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Aula 1 e 2 - Sistema Monetário

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1 
 
 
 
 
CAMPUS SANTANA DO LIVRAMENTO 
CURSO DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS 
 
 
Economia Monetária 
 
 
 
Aula I e II 
Sistema Monetário 
Cap. 1: SIMONSEN & CYSNE 
Cap. 1: CARVALHO ET AL. 
 
 
 
 
Prof.: Pierre Joseph NELCIDE 
 
 
2 
 
Conteúdo do capítulo: 
 
 Origem, funções e forma de moeda; 
 A criação de meios de pagamento e o sistema monetário; 
 Os agregados monetários e o conceito de liquidez; 
 A base monetária, os encaixes e o redesconto; 
 Balancete dos bancos comerciais e a criação de crédito e 
moeda. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
1.1 Origem, funções e forma de moeda 
 
 
 
Em uma sociedade moderna, os 
indivíduos se afastam da 
autossuficiência econômica. Pois o 
homem produz uma parcela mínima 
de tudo àquilo que consome. 
 
 
ainda, quanto mais um país se 
desenvolve, mais se especializam os 
seus indivíduos, e maior passa a ser a 
interdependência entre eles. 
 
 
 
 
 
4 
 
 
O corolário imediato da divisão do 
trabalho é o estabelecimento das 
trocas. Cada indivíduo passa a 
destinar a maior parte de sua 
produção não ao seu consumo próprio, 
mas às trocas com terceiros que 
tenham mercadorias do seu interesse. 
 
 
Historicamente, as trocas evoluíram 
em duas etapas: 
 A das trocas diretas, mercadorias 
por mercadorias, e; 
 a das trocas indiretas, por 
intermédio da moeda. 
 
 
 
5 
 
As trocas diretas só podem promover 
uma circulação eficiente da produção 
nas economias rudimentares, em que a 
divisão do trabalho se mostra rara. 
 
Com divisão do trabalho, as trocas 
diretas se tornam extremamente 
difíceis e complicadas. 
 
Ex: um indivíduo A, pode desejar 
consumir mercadorias produzidas por 
outro indivíduo, B; mas, talvez, o 
indivíduo B não queira as 
mercadorias produzidas por A, e sim 
as de um outro indivíduo C, e daí por 
diante. 
 
 
 
6 
 
 
 
A única maneira de tornar eficientes 
as trocas numa economia onde exista 
divisão do trabalho consiste em 
substituir as trocas diretas pelas trocas 
indiretas, através da moeda. 
 
 
 
Alguma mercadoria, de aceitação 
geral, é escolhida como o 
intermediário de trocas e esse 
intermediário das trocas constitui a 
moeda. 
 
 
 
 
7 
 
 
A introdução da moeda no sistema 
econômico conduz à dissociação de 
cada troca em duas operações 
distintas: 
 uma compra 
 uma venda. 
 
 
A moeda, por sua vez, passa a 
desempenhar três funções 
fundamentais: 
 intermediário das trocas; 
 unidade de valor; 
 reserva de valor. 
 
 
 
8 
 
Intermediário das trocas: já foi 
explicado. 
 
 
Unidade de valor: é normal exprimir o 
valor de troca das mercadorias em 
termos de uma unidade comum, qual 
seja, o padrão monetário; isso dá 
origem aos sistemas usuais de preços a 
que estamos habituados. 
 
Ex: Normalmente, não pensamos no 
valor do feijão em termos de troca 
com batatas, mas simplesmente nos 
referimos aos preços monetários (X 
unidades monetárias, Y unidades 
monetárias etc.). 
 
 
9 
 
 
 
Reserva de valor: decorre do 
desdobramento das trocas em 
compras e vendas. 
 
 
Ex: No momento em que um 
indivíduo vende serviços ou 
mercadorias recebendo moeda em 
troca, cabe-lhe o direito de guardar 
esse dinheiro para gastá-lo num 
futuro mais ou menos próximo. É isso 
que confere à moeda o papel de 
reserva de valor. 
 
 
 
 
10 
 
AS CARACTERÍSTICAS FÍSICAS E 
ECONÔMICAS DA MOEDA (Carvalho 
1.1.1) 
 
 
Para desempenhar suas três funções 
(meio de troca, unidade de conta e 
reserva de valor), a moeda deve 
possuir algumas características que 
são essenciais tais: Características 
físicas e econômicas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
11 
 
 
A unidade de valor (conta) que 
aparece nos contratos se torna moeda 
corrente, mas para isso é necessário 
que este objeto que será moeda 
corrente possua os seguintes atributos 
econômicos: custo de estocagem e 
custo de transação negligenciáveis 
(aproximadamente nulo). 
 
Ex: O trigo, por exemplo, tem 
reduzidas chances de se tornar moeda 
em uma economia desenvolvida 
porque o seu custo de estocagem não é 
desprezível e seu custo de transporte 
ao mercado (custo de transação) pode 
ser elevado. 
 
 
 
12 
 
A moeda deve também possuir 
determinadas características físicas. 
Deve ser divisível, durável, difícil de 
falsificar, manuseável e transportável. 
 
 
Divisibilidade: a moeda deve poder 
ser fracionada em múltiplos e 
submúltiplos, para que as transações 
que exigem valor fracionado ou 
transações que movimentem grandes 
valores sejam realizadas sem custos 
adicionais. 
 
 
 
 
 
13 
 
Durável: a moeda deve manter suas 
características físicas, para que a sua 
condição de ser aceita de forma 
generalizada seja mantida e não 
prejudique o seu último detentor. 
 
 
 
Difícil de falsificar: para aumentar a 
confiança do público de que não há 
reprodução indevida, auxiliando 
consequentemente a sua aceitação 
generalizada. 
 
 
 
 
 
14 
 
Manuseável e transportável: para que 
a função meio de troca não seja 
prejudicada, impondo ao seu detentor 
custos de transação. 
 
 
Quando uma moeda possui as 
características físicas que são 
essenciais, pode-se dizer que está 
habilitada a desempenhar as suas três 
funções típicas: meio de troca, 
unidade de conta e reserva de valor. 
Contudo, possuir tais características 
não garante necessariamente o 
desempenho das funções. 
 
 
 
 
15 
 
Ex: no Brasil, durante o período de 
inflação alta e crônica, nas décadas de 
1980 e na primeira metade dos anos 
90, a moeda oficial não era utilizada 
como unidade de conta do sistema de 
contratos. Ademais, somente para 
períodos bastante curtos (três dias ou, 
no máximo, uma semana) a moeda 
desempenhava a função de reserva de 
valor. A moeda oficial era somente 
meio de troca. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
16 
 
As etapas da moeda: 
 
 As primeiras formas de moeda 
foram as mercadorias de aceitação 
generalizada, como o trigo, o gado, 
o sal etc; 
 
 A etapa seguinte, numa necessária 
deferência aos custos 
anteriormente citados, foi a 
introdução da moeda metálica, 
dentro do princípio de que uma 
moeda deveria possuir especiais 
características de durabilidade; 
 
 
 
 
 
17 
 
 
 
 com o objetivo de evitar 
falsificações, surgiu a moeda 
metálica cunhada, a qual 
constituiu a base de todos os 
sistemas monetários durante 
vários séculos; 
 
 o papel-moeda e a moeda 
escritural, duas importantes 
inovações em matéria de moeda 
surgiram nos últimos séculos. 
 
 
 
 
 
18 
 
O papel-moeda (Def. ): é a moeda 
representada por notas e moedas 
metálicas. Também é chamado de 
conjunto de papel-moeda por uma 
questão de comodidade, já que se 
trata sempre de moeda fiduciária. 
 
 
O papel-moeda surgiu: 
 primeiro como simples certificado 
de depósito nos bancos; 
 segundo, como um certificado 
transferível de depósito (moeda-
papel); 
 finalmente, como um certificado 
inconversível, que é o próprio 
papel-moeda. 
 
 
 
19 
 
 
 
O papel-moeda é um candidato 
privilegiado à função de meio de troca, 
devido aos baixos custos de transação. 
 
 
 
Se sua aceitação for garantida por 
meios institucionais, como em geral 
ocorre, sua utilização generalizada 
como intermediário de trocas se torna 
um ponto pacífico. 
 
 
 
 
 
20 
 
 
Ex: Algumas vezes chega a ocorrer 
uma dissociação natural entre o meio 
de conta e o meio de troca do papel-
moeda, como foi o caso, no Brasil, 
entre 1981 e 1986, dos contratos 
celebrados em ORTNs (Obrigações 
Reajustáveis do Tesouro Nacional), 
mas cujo acerto se dava efetivamente 
em cruzeiros, a unidade monetária 
(u.m.) oficial da época. 
 
 
 
 
 
 
 
 
21 
 
 
As separações entre meio de conta e 
meio de troca causam uma certaineficiência para o sistema econômico. 
 
 
Esta ineficiência pode ser facilmente 
visualizada em termos dos recursos 
econômicos (tempo, computação...) 
utilizados na passagem dos valores 
dos bens e serviços produzidos pela 
economia de um a outro numerário. 
 
 
 
 
 
 
22 
 
Pode ocorrer também um processo no 
qual a sociedade tende a abandonar 
naturalmente a moeda fiduciária 
oficial tanto como meio de conta 
quanto como meio de troca ou reserva 
de valor, passando a utilizar um ativo 
alternativo para a realização destas 
funções. 
 
 
Ex: Em alguns casos de hiperinflação 
ocorridos no passado, quando 
determinada mercadoria ou moeda 
emitida por outro país passaram a ser 
utilizadas pelos residentes no país com 
elevada inflação. 
 
 
 
 
23 
 
Este processo de migração para uma 
moeda estrangeira implica numa 
queda na demanda pela moeda 
doméstica e, consequentemente, num 
aumento das pressões inflacionárias. 
 
 
A desvirtuação do papel-moeda de 
suas funções básicas não decorre de 
uma falha sua, mas, sim, da gerência 
de sua oferta. 
 
 
 
 
Pelas suas características, ele sempre 
pode, através de adequadas variações 
 
 
24 
 
em sua oferta, ser o melhor ativo a 
desempenhar as funções inerentes à 
moeda. Por ações de política 
econômica, entretanto, o papel-moeda 
pode não alcançar tal otimalidade. 
 
 
Moeda escritural 
A moeda escritural surgiu com o 
desenvolvimento das instituições 
financeiras autorizadas a receber 
depósitos à vista (também 
denominadas instituições financeiras 
com “carteira de depósitos à vista”, 
ou com “carteira comercial”). 
 
 
 
 
25 
 
Geralmente refere-se a tais 
instituições financeiras como “bancos 
comerciais”. 
 
 
No Brasil, há instituições autorizadas 
a receber depósitos à vista que não 
têm a palavra banco em sua 
denominação. 
 
Ex: Caixa Econômica Federal (no 
passado, também as Caixas 
Estaduais) e as Cooperativas de 
Crédito (que recebem depósitos à 
vista apenas de seus associados). 
 
 
 
26 
 
O oposto também ocorre. Há 
instituições financeiras com o termo 
banco em sua denominação que não 
são autorizadas a receber depósitos à 
vista. 
 
Ex: os bancos múltiplos sem carteira 
de depósitos à vista. 
 
Será usado, ao longo deste curso, o 
termo banco comercial como sinônimo 
para “instituição financeira 
autorizada a receber depósitos à vista”. 
 
 
 
 
 
27 
 
No Brasil 
 
 
Então o termo bancos comerciais são 
às instituições financeiras 
responsáveis pela geração de moeda 
escritural e, consequentemente, de 
parte dos meios de pagamento (a 
outra parte, o papel-moeda – em 
poder do público é de emissão do 
Banco Central). 
 
 
A moeda escritural é representada 
pelos depósitos à vista nos bancos 
comerciais, os quais possuem liquidez 
equivalente à da moeda legal. 
 
 
28 
 
 
 
Consideram-se meios de pagamento 
numa economia moderna o papel-
moeda em poder público = saldo do 
papel-moeda emitido - os encaixes (as 
reservas) em moeda corrente do 
Banco Central e dos bancos 
comerciais) + os depósitos à vista do 
público nos bancos comerciais. 
 
 
O fenômeno mais importante 
associado ao desenvolvimento da 
moeda escritural consiste na 
multiplicação dos meios de 
pagamento através dos bancos 
comerciais. 
 
 
29 
 
 
 
 
 
No momento em que tais instituições 
observaram que, por uma questão de 
cálculo de probabilidade, era possível 
emprestar parte dos depósitos à vista 
recebidos, pois era altamente 
improvável que todos os depositantes 
sacassem seus fundos ao mesmo 
tempo, começou a surgir esse 
fenômeno de multiplicação. 
 
 
 
 
 
30 
 
Os bancos comerciais passaram a 
manter encaixes bem inferiores aos 
seus depósitos e, com isso, os meios de 
pagamento tornaram-se várias vezes 
superiores ao saldo do papel-moeda 
em circulação (papel-moeda emitido 
menos caixa em moeda corrente do 
Banco Central). 
 
Porque? 
 
Resposta: Quando um banco 
comercial concede um empréstimo 
com base em seus depósitos à vista, o 
dinheiro passa a pertencer ao 
mutuário, sem que o depositante 
perca o direito de sacar seus fundos a 
qualquer instante. 
 
 
31 
 
 
 
O mecanismo se repete, pois as 
pessoas que recebem o empréstimo de 
um banco comercial, ou que com ele 
são pagas, acabam depositando parte 
do dinheiro em algum outro banco 
comercial, que irá expandir seus 
empréstimos, e assim por diante. No 
final, o volume de meios de 
pagamento se torna várias vezes 
superior ao saldo do papel-moeda em 
circulação. 
 
 
 
 
 
 
32 
 
1.2 A CRIAÇÃO DE MEIOS DE 
PAGAMENTO E O SISTEMA 
MONETÁRIO (Carvalho 1.2) 
 
 
O conjunto de meios de pagamento 
consiste na totalidade de ativos 
possuídos pelo público que pode ser 
utilizado a qualquer momento para a 
liquidação de qualquer compromisso 
futuro ou à vista. 
 
 
 
 
 
 
 
33 
 
Os meios de pagamento (𝑀𝑃) somam 
o papel-moeda (e a moeda metálica) 
em poder do público (𝑃𝑀𝑃𝑃) e os 
depósitos à vista nos bancos 
comerciais (𝐷𝑉𝐵𝐶). 
 
Então: 
𝑀𝑃 = 𝑃𝑀𝑃𝑃 + 𝐷𝑉𝐵𝐶 
 
 
O papel-moeda (inclusive a moeda 
metálica) em poder do público 
(𝑃𝑀𝑃𝑃) também é chamado de 
moeda manual. Os depósitos à vista 
nos bancos comerciais (𝐷𝑉𝐵𝐶) são 
chamados de moeda escritural. 
 
 
 
34 
 
𝑀𝑃 = 𝑀𝑜𝑒𝑑𝑎 𝑀𝑎𝑛𝑢𝑎𝑙 + 𝑀𝑜𝑒𝑑𝑎 𝐸𝑠𝑐𝑟𝑖𝑡𝑢𝑟𝑎𝑙 
 
 
Os saldos de cartões de crédito não 
são considerados meios de pagamento 
porque são tidos apenas como um 
meio de se obter crédito, que deverá 
ser honrado com moeda escritural ou 
manual em uma data futura. 
 
 
Nem toda criação de crédito significa 
criação de moeda e o pagamento feito 
através do uso de um cartão de 
crédito significa tão-somente a 
obtenção de crédito sem qualquer 
criação de moeda. 
 
 
 
35 
 
 
O Banco Central tem o poder 
instituído legalmente para emitir 
papel-moeda. Entretanto, nem todo o 
papel-moeda emitido (PME) 
transforma-se em PMPP. 
 
 
O PME menos a caixa do Banco 
Central (𝐶𝐵𝐶), é igual ao montante de 
papel-moeda em circulação (PMC), ou 
meio circulante. 
 
 
Os bancos comerciais retêm parte do 
PMC para fazer seu caixa. Assim, o 
PMC menos o caixa dos bancos (𝐸𝐵𝐶), 
 
 
36 
 
também chamado de encaixe técnico, 
é que é igual ao PMPP. Então: 
 
𝑃𝑀𝐸 − 𝐶𝐵𝐶 = 𝑃𝑀𝐶 
𝑃𝑀𝐶 − 𝐸𝑡 = 𝑃𝑀𝑃𝑃 
𝑃𝑀𝐸 = 𝐶𝐵𝐶 + 𝐸𝑡 + 𝑃𝑀𝑃𝑃 
 
 
1.2.1 A CRIAÇÃO DE MOEDA 
ESCRITURAL 
 
 
Os bancos comerciais são instituições 
autorizadas pelo Banco Central a 
receber depósitos à vista, isso é, criar 
moeda escritural. 
 
 
37 
 
 
 
Quando um indivíduo toma um 
empréstimo junto a um banco, este 
último simplesmente abre uma conta-
corrente com saldo no valor do 
empréstimo concedido e emite um 
talão de cheques para uso do devedor. 
O banco, ao conceder o crédito, criou 
meios de pagamento. 
 
 
QUADRO 1.1 Uma Operação Contábil-Bancária de Concessão 
de Crédito e de Criação de Meios de Pagamento 
 
 
 
38 
 
 
O sistema formado pelas instituições 
que podem criar moeda é chamado de 
sistema monetário. 
 
O sistema monetário (ou sistema 
bancário) Def.: de uma economia é 
formado pelos seus bancos comerciais 
e pelo seu Banco Central. Os 
primeiros criam moeda escritural, o 
último cria moeda manual. 
 
 
As demais instituições financeiras não 
autorizadas a receber depósitos à 
vista, tais como bancos de 
desenvolvimento, bancos de 
investimento, sociedades de poupança 
 
 
39 
 
(cadernetas de poupança), formam o 
sistema financeiro não monetário. 
 
 
1.3. OS AGREGADOS MONETÁRIOS 
E O CONCEITO DE LIQUIDEZ 
(Carvalho) 
 
As autoridades monetárias (o Banco 
Central) emitem papel-moeda. 
 
Somente parte da quantidade dos 
recursos emitidos se encontra em 
poder do público; uma parcela se 
encontra no interior dopróprio Banco 
Central e outra parcela está no 
interior dos bancos comerciais. 
 
 
 
40 
 
 
 
Do total emitido pelo Banco Central, 
apenas o valor que vai para o caixa 
dos bancos e para as mãos do público 
não bancário é emissão monetária. O 
que permanece no caixa do Banco 
Central não é, legalmente, moeda. 
 
 
 
 
As emissões de moeda são um item do 
passivo do Banco Central em favor 
dos bancos ou do público não 
bancário. 
 
 
 
41 
 
 
A quantidade de moeda manual é 
menor do que a quantidade de papel-
moeda criada pelo Banco Central. É 
importante notar que somente se 
considera moeda manual a 
quantidade de recursos emitidos que 
não está no interior do sistema 
monetário, ou seja, a quantidade que 
efetivamente está em poder do 
público não bancário. 
 
A capacidade de demanda de 
produtos e serviços de uma sociedade 
é, a princípio, representada pela soma 
da quantidade de moeda manual com 
a de moeda escritural presente na 
economia. 
 
 
42 
 
 
 
Os meios de pagamento ( 𝑃𝑀𝐸 −
𝐶𝐵𝐶 = 𝑃𝑀𝐶 ) são ativos com plena 
liquidez e todo ativo que possui essas 
características especiais é considerado 
moeda. 
 
 
A liquidez, portanto, é o atributo que 
qualquer ativo possui, em maior ou 
menor grau, de (i) conservar valor ao 
longo tempo e (ii) ser capaz de 
liquidar dívidas. 
 
 
 
 
 
43 
 
Os meios de pagamento, soma do 
papel-moeda em poder do público 
com o total de depósitos à vista, são 
chamados de M1. 
 
O Box 1.2 resume as estatísticas M1, 
M2, M3 e M4, segundo a metodologia 
do Banco Central do Brasil. 
 
 
 
 
 
 
 
 
44 
 
1.4. A BASE MONETÁRIA, OS 
ENCAIXES E O REDESCONTO 
 
 
 
A base monetária (B) é a soma do 
papel-moeda em poder do público 
(PMPP) com as reservas totais dos 
bancos comerciais (𝐸𝑇) . A base 
monetária é, então, igual ao total de 
moeda colocada em circulação pelo 
Banco Central. É, por vezes, chamada 
de estatística 𝑀0 (eme zero). Então: 
 
 
𝐵 = 𝑃𝑀𝑃𝑃 + 𝐸𝑇 = 𝑃𝑀𝐶 
 
 
 
45 
 
Os bancos comerciais mantêm 
reservas (ou realizam encaixes, 𝐸𝑇 ) 
para poderem honrar seus 
compromissos com o público e, 
consequentemente, gerar confiança na 
conversibilidade dos seus depósitos. 
 
 
Os bancos realizam também encaixes 
junto às autoridades monetárias. Tais 
encaixes são impostos externamente, 
ou encaixes compulsórios; e aqueles 
que são decididos internamente, ou 
encaixes voluntários. 
 
 
 
 
 
46 
 
 
As reservas compulsórias (𝐸𝑐) são 
determinadas pelas autoridades 
monetárias, que estabelecem um 
percentual dos depósitos à vista a ser 
recolhido ao Banco Central na forma 
de moeda. 
 
 
As reservas bancárias (o caixa dos 
bancos, 𝐸𝑡 ) são de outra natureza. 
São decididas pelos próprios bancos 
para que possam operar diariamente. 
 
 
 
 
 
47 
 
Em verdade, os bancos buscam 
manter a razão encaixe 
técnico( 𝐸𝑡 )/depósitos à vista em um 
determinado intervalo que 
consideram seguro, de modo a 
garantir a manutenção das suas 
operações de saques quotidianamente. 
 
 
Os encaixes dos bancos, junto às 
autoridades monetárias, portanto, 
podem ser de caráter voluntário. 
Recursos são mantidos no interior das 
agências bancárias (𝐸𝑡) para cobrir 
diferenças entre saques e depósitos 
que, porventura, possam ocorrer. 
 
 
 
 
48 
 
Recursos podem também ser enviados 
voluntariamente (𝐸𝑣) para a câmara 
de compensação de cheques (que está 
sob a responsabilidade da autoridade 
monetária) e visam a cobrir eventuais 
diferenças entre cheques emitidos a 
favor e contra o banco. 
 
 
Assim como, em uma parte do dia, 
podem ocorrer mais saques do que 
depósitos nas agências de um 
determinado banco, em um 
determinado dia, podem ocorrer mais 
cheques emitidos contra esse banco 
(saques) do que cheques emitidos a 
favor (depósitos). 
 
 
 
49 
 
 
Em resumo, o encaixe total dos 
bancos (𝐸𝑇) possui três componentes: 
 
𝐸𝑇 = 𝐸𝑡 + 𝐸𝑐 + 𝐸𝑣 
 
RELAÇÕES FUNDAMENTAIS 
𝑃𝑀𝐸 − 𝐶𝐵𝐶 = 𝑃𝑀𝐶 
𝑃𝑀𝐶 − 𝐸𝑡 = 𝑃𝑀𝑃𝑃 
𝑃𝑀𝐶 = 𝑃𝑀𝑃𝑃 + 𝐸𝑡 
𝑃𝑀𝐸 − 𝐶𝐵𝐶 = 𝑃𝑀𝑃𝑃 + 𝐸𝑡 
𝑃𝑀𝐸 = 𝐶𝐵𝐶 + 𝐸𝑡 + 𝑃𝑀𝑃𝑃 
 
Como 
𝐵 = 𝑃𝑀𝑃𝑃 + 𝐸𝑇 
 
 
50 
 
E 
𝐸𝑇 = 𝐸𝑡 + 𝐸𝑐 + 𝐸𝑣 
Então 
𝐵 = 𝑃𝑀𝑃𝑃 + 𝐸𝑡 + 𝐸𝑐 + 𝐸𝑣 
Substituindo 
𝑃𝑀𝑃𝑃 = 𝑃𝑀𝐶 − 𝐸𝑡 em B 
Logo: 
𝐵 = 𝑃𝑀𝐶 − 𝐸𝑡 + 𝐸𝑡 + 𝐸𝑐 + 𝐸𝑣 
𝐵 = 𝑃𝑀𝐶 + 𝐸𝑐 + 𝐸𝑣 
 
𝑷𝑴𝑬: Papel-moeda emitido 
𝑪𝑩𝑪: Caixa do Banco Central 
𝑷𝑴𝑪: Papel-moeda em circulação 
𝑷𝑴𝑷𝑷: Papel-moeda em poder público 
𝑬𝑻: Encaixe total dos bancos comerciais 
𝑬𝒕: Encaixe técnico dos bancos comerciais (o caixa dos 
bancos) 
 
 
51 
 
𝑬𝒄: Encaixe compulsório dos bancos comerciais junto 
ao Banco Central 
𝑬𝒗: Encaixe voluntário dos bancos comerciais junto ao 
Banco Central 
 
Quando os bancos encontram-se em 
dificuldades, por exemplo, quando a 
razão encaixe técnico/depósitos à vista 
está muito baixa, podem pedir auxílio 
ao Banco Central. Tal auxílio é 
chamado de operação de redesconto. 
 
Existe uma diferença entre uma 
operação de redesconto de uma 
operação de concessão de crédito. 
 
O redesconto ocorre quando o Banco 
Central compra títulos de um banco. 
 
 
52 
 
Esta é uma operação de crédito, 
colateralizada por um ativo 
financeiro. 
 
 
O Banco Central empresta ao banco 
tomador um valor inferior ao do ativo 
dado em garantia. Quando o banco 
for saldar o empréstimo, recomprará o 
ativo pelo seu valor pleno. 
 
 
A diferença entre os dois valores 
exprime a taxa de redesconto, isto é, o 
custo para o tomador do empréstimo 
feito pelo Banco Central. 
 
 
 
53 
 
 
 
 
 
A aquisição de títulos por parte do 
Banco Central expande, a princípio, 
os encaixes do banco que necessitou 
ser socorrido. O processo alternativo 
é, simplesmente, um empréstimo 
direto do Banco Central ao banco que 
se encontra em dificuldade. 
 
 
A função do Banco Central conhecida 
como emprestador de última 
instância é exercida através dessas 
operações. 
 
 
54 
 
 
 
 
 
Um ponto crucial dessas operações é a 
determinação da taxa (de juros) de 
redesconto que pode ser fixada em um 
patamar punitivo. 
 
 
 
Uma taxa punitiva é aquela que é 
maior do que a taxa de juros que 
remunera os ativos que o banco 
socorrido possui. 
 
 
 
55 
 
 
 
 
 
A compra por parte do Banco Central 
de títulos (ou a concessão de um 
empréstimo) com taxas punitivas 
desestimula o banco que recebeu o 
auxílio a manter a posse dos ativos 
cuja compra reduziu as suas reservas. 
 
 
 
Assim, haveria um incentivo à venda 
desses ativos e, consequentemente, a 
recomposição de reservas para um 
patamar mais seguro. 
 
 
56 
 
 
 
 
 
A manutenção desses ativos em 
carteira transformaria tal estratégia 
em uma posição que geraria perdas 
cumulativas por parte do banco que 
estaria pagando taxas de juros 
punitivas ao Banco Central. 
 
 
 
 
 
 
 
 
57 
 
 
 
1.5. O BALANCETE DOS BANCOS 
COMERCIAIS E A CRIAÇÃO DE 
CRÉDITO E MOEDA 
 
Os bancos possuem as seguintes fontes 
de recursos (passivo): 
 os recursos próprios ou patrimônio 
líquido; 
 os depósitos à vista e a prazo; 
 os empréstimos tomados no 
exterior; 
 os auxílios do Banco Central 
(redescontos e empréstimos) e 
outras fontes menos importantes. 
 
 
 
58 
 
 
O ativo dos bancos (suas aplicações) é 
constituído principalmente por: 
 empréstimos ao setor privado; 
 encaixes; 
 títulos públicos e privados; 
 imobilizado bancário (suas 
instalações físicas); 
 outras aplicações de menor 
relevância. 
 
 
 
 
59 
 
 
 
 
 
Devido a sua importância, o 
mecanismo de criação de moeda por 
parte dos bancos comerciais que já foi 
apresentado anteriormente, será 
abordado aqui com novos detalhes. 
 
 
 
60 
 
 
Quando um banco concedeum 
empréstimo a um cliente, esse 
primeiro realiza uma operação 
meramente contábil no seu balanço. 
 
 
O banco abre uma conta corrente em 
nome do seu cliente-tomador do 
empréstimo e realiza todos os 
procedimentos regulares, tais como: 
 a emissão do talão de cheques e; 
 a emissão do cartão de pagamento 
(ou cartão de débito). 
 
 
 
 
 
61 
 
 
 
O banco faz um lançamento na conta 
depósitos à vista no valor do 
empréstimo (do lado do passivo) e faz 
um lançamento de mesmo valor na 
conta empréstimos (do lado do ativo). 
 
 
 
A conversibilidade dos depósitos à 
vista em meio circulante, se desejada, 
é suposta pelos demais agentes 
econômicos, sem qualquer dúvida. 
 
 
 
 
 
62 
 
Por isso, estes aceitam liquidar 
dívidas e vender mercadorias e/ou 
serviços recebendo em contrapartida a 
titularidade sobre um depósito. 
 
 
Um banco, portanto, ao conceder 
crédito, criou depósitos à vista, criou 
moeda escritural. 
 
 
É importante destacar que não é 
necessário que um banco receba 
depósitos anteriormente à operação de 
empréstimo para que possa realizar 
tal operação: basta que seja 
autorizado pelo Banco Central a 
 
 
63 
 
receber (criar) depósitos à vista e os 
certificados desses depósitos (seus 
cheques e seu cartão de débito) gozem 
de credibilidade perante os demais 
agentes. 
 
 
É importante ressaltar, ainda, que 
toda vez que um banco concede 
crédito está criando moeda. 
 
 
Contudo, crédito pode ser concedido 
por qualquer agente econômico. 
 
 
 
 
64 
 
Ex: Um estabelecimento comercial 
que aceita parcelar suas vendas com 
cheques pré-datados concede crédito. 
Uma mercearia que aceita que seus 
clientes paguem seus gastos ao final 
de cada mês concede crédito. 
 
Entretanto, somente a concessão de 
crédito bancário é criação de moeda. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
65 
 
Exercícios 
 
 Avalie as seguintes proposições sobre 
economia monetária: 
(0) Um aumento da taxa de 
redesconto, tudo o mais constante, 
leva a uma contração de M1. 
(1) A base monetária é por definição 
igual à reserva bancária mais os 
depósitos à vista nos bancos. 
(2) Define-se papel-moeda em poder 
do público como sendo o saldo do 
papel-moeda emitido menos a 
caixa em moeda corrente dos 
bancos comerciais. 
(3) O setor bancário cria meios de 
pagamento quando, por exemplo, 
adquire bens ou serviços junto ao 
 
 
66 
 
público, pagando em moeda 
corrente. 
(4) No cálculo dos meios de 
pagamento, a noção de moeda 
manual empregada é a do saldo do 
papel-moeda em poder do público, 
vale dizer, o total emitido menos 
os encaixes em moeda corrente dos 
bancos comerciais e do Banco 
Central. 
(5) Os recursos em poder dos bancos 
comerciais incluem apenas o 
patrimônio líquido, os depósitos à 
vista recebidos do público e os 
empréstimos recebidos do Banco 
Central. 
(6) Para que uma determinada 
transação origine uma variação 
nos meios de pagamento, é 
 
 
67 
 
necessário que ela ocorra entre o 
setor bancário e o setor não 
bancário da economia. Sendo 
assim, um aumento das aplicações 
do público em certificados de 
depósito a prazo emitidos pelos 
bancos de investimento, por 
exemplo, mantém inalterados os 
meios de pagamento.

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