidade 
Do ponto de vista de controle e garantia de qualidade, a alta reatividade do ozônio com 
substâncias orgânicas requer uma seleção cuidadosa dos materiais necessários para os 
diferentes tipos de equipamentos médicos: 
• Somente materiais especiais podem ser usados em geradores de ozônio, como Teflon 
(PTFE), alumínio especialmente anodizado, aço inoxidável de qualidade V4A (em uso 
a longo prazo, a qualidade V2A está sujeita à mudanças na superfície), vidro e 
cerâmica. 
• Para sistemas de aplicação apenas “resistentes ao ozônio” materiais como vidro, 
polietileno (PE), polipropileno (PP) e PTFE podem ser considerados. 
• Outros plásticos, especialmente para pistões de seringa, devem ser revestidos de 
silicone. 
• Frascos de plasma médicos usados para reinfusão devem ser feitos apenas de vidro. 
Sacos de plasma ou sacos de sangue feitos de materiais não resistentes ao ozônio, 
policloreto de vinila mole (PVC) não devem ser usados. 
Podem ocorrer reações entre o ozônio e esses materiais produzindo substâncias xenobióticas 
e / ou tóxicas, especialmente durante o tratamento com sangue O3, que exige até 5 min para 
obter o efeito adequado. 
 
As substâncias resultantes de uma decomposição dos agentes amaciantes no plástico, como 
o peróxido de hidrogênio ou do ésteres de ácido ftálico não são só capazes de distorcer os 
efeitos desejados do ozônio como também prejudicar a saúde do paciente. 
 
 Para preparar e armazenar água tratada com ozônio, recipientes feitos exclusivamente 
de vidro devem ser utilizados. Estes devem ter o mínimo de volume possível (por 
exemplo, 250 ml); eles devem ser completamente preenchidos e bem selados com 
material resistente a O3. 
 Use seringas estéreis, descartáveis e siliconadas (medida de meia-vida de ozônio: 55 
min) com ozônio gerado no momento da aplicação. 
 
 Geradores de ozônio, assim como todos os descartáveis usados para o tratamento tem 
que cumprir o MDD (Medical Device Directives) na Europa (93/42 CE) e são rotulados 
 
 
42 
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com um sinal “CE”, incluindo o número das autoridades de supervisão. Os fabricantes 
devem possuir certificados detalhados e válidos. 
 
OBS: no Brasil a ANVISA
é o órgão que regula os produtos e equipamentos para saúde. 
 
 
APLICAÇÕES TERAPÊUTICAS E INDICAÇÕES 
Auto-hemoterapia Maior com Ozônio como Aplicação Sistêmica 
 
Escrever diretrizes para garantia de qualidade e procedimentos de auto-hemoterapia 
só é útil se, desde o início, aplicações incorretas forem reconhecidas como desvalorização de 
qualidade e devem ser evitadas a todo custo. 
 
São essas: 
1. Aplicação de injeções intravenosas e transfusões sob pressão - (perigo de embolia!) 
2. Aplicação inadequada de gás O3 ou materiais inadequados; por exemplo, uso de 
bolsas de sangue não resistentes ao ozônio - isso pode resultar na formação de 
substâncias xenobióticas. 
3. Retirada de uma mistura de gás O3 / O2 através de uma conexão de tubo sólido 
entre a válvula de saída do gerador de ozônio e do frasco - (contaminação retrógrada 
com sangue!), ou 
4. Reutilização de seringas sem desinfecção, limpeza e esterilização conforme 
necessário - (perigo de infecção!). 
 
Indicações de Auto-Hemoterapia Maior e Métodos de Aplicação 
A Auto-Hemoterapia Maior é um conceito médico complementar dedicado para indicações 
especiais. São essas: 
 
Distúrbios circulatórios arteriais 
• Distúrbio circulatório arterial periférico 
• Distúrbio circulatório cerebral (pós-AVC) 
• Distúrbios circulatórios oculares (retinopatias) 
• Distúrbios circulatórios da orelha interna (perda da audição aguda (AHL), zumbido) 
 
Angiopatia 
• Angiopatia diabética especificamente 
 
Doenças causadas por vírus 
• Hepatite B e C 
• Herpes simplex, herpes zoster 
 
Deficiência imunológica geral 
• Como terapia complementar na astenia geral, medicina geriátrica e ambiental 
 
Conceito complementar em oncologia 
 
Processos inflamatórios crônicos em Ortopedia e Reumatologia 
 
Contra-indicações 
 
 
43 
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• Deficiência de glicose-6-fosfato desidrogenase (favismo, anemia hemolítica aguda) 
• Hipertireoidismo, se não for controlado 
• Os primeiros 3 meses de gravidez 
• A Auto-Hemoterapia não é indicada na leucemia 
 
Procedimento 
Na Auto-Hemoterapia Maior, sob condições assépticas rigorosas, 50 a 100 ml de 
sangue é retirado do paciente em um frasco a vácuo com citrato de sódio como anticoagulante, 
em que a mistura de gás ozônio / oxigênio é adicionada a ele – extra corporalmente em um 
sistema fechado e estéril - antes de ser reinfundido via gotejamento (sem pressão). 
A mistura de ozônio / oxigênio deve passar pelo sangue do paciente uniformemente, 
de preferência usando o que é chamado de microbolha, um sistema para produzir uma maior 
superfície de reação possível em um curto período de reação (menos de 1 s). Assim, o contato 
com o ozônio pode ocorrer com quase todos os RBCs e quase todos os WBCs fazendo a 
reação do ozônio o mais eficaz possível enquanto as bolhas de oxigênio atravessam, 
formando uma camada de gás O2 acima do nível do líquido no frasco, consulte a Figura 12 e 
as Tabelas 3a – b. 
Após o contato com o sangue extra corporal, nem uma única molécula de ozônio nem 
uma única molécula de oxigênio, entra o sistema vascular do paciente. Apenas os produtos 
de uma reação entre o ozônio e os componentes celulares do sangue, isto é, os RBCs e os 
WBCs ativados são infundidos. Na presença de substâncias orgânicas, como lipídios de 
membrana, a vida de uma molécula de ozônio altamente reativa é extremamente curta (<1 
seg), isto é, é reduzido antes da re-infusão. 
 
 
Concentrações e dosagens de ozônio Auto-Hemoterapia Maior 
 
Com base nos resultados de pesquisas fundamentais nos últimos 18 anos, as 
concentrações e quantidades totais de ozônio determinadas na prática podem ser dado em 
termos concretos. As concentrações utilizadas abaixo são citadas na norma de medição de 
unidade de µg / ml (1 µg / ml = 1 mg / l = 1 g / m3) sob temperatura ambiente e condições no 
local / ao redor do paciente. Aqui, o cuidado deve ser tomado se estamos discutindo: 
• ug por ml de ozônio / mistura de oxigênio que é entregue pelo gerador de ozônio, 
• ug por ml de sangue, ou 
• quantidade total de ozônio em µg por quantidade total de sangue, ou a quantidade total de 
ozônio em µg por tratamento. 
 
TABELA 3a. Descartáveis para Preparação e Execução da Auto-Hemoterapia Maior 
• Desinfetantes para as mãos à base de álcool 
• Desinfetantes para a pele à base de álcool ou álcool estéril 
• Compressas embaladas a vácuo em folha de plástico 
• Algodão esterilizado ou compressas de gaze 
• Emplastro de injeção hipoalérgica 
• Pano de cobertura esterilizado 
• Frasco de gás a vácuo estéril de 250 ml com sistema de microbolhas, estéril, isento de pirogênio, 
citrato de sódio e sem agentes conservantes 
• Unidade de transfusão estéril e livre de pirogênio com câmara de gotejamento por gravidade e 
braçadeira de tubo 
• Conjunto estéril de borboleta (cânula) livre de pirogênio 
• Conjunto de transfusão estéril, sem pirogênio, com filtro bacteriano e braçadeira de tubo, para 
administração de O3 na garrafa de gás de vácuo estéril de 250 ml 
Seringa descartável de 50 ml, estéril e revestida de silicone, com filtro bacteriano pré-ligado 
 
 
44 
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• Unidade de fornecimento de ozônio móvel (! Independente do paciente) equipada com um 
fotômetro para medição de concentração. 
 
 
Método Europeu: 
TABELA 3b. Realização da Auto-Hemoterapia Maior, incluindo procedimentos assépticos 
 
• Desinfete as duas mãos corretamente utilizando de 3 a 5 ml de um desinfetante especial para as 
mãos, observando o tempo prescrito para menos de 30 s; em casos de possível contaminação com 
vírus estáveis (HBV, HCV, HIV), esse período deve ser de 5 min. O objetivo dessas precauções 
elaboradas é incentivar o uso de luvas protetoras (cirúrgicas), uma medida preferível em todos os 
casos. 
• Retire a tampa protetora do frasco de vácuo de 250 ml; o método preferível é usar os dois 
polegares, empurrando para de baixo para cima e para longe. Desinfete a rolha com um desinfetante 
para a pele pulverizando, deixe secar (requer> 1 min para fazer efeito). 
• Feche os grampos e introduza a cânula do sistema “germ stop” através da cruz marcada na rolha 
(sistema de microbolha). 
• Feche o grampo do conjunto de transfusão; introduza-o através do grande círculo marcado na 
rolha por perfuração. 
• A partir do adaptador de Teflon no gerador, retire a mistura de O3 / O2 com uma seringa 
descartável de 50 ml, revestida com silicone, estéril com um filtro bacteriano pré-ligado (depois de 
soltar previamente o pistão da seringa para superar possíveis aderencias). A seringa é preenchida 
pela pressão inerente na unidade. Lave a seringa conforme necessário com o gás mais uma vez. 
O ozônio remanescente é convertido de volta ao oxigênio puro pelo catalisador. Desta forma, nem 
o gerador nem a seringa entra diretamente em contato com o paciente. Lembre-se sempre que o 
ozônio seco não é capaz de agir como um microbicida, inativar vírus ou desinfecção; então o filtro 
bacteriano e a seringa só podem ser usados uma vez. 
• Ligue a seringa cheia com 50 ml de mistura gasosa ao cone do filtro bacteriano do sistema “germ 
stop” 
• Desinfete a pele do paciente adequadamente na área ao redor do local da infusão (veia do braço), 
pulverizando um desinfetante e distribuí-lo com um cotonete ou gaze esterilizada (em embalagem a 
vácuo); deixe entrar em vigor por pelo menos 1 min. Com a Cânula de borboleta, retirar aprox. 50 
ml de sangue do paciente através do sistema de infusão para o balão de vácuo e fixar borboleta 
com uma tira de gesso. 
• Retirar a mistura de O3 / O2 sob vácuo da seringa descartável através do filtro bacteriano do 
sistema “germ stop” para garantir uma passagem suave através do sangue sob a forma de pequenas 
bolhas produzindo a reação imediata desejada entre o ozônio e as células sanguíneas. Depois de 
passar pelo sangue, o oxigênio restante se acumula no frasco acima da superfície do líquido.

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