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alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 1 SUMÁRIO DIREITOS FUNDAMENTAIS ................................................................................................................................ 2 TEORIA GERAL DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS ............................................................................................ 2 CONCEITO .................................................................................................................................................. 2 CARACTERÍSTICAS DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS ................................................................................... 2 EFICÁCIA HORIZONTAL E VERTICAL ........................................................................................................... 3 Eficácia vertical .......................................................................................................................................... 4 Eficácia HORIZONTAL ................................................................................................................................. 4 Exercícios ........................................................................................................................................................... 4 Gabarito ......................................................................................................................................................... 6 https://www.alfaconcursos.com.br/ alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 2 DIREITOS FUNDAMENTAIS TEORIA GERAL DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS CONCEITO Os direitos e as garantias fundamentais são institutos jurídicos que foram criados no decorrer do desenvolvimento da humanidade e se constituem de normas protetivas que formam um núcleo mínimo de prerrogativas inerentes à condição humana. Possuem como objetivo principal a proteção do indivíduo diante do poder do Estado. Mas não só do Estado. Os direitos e as garantias fundamentais também constituem normas de proteção do indivíduo em relação aos outros indivíduos da sociedade. O Título II da Constituição Federal, que estabelece o tema: Direitos e Garantias Fundamentais, foi assim dividido (ART. 5° ao 17, CF): Capítulo I – Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Art. 5°. Capítulo II – Dos Direitos Sociais – Art. 6o ao 11. Capítulo III – Da Nacionalidade – Art. 12 e 13. Capítulo IV – Dos Direitos Políticos – Art. 14 ao 16. Capítulo V – Dos Partidos Políticos – Art. 17. CARACTERÍSTICAS DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS Características: H 123I RUA (CONCORRÊNCIA) H – Historicidade – possuem caráter histórico, passando pelas diversas revoluções até os dias de hoje. I – Indisponível (irrenunciável) – não podem ser renunciados. Obs.: podem renunciar temporariamente, desde que não ofenda a dignidade da pessoa humana. I – Imprescritível – Não se perde pela falta de uso. I – Inalienável – não podem ser comercializados. R – Relativo – estão no mesmo nível de hierarquia. U – Universal – destinam-se a TODOS, sem qualquer tipo de discriminação. TODOS = pessoas físicas e jurídicas. Brasileiros e estrangeiros. A – Aplicação imediata - Art. 5º, § 1º, CF - As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata. Concorrência – podem ser exercidos cumulativamente. Os direitos fundamentais dotam das seguintes características: VEDADO O RETROCESSO. a) HISTORICIDADE: possuem caráter histórico, passando por diversas revoluções e movimentos sociais que batalhavam pela sua concretização, chegando aos dias atuais. Como exemplo que pode ilustrar essa característica, temos a conquista do direito de voto pelas mulheres e, mais recentemente, a liberação da marcha da maconha. b) UNIVERSALIDADE: os direitos fundamentais se destinam, sem discriminação, a todos os seres humanos, inclusive às pessoas jurídicas, como empresas, indústrias etc. A título de exemplo, o artigo 5º da Constituição Federal observa o caráter universal dos direitos fundamentais, mencionando, com efeito, que os direitos lá elencados estão garantidos a todos, sejam brasileiros ou estrangeiros. https://www.alfaconcursos.com.br/ alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 3 c) RELATIVIDADE: os direitos fundamentais não são absolutos, havendo, muitas vezes, no caso concreto, confronto, conflito de interesses, que, muitas vezes, deverá ser decidido pelo Poder Público, principalmente, pelo Poder Judiciário, já que sua função típica é solucionar os conflitos. Observe que a própria Constituição Federal, em diversos artigos, faz menção que os direitos fundamentais lá estampados são relativos. Como exemplo, mencionamos o direito à vida, que é excepcionado com a pena de morte, em casos de guerra declarada. Outro exemplo é o direito de propriedade e a possibilidade de o Poder Público desapropriar. d) IRRENUNCIABILIDADE: os direitos fundamentais, por serem inerentes à qualidade da pessoa humana, não podem, em regra, ser renunciados. É dizer: o indivíduo não dispõe do poder de renunciar, de afastar direitos fundamentais que lhe foram outorgados pela Constituição. Entretanto, excepcionalmente, diante de um caso concreto, admite-se a renúncia temporária a direito fundamental. Um bom exemplo de situação em que, diante de um caso concreto, o indivíduo renuncia legitimamente a direito fundamental seu é o que ocorre nos programas de televisão conhecidos como reality shows (caso do BIG BROTHER BRASIL, da Rede Globo), nos quais o indivíduo renuncia temporariamente ao seu direito de inviolabilidade da privacidade/intimidade, no intuito de participar da competição e conquistar os prêmios oferecidos. e) INALIENABILIDADE/INDISPONIBILIDADE: os direitos fundamentais não podem ser dispostos, nem mesmo alienados por um valor econômico. Exemplo: a vedação da venda de órgãos humanos. f) IMPRESCRITIBILIDADE: os direitos fundamentais perduram por todo o tempo, não se submetendo aos efeitos da prescrição temporal. g) ENUMERAÇÃO NÃO EXAUSTIVA: a enumeração constitucional dos direitos fundamentais não é limitativa, exaustiva (numerus clausus). O texto constitucional estabelece um mínimo de direitos, mas permite que outros direitos fundamentais sejam estabelecidos pelo legislador, desde que não contrariem princípios já estabelecidos pela Constituição Federal. É o que nos esclarece o § 2º do Art. 5º da Constituição Federal, nos termos seguintes: Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte. Significa dizer que, além dos direitos fundamentais já previstos na Constituição Federal, outras normas (emendas constitucionais e normas infraconstitucionais, tais como leis, tratados internacionais etc.) poderão estabelecer novos direitos fundamentais, desde que não contrariem o regime e os princípios adotados pela Constituição Federal. Nada impede, por exemplo, que um tratado internacional ou a Constituição de um Estado-membro criem novos direitos fundamentais para os brasileiros, desde que eles não contrariem o regime e os princípios adotados pela Constituição Federal. h) APLICAÇÃO IMEDIATA: determina a Constituição Federal que as normas definidoras dos direitos E garantias fundamentais têm aplicação imediata (CF, Art. 5º, § 1º). Certamente pretendeu o legislador constituinte outorgar a maior eficácia possível aos direitos fundamentais, fazendo questão de deixar expressa determinação nesse sentido (relação entre as normas). EFICÁCIA HORIZONTAL E VERTICAL Conforme estudamos, os direitos fundamentais, na sua origem, tinham por fim estabelecer limites à atuação do Estado absoluto em favor da liberdade do indivíduo. Os direitos fundamentais regulavam, portanto, uma relação entre o Estado e o indivíduo. E as relações entre particulares, são alcançadas pelos direitos fundamentais? Ou será que no meio privado, nas relações privadas, prevalecea autonomia da vontade das partes, não tendo aplicação os direitos fundamentais? Os particulares, na celebração de negócios privados, estão vinculados pelos direitos fundamentais, ou podem livremente afastá-los? No constitucionalismo contemporâneo, o entendimento é de que os direitos fundamentais obrigam também as relações entre particulares. Não podem os particulares, com amparo no princípio da autonomia da vontade (que rege a celebração dos negócios privados), afastar livremente os direitos fundamentais. https://www.alfaconcursos.com.br/ alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 4 Anota aí! EFICÁCIA VERTICAL Relação entre Estado e pessoa (física ou jurídica): EFICÁCIA HORIZONTAL Relação entre Pessoas (física ou\e jurídica) OBS: Caso na relação tenha um hipossuficiente, teremos uma relação diagonal. Referências Bibliográficas BRASIL, Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. ALEXANDRINO, Marcelo; PAULO, Vicente. Direito Constitucional descomplicado. 15 ed. Método, 2016. CANOTILHO, J.J. Gomes e outros. Comentários à Constituição do Brasil. São Paulo: Saraiva, 2014. LENZA, Pedro. Direito Constitucional. 21. ed. São Paulo: Saraiva, 2018. MORAES, Alexandre de. Direito Constitucional. 30. ed. São Paulo: Atlas, 2014. NOVELINO, Marcelo. Curso de Direito Constitucional. 11. ed. 2016. Salvador: JusPodivm. SILVA, José Afonso. Curso de Direito Constitucional Positivo. São Paulo: Malheiros, 2006. EXERCÍCIOS 1. Acerca dos direitos e das garantias fundamentais, julgue o item subsequente. Os direitos constitucionais da pessoa presa incluem o direito à identificação dos responsáveis pela prisão, o direito ao silêncio e o direito à assistência da família e de advogado. Certo ( ) Errado ( ) ESTADO PESSOA PESSOA PESSOA https://www.alfaconcursos.com.br/ alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 5 GABARITO: CERTO Trata-se de uma questão que traz um direito fundamental de primeira geração. Não exige muito do aluno, mas temos que ter cuidado, letra de lei também derruba! Então decora aí! LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado. LXIV - o preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou por seu interrogatório policial. 2. Acerca dos direitos e das garantias fundamentais, julgue o item subsequente. É cabível mandado de segurança para proteger direito líquido e certo contra ilegalidade praticada por diretor de sociedade de economia mista em decisão que homologa o resultado de licitação ou em atos de gestão comercial. Certo ( ) Errado ( ) GABARITO: ERRADO Preste muita atenção: Os atos de gestão carecem da imperatividade comum aos atos administrativos, já que se submetem ao regime de direito privado. Então, não agem em condição de superioridade aos administrados. 3. Acerca dos direitos e das garantias fundamentais, julgue o item subsequente. O direito à liberdade de imprensa abrange a garantia do sigilo da fonte. Certo ( ) Errado ( ) GABARITO: CERTO INFORMATIVO Nº 907 A plena proteção constitucional da exteriorização da opinião não significa a impossibilidade posterior de análise e de responsabilização por eventuais informações mentirosas, injuriosas, difamantes. A Constituição assegura o sigilo da fonte. DESSA FORMA, ninguém poderá compelir um jornalista, por exemplo, a denunciar a sua fonte. Conforme o artigo 5º, XIV, da Constituição Federal, IN VERBIS: Art. 5º (...) XIV - e assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional. 4. A respeito das dimensões dos direitos fundamentais e de seus destinatários, julgue o item a seguir. As dimensões negativa e prestacional dos direitos sociais deixam de ser oponíveis às relações entre particulares à medida que o Estado cumpre seu papel de provedor. Certo ( ) Errado ( ) https://www.alfaconcursos.com.br/ alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 6 Resposta: ERRADO PRESTE MUITA ATENÇÃO: LIBERDADE, IGUALDADE E FRATERNIDADE (SOLIDARIEDADE) Os direitos de 1ª dimensão (NEGATIVOS) - LIBERDADE. Então, nessa dimensão o Estado não age (prestação negativa), ele deixa que cada pessoa faça da sua liberdade o que bem entender (relativo), ele vai se abster. Os direitos de 2ª dimensão (POSITIVOS-SOCIAIS) são prestacionais, de modo que o Estado tem o dever de fazer (obrigação de fazer) e que também se aplicam nas relações entre particulares (eficácia horizontal) No constitucionalismo contemporâneo, o entendimento é de que os direitos fundamentais obrigam também as relações entre particulares. Não podem os particulares, com amparo no princípio da autonomia da vontade (que rege a celebração dos negócios privados), afastar livremente os direitos fundamentais. 5. No que se refere aos direitos fundamentais, julgue o item subsecutivo. Os direitos fundamentais são imprescritíveis, ou seja, não perdem efeito com o decurso do tempo. Certo ( ) Errado ( ) Resposta Certa A IMPRESCRITIBILIDADE é uma das características dos direitos fundamentais (os direitos fundamentais perduram por todo o tempo, não se submetendo aos efeitos da prescrição temporal). GABARITO 1. CERTO 2. ERRADO 3. CERTO 4. ERRADO 5. CERTO https://www.alfaconcursos.com.br/ alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 1 SUMÁRIO DIREITOS FUNDAMENTAIS ................................................................................................................................ 2 TEORIA GERAL DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS ............................................................................................ 2 DIMENSÃO DE DIREITOS: ........................................................................................................................... 2 Exercícios ........................................................................................................................................................... 5 Gabarito ......................................................................................................................................................... 7 https://www.alfaconcursos.com.br/ alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 2 DIREITOS FUNDAMENTAIS TEORIA GERAL DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS DIMENSÃO DE DIREITOS: DIREITOS DE 1ª DIMENSÃO– Foram os primeiros direitos conquistados pela humanidade. São direitos relacionados à liberdade, em todas as suas formas. Nasceram das revoluções liberais ocorridas no final do século XVIII, com a burguesia, que exigia a limitação do Poder do Estado, à época absolutista, e o respeito às liberdades individuais. Possuem um caráter negativo diante do Estado, tendo em vista ser utilizado como uma verdadeira limitação ao poder estatal, ou seja, o Estado, diante dos direitos de primeira dimensão, fica impedido de agir ou interferir na sociedade. São verdadeiros direitos de defesa com caráter individual. Estão entre esses direitos as liberdades públicas, civis e políticas. São os ligados ao valor LIBERDADE. São os direitos CIVIS E POLÍTICOS. NÃO FAZER DO ESTADO. Documentos históricos que marcaram o surgimento desses direitos: • Magna Carta de 1215 – João Sem-Terra; • Paz de Westfália (1648); • Habeas Corpus Act (1679); • Bill of Rights (1688); • Declaração Americana – 1776 (Revolução Americana); • Declaração Francesa – 1789 (Revolução Francesa). DIREITOS DE 2ª DIMENSÃO– Diante das péssimas condições de trabalho decorrentes da Revolução Industrial (século XIX), aliadas à Primeira Grande Guerra Mundial, tivemos o surgimento dos direitos de segunda geração. Por isso, são conhecidos como direitos de igualdade. Agora, para reduzir as diferenças sociais, o Estado precisa interferir na sociedade. E esta interferência refletea conduta positiva adotada por meio de prestações sociais. São direitos de segunda dimensão os DIREITOS SOCIAIS, ECONÔMICOS E CULTURAIS. Ligados ao valor IGUALDADE. Implicam um FAZER DO ESTADO – prestação em favor dos menos favorecidos e dos setores economicamente mais fracos da sociedade. Documentos históricos que marcaram o surgimento desses direitos: • Constituição Mexicana - 1917; • Constituição de Weimar – 1919; • Tratado de Versalhes – 1919 (criação da OIT); • Constituição Brasileira – 1934. DIREITOS DE 3ª DIMENSÃO – Ligados ao valor FRATERNIDADE OU SOLIDARIEDADE. Direitos da sociedade de massa, que atingem a todos. São direitos difusos: indivisibilidade, ausência de individualização. Alguns direitos de 3a geração: • Direito ao meio ambiente; • Direito à defesa do consumidor. • Direito ao desenvolvimento ao progresso; • Direito de comunicação; https://www.alfaconcursos.com.br/ alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 3 • Direito de propriedade sobre o patrimônio comum da humanidade; • Autodeterminação dos povos; • Direito à Paz (Karel Vazak) para alguns doutrinadores, é direito de 5ª Geração – divergência!). DIREITOS DE 4ª DIMENSÃO – De acordo com Paulo Bonavides, são direitos de 4a geração: • Patrimônio genético; biotecnologia (engenharia genética); • Decorrentes da globalização dos direitos fundamentais: inerentes à democracia, à informação, ao pluralismo político (globalização política). DIREITOS DE 5ª DIMENSÃO – Direito à paz, de acordo com Paulo Bonavides. Alguns doutrinadores colocam ainda a evolução cibernética e de tecnologias, no mundo virtual e da internet. Os direitos fundamentais, em razão do caráter histórico que lhes é peculiar, foram conquistados e, consequentemente, evoluídos ao longo do tempo, em virtude dos diversos movimentos sociais e revolucionários. Da sua origem até os dias de hoje, os direitos fundamentais passaram por uma significativa evolução nos diferentes ordenamentos constitucionais. As constituições modernas, a partir do século XX, passaram a reconhecer novos direitos como fundamentais aos indivíduos, em face da evolução da própria ideia de constitucionalismo. Com essa evolução, os direitos fundamentais deixaram de ter como proteção unicamente a liberdade do indivíduo (feição negativa), passando a exigir, também, uma atuação positiva do Estado (feição positiva). Em reconhecimento a essa evolução, a doutrina elaborou uma classificação para os direitos fundamentais, a partir do critério cronológico, isto é, levando-se em conta o momento em que tais direitos foram reconhecidos como fundamentais. Num primeiro momento, certos direitos foram reconhecidos como fundamentais, recebendo, por isso, a denominação de direitos fundamentais de primeira dimensão (ou primeira geração); num segundo momento, novos direitos foram reconhecidos como fundamentais, fazendo surgir, então, os direitos fundamentais de segunda dimensão (ou segunda geração) - e assim sucessivamente. Assim, os direitos fundamentais podem ser classificados em quatro dimensões, isto é, direitos fundamentais de primeira, segunda, terceira e quarta dimensões. Então, vejamos as gerações/dimensões dos direitos fundamentais: A) DIREITOS FUNDAMENTAIS DE PRIMEIRA GERAÇÃO: Os direitos fundamentais de primeira dimensão foram os primeiros reconhecidos pelos ordenamentos constitucionais e marcaram a passagem de um Estado autoritário para um Estado de Direito e, nesse contexto, o respeito às liberdades individuais, em uma verdadeira perspectiva de abstenção estatal. O reconhecimento desses direitos surgiu, com maior evidência, a partir das primeiras constituições escritas. Os mencionados direitos dizem respeito às liberdades públicas, aos direitos políticos, traduzindo um valor de LIBERDADE. Em síntese, possuem as seguintes características: a) surgiram nos finais do século XVIII e dominaram todo o século XIX; b) surgiram no Estado Liberal, em oposição ao Estado Absoluto; c) estão ligados ao ideal de liberdade; d) são direitos negativos, que exigem uma abstenção do Estado em favor da esfera de liberdade do indivíduo; e) correspondem aos direitos civis e políticos (direito de locomoção, direito de manifestação, direito de propriedade etc.). B) DIREITOS FUNDAMENTAIS DE SEGUNDA GERAÇÃO: Num segundo momento, os ordenamentos constitucionais começaram a expressar a preocupação com os desamparados, com a necessidade de se assegurar o mínimo de igualdade entre os homens, fazendo nascer a segunda dimensão de direitos fundamentais, que têm as seguintes características: a) surgiram no início do século XX (note-se que durante todo o século XIX tivemos, apenas, os direitos https://www.alfaconcursos.com.br/ alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 4 fundamentais de primeira dimensão); b) surgiram no Estado social, em oposição ao Estado liberal; c) estão ligados ao ideal de igualdade; d) são direitos positivos, que passaram a exigir uma atuação positiva do Estado, no sentido de assegurar o mínimo de igualdade entre os homens (importantíssimo este aspecto: os direitos fundamentais passaram a ter uma feição positiva a partir da segunda dimensão); e) correspondem aos direitos sociais, culturais e econômicos (direito a condições mínimas de trabalho, à previdência e assistência social, à habitação, ao lazer, a um salário que assegure o mínimo de dignidade ao homem, à sindicalização e à greve dos trabalhadores etc.). Mas atenção: os direitos fundamentais de segunda dimensão são, de fato, direitos tipicamente de caráter positivo, isto é, exigem uma atuação positiva do Estado, em favor dos desamparados. Entretanto, não se pode afirmar que todos os direitos de segunda dimensão são de índole positiva, pois temos alguns direitos sociais que são de natureza negativa, como o direito de sindicalização e de greve dos trabalhadores (CF, artigos 8º e 9º, respectivamente). Como se observa, os direitos conquistados com a 2ª geração correspondem aos direitos de IGUALDADE. C) DIREITOS FUNDAMENTAIS DE 3ª GERAÇÃO: Num terceiro momento, foi despertada a preocupação com os bens jurídicos da coletividade, com os denominados “interesses difusos” (pertencentes a um grupo indeterminado de pessoas), nascendo, então, os direitos fundamentais de terceira dimensão, que têm as seguintes características: a) surgiram no século XX; b) estão ligados ao ideal de fraternidade, de solidariedade que deve nortear o convívio dos diferentes povos em defesa dos bens da coletividade (aspecto importantíssimo este: na terceira dimensão, a preocupação deixa de ser com os bens jurídicos da pessoa humana individualmente considerada, e passa a ser com os bens coletivos, com os interesses difusos); são direitos positivos, a exigir do Estado e dos diferentes povos uma firme atuação no tocante à preservação dos bens de interesse coletivo; d) correspondem ao direito de preservação do meio ambiente, da paz e do progresso da humanidade, do patrimônio histórico e cultural etc. Como se observa, os direitos conquistas com a 3ª geração correspondem aos valores decorrentes à FRATERNIDADE. Obs.: alguns renomados Juristas sustentam a existência da 4ª e 5ª dimensão dos direitos fundamentais. Dentre eles, destacamos Paulo Bonavides e Ingo Sarlet. Segundo a orientação desses autores, na 4ª dimensão dos direitos fundamentais, destaca-se a proteção da evolução científica, principalmente na proteção da engenharia genética, por colocar em risco a própria existência humana, por meio da manipulação do patrimônio genético. Já na 5ª dimensão, destaca-se o direito à paz. A doutrina atual prefere utilizar a expressão “dimensões dos direitos fundamentais”, no sentido de que uma “nova dimensão” não abandonaria as conquistas da “dimensão” anterior. Sobre esse aspecto, um ótimo exemplo é o direito de propriedade, senão vejamos: EXEMPLO: (a) o direito de propriedade é típico direito fundamental de primeira dimensão, reconhecido como tal no Estado liberal, de índoleeminentemente individualista, privatística; logo, no seu surgimento o direito de propriedade tinha uma feição estritamente privada, sem nenhuma consideração ou preocupação de ordem social; (b) com o surgimento dos direitos fundamentais de segunda dimensão, no Estado social, o direito de propriedade perdeu a sua feição estritamente privada e ganhou contornos sociais, vale dizer, a propriedade passou a ser considerada legítima apenas quando cumprida a sua função social (a nossa Constituição Federal de 1988 é exemplo disso, visto que estabelece que a propriedade deverá atender a sua função social e, no caso do não atendimento dessa função social, autoriza a desapropriação – Art. 5º, incisos XXIII e XXIV); (c) com o surgimento dos direitos fundamentais de terceira dimensão, a propriedade, além de cumprir com sua função social, deverá levar em conta a preservação do meio ambiente, vale dizer, o titular da propriedade terá que respeitar as leis de proteção ambiental. Anote-se que a cada nova geração o direito de propriedade foi passando por uma mudança qualitativa, alterando o alcance do seu conteúdo. https://www.alfaconcursos.com.br/ alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 5 Referências Bibliográficas BRASIL, Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. ALEXANDRINO, Marcelo; PAULO, Vicente. Direito Constitucional descomplicado – 15 ed. Método, 2016. CANOTILHO, J.J. Gomes e outros. Comentários à Constituição do Brasil. São Paulo: Saraiva, 2014. LENZA, Pedro. Direito Constitucional. 21. ed. São Paulo: Saraiva, 2018. MORAES, Alexandre de. Direito Constitucional. 30. ed. São Paulo: Atlas, 2014. NOVELINO, Marcelo. Curso de Direito Constitucional. 11. ed. 2016. Salvador: JusPodivm. SILVA, José Afonso. Curso de Direito Constitucional Positivo. São Paulo: Malheiros, 2006. EXERCÍCIOS 1. A respeito dos direitos e das garantias fundamentais, julgue o item. Os direitos sociais, como dimensão dos direitos fundamentais do homem, são prestações positivas proporcionadas pelo Estado, direta ou indiretamente, enunciadas em normas constitucionais, que possibilitam melhores condições de vida aos mais fracos, direitos que tendem a realizar a igualização de situações sociais desiguais. Certo ( ) Errado ( ) RESPOSTA – CERTA Os direitos fundamentais de segunda dimensão são, de fato, direitos tipicamente de caráter positivo, isto é, exigem uma atuação positiva do Estado, em favor dos desamparados. Entretanto, não se pode afirmar que todos os direitos de segunda dimensão são de índole positiva, pois temos alguns direitos sociais que são de natureza negativa, como o direito de sindicalização e de greve dos trabalhadores (CF, artigos 8º e 9º, respectivamente). Como se observa, os direitos conquistados com a 2ª geração correspondem aos direitos de IGUALDADE. 2. Julgue o item seguinte a respeito dos direitos e das garantias individuais na Constituição Federal de 1988 (CF). Os direitos fundamentais de terceira geração guardam relação com os chamados direitos difusos, de que são exemplo um meio ambiente saudável e a paz. Certo ( ) Errado ( ) RESPOSTA - CERTA Na terceira dimensão, a preocupação deixa de ser com os bens jurídicos da pessoa humana individualmente considerada, e passa a ser com os bens coletivos, com os interesses difusos. São direitos positivos, a exigir do Estado e dos diferentes povos uma firme atuação no tocante à preservação dos bens de interesse coletivo. Correspondem ao direito de preservação do meio ambiente, da paz e do progresso da humanidade, do patrimônio histórico e cultural etc. Como se observa, os direitos conquistados com a 3ª geração correspondem aos valores decorrentes da FRATERNIDADE. https://www.alfaconcursos.com.br/ alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 6 3. Com relação aos direitos humanos previstos na Constituição Federal de 1988 (CF), julgue o item que se segue. Na CF, a classificação dos direitos e garantias fundamentais restringe-se a três categorias: os direitos individuais e coletivos, os direitos de nacionalidade e os direitos políticos. Certo ( ) Errado ( ) RESPOSTA ERRADA Os direitos e as garantias fundamentais são institutos jurídicos que foram criados no decorrer do desenvolvimento da humanidade e se constituem de normas protetivas que formam um núcleo mínimo de prerrogativas inerentes à condição humana. Possuem como objetivo principal a proteção do indivíduo diante do poder do Estado. Mas não só do Estado. Os direitos e as garantias fundamentais também constituem normas de proteção do indivíduo em relação aos outros indivíduos da sociedade. O Título II da Constituição Federal, que estabelece o tema: Direitos e Garantias Fundamentais, foi assim dividido (ART. 5° a 17, CF): Capítulo I – Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Art. 5°. Capítulo II – Dos Direitos Sociais – Art. 6o a 11. Capítulo III – Da Nacionalidade – Art. 12 e 13. Capítulo IV – Dos Direitos Políticos – Art. 14 a 16. Capítulo V – Dos Partidos Políticos – Art. 17. ROL MERAMENTE EXEMPLIFICATIVO 4. Julgue o item seguinte, com relação aos direitos sociais e políticos. As ações afirmativas do Estado na área da educação visam garantir o direito social do cidadão, direito fundamental de segunda geração, e assegurar a isonomia material. Certo ( ) Errado ( ) RESPOSTA- CERTA São direitos positivos, que passaram a exigir uma atuação positiva do Estado, no sentido de assegurar o mínimo de (ISONOMIA MATERIAL) entre os homens (importantíssimo este aspecto: os direitos fundamentais passaram a ter uma feição positiva a partir da segunda dimensão). Correspondem aos direitos sociais, culturais e econômicos (direito a condições mínimas de trabalho, à previdência e assistência social, à habitação, ao lazer, a um salário que assegure o mínimo de dignidade, à sindicalização e à greve dos trabalhadores etc.). 5. Julgue o item a seguir, relativo aos direitos e às garantias fundamentais. Os direitos de primeira dimensão, ou direitos de liberdades, têm por titular o indivíduo, são oponíveis ao Estado, traduzem-se como faculdades ou atributos da pessoa, ostentando a subjetividade como traço característico, e são considerados direitos de resistência ou de oposição perante o Estado. Certo ( ) Errado ( ) RESPOSTA - CERTA Os direitos de primeira dimensão estão ligados ao ideal de liberdade. São direitos negativos, que exigem uma abstenção do Estado em favor da esfera de liberdade do indivíduo e correspondem aos direitos civis e políticos (direito de locomoção, direito de manifestação, direito de propriedade etc.). https://www.alfaconcursos.com.br/ alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 7 GABARITO 1. CERTA 2. CERTA 3. ERRADA 4. CERTA 5. CERTA https://www.alfaconcursos.com.br/ alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 1 SUMÁRIO TEORIA GERAL DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS ................................................................................................ 2 APLICABILIDADE DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS - EFICÁCIA DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS ................. 2 EFICÁCIA VERTICAL/HORIZONTAL e DIAGONAL DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS ......................................... 3 Eficácia vertical .......................................................................................................................................... 4 Eficácia HORIZONTAL ................................................................................................................................. 4 DIMENSÃO OBJETIVA E SUBJETIVA DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS ............................................................ 4 Exercícios ........................................................................................................................................................... 5 Gabarito .........................................................................................................................................................6 https://www.alfaconcursos.com.br/ alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 2 TEORIA GERAL DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS APLICABILIDADE DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS - EFICÁCIA DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS Antes de analisarmos a eficácia dos direitos fundamentais, temos que analisar a eficácia e a aplicabilidade das normas constitucionais como um todo. Falar em aplicabilidade das normas constitucionais é falar na eficácia delas; para que uma norma constitucional seja aplicada, é indispensável que ela possua eficácia, ou seja, que ela tenha a capacidade de produzir efeitos. Podemos afirmar que todas as normas constitucionais possuem eficácia jurídica, ou aplicabilidade jurídica, de forma imediata, direta e vinculante. A eficácia jurídica também opera um efeito negativo que é a capacidade que todas as normas constitucionais possuem de revogar as normas do sistema jurídico que com ela colidam, que forem contrárias, além de impedir o ingresso no ordenamento de normas incompatíveis com seus preceitos, ou seja, se uma lei ou ato forem contrários a uma norma constitucional, eles serão inconstitucionais, não podendo ser aplicados. Servem desse modo como parâmetro de controle de constitucionalidade. Por outro lado, quando uma norma constitucional é capaz por si só de produzir efeitos concretos, reais, fáticos, nós dizemos que essa norma tem eficácia social, ou seja, produz efeitos positivos na realidade social. Todas as normas constitucionais possuem eficácia jurídica, mas nem todas têm eficácia social. Logo, é possível afirmar que todas as normas constitucionais possuem algum tipo de eficácia. O problema surge quando uma delas não pode ser aplicada na prática, pois depende de outras normas, ou seja, não possui eficácia social. Para explicar esse fenômeno, foram desenvolvidas várias classificações acerca do grau de eficácia de uma norma constitucional. A classificação mais adotada pela doutrina e mais cobrada em prova é a defendida pelo professor José Afonso da Silva, que classifica as normas constitucionais quanto à sua eficácia social em: Normas de Eficácia Plena; Normas de Eficácia Contida; Normas de Eficácia Limitada. 1 - Norma Constitucional de Eficácia Plena: É a norma constitucional de efeito imediato e ilimitado, independentemente de qualquer norma infraconstitucional regulamentadora posterior ou de qualquer outro ato do poder público. Trata-se de uma norma constitucional autoaplicável. São exemplos o Art. 1º e parágrafo único; Art. 4º, incisos; Art. 5º, inciso I. 2 - Norma Constitucional de Eficácia Contida, Restringível ou Redutível: É autoaplicável imediata e diretamente da forma como está no texto constitucional, pois contém todos os elementos necessários a sua formação. Permite, entretanto, restrição por lei infraconstitucional, emenda constitucional ou outro ato do poder público. É exemplo o Art. 5º, incisos VIII, XI, XII, XIII, XIV, XVI, XXIV, LX, LXI, LXVII. 3 - Norma Constitucional de Eficácia Limitada: É aquela não regulada de modo completo na Constituição, por isso depende de norma regulamentadora elaborada pelo Poder Legislativo, Poder Executivo ou Poder Judiciário, ou de qualquer outro ato do poder público. Não é correto dizer que tais normas não têm eficácia, apenas a eficácia é mínima, já que seu alcance total depende de ato legislativo ou administrativo posterior. São eficazes, pelo menos, em criar para o legislador o dever de legislar ou ao administrador o dever de agir. São exemplos os arts. 4º, parágrafo único; 7º, incisos IV e V. https://www.alfaconcursos.com.br/ alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 3 A aplicabilidade da norma constitucional de eficácia jurídica plena é imediata. No caso da norma limitada, a aplicabilidade total é mediata. O constituinte, prevendo que o legislador poderia não criar lei para regulamentar a norma constitucional de eficácia limitada, criou mecanismos de defesa dessa norma: A) mandado de injunção; B) ação direta de inconstitucionalidade por omissão. Conforme já foi dito, somente após a edição da lei, a norma constitucional produzirá todos os efeitos que se esperam dela. Assim, a norma de eficácia limitada, antes da edição da lei integradora, não produz todos os efeitos, mas já produz efeitos importantes. Além de revogar as normas incompatíveis (efeito negativo, paralisante das normas contrárias antes vigentes), produz também o efeito impeditivo, ou seja, impede a edição de leis posteriores contrárias às diretrizes por ela estabelecidas. A norma constitucional de eficácia limitada divide-se em: NORMA CONSTITUCIONAL DE EFICÁCIA JURÍDICA LIMITADA DE PRINCÍPIO PROGRAMÁTICO: todas as normas programáticas são de eficácia limitada. São normas de organização que estabelecem um programa constitucional definido pelo legislador. Essas normas são comuns em Constituições dirigentes. Exemplos: artigo 196 e artigo 215 da Constituição Federal. NORMA CONSTITUCIONAL DE EFICÁCIA JURÍDICA LIMITADA DE PRINCÍPIO INSTITUTIVO: aquelas pelas quais o legislador constituinte traça esquemas gerais de estruturação e atribuições de órgãos, entidades ou institutos, para que o legislador ordinário os estruture em definitivo, mediante lei. Exemplo: artigo 98 da Constituição Federal. Por fim, as normas constitucionais podem ser de eficácia exaurida (esvaída) e aplicabilidade esgotada, conforme leciona Uadi Lammêgo Bulos, classificação que abrange, sobretudo, as normas do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias que já efetivaram seus mandamentos. CLASSIFICAÇÃO DE MARIA HELENA DINIZ: Normas com eficácia absoluta: são as cláusulas pétreas. Normas com eficácia plena: o mesmo sentido da classificação de JAS. Normas com eficácia relativa restringível: o mesmo sentido das normas de eficácia contida. Normas com eficácia relativa complementável ou dependentes de complementação: são equivalentes às normas de eficácia limitada (José Afonso da Silva). Normas de eficácia exaurida ou aplicabilidade esgotada: quando os efeitos da norma já se esgotaram, por exemplo, alguns dispositivos do ADCT. EFICÁCIA VERTICAL/HORIZONTAL E DIAGONAL DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS Quanto à eficácia, ainda podemos falar em EFICÁCIA VERTICAL E HORIZONTAL dos direitos fundamentais. Os direitos fundamentais surgiram inicialmente para proteger o cidadão do arbítrio do Estado, de modo que os direitos fundamentais produziam efeitos apenas para o indivíduo em face do Estado. Essa relação de aplicação dos direitos fundamentais entre o Estado e os indivíduos ficou conhecida como eficácia ou amplitude vertical dos direitos fundamentais. Contudo, atualmente, os direitos fundamentais podem ser igualmente exercidos nas relações entre particulares, sejam pessoas físicas ou jurídicas de direito privado. Essa relação de aplicação dos direitos fundamentais entre particulares ficou conhecida como eficácia ou amplitude horizontal ou efeito externo dos direitos fundamentais. https://www.alfaconcursos.com.br/ alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 4 Temos ainda a eficácia diagonal que trata da aplicação dos direitos fundamentais entre os particulares nas hipóteses em que se configuram desigualdades fáticas (ex.: relações de trabalho). EFICÁCIA VERTICAL Relação entre Estado e pessoa (física ou jurídica) EFICÁCIA HORIZONTAL Relação entre Pessoas (física ou\e jurídica) OBS: Caso na relação tenha um hipossuficiente, teremos uma relação diagonal. DIMENSÃO OBJETIVA E SUBJETIVA DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS Os direitos fundamentais podem ser vislumbrados a partir de duas dimensões, perspectivas: uma subjetiva e uma objetiva. Sob a perspectiva subjetiva, os direitos fundamentais, sejam eles negativos ou positivos, são vistos como direitos exigíveis pelo indivíduo em face do Estado, do Poder Público. Na perspectiva objetiva, os direitos fundamentais são compreendidos como diretrizes para a atuação dos Poderes Executivo,Legislativo e Judiciário, orientando suas atividades principais e, ainda, para as relações entre particulares. Essa dimensão é também denominada de eficácia irradiante dos direitos fundamentais. Referências Bibliográficas BRASIL, Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. ALEXANDRINO, Marcelo; PAULO, Vicente. Direito Constitucional descomplicado. 15. ed. Método, 2016. CANOTILHO, J.J. Gomes e outros. Comentários à Constituição do Brasil. São Paulo: Saraiva, 2014. LENZA, Pedro. Direito Constitucional. 21. ed. São Paulo: Saraiva, 2018. MORAES, Alexandre de. Direito Constitucional. 30. ed. São Paulo: Atlas, 2014. NOVELINO, Marcelo. Curso de Direito Constitucional. 11. ed. 2016. Salvador: JusPodivm. SILVA, José Afonso. Curso de Direito Constitucional Positivo. São Paulo: Malheiros, 2006. ESTADO PESSOA PESSOA PESSOA https://www.alfaconcursos.com.br/ alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 5 EXERCÍCIOS 1. As normas constitucionais de eficácia contida possuem aplicabilidade imediata e plena, e não são suscetíveis de restrição por lei infraconstitucional. Certo ( ) Errado ( ) RESPOSTA ERRADA Norma Constitucional de Eficácia Contida, Restringível ou Redutível: É autoaplicável imediata e diretamente da forma como está no texto constitucional, pois contém todos os elementos necessários a sua formação. Permite, entretanto, restrição por lei infraconstitucional, emenda constitucional ou outro ato do poder público. 2. No que se refere à Constituição Federal de 1988 (CF), julgue o próximo item. As normas constitucionais de eficácia limitada têm a eficácia imediata de revogar as regras preexistentes que lhes sejam contrárias. Certo ( ) Errado ( ) RESPOSTA - CERTA Na norma de eficácia limitada, a aplicabilidade total é mediata. Somente após a edição da lei, a norma constitucional produzirá todos os efeitos que se esperam dela. Assim, a norma de eficácia limitada, antes da edição da lei integradora, não produz todos os efeitos, mas já produz efeitos importantes. Além de revogar as normas incompatíveis (efeito negativo, paralisante das normas contrárias antes vigentes), produz também o efeito impeditivo, ou seja, impede a edição de leis posteriores contrárias às diretrizes por ela estabelecidas. 3. Quanto às normas programáticas, julgue o item que se segue. É característica da norma programática não regular diretamente direitos ou garantias, mas, sim, enunciar preceitos a serem perseguidos pelo Poder Público em prol de fins socialmente desejáveis. Certo ( ) Errado ( ) RESPOSTA - CERTA Todas as normas programáticas são de eficácia limitada. São normas de organização que estabelecem um programa constitucional definido pelo legislador. Essas normas são comuns em Constituições dirigentes. Exemplos: artigo 196 e artigo 215 da Constituição Federal. 4. Quanto às normas programáticas, julgue o item que se segue. As normas programáticas, embora abertas e dotadas de alto grau de abstração, ostentam eficácia plena, já desencadeando plenos efeitos antes e independentemente de regulamentação. Certo ( ) Errado ( ) https://www.alfaconcursos.com.br/ alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 6 RESPOSTA - ERRADA Todas as normas programáticas são de eficácia limitada. São normas de organização que estabelecem um programa constitucional definido pelo legislador. Essas normas são comuns em Constituições dirigentes. Exemplos: artigo 196 e artigo 215 da Constituição Federal. 5. A respeito dos direitos fundamentais e do controle de constitucionalidade, julgue o item que se segue. Em relação aos estrangeiros, a norma constitucional que garante o acesso a cargos, empregos e funções públicas é de eficácia contida. Certo ( ) Errado ( ) RESPOSTA - ERRADA Norma Constitucional de Eficácia Limitada: É aquela não regulada de modo completo na Constituição, por isso depende de norma regulamentadora elaborada pelo Poder Legislativo, Poder Executivo ou Poder Judiciário, ou de qualquer outro ato do poder público. Conforme o Art. 37, os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei (limitada). Como se pode observar, essa norma depende de regulamentação para poder ser exercida. Obs.: a norma de eficácia contida poderá ser restringida (restringe, reduz o exercício), enquanto a limitada permite o exercício (uso) do direito. GABARITO 1. Errado 2. Certo 3. Certo 4. Errado 5. Errado https://www.alfaconcursos.com.br/ alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 1 SUMÁRIO CONSTITUIÇÃO: DIREITOS FUNDAMENTAIS ...................................................................................................... 2 TEORIA GERAL DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS ............................................................................................ 2 TITULARES E DESTINATÁRIOS DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS: ......................................... 2 CLÁUSULAS PÉTREAS E OS DIREITOS FUNDAMENTAIS ............................................................................. 2 DIREITOS X GARANTIAS ............................................................................................................................. 3 TRIBUNAL PENAL INTERNACIONAL – TPI ................................................................................................... 3 FORÇA NORMATIVA DOS TRATADOS INTERNACIONAIS DE DIREITOS HUMANOS .................................... 3 EXERCÍCIOS ........................................................................................................................................................ 5 GABARITO ...................................................................................................................................................... 7 alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 2 CONSTITUIÇÃO: DIREITOS FUNDAMENTAIS TEORIA GERAL DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS TITULARES E DESTINATÁRIOS DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS: Os direitos fundamentais surgiram tendo como titulares os seres humanos, tanto é que a CF no caput do Art. 5o estabelece como titulares e destinatários dos direitos fundamentais os brasileiros e estrangeiros residentes no país. Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: (…) Contudo, de acordo com a orientação do STF, esses direitos também devem ser estendidos aos estrangeiros de passagem, aos turistas que estão no Brasil. As Constituições mais modernas, como a brasileira, também consagram direitos fundamentais às pessoas jurídicas, tanto de direito privado quanto de direito público, ou seja, o Estado – entes estatais, também são titulares e destinatários de direitos fundamentais. Evidentemente que só poderão exercer aqueles direitos que são compatíveis com a personalidade jurídica desses entes. Assim, podemos dizer que os titulares e destinatários dos direitos fundamentais são: Ø brasileiros natos ou naturalizados (Art. 5o, caput); Ø estrangeiros residentes no país (Art. 5°, caput); Ø estrangeiros em trânsito no país (STF); Ø pessoas jurídicas, privadas ou públicas, quando o direito for compatível com a sua personalidade. Ø apátridas. CLÁUSULAS PÉTREAS E OS DIREITOS FUNDAMENTAIS O artigo 60, § 4o, da Constituição Federal traz o rol das chamadas cláusulas pétreas. § 4º - Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir: I - a forma federativa de Estado; II - voto direto, secreto, universal e periódico; III - a separação dos Poderes; IV - OS DIREITOS E GARANTIAS INDIVIDUAIS. (GRIFONOSSO) As cláusulas pétreas são núcleos temáticos formados por institutos jurídicos de grande importância, os quais não podem ser retirados da Constituição. Cumpre frisar que o texto proíbe a abolição destes direitos e garantias, ou seja, a sua descaracterização, a violação de seu núcleo essencial, contudo não impede que eles sejam modificados, relativizados, para melhor. É importante notar que o texto constitucional prevê, no inciso IV, como sendo cláusulas pétreas apenas os direitos e as garantias individuais. Dessa forma, pela literalidade da Constituição, não são todos os direitos fundamentais que são protegidos por este instituto, mas apenas os de caráter individual. alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 3 Contudo, para o STF e para as principais bancas, especialmente a CESPE, todos os direitos fundamentais são considerados CLÁUSULAS PÉTREAS. DIREITOS X GARANTIAS Outro tema relevante para a sua prova é a diferença entre direitos e garantias. Podemos dizer que DIREITOS são bens, vantagens prescritas na norma constitucional, são normas de conteúdo declaratório (por exemplo: direito à honra, à liberdade de locomoção). As GARANTIAS, por sua vez, são os instrumentos mediante os quais se assegura o exercício dos direitos fundamentais. São normas de conteúdo assecuratório, preservando o direito declarado (por exemplo: indenização por dano à honra, Habeas Corpus para garantir a liberdade de locomoção). Podemos dizer que os remédios constitucionais são espécies de garantias, isso porque as garantias não se limitam aos remédios constitucionais. A CF estabelece formas de garantia diferentes dos remédios constitucionais. Vejamos dois exemplos: Ex. 1: é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos — Art. 5.º, VI (direito) —, garantindo-se na forma da lei a proteção aos locais de culto e suas liturgias (garantia); Ex. 2: direito ao juízo natural (direito) — o Art. 5.º, XXXVII, veda a instituição de juízo ou tribunal de exceção (garantia). ATENÇÃO: as garantias também são direitos, porém nem todo direito é uma garantia! TRIBUNAL PENAL INTERNACIONAL – TPI O § 4º do artigo 5º da Constituição dispõe a respeito do Tribunal Penal Internacional – TPI, vejamos: § 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Internacional a cuja criação tenha manifestado adesão. O TPI é um tribunal permanente, localizado em Haia, nos países baixos (Holanda), integra o sistema de proteção da ONU – Organização das Nações Unidas, com competência criminal apenas para julgamento de indivíduos, e não de Estados em crimes mais graves, como: genocídios, crimes de guerra, crimes contra a humanidade. Apesar de ser um tribunal com atribuições jurisdicionais, o TPI não integra o Poder Judiciário brasileiro. Sua competência é excepcional e complementar à jurisdição nacional, e somente será exercida no caso de manifesta incapacidade ou falta de disposição do sistema judiciário nacional. Dessa forma, a submissão brasileira ao TPI não ofende a soberania do Estado brasileiro, pois só atuará na ineficácia ou omissão do Judiciário brasileiro. FORÇA NORMATIVA DOS TRATADOS INTERNACIONAIS DE DIREITOS HUMANOS Uma regra muito importante para sua prova é a que está prevista no parágrafo 3º do artigo 5º: § 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 4 Este dispositivo constitucional apresenta a chamada Força Normativa dos Tratados Internacionais de Direitos Humanos. Segundo o texto constitucional, é possível que um tratado internacional de Direitos Humanos possua força normativa de emenda constitucional, desde que preencha os seguintes requisitos: Ø Deve tratar de Direitos Humanos. Ø Deve ser aprovado nas duas Casas Legislativas do Congresso Nacional, ou seja, na Câmara dos Deputados e no Senado Federal. Ø Deve ser aprovado em dois turnos de votação em cada Casa. Ø Deve ser aprovado pelo quórum de 3/5 dos membros em cada turno de votação, em cada Casa. (no mínimo) Preenchidos esses requisitos, o Tratado Internacional terá força normativa de Emenda à Constituição. Mas surge a seguinte questão: e se o Tratado Internacional for de Direitos Humanos e não preencher os requisitos constitucionais previstos no § 3º do artigo 5º da Constituição? Qual será sua força normativa? De acordo com o STF, caso o Tratado Internacional fale de direitos humanos, e for aprovado no Congresso Nacional, mas não preencha os requisitos do § 3º do Art. 5º da CF, ele terá força normativa de NORMA SUPRALEGAL, é dizer, é uma norma acima da lei (supra), mas que ainda está abaixo da Constituição Federal. Dessa forma, frisa-se que os tratados internacionais de direitos humanos podem ter dois status: ou de norma constitucional (emenda) ou de norma supralegal. Apenas para complementar: aqueles tratados que não falem de direitos humanos, se aprovados pelo Poder Legislativo, terão força normativa de Lei Ordinária. TRATADOS INTERNACIONAIS DE DIREITOS HUMANOS EMENDA À CONSTITUIÇÃO NORMA SUPRALEGAL alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 5 EXERCÍCIOS 1. Os direitos e as garantias fundamentais constitucionais estendem-se aos estrangeiros em trânsito no território nacional, mas não às pessoas jurídicas, por falta de previsão constitucional expressa. Certo ( ) Errado ( ) Resposta – Errado Os direitos fundamentais surgiram tendo como titulares os seres humanos, tanto é que a CF no caput do Art. 5o estabelece como titulares e destinatários dos direitos fundamentais os brasileiros e estrangeiros residentes no país. Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: (…) Contudo, de acordo com a orientação do STF, esses direitos também devem ser estendidos aos estrangeiros de passagem, aos turistas que estão no Brasil. As Constituições mais modernas, como a brasileira, também consagram direitos fundamentais às pessoas jurídicas, tanto de direito privado quanto de direito público, ou seja, o Estado – entes estatais, também são titulares e destinatários de direitos fundamentais. Evidentemente que só poderão exercer aqueles direitos que são compatíveis com a personalidade jurídica desses entes. 2. O gozo da titularidade de direitos fundamentais pelos brasileiros depende da efetiva residência em território nacional. Certo ( ) Errado ( ) Resposta – Errado Os direitos fundamentais surgiram tendo como titulares os seres humanos, tanto é que a CF no caput do Art. 5o estabelece como titulares e destinatários dos direitos fundamentais os brasileiros e estrangeiros residentes no país. Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: (…) Contudo, de acordo com a orientação do STF, esses direitos também devem ser estendidos aos estrangeiros de passagem, aos turistas que estão no Brasil. Importante!! Os direitos fundamentais têm como característica a UNIVERSALIDADE (para todos) alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 6 3. A Constituição Federal de 1988 é conhecidacomo a “Constituição Cidadã” em função de seu vasto rol de direitos e garantias fundamentais. Nesse sentido, os direitos fundamentais diferenciam-se das garantias fundamentais na medida em que os direitos se declaram, enquanto as garantias têm um conteúdo assecuratório daqueles. Certo ( ) Errado ( ) Resposta Certo Anota aí!! Nunca esqueça dessa diferença. Os DIREITOS são bens, vantagens prescritas na norma constitucional, são normas de conteúdo declaratório (por exemplo: direito à honra, à liberdade de locomoção). As GARANTIAS, por sua vez, são os instrumentos mediante os quais se assegura o exercício dos direitos fundamentais. São normas de conteúdo assecuratório, preservando o direito declarado (por exemplo: indenização por dano à honra, Habeas Corpus para garantir a liberdade de locomoção). 4. Os tratados e as convenções internacionais sobre quaisquer temas que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por dois quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais. Certo ( ) Errado ( ) Resposta Errado Segundo o texto constitucional, é possível que um tratado internacional de Direitos Humanos possua força normativa de emenda constitucional, desde que preencha os seguintes requisitos: Deve tratar de Direitos Humanos. Deve ser aprovado nas duas Casas Legislativas do Congresso Nacional, ou seja, na Câmara dos Deputados e no Senado Federal. Deve ser aprovado em dois turnos de votação em cada Casa. Deve ser aprovado pelo quórum de 3/5 dos membros em cada turno de votação, em cada Casa. (no mínimo) Preenchidos esses requisitos, o Tratado Internacional terá força normativa de Emenda à Constituição. Mas surge a seguinte questão: e se o Tratado Internacional for de Direitos Humanos e não preencher os requisitos constitucionais previstos no § 3º do artigo 5º da Constituição? Qual será sua força normativa? De acordo com o STF, caso o Tratado Internacional fale de direitos humanos, e for aprovado no Congresso Nacional, mas não preencha os requisitos do § 3º do Art. 5º da CF, ele terá força normativa de NORMA SUPRALEGAL, é dizer, é uma norma acima da lei (supra), mas que ainda está abaixo da Constituição Federal. Dessa forma, frisa-se que os tratados internacionais de direitos humanos podem ter dois status: ou de norma constitucional (emenda) ou de norma supralegal. E ainda tem aqueles tratados que não falam de direitos humanos, que quando aprovados pelo Poder Legislativo, terão força normativa de Lei Ordinária alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 7 5. O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Internacional a cuja criação tenha manifestado adesão. Certo ( ) Errado ( ) Resposta Certo O § 4º do artigo 5º da Constituição dispõe a respeito do Tribunal Penal Internacional – TPI, vejamos: § 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Internacional a cuja criação tenha manifestado adesão. O TPI é um tribunal permanente, localizado em Haia, nos países baixos (Holanda), integra o sistema de proteção da ONU – Organização das Nações Unidas, com competência criminal apenas para julgamento de indivíduos, e não de Estados em crimes mais graves, como: genocídios, crimes de guerra, crimes contra a humanidade. Apesar de ser um tribunal com atribuições jurisdicionais, o TPI não integra o Poder Judiciário brasileiro. Sua competência é excepcional e complementar à jurisdição nacional, e somente será exercida no caso de manifesta incapacidade ou falta de disposição do sistema judiciário nacional. Dessa forma, a submissão brasileira ao TPI não ofende a soberania do Estado brasileiro, pois só atuará na ineficácia ou omissão do Judiciário brasileiro. GABARITO 1. Errado 2. Errado 3. Certo 4. Errado 5. Certo alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 1 SUMÁRIO DIREITOS E GARANTIAS INDIVIDUAIS E COLETIVOS .......................................................................................... 2 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................................. 2 DIREITO À VIDA .......................................................................................................................................... 2 DIREITO À IGUALDADE OU ISONOMIA ...................................................................................................... 3 IGUALDADE FORMAL X IGUALDADE MATERIAL ........................................................................................ 3 EXERCÍCIOS ........................................................................................................................................................ 6 GABARITO ...................................................................................................................................................... 9 https://www.alfaconcursos.com.br/ alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 2 DIREITOS E GARANTIAS INDIVIDUAIS E COLETIVOS INTRODUÇÃO A Constituição Federal, ao disciplinar os direitos individuais, apresenta-os basicamente no artigo 5°. Logo no caput deste artigo, já aparece uma classificação didática dos direitos ali previstos: Art. 5° Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: (…) Para estudarmos os direitos individuais, utilizaremos os cinco grupos de direitos previstos no caput do artigo 5°: direito à vida; direito à igualdade; direito à liberdade; direito à propriedade; direito à segurança. Percebe-se que os 78 incisos do artigo 5°, de certa forma, surgem de um desses direitos que costumo chamar de “direitos raízes”. Utilizando esta divisão que parece didática, vamos trabalhar os incisos mais importantes deste artigo de forma a prepará-lo para a prova. Logicamente, não conseguiremos abordar todos os incisos, o que não tira a sua responsabilidade de lê-los, ainda que não trabalhados em nossa aula. DIREITO À VIDA O direito à vida, previsto de uma forma genérica no Art. 5° assegura tanto o direito de não ser morto, direito de continuar vivo (acepção negativa), quanto o direito a ter uma vida digna (acepção positiva). Em decorrência de seu primeiro desdobramento, encontramos a proibição da pena de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do artigo 84, inciso XIX da CF. O segundo desdobramento, ou seja, o direito a uma vida digna, garantindo-se as necessidades vitais básicas do ser humano e proibindo qualquer tratamento indigno, como a prática de tortura, penas de caráter perpétuo, trabalhos forçados, cruéis etc. STF E O DIREITO À VIDA: Direitos raízes VIDA IGUALDADE LIBERDADE PROPRIEDADE SEGURANÇA JURÍDICA https://www.alfaconcursos.com.br/ alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 3 STF – DESCRIMINALIZAÇÃO DO ABORTO – FETO ANENCÉFALO: Um dos grandes temas que foi julgado recentemente pelo STF, em decorrência da ADPF 54, é a possibilidade antecipação do parto quando clinicamente comprovado que o feto é anencéfalo, não constituindo, portanto, em crime de aborto. STF – CONSTITUCIONALIDADE DA LEI DE BIOSSEGURANÇA - PESQUISAS COM CÉLULAS-TRONCO: conforme o julgamento da AD 3.510 em que se questionava a constitucionalidade do artigo 5º da Lei 11.105/05 (Lei de Biossegurança), o STF decidiu pela possibilidade de pesquisas com células-tronco embrionárias. Apesar de ser um direito essencial ao exercício dos demais direitos, não se pode afirmar que o direito à vida seja hierarquicamente superior aos demais direitos fundamentais. A CF protege a vida de forma geral, não só a extrauterina como a intrauterina. Porém, assim como os demais direitos, o direito à vida não éabsoluto. A CF e outras leis infraconstitucionais estabelecem relativização a esse direito fundamental, vejamos: Pena de morte: a CF prevê uma hipótese de pena de morte no Brasil no caso de guerra declarada, nos termos da alínea a do inciso XLVII do artigo 5° da CF. Ademais, entende a doutrina que não poderia ser inserida uma nova hipótese de pena de morte – cláusula pétrea: XLVII - não haverá penas: a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX; Aborto: o aborto é proibido no Brasil, em respeito ao direito à vida, contudo a lei permite a prática em alguns casos específicos, a saber: (i) necessário ou terapêutico; (ii) sentimental ou humanitário. DIREITO À IGUALDADE OU ISONOMIA O direito ou princípio da igualdade encontra-se previsto de forma genérica no caput do Art. 5° da CF, mas desse princípio decorrem diversas previsões constitucionais relacionadas à igualdade, como, por exemplo: inciso I, XLII, do Art. 5°, Art. 7o, XXX, dentre diversos outros que estabelecem um tratamento igualitário. Vejamos: I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição; XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei; XXX - proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil; IGUALDADE FORMAL X IGUALDADE MATERIAL A doutrina classifica o princípio da igualdade em duas modalidades: ˃ IGUALDADE FORMAL: A igualdade formal, nascida no liberalismo clássico, juntamente com os direitos de primeira geração, traduz-se no termo todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer https://www.alfaconcursos.com.br/ alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 4 natureza. É uma igualdade jurídica, que não se preocupa com a realidade, mas apenas atenta que o Estado ou as pessoas estabeleçam tratamento diferenciado de forma arbitrária. ˃ IGUALDADE MATERIAL: Contudo, o princípio da igualdade não impede que se estabeleça tratamento diferenciado entre pessoas diferentes, quando há razoabilidade para essa discriminação, a fim de estabelecer o que se chama de igualdade material, substancial ou efetiva. É a igualdade que se preocupa com a realidade, com origens no modelo de Estado Social. Traduz-se na seguinte expressão: Tratar os iguais de forma igual, os desiguais de forma desigual, na medida das suas desigualdades. Esse tipo de igualdade confere um tratamento com justiça social para aqueles que não a possuem. Convém observar que a igualdade formal é a regra utilizada pelo Estado para conferir um tratamento isonômico entre as pessoas. Contudo, por diversas vezes, um tratamento igualitário não consegue atender a todas as necessidades práticas. Faz-se necessária a utilização da igualdade em seu aspecto material para que se consiga produzir um verdadeiro tratamento isonômico. Dessa forma, podemos afirmar que o Estado pode dar tratamento diferenciado aos indivíduos, seja por meio da lei, seja mediante políticas públicas, com a finalidade de atenuar diferenças sociais. Como formas de concretização da igualdade material, foram desenvolvidas políticas públicas de compensação dirigidas às minorias sociais ou camadas menos favorecidas, por intermédio das chamadas AÇÕES AFIRMATIVAS OU DISCRIMINAÇÕES POSITIVAS. São verdadeiras ações de cunho social que visam compensar possíveis perdas que determinados grupos sociais tiveram ao longo da história de suas vidas. Podemos destacar como Ações afirmativas: Lei Maria da Penha: Lei 11.340/2006 que estabelece uma proteção especial à mulher, no sentido de coibir a violência doméstica e familiar e é exemplo de tratamento discriminatório constitucional entre homens e mulheres. Foro de residência da mulher: o Art. 100 do CPC/1973 estabelecia foro especial para a mulher nas ações de separação judicial e de conversão da separação judicial em divórcio. De acordo com o STF, essa disposição não ofende o princípio da isonomia entre homens e mulheres ou da igualdade entre os cônjuges. [RE 227.114, rel. min. Joaquim Barbosa, j. 14-12-2011, 2ª T, DJE de 22-11-2012.] Importante! O princípio da igualdade (ou isonomia), base de um Estado democrático de Direito, está previsto em diversos dispositivos constitucionais, determinando a necessidade de tratamento igualitário nas mais diferentes situações (Art. 3º, I, III e IV; Art. 4º, VIII; Art. 5º, caput, I, XLI e XLII; Art. 7º, XX, XXX, XXXI, XXXII, XXXIII e XXXIV; Art. 12, §2, §3; art 14, caput; Art. 19, III; Art. 23, II e X; Art. 24, XIV; Art. 37, I e VIII; Art. 43, caput; Art. 150, II; Art. 203, IV e V; Art. 206, I; Art. 208, III; Art. 226, §5; Art. 231, §2 etc.). Em outras, é o próprio constituinte que estabelece as desigualdades, por exemplo, em relação à igualdade entre homens e mulheres em direitos e obrigações, nos termos da Constituição, destacando-se as seguintes diferenciações: Art. 5º, L (condições às presidiárias para que possam amamentar e permanecer com os seus filos durante o período de amamentação); Art. 7, XVIII e XIX (licença maternidade e licença paternidade); Art. 143, §1º e §2º (serviço militar obrigatório); Arts. 201, §7º, I e II; Art. 201, §8º; Art. 40 (regras de aposentadoria). https://www.alfaconcursos.com.br/ http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=1740750 http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=1740750 alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 5 O princípio da igualdade obriga o legislador (no momento da edição da lei), o aplicador do direito (no momento da aplicação da lei aos casos concretos) e também o particular (na celebração de negócios privados). Na repetição do princípio da isonomia, preocupou-se o legislador não só com a igualdade meramente formal (perante a lei), mas também com a igualdade material, prescrevendo vedações materiais em razão de critérios inadmissíveis pelo Direito, como é bom exemplo o disposto no Art. 7º, XXX a XXXIII (aqui, nesses dispositivos, não se está assegurando, apenas, a igualdade perante a lei – formal -, mas sim vedando práticas materiais atentatórias da igualdade, em razão de critérios tais como raça, cor, idade, sexo etc.). Porém, é importante lembrar que o princípio da igualdade “não é cego”, vale dizer, não tem por fim estabelecer um tratamento igualitário entre os indivíduos sem se atentar para as desigualdades existentes entre esses. É por essa razão que é sempre lembrada a máxima: alcança-se a verdadeira igualdade conferindo tratamento igualitário aos iguais e tratamento desigual para os desiguais. Assim, o princípio da igualdade não veda tratamento diferenciado entre pessoas que guardem distinções de raça, de idade, de sexo, de condição econômica etc., desde que haja justificativas razoáveis para o estabelecimento da distinção (note-se, aqui, a aplicação do princípio da razoabilidade, como limite à imposição de restrições ao princípio constitucional da igualdade; enfim, o princípio constitucional da igualdade pode sofrer restrições no tocante à cor, à raça, à idade etc., desde que tais restrições sejam razoáveis, isto é, desde que sejam necessárias, adequadas e na medida certa). Por exemplo: em concursos públicos são admitidas restrições impostas por lei, que venham estabelecer tratamento diferenciado entre os candidatos, desde que as atribuições do cargo justifiquem a discriminação (estabelecimento de idade máxima para o ingresso no cargo de agente de polícia; abertura de concurso público somente para as mulheres, para o cargo de agente penitenciário numa prisão feminina etc.). É importante destacar que essas restrições devem ser estabelecidas em lei, e não somente no edital do concurso, pois editais de concurso e atos administrativos em geral (decretos, portarias etc.) não dispõem de competência para impor restrições a direito previsto na Constituição.Outro relevante entendimento do STF: o princípio da isonomia não autoriza a extensão de vantagem pelo Poder Judiciário à categoria não contemplada pelo legislador. Assim, se a lei concede vantagem à categoria “A” de servidores públicos e não a concede à categoria “B”, não pode o Poder Judiciário estender tal vantagem aos servidores da categoria “B”, ainda que eles estejam sob condição de isonomia em relação aos servidores da categoria “A”. Segundo o STF, a determinação dessa medida pelo Poder Judiciário implicaria ofensa ao princípio da separação dos Poderes, que impede o Poder Judiciário de legislar positivamente, criando benefício não pretendido pelo legislador. Observe que, a partir dessa orientação do STF, no tocante à vantagem, o princípio da isonomia passou a ter, no Brasil, feição meramente negativa, isto é, pode-se conseguir, com fundamento na isonomia, suprimir vantagem de outrem (feição negativa), mas nunca estendê-la a terceiro (feição positiva). Por fim, outra questão bastante atual está relacionada às ações afirmativas adotadas pelo Poder Público, em estabelecer medidas legais de compensação para grupos reconhecidamente marginalizados pela história. A título de exemplo, mencionamos as políticas de cotas adotadas nas universidades, reservando um determinado número de vagas para oriundos de determinada raça. • STF E O PRINCÍPIO DA IGUALDADE: STF - CONSTITUCIONALIDADE DAS POLÍTICAS DE COTAS – UNB: O Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) considerou constitucional a política de cotas étnico-raciais para seleção de estudantes da Universidade de Brasília (UnB). Por unanimidade, os ministros julgaram improcedente a Arguição de Descumprimento https://www.alfaconcursos.com.br/ alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 6 de Preceito Fundamental (ADPF) 186, ajuizada na Corte pelo Partido Democratas (DEM). o relator afirmou que as políticas de ação afirmativa adotadas pela UnB estabelecem um ambiente acadêmico plural e diversificado, e têm o objetivo de superar distorções sociais historicamente consolidadas. Além disso, segundo ele, os meios empregados e os fins perseguidos pela UnB são marcados pela proporcionalidade, razoabilidade e as políticas são transitórias, com a revisão periódica de seus resultados. No caso da Universidade de Brasília, a reserva de 20% de suas vagas para estudantes negros e ‘de um pequeno número delas’ para índios de todos os Estados brasileiros pelo prazo de 10 anos constitui, a meu ver, providência adequada e proporcional ao atingimento dos mencionados desideratos. A política de ação afirmativa adotada pela Universidade de Brasília não se mostra desproporcional ou irrazoável, afigurando-se também sob esse ângulo compatível com os valores e princípios da Constituição, afirmou o ministro Lewandowski. STF – REMUNERAÇÃO INFERIOR AO SALÁRIO MÍNIMO: não viola a Constituição o estabelecimento de remuneração inferior ao salário mínimo para as praças prestadoras de serviço militar inicial. (Súmula Vinculante 6.) STF – LIMITE DE IDADE PARA INSCRIÇÃO EM CONCURSO PÚBLICO: O limite de idade para a inscrição em concurso público só se legitima em face do art. 7º, XXX, da Constituição, quando possa ser justificado pela natureza das atribuições do cargo a ser preenchido. (Súmula 683.) BRASIL. Constituição Federal. CANOTILHO, J.J. GOMES e outros. Comentários à Constituição do Brasil. São Paulo: Saraiva, 2014. LENZA, Pedro. Direito Constitucional. 17. ed. São Paulo: Saraiva, 2013. MORAES, Alexandre de. Direito Constitucional. 30. ed. São Paulo: Atlas, 2014. NOVELINO, Marcelo. Curso de Direito Constitucional. 11. ed. Salvador: JusPodivm, 2016. PAULO, Vicente; ALEXANDRINO, Marcelo. Direito Constitucional descomplicado. 15 ed. São Paulo: Método, 2016. SILVA, José Afonso. Curso de Direito Constitucional Positivo. São Paulo: Malheiros, 2006. EXERCÍCIOS 1. A respeito de direitos e garantias fundamentais, julgue o item. Como efeito da consagração do direito à vida pela Constituição Federal, o Estado tem o dever de assegurar o direito das pessoas de continuarem vivas e o direito a uma vida digna. Certo ( ) Errado ( ) RESPOSTA CERTA O direito à vida, previsto de uma forma genérica no Art. 5°, assegura tanto o direito de não ser morto, direito de continuar vivo (acepção negativa), quanto o direito a ter uma vida digna (acepção positiva). Em decorrência de seu primeiro desdobramento, encontramos a proibição da pena de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do artigo 84, inciso https://www.alfaconcursos.com.br/ alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 7 XIX da CF. O segundo desdobramento, ou seja, o direito a uma vida digna, garantindo-se as necessidades vitais básicas do ser humano e proibindo qualquer tratamento indigno, como a prática de tortura, penas de caráter perpétuo, trabalhos forçados, cruéis etc. 2. Julgue o item seguinte a respeito do princípio da igualdade na Constituição Federal de 1988 (CF). A vedação de tratamento discriminatório entre homens e mulheres evidencia a dimensão formal do princípio da isonomia, enquanto as distinções constitucionalmente asseguradas, como o prazo da licença-maternidade, conservam a isonomia em seu aspecto material. Certo ( ) Errado ( ) RESPOSTA CERTA É importante observar que a igualdade formal é a regra utilizada pelo Estado para conferir um tratamento isonômico entre as pessoas. Contudo, por diversas vezes, um tratamento igualitário não consegue atender a todas as necessidades práticas. Faz-se necessária a utilização da igualdade em seu aspecto material para que se consiga produzir um verdadeiro tratamento isonômico. Dessa forma, podemos afirmar que o Estado pode dar tratamento diferenciado aos indivíduos, seja por meio da lei, seja mediante políticas públicas, com a finalidade de atenuar diferenças sociais. Como formas de concretização da igualdade material, foram desenvolvidas políticas públicas de compensação dirigidas às minorias sociais ou camadas menos favorecidas por intermédio das chamadas AÇÕES AFIRMATIVAS OU DISCRIMINAÇÕES POSITIVAS. São verdadeiras ações de cunho social que visam compensar possíveis perdas que determinados grupos sociais tiveram ao longo da história de suas vidas. 3. De acordo com o disposto na Constituição Federal de 1988 (CF), julgue o item seguinte a respeito dos direitos e das garantias fundamentais. A CF consagra que todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, contudo deve-se buscar não apenas a aparente igualdade formal, mas, principalmente, a igualdade material. Certo ( ) Errado ( ) RESPOSTA CERTA É importante observar que a igualdade formal é a regra utilizada pelo Estado para conferir um tratamento isonômico entre as pessoas. Contudo, por diversas vezes, um tratamento igualitário não consegue atender a todas as necessidades práticas. Faz-se necessária a utilização da igualdade em seu aspecto material para que se consiga produzir um verdadeiro tratamento isonômico. Dessa forma, podemos afirmar que o Estado pode dar tratamento diferenciado aos indivíduos, seja por meio da lei, seja mediante políticas públicas, com a finalidade de atenuar diferenças sociais. Como formas de concretização da igualdade material, foram desenvolvidas políticas públicas de compensação dirigidas às minorias sociais ou camadas menos favorecidas por intermédio das chamadas AÇÕES AFIRMATIVAS OU https://www.alfaconcursos.com.br/ alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 8 DISCRIMINAÇÕES POSITIVAS. São verdadeiras ações de cunho social que visam compensar possíveis perdas que determinados grupos sociais tiveram ao longo da história de suas vidas. 4. Acerca dos princípios fundamentais e dos direitos e deveres individuais e coletivos, julgue o item a seguir. Lei aprovada pelo Congresso Nacional para conferir proteção especial às mulheres, seja qual for o tratamento diferenciado entre os gêneros, contrariará a CF, que
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