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Comentarios a LREF - TOLEDO; ABRAO

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COORDENADORES 
PAULO F. C. SALLES DE TOLEDO 
CARLOS HENRIQUE ABRÃO 
COMENTÁRIOS A 
LEI DE RECUPERAÇÃO DE 
EMPRESAS E FALÊNCIA i 
Deputado Osvaldo Biolchi 
(Relator do Projeto) 
Arthur Migliari Júnior 
Carlos Henrique Abrão 
Jorge Lobo 
Paulo F. C. Salles de Toledo 
Rachel Sztajn 
Ricardo Tepedino ed/t 
Í 3 03 \ CO < CO 
tV 
tenw ® 
S^ Editora P Saraiva 
COORDENADORES 
PAULO F. C SALLES DE TOLEDO 
CARLOS HENRIQUE ABRÀO 
COMENTÁRIOS A 
LEI DE RECUPERAÇÃO DE 
EMPRESAS E FALÊNCIA 
Engajados nos novos ares do direito 
concurvi >ntern»cional, cujo pnsma de visão se 
hospeda na preservação e continuação da ati-
voade empresarial em crise, os autores da obra 
coiet va todos renomados conhecedores des-
te i ' do ca"ipo da oència jurídica e operadores 
retuoe^tes da matéria, sem sombra de dúvi-
da ded«caram-se a elaborar um trabalho ple-
n j — e n c i e n t e relativo aos comentários em 
tor-v: da Lei n. 11.101, de 9 de fevereiro de 
2005 Ao revogar o vetusto diploma n 7 661/45, 
coube ao legislador manter o predicado da 
•ecuperação judicial, daquela extrajudicial e um 
caprtuto menor destm Jo às micro e empresas 
de pequeno porte Atravessando os limites 
nattms e prospectando a metxx doutrina com 
apoio na boa jurisprudência, os participantes 
deta "iam os meandros nos respectivos comen-
támos, aprimorando lacunas e estabelecendo a 
-terpretação entre as regras de transição e o 
tire-to mtertempora! 
Coordenada a obra pelos ilustres pro-
fessores Paute F. C. Salles de Toledo e Cartes 
He^nque Afarão, veio ennquecida com a apre-
sentação deta -ada, esr r jçada e viva do prò-
pno -e ate Deputado Osvaldo Biolchi, que não 
se tratou a traçar um quadro frio, mas sensível 
da reateiade naoonal e aprimorar o tratamento 
dedicado a cada mstm/to. O interesse de todos 
somente poderá ser prestigiado pela forma 
tradicional da Editora Saraiva, a qual não mediu 
esforços para cotecar no mercado tão profícuo 
e bntiame estudo Ressalte-se que a maioria 
dos escritores participou direta ou indireta-
""eme da elaboração da nova legislação, e há 
nxjftas circunstâncias que favorecem suas análi-
ses, criticas e sugestões no aperfeiçoamento da 
COMENTÁRIOS À 
COORDENADORES 
PAULO F. C. SALLES DE TOLEDO 
CARLOS HENRIQUE ABRÃO 
COMENTÁRIOS A 
! rip-- f-' 
6 
I DATA: S O Í M 
32 edição 
revista e atualizada 
2009 
EaGn&Bira 
f—Editora 
S a r a S u a 
Av. «arques de São Vicente, 1 6 9 7 - CEP 0 1 1 3 9 - 9 0 4 
Barra F u n d o - S ã o Pculo-SP 
Vendes- ( 1 1 ) 3 6 1 3 - 3 3 4 4 ( t e l . ) / ( 1 1 ) 3 6 1 1 - 3 2 6 8 (fax) 
SAC: ( 11 ) 3 6 1 3 - 3 2 1 0 (Grande S P ) / 0 8 0 0 5 5 7 6 8 8 (outras localidades} 
Smoi l : sora"Mjur@edi lorasaroira.com.br 
Acesse: www.saraivojur.cora.br 
FILIAIS 
A Í . \ A I Q IIAS/ROU DÕHIA/RORA! W A / A C R E , 
Rua Casto Azevedo, 5 í — C e n t i o 
Fone: ( 9 2 ) 3 6 3 3 4 2 2 7 - Fox: ( 9 2 ) 3 6 3 3 - 4 7 8 2 - Manaus 
B A H I A / S E R G I F E 
Rua Agrípino Dóreo, 23 - Brotas 
Fone: ( 7 1 ) 3 3 8 1 - 5 8 5 4 / 3 3 8 1 - 5 8 9 5 
Fax: ( 7 1 ) 3 3 8 1 - 0 9 5 9 - S a l m d o r 
BAURU (SÃO PAULO) 1 
Suo Monsenhor Cloro, 2 - 5 5 / 2 - 5 7 - Centro 
Fone: ( 1 4 ) 3 2 3 4 - 5 6 4 3 — Fax: ( 1 4 ) 3 2 3 4 - 7 4 0 1 - Bauru : 
C E A R Á / P I A U f / M A R A N H Ã O 
Av. Rtarneno Gomes, 6 7 0 - Jacorecanga 
Fone: ( 8 5 ) 3 2 3 8 - 2 3 2 3 / 3 5 3 3 - 1 3 8 4 : 
F o r ( 8 5 ) 3 2 3 8 - 1 3 3 1 - F o r t a l e z a ; 
DISTRITO FEDERAL 
S I 5 QO 3 BI. B • Loja 9 7 - Setor Industrial Gráfico 
Fone: ( 6 1 ) 3 3 4 4 - 2 9 2 0 / 3 3 4 4 - 2 9 5 1 
Fax: ( 6 1 ) 3 3 4 4 - 1 7 0 9 - B r a s í l i a 
G o i A s / r o c A i m i i s 
Av. Independendo, 5 3 3 0 - Setor Aeroporto 
Fone: ( 6 2 ) 3 2 2 5 - 2 8 8 2 / 3 2 1 2 - 2 8 0 6 
Fax: ( 6 2 ) 3 2 2 4 - 3 0 1 6 - G o i â n i a 
M A T O GROSSO D O S U l / M A T O G R O S S O 
Rua 1 4 de Julho, 3 1 4 8 — CentTO i 
Fone: ( 6 7 ) 3 3 8 2 - 3 6 8 2 - Fax: ( 6 7 ) 3 3 8 2 - 0 1 1 2 - Campo Grande 
H I B A S GERAIS 
Ruo A 'ém Paraíba, 4 4 9 - Logoínha 
Fone: ( 3 1 ) 3 4 2 9 - 8 3 0 0 - F a x : ( 3 1 ) 3 4 2 9 - 8 3 1 0 - Belo Horizonte 
PARÁ/A),1 IAPÁ 
Travessa Aainagés, 1 8 6 - Botista Cnmpos 
: Fone: ( 9 1 ) 3 2 2 2 - 9 0 3 4 / 3 2 2 4 - 9 0 3 8 
FtDC ( 9 1 ) 3 2 4 1 - 0 4 9 9 - B e l é m 
PARA1IA /SAI ITA CATARINA 
Rua ConseJieiio lourindo, 2 8 9 5 - Prado Velho 
F o n e / F a x : ( 4 1 ) 3 3 3 2 - 4 8 9 4 - Curitiba ; 
P E R I M C O / P A R A Í B A / R . G . 0 0 I t O K T t / A U G O A S 
• Ruo Corredor do Bispo, 1 8 5 - Boa Vista 
Fone: ( 8 1 ) 3 4 2 1 - 4 2 4 6 - Fax: ( 8 1 ) 3 4 2 1 - 4 5 1 0 — R e c i f e 
RIBEIRÃO PRETO (SÃO PAULO) 
AÍ. Ficnasco Junqueira, 1 2 5 5 - Cenlro 
. Fone: ( 1 6 ) 3 6 1 0 - 5 B 4 3 - Fax: ( 1 6 ) 3 6 1 0 - 8 2 8 4 - Ribeirão Prelo 
R IO D E J A N E I R O / E S P Í R I T O SA1ÍTO 
F m Visconde de Santa Isabel, 1 1 3 o 119 - Vílo Isabel 
Fone: ( 2 1 ) 2 5 7 7 - 9 4 9 4 - Fox: ( 2 1 ) 2 5 7 7 - 8 8 6 7 / 2 5 7 7 - 9 5 6 5 - Rio de Jnneiro 
RIO GRAI1DE D O SUL 
: Av. A. J. Rer,ner, 2 3 1 - Farrapos 
F o n e / F o r . ( 5 1 ) 3 3 7 1 - 4 0 0 1 / 3 3 7 1 - 1 4 6 7 / 3 3 7 1 - 1 5 6 7 
• Porto fíqie 
; S Ã O PAULO 
Av. Marquês de Sõo Vicente, 1 6 9 7 - Borra Funda i 
. F o n e : PABX ( 1 1 ) 3 6 1 3 - 3 0 0 0 - S õ o Paulo , 
I S B N 9 7 8 - 8 5 - 0 2 - 0 7 3 1 4 - 2 
D a d o s i n t e r n a c i o n a i s d e C a t a l o g a ç ã o n o Pub l icação ( C I P ) 
( C â m a r a Bras i le i ra d o L ivro , SP, Bras i l ) 
Comentários à Lei de recuperação dc empresas e 
; falência / coordenadores Paulo F. C. Salles de Toledo, 
Carlos Henrique Abrão. — 3. ed. rev. e atual. — São 
Paulo : Saraiva, 2009. 
- Bibliografia. 
1. Falências - Leis e legislação 2. Falências - Leis 
e legislação - Brasil 3. Recuperação judicial (Direito) 
- Leis e legislação - Brasil I. Toledo, Paulo F. C. 
, Salles de. II. Abrão, Carlos Henrique. 
: 08-05738 CDU-347.756(S1)(094.56) 
í nd ice p a r o c a t á l o g o s i s t e m á t i c o : 
1. Brasil : Leis comentadas : Falência : Direito 
comercial 347.736(81)(094.56) 
Oirelor editorial Antonio Luiz de Toledo Pinto 
Diretor de produção editorial Luiz Roberto Cúria 
Editor Jônatas Junqueira de Mello 
Assistente editorial ihiago Marcon de Souza 
Produção editorial Ligia Alves 
Clarissa Borosái Maria Couta 
Estagiário Vinícius Asevedo Vieira 
Preparação de originais Maria Lúcia de Oliveira Soday 
Maria de Lourdes Appos 
Arte e diagrawação Cristina Aparecida Agudo de Freitas 
Isabel Somes Cruz 
Revisão de provas Rita de Cássia Queiroz Eorgoti 
Sandra Garcia Cortês 
Serviços editoriais Karla Maria de Almeida Costa 
Carla Cristina Marques 
Ana Paula Mazzoco 
Capa Muiraquitã Editoração Sráfica 
[DATA D E F E C H A M E N T O DA E D I Ç Ã O : 2-10-2008.] 
Nenhuma parte desta publicação poderã ser reproduzida 
por qualquer meio ou forma sem a prévia autorização da 
Editora Saraiva. 
A violação dos direitos autorais é crime estabelecido na 
Lei n. 9.610/98 c punido pelo artigo J84 do Código Penal, 
mailto:Mjur@edilorasaroira.com.br
http://www.saraivojur.cora.br
QUALIFICAÇÕES DOS AUTORES 
OSVALDO ANICETTO BIOLCHI 
Deputado Federal pelo PMDB/RS, Relator da Lei de Recuperação de Empresas 
e Falência. Professor Universitário aposentado. Mestrando em Direito pela 
PUC/Brasília. 
ARTHUR MIGLIARI JÚNIOR 
Mestre em Direito Penal pela Universidade São Francisco. Mestre em Direito 
Processual Penal pela PUCSP. Professor da Universidade São Francisco. Promo-
tor de Justiça em São Paulo. 
CARLOS HENRIQUE ABRÃO 
Juiz titular em São Paulo. Doutor pela USP. Especialização em Paris. 
JORGE LOBO 
Mestre em Direito da Empresa pela UFRJ. Doutor e Livre-Docente em 
Direito Comercial pela UERJ. Advogado especializado em 
aquisição, reestruturação e recuperação de empresas. 
PAULO FERNANDO CAMPOS SALLES DE TOLEDO 
Professor de Direito Comercial da Faculdade de Direito da Universidade 
de São Paulo. 
Desembargador aposentado do Tribunal de Justiça de São Paulo. Advogado. 
RACHEL SZTAJN 
Professora Associada de Direito Comercial da FADUSP. 
RICARDOTEPEDINO 
Advogado em São Paulo. 
índice 
Qualificações dos autores V 
Introdução XXXV 
Apresentação XXXVH 
LEI N. 11.101, DE 9 DE FEVEREIRO DE 2005 
Capítulo I — Disposições preliminares (arts. Ia a 4a) 
Art. I2 1 
1. Os novos institutos 1 
2. Sujeição passiva - 2 
3. O empresário rural 4 
4. Cooperativas 4 
5. Sociedades anônimas 4 
Art. 2S 5 
6. Exceções. Casos de inaplicabilidade 5 
7. Empresas públicas e sociedades de economia mista 5 
8. Outras hipóteses 7 
8.1. Instituições financeiras públicas ou privadas 10 
8.2. Cooperativas de crédito 10 
8.3. Consórcio H 
8.4. Entidades de previdência complementar 11 
8.5. Sociedades operadoras de plano de assistência à saúde 12 
8.6. Sociedades seguradoras 12 
8.7. Sociedades de capitalização 13 
8.8. Entidades legalmente equiparadas às anteriores 13 
Ar t . 3a 13 
9. Juízo competente e pluralidade de estabelecimentos 13 
10. Filial de empresa estrangeira 15 
11. Comerciantes ambulantes e empresários de espetáculos públicos 15 
Art. 42 {Vetado.) 15 
Capítulo II — Disposições comuns à recuperação judicial e à falência 
(arts. 52 a 46) 
Seção I—Disposições gerais 
Art. 52 ••••••• 16 
12. Créditos não exigíveis 16 
13. Obrigações a título gratuito 17 
14. Despesas processuais 18 
Art 62 19 
15. Suspensão da prescrição 20 
16. Suspensão das ações e execuções 21 
17. Demanda de quantia ilíqüida 1 22 
18. Créditos trabalhistas 22 
19. Importâncias reservadas 24 
20. Comunicação ao juízo concursal 24 
21. Execuções fiscais 24 
22. Prevenção do juízo — 25 
23. Ações dos credores proprietários e por adiantamentos de contratos 
de câmbio 25 
Seção II—Da verificação e da habilitação de créditos 
Art 1- 26 
24. O administrador judicial e a verificação de créditos 27 
25. Auxílio profissional especializado 27 
26. A primeira relação de credores 28 
27. Prazo para habilitações ou divergências 28 
28. A segunda relação de credores 29 
Art. 82 „.: 29 
29. O prazo para impugnação - ••—• ••••• 
30. Quem pode impugnar 30 
31. Fundamento da impugnação 31 
32. Processamento da impugnação 31 
Art. 9a 3 1 
33. Habilitações e divergências 32 
34. Requisitos da habilitação de crédito 32 
35. Títulos e documentos no original 33 
Art. 10. 34 
36. Habilitações retardatárias 35 
37. Conseqüências para o credor 36 
38. Processamento da habilitação retardatária 37 
Art. 11 37 
39. Impugnações de crédito — contestação 38 
Art. 12 38 
40. Manifestações do devedor e do Comitê 38 
41. Parecer do administrador judicial 39 
42. Vista às partes 39 
43. Intervenção do Ministério Público 39 
Art. 13 40 
44. Impugnação de crédito — o pedido 40 
45. Autuação em separado 40 
Art. 14 41 
46. O quadro geral de credores 41 
Art. 15 . 41 
47. Saneamento do processo 42 
48. O saneamento nas demais impugnações 42 
Art. 16 43 
49. Reserva de valor 43 
50. Pagamento da parte incontroversa 44 
51. Ineficácia da reserva 44 
Art. 17 44 
52. O recurso cabível 44 
53. O prazo para a interposição 46 
54. Liminares possíveis 46 
Art. 18 47 
55. O quadro geral de credores 47 
56. O quadro geral: conteúdo 48 
57. O quadro geral: requisitos a serem observados 48 
Art. 19 49 
58. Ação rescisória ou ordinária de anulação de ato judicial 50 
59. Pressupostos da ação rescisória e da ação ordinária de anulação de 
ato judicial 51 
60. Juízo competente 52 
61. Prestação de caução 52 
Art. 20 53 
62. Habilitações dos credores particulares 53 
63. Concurso entre credores particulares e sociais 54 
Seção III—Do administrador judicial e do comitê de credores 
Art. 21 54 
64. Quem poderá ser administrador judicial 54 
65. Nomeação de pessoa jurídica 55 
Art. 22 56 
66. Deveres e atribuições do administrador judicial 58 
67. Na recuperação judicial e na falência 59 
67.1. Correspondência aos credores 59 
67.2. Fornecimento de informações 59 
67.3. Extratos contábeis 60 
67.4. Relação de credores 60 
67.5. O quadro geral de credores 60 
67.6. Convocação de assembléia geral- de credores 60 
67.7. Contratação de profissionais ou empresas especializadas 61 
67.8. Manifestação nos autos 61 
68. Na recuperação judicial 61 
68.1. Fiscalização das atividades e do cumprimento do plano 61 
68.2. Requerimento de falência 62 
68.3. Relatório mensal 62 
68.4. Relatório final 62 
69. Na falência 62 
69.1. Aviso aos credores 62 
69.2. Exame da escrituração 63 
69.3. Representação judicial da massa 63 
69.4. Correspondência do devedor 63 
69.5. Relatório sobre as causas e circunstâncias da falência 64 
69.6. Arrecadação e avaliação dos bens 65 
69.7. Realização do ativo e pagamento do passivo 65 
69.8. Venda antecipada dos bens 65 
69.9. Atos conservatórios e cobrança de dívidas 65 
69.10. Remição de bens 66 
69.11. Medidas e diligências necessárias 66 
69.12. Conta demonstrativa mensal 67 
69.13. Entrega de bens e documentos ao substituto 67 
69.14. Prestação de contas 67 
70. Remuneração dos auxiliares 67 
71. Informações de interesse geral 68 
72. Transações e abatimento de dívidas 68 
73. Relatório sobre causas e circunstâncias da falência 69 
Art. 23 70 
74. Omissões do administrador judicial 70 
75. Destituição do administrador judicial 71 
Art. 24 71 
76. Remuneração do administrador judicial 72 
77. Reserva de 40% 72 
78. Administrador substituído ou destituído: efeitos quanto à remune-
ração 73 
Art. 25 74 
79. Responsabilidade pela remuneração 74 
Art. 26 75 
80. Constituição do comitê 75 
81. Composição 76 
82. Substituição ou inclusão de membros do comitê 77 
83. Presidência do comitê 78 
Art. 27 78 
84. Atribuições do comitê 79 
85. Na recuperação judicial e na falência 79 
85.1. Fiscalização das atividades e exame das contas do administra-
dor judicial 79 
85.2. Dever de fiscalizar a aplicação da Lei 80 
85.3. Comunicação de atos ilícitos ou prejudiciais aos credores 80 
85.4. Reclamações dos interessados 81 
85.5. Convocação de assembléia geral 81 
85.6. Manifestações nos processos 81 
86. Na recuperação judicial 81 
86.1. Fiscalização das atividades do devedor e relatório mensal 81 
86.2. Fiscalização da execução do plano 82 
86.3. Requerimento de providências úteis, em caso de afastamento 
do devedor 82 
86.4. Plano alternativo e requerimento de falência 83 
87. Livro de atas 83 
Art. 28 84 
88. Inexistência do comitê de credores 84 
Art. 29 84 
89. Remunerações e despesas dos membros do comitê de credores 85 
Art. 30. 85 
90. Impedimentos para as funções de membro do comitê ou administra-
dor judicial 86 
91. Outros impedimentos 86 
92. Substituições -.... 87 
Art. 31 8 8 
93. Destituição do administrador judicial e do membro do comitê 88 
94. Nomeação de novo administrador ou convocação de suplente 89 
95. Prestação de contas 89 
Art. 32 90 
96. Responsabilidade civil do administrador e dos membros do comitê .. 90 
97. Exclusão da responsabilidade 90 
Art. 33 91 
98. Termo de compromisso 91 
Art. 34 91 
99. Nova nomeação 92 
Bibliografia 92 
Seção N— Da assembléia-geral de credores 
Art. 35 94 
1. Críticas à assembléia geral de credores 94 
2. Importância do comparecimento e da participação dos credores 96 
3. Conceito e características 96 
3.1. Conceito 96 
3.2. Características 97 
3.2.1. Órgão da ação de recuperação judicial e do processo de fa-
lência 97 
3.2.2. Órgão colegiado deliberativo 98 
4. Atribuições: art. 35,1 e II 98 
Art. 36 99 
1. Competência para a convocação: art. 36, caput 100 
2- Legitimados a requerer a convocação: art. 36, § 2- 100 
3. Requisitos do edital: art. 36,1 a III 100 
4. Despesas de convocação e realização: art. 36, §§ 22 e 3a 100 
Art. 37 100 
1. Trabalhos da assembléia geral 101 
1.1. Presidência e secretaria: art. 37, caput e § l 2 101 
1.2. Instalação da assembléia: art. 37, §§ 22 e 3S 102 
1.3. Ordem do dia e desenvolvimento dos trabalhos 102 
1.4. Ata dos trabalhos: art. 37, § 7a ! 103 
2. Prova da qualidade de credor, credores legitimados a votar e credores 
impedidos de votar 103 
3. Representação do credor: art. 37, §§ 42 a 62 103 
3.1. Legitimidade do sindicato para representar não associados104 
3.1.1. Decisão da 4â Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio 
de Janeiro 104 
3.1.2. A LRE interpretada consoante a Constituição Federal 105 
3.1.2.1. Princípio da unidade da CF 107 
3.1.2.2. Presunção da constitucionalidade das leis 108 
3.1.2.3. Interpretação restritiva do art. 8a, III, da CF 109 
3.1.2.4. Classificação das normas constitucionais 109 
4. A participação do juiz, do Ministério Público, do devedor e de seus 
administradores na assembléia geral 110 
Art. 38 111 
1. Princípio da proporcionalidade: art. 38, caput 111 
2. Direito de voto por cabeça: art. 38, caput, parte final 111 
3. Crédito em moeda estrangeira: arts. 38, parágrafo único, e 77 112 
Art. 39 112 
1. Direito de voto 112 
1.1. Legitimados a votar: art. 39, caput e § l 2 112 
1.2. Impedidos de votar: arts. 10, § Ia; 39, caput, parte final, e § Ia; 
43, caput e parágrafo único; 45, § 3e; e 49, §§ 32 e 42 113 
2. Validade e eficácia da assembléia geral: art. 39, § § 22 e 3a 113 
Art. 40 114 
1. Suspensão ou adiamento da assembléia geral: art. 40 114 
Art. 41 ; 114 
1. Composição das classes de credores 115 
2. Forma de votação: art. 41, §§ I a e 2a 115 
3. Contagem de votos, quorum de deliberação e processo de votação .... 115 
Art 42 H 6 
1. Quorum de instalação da assembléia geral 116 
2. Quorum de deliberação da assembléia geral: art. 42, caput 116 
2.1. Regra geral: princípio majoritário 116 
2.2. Para aprovação, rejeição ou modificação do plano de recuperação 
judicial 116 
2.3. Para constituição do comitê de credores 117 
2.4. Para realização do ativo 117 
3. Empate nas votações 117 
Art. 43 117 
1. Vedação do direito de voto: art. 43, caput e parágrafo único 118 
Art 44 118 
1. Escolha dos representantes do comitê de credores: art. 44 118 
2. Qualidade para integrar o comitê de credores 119 
Art. 45 119 
1. Aprovação, por unanimidade, do plano de recuperação judicial: 
art. 45, caput 119 
2. Sistema de dupla maioria: art. 45, § l 2 120 
3. Sistema do voto por cabeça: art. 45, § 22 120 
4. Credores não atingidos pelo plano não têm direito de voto: art. 45, 
§ 32 121 
Art. 46 121 
1. Realização do ativo na falência 121 
2. Forma alternativa de realização do ativo na falência: ar t 46 121 
Bibliografia {Assembléia Geral de Credores) 122 
Capítulo III — Da recuperação judicial (arts. 47 a 72) 
Seção I—Disposições gerais 
^ 47 123 
1. Conceito 123 
2. Ato complexo 124 
3. Natureza jurídica 125 
3.1. Instituto de Direito Privado 125 
3.2. Instituto de Direito Público 126 
3.3. Instituto de Direito Econômico 127 
4. Pressuposto subjetivo 128 
5. Pressuposto objetivo 128 
5.1. "Estado de crise econômico-financeira" 128 
5.1.1. Inadimplemento de obrigação pecuniária 129 
5.1.2. Iliquidez : 129 
5.1.3. Insolvência 129 
5.1.4. Outros fetos caracterizadores do "estado de crise da empresa" 130 
6. Pressuposto formal ou processual 131 
7. Fundamento: a ética da solidariedade 131 
8. Objeto 132 
9. Finalidades 132 
10. Princípios 132 
11. Ponderação de fins e de princípios 132 
Art. 48 134 
1. Sujeitos ativos 134 
1.1. Titulares da ação de recuperação judicial 134 
1.1.1. Legitimação ordinária: art. 48, caput 134 
1.1.1.1. Competência para autorizar a propositura da 
ação de recuperação 135 
1.1.2. Legitimação especial: art. 48, parágrafo único 136 
2. Não podem propor a ação de recuperação judicial 136 
3. Requisitos substanciais da ação de recuperação judicial: art. 48,1 a IV. 136 
4. Requisitos formais da ação de recuperação judicial 137 
Art 49 137 
1. Sujeitos passivos: art. 49, caput 138 
2. Não estão sujeitos à ação de recuperação judicial 139 
3. Juízo uno e indivisível 139 
4. Responsabilidade dos coobrigados: art. 49, § 1£ 140 
5. Princípio da obrigatoriedade dos contratos: art. 49, § § 2 s e 3 2 140 
6. Resolução dos contratos bilaterais, vencimento antecipado de dívi-
das e contagem de juros 141 
Art. 50 142 
1. Causas da crise da empresa 143 
2. Meios de recuperação judicial: art. 50, caput . 145 
3. Reestruturação do poder de controle 145 
3.1. Alienação do poder de controle: art. 50, III 145 
3.2. Consolidação do poder de controle: art. 50, III 146 
3.3. Poder de controle compartilhado: art. 50, III 146 
3.4. Eleição de administradores indicados pelos credores: art. 50, V.. 146 
3.5. Poder de veto: art. 50, V 146 
3.6. Constituição de sociedade de credores: art. 50, X 147 
3.7. Usufruto 147 
3.7.1. Usufruto da empresa: art. 50, XIII 147 
3.7.2. Usufruto de quotas ou ações: arts. 1.394 do CC e 40 da 
LSA 147 
4. Reestruturação financeira 147 
4.1. Dilação de prazos de obrigações e dívidas: art. 50,1 147 
4.2. Remissão total ou parcial de dívidas: art. 50, caput 147 
4.3. Dilação e remissão parcial de dívidas: art. 50, caput e I 148 
4.4. Aumento do capital social: art. 50, VI 148 
4.5. Dação em pagamento e novação de dívidas: art. 50, IX 148 
4.6. Equalização dos encargos financeiros: art. 50, XII 148 
4.7. Emissão de valores mobiliários: art. 50, XV 149 
4.8. Dívidas em moeda estrangeira: art. 50, § 2a 149 
5. Reestruturação econômica 149 
5.1. Cessão de quotas ou ações: art. 50, II 149 
5.2. Trespasse ou arrendamento de estabelecimento: art. 50, VII 149 
5.3. Alienação parcial de bens: art. 50, XI e XVI 150 
6. Reestruturação administrativa 150 
6.1. Substituição dos administradores: art. 50, IV 150 
6.2. Modificação dos contratos de trabalho: art. 50, caput e VIII 150 
6.3. Administração compartilhada: art. 50, XIV 150 
7. Reestruturação societária: art. 50, II 151 
8. Reestruturação complexa 151 
9. Alienação de bens objeto de garantia real: art. 50, § Ia 151 
Seção II—Do pedido e do processamento da recuperação judicial 
Art. 51 151 
1. Natureza jurídica da ação de recuperação judicial 153 
2. Petição inicial 153 
2.1. Requisitos: art. 282 do CPC 153 
2.2. Sujeitos ativos e passivos 153 
2.3. Causa de pedir 154 
2.4. Objeto 154 
2.5. Documentos essenciais 154 
2.5.1. "Exposição das causas concretas" do estado de crise eco-
nômico-financeira: art. 51,1 154 
2.5.2. Demonstrações contábeis e demais documentos exigidos 
pelo art. 51, II a IX, da LRE 155 
2.5.3. Plano de recuperação: art. 53, caput 155 
3. Contestação 155 
Art. 52 156 
1. Despacho de processamento: art. 52, caput 157 
1.1. Oitiva do Ministério Público: art. 52, V 157 
2. Nomeação do administrador judicial: art. 52,1 158 
3. Dispensa de certidões negativas: art. 52, II 158 
4. Suspensão das ações e execuções: art. 52, III e § 32 158 
5. Contas demonstrativas mensais: art. 52, IV 159 
6. Intimação do Ministério Público e comunicação à Fazenda Pública: 
art. 52, V 159 
7. Comunicação ao RPEMAA: art. 69, parágrafo único 159 
8. Expedição de edital: art. 52, § I a 159 
9. Constituição do comitê de credores: art. 52, § 22 160 
10. Desistência da ação: art. 52, § 4a 160 
11. Restrições aos poderes dos administradores 161 
Seção III—Do plano de recuperação judicial 
Art. 53 161 
1. Os valores do direito da empresa em crise 161 
2. Apresentação do plano de recuperação: art. 53, caput 163 
2.1. A fonte do art. 53 da LRE 164 
3. Meios de recuperação: art. 53,1 164 
4. Estudo de viabilidade econômico-finaneeira: arts. 53, II, e 47 164 
5. Laudo econômico-financeiro: art. 53, III 167 
6. Aviso aos credores: art. 53, parágrafo único 167 
Art. 54 167 
1. Créditos trabalhistas vencidos: art. 54, caput 168 
2. Créditos decorrentes de acidentes do trabalho: art. 54, caput 168 
3. Créditos por salários: art. 54, parágrafo único 168 
4. Créditos trabalhistas litigiosos: art. 51, IV 168 
Seção N— Do procedimento de recuperação judicial 
Art. 55 169 
1. Objeção ao plano de recuperação: art. 55, caput 169 
2. Prazo para objeção ao plano de recuperação: art. 55, caput e parágrafo 
único 169 
Art. 56 170 
1. Procedimento da objeção ao plano de recuperação: art. 56, caput e 
§ Ia 171 
2. Convocação e ordem do dia da assembléia geral: art. 56, caput e § 2a 171 
3. Alteração do plano de recuperação pela assembléia geral de credores: 
art. 56, § 32 ! 171 
4. Alteração do plano de recuperação após adecisão homologatória da 
deliberação da assembléia geral: art. 56, § 3a, c/c os arts. 58 e 59, § I a 172 
5. Rejeição do plano de recuperação: a r t 56, § 4a 172 
Art. 57 173 
1. Certidões negativas de débitos tributários: art. 57 173 
2. Parcelamento dos débitos tributários 174 
3. Execuções fiscais em curso 174 
4. Débitos tributários questionados em processos administrativos ou 
judiciais 174 
Art. 58 174 
1. Poderes do juiz 175 
2. Controle judicial da deliberação da assembléia geral de credores 176 
3. Natureza jurídica da sentença concessiva da recuperação judicial: 
art. 58 177 
4. Sentença concessiva da recuperação judicial apesar de o plano de re-
cuperação não ter sido aprovado pela assembléia geral: art. 58, § I a .. 177 
5. Tratamento diferenciado entre credores: art. 58, § 2a 178 
Art. 59 1 7 8 
1 Novação dos créditos anteriores à ação de recuperação judicial: 
art. 59 179 
1.1. Conceito de novação 179 
1.2. Espécies de novação 179 
1.3. Exegese do art. 59 da LRE 180 
2. Créditos sujeitos a novação: arts. 59 e 49 180 
3. Manutenção das garantias reais e pessoais: arts. 59 e 49, § l 2 181 
4. Juros e demais prestações acessórias: arts. 59, caput, e 49, § 22 182 
5. Título executivo judicial: art. 59, § l 2 182 
6. Recurso da sentença concessiva da recuperação judicial: art. 59, § 22 182 
Art. 60 183 
1. Distinção entre sociedade e empresa na doutrina e na LRE 183 
1.1. Na doutrina 183 
1.2. Na Lei n. 11.101, de 2005 184 
2. Responsabilidade por obrigações e dívidas da sociedade empresária na 
recuperação judicial 185 
2.1. Alienação de empresa 186 
2.2. Trespasse de estabelecimento: LRE, art. 50, VII, c/c o art. 60 186 
2.2.1. Conceito de estabelecimento 186 
2.2.2. Exegese do art. 60, caput e parágrafo único, da LRE 188 
2.2.2.1. Exoneração de responsabilidades 189 
2.2.2.2. Sucessão universal 189 
3. Os bens, que integram o estabelecimento, devem estar livres e 
desembaraçados: art. 60, parágrafo único 190 
4. Modalidades de alienação judicial de estabelecimento empresarial: arts. 
60, caput, e 50, VII 191 
Art. 61 192 
1. "Estado de recuperação judicial": art. 61, caput 192 
2. "Estado de falência": art. 61, §§ l 2 e 2a 192 
Art. 62 193 
1. Efeitos do descumprimento do plano de recuperação 193 
Art. 63 193 
1. Relatório circunstanciado sobre a execução do plano de recupera-
ção: art. 63, III 194 
2. Efeitos da sentença de encerramento da recuperação judicial: art. 63, 
I, II, IV e V 194 
Art. 64 195 
1. Administração dos negócios sociais: art. 64, caput 195 
2. Afastamento do devedor e destituição de administrador: art. 64, 
parágrafo único 196 
Art. 65 196 
1. Nomeação de gestor judicial: art. 65, caput 197 
2. Recusa ou impedimento do gestor judicial: art. 65, § 2- 197 
Art. 66 198 
1. Administração ordinária dos negócios sociais: art. 66, parte final 198 
2. Limitação dos poderes dos administradores: art. 66, primeira parte .. 198 
Art. 67 199 
1. Créditos extraconcursais: arts. 67 e 84 199 
2. Ordem de preferência dos créditos Extraconcursais: arts. 67 e 84, 
I a V 199 
3. Ordem de preferência dentro da mesma classe: arts. 67, caput. parte 
final, e 83 199 
4. Privilégio geral dos créditos quirografários: art. 67, parágrafo único 200 
Art. 68 200 
1. Parcelamento dos créditos tributários: art. 68 200 
2. Parâmetros do parcelamento: CTN, art. 155-A 201 
Art. 69 201 
1. Identificação do devedor: art. 69, caput 201 
2. Comunicação ao Registro Público de Empresas Mercantis e Ativida-
des Afins: art. 69, parágrafo único 202 
Bibliografia {Recuperação judicial) 202 
Bibliografia Geral 205 
Seção V—Do plano de recuperação judicialpara microempresas e empresas de 
pequeno porte 
Art. 70, caput 209 
Art. 70, § P 211 
Art. 70, § 2- 214 
Art. 71, caput, I 215 
Art. 71, II 216 
Art. 71, III 218 
Art. 71, IV 219 
Art. 71, parágrafo único 220 
Art. 72, caput 222 
Art. 72, parágrafo único 223 
Capítulo IV — Da convolação da recuperação judicial em falência 
(arte. 73 e 74) 
Art. 73, caput, I 226 
Art. 73, II 227 
Art 73, III ..- 228 
Art. 73, IV 229 
Art 73, parágrafo único 231 
Art 74 233 
Capítulo V — Da falência (arts. 75 a 160) 
Seção I—Disposições gerais 
Art. 75, caput •. 234 
Art. 75, parágrafo único 235 
Art. 76, caput 236 
Art. 76, parágrafo único 237 
Art. 77 238 
Art. 78, caput 239 
Art 78, parágrafo único 241 
Art 79 242 
Art. 80 .*. ;. 243 
Art. 81, caput 243 
Art. 81, § I a 245 
Art. 81, § 2a 245 
Art. 82, caput 246 
Art 82, § I a ; 248 
Art. 82, § 2a 249 
Seção II—Da classificação dos créditos 
Art. 83, caput, I 251 
Art. 83, II 252 
Art. 83, III ••••• 252 
Art. 83, IV, a 253 
Art. 83, IV b 253 
Art. 83, IV, c 253 
Art 83, V a 254 
Art. 83, V, b 254 
Art. 83, V, c 254 
Art. 83, VI, a ....... 255 
Art. 83, VI, b 255 
Art. 83, VI, c 256 
Art. 83, VII 256 
Art. 83, VIII, a 256 
Art. 83, VIII, b 257 
Art. 83, § Ia 257 
Art. 83, § 22 258 
Art. 83, §. 3a 258 
Art. 83, § 4a 259 
Art. 84, caput, I 259 
Art. 84, II 259 
Art. 84, III 260 
Art. 84, IV 260 
Art. 84, V 261 
Seção III—Do pedido de restituição 
Art. 85, caput .... 261 
Art. 85, parágrafo único 262 
Art. 86, caput, I 262 
Art. 86, II 263 
Art. 86, III 264 
Art. 86, parágrafo único 264 
Art. 87, caput 265 
Art. 87, § P ; ; ; 265 
Art. 87, § 2a : 266 
Art. 87, § 3a s 266 
Art. 88, caput 267 
Art. 88, parágrafo único 267 
Art. 89 267 
Art. 90, caput 268 
Art. 90, parágrafo único 269 
Art. 91, caput 269 
Art. 91, parágrafo único 270 
Art. 92 270 
Art. 93 271 
Seção TV—Do procedimento para a decretação da falência 
Art. 94, caput, I 272 
Art. 94, II 274 
Art. 94, III, a '.. 276 
Art. 94, III, b .. 277 
Art. 94, III, c 278 
Art. 94, III, d 279 
Art. 94, III, e 280 
Art. 94, III, f 281 
Art. 94, III, g 282 
Art. 94, § l 2 283 
Art. 94, § 2- 284 
Art. 94, § 3S 286 
Art. 94, § 42 286 
Art. 94, § 5S :.. 287 . 
Art. 95 287 
Art. 96, caput, I 289 
Art. 96, II 290 
Art. 96, III 291 
Art. 96, IV V 292 
Art. 96, V 293 
Art. 96, VI 293 
Art. 96, VII 294 
Art. 96, VIII 295 
Art. 96, § Ia 295 
Art. 96, § 2a ••••• 296 
Art. 97, caput, I 297 
Art. 97, II 298 
Art. 97, III 299 
Art. 97, IV 299 
Art. 97, § Ia •••••• 300 
Art. 97, § 2a 301 
Art. 98, caput 303 
Art. 98, parágrafo único 304 
Art. 99, caput, I 305 
Art. 99, II 305 
Art. 99, III r. 306 
Art. 99, IV 307 
Art. 99, V 308 
Art. 99, VI 308 
Art. 99, VII 309 
Art. 99, VIII r 310 
Art. 99, IX [ 311 
Art. 99, X 312 
Art. 99, XI 313 
Art. 99, XII 313 
Art. 99, XIII 314 
Art. 99, parágrafo único 315 
Art. 100 316 
Art. 101, caput, §§ I a e 2a 317 
Seção V—Da inabilitação empresarial, dos direitos e dever es do falido 
Art. 102, caput 320 
Art. 102, parágrafo único 321 
Art. 103, caput 321 
Art. 103, parágrafo único 322 
Art. 104, caput, I, a 323 
Art. 104,1, b 323 
Art. 104,1, 324 
Art. 104,1, d 324 
Art. 104,1, e 325 
Art. 104,1, f 326 
Art. 104,1, g 326 
Art. 104, II 327 
Art 104, III 327 
Art. 104, IV 328 
Art. 104, V 329 
Art. 104, VI 329 
Art. 104, VII 329 
Art. 104, VIII 330 
Art. 104, IX 330 
Art. 104, X 331 
Art. 104, XI 331 
Art 104, Xn ! 331 
Art. 104, parágrafo único 332 
Bibliografia f. 333 
Seção VI—Da falência requerida pelo próprio devedor 
Art 105 335 
1. A confissão de falência 335 
2. Quem deve autorizar o requerimento de autofalência 337 
3. Confissão no curso de processo de recuperação judicial 338 
4. Instrução do pedido (incisos I e V) 338 
5. Instrução do pedido (incisos II, III, IV e VI) 339 
6. As dificuldades práticas da autofalência — Administrador judicial 
provisório 340 
7. Desistência do pedido 340 
8. Oposição ao requerimento de autofalência 341 
9. Critérios norteadores da decisão do juiz — Recursos 341 
Art. 106 342 
10. Instrução deficiente 342 
Art. 107 3 4 3 
11. Sentença e procedimento 343 
Seção VII—Da arrecadação e da custódia dos bens 
Art. 108 3 4 3 
12. A arrecadação de bens 343 
13. A efetivação da arrecadação 344 
14. Arrecadação de bens penhorados e apreendidos 347 
15. Avaliação 348 
16. Arrecadação e avaliação separadamente ou em bloco 348 
17. A guardados bens arrecadados 349 
Art. 109 349 
18. Lacre do estabelecimento 349 
Art. 110 350 
19. Arrecadação, auto, inventário e avaliação 351 
20. Avaliação a posteriori 351 
21. Elaboração do inventário 352 
Art. 111 352 
22. Liquidação sumária ! 352 
Art. 112 353 
23. Remoção dos bens arrecadados 353 
Art. 113 .' 354 
24. Venda antecipada de bens 354 
Art. 114 355 
25. Locação ou arrendamento de bens da massa 355 
26. Decisão sobre a contratação e sua impugnação 356 
Seção VIII—Dos efeitos da decretação da falência sobre as obrigações 
do devedor 
Art. 115 356 
27. Concurso universal 357 
ÍNDICE xxvm 
Art. 116 357 
28. Direito de retenção 357 
29. Direito de retirada 358 
Art. 117 359 
30. Regra geral para contratos bilaterais 359 
31. Interpelação e resposta 360 
32. A decisão e seus critérios 361 
33. Cláusula resolutiva expressa para caso de falência 362 
34. Cumprimento do contrato 363 
35. Resolução do contrato — Indenização 363 
36. Falta de interpelação 364 
37. Impugnação da decisão de cumprir ou não o contrato 365 
38. Cláusula Compromissória de Arbitragem 365 
Art. 118 •. 367 
39. Cumprimento de contrato unilateral 367 
Art. 119 367 
40. Regras específicas 369 
41. Inciso I: mercadorias em trânsito 369 
42. Inciso II: coisas compostas 370 
43. Inciso III: coisa móvel ou serviços negociados a prestações 370 
44. Inciso IV: venda com reserva de domínio . 371 
45. Inciso V: coisas vendidas a termo com cotação em bolsa ou mercado 371 
46. Inciso VI: promessa de compra e venda de imóveis 373 
47. Inciso VII: locação 374 
48. Inciso VIU: acordo de compensação e liquidação 374 
49. Inciso IX: patrimônio de afetação 376 
Art. 120 377 
50. Mandato outorgado pelo falido 377 
51. Procuração em causa própria 378 
52. Representação judicial 379 
53. Mandato e comissão concedidos ao falido ••••• 379 
Art. 121 379 
54. Conta corrente - 379 
55. A cláusula "salvo-embolso" 380 
56. Conta corrente bancária 381 
Art. 122 382 
57. Compensação na falência 382 
58. Causas que afastam a compensação 384 
59. A compensação entre créditos do falido e de seu banqueiro 386 
60. Como efetivar a compensação 387 
Art. 123 387 
61. Quotas sociais do falido 388 
62. Condomínio indivisível 390 
Art. 124 390 
63. Juros vencidos após a quebra 390 
Art. 125 391 
64. Falência do espólio 391 
Art. 126 391 
65. Princípios preponderantes 391 
Art. 127 391 
66. Credor por obrigação solidária 392 
67. Direito de regresso 393 
Art. 128 394 
68. Co-devedores solventes 394 
Seção IX — Da ineficácia e da revogação de atos praticados antes da 
falência 
Art. 129 395 
69. A revocatória falimentar 396 
70. Sistema de ineficácia na lei falimentar 397 
71. Atos ineficazes e atos revogáveis 399 
72. Os requisitos da ineficácia do art. 129 400 
73. Inciso I: pagamento antecipado 402 
74. Inciso II: dívidas exigíveis solvidas anormalmente 402 
75. Inciso III: constituição de garantias reais 404 
76. Inciso IV: atos a título gratuito 406 
77. Inciso V: renúncia a herança ou legado 408 
78. Inciso VI: trespasse do estabelecimento comercial 408 
79. Ainda inciso VI: a subsidiária integral 410 
80. Inciso VII: registro ou averbação tardia 411 
81. Revocatória do direito societário 411 
82. Parágrafo único: a declaração da ineficácia 412 
Art. 130 412 
83. Atos revogáveis — Requisitos 413 
84. Elemento subjetivo 413 
85. O elemento objetivo 414 
86. A caracterização da fraude 415 
87. O termo legal da falência e os mitos em torno dele 416 
88. Pagamento de dívidas vencidas : 416 
Art. 131 417 
89. Atos previstos no plano de recuperação 417 
Art. 132 418 
90. Legitimação ativa 418 
91. Prazo de decadência 419 
Art. 133 419 
92. Legitimação passiva 420 
Art 134 420 
93. Competência e procedimento 420 
Art. 135 ; 421 
94. Restituição em espécie 421 
95. Alternativa de se prestar o valor de mercado 421 
96. Restituição de acessórios — Perdas e danos 422 
97. Apelação 422 
Art. 136 422 
98. Retomo ao statu quo ante 423 
99. Contratante de boa-fé 423 
100. O contratante de má-fé 424 
101. Perdas e danos 424 
102. Securitização de créditos 424 
Art. 137 425 
103. Seqüestro 425 
Art. 138 425 
104. Ineficácia de ato amparado por decisão judicial 426 
Bibliografia 426 
Seção X— Da realização do ativo 
Art. 139 430 
Art. 140 433 
Art. 141 442 
Art. 142,1, II, III 450 
Art. 142, § I a 452 
Art. 142, § 2a 453 
Art. 142, § 32 453 
Art. 142, § 42 454 
Art. 142, § 5a 454 
Art. 142, § 6a, I, II, III 455 
Art. 142, § 7a 456 
Art. 143 456 
Art. 144 457 
Art. 145, caput 457 
Art. 145, §§ Ia, 2a e 3a 461 
Art. 146 462 
Art. 147 462 
Art. 148 462 
Seção XI—Do pagamento aos credores 
Art 149 463 
Art. 150 465 
Art. 151 466 
Art 152 467 
Art. 153 468 
Seção XII—Do encerramento da falência e da extinção das obrigações 
do falido 
Art 154 469 
Art 155 :.... 471 
Art. 156 - 471 
Art 157 472 
Art 158 472 
Art. 159 474 
Art. 160 : 475 
Capítulo VI — Da recuperação extrajudicial (arts. 161 a 167) 
Art 161 479 
Art. 162 482 
Art 163 483 
Art. 164 486 
Art 165 489 
Art 166 490 
Art 167 490 
Capítulo VII — Disposições penais (arts. 168 a 188) 
1. Do nome correto: falência! ou falimentar? 493 
2. A necessidade de estudo dos crimes falenciais - 494 
3. Natureza jurídica dos crimes falenciais 496 
4. Elemento subjetivo do injusto: dolo 500 
S e ç ã o I—Dos crimes em espécie 
Art. 168 — Fraude a credores 501 
Circunstância agravante .' 506 
Concurso de pessoas 507 
Circunstâncias atenuantes 508 
Art. 169 — Violação de sigilo empresarial 509 
170 — Divulgação de informações falsas 511 
Art. 171 — Indução a erro 512 
Art. 172 — Favorecimento de credores 513 
^ 173 _ Desvio, ocultação ou apropriação de bens 514 
Art. 174 — Aquisição, recebimento ou uso ilegal de bens 518 
Art. 175 — Habilitação ilegal de crédito 520 
Art. 176 — Exercício ilegal de atividade 521 
Art. 177 — Violação de impedimento 522 
Art. 178 — Omissão dos documentos contábeis obrigatórios 524 
Seção II— Disposições comuns 
Art. 179 525 
Formas de participação 530 
Art. 180 530 
Condição objetiva de punibilidade 531 
Art. 181 531 
Efeitos da condenação por crime falencial. Interdição do comércio e rea-
bilitação 532 
Art. 182 535 
Prescrição 535 
-Seção III—Do procedimento penal 
Art. 183 537 
Art. 184 54i 
Art. 185 . 543 
Arts. 186 e 187 . 546 
Momento da apuração das infrações penais 546 
Art. 188 560 
Aplicação subsidiária do Código de Processo Penal 561 
Capítulo VIII — Disposições finais e transitórias (arts. 189 a 201) 
Art. 189 561 
Art. 190 562 
Art. 191 562 
Art. 192 562 
Arts. 193 e 194 567 
Art. 195 567 
Art. 196 567 
Art. 197. 568 
Art. 198 568 
Art. 199 ... 568 
Art. 200 .:. 569 
Art. 201 570 
Bibliografia 572 
Introdução 
Pode parecer estranho que este livro, com tantas folhas e comentários seria-
mente elaborados, tenha sido publicado em tão pouco tempo após a promulgação 
da Lei de Recuperação de Empresas e Falências (LRE). A circunstância merece 
ser esclarecida. 
O mistério começa a deixar de existir se nós nos lembrarmos de que o Pro-
jeto, do qual se originou a Lei, teve início em 1993. Algum tempo depois, enquan-
to o Projeto ainda ganhava forma, mas já mostrava algo da verdadeira revolução 
nele contida, a Editora Saraiva nos procurou (ao Deputado Biolchi, ao Carlos 
Henrique Abrão, ao Jorge Lobo e a mim), convidando-nos a escrever um livro a 
várias mãos. A idéia era acompanhar passo a passo a tramitação do Projeto, o que 
nos habilitaria a redigir o texto tão logo estivessem definidas as opções do legis-
lador a respeito de cada norma. 
Passamos a nos reunir com freqüência, em casa de um saudoso amigo da 
família de Carlos Abrão (Pedro Kalim Cury). Dessas reuniões iniciais também 
participaram o Advogado Alfredo Luiz Kugelmas e o Desembargador Humberto 
Theodoro Júnior. Discutimos o Projeto ponto por ponto, sempre na companhia 
de seu relator na Câmara, o Deputado Osvaldo Biolchi. 
Prosseguimos, todos nós, acompanhando a evolução do processo legislativo, 
e, até, procurandode algum modo colaborar na discussão e análise do texto 
projetado. Para isso, não nos cingimos ao nosso pequeno grupo: onde quer que 
o trabalho estivesse sendo analisado, lá estávamos nós, participando, sugerindo, 
criticando. 
Em fins de 2003, estando o Projeto de Lei bastante adiantado, definiu-se a 
forma do livro: seriam comentários, artigo por artigo. Seria, portanto, um livro 
prático, sem pretensões doutrinárias, ainda que embasado em forte doutrina e 
na vivência de cada um dos autores com a matéria. Um livro a ser consultado por 
todos aqueles que, tendo alguma dúvida a respeito da LRE, nele buscassem solu-
cioná-la. A Lei, por seu ineditismo, pode causar perplexidades. Daí o propósito 
de, por meio deste livro, proporcionar a todos um instrumento de trabalho útil, 
com o qual mesmo o não-especialista pode estar apto a aplicar corretamente os 
novos institutos disciplinados pela LRE. 
Estabelecida a forma do livro, foram convidados, para compor a equipe, o 
Advogado Ricardo Tepedino, com grande e vitoriosa atuação na área, a Professo-
ra Rachel Sztajn, da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, conhe-
cida pelo vanguardismo de seus estudos jurídicos, e o Promotor Arthur Migliari, 
autor de um dos poucos livros publicados no Brasil sobre crimes falimentares. 
Ficou, desse modo, completo o elenco, que já contava com o Deputado Osvaldo 
Biolchi. Relator do Projeto na Câmara, e a cuja dedicação se deve, em grande 
parte, sua conversão na atual Lei, o Juiz Carlos Henrique Abrão, autor de vários 
livros de Direito Comercial (e, particularmente, de Direito Concursal), e o Pro-
fessor Jorge Lobo, que une com grande sucesso a prática da advocacia empresa-
rial à pesquisa acadêmica nesse campo, de que resultaram algumas obras indis-
pensáveis. 
Divididos entre os autores os artigos a serem comentados, todos estavam 
aptos a apresentar seus textos em tempo breve. Seria apenas pôr no papel o que 
já estava sendo, desde há muito, mentalmente construído. 
São Paulo, março de 2005. 
Paulo Fernando Campos Salles de Toledo 
Apresentação 
(Relator do Projeto) 
I) Necessidade de uma nova legislação para a crise atual brasileira 
Há muito tempo a sociedade brasileira esperava e clamava por uma nova 
legislação que pudesse disciplinar a situação das empresas em crise, por inter-
médio dos procedimentos de recuperação judicial, extrajudicial e a revisão do 
modelo falimentar em vigor. 
A revogada Lei de Falências, o Decreto-Lei n. 7.661, de 21 de junho de 1945, 
que vigiu durante 60 anos, encontrava-se completamente defasada em relação à 
atual ordem econômica e à própria realidade do País. 
Nossa legislação pode ser considerada uma das mais antigas do mundo, se 
levarmos em conta o prazo de sua vigência, e também a qualidade encerrada 
deixava muito a desejar no âmbito do procedimento judicial. Enquanto no Brasil 
o tempo médio de um processo era de 12 anos, no Japão é de 6 meses, na Ingla-
terra é de 1 ano, na Argentina de 2,8 anos, e na índia de 11,3 anos. 
Notáveis juristas, de saudosa memória e renomado conhecimento científi-
co e doutrinário, como os Professores Nelson Abrão e Rubens Requião, acalenta-
vam a necessidade de mudanças profundas na concordata preventiva. De fato, 
cuidava-se de um processo superado e arcaico. De outra forma não pode ser 
visto e estudado. 
Na condição de Relator do Projeto de Lei de Recuperação de Empresa em 
crise, sempre fui questionado se havia me inspirado em outra legislação estran-
geira. Não houve tal preocupação, a nossa proposta foi o resultado de uma ampla 
e profunda discussão com toda a sociedade brasileira. Evidentemente, as empresas 
brasileiras não suportam mais tantas obrigações e encargos fiscais, detrimentosos 
à cadeia produtiva e característicos da informalidade da atividade econômica. 
Diante dessa pulsante realidade, fomos obrigados a submeter todo o passivo 
fiscal aos efeitos e à moeda da recuperação judicial. Somente a União tem ativos 
que se estimam superiores a 650 bilhões de reais. De nada adiantaria se cogitar da 
reorganização da empresa. Isto significa reerguimento da empresa sem propor 
uma sujeição de todos os créditos fiscais aos efeitos da recuperação judicial. 
Conseqüência de tudo isso, nem mesmo seria possível se pensar em reali-
zação do ativo, sem se estabelecer que na falência não existe mais a famigerada 
sucessão tributária (art.133, I, do CTN). Aliás, quem iria adquirir os bens da 
massa falida se não houvesse a garantia de que somente o quanto foi habilitado 
e/ou declarado pelas Fazendas seria de responsabilidade do adquirente, e, conti-
nuando o raciocínio, toda e qualquer pessoa sabe que a venda desses bens não 
traduz apenas segurança ao novo proprietário, mas, outrossim, garante a reaber-
tura dos estabelecimentos e isso representa mais postos de serviço para os traba-
lhadores, geração de impostos à economia pública, além de maior produção de 
bens para o consumo do mercado interno e exportações para o equilíbrio de 
nossa balança comercial. 
Dessa forma, se torna fácil concluir que uma legislação atual é vital para a 
integração dos mercados e fundamentalmente na direção da economia brasileira 
sólida. 
II) Nova Lei de Recuperação de Empresas 
Lamentavelmente, o projeto que alterou a Lei de Falências, em razão dos 
embates e dificuldades inerentes, tramitou junto ao Congresso Nacional por mais 
de uma década. Reconheço a extrema dificuldade de convencer as autoridades do 
Governo no que diz respeito à mudança da legislação tributária. Os prejuízos 
causados às empresas foram incalculáveis. Inúmeras empresas deixaram de exis-
tir em virtude da nossa precária e retrógrada legislação, provocando aumento dõ 
desemprego. 
Efetivamente, a conjuntura normativa do diploma 7.661/45 permitia a 
continuação do negócio, a pedido do devedor, ou a concordata suspensiva, mas 
ambos os institutos se revelaram inócuos, por causa da responsabilidade traba-
lhista e a sucessão tributária, afora as incertezas de percurso. 
O pedido de.falência, em sua quase-totalidade, não tinha o objetivo de de-
cretar a quebra da empresa, mas sim se traduzia numa verdadeira ação de co-
brança. O processo de execução é moroso e sujeita o credor a percorrer todos os 
Tribunais para receber seus haveres. 
A nova Lei moderniza o relacionamento entre as empresas e credores, tra-
zendo entre as principais inovações a substituição do processo de concordata 
banido por novos mecanismos: a recuperação judicial e a extrajudicial. 
Bem relevante destacar o espírito dessa nova Lei que tem o objetivo prima-
cial voltado para a recuperação da empresa, possibilitando a sua continuidade, 
mantendo e gerando empregos e ainda pagando os tributos devidos. 
Dessa forma, a nova Lei muito contribuirá — e o tempo mostrará — para 
o desenvolvimento econômico e social do País. 
III) A empresa célula da sociedade 
Malgrado vivamos numa sociedade eminentemente capitalista, neoliberal 
e de forte economia globalizada por meio de blocos integrados, a empresa se 
constitui hoje patrimônio de todos, com conotação social. Deste organismo 
multidisciplinar que traduz a empresa depende essencialmente o trabalhador; as 
regras de consumo se estabelecem, os impostos são recolhidos, a demanda e a 
oferta se regulam, o controle inflacionário é supervisionado e a sociedade marcha 
na direção do crescimento e do desenvolvimento. 
Aliás, diga-se de passagem, a doutrina social da Igreja Católica, amiúde, 
ensinou que os salários dos trabalhadores sempre dependem da competência do 
empregado, de suas necessidades pessoais e, sobretudo, da capacidade de paga-
mento do empregador, para concretude de vida digna, como revelam as encíclicas 
papais. Quer dizer: quanto mais forte a empresa, com melhores salários serão 
recompensadas as atividades profissionais dos empregados. 
Não é só isso. Todos os trabalhadores dependem da capacidade de emprego 
deste organismo social. Por tal razão é fácil entender que o desenvolvimento 
social de um país está intimamenteligado à capacidade de pagamento de suas 
empresas. E quando há mercado de trabalho abundante, fato raro nos dias que 
ocorrem, não há desemprego e as crises sociais se tomam tênues e superadas. 
Se não persistir em qualquer nação do mundo o fantasma do desemprego, 
rondando a cada dia com maior intensidade as sociedades, então será fácil concluir 
que o povo cresce harmonicamente, na questão econômica e fundamentalmente 
social. 
Não restam quaisquer dúvidas de que a boa distribuição de renda, por in-
termédio de salários dignos, vai encetar uma verdadeira conquista social e incre-
mentar um ambiente sadio e pacífico no setor vital da sociedade. 
Perpassa o pensamento, o bom funcionamento das empresas que vem ao 
encontro do interesse do País. As administrações públicas dependem, essencial-
mente, da geração de impostos e do funcionamento da máquina arrecadadora. A 
empresa é a propulsora e a fonte geradora da produção de bens, que serve para 
alimentar o consumo interno e as exportações, tão imprescindíveis com a globa-
lização de nossa economia. 
IV) A recuperação judicial e a recuperação extrajudicial da empresa 
Enfatizaria, também, deixando bastante claro que esta nova ideologia de 
recuperação de empresa em crise, tão festejada pela sociedade brasileira, incor-
pora uma proposta que não se deve aos méritos do Relator do Projeto n. 4.376/93, 
mas à sociedade brasileira organizada e ciente das suas necessidades. 
Nestes quase 10 anos de relatoria, viajamos todo o Brasil, ouvindo as mais 
diversas classes sociais: sindicatos, trabalhadores, empregadores, industriais, 
prestadores de serviços, microempresários, agricultores, advogados, magistrados, 
promotores. O Congresso Nacional também participou de modo efetivo, dando 
uma contribuição por meio de sugestões e emendas ao Projeto de Lei. 
Cabe mencionar também que esse final feliz na dicção da redação alcança-
da. ainda que não exatamente aquela sonhada, contou com a inestimável contri-
buição de vários profissionais dessa área, os quais foram os verdadeiros parceiros 
e artífices dessa obra. 
Muito me recordo e com satisfação da primeira visita em audiência pública 
naquele memorável dia de reunião com a presença do Professor Nelson Abrão, 
cujo encaminhamento da matéria, em termos do novo direito concursal e a crise 
da empresa, sem a menor dúvida, projetou o marco divisório entre o passado e o 
presente, programando um futuro promissor, embora tivéssemos que marchar 
anos a fio até a consolidação final da almejada legislação. 
Enfim, em cada pensamento e obra reluziu forte e presente para se adaptar 
aos contornos da modernidade, suprimir as falhas estruturais e agilizar o proce-
dimento, principalmente quando a liquidação é inevitável e a quebra menos 
custosa do que a própria recuperação da empresa. 
V) O soerguimento da empresa 
A Lei de Concordata e Falências era mais um procedimento liquidatário do 
que um meio solutório de recuperação de empresas em crise. E tanto é verdade 
que o art. 22 do Decreto-Lei n. 7.661/45 conferia a possibilidade de quebra do 
comerciante que convocava os seus credores para lhes propor acordo de qualquer 
espécie, desde prazos até a remissão de créditos ou cessão de bens (art. 22, VII, da 
mencionada legislação). A ponto de que se apenas um dos credores não concor-
dasse com a dilação de prazos para cumprimento das obrigações, remissão de 
créditos ou cessão de bens, estaria evidenciada a situação de insolubilidade, en-
sejada de eventual pedido de falência (Código Civil comentado e legislação ex-
travagante, 2. ed. revista e ampliada, Revista dos Tribunais, 2003, autores: Nelson 
Nery Júnior e Rosa Maria de Andrade Nery). 
A própria concordata preventiva, conforme assinalamos, que subordinava 
em seu a r t 147 do Decreto-Lei n. 7.661 somente os créditos quirografários, era 
inviável, especialmente se considerarmos que quase 90% destas empresas con-
cordaiárias teriam sua falência decretada. 
O grande Mestre Trajano de Miranda Valverde (Comentários à Lei de Falên-
cias, v. II, n. 914, p. 250-251) doutrinava com clareza: "...os credores com privi-
légio especial e os titulares de crédito real requererem na concordata suspensiva, 
a sua liberdade de ação e irão pleitear suas pretensões, como se a concordata não 
houvesse. Na concordata preventiva, por não estarem tais credores, pela lei vi-
gente, obrigados a habilitar o seu crédito no processo, o pedido do devedor não 
prejudica a ação individual que tivera contra o concordatário". 
Na recuperação judicial e extrajudicial avançamos bastante. 
Primeiramente, o art. 51 da Atual Lei deixa claro: Na recuperação judicial, 
a ordem de classificação dos créditos será definida no plano de recuperação judi-
cial aprovado, e o art. 49 é mais incisivo e determina: estão sujeitos aos efeitos 
da recuperação judicial todos os credores anteriores ao pedido. 
A recuperação judicial, por seu turno, que é o grande vetor em nosso novo 
instituto da empresa, envolve a sujeição de todos os credores anteriores ao pedi-
do aos efeitos, quer dizer, em palavras objetivas, à moeda da recuperação judicial. 
Somente o crédito de natureza trabalhista é considerado privilegiadíssimo, no 
art. 54, que determina que estes credores deverão ser pagos, o quanto antes e o 
máximo, com a regularização desses valores no prazo de um ano. 
Bem assim, na recuperação extrajudicial, considerada também verdadeiro 
avanço, "todos os credores deverão estar sujeitos aos efeitos desta recuperação, 
com exceção, nos casos, dos créditos de natureza trabalhista ou tributária" (art. 
161, § Ia). Aliás, a recuperação extrajudicial se distingue da recuperação judicial 
justamente porque a empresa que requer esta recuperação não pode ter, no mo-
mento do pedido, passivo trabalhista e tributário, desde que os créditos fiscais 
estejam regularizados através dos REFIS I e II, ou por qualquer parcelamento 
fiscal-tributário. 
Em relação aos créditos fiscais que estavam mais sujeitos a concordata 
preventiva, determinava o art. 174 do Decreto-Lei n. 7.661 que se o devedor não 
tivesse apresentado a comprovação do pagamento dos impostos federais, estadu-
ais e municipais, e das contribuições devidas ao instituto da Previdência Social, 
o juiz deveria decretar a falência da concordatária (art. 162, § Ia, do Diploma 
Legal citado). 
O instituto da recuperação da sociedade empresarial (art. 982 do CC) e de 
empresário (art. 966 do CC) que exerça atividades com objetivos econômicos-
financeiros submetem todos os credores, como, aliás, já salientamos. O art. 47 
da atual lei dispõe, com total clareza, sobre os objetivos da recuperação judicial, 
determinando, ipsis verbis: 
"A recuperação judicial tem por objetivo viabilizar a superação da situação 
de crise econômico-financeira do devedor, a fim de permitir a manutenção da 
fonte produtora, do emprego dos trabalhadores e dos interesses dos credores, 
promovendo, assim, a preservação da empresa, sua função social e o estímulo à 
atividade econômica". 
Quanto ao empresário rural, que também pode requerer sua recuperação 
judicial ou extrajudicial, o art. 970 do Código Civil prevê: 
"A lei assegura tratamento favorecido, diferenciado e simplificado ao em-
presário rural e ao pequeno empresário, quanto à inscrição e aos efeitos daí de-
correntes". 
Na realidade, já o anteprojeto do Código Civil, no art. 1.007, sem dúvida, 
descrevia o empresário rural como aquele que exerce atividade destinada a pro-
dução agrícola, silvícola, pecuária e outras conexas, como a que tenha por fina-
lidade transformar ou alienar os respectivos produtos, quando pertinentes aos 
serviços rurais. 
VI) Os juros no mercado e o capital de giro 
No entendimento de especialistas, a nova legislação poderá contribuir para 
a redução dos juros no mercado brasileiro, independentemente da política que 
vem sendo adotada como meta inflacionária pelos técnicos do Banco Central do 
Brasil. 
Hoje, ao empresário com dificuldade financeira não resta outro caminho, 
exceto buscarrecursos no mercado, sujeitando-se à cobrança de taxas de juros 
exorbitantes, as quais, e ao lado dos impostos, aniquilam a livre-iniciativa. 
Entretanto, no momento que criamos novo mecanismo legal, como é o caso 
da recuperação judicial ou extrajudicial, submetendo todos os credores, o quadro 
muda e muito logicamente. Haverá um novo caminho, com variantes claras e os 
juros fatalmente irão decrescer progressivamente. 
Não é só isso o suficiente. A própria recuperação judicial, com a participação 
de todos os credores, irá dar mais segurança visando o quadro geral dos credores, 
interessados no recebimento dos respectivos créditos. 
Afora isso, para se recuperar as empresas é indispensável o capital de giro. 
O art. 67 desta nova legislação é claro e estabelece que: "Os créditos decorrentes 
de obrigações contraídas pelo devedor durante a recuperação judicial,... serão 
considerados extraconcursais...". 
Este princípio é de grande relevância para a recuperação das empresas. 
Primeiramente, porque nos deixa claro que toda e qualquer obrigação assumida, 
como aquisição de bens a prazo, novos aportes de financiamentos feitos na exe-
cução do Plano de Recuperação de Empresa, é considerada obrigação, que, em 
eventual decretação de falência da empresa em recuperação, é considerada extra-
concursal; isto significa que terá prioridade sobre qualquer credor dos credores 
anteriores à recuperação judicial. 
Com esta revolução e o espírito da nova lei em vigor, as empresas que se 
encontrarem em recuperação judicial poderão gozar de crédito com mais cer-
teza na devolução desses valores e adimplir, com isto, suas obrigações com mais 
segurança. Isto tudo representa, indubitavelmente, mais facilidade de recupe-
ração. 
Dentro desse quadro, não emerge dúvida ou desconfiança de que será bem 
mais fácil carrear recursos no mercado a taxas de juros compatíveis com a crise 
e desenvolver a política de acesso sem tantas formalidades. 
VII) O pedido de restituição na recuperação judicial e na falência 
Recordo-me vivamente da virulenta insistência e grande ingerência do 
Poder Executivo enquanto relatávamos o processo de recuperação judicial no 
tocante aos contratos de adiantamento de câmbio. A preocupação que se fazia 
presente era procedente, porque as exportações são fundamentais para a economia 
brasileira como um todo. 
Sem o adiantamento de câmbio por parte das instituições financeiras, as 
exportações poderiam ser inviabilizadas e isso comprometeria o saldo da balança 
em cadeia com as vicissitudes da dívida pública. 
Por tais circunstâncias e outras razões ponderáveis, o Poder Executivo 
sempre se mostrou atento a esta nova proposta de recuperação de empresas. 
Tomamos o cuidado de criar um mecanismo seguro e capaz de sanear e reorga-
nizar a empresa, sem incidir nas condições dinâmicas dos contratos de câmbio, 
os quais hoje em dia contam com a assinatura digital. 
Tínhamos a grande e grave responsabilidade, como relator da matéria, de 
proteger e salvaguardar estes enormes volumes de créditos à exportação. Lutamos 
contra, inclusive, técnicos do governo federal que tentavam salvar esses contra-
tos de câmbio, que hoje representam o maior aporte financeiro para as empresas 
exportadoras. 
Seria inviável em nosso entendimento, para a empresa em recuperação 
judicial o seu reerguimento se admitíssemos pedido de restituição de câmbio. 
Senão vejamos, a título ilustrativo, a seguinte hipótese: é só tomar como exemplo 
a empresa que deve 50% de seu passivo em adiantamento de câmbio. Digamos 
que ela deve R$ 3.000.000,00 (três milhões de reais), compreendendo o câmbio 
(50% do seu passivo) e o saldo devedor fique distribuído entre os eventuais cre-
dores, como fornecedores (crédito quirografário), bens garantidos por hipotecas, 
trabalhadores etc. Esta empresa apresenta na Justiça o Plano de Recuperação, e 
imaginemos que necessite de três anos para se recuperar. Neste caso, se admitir-
mos a viabilidade do pedido de restituição no bojo do pleito de recuperação, ela 
necessitaria, inexoravelmente, de um ano e meio para a devolução dos valores 
cambiários, já que o câmbio manteria a prioridade de pagamento. Pergunta-se: 
de que maneira seria possível atender ao art. 49 desta lei, que ordena a regulari-
zação em 12 meses dos créditos trabalhistas, e os demais credores vislumbrariam 
condições de receber no 2- e 32 ano respectivamente? 
Em contrapartida, cansamos de ouvir os responsáveis pela recuperação dos 
créditos bancários na concordata preventiva e/ou na falência afirmarem que numa 
instituição financeira é sempre possível o recebimento dos adiantamentos de 
câmbio nessas hipóteses. 
Não seria melhor receber a totalidade do crédito no prazo estipulado, isto 
em três anos, do que se discutir na justiça esses valores e o devedor, sempre 
embargando, contestando e apelando, para ganhar o máximo de tempo que lhe 
favorecia? 
Comungamos do ponto de vista no sentido de que o acompanhamento e o 
envolvimento do credor, ora pessoal, ora por seus advogados nas empresas em 
recuperação, transmitem segurança para o credor e garantia de receber seu cré-
dito. Só estes fatos constituem razão suficiente para não se pensar em juros 
exorbitantes na contratação de empréstimos. 
Por isso tudo, nosso projeto previa no art. 28, aprovado.pela Câmara dos 
Deputados, que o Pedido de Restituição só cabia na falência, ipsis vsrbis: 
"Pode, ainda, ser objeto de pedido de restituição a importância entregue ao 
devedor, em moeda corrente nacional, decorrente de adiantamento a contrato de 
câmbio para exportação, na forma do art. 75, §§ 3a e 42, da Lei n. 4.728, de 14 de 
julho de 1965, desde que não tenha sido alterada a data de vencimento prevista no 
momento da contratação. Em momento algum, se falava e se preconizava a restitui-
ção dos contratos de câmbio na 'recuperação judicial' e tão-somente na falência". 
Para as próprias instituições financeiras, era bom e altamente favorável, 
resultando numa equação de equilíbrio e na revisão do modelo para que se alcan-
çasse um denominador comum no interesse macro de todos os envolvidos no 
procedimento. 
Lamentavelmente, o Senado Federal aprovou que, também na Recuperação 
Judicial, cabe o pedido de adiantamento de câmbio e não está sujeito aos efeitos 
da Recuperação, nos termos do art. 49, § 4a, combinado com o inciso II do art. 8a 
da Lei n. 11.101, de 9 de fevereiro de 2005, não poderão, entretanto, ser objeto 
de pedido de restituição das diferenças cambiais, os juros espreads bancários. 
Neste caso, deverá haver um pedido de restituição, que poderá ser objeto 
de contestação e recursos e por isso muito mais moroso do que a proposta apro-
vada pela Câmara dos Deputados, isto é, estes valores também se submeteriam à 
Recuperação Judicial. 
VIII) A assembléia geral de credores 
Em 1890, quando se instalou no Brasil o instituto da Concordata Preventi-
va, foi introduzido o sistema de acordo de credores. Entretanto, a cultura da 
época e o "jeitinho brasileiro" vieram prejudicar o sistema falimentar. Não deu 
certo por diversas razões de ordem prática. Tanto é verdade que em 1908 este 
modelo foi modificado. De lá para cá, a concordata preventiva (art. 139 do Dec.-
Lei n. 7.661) sempre foi considerada e tida como um "benefício legal" concedido 
ao comerciante honesto, que depende da boa-fé e dos juizes a moratória. 
Quem estiver atento a leitura da seção IV dos arts. 35 a 46 desta lei poderá 
constatar, com facilidade, que o devedor, para recuperar a sua empresa, dependerá 
mais da Assembléia Geral de Credores (art. 36), que, em última análise, terá o 
poder de decisão em conceder o prazo necessário para a recuperação da organi-
zação empresarial. 
Confesso em sã consciência a você leitor e ao público em geral que, na 
qualidade de relator, sempre fui refratário à idéia de depositar nas mãos dos cre-
dores esta importante decisão da vida das empresas e o próprio destino. Aliás, esta 
também sempre foi tema defendido pelo Professor Rubens Requião. Entretanto,o Poder Executivo é que está com a caneta na mão e detém, em qualquer nação 
do mundo, a supervisão, e, logicamente, poderá impor sua ideologia e filosofia 
ao Poder Legislativo. 
Correlatamente, com a relatoria nas mãos, pois conseguimos inserir a 
previsão dos arts. 41 e seguintes da lei, com a distribuição democrática da dis-
persão dos votos, na divisão das classes de credores, que detém poderes iguais e 
não dependerá só, por exemplo, do credor da instituição financeira. 
Queremos com isso significar que a diminuição dos poderes do juiz na 
etapa de recuperação da empresa, portanto, implica a atribuição maior do poder 
de influência relativamente aos credores. 
E se for acentuado o absenteísmo assemblear, tanto melhor para que um 
grupo coeso passe a exercer o poder de controle e delibere a sorte da empresa, e 
uma vez mais repetimos que a grande preocupação é com a recuperação da ativi-
dade e não tão-somente do crédito, embora tenha sua conotação de importância. 
IX) Os créditos fiscais na recuperação de empresas e na falência 
A nosso ver, três fundamentais avanços aconteceram na nova legislação 
brasileira, no sistema de recuperação da empresa em crise e na radiografia fali-
mentar da atividade econômica. 
Sob nossa visão, entendemos que a não sujeição dos créditos fiscais aos 
efeitos da concordata preventiva e da falência é a grande razão para que muitas 
empresas não consigam efetivamente o reerguimento. 
Na década de 1980, praticamente não existiam empresas em crise que ti-
vessem obrigações fiscais, hoje, ao contrário, como regra, o grande estoque do 
passivo se concentra nas obrigações com a União e os Estados; tanto é verdade 
que os ativos da União superam a casa de 650 bilhões de reais; se somarmos a 
estes valores os créditos dos Estados, o Estado brasileiro é credor hoje da socie-
dade econômica de mais de um trilhão de reais. 
Diante dessa calamitosa e caótica situação, era, simplesmente, inócuo se 
elaborar uma lei que não submetesse os créditos fiscais aos efeitos, quer dizer, à 
moeda da recuperação judicial. 
Esta situação anômala no Brasil nos obrigou, nestes anos todos de relatoria, 
depois de ouvirmos a sociedade brasileira, a elaborar uma proposta bem diferen-
te dos demais países, que não têm estas características, de sujeitar o crédito fiscal 
aos efeitos da recuperação judicial. 
Indubitavelmente, este foi um memorável avanço e de grande relevo no 
contorno do procedimento recuperatório da empresa em crise. Esta garantia de 
submeter o crédito tributário aos efeitos da recuperação judicial vem do próprio 
Ministro da Fazenda Dr. Antônio Palocci. Para chegarmos a este ponto, foi alte-
rado o CTN através da Lei Complementar n. 118, de 19-2-2005. 
Mas o projeto foi mais longe ainda. Não parou na simples sujeição deste 
crédito ao prazo e à esfera da recuperação judicial, prevista nos arts. 6a, § 7a, e 68 
desta Lei. 
Na falência, também damos ao menos um passo crucial, quando no art. 83, 
II, se classificou o crédito hipotecário acima do crédito fiscal. Certamente, esta 
classificação, na prática, representa um alento muito grande. Verifica-se, como 
regra, as condições sem recursos das massas falidas, que não pagavam aos demais 
credores, muito menos os créditos hipotecários. 
Bem mais seguros, hoje temos a certeza de que, quando da realização do 
ativo, os credores vislumbrarão a possibilidade de receber, ao menos em parte, 
os seus créditos, e vão se interessar mais pelas massas falidas e insistirão ao juiz 
para encerrar logo o processo falimentar. 
Outro ponto que merece realce na nova legislação foi a alteração do Código 
Tributário Nacional, através da legislação complementar, e com quorum especí-
fico para adaptação aos sentimentos inspirados na recuperação da empresa. Não 
há dúvida de que a revogada legislação inviabilizava a venda do patrimônio, re-
presentando menos compras das massas falidas e, em decorrência, fechavam-se 
milhares de empregos. Isso não acontecerá a partir dessa legislação, e a recupe-
ração deverá ser buscada à exaustão, cuja falência se tornará uma exceção à regra 
geral de preservação do negócio. 
X) A falência no direito brasileiro 
Exponencialmente várias alterações foram introduzidas no sistema falimen-
tar brasileiro, a começar da realização do ativo, preferencialmente da classificação 
dos credores, dos prazos estabelecidos e recursos agilizados na solução dos pro-
cedimentos. 
Concretamente, não há mais necessidade de aguardarmos até o final a so-
lução em relação ao patrimônio da empresa, podendo ser arrendado, vendido em 
parte, ou em bloco, cujas marcas não desvalorizarão e contarão com administra-
ção profissional e zelosa em torno da rentabilidade em prol da massa. 
Não havia o menor cabimento que se esperasse até a conclusão do quadro 
geral dos credores para efeito de projetar forma de alienação dos ativos, fato que 
muito contribuíra para a desvalorização e a impossibilidade de os credores rece-
berem seus créditos, além do que, em grandes centros, as quebras se eternizavam 
e muito invariavelmente atingiam cerca de 20 anos de regular andamento, de 
volumes, papéis e sem conteúdo prático algum. 
Bem nessa visão, não temos dúvidas no sentido de que o instituto falimen-
tar caducou e perdeu sua oportunidade, que se reportara ao momento do final da 
Segunda Grande Guerra Mundial, de economia ainda incipiente e mercados não 
organizados, completamente diferente do panorama e do cenário que nos mostra 
o presente século XXI. 
XI) Conclusão 
Privilegiou-nos a Relataria na importante missão de elaborarmos uma nova 
legislação consentânea com a crise da empresa e as dificuldades superáveis, fru-
to da carga tributária e da elevada taxa de juros. O mais importante dessa árdua 
luta é o sucesso conquistado por meio da sensibilidade do Congresso Nacional, 
que no dia 14 de dezembro de 2004, data histórica, aprovou a redação final, sub-
metendo-a a sanção presidencial. 
Não poderíamos manter o Brasil na penumbra das legislações modernas e 
enfraquecermos grandes empresas que, por motivações esporádicas, sofrem as 
turbulências de crises transitórias, sem uma expectativa maior de alongamento 
e conversação com os credores, fruto da negociação. 
Essa obra coletiva que se lança pela renomada Editora Saraiva conta com a 
participação firme, decisiva e imprescindível de seleto quadro de ilustres juristas, 
mestres em direito empresarial e falimentar, em que muitos contribuíram dire-
tamente com o relator na sua elaboração e na conquista de um norte mais segu-
ro e marco na história da ciência jurídica nacional, na edição desta etapa da le-
gislação. 
Rompido o comodismo que marcou seis décadas de manutenção da revo-
gada legislação, o tempo alimentará a necessidade de novas reformas, conforme 
se consolidou no direito comparado, e apenas iniciamos uma longa tarefa que 
não se encerra absolutamente neste tempo, mas inaugura uma sedimentação em 
busca do aperfeiçoamento e aprimoramento do diploma jurídico. 
E com esse espírito sempre aberto e de diálogo conclamo a todos que se 
juntem, sem tréguas, nessa combativa trincheira que visa reerguer a empresa, 
manter a célula produtiva, reorganizar a atividade societária, compatibilizar a 
carga tributária e equacionar a incidência da irrefreada taxa de juros, ingredien-
tes que juntos delinearão um novo Brasil-Continente, mais esperançoso, com 
menor desemprego e sobretudo rumo à justiça social. 
L E I N. 11.101, DE 9 D E F E V E R E O R Q D E 2 0 0 5 
Regula a recuperação judicial, a extrajudicial e a 
falência do empresário e da sociedade empresária. 
O Presidente da República 
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a 
seguinte Lei: 
CAPÍTULO I 
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES 
Art. I2 Esta Lei disciplina a recuperação judicial, a recuperação 
extrajudicial e a falência do empresário e da sociedade empresária, 
doravante referidos simplesmente como devedor. 
1. Os novos institutos 
Sai a concordata preventiva e sua irmã menos presente, asuspensiva. Re-
nova-se a falência, pondo de lado velhos defeitos, e adequando-se às necessidades 
econômicas dos tempos de hoje. Atualiza-se a disciplina jurídica das empresas 
em crise, com a recuperação judicial e a extrajudicial. O legislador, logo no art. 
Ia da Lei de Recuperação de Empresas (LRE), enumera os institutos, introduzin-
do-os no ordenamento jurídico brasileiro. 
A recuperação judicial, diz expressamente o art. 47 da LRE, "tem por obje-
tivo viabilizar a superação da situação de crise econômico-financeira do devedor". 
Ou seja, dá o respaldo jurídico para que a empresa em dificuldades, se puder ser 
recuperada, volte a participar ativamente do mercado. O sistema é flexível e 
permite o encontro de solução própria para cada caso. 
Poderá o devedor, no entanto, preferir negociações diretas com seus credo-
res, independentemente das regras processuais e materiais aplicáveis à opção 
acima referida, desde que também preencha os requisitos legais exigíveis para 
impetrar aquela medida. Fica-lhe aberto o caminho para propor aos credores 
plano de recuperação extrajudiciall, com a possibilidade de vir a requerer sua 
homologação judicial2. Essa espécie de recuperação não impedirá, ainda, a 
"realização de outras modalidades de acordo privado entre o devedor e seus 
credores"3. 
E, finalmente, a falência. Não porém a nossa velha conhecida, mas uma 
falência renovada, com a meta de ser mais ágil e eficaz. Será, como não poderia 
deixar de ser, a solução para as empresas economicamente inviáveis. Ainda 
assim, no entanto, o objetivo, por expressa previsão legal4, é "preservar e oti-
mizar a utilização produtiva dos bens, ativos e recursos produtivos, inclusive 
os intangíveis", atendendo-se "aos princípios da celeridade e da economia 
processual"5. Desse modo, os ativos serão alienados desde logo, e se irá dar, na 
alienação, preferência à venda dos bens em conjunto (a começar pela transfe-
rência dos estabelecimentos em bloco), sendo vendidos individualmente apenas 
como última alternativa. 
2. Sujeição passiva 
A Lei optou, acertadamente, por estender os institutos da recuperação de 
empresas e da falência a todas as empresas (ou, em outros termos, aos empre-
sários e sociedades empresárias), qualquer que seja a natureza da atividade 
exercida. Não seguiu o caminho da anterior Lei de Falências, que, refletindo o 
entendimento dominante ao tempo em que foi editada, dirigia-se exclusiva-
mente ao comerciante6. 
A Lei, ao referir-se a empresário e sociedade empresária, adotou, implici-
tamente, a teoria da empresa, como foi acolhida pelo Código Civil7. Ou seja, 
nos termos do art. 966 do Código Civil, empresário é "quem exerce profissio-
nalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de 
1LRE, art. 161. 
2 LRE, arts. 162 e 163. -
3 LRE, art. 167. 
4 LRE, a r t 75. 
5 LRE, a r t 75, parágrafo único. 
6 LF, art. Ia. Essa norma deve ser interpretada, como adiante será explicitado, em função da norma 
do art. 2.037 do Código Civil. 
7 Para uma visão.geral a respeito, cf. nosso A empresa o empresário no novo Código Civil, in As-
pectos controvertidos do novo Código Civil: escritos em homenagem ao Ministro "José Carlos 
Moreira Alves, coord. Arruda Alvim, Joaquim Portes de Cerqueira César e Roberto Rosas, São 
Paulo: Revista dos Tribunais, 2003, p. 495-506. 
bens ou de serviços"8. E sociedade empresária, por sua vez, é aquela que tem por 
objeto a realização dessa atividade9. 
Não houve, a propósito, alteração substancial em relação ao diploma hoje 
vigente, na medida em que, com a entrada em vigor do Código Civil de 2002, 
aplicam-se aos empresários e sociedades empresárias as disposições legais "refe-
rentes a comerciantes, ou a sociedades comerciais, bem como a atividades mer-
cantis"10. Desse modo, a referência a comerciantes, feita pela velha Lei de Falên-
cias, deve ser entendida como relacionada a empresários. 
Por outro lado, a adoção da teoria da empresa pela LRE, com a superação 
da dicotomia entre comerciantes e não-comerciantes, implica, também, o aco-
lhimento das exceções expressas no Código Civil. Assim, não é empresário "quem 
exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística", mesmo 
que conte com auxiliares ou colaboradores, "salvo se o exercício da profissão 
constituir elemento de empresa"11. Assim, por exemplo, não está sujeito à falên-
cia nem pode impetrar recuperação judicial ou extrajudicial o advogado (ainda 
que a atividade seja exercida por meio de sociedade de advogados12), nem o mé-
dico, quando atue individualmente. Mas serão consideradas sociedades empresá-
rias o hospital13 e a empresa jornalística, por exemplo. 
Do ponto de vista terminológico, o artigo em tela traz importante e prática 
observação. Equipara, para os fins da disciplina instituída na LRE, empresário e 
sociedade empresária, referindo-se a ambos com o mesmo termo — devedor. 
Assim, quando este for utilizado, não se poderá depreender, por si só, que o texto 
se reporte ao empresário individual, e sim, que está fazendo menção igualmente 
à sociedade empresária. 
8 O conceito legal segue, limitando-se a traduzi-la, a regra do art. 2.082 do Código Civil italiano: "È 
imprenditore chi esercita professionalmente un'attività economica organizzata al fine delia produ-
zione o dello scambio di beni o di servizi". 
5 Código Civil, art. 982. 
10 Código Civil, art. 2.037. 
11 Código Civil, art. 966, parágrafo único. 
12 Conforme observei em A empresa e o empresário..., cit. (cf. nota 7, supra), n. 10, p. 502: "estão fora 
do conceito de empresário, por exemplo, os serviços advocatícios, ainda que prestados por sociedade 
de advogados. O caráter intelectual da atividade está presente, convém ressaltar, quando exercida 
individualmente ou de modo coletivo. E não será a participação de auxiliares ou colaboradores que 
ira desnaturar essa atividade, que continua sendo, intrinsecamente, a mesma". 
13 A Câmara Especial de Falências e Recuperações Judiciais do Tribunal de Justiça de São Paulo decidiu, 
diante de pedido de falência de Santa Casa de Misericórdia, que esta, por ter finalidade filantrópica bene-
ficente, "mesmo que também cobre por serviços hospitalares prestados, não é considerada sociedade 
empresária para fins de falência" (Ap. 450.293.4/8-00, j. 9-8-2006, v.u., rei. Des. Pereira Calças). 
3 . O e m p r e s á r i o mural 
Quanto aos empresários rurais, a solução legal ésuigeneris. Estarão eles, 
conforme estiverem ou não inscritos no Registro Público de Empresas Mer-
cantis, sujeitos ou não aos termos da LRE. É que, por força do art. 971 do 
Código Civil, uma vez inscritos, estarão equiparados, "para todos os efeitos, ao 
empresário sujeito a registro". 
Assim sendo, embora a atividade desenvolvida pelo agricultor, pelo pecu-
arista ou pelo silvicultor seja considerada legalmente não-empresária, porque 
diretamente ligada aos ciclos da natureza, o que a diferencia essencialmente 
da organização da atividade econômica pelo empresário, nada impede que 
aquele, por um ato de vontade, se inscreva no Registro de Empresas, e se equi-
pare, desse modo, aos empresários em geral. A norma legal em tela faz todo 
sentido, porque seria desconhecer a realidade vedar, por exemplo, a uma agroin-
dústria de porte o acesso à recuperação judicial. Mas seria igualmente irreal 
expor à falência um pequeno produtor rural que explore uma propriedade ex-
clusivamente com o esforço próprio e de alguns familiares. 
4. Cooperativas 
As cooperativas, prevê o Código Civil, são sempre consideradas sociedades 
simples. Lembre-se que as sociedades são hoje classificadas como empresárias 
ou simples14. Assim, sendo as cooperativas sociedades não-empresárias, não são 
abrangidas, por isso, pela disciplina da LRE15. Prevalece quanto a elas a orien-
tação anteriormente em vigor: antes, por serem sociedades qualificadas como 
civis, e também por força de expressa disposição legal, não se sujeitavam à fa-
lência16. 
5. Sociedades anônimas 
As sociedades anônimas,

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