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Direito Constitucional Aplicado - Pós Legale 3

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Curso: Direito Constitucional Aplicado 
Área: Direitos Fundamentais 
Módulo 1. Teoria Geral dos Direitos 
Fundamentais 
Profa. Nancy Silveira Simões Gonçalves 
profa.nansimoes@gmail.com
Gabriel Valadares de Morais - 02570879150
Princípios e regras –Robert 
Alexy
Normas Jurídicas
Princípios 
Regras
**Legislador x aplicador do direito
Gabriel Valadares de Morais - 02570879150
Princípios e Regras 
Princípios
• Valores fundamentadores da 
ordem jurídica (Canotilho)
• “Mandamento nuclear do 
sistema” (José Afonso da 
Silva)
• Exs. 
Constitucional: Dignidade da 
Pessoa Humana – art. 1º, III 
CF
 Infraconstitucional: Persuasão 
Racional – art. 371, CPC 
Regras:
• Normas que impõem, 
permitem ou proíbem 
que se faça algo 
(Canotilho)
• Exs. 
Art. 7º, IX, CF: É direito 
do trabalhador urbano 
ou rural a remuneração 
do trabalho noturno 
superior à do diurno;
Gabriel Valadares de Morais - 02570879150
Constituição Federal 1988
Título II
Direitos e Garantias 
Fundamentais
Art. 5º a 17, CF
Capítulo I
Direitos Individuais
Capítulo I
Direitos Coletivos
Capítulo II
Direitos Sociais
Capítulo III
Direitos de Nacionalidade
Capítulo IV
Direitos Políticos
Capítulo V
Partidos Políticos
Gabriel Valadares de Morais - 02570879150
Rol taxativo ou 
exemplificativo?
Art. 5º, § 2º, CF. Os direitos e garantias 
expressos nesta Constituição não excluem 
outros decorrentes do regime e dos 
princípios por ela adotados, ou dos tratados 
internacionais em que a República 
Federativa do Brasil seja parte.
Gabriel Valadares de Morais - 02570879150
Direitos e garantias 
fundamentais
• Direitos fundamentais – Direito/ prerrogativa/ bens jurídicos 
tutelados pela Constituição Federal - cunho declaratório.
• Garantias fundamentais - instrumentos de proteção de um 
determinado direito previstos na Constituição - cunho 
assecuratório. 
Gabriel Valadares de Morais - 02570879150
Direitos Humanos x Direitos 
Fundamentais 
Direitos humanos “distinguem-se dos direitos fundamentais 
porque estes são os direitos constitucionalmente positivados e 
juridicamente garantidos no ordenamento jurídico [interno], 
enquanto os direitos [humanos] são os direitos de todas as 
pessoas ou coletividades de pessoas independentemente da sua 
positivação jurídica nos ordenamentos político-estaduais”. 
Gomes Canotilho e Vital Moreira
• Direitos humanos - dimensão jus naturalista-universalista
• Direitos fundamentais dimensão jurídico-institucionalmente 
garantido, com uma limitação espaço-temporal. 
Gabriel Valadares de Morais - 02570879150
Conceituando
• DIREITOS FUNDAMENTAIS – Os direitos fundamentais são os
direitos do ser humano reconhecidos e positivados na esfera
do direito Constitucional positivo de determinado Estado;
• DIREITOS HUMANOS – A expressão ‘direitos humanos’ guarda
relação com os documentos de direito internacional, aspiram
validade universal, para todos povos e tempos, de tal sorte
que revelam um caráter supranacional.
Gabriel Valadares de Morais - 02570879150
Concretização dos Direitos 
Fundamentais
“os Direitos Fundamentais não são apenas um limite do Estado, 
são também uma tarefa do Estado. Ao Estado incumbe defendê-
los e garanti-los. Não apenas um dado a respeitar, são também 
uma incumbência a realizar”
J.J. Gomes Canotilho
Gabriel Valadares de Morais - 02570879150
Art. 5º, §3º, CF
Normas Constitucionais Originárias 
Normas Constitucionais Derivadas
Trat. Intern. de Direitos Humanos
Normas 
Constitucionais
Tratados internacionais de Direitos 
Humanos não aprovados – art. 5º, §3º, 
Normas 
Supralegais
Normas 
Legais
Leis Complementares, Ordinárias, 
Delegadas, Medidas Provisórias, 
Decretos Legislativos e Resoluções
Normas 
Infralegais
Decretos Regulamentares, 
Instruções Normativas, Portarias, 
Etc
Gabriel Valadares de Morais - 02570879150
Extensão dos Direitos 
Fundamentais
• Art. 5º, CF “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer 
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes 
no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à 
segurança e à propriedade, nos termos seguintes:...”
• Brasileiros Natos (art. 12, I) e Naturalizados (art. 12, II)
• Estrangeiros não residentes? STF
• Pessoa Jurídica – súmula STJ – danos morais / STF – no que couber 
• Obs. Divergência – José Afonso da Silva – Tratados internacionais se 
aplicam ao estrangeiro não residente 
Gabriel Valadares de Morais - 02570879150
Eficácia Vertical e Horizontal
• Eficácia Vertical: é a aplicação dos direitos fundamentais às
relações entre o indivíduo e o Estado.
• Eficácia Horizontal/Eficácia Privada/Eficácia Perante
Terceiros/Eficácia Externa: é a aplicação dos direitos
fundamentais às relações entre particulares.
Gabriel Valadares de Morais - 02570879150
Cláusulas Pétreas 
• Abolição ou redução da sua aplicação x extensão 
“Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante 
proposta:
...
§ 4º Não será objeto de deliberação a proposta de emenda 
tendente a abolir:
....
IV - os direitos e garantias individuais.”
• STF – Princípio da proibição do retrocesso
Gabriel Valadares de Morais - 02570879150
Princípios norteadores da interpretação 
constitucional:
• Não há hierarquia entre normas constitucionais 
Unidade da Constituição
Efeito Integrador - integração social e a unidade política
Concordância prática – interpretação no caso concreto 
 Princípio da máxima efetividade
Princípio da interpretação conforme a constituição
 Princípio da presunção de constitucionalidade das leis
Gabriel Valadares de Morais - 02570879150
Eficácia das normas 
constitucionais 
• Normas de eficácia plena – direta/imediata e integral – Ex. Art. 77. 
“A eleição do Presidente e do Vice-Presidente da República realizar-
se-á, simultaneamente, no primeiro domingo de outubro, em 
primeiro turno, e no último domingo de outubro, em segundo turno, 
se houver, do ano anterior ao do término do mandato presidencial 
vigente.”
• Normas de Eficácia Contida – direta / imediata e não integral – Ex. 
Art. 5º, XIII “É livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou 
profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei 
estabelecer”.
• Normas de Eficácia Limitada – indireta / mediata e reduzida – Ex. 
Art. 218. “O Estado promoverá e incentivará o desenvolvimento 
científico, a pesquisa e a capacitação tecnológicas”.
Gabriel Valadares de Morais - 02570879150
Aplicação
• Art. 5º, § 1º, CF – “As normas definidoras dos direitos e 
garantias fundamentais têm aplicação imediata.”
• Aplicação x aplicabilidade 
• Aplicação através de instrumentos jurídicos ainda que a norma 
seja de eficácia limitada: Mandado de Injunção e Ação Direta 
de Inconstitucionalidade por Omissão
Gabriel Valadares de Morais - 02570879150
Gerações/dimensões de 
direitos humanos 
1º Geração:
• Marco Histórico relevante: Revolução Francesa
• Liberdades
• Direitos Civis e Políticos - Direito de propriedade; Direito de 
contratar (autonomia da vontade); Manifestação do 
pensamento religioso; Liberdade política de participar do 
governo; Vida; Liberdade religiosa; Liberdade de expressão etc
Gabriel Valadares de Morais - 02570879150
2ª Geração de Direitos 
• Marco Histórico relevante: Revolução Industrial
• Igualdade
• Exige do Estado ações positivas, prestações
• Direitos sociais (visando a justiça social)
• Acesso à saúde, direito do trabalho, acesso à previdência, 
lazer, educação etc
Gabriel Valadares de Morais - 02570879150
3ª Geração de direitos
• Marco Histórico: Segunda Guerra Mundial
• Princípio da solidariedade / Fraternidade
• Titularidade coletiva em sentido lato - direitos transindividuais
• Direitos difusos (não individual)
• Ex: cultura, meio ambiente, paz, comunicação.
Gabriel Valadares de Morais - 02570879150
4º Geração (Paulo Bonavides):
• Democracia
• Informação
• Pluralismo
• Reconhecimento formal dos direitos fundamentais em nível 
global.
Gabriel Valadares de Morais - 02570879150Características 
• Universalidade
• Historicidade
• Relatividade
• Imprescritibilidade
• Inalienabilidade
• Irrenunciabilidade
• Interdependência
• Inviolabilidade
Gabriel Valadares de Morais - 02570879150
Historicidade 
“os direitos do homem, por mais fundamentais que sejam, são 
direitos históricos, ou seja, nascidos em certas circunstâncias, 
caracterizadas por lutas em defesa de novas liberdades contra 
velhos poderes, e nascidos de modo gradual, não todos de uma 
vez e nem de uma vez por todas. (...) o que parece fundamental 
numa época histórica e numa determinada civilização não é 
fundamental em outras épocas e em outras cultuas” 
Bobbio
• Ex. Igualdade entre os sexos – Brasil x países mulçulmanos
Gabriel Valadares de Morais - 02570879150
Relatividade 
• Direito fundamental é absoluto?
• Art. 5º, XLVII - não haverá penas: a) de morte, salvo em caso de guerra 
declarada, nos termos do art. 84, XIX;
• “OS DIREITOS E GARANTIAS INDIVIDUAIS NÃO TÊM CARÁTER ABSOLUTO.
Não há, no sistema constitucional brasileiro, direitos ou garantias que se
revistam de caráter absoluto, mesmo porque razões de relevante interesse
público ou exigências derivadas do princípio de convivência das liberdades
legitimam, ainda que excepcionalmente, a adoção, por parte dos órgãos
estatais, de medidas restritivas das prerrogativas individuais ou coletivas,
desde que respeitados os termos estabelecidos pela própria Constituição. O
estatuto constitucional das liberdades públicas, ao delinear o regime
jurídico a que estas estão sujeitas - e considerado o substrato ético que as
informa - permite que sobre elas incidam limitações de ordem jurídica,
destinadas, de um lado, a proteger a integridade do interesse social e, de
outro, a assegurar a coexistência harmoniosa das liberdades, pois nenhum
direito ou garantia pode ser exercido em detrimento da ordem pública ou
com desrespeito aos direitos e garantias de terceiros.” STF, Pleno, RMS
23.452/RJ, Relator Ministro Celso de Mello, DJ de 12.05.2000, p. 20:
Gabriel Valadares de Morais - 02570879150
Imprescritibilidade 
• Perda do direito de pensar, de religião, de expressão, etc
• Direito de propriedade x usucapião
• “prescrição é um instituto jurídico que somente atinge
coarctando, a exigibilidade dos direitos de caráter patrimonial,
não a exigibilidade dos direitos personalíssimos, ainda que não
individualistas, como é o caso. Se são sempre exercíveis e
exercidos, não há intercorrência temporal de não exercício que
fundamente a perda da exigibilidade pela prescrição.” José
Afonso da Silva
Gabriel Valadares de Morais - 02570879150
Jurisprudência –
imprescritibilidade 
Gabriel Valadares de Morais - 02570879150
Imprescritibilidade – benefício de 
caráter previdenciário – 90 dias
Gabriel Valadares de Morais - 02570879150
Inalienabilidade 
• Direitos sem conteúdo patrimonial
• Preservação da dignidade da pessoa humana
• proteção da vida biológica, preservação das condições 
normais de saúde física e mental, liberdade para decidir sem 
coerção externa.
• são intransferíveis, inegociáveis e indisponíveis
Gabriel Valadares de Morais - 02570879150
Irrenunciabilidade 
• Renúncia x não exercício
• Renúncia a direito trabalhista (2ª geração) x liberdade de 
escolha (1ª geração)
• Inviolabilidade da imagem, privacidade e da intimidade x BBB
• Aborto
• Eutanásia 
Gabriel Valadares de Morais - 02570879150
Princípio da proporcionalidade
• Adequação ou conformidade 
"conexão lógica" entre "meio e fim“
coerência entre o direito fundamental a ser limitado e a 
finalidade que a norma deseja alcançar
Ex. Para o fim da pandemia se determina o fechamento de 
fármácias devido ao alto índice de contaminação 
• Necessidade ou exigibilidade – menor prejuízo possível 
• Proporcionalidade em sentido estrito - “custo e benefício da 
medida” 
Gabriel Valadares de Morais - 02570879150
EMENTA: AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. ARTS. 20 E 21 DA LEI N. 10.406/2002 (CÓDIGO CIVIL). PRELIMINAR DE
ILEGITIMIDADE ATIVA REJEITADA. REQUISITOS LEGAIS OBSERVADOS. MÉRITO: APARENTE CONFLITO ENTRE PRINCÍPIOS
CONSTITUCIONAIS: LIBERDADE DE EXPRESSÃO, DE INFORMAÇÃO, ARTÍSTICA E CULTURAL, INDEPENDENTE DE CENSURA OU
AUTORIZAÇÃO PRÉVIA (ART. 5º INCS. IV, IX, XIV; 220, §§ 1º E 2º) E INVIOLABILIDADE DA INTIMIDADE, VIDA PRIVADA, HONRA E
IMAGEM DAS PESSOAS (ART. 5º, INC. X). ADOÇÃO DE CRITÉRIO DA PONDERAÇÃO PARA INTERPRETAÇÃO DE PRINCÍPIO
CONSTITUCIONAL. PROIBIÇÃO DE CENSURA (ESTATAL OU PARTICULAR). GARANTIA CONSTITUCIONAL DE INDENIZAÇÃO E DE
DIREITO DE RESPOSTA. AÇÃO DIRETA JULGADA PROCEDENTE PARA DAR INTERPRETAÇÃO CONFORME À CONSTITUIÇÃO AOS
ARTS. 20 E 21 DO CÓDIGO CIVIL, SEM REDUÇÃO DE TEXTO. 1. A Associação Nacional dos Editores de Livros - Anel congrega a
classe dos editores, considerados, para fins estatutários, a pessoa natural ou jurídica à qual se atribui o direito de reprodução de
obra literária, artística ou científica, podendo publicá-la e divulgá-la. A correlação entre o conteúdo da norma impugnada e os
objetivos da Autora preenche o requisito de pertinência temática e a presença de seus associados em nove Estados da
Federação comprova sua representação nacional, nos termos da jurisprudência deste Supremo Tribunal. Preliminar de
ilegitimidade ativa rejeitada. 2. O objeto da presente ação restringe-se à interpretação dos arts. 20 e 21 do Código Civil relativas
à divulgação de escritos, à transmissão da palavra, à produção, publicação, exposição ou utilização da imagem de pessoa
biografada. 3. A Constituição do Brasil proíbe qualquer censura. O exercício do direito à liberdade de expressão não pode ser
cerceada pelo Estado ou por particular. 4. O direito de informação, constitucionalmente garantido, contém a liberdade de
informar, de se informar e de ser informado. O primeiro refere-se à formação da opinião pública, considerado cada qual dos
cidadãos que pode receber livremente dados sobre assuntos de interesse da coletividade e sobre as pessoas cujas ações,
público-estatais ou público-sociais, interferem em sua esfera do acervo do direito de saber, de aprender sobre temas
relacionados a suas legítimas cogitações. 5. Biografia é história. A vida não se desenvolve apenas a partir da soleira da porta de
casa. 6. Autorização prévia para biografia constitui censura prévia particular. O recolhimento de obras é censura judicial, a
substituir a administrativa. O risco é próprio do viver. Erros corrigem-se segundo o direito, não se coartando liberdades
conquistadas. A reparação de danos e o direito de resposta devem ser exercidos nos termos da lei. 7. A liberdade é
constitucionalmente garantida, não se podendo anular por outra norma constitucional (inc. IV do art. 60), menos ainda por
norma de hierarquia inferior (lei civil), ainda que sob o argumento de se estar a resguardar e proteger outro direito
constitucionalmente assegurado, qual seja, o da inviolabilidade do direito à intimidade, à privacidade, à honra e à imagem. 8.
Para a coexistência das normas constitucionais dos incs. IV, IX e X do art. 5º, há de se acolher o balanceamento de direitos,
conjugando-se o direito às liberdades com a inviolabilidade da intimidade, da privacidade, da honra e da imagem da pessoa
biografada e daqueles que pretendem elaborar as biografias. 9. Ação direta julgada procedente para dar interpretação
conforme à Constituição aos arts. 20 e 21 do Código Civil, sem redução de texto, para, em consonância com os direitos
fundamentais à liberdade de pensamento e de sua expressão, de criação artística, produção científica, declarar inexigível
autorização de pessoa biografada relativamente a obras biográficas literárias ou audiovisuais, sendo também desnecessária
autorização de pessoas retratadas como coadjuvantes (ou de seus familiares, em caso de pessoas falecidas ou ausentes).
(ADI 4815, Relator(a): CÁRMEN LÚCIA, Tribunal Pleno, julgado em 10/06/2015, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-018 DIVULG 29-01-
2016 PUBLIC 01-02-2016)
Gabriel Valadares de Morais - 02570879150
E M E N T A: MEIOAMBIENTE - DIREITO À PRESERVAÇÃO DE SUA INTEGRIDADE (CF, ART. 225) - PRERROGATIVA 
QUALIFICADA POR SEU CARÁTER DE METAINDIVIDUALIDADE - DIREITO DE TERCEIRA GERAÇÃO (OU DE NOVÍSSIMA 
DIMENSÃO) QUE CONSAGRA O POSTULADO DA SOLIDARIEDADE - NECESSIDADE DE IMPEDIR QUE A TRANSGRESSÃO A 
ESSE DIREITO FAÇA IRROMPER, NO SEIO DA COLETIVIDADE, CONFLITOS INTERGENERACIONAIS - ESPAÇOS 
TERRITORIAIS ESPECIALMENTE PROTEGIDOS (CF, ART. 225, § 1º, III) - ALTERAÇÃO E SUPRESSÃO DO REGIME JURÍDICO 
A ELES PERTINENTE - MEDIDAS SUJEITAS AO PRINCÍPIO CONSTITUCIONAL DA RESERVA DE LEI - SUPRESSÃO DE 
VEGETAÇÃO EM ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE - POSSIBILIDADE DE A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA, CUMPRIDAS 
AS EXIGÊNCIAS LEGAIS, AUTORIZAR, LICENCIAR OU PERMITIR OBRAS E/OU ATIVIDADES NOS ESPAÇOS TERRITORIAIS 
PROTEGIDOS, DESDE QUE RESPEITADA, QUANTO A ESTES, A INTEGRIDADE DOS ATRIBUTOS JUSTIFICADORES DO 
REGIME DE PROTEÇÃO ESPECIAL - RELAÇÕES ENTRE ECONOMIA (CF, ART. 3º, II, C/C O ART. 170, VI) E ECOLOGIA (CF, 
ART. 225) - COLISÃO DE DIREITOS FUNDAMENTAIS - CRITÉRIOS DE SUPERAÇÃO DESSE ESTADO DE TENSÃO ENTRE 
VALORES CONSTITUCIONAIS RELEVANTES - OS DIREITOS BÁSICOS DA PESSOA HUMANA E AS SUCESSIVAS GERAÇÕES 
(FASES OU DIMENSÕES) DE DIREITOS (RTJ 164/158, 160-161) - A QUESTÃO DA PRECEDÊNCIA DO DIREITO À 
PRESERVAÇÃO DO MEIO AMBIENTE: UMA LIMITAÇÃO CONSTITUCIONAL EXPLÍCITA À ATIVIDADE ECONÔMICA (CF, ART. 
170, VI) - DECISÃO NÃO REFERENDADA - CONSEQÜENTE INDEFERIMENTO DO PEDIDO DE MEDIDA CAUTELAR. A 
PRESERVAÇÃO DA INTEGRIDADE DO MEIO AMBIENTE: EXPRESSÃO CONSTITUCIONAL DE UM DIREITO FUNDAMENTAL 
QUE ASSISTE À GENERALIDADE DAS PESSOAS. - Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado. 
Trata-se de um típico direito de terceira geração (ou de novíssima dimensão), que assiste a todo o gênero humano 
(RTJ 158/205-206). Incumbe, ao Estado e à própria coletividade, a especial obrigação de defender e preservar, em 
benefício das presentes e futuras gerações, esse direito de titularidade coletiva e de caráter transindividual (RTJ 
164/158-161). O adimplemento desse encargo, que é irrenunciável, representa a garantia de que não se instaurarão, 
no seio da coletividade, os graves conflitos intergeneracionais marcados pelo desrespeito ao dever de solidariedade, 
que a todos se impõe, na proteção desse bem essencial de uso comum das pessoas em geral. Doutrina. A ATIVIDADE 
ECONÔMICA NÃO PODE SER EXERCIDA EM DESARMONIA COM OS PRINCÍPIOS DESTINADOS A TORNAR EFETIVA A 
PROTEÇÃO AO MEIO AMBIENTE. - A incolumidade do meio ambiente não pode ser comprometida por interesses 
empresariais nem ficar dependente de motivações de índole meramente econômica, ainda mais se se tiver presente 
que a atividade econômica, considerada a disciplina constitucional que a rege, está subordinada, dentre outros 
princípios gerais, àquele que privilegia a "defesa do meio ambiente" (CF, art. 170, VI), que traduz conceito amplo e 
abrangente das noções de meio ambiente natural, de meio ambiente cultural, de meio ambiente artificial (espaço 
urbano) e de meio ambiente laboral. Doutrina. 
Gabriel Valadares de Morais - 02570879150
Os instrumentos jurídicos de caráter legal e de natureza constitucional objetivam viabilizar a tutela efetiva do 
meio ambiente, para que não se alterem as propriedades e os atributos que lhe são inerentes, o que 
provocaria inaceitável comprometimento da saúde, segurança, cultura, trabalho e bem-estar da população, 
além de causar graves danos ecológicos ao patrimônio ambiental, considerado este em seu aspecto físico ou 
natural. A QUESTÃO DO DESENVOLVIMENTO NACIONAL (CF, ART. 3º, II) E A NECESSIDADE DE PRESERVAÇÃO 
DA INTEGRIDADE DO MEIO AMBIENTE (CF, ART. 225): O PRINCÍPIO DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL 
COMO FATOR DE OBTENÇÃO DO JUSTO EQUILÍBRIO ENTRE AS EXIGÊNCIAS DA ECONOMIA E AS DA 
ECOLOGIA. - O princípio do desenvolvimento sustentável, além de impregnado de caráter eminentemente 
constitucional, encontra suporte legitimador em compromissos internacionais assumidos pelo Estado 
brasileiro e representa fator de obtenção do justo equilíbrio entre as exigências da economia e as da 
ecologia, subordinada, no entanto, a invocação desse postulado, quando ocorrente situação de conflito 
entre valores constitucionais relevantes, a uma condição inafastável, cuja observância não comprometa nem 
esvazie o conteúdo essencial de um dos mais significativos direitos fundamentais: o direito à preservação do 
meio ambiente, que traduz bem de uso comum da generalidade das pessoas, a ser resguardado em favor 
das presentes e futuras gerações. O ART. 4º DO CÓDIGO FLORESTAL E A MEDIDA PROVISÓRIA Nº 2.166-
67/2001: UM AVANÇO EXPRESSIVO NA TUTELA DAS ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE. - A Medida 
Provisória nº 2.166-67, de 24/08/2001, na parte em que introduziu significativas alterações no art. 4o do 
Código Florestal, longe de comprometer os valores constitucionais consagrados no art. 225 da Lei 
Fundamental, estabeleceu, ao contrário, mecanismos que permitem um real controle, pelo Estado, das 
atividades desenvolvidas no âmbito das áreas de preservação permanente, em ordem a impedir ações 
predatórias e lesivas ao patrimônio ambiental, cuja situação de maior vulnerabilidade reclama proteção mais 
intensa, agora propiciada, de modo adequado e compatível com o texto constitucional, pelo diploma 
normativo em questão. - Somente a alteração e a supressão do regime jurídico pertinente aos espaços 
territoriais especialmente protegidos qualificam-se, por efeito da cláusula inscrita no art. 225, § 1º, III, da 
Constituição, como matérias sujeitas ao princípio da reserva legal. - É lícito ao Poder Público - qualquer que 
seja a dimensão institucional em que se posicione na estrutura federativa (União, Estados-membros, Distrito 
Federal e Municípios) - autorizar, licenciar ou permitir a execução de obras e/ou a realização de serviços no 
âmbito dos espaços territoriais especialmente protegidos, desde que, além de observadas as restrições, 
limitações e exigências abstratamente estabelecidas em lei, não resulte comprometida a integridade dos 
atributos que justificaram, quanto a tais territórios, a instituição de regime jurídico de proteção especial (CF, 
art. 225, § 1º, III).(ADI 3540 MC, Relator(a): CELSO DE MELLO, Tribunal Pleno, julgado em 01/09/2005, DJ 
03-02-2006 PP-00014 EMENT VOL-02219-03 PP-00528)
Gabriel Valadares de Morais - 02570879150
Cultura x meio ambiente
• PROCESSO OBJETIVO – AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE –
ATUAÇÃO DO ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO. Consoante dispõe a 
norma imperativa do § 3º do artigo 103 do Diploma Maior, incumbe 
ao Advogado-Geral da União a defesa do ato ou texto impugnado na 
ação direta de inconstitucionalidade, não lhe cabendo emissão de 
simples parecer, a ponto de vir a concluir pela pecha de 
inconstitucionalidade. VAQUEJADA – MANIFESTAÇÃO CULTURAL –
ANIMAIS – CRUELDADE MANIFESTA – PRESERVAÇÃO DA FAUNA E DA 
FLORA – INCONSTITUCIONALIDADE. A obrigação de o Estado garantir 
a todos o pleno exercício de direitos culturais, incentivando a 
valorização e a difusão das manifestações, não prescinde da 
observância do disposto no inciso VII do artigo 225 da Carta Federal, 
o qual veda prática que acabe por submeter os animais à crueldade. 
Discrepa da norma constitucional a denominada vaquejada.
• (ADI 4983, Relator(a): MARCO AURÉLIO, Tribunal Pleno, julgado em 
06/10/2016, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-087 DIVULG 26-04-2017 
PUBLIC 27-04-2017)
Gabriel Valadares de Morais - 02570879150
• ESTADO – LAICIDADE. O Brasil é uma república laica, surgindo 
absolutamente neutro quanto às religiões. Considerações. 
FETO ANENCÉFALO – INTERRUPÇÃO DA GRAVIDEZ – MULHER 
– LIBERDADE SEXUAL E REPRODUTIVA – SAÚDE – DIGNIDADE 
– AUTODETERMINAÇÃO – DIREITOS FUNDAMENTAIS – CRIME 
– INEXISTÊNCIA. Mostra-se inconstitucional interpretação de a 
interrupção da gravidez de feto anencéfalo ser conduta 
tipificada nos artigos 124, 126 e 128, incisos I e II, do Código 
Penal.
• (ADPF 54, Relator(a): MARCO AURÉLIO, Tribunal Pleno, julgadoem 12/04/2012, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-080 DIVULG 29-
04-2013 PUBLIC 30-04-2013 RTJ VOL-00226-01 PP-00011)
Gabriel Valadares de Morais - 02570879150
Ementa: CONSTITUCIONAL. EDUCAÇÃO. DIREITO FUNDAMENTAL RELACIONADO À DIGNIDADE DA 
PESSOA HUMANA E À EFETIVIDADE DA CIDADANIA. DEVER SOLIDÁRIO DO ESTADO E DA FAMÍLIA NA 
PRESTAÇÃO DO ENSINO FUNDAMENTAL. NECESSIDADE DE LEI FORMAL, EDITADA PELO CONGRESSO 
NACIONAL, PARA REGULAMENTAR O ENSINO DOMICILIAR. RECURSO DESPROVIDO. 1. A educação é 
um direito fundamental relacionado à dignidade da pessoa humana e à própria cidadania, pois 
exerce dupla função: de um lado, qualifica a comunidade como um todo, tornando-a esclarecida, 
politizada, desenvolvida (CIDADANIA); de outro, dignifica o indivíduo, verdadeiro titular desse direito 
subjetivo fundamental (DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA). No caso da educação básica obrigatória 
(CF, art. 208, I), os titulares desse direito indisponível à educação são as crianças e adolescentes em 
idade escolar. 2. É dever da família, sociedade e Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao 
jovem, com absoluta prioridade, a educação. A Constituição Federal consagrou o dever de 
solidariedade entre a família e o Estado como núcleo principal à formação educacional das crianças, 
jovens e adolescentes com a dupla finalidade de defesa integral dos direitos das crianças e dos 
adolescentes e sua formação em cidadania, para que o Brasil possa vencer o grande desafio de uma 
educação melhor para as novas gerações, imprescindível para os países que se querem ver 
desenvolvidos. 3. A Constituição Federal não veda de forma absoluta o ensino domiciliar, mas proíbe 
qualquer de suas espécies que não respeite o dever de solidariedade entre a família e o Estado como 
núcleo principal à formação educacional das crianças, jovens e adolescentes. São inconstitucionais, 
portanto, as espécies de unschooling radical (desescolarização radical), unschooling moderado 
(desescolarização moderada) e homeschooling puro, em qualquer de suas variações. 4. O ensino 
domiciliar não é um direito público subjetivo do aluno ou de sua família, porém não é vedada 
constitucionalmente sua criação por meio de lei federal, editada pelo Congresso Nacional, na 
modalidade “utilitarista” ou “por conveniência circunstancial”, desde que se cumpra a 
obrigatoriedade, de 4 a 17 anos, e se respeite o dever solidário Família/Estado, o núcleo básico de 
matérias acadêmicas, a supervisão, avaliação e fiscalização pelo Poder Público; bem como as demais 
previsões impostas diretamente pelo texto constitucional, inclusive no tocante às finalidades e 
objetivos do ensino; em especial, evitar a evasão escolar e garantir a socialização do indivíduo, por 
meio de ampla convivência familiar e comunitária (CF, art. 227). 5. Recurso extraordinário 
desprovido, com a fixação da seguinte tese (TEMA 822): “Não existe direito público subjetivo do 
aluno ou de sua família ao ensino domiciliar, inexistente na legislação brasileira”.
(RE 888815, Relator(a): ROBERTO BARROSO, Relator(a) p/ Acórdão: ALEXANDRE DE MORAES, 
Tribunal Pleno, julgado em 12/09/2018, PROCESSO ELETRÔNICO REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO DJe-
Gabriel Valadares de Morais - 02570879150

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