Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Prof. Fernanda Zambonin Esp. em Saúde do Trabalhador Mestre em Ciências da Saúde/UFRR Fundamentos de Enfermagem: Procedimento Técnicos Avançados Oxigenoterapia Conceito • Consiste na administração de oxigênio numa concentração superior à encontrada na atmosfera ambiental para corrigir e atenuar deficiência de oxigênio ou hipóxia, aplicada tanto em situações clínicas agudas quanto crônicas”. • O oxigênio é considerado um medicamento, sendo sua indicação e dosagem prescritas pelo profissional médico Oxigenoterapia Hipoxemia Hipoxemia • Diminuição dos níveis de oxigênio no sangue arterial • Não há oxigênio suficiente para realizar as funções metabólicas normais. Hipóxia Tecidual Morte celular (Necrose) Oxigenoterapia Hipoxemia As manifestações clínicas podem ser evidenciadas nos sistemas: Respiratório Cardíaco Neurológico Oxigenoterapia Hipoxemia Leve a moderada Grave Taquipneia/dispneia Taquipneia/dispneia acentuada Palidez Cianose Taquicardia Taquicardia/bradicardia/arritmias Agitação Sonolência Desorientação Confusão mental/Tempo de reação lentificada Cefaleia Perda da coordenação Hipertensão leve Hipertensão ou hipotensão Vasoconstrição periférica Coma Oxigenoterapia Oxigenoterapia Hipóxia Diminuição do aporte de oxigênio ou baixa concentração de oxigênio nos tecidos Oxigenoterapia Oximetria de Pulso É a maneira de medir quanto oxigênio seu sangue está transportando Usando um pequeno dispositivo chamado oxímetro de pulso, o nível de oxigênio sanguíneo pode ser aferido sem a necessidade de puncioná-lo com uma agulha. O nível de oxigênio mensurado com um oxímetro é chamado de nível de saturação de oxigênio (ou SaO2). SaO2: é a porcentagem de oxigênio que seu sangue está transportando, comparada com o máximo da sua capacidade de transporte Normal: 95 a 100%. Oxigenoterapia Objetivos 1. Corrigir e reduzir os sintomas relacionados à hipoxemia e melhorar a difusão do O2; 2. Melhorar a oxigenação tissular de pacientes com dificuldades de transporte de O2 ; 3. Facilitar a absorção de ar; 4. Minimiza a carga de trabalho cardiopulmonar. 5. Manter PaO2 entre 80-100mmHg e a SatO2 de 90 a 100%. Oxigenoterapia Indicações ➢ Situações de hipoxemia : • PaO2 ‹ 60mmHg e SatO2 ‹ 90% em ar ambiente e repouso • SatO2 < 88% durante exercícios ou sono em cardiopatas ou pneumopatas Oxigenoterapia Indicações • Parada Cardiorrespiratória • Infarto agudo do miocárdio→ Reduz sobrecarga cardíaca • Intoxicação por gases (CO) • Traumatismos graves • Angina instável • Recuperação pós-anestésica (procedimentos cirúrgicos) • Insuficiência respiratória aguda ou crônica agudizada • Insuficiência cardíaca congestiva (ICC) • Apneia obstrutiva do sono Oxigenoterapia • A escolha do sistema de oferta de O2 é determinada pela condição clínica, física e pela concentração desejada de oxigênio Dependem: • Cavidade oral e nasal • Fluxo • Grau de desconforto respiratório • Gravidade da hipoxemia • Necessidade de umidificação • Tolerância do paciente Oxigenoterapia Oxigenoterapia FiO2= 20 + 2 x O2 ofertado Cálculo para saber a FiO2 Fração Inspiratória de Oxigênio (FiO2) Concentração percentual de oxigênio no ar inspirado; Oxigenoterapia FiO2= 20 + 2 x O2 ofertado M. J. S., sexo feminino, 64 anos, hipertensa e diabética. Deu entrada no Pronto Atendimento no dia 12/11/19 às 20h45min. apresentando agitação, dispneia, cianose periférica, FR: 32 irpm; FC: 130 bpm; PA: 150x90mmHg; SpO2: 84%. Foi prescrita a instalação de Oxigenoterapia suplementar através de Cateter Nasal de Oxigênio com 4 litros/min. Calcule a Fração Inspiratória de Oxigênio (FiO2) ofertada para a paciente. FiO2= 20 + 2 x 4 FiO2= 20 + 8 FiO2= 28% Conclusão: A paciente M. J. S. está recebendo uma concentração de oxigênio de 28%. Ricardo Highlight Ricardo Sticky Note 4 Dispositivos de Baixo Fluxo Dispositivos de Baixo Fluxo Cânula Nasal: É um aparato de plástico, descartável, de polietileno ou silicone, descartável em formato de óculos, instalado nas narinas. Dispositivos de Baixo Fluxo Cânula Nasal: Indicação: Podem ser usadas em Insuficiência Respiratória Aguda Leve, em pacientes com claustrofobia Fluxo: 1 a 6l Vantagens: • Menor risco de aspiração • Facilita expectoração • Menor claustrofobia • Permite a fala • Permite a alimentação • Fácil manuseio • Não impede a mobilidade • Baixo custo Desvantagens: • Vazamento oral • Irritação nasal • Limitação de uso em pacientes com obstrução nasal • Ressecamento oral Máscara Facial Simples O corpo da máscara coleta e armazena o O2 entre as inspirações do paciente e, a expiração se dá através de orifícios laterais ou pela borda da máscara. • A variação do fluxo é de 5 à 10 l/min • Curto prazo Indicação: Usar máscaras faciais na Insuficiência Respiratória Aguda Leve e Moderada. Dispositivos de Baixo Fluxo Máscara Facial Simples Vantagens: • Menor vazamento oral • Mais apropriada para condições agudas, por permitir maiores fluxos e pressões • Baixo custo Desvantagens: • Maior chance de úlcera pressão nasal ou pontos de apoio • Maior claustrofobia • Maior risco de aspiração • Dificulta alimentação • Atrapalha a comunicação • Contraindicada: retenção de dióxido de carbono Dispositivos de Baixo Fluxo Dispositivos de Alto Fluxo Máscara com reservatório Oferecer FiO2 de 60 a 95% a um fluxo de 10 a 15 l/min. O fluxo deve ser sempre suficiente para manter a bolsa inflada, sendo o reservatório preenchido antes do acondicionamento do dispositivo no paciente Indicação: Casos moderados a grave de Insuficiência Respiratória. Dispositivos de Alto Fluxo Máscara com reservatório Vantagens: Oferta de alta concentração de oxigênio, não havendo mistura com o ar ambiente Desvantagens: Deve ser utilizada apenas para respiração espontânea, podendo causar desconforto no paciente, pois dificulta a comunicação e a alimentação Dispositivos de Alto Fluxo Máscara de Venturi A máscara de Venturi fornece uma concentração de oxigênio de 24% a 50% FiO2 Constitui o método mais seguro e exato para liberar a concentração necessária de oxigênio O ar é arrastado por força de cisalhamento nos limites do fluxo de jato de O2 que passa por um orifício, quanto menor for o diâmetro deste orifício Indicação: Casos moderados a grave de Insuficiência Respiratória. Dispositivos de Alto Fluxo Dispositivos de Alto Fluxo Máscara de Venturi Vantagens: • Precisão na concentração de oxigênio, independente dom padrão respiratório; • A FiO2 pode ser alterada a qualquer momento, simplesmente regulando o botão da válvula ou trocando a mesma; • Não resseca mucosas; • Pode ser acrescentados fluídos e ou aerossóis Desvantagens: • Deve ser removida para alimentação; • Alguns pacientes sentem-se sufocado devido à pressão facial. Dispositivos de Alto Fluxo Tubo T É utilizado para fornecer uma mistura de ar ambiente e oxigênio umidificado, quando se faz uso de traqueostomia e cânulas endotraqueais Dispositivos de Alto Fluxo Vantagem: • Concentração de oxigênio pode ser reajustável Desvantagem • Se houver obstrução da saída do ar, pode causar um barotrauma no paciente. Tenda de Oxigênio/Capacete de Oxigênio/HOOD São de acrílico transparente e mais utilizados em lactentes e crianças Fornece uma concentração de oxigênio muito variável O tamanho varia de acordo com a estrutura e o peso da criança Indicação: utilizar nas situações de Insuficiência Respiratória hipoxêmica mais graves. Dispositivos de Baixo Fluxo Tenda de Oxigênio/Capacete de Oxigênio/HOOD Vantagens: • Mais confortável para uso prolongado • Não oferece risco de lesão cutânea facial • Facilidade de instalação, custo acessível • boa concentração de oxigênio oferecida Desvantagens: • Risco maior de reinalação de CO2 • Risco de asfixia com mau funcionamento do ventilador • Alto ruído interno e maior sensação de pressão no ouvido • Necessidade de pressões mais altas para compensação do espaço morto• Pode haver lesão cutânea nas axilas Dispositivos de Alto Fluxo Procedimento de Instalação de Cateter Nasal de O2 Materiais Necessários • Cateter nasal em tamanho adequado • Umidificador de oxigênio • Extensão estéril (1,50m) • Fluxômetro de oxigênio • Gazes umidecidas com SF 0,9% • Água destilada • Luvas de procedimento • Esparadrapo para identificação Materiais Necessários Ponto de oxigênio Fluxômetro→ controla a quantidade de litros de oxigênio que serão ofertados ao paciente Umidificador → local com a finalidade de colocar água para umidificar as vias aéreas do paciente Procedimento 1. Ler a prescrição médica 2. Orientar e comunicar o cliente e/ou acompanhante sobre o procedimento e sua finalidade, solicitando sua autorização; 3. Reunir o material; 4. Higienizar as mãos; 5. Colocar a água destilada no frasco umidificador até o nível indicado Procedimento 6. Posicionar o paciente → Fowler ou Semi-fowler Procedimento 7. Calçar luva de procedimento 8. Conectar o umidificador à rede de oxigênio através do fluxômetro 9. Conectar a extensão ao umidificador, mantendo a outra extremidade protegida 10. Limpar as narinas do paciente com gaze embebida em soro fisiológico 11. Introduzir o cateter suavemente e com firmeza nas narinas do paciente 12. Ajustar na face do paciente Procedimento 13. Conectar o cateter na extensão de látex 14. Abrir o fluxômetro na quantidade de oxigênio prescrita 15. Identificar o umidificador (data, hora, profissional e COREN) 16. Recolher o material e deixar o cliente confortável 17. Retirar luvas. 18. Higienizar as mãos 19. Checar o procedimento e realizar as anotações de enfermagem. Observações • Observar para que o cateter não se obstrua com secreção; • Trocar o cateter diariamente; • Manter o nível de água no frasco umidificador e trocá-la diariamente; • Fazer higiene nasal a cada 8 horas. Nebulização Nebulização É a administração de substâncias medicamentosas pela via respiratória através de um inalador Os nebulizadores dispersam líquidos ou medicamentos em forma de vapor Conceito • Umidificar as vias aéreas; • Fluidificar as secreções; • Auxiliar no tratamento de patologias do trato respiratório; • Estimular a tosse e a expectoração. Objetivos Materiais necessários • Conjunto de Máscara inaladora com fio extensor de tamanho adequado; • Fluxômetro; • Ponto de oxigênio ou inalador; • Medicamentos prescritos • Identificação do inalador: data, hora, nome dos fármacos e dosagem, nome do profissional. Medicamentos utilizados Finalidade: Atua como broncodilatador (aumentando a passagem de ar pelas vias respiratórias). Mecanismo de ação: atua bloqueando os receptores muscarínicos no pulmão, inibindo a broncoconstrição e a produção de muco nas vias aéreas. É um bloqueador muscarínico não seletivo e não se difunde no sangue, o que previne a aparição de efeitos colaterais sistêmicos Efeito: inicia-se dentro de poucos minutos após a inalação (15 a 30 min.) e dura, em média, de 5 a 6 horas. Efeitos colaterais: boca seca, tosse e inflamação das vias respiratórias Indicações: tratamento de asma, bronquite e doença pulmonar obstrutiva crônica Ipratrópio (Atrovent®) https://pt.wikipedia.org/wiki/Broncoconstri%C3%A7%C3%A3o https://pt.wikipedia.org/wiki/Asma https://pt.wikipedia.org/wiki/Bronquite https://pt.wikipedia.org/wiki/Doen%C3%A7a_pulmonar_obstrutiva_cr%C3%B3nica Medicamentos utilizados Finalidade: efeito broncodilatador ou para inibir contrações uterinas de partos prematuros Mecanismo de ação: é um agente simpaticomimético de ação direta, estimulando seletivamente os receptores beta 2 em doses terapêuticas. A estimulação dos receptores beta1 ocorre em dose mais alta Efeito: broncodilatação ocorre em poucos minutos e dura de 3 a 5 horas Efeitos colaterais: ocorrem principalmente devido aos efeitos adicionais nos receptores β1, levando a efeitos adversos cardiovasculares, em especial taquicardia, disritmia e hipóxia cardíaca Indicações: tratamento de asma, bronquite e doença pulmonar obstrutiva crônica Fenoterol (Berotec) https://pt.wikipedia.org/wiki/Asma https://pt.wikipedia.org/wiki/Bronquite https://pt.wikipedia.org/wiki/Doen%C3%A7a_pulmonar_obstrutiva_cr%C3%B3nica Procedimento 1. Ler a prescrição médica 2. Fazer o rótulo 3. Higienizar as mãos 4. Reunir o material 5. Preparar o inalador com a medicação 6. Orientar o cliente sobre o procedimento e a sua finalidade 7. Posicionar o cliente em Fowler 8. Conectar o fio extensor ao inalador ou fluxômetro 9. Abrir o fluxômetro conforme a prescrição 10. Observar as reações do paciente 11. Ao término da inalação, fechar a válvula do fluxômetro 12. Retirar o inalador e levar ao expurgo 13. Higienizar as mãos 14. Checar a prescrição médica e realizar as anotações de enfermagem Diagnósticos de enfermagem E-mail: fezambonin30@gmail.com
Compartilhar