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Unidade 5 - Escola e territórios

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Escola e territórios
APRESENTAÇÃO
Nesta Unidade de Aprendizagem, compreenderemos como o perfil de cada escola e instituição 
de ensino está em constante construção, uma vez que se articulam com toda a sociedade. 
Veremos como é temerário quando a escola não possui traços positivos que a aproxime das 
comunidades de pertença de seus alunos.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Identificar os princípios norteadores de novas propostas educadoras baseadas numa visão 
sistêmica das relações entre a escola, os alunos, suas famílias e as comunidades 
relacionadas.
•
Reconhecer um modelo de interação entre os diversos sistemas nos quais a escola e seus 
alunos se inserem.
•
Auxiliar equipes educacionais diante das demandas de um ensino contextualizado nas 
vivências e referências dos alunos e das comunidades a eles relacionadas.
•
DESAFIO
Um estranho no ninho? É comum que nos primeiros anos de trabalho, professores e outros 
profissionais da educação exerçam suas funções em escolas distantes e em bairros 
desconhecidos, especialmente nos grandes centros urbanos. Especialistas em questões culturais 
em escolas acreditam que muitos professores não levam adequadamente em consideração o 
contexto cultural da escola e as origens culturais que os estudantes trazem para a sala de aula. 
Os professores podem não compartilhar suas experiências culturais com os estudantes porque 
vivem em localidades distantes da escola em que lecionam. Também pode ser que os 
professores e os estudantes tenham crescido em diferentes culturas. Sendo assim, os 
especialistas afirmam que os professores devem procurar se familiarizar mais com o bairro onde 
a escola está localizada, no caso de morarem fora dele. Com base nisso, pense em modos com os 
quais os professores novatos possam conhecer melhor o contexto em que devem exercer sua 
atividade e, depois, elabore sua resposta, transcrevendo-a.
INFOGRÁFICO
A teoria ecológica desenvolvida por Urie Bronfenbrenner enfoca primariamente os contextos 
sociais nos quais as crianças vivem e as pessoas que influenciam seu desenvolvimento. Este 
autor assim os apresenta: um microssistema é o ambiente em que o indivíduo gasta tempo 
considerável, tal como a família, os pares, a escola e a vizinhança. O mesossistema envolve 
ligações entre microssistemas, enquanto o macrossistema representa a cultura mais ampla. Por 
fim, o cronossistema inclui as condições sócio-históricas do desenvolvimento dos estudantes. O 
infográfico a seguir ilustra esta teoria que serve de base para a compreensão de que a escola é 
parte integrante de um sistema que se influência reciprocamente.
CONTEÚDO DO LIVRO
Aprofunde sua reflexão sobre Escola e Territórios por meio da leitura do livro Sociedade, 
Cultura e Cidadania. Inicie a sua leitura com o capítulo a seguir e aprofunde seus 
conhecimentos.
Boa leitura!
Maria Elena Roman de Oliveira Toledo
SOCIEDADE, 
CULTURA E 
CIDADANIA 
Escola e territórios
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 Identificar os princípios norteadores de novas propostas educadoras, 
baseadas em uma visão sistêmica das relações entre a escola, os alunos,
suas famílias e as comunidades relacionadas.
 Reconhecer um modelo de interação entre os diversos sistemas nos
quais a escola e seus alunos se inserem.
 Auxiliar equipes educacionais diante das demandas de um ensino
contextualizado nas vivências e referências dos alunos e das comu-
nidades a eles relacionadas.
Introdução
É inegável a influência das outras ciências e das mudanças sociais, culturais 
e históricas no cenário educacional. É também inegável a relação existente 
entre a escola, a comunidade à qual ela está inserida, seus estudantes a 
as comunidades das quais eles advêm. 
Neste capítulo, você conhecerá a Teoria Geral dos Sistemas e como 
ela se aplica à educação. Conhecerá também como a visão sistêmica da 
educação foi formalizada na realidade brasileira. 
A visão sistêmica da educação
Para que a visão sistêmica da educação possa ser compreendida, faz-se ne-
cessário, antes, conhecer a Teoria Geral dos Sistemas.
Algumas considerações sobre a Teoria Geral dos Sistemas
Segundo Lustosa e Silva (2013), a Teoria Geral dos Sistemas foi apresentada, 
pela primeira vez, em 1937, no Seminário de Filosofi a de Charles Morris, na 
Universidade de Chicago, por seu criador, Ludwig Von Bertalanffy. 
C5_Sociedade_Cultura_Cidadania.indd 1 25/02/2019 15:02:19
Ao criá-la, Bertalanffy buscou romper com o modelo mecanicista, no 
qual a sua área de estudo (a biologia) estava mergulhada. Segundo ele, “[...] a 
maneira mecanicista de proceder ao estudo dos organismos consistia apenas 
em analisar o organismo vivo em partes e processos parciais, ignorando 
os problemas de organização dessas partes” (BERTALANFFY, 2010 apud 
LUSTOSA; SILVA, 2013, p. 3).
No início de sua divulgação, a abordagem sistêmica causou uma certa 
incredulidade. Após esse período, passou a ser difundida no meio científico 
e começou a ser utilizada nas diversas áreas do conhecimento.
Segundo Farinha (1990, documento on-line): 
[...] a Teoria Geral dos Sistemas define alguns princípios e leis que podem ser 
aplicados aos sistemas em geral qualquer que seja o seu tipo particular e os 
elementos e “forças” implicadas. Um sistema apresenta, assim, características 
e propriedades particulares, não redutíveis às características dos elementos 
tomados isoladamente.
Segundo o autor, nas Ciências Humanas, é adequado utilizar o conceito de 
sistema aberto, tendo em vista que os sistemas humanos estão, continuamente, 
em relação uns com os outros, por meio de uma troca constante de matérias 
e informações no interior de um contexto humano mais vasto.
Os sistemas abertos são caracterizados por três propriedades: 
  a totalidade;
  a autorregulação;
  a equifinalidade. 
A ideia de totalidade diz respeito ao fato de que um sistema não é um 
simples agregado de elementos, mas sim um todo coerente e indivisível, no 
qual alterações significativas ocorridas a um determinado membro afetam o 
comportamento dos demais. 
Os sistemas abertos caracterizam-se pela presença, simultânea, de duas 
tendências necessárias à sua sobrevivência: a morfoestase (tendência para a 
estabilidade) e a morfogênese (tendência para a mudança). Embora todos os 
sistemas tendam para a morfoestase, eles têm de se adaptar, continuamente, aos 
estímulos, internos e externos, perturbadores que surgem. A autorregulação de 
um sistema se dá pelos mecanismos de retroação aos quais ele pode reagir posi-
tivamente, aceitando a mudança, ou negativamente, reforçando a situação atual. 
Escola e territórios2
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A equifinalidade diz respeito às modificações que acontecem em um 
determinado sistema, em um espaço temporal e que são independentes das 
condições iniciais. Sendo assim, para que se possa explicar o estado final de 
um sistema aberto, a observação de seus parâmetros e regras é mais eficaz 
do que a observação das condições iniciais. 
O enfoque sistêmico na educação
O enfoque sistêmico passou a ser utilizado em diferentes áreas, dentre elas, 
a educação. Para que a educação possa ser compreendida, faz-se necessário 
analisá-la de maneira integrada com as variáveis internas e externas que a 
infl uenciam.
Bertalanffy (1983, p. 69), autor da Teoria Geral dos Sistemas, define a 
educação como “[...] um sistema integrado e que possui todas as peculiaridades 
de um sistema aberto, recebendo e transmitindo informações, comunicando 
e integrando fatos”. 
Para Farinha (1990), sendo a educação um fenômeno intrinsecamente 
humano, ela não pode ser vista de maneira isolada, na medida em que é in-
fluenciada pelo desenvolvimento de outras ciências, em geral, e pelas ciências 
humanas, em particular.
Segundo o autor, os fenômenos educativos acontecem no contexto dossistemas ao obedecerem aos seguintes critérios (FARINHA, 1990, documento 
on-line):
  Um processo educativo é um conjunto de elementos ou elementos em 
interação.
  A interação entre os elementos de um processo educativo é constituída 
por trocas de informação e é desencadeada por uma diferença.
  Os processos educativos funcionam a partir da energia colateral for-
necida pelos seus membros.
  O processo educativo funciona através de um determinismo circular 
e bastante complexo.
Sendo assim, o processo educativo pode ser entendido como um sistema 
organizado, com elementos que interagem entre si.
Para Lustosa e Silva (2013, p. 4), “[...] uma abordagem sistêmica em educação 
pode ser definida como orientação teórico-prática dos processos de interação e 
comunicação entre os componentes de um determinado sistema educacional”. 
3Escola e territórios
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A abordagem sistêmica na educação brasileira
A incorporação da abordagem sistêmica na política educacional brasileira 
foi formalizada pela publicação, em 2007, do Plano de Desenvolvimento da 
Educação, pelo Ministério da Educação.
O Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE) foi um conjunto de programas que 
visaram a melhorar a educação no Brasil em todas as suas etapas (SAIBA..., 2018).
Nos programas que foram propostos pelo PDE, a educação é concebida como:
[...] face de um processo dialético que se estabelece entre a socialização e a 
individuação da pessoa, que tem como objetivo a construção da autonomia, 
isto é, a formação de indivíduos capazes de assumir uma postura crítica e 
criativa frente ao mundo (BRASIL, 2007, p. 5.)
No Plano de Desenvolvimento da Educação (BRASIL, 2007), está presente 
a ideia da abordagem sistêmica da educação, na exigência da construção da 
unidade dos sistemas educacionais como sistema nacional.
A exigência da construção da unidade dos sistemas educacionais como 
sistema nacional pressupõe multiplicidade, exige pensar etapas, modalidades 
e níveis educacionais não apenas na sua unidade, mas também a partir dos 
enlaces da educação com a ordenação do território e com o desenvolvimento 
econômico e social. 
De acordo com o PDE (2007, p. 6): 
O estabelecimento da relação entre a educação e a ordenação territorial é 
essencial na medida em que é no território que as clivagens culturais e so-
ciais, dadas pela geografai a e pela história, se estabelecem e se reproduzem. 
Toda discrepância de oportunidades educacionais pode ser territorialmente 
demarcada: centro e periferia, cidade e campo, capital e interior. Clivagens 
essas reproduzidas entre bairros de um mesmo município, entre municípios, 
entre estados e entre regiões do País. 
Escola e territórios4
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O PDE preconizou a necessidade de se enfrentar, sob o ponto de vista 
estrutural, a desigualdade de oportunidades educacionais. Para que as de-
sigualdades sociais e regionais sejam reduzidas, faz-se necessário pensar a 
educação para o país como um todo. Para isso, o PDE propôs um acoplamento 
entre as dimensões educacional e territorial, operado pelo arranjo educativo. 
O PDE (BRASIL, 2007) estava fundamentado em seis pilares:
  visão sistêmica da educação;
  territorialidade;
  desenvolvimento;
  regime de colaboração;
  responsabilização;
  mobilização social.
O Plano de Desenvolvimento da Educação tinha um prazo de 15 anos para 
ser completado. Contudo, acabou sendo descontinuado antes desse prazo. Apesar 
disso, alguns programas e iniciativas criados por ele se mantiveram, como o 
TV Escola e o Proinfo, da Educação Básica, e o SINAES, do Ensino Superior. 
Exemplos da abordagem sistêmica na educação
A ideia central da abordagem sistêmica na educação é de que os elementos 
do sistema se inter-relacionam e, com isso, o que afeta um, acaba afetando os 
demais, de maneira positiva ou negativa. 
Na sequência, você conhecerá dois exemplos de ações empreendidas para 
a melhoria da educação: o primeiro, a junção de vários municípios, visando 
à melhoria de todos os envolvidos; o segundo, o estabelecimento da parceria 
entre escola e comunidade, para melhoria de ambas. 
Minirredes formadas por municípios 
para a melhoria da educação
Tendo por objetivo a melhoria da qualidade de suas escolas públicas, cerca de 
200 municípios brasileiros se organizaram, na ocasião, em espécies de redes 
educativas que contavam, também, com a colaboração de empresas. A ideia era 
de que essas parcerias servissem para que as cidades trocassem experiências e 
buscassem soluções para problemas que, sozinhas, não conseguiriam resolver 
em seus sistemas de educação. 
5Escola e territórios
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Essas “minirredes” constituíram um novo modelo de gestão pública, o 
qual recebeu o nome de Arranjo de Desenvolvimento da Educação (ADE) 
e foi concebido no Conselho Nacional de Educação (CNE). O Ministério da 
Educação (MEC) aprovou, em janeiro de 2012, uma resolução que normatizou 
esses arranjos. 
A ideia do arranjo educacional consiste em conceber o País em territórios, e 
não dividido por cidades. Esses territórios são compostos por municípios que, 
muitas vezes, têm poucos habitantes (menos de 3 mil), se localizam nas zonas 
rurais e apresentam as mesmas dificuldades, uma vez que é comum cidades 
de uma mesma área geográfica terem índices socioeconômicos semelhantes. 
A organização de comunidades educativas permite, a esses municípios, uma 
atuação conjunta na busca por respostas para seus problemas educacionais, 
caracterizando uma forma de colaboração horizontal. Os problemas mais 
comuns enfrentados por esses municípios são: evasão escolar, reprovação, 
abandono escolar e distorção idade-série.
Parceria escola-comunidade: a cidade de Planaltina
A abordagem sistêmica da educação defende a necessidade de se pensar a escola 
inserida em uma determinada comunidade, que traz, em si, determinantes 
geográfi cos, históricos e culturais. Nesse contexto, entender os determinantes 
da comunidade é fundamental não só para pensar nas adequações necessárias 
ao trabalho pedagógico, como também para pensar em possibilidades de 
integração escola-comunidade que benefi ciem ambas. 
Na cidade de Planaltina, no Distrito Federal, a Escola Classe Monjolo 
conseguiu mobilizar toda a comunidade escolar com um projeto. O projeto 
foi pensado para melhorar a qualidade de vida dos alunos e das comunidades 
nas quais eles vivem. 
No início do projeto, em 2016, os professores da escola realizaram uma 
pesquisa sobre a realidade vivida por cerca de 140 alunos, no que dizia respeito 
ao abastecimento de água e ao saneamento básico nas zonas rurais nas quais 
os alunos residiam. 
A partir das respostas obtidas, os educadores conseguiram levantar dados 
importantes, como: 
  as comunidades nas quais os alunos viviam;
  as formas de abastecimento das casas; 
  quantos reaproveitavam a água;
  se a água utilizada era tratada;
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  a quantidade de água recebida pelas famílias;
  se era feita a captação da água das chuvas;
  se eram utilizadas fossas negras (modelo que apresentava vazamento);
  o que era feito com o lixo. 
Os dados coletados revelaram que a maioria dos alunos advinha de comu-
nidades rurais pobres, com casas improvisadas, feitas de madeira. 
A partir dos dados coletados, foi possível estabelecer metas para um período 
de três anos (até 2019), de atuação tanto no âmbito escolar como nas casas e nas 
comunidades dos alunos. Uma das primeiras ações foi realizada no ambiente 
escolar: a substituição de uma fossa séptica por uma ecológica. Os servidores 
da unidade notaram que havia risco de contaminação do Córrego Monjolo, 
que passa ao lado do terreno do colégio e deságua no Rio Maranhão. A fossa 
ecológica instalada no lugar possui cinco etapas de filtragem de matéria 
orgânica, que retorna aosolo, sem risco de contaminação. 
Enquanto a nova fossa era instalada, os engenheiros explicaram aos alunos 
detalhes sobre o funcionamento. Como parte do projeto, os professores também 
passaram a explicar aos alunos de onde as águas do córrego vêm, para onde 
vão e como o uso da unidade evoluiu com a mudança para um sistema de 
poço semiartesiano. Antes, era feita a fervura e a filtragem da água da escola. 
Como isso se tornou insustentável, a secretaria começou a comprar água por 
caminhões pipa, por dois anos, até que foi feita a instalação do poço.
Aulas e palestras foram planejadas e ministradas. Visitas às nascentes e 
aos mananciais foram acompanhadas por moradores antigos da comunidade, 
que relataram as mudanças ocorridas ao longo dos anos. Alguns desses mo-
radores possuíam registros fotográficos de como a região era, antigamente, 
e os mostraram para as crianças. Além disso, os professores pesquisaram 
e ensinaram formas de aproveitar ao máximo o lixo, e embalagens Tetra 
Pak foram utilizadas para revestir as paredes das casas dos alunos, evitando 
vazamentos quando chovia. 
Segundo Yasmim, aluna de 10 anos de idade, “Agora as paredes são bo-
nitas e faz menos frio”. Toda vez que chovia, entrava água pelas paredes da 
casa dela. A solução encontrada pelos professores foi revestir o espaço com 
caixas recicladas, com seis camadas de plástico, papel e alumínio. O método é 
conhecido como Tetra Pak, nome da empresa que criou o tipo de embalagem.
Os professores também ensinaram aos alunos e a seus pais receitas com 
partes de alimentos geralmente não consumidos, como cascas de banana, 
folhas de vegetais e cascas vegetais. Orientações também foram dadas para 
que restos de alimentos fossem utilizados como fertilizantes. 
7Escola e territórios
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Em todo o terreno da escola e no seu entorno, foram criadas outras formas 
de reutilizar o lixo: pássaros feitos de pneus recortados e pintados enfeitaram a 
entrada da escola, lixeiras feitas de pneus velhos foram feitas para a separação 
dos resíduos reciclados e rodas passaram a ser utilizadas como vasos de plantas 
na horta. Ainda como parte do projeto, os alunos participam, anualmente, do 
plantio de produtos que são consumidos no lanche da escola. Na área externa 
da escola e na grade que cerca o terreno escolar, pneus usados como vasos 
estão espalhados. O uso de diferentes tecnologias também está contemplado 
no projeto. Em uma atividade chamada “Repórter por um dia”, alguns alunos 
produzem vídeos para mostrarem aos colegas como é feito o abastecimento.
O exemplo da escola de Planaltina é um ótimo exemplo de educação con-
cebida em uma visão sistêmica. Os problemas da comunidade, sem dúvida, 
afetavam a vida dos alunos da escola. A escola também tinha problemas, 
sobretudo de ordem ambiental. Em vez de fechar os olhos para eles, a escola 
se dedicou a conhecer melhor a comunidade à qual seus alunos estavam inse-
ridos, fez um levantamento das demandas e estabeleceu uma parceria sólida 
com a comunidade, a fim de buscar soluções para os problemas identificados. 
Nessa parceria escola-comunidade, quando a escola apresenta melhorias, ela 
oferece melhorias também à comunidade; as melhorias comunitárias, por sua 
vez, repercutem na escola. Isso ocorre devido ao fato de que o que acontece com 
cada um dos elementos de um sistema (no caso do sistema escolar, a família, 
o aluno, a escola, a comunidade, os professores) afeta também aos demais. 
Para conhecer uma outra parceria bem-sucedida entre a escola e a comunidade, 
assista ao vídeo “Quando a comunidade vai à escola, e a escola vai à comunidade”, 
disponível no link a seguir: 
https://goo.gl/RGQlwb
O papel do educador na promoção 
de uma educação sistêmica 
Na abordagem sistêmica da educação, a escola é vista como uma unidade de 
um sistema maior. Ela se encontra relacionada com as outras unidades escolares 
de outros bairros, cidades, estados e regiões. A articulação entre as diferentes 
Escola e territórios8
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unidades escolares cabe aos órgãos competentes, por meio da elaboração de 
políticas públicas que tenham essa fi nalidade.
A escola encontra-se, também, em uma estreita relação com a comunidade 
à qual está inserida. Nesse sentido, os múltiplos fatores que influenciam a vida 
da comunidade afetam também a vida escolar. Sendo assim, cabe à escola 
conhecer a comunidade à qual está inserida e à qual seus alunos pertencem, 
a fim de que possa utilizar esse conhecimento como ponto de partida para 
a adequação do trabalho pedagógico, bem como para o levantamento de 
problemas que possam ser enfrentados conjuntamente. Ao educador, cabe 
conhecer seus alunos e a realidade na qual eles vivem, para que possa respeitar 
as especificidades do grupo com o qual está trabalhando. 
O desenvolvimento de projetos que valorizem a cultura dos educandos e a 
utilize como ponto de partida para a construção de novos conhecimentos motiva os 
alunos e propicia uma aprendizagem significativa. O envolvimento da comunidade 
nas ações desenvolvidas pela escola faz seus membros se apropriarem desta e a 
perceberem como um espaço coletivo fundamental ao desenvolvimento coletivo. 
Quanto mais a escola está aberta à comunidade e quanto mais parcerias 
são estabelecidas entre a escola e comunidade, maior é a probabilidade de 
sucesso nos processos educativos. 
BERTALANFFY, L. V. Teoria geral dos sistemas. Petrópolis: Vozes, 1983.
BRASIL. Ministério da Educação. O plano de desenvolvimento da educação: razões, 
princípios e programas. Brasília: MEC, 2007.
FARINHA, J. Abordagem sistêmica em educação: uma perspectiva em filosofia da edu-
cação. 20 f. 1990. Dissertação (Mestrado) - Universidade de Coimbra, Coimbra, 1990. 
Disponível em: http://w3.ualg.pt/~jfarinha/activ_docente/famcomintdef/matpedag/
fe_trab.pdf. Acesso em: 22 fev. 2019.
LUSTOSA, I. N.; SILVA, M. J. G. S. A abordagem sistêmica na educação brasileira: os 
desdobramentos da teoria na prática. In: SIMPÓSIO BRASILEIRO DE POLÍTICA E ADMI-
NISTRAÇÃO DA EDUCAÇÃO, 26., 2013, Recife. Anais [...]. Recife: [s.n.], 2013. Disponível 
em: http://www.anpae.org.br/simposio26/1comunicacoes/IreneNunesLustosa-Comu-
nicacaoOral-int.pdf. Acesso em: 22 fev. 2019.
SAIBA o que foi e como funcionou o plano de desenvolvimento da educação. In: TODOS 
pela educação. São Paulo, 5 mar. 2018. Disponível em: https://www.todospelaeducacao.
org.br/conteudo/saiba-o-que-e-e-como-funciona-o-plano-de-desenvolvimento-da-
-educacao/. Acesso em: 22 fev. 2019.
9Escola e territórios
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Leituras recomendadas
BOHN, C. S. et al. Educação contemporânea: a aprendizagem através da abordagem 
sistêmica. Revista Electrónica de Investigación y Docencia, v. 5, 2011. Disponível em: 
https://revistaselectronicas.ujaen.es/index.php/reid/article/view/1066/901. Acesso 
em: 22 fev. 2019.
BRANDÃO, V. Projeto que mobilizou comunidade escolar em Planaltina vai ao fórum 
da água. In: AGÊNCIA Brasília, 2018. Disponível em: https://www.agenciabrasilia.df.gov.
br/2018/03/07/projeto-que-mobilizou-comunidade-escolar-de-planaltina-vai-ao-
-forum-da-agua. Acesso em: 22 fev. 2019.
GADOTTI, M. Convocados, uma vez mais: ruptura, continuidade e desafios do PDE. São 
Paulo: Instituto Paulo Freire, 2008.
MANDELLI, M. Municípios formam “minirredes” para melhorar educação. Estadão, fev. 
2012. Disponível em: https://www.estadao.com.br/noticias/geral,municipios-formam-
-minirredes-para-melhorar-educacao-imp-,831961. Acesso em: 22 fev. 2019.
QUANDO a comunidade vai à escola, e a escola vai à comunidade. Experiência da Escola 
Municipal Professor Daniel Alvarenga, de Belo Horizonte (MG), a partir da integração 
escola-comunidade. [S. l.: s. n.], 2011. 1 vídeo (20 min). Disponível em: https://www.
youtube.com/watch?v=-XFGLzT7R1Y. Acesso em: 22 fev. 2019. 
SOUSA, M. M.; SARMENTO, T. Escola – família - comunidade: uma relaçãopara o sucesso 
educativo. Gestão e Desenvolvimento, n. 17-18, 2010. Disponível em: https://repositorio.
ucp.pt/handle/10400.14/9117. Acesso em: 22 fev. 2019.
Escola e territórios10
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DICA DO PROFESSOR
No vídeo a seguir, você conhecerá melhor o modo como as relações entre alunos, familiares, 
pares, comunidade e escola, sob a influência de outros aspectos mais amplos, interferem no 
processo educacional. Utilizaremos o modelo explicativo baseado na teoria ecológica de 
Bronfenbrenner, que enfoca os contextos sociais nos quais os alunos vivem e nos quais as 
pessoas influenciam seu desenvolvimento educacional.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
EXERCÍCIOS
1) Na constante busca por uma escola que atenda a todos, ofertando uma aprendizagem 
eficaz, independente da região ou local em que se encontra inserida, é possível 
identificar a importância de se adotar uma ação educativa local, em substituição às 
políticas e orientações nacionais. Na atualidade, está em pauta a construção destas 
situações educativas diversificadas, que possam ser percebidas pelos diversos 
públicos como significativas e pertinentes. A necessidade de uma recontextualização 
encontra respaldo apenas na alternativa:
A) A educação na perspectiva territorial é direcionada especificamente aos problemas 
educacionais.
B) A socialização escolar é uma moldagem de crianças em alunos, na medida em que elas se 
submetem às regras impostas pela escola.
C) Historicamente, a vivência dos alunos foi bastante negligenciada, algo que poderá mudar 
com o processo de contextualização.
D) Na recontextualização, o currículo escolar deverá privilegiar uma nova lista de conteúdos a 
serem transmitidos.
E) O fechamento das escolas rurais, com o encaminhamento dos alunos às escolas dos 
centros, contribui para a contextualização.
2) A relação da escola com o local e a questão da "territorialização" na educação têm 
sido objeto de estudo e debates em várias partes do mundo, tendo como palavras 
chaves a política educativa, a autonomia escolar e a coesão social. Contextualizando 
cada uma destas palavras ou expressões, é CORRETO afirmar que:
A) A identidade da escola é construída no seu dia a dia, no cumprimento das metas 
estabelecidas no seu plano curricular.
B) A autonomia das escolas é o principal conceito que rege o trabalho escolar. No Brasil, ela 
já acontecia antes mesmo da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - (LDB).
C) Do ponto de vista dos projetos construídos a partir da "base", prevalece a lógica da 
governabilidade dos sistemas escolares.
D) Sobre as mudanças na educação, o ponto de referência não é aquilo que queremos que o 
aluno aprenda, mas sim a sua formação integral.
E) O "consenso" em relação à "territorialização" das políticas e das práticas educativas é 
unânime e bastante difundido.
3) Uma das questões que dificultam a educação coletiva ou interação é o "fechamento" 
vivenciado em muitas escolas, o que tendem a situá-las fora do espaço social em que 
se inserem. Rever os conceitos que geram uma escola fora do espaço social e 
estabelecer os princípios de uma escola democrática, com uma identidade coletiva, 
nos leva a considerar como CORRETA a seguinte alternativa:
A) A "abertura" da escola ao "meio" exige um discernimento e a escuta de diferentes ideias e 
opiniões.
B) No espaço social, a relação pedagógica deve ser restrita ao professor e ao aluno, sem 
considerar os princípios que regem a ação social.
C) O processo de "relocalização" limita-se em estabelecer ligação entre a escola, que já existe 
como instituição, e a realidade exterior.
D) O funcionamento uniforme das escolas permite que elas sejam capazes de atender à 
diversidade de todos os seus alunos.
E) Para que a "relocalização" aconteça de fato, cabe aos gestores usar sua autonomia e 
construir uma proposta coerente para a sua escola.
4) No ambiente escolar, a infraestrutura e a organização funcional dos diversos aspectos 
ligados à permanência dos alunos na instituição são caminhos promissores para o 
desenvolvimento dos estudantes. Nesse sentido, as equipes profissionais adotam e 
cultivam habilidades como a comunicação, a cidadania, a consciência, a higiene, a 
valorização e a autoestima. Marque o exemplo que ilustra um modo como a 
habilidade da autonomia pode ser cultivada entre os alunos:
A) Professores organizam uma fila com os alunos.
B) As crianças se servem sozinhas na hora das refeições.
C) A equipe escolar costuma alertar as crianças sobre o desperdício.
D) Os espelhos dos banheiros são adequados à estatura dos alunos.
E) Nos intervalos, os alunos podem permanecer no entorno da sala.
Em Taboão da Serra, o Programa de Interação Família Escola da Secretaria de 
Educação incentiva os professores da rede municipal a visitar os estudantes. O 
5) 
programa não tem como objetivo proporcionar assistência social, e nos casos em que 
esta se torna necessária, existem encaminhamentos para que instituições 
especializadas possam ajudar ou interferir. As visitas dos professores são facultativas 
e previamente planejadas com os gestores. A conversa com a família deve ser 
informal, não abordando temas como boletins e outros assuntos que são tratados nas 
reuniões como os pais. Soraia Balmant, professora efetiva de uma escola municipal, 
era contra o projeto de visitas, considerando que tal prática não fazia parte de suas 
atribuições como educadora. Mas, ainda assim, ela resolveu experimentar o 
programa e, logo nos primeiros encontros, teve a chance de falar sobre a maneira 
como trabalha e ouvir sugestões dos pais. Professora de Leonardo há três anos, 
Soraia nunca havia conversado com a mãe dele, sempre ausente às reuniões. Já a mãe 
diz que com o diálogo, ela passou a entender a importância do trabalho conjunto da 
família e da escola e sabe que somente essa troca ajudará Leonardo a ter sucesso nos 
estudos. Na apreciação do que foi relatado sobre o projeto e a experiência vivida por 
Soraia e a família de Leonardo, é CORRETO afirmar que:
A) Evitar falar de notas é fugir das atribuições da escola.
B) Os professores deveriam intervir em casos de ordem social.
C) O programa seria mais profícuo se fosse obrigatório.
D) O programa beneficia a família, mas não os professores.
E) Os professores compreendem melhor o aluno ao conhecer o seu contexto.
NA PRÁTICA
A comunidade está repleta de oportunidades de aprendizagem e suporte para os estudantes, e a 
utilização destes suportes é muito importante, sobretudo, nos grandes centros que estão repletos 
delas. A seguir, Juanita Kirton, diretora assistente da Gramercy School na cidade de Nova York, 
descreve o valor da comunidade para seus alunos.
SAIBA MAIS
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do 
professor:
A escola com a cara da comunidade
Leia mais no link a seguir.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
Identidade da escola
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Professores de Taboão da Serra visitam alunos em casa
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