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Direito Constitucional - Alfacon

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MUDE SUA VIDA! 
1 
 
SUMÁRIO 
DIREITOS FUNDAMENTAIS ................................................................................................................................ 2 
TEORIA GERAL DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS ............................................................................................ 2 
CONCEITO .................................................................................................................................................. 2 
CARACTERÍSTICAS DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS ................................................................................... 2 
EFICÁCIA HORIZONTAL E VERTICAL ........................................................................................................... 3 
Eficácia vertical .......................................................................................................................................... 4 
Eficácia HORIZONTAL ................................................................................................................................. 4 
Exercícios ........................................................................................................................................................... 4 
Gabarito ......................................................................................................................................................... 6 
 
 
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MUDE SUA VIDA! 
2 
 
DIREITOS FUNDAMENTAIS 
TEORIA GERAL DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS 
CONCEITO 
Os direitos e as garantias fundamentais são institutos jurídicos que foram criados no 
decorrer do desenvolvimento da humanidade e se constituem de normas protetivas que 
formam um núcleo mínimo de prerrogativas inerentes à condição humana. 
Possuem como objetivo principal a proteção do indivíduo diante do poder do Estado. 
Mas não só do Estado. Os direitos e as garantias fundamentais também constituem normas de 
proteção do indivíduo em relação aos outros indivíduos da sociedade. 
O Título II da Constituição Federal, que estabelece o tema: Direitos e Garantias 
Fundamentais, foi assim dividido (ART. 5° ao 17, CF): 
Capítulo I – Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Art. 5°. 
Capítulo II – Dos Direitos Sociais – Art. 6o ao 11. 
Capítulo III – Da Nacionalidade – Art. 12 e 13. 
Capítulo IV – Dos Direitos Políticos – Art. 14 ao 16. 
Capítulo V – Dos Partidos Políticos – Art. 17. 
CARACTERÍSTICAS DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS 
Características: 
H 123I RUA (CONCORRÊNCIA) 
H – Historicidade – possuem caráter histórico, passando pelas diversas revoluções até os 
dias de hoje. 
I – Indisponível (irrenunciável) – não podem ser renunciados. 
Obs.: podem renunciar temporariamente, desde que não ofenda a dignidade da pessoa 
humana. 
I – Imprescritível – Não se perde pela falta de uso. 
I – Inalienável – não podem ser comercializados. 
R – Relativo – estão no mesmo nível de hierarquia. 
U – Universal – destinam-se a TODOS, sem qualquer tipo de discriminação. 
 TODOS = pessoas físicas e jurídicas. 
 Brasileiros e estrangeiros. 
A – Aplicação imediata - Art. 5º, § 1º, CF - As normas definidoras dos direitos e garantias 
fundamentais têm aplicação imediata. 
Concorrência – podem ser exercidos cumulativamente. 
Os direitos fundamentais dotam das seguintes características: VEDADO O 
RETROCESSO. 
a) HISTORICIDADE: possuem caráter histórico, passando por diversas revoluções e 
movimentos sociais que batalhavam pela sua concretização, chegando aos dias atuais. Como 
exemplo que pode ilustrar essa característica, temos a conquista do direito de voto pelas 
mulheres e, mais recentemente, a liberação da marcha da maconha. 
b) UNIVERSALIDADE: os direitos fundamentais se destinam, sem discriminação, a 
todos os seres humanos, inclusive às pessoas jurídicas, como empresas, indústrias etc. A título 
de exemplo, o artigo 5º da Constituição Federal observa o caráter universal dos direitos 
fundamentais, mencionando, com efeito, que os direitos lá elencados estão garantidos a todos, 
sejam brasileiros ou estrangeiros. 
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MUDE SUA VIDA! 
3 
 
c) RELATIVIDADE: os direitos fundamentais não são absolutos, havendo, muitas vezes, 
no caso concreto, confronto, conflito de interesses, que, muitas vezes, deverá ser decidido pelo 
Poder Público, principalmente, pelo Poder Judiciário, já que sua função típica é solucionar os 
conflitos. Observe que a própria Constituição Federal, em diversos artigos, faz menção que os 
direitos fundamentais lá estampados são relativos. Como exemplo, mencionamos o direito à 
vida, que é excepcionado com a pena de morte, em casos de guerra declarada. Outro exemplo 
é o direito de propriedade e a possibilidade de o Poder Público desapropriar. 
d) IRRENUNCIABILIDADE: os direitos fundamentais, por serem inerentes à qualidade 
da pessoa humana, não podem, em regra, ser renunciados. É dizer: o indivíduo não dispõe do 
poder de renunciar, de afastar direitos fundamentais que lhe foram outorgados pela 
Constituição. Entretanto, excepcionalmente, diante de um caso concreto, admite-se a renúncia 
temporária a direito fundamental. Um bom exemplo de situação em que, diante de um caso 
concreto, o indivíduo renuncia legitimamente a direito fundamental seu é o que ocorre nos 
programas de televisão conhecidos como reality shows (caso do BIG BROTHER BRASIL, da 
Rede Globo), nos quais o indivíduo renuncia temporariamente ao seu direito de 
inviolabilidade da privacidade/intimidade, no intuito de participar da competição e 
conquistar os prêmios oferecidos. 
e) INALIENABILIDADE/INDISPONIBILIDADE: os direitos fundamentais não podem ser 
dispostos, nem mesmo alienados por um valor econômico. Exemplo: a vedação da venda de 
órgãos humanos. 
f) IMPRESCRITIBILIDADE: os direitos fundamentais perduram por todo o tempo, não 
se submetendo aos efeitos da prescrição temporal. 
g) ENUMERAÇÃO NÃO EXAUSTIVA: a enumeração constitucional dos direitos 
fundamentais não é limitativa, exaustiva (numerus clausus). O texto constitucional estabelece 
um mínimo de direitos, mas permite que outros direitos fundamentais sejam estabelecidos 
pelo legislador, desde que não contrariem princípios já estabelecidos pela Constituição 
Federal. É o que nos esclarece o § 2º do Art. 5º da Constituição Federal, nos termos seguintes: 
Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes do regime e 
dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa 
do Brasil seja parte. Significa dizer que, além dos direitos fundamentais já previstos na 
Constituição Federal, outras normas (emendas constitucionais e normas infraconstitucionais, 
tais como leis, tratados internacionais etc.) poderão estabelecer novos direitos fundamentais, 
desde que não contrariem o regime e os princípios adotados pela Constituição Federal. Nada 
impede, por exemplo, que um tratado internacional ou a Constituição de um Estado-membro 
criem novos direitos fundamentais para os brasileiros, desde que eles não contrariem o 
regime e os princípios adotados pela Constituição Federal. 
h) APLICAÇÃO IMEDIATA: determina a Constituição Federal que as normas definidoras 
dos direitos E garantias fundamentais têm aplicação imediata (CF, Art. 5º, § 1º). Certamente 
pretendeu o legislador constituinte outorgar a maior eficácia possível aos direitos 
fundamentais, fazendo questão de deixar expressa determinação nesse sentido (relação entre 
as normas). 
EFICÁCIA HORIZONTAL E VERTICAL 
Conforme estudamos, os direitos fundamentais, na sua origem, tinham por fim 
estabelecer limites à atuação do Estado absoluto em favor da liberdade do indivíduo. Os 
direitos fundamentais regulavam, portanto, uma relação entre o Estado e o indivíduo. E as 
relações entre particulares, são alcançadas pelos direitos fundamentais? Ou será que no meio 
privado, nas relações privadas, prevalecea autonomia da vontade das partes, não tendo 
aplicação os direitos fundamentais? Os particulares, na celebração de negócios privados, estão 
vinculados pelos direitos fundamentais, ou podem livremente afastá-los? No 
constitucionalismo contemporâneo, o entendimento é de que os direitos fundamentais 
obrigam também as relações entre particulares. Não podem os particulares, com amparo no 
princípio da autonomia da vontade (que rege a celebração dos negócios privados), afastar 
livremente os direitos fundamentais. 
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MUDE SUA VIDA! 
4 
 
Anota aí! 
EFICÁCIA VERTICAL 
Relação entre Estado e pessoa (física ou jurídica): 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
EFICÁCIA HORIZONTAL 
Relação entre Pessoas (física ou\e jurídica) 
 
 
 
 
 OBS: Caso na relação tenha um hipossuficiente, teremos uma relação diagonal. 
Referências Bibliográficas 
BRASIL, Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível em 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. 
ALEXANDRINO, Marcelo; PAULO, Vicente. Direito Constitucional descomplicado. 15 
ed. Método, 2016. 
CANOTILHO, J.J. Gomes e outros. Comentários à Constituição do Brasil. São Paulo: 
Saraiva, 2014. 
LENZA, Pedro. Direito Constitucional. 21. ed. São Paulo: Saraiva, 2018. 
MORAES, Alexandre de. Direito Constitucional. 30. ed. São Paulo: Atlas, 2014. 
NOVELINO, Marcelo. Curso de Direito Constitucional. 11. ed. 2016. Salvador: 
JusPodivm. 
SILVA, José Afonso. Curso de Direito Constitucional Positivo. São Paulo: Malheiros, 
2006. 
EXERCÍCIOS 
1. Acerca dos direitos e das garantias fundamentais, julgue o item subsequente. 
Os direitos constitucionais da pessoa presa incluem o direito à identificação dos 
responsáveis pela prisão, o direito ao silêncio e o direito à assistência da família e de 
advogado. 
Certo ( ) Errado ( ) 
 
ESTADO 
PESSOA 
PESSOA PESSOA 
 
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MUDE SUA VIDA! 
5 
 
GABARITO: CERTO 
Trata-se de uma questão que traz um direito fundamental de primeira 
geração. 
Não exige muito do aluno, mas temos que ter cuidado, letra de lei também 
derruba! 
Então decora aí! 
LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de 
permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado. 
LXIV - o preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou 
por seu interrogatório policial. 
2. Acerca dos direitos e das garantias fundamentais, julgue o item subsequente. 
É cabível mandado de segurança para proteger direito líquido e certo contra ilegalidade 
praticada por diretor de sociedade de economia mista em decisão que homologa o 
resultado de licitação ou em atos de gestão comercial. 
Certo ( ) Errado ( ) 
GABARITO: ERRADO 
Preste muita atenção: 
Os atos de gestão carecem da imperatividade comum aos atos 
administrativos, já que se submetem ao regime de direito privado. Então, não 
agem em condição de superioridade aos administrados. 
3. Acerca dos direitos e das garantias fundamentais, julgue o item subsequente. 
O direito à liberdade de imprensa abrange a garantia do sigilo da fonte. 
Certo ( ) Errado ( ) 
GABARITO: CERTO 
INFORMATIVO Nº 907 
A plena proteção constitucional da exteriorização da opinião não significa a 
impossibilidade posterior de análise e de responsabilização por eventuais 
informações mentirosas, injuriosas, difamantes. 
A Constituição assegura o sigilo da fonte. 
DESSA FORMA, ninguém poderá compelir um jornalista, por exemplo, a 
denunciar a sua fonte. 
Conforme o artigo 5º, XIV, da Constituição Federal, IN VERBIS: 
Art. 5º (...) 
XIV - e assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da 
fonte, quando necessário ao exercício profissional. 
4. A respeito das dimensões dos direitos fundamentais e de seus destinatários, julgue o 
item a seguir. 
As dimensões negativa e prestacional dos direitos sociais deixam de ser oponíveis às 
relações entre particulares à medida que o Estado cumpre seu papel de provedor. 
Certo ( ) Errado ( ) 
 
 
 
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MUDE SUA VIDA! 
6 
 
Resposta: ERRADO 
PRESTE MUITA ATENÇÃO: LIBERDADE, IGUALDADE E FRATERNIDADE 
(SOLIDARIEDADE) 
Os direitos de 1ª dimensão (NEGATIVOS) - LIBERDADE. 
Então, nessa dimensão o Estado não age (prestação negativa), ele deixa que 
cada pessoa faça da sua liberdade o que bem entender (relativo), ele vai se abster. 
 Os direitos de 2ª dimensão (POSITIVOS-SOCIAIS) são prestacionais, de 
modo que o Estado tem o dever de fazer (obrigação de fazer) e que também se 
aplicam nas relações entre particulares (eficácia horizontal) 
No constitucionalismo contemporâneo, o entendimento é de que os direitos 
fundamentais obrigam também as relações entre particulares. Não podem os 
particulares, com amparo no princípio da autonomia da vontade (que rege a 
celebração dos negócios privados), afastar livremente os direitos fundamentais. 
5. No que se refere aos direitos fundamentais, julgue o item subsecutivo. 
Os direitos fundamentais são imprescritíveis, ou seja, não perdem efeito com o decurso 
do tempo. 
Certo ( ) Errado ( ) 
Resposta Certa 
A IMPRESCRITIBILIDADE é uma das características dos direitos fundamentais 
(os direitos fundamentais perduram por todo o tempo, não se submetendo aos 
efeitos da prescrição temporal). 
GABARITO
1. CERTO 
2. ERRADO 
3. CERTO 
4. ERRADO 
5. CERTO 
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MUDE SUA VIDA! 
1 
 
SUMÁRIO 
DIREITOS FUNDAMENTAIS ................................................................................................................................ 2 
TEORIA GERAL DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS ............................................................................................ 2 
DIMENSÃO DE DIREITOS: ........................................................................................................................... 2 
Exercícios ........................................................................................................................................................... 5 
Gabarito ......................................................................................................................................................... 7 
 
 
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MUDE SUA VIDA! 
2 
 
DIREITOS FUNDAMENTAIS 
TEORIA GERAL DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS 
DIMENSÃO DE DIREITOS: 
 DIREITOS DE 1ª DIMENSÃO– Foram os primeiros direitos conquistados pela 
humanidade. São direitos relacionados à liberdade, em todas as suas formas. 
Nasceram das revoluções liberais ocorridas no final do século XVIII, com a 
burguesia, que exigia a limitação do Poder do Estado, à época absolutista, e o 
respeito às liberdades individuais. Possuem um caráter negativo diante do Estado, 
tendo em vista ser utilizado como uma verdadeira limitação ao poder estatal, ou 
seja, o Estado, diante dos direitos de primeira dimensão, fica impedido de agir ou 
interferir na sociedade. São verdadeiros direitos de defesa com caráter individual. 
Estão entre esses direitos as liberdades públicas, civis e políticas. São os ligados ao 
valor LIBERDADE. São os direitos CIVIS E POLÍTICOS. NÃO FAZER DO ESTADO. 
Documentos históricos que marcaram o surgimento desses direitos: 
• Magna Carta de 1215 – João Sem-Terra; 
• Paz de Westfália (1648); 
• Habeas Corpus Act (1679); 
• Bill of Rights (1688); 
• Declaração Americana – 1776 (Revolução Americana); 
• Declaração Francesa – 1789 (Revolução Francesa). 
 DIREITOS DE 2ª DIMENSÃO– Diante das péssimas condições de trabalho 
decorrentes da Revolução Industrial (século XIX), aliadas à Primeira Grande 
Guerra Mundial, tivemos o surgimento dos direitos de segunda geração. Por isso, 
são conhecidos como direitos de igualdade. Agora, para reduzir as diferenças 
sociais, o Estado precisa interferir na sociedade. E esta interferência refletea 
conduta positiva adotada por meio de prestações sociais. São direitos de segunda 
dimensão os DIREITOS SOCIAIS, ECONÔMICOS E CULTURAIS. 
 Ligados ao valor IGUALDADE. Implicam um FAZER DO ESTADO – prestação em 
favor dos menos favorecidos e dos setores economicamente mais fracos da 
sociedade. 
Documentos históricos que marcaram o surgimento desses direitos: 
• Constituição Mexicana - 1917; 
• Constituição de Weimar – 1919; 
• Tratado de Versalhes – 1919 (criação da OIT); 
• Constituição Brasileira – 1934. 
 DIREITOS DE 3ª DIMENSÃO – Ligados ao valor FRATERNIDADE OU 
SOLIDARIEDADE. Direitos da sociedade de massa, que atingem a todos. São 
direitos difusos: indivisibilidade, ausência de individualização. 
Alguns direitos de 3a geração: 
• Direito ao meio ambiente; 
• Direito à defesa do consumidor. 
• Direito ao desenvolvimento ao progresso; 
• Direito de comunicação; 
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MUDE SUA VIDA! 
3 
 
• Direito de propriedade sobre o patrimônio comum da humanidade; 
• Autodeterminação dos povos; 
• Direito à Paz (Karel Vazak) para alguns doutrinadores, é direito de 5ª Geração – 
divergência!). 
 DIREITOS DE 4ª DIMENSÃO – De acordo com Paulo Bonavides, são direitos de 4a 
geração: 
• Patrimônio genético; biotecnologia (engenharia genética); 
• Decorrentes da globalização dos direitos fundamentais: inerentes à democracia, 
à informação, ao pluralismo político (globalização política). 
 DIREITOS DE 5ª DIMENSÃO – Direito à paz, de acordo com Paulo Bonavides. 
Alguns doutrinadores colocam ainda a evolução cibernética e de tecnologias, no 
mundo virtual e da internet. 
Os direitos fundamentais, em razão do caráter histórico que lhes é peculiar, foram 
conquistados e, consequentemente, evoluídos ao longo do tempo, em virtude dos diversos 
movimentos sociais e revolucionários. 
Da sua origem até os dias de hoje, os direitos fundamentais passaram por uma 
significativa evolução nos diferentes ordenamentos constitucionais. As constituições 
modernas, a partir do século XX, passaram a reconhecer novos direitos como fundamentais 
aos indivíduos, em face da evolução da própria ideia de constitucionalismo. Com essa 
evolução, os direitos fundamentais deixaram de ter como proteção unicamente a liberdade do 
indivíduo (feição negativa), passando a exigir, também, uma atuação positiva do Estado 
(feição positiva). Em reconhecimento a essa evolução, a doutrina elaborou uma classificação 
para os direitos fundamentais, a partir do critério cronológico, isto é, levando-se em conta o 
momento em que tais direitos foram reconhecidos como fundamentais. 
Num primeiro momento, certos direitos foram reconhecidos como fundamentais, 
recebendo, por isso, a denominação de direitos fundamentais de primeira dimensão (ou 
primeira geração); num segundo momento, novos direitos foram reconhecidos como 
fundamentais, fazendo surgir, então, os direitos fundamentais de segunda dimensão (ou 
segunda geração) - e assim sucessivamente. Assim, os direitos fundamentais podem ser 
classificados em quatro dimensões, isto é, direitos fundamentais de primeira, segunda, 
terceira e quarta dimensões. Então, vejamos as gerações/dimensões dos direitos 
fundamentais: 
A) DIREITOS FUNDAMENTAIS DE PRIMEIRA GERAÇÃO: Os direitos fundamentais de 
primeira dimensão foram os primeiros reconhecidos pelos ordenamentos constitucionais e 
marcaram a passagem de um Estado autoritário para um Estado de Direito e, nesse contexto, 
o respeito às liberdades individuais, em uma verdadeira perspectiva de abstenção estatal. O 
reconhecimento desses direitos surgiu, com maior evidência, a partir das primeiras 
constituições escritas. Os mencionados direitos dizem respeito às liberdades públicas, aos 
direitos políticos, traduzindo um valor de LIBERDADE. Em síntese, possuem as seguintes 
características: a) surgiram nos finais do século XVIII e dominaram todo o século XIX; b) 
surgiram no Estado Liberal, em oposição ao Estado Absoluto; c) estão ligados ao ideal de 
liberdade; d) são direitos negativos, que exigem uma abstenção do Estado em favor da esfera 
de liberdade do indivíduo; e) correspondem aos direitos civis e políticos (direito de 
locomoção, direito de manifestação, direito de propriedade etc.). 
B) DIREITOS FUNDAMENTAIS DE SEGUNDA GERAÇÃO: Num segundo momento, os 
ordenamentos constitucionais começaram a expressar a preocupação com os desamparados, 
com a necessidade de se assegurar o mínimo de igualdade entre os homens, fazendo nascer a 
segunda dimensão de direitos fundamentais, que têm as seguintes características: a) surgiram 
no início do século XX (note-se que durante todo o século XIX tivemos, apenas, os direitos 
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MUDE SUA VIDA! 
4 
 
fundamentais de primeira dimensão); b) surgiram no Estado social, em oposição ao Estado 
liberal; c) estão ligados ao ideal de igualdade; d) são direitos positivos, que passaram a exigir 
uma atuação positiva do Estado, no sentido de assegurar o mínimo de igualdade entre os 
homens (importantíssimo este aspecto: os direitos fundamentais passaram a ter uma feição 
positiva a partir da segunda dimensão); e) correspondem aos direitos sociais, culturais e 
econômicos (direito a condições mínimas de trabalho, à previdência e assistência social, à 
habitação, ao lazer, a um salário que assegure o mínimo de dignidade ao homem, à 
sindicalização e à greve dos trabalhadores etc.). Mas atenção: os direitos fundamentais de 
segunda dimensão são, de fato, direitos tipicamente de caráter positivo, isto é, exigem uma 
atuação positiva do Estado, em favor dos desamparados. Entretanto, não se pode afirmar que 
todos os direitos de segunda dimensão são de índole positiva, pois temos alguns direitos 
sociais que são de natureza negativa, como o direito de sindicalização e de greve dos 
trabalhadores (CF, artigos 8º e 9º, respectivamente). Como se observa, os direitos 
conquistados com a 2ª geração correspondem aos direitos de IGUALDADE. 
C) DIREITOS FUNDAMENTAIS DE 3ª GERAÇÃO: Num terceiro momento, foi 
despertada a preocupação com os bens jurídicos da coletividade, com os denominados 
“interesses difusos” (pertencentes a um grupo indeterminado de pessoas), nascendo, então, os 
direitos fundamentais de terceira dimensão, que têm as seguintes características: a) surgiram 
no século XX; b) estão ligados ao ideal de fraternidade, de solidariedade que deve nortear o 
convívio dos diferentes povos em defesa dos bens da coletividade (aspecto importantíssimo 
este: na terceira dimensão, a preocupação deixa de ser com os bens jurídicos da pessoa 
humana individualmente considerada, e passa a ser com os bens coletivos, com os interesses 
difusos); são direitos positivos, a exigir do Estado e dos diferentes povos uma firme atuação 
no tocante à preservação dos bens de interesse coletivo; d) correspondem ao direito de 
preservação do meio ambiente, da paz e do progresso da humanidade, do patrimônio 
histórico e cultural etc. Como se observa, os direitos conquistas com a 3ª geração 
correspondem aos valores decorrentes à FRATERNIDADE. 
Obs.: alguns renomados Juristas sustentam a existência da 4ª e 5ª dimensão dos direitos 
fundamentais. Dentre eles, destacamos Paulo Bonavides e Ingo Sarlet. Segundo a orientação 
desses autores, na 4ª dimensão dos direitos fundamentais, destaca-se a proteção da evolução 
científica, principalmente na proteção da engenharia genética, por colocar em risco a própria 
existência humana, por meio da manipulação do patrimônio genético. Já na 5ª dimensão, 
destaca-se o direito à paz. 
A doutrina atual prefere utilizar a expressão “dimensões dos direitos fundamentais”, no 
sentido de que uma “nova dimensão” não abandonaria as conquistas da “dimensão” anterior. 
Sobre esse aspecto, um ótimo exemplo é o direito de propriedade, senão vejamos: 
EXEMPLO: (a) o direito de propriedade é típico direito fundamental de primeira 
dimensão, reconhecido como tal no Estado liberal, de índoleeminentemente individualista, 
privatística; logo, no seu surgimento o direito de propriedade tinha uma feição estritamente 
privada, sem nenhuma consideração ou preocupação de ordem social; (b) com o surgimento 
dos direitos fundamentais de segunda dimensão, no Estado social, o direito de propriedade 
perdeu a sua feição estritamente privada e ganhou contornos sociais, vale dizer, a 
propriedade passou a ser considerada legítima apenas quando cumprida a sua função social 
(a nossa Constituição Federal de 1988 é exemplo disso, visto que estabelece que a 
propriedade deverá atender a sua função social e, no caso do não atendimento dessa função 
social, autoriza a desapropriação – Art. 5º, incisos XXIII e XXIV); (c) com o surgimento dos 
direitos fundamentais de terceira dimensão, a propriedade, além de cumprir com sua função 
social, deverá levar em conta a preservação do meio ambiente, vale dizer, o titular da 
propriedade terá que respeitar as leis de proteção ambiental. Anote-se que a cada nova 
geração o direito de propriedade foi passando por uma mudança qualitativa, alterando o 
alcance do seu conteúdo. 
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MUDE SUA VIDA! 
5 
 
Referências Bibliográficas 
BRASIL, Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível em 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. 
ALEXANDRINO, Marcelo; PAULO, Vicente. Direito Constitucional descomplicado – 15 
ed. Método, 2016. 
CANOTILHO, J.J. Gomes e outros. Comentários à Constituição do Brasil. São Paulo: 
Saraiva, 2014. 
LENZA, Pedro. Direito Constitucional. 21. ed. São Paulo: Saraiva, 2018. 
MORAES, Alexandre de. Direito Constitucional. 30. ed. São Paulo: Atlas, 2014. 
NOVELINO, Marcelo. Curso de Direito Constitucional. 11. ed. 2016. Salvador: 
JusPodivm. 
SILVA, José Afonso. Curso de Direito Constitucional Positivo. São Paulo: Malheiros, 
2006. 
EXERCÍCIOS 
1. A respeito dos direitos e das garantias fundamentais, julgue o item. 
Os direitos sociais, como dimensão dos direitos fundamentais do homem, são prestações 
positivas proporcionadas pelo Estado, direta ou indiretamente, enunciadas em normas 
constitucionais, que possibilitam melhores condições de vida aos mais fracos, direitos que 
tendem a realizar a igualização de situações sociais desiguais. 
Certo ( ) Errado ( ) 
RESPOSTA – CERTA 
Os direitos fundamentais de segunda dimensão são, de fato, direitos 
tipicamente de caráter positivo, isto é, exigem uma atuação positiva do Estado, em 
favor dos desamparados. Entretanto, não se pode afirmar que todos os direitos de 
segunda dimensão são de índole positiva, pois temos alguns direitos sociais que são 
de natureza negativa, como o direito de sindicalização e de greve dos trabalhadores 
(CF, artigos 8º e 9º, respectivamente). Como se observa, os direitos conquistados 
com a 2ª geração correspondem aos direitos de IGUALDADE. 
2. Julgue o item seguinte a respeito dos direitos e das garantias individuais na 
Constituição Federal de 1988 (CF). Os direitos fundamentais de terceira geração 
guardam relação com os chamados direitos difusos, de que são exemplo um meio 
ambiente saudável e a paz. 
Certo ( ) Errado ( ) 
RESPOSTA - CERTA 
Na terceira dimensão, a preocupação deixa de ser com os bens jurídicos da 
pessoa humana individualmente considerada, e passa a ser com os bens coletivos, 
com os interesses difusos. 
 São direitos positivos, a exigir do Estado e dos diferentes povos uma firme 
atuação no tocante à preservação dos bens de interesse coletivo. 
Correspondem ao direito de preservação do meio ambiente, da paz e do 
progresso da humanidade, do patrimônio histórico e cultural etc. 
Como se observa, os direitos conquistados com a 3ª geração correspondem 
aos valores decorrentes da FRATERNIDADE. 
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6 
 
3. Com relação aos direitos humanos previstos na Constituição Federal de 1988 (CF), 
julgue o item que se segue. Na CF, a classificação dos direitos e garantias fundamentais 
restringe-se a três categorias: os direitos individuais e coletivos, os direitos de 
nacionalidade e os direitos políticos. 
Certo ( ) Errado ( ) 
RESPOSTA ERRADA 
Os direitos e as garantias fundamentais são institutos jurídicos que foram 
criados no decorrer do desenvolvimento da humanidade e se constituem de normas 
protetivas que formam um núcleo mínimo de prerrogativas inerentes à condição 
humana. 
Possuem como objetivo principal a proteção do indivíduo diante do poder do 
Estado. Mas não só do Estado. Os direitos e as garantias fundamentais também 
constituem normas de proteção do indivíduo em relação aos outros indivíduos da 
sociedade. 
O Título II da Constituição Federal, que estabelece o tema: Direitos e 
Garantias Fundamentais, foi assim dividido (ART. 5° a 17, CF): 
Capítulo I – Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos – Art. 5°. 
Capítulo II – Dos Direitos Sociais – Art. 6o a 11. 
Capítulo III – Da Nacionalidade – Art. 12 e 13. 
Capítulo IV – Dos Direitos Políticos – Art. 14 a 16. 
Capítulo V – Dos Partidos Políticos – Art. 17. 
ROL MERAMENTE EXEMPLIFICATIVO 
4. Julgue o item seguinte, com relação aos direitos sociais e políticos. As ações afirmativas 
do Estado na área da educação visam garantir o direito social do cidadão, direito 
fundamental de segunda geração, e assegurar a isonomia material. 
Certo ( ) Errado ( ) 
RESPOSTA- CERTA 
São direitos positivos, que passaram a exigir uma atuação positiva do Estado, 
no sentido de assegurar o mínimo de (ISONOMIA MATERIAL) entre os homens 
(importantíssimo este aspecto: os direitos fundamentais passaram a ter uma feição 
positiva a partir da segunda dimensão). 
Correspondem aos direitos sociais, culturais e econômicos (direito a condições 
mínimas de trabalho, à previdência e assistência social, à habitação, ao lazer, a um 
salário que assegure o mínimo de dignidade, à sindicalização e à greve dos 
trabalhadores etc.). 
5. Julgue o item a seguir, relativo aos direitos e às garantias fundamentais. Os direitos de 
primeira dimensão, ou direitos de liberdades, têm por titular o indivíduo, são oponíveis 
ao Estado, traduzem-se como faculdades ou atributos da pessoa, ostentando a 
subjetividade como traço característico, e são considerados direitos de resistência ou 
de oposição perante o Estado. 
Certo ( ) Errado ( ) 
RESPOSTA - CERTA 
Os direitos de primeira dimensão estão ligados ao ideal de liberdade. São 
direitos negativos, que exigem uma abstenção do Estado em favor da esfera de 
liberdade do indivíduo e correspondem aos direitos civis e políticos (direito de 
locomoção, direito de manifestação, direito de propriedade etc.). 
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GABARITO
1. CERTA 
2. CERTA 
3. ERRADA 
4. CERTA 
5. CERTA 
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1 
 
SUMÁRIO 
TEORIA GERAL DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS ................................................................................................ 2 
APLICABILIDADE DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS - EFICÁCIA DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS ................. 2 
EFICÁCIA VERTICAL/HORIZONTAL e DIAGONAL DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS ......................................... 3 
Eficácia vertical .......................................................................................................................................... 4 
Eficácia HORIZONTAL ................................................................................................................................. 4 
DIMENSÃO OBJETIVA E SUBJETIVA DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS ............................................................ 4 
Exercícios ........................................................................................................................................................... 5 
Gabarito .........................................................................................................................................................6 
 
 
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TEORIA GERAL DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS 
APLICABILIDADE DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS - EFICÁCIA 
DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS 
Antes de analisarmos a eficácia dos direitos fundamentais, temos que analisar a eficácia 
e a aplicabilidade das normas constitucionais como um todo. 
Falar em aplicabilidade das normas constitucionais é falar na eficácia delas; para que 
uma norma constitucional seja aplicada, é indispensável que ela possua eficácia, ou seja, que 
ela tenha a capacidade de produzir efeitos. 
Podemos afirmar que todas as normas constitucionais possuem eficácia jurídica, ou 
aplicabilidade jurídica, de forma imediata, direta e vinculante. 
A eficácia jurídica também opera um efeito negativo que é a capacidade que todas as 
normas constitucionais possuem de revogar as normas do sistema jurídico que com ela 
colidam, que forem contrárias, além de impedir o ingresso no ordenamento de normas 
incompatíveis com seus preceitos, ou seja, se uma lei ou ato forem contrários a uma norma 
constitucional, eles serão inconstitucionais, não podendo ser aplicados. Servem desse modo 
como parâmetro de controle de constitucionalidade. 
Por outro lado, quando uma norma constitucional é capaz por si só de produzir efeitos 
concretos, reais, fáticos, nós dizemos que essa norma tem eficácia social, ou seja, produz 
efeitos positivos na realidade social. 
Todas as normas constitucionais possuem eficácia jurídica, mas nem todas têm eficácia 
social. Logo, é possível afirmar que todas as normas constitucionais possuem algum tipo de 
eficácia. O problema surge quando uma delas não pode ser aplicada na prática, pois depende 
de outras normas, ou seja, não possui eficácia social. 
Para explicar esse fenômeno, foram desenvolvidas várias classificações acerca do grau 
de eficácia de uma norma constitucional. A classificação mais adotada pela doutrina e mais 
cobrada em prova é a defendida pelo professor José Afonso da Silva, que classifica as normas 
constitucionais quanto à sua eficácia social em: 
 Normas de Eficácia Plena; 
 Normas de Eficácia Contida; 
 Normas de Eficácia Limitada. 
1 - Norma Constitucional de Eficácia Plena: É a norma constitucional de efeito 
imediato e ilimitado, independentemente de qualquer norma infraconstitucional 
regulamentadora posterior ou de qualquer outro ato do poder público. Trata-se de uma 
norma constitucional autoaplicável. São exemplos o Art. 1º e parágrafo único; Art. 4º, incisos; 
Art. 5º, inciso I. 
2 - Norma Constitucional de Eficácia Contida, Restringível ou Redutível: É 
autoaplicável imediata e diretamente da forma como está no texto constitucional, pois contém 
todos os elementos necessários a sua formação. Permite, entretanto, restrição por lei 
infraconstitucional, emenda constitucional ou outro ato do poder público. É exemplo o Art. 5º, 
incisos VIII, XI, XII, XIII, XIV, XVI, XXIV, LX, LXI, LXVII. 
3 - Norma Constitucional de Eficácia Limitada: É aquela não regulada de modo 
completo na Constituição, por isso depende de norma regulamentadora elaborada pelo Poder 
Legislativo, Poder Executivo ou Poder Judiciário, ou de qualquer outro ato do poder público. 
Não é correto dizer que tais normas não têm eficácia, apenas a eficácia é mínima, já que seu 
alcance total depende de ato legislativo ou administrativo posterior. São eficazes, pelo menos, 
em criar para o legislador o dever de legislar ou ao administrador o dever de agir. São 
exemplos os arts. 4º, parágrafo único; 7º, incisos IV e V. 
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3 
 
A aplicabilidade da norma constitucional de eficácia jurídica plena é imediata. No caso 
da norma limitada, a aplicabilidade total é mediata. O constituinte, prevendo que o legislador 
poderia não criar lei para regulamentar a norma constitucional de eficácia limitada, criou 
mecanismos de defesa dessa norma: A) mandado de injunção; B) ação direta de 
inconstitucionalidade por omissão. 
Conforme já foi dito, somente após a edição da lei, a norma constitucional produzirá 
todos os efeitos que se esperam dela. Assim, a norma de eficácia limitada, antes da edição da 
lei integradora, não produz todos os efeitos, mas já produz efeitos importantes. Além de 
revogar as normas incompatíveis (efeito negativo, paralisante das normas contrárias antes 
vigentes), produz também o efeito impeditivo, ou seja, impede a edição de leis posteriores 
contrárias às diretrizes por ela estabelecidas. 
A norma constitucional de eficácia limitada divide-se em: 
NORMA CONSTITUCIONAL DE EFICÁCIA JURÍDICA LIMITADA DE PRINCÍPIO 
PROGRAMÁTICO: todas as normas programáticas são de eficácia limitada. São normas de 
organização que estabelecem um programa constitucional definido pelo legislador. Essas 
normas são comuns em Constituições dirigentes. Exemplos: artigo 196 e artigo 215 da 
Constituição Federal. 
NORMA CONSTITUCIONAL DE EFICÁCIA JURÍDICA LIMITADA DE PRINCÍPIO 
INSTITUTIVO: aquelas pelas quais o legislador constituinte traça esquemas gerais de 
estruturação e atribuições de órgãos, entidades ou institutos, para que o legislador ordinário 
os estruture em definitivo, mediante lei. Exemplo: artigo 98 da Constituição Federal. 
Por fim, as normas constitucionais podem ser de eficácia exaurida (esvaída) e 
aplicabilidade esgotada, conforme leciona Uadi Lammêgo Bulos, classificação que abrange, 
sobretudo, as normas do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias que já efetivaram 
seus mandamentos. 
CLASSIFICAÇÃO DE MARIA HELENA DINIZ: 
 Normas com eficácia absoluta: são as cláusulas pétreas. 
 Normas com eficácia plena: o mesmo sentido da classificação de JAS. 
 Normas com eficácia relativa restringível: o mesmo sentido das normas de eficácia 
contida. 
 Normas com eficácia relativa complementável ou dependentes de 
complementação: são equivalentes às normas de eficácia limitada (José Afonso da 
Silva). 
Normas de eficácia exaurida ou aplicabilidade esgotada: quando os efeitos da norma já 
se esgotaram, por exemplo, alguns dispositivos do ADCT. 
EFICÁCIA VERTICAL/HORIZONTAL E DIAGONAL DOS DIREITOS 
FUNDAMENTAIS 
Quanto à eficácia, ainda podemos falar em EFICÁCIA VERTICAL E HORIZONTAL dos 
direitos fundamentais. 
Os direitos fundamentais surgiram inicialmente para proteger o cidadão do arbítrio do Estado, de 
modo que os direitos fundamentais produziam efeitos apenas para o indivíduo em face do Estado. 
Essa relação de aplicação dos direitos fundamentais entre o Estado e os indivíduos ficou conhecida 
como eficácia ou amplitude vertical dos direitos fundamentais. 
Contudo, atualmente, os direitos fundamentais podem ser igualmente exercidos nas relações entre 
particulares, sejam pessoas físicas ou jurídicas de direito privado. Essa relação de aplicação dos 
direitos fundamentais entre particulares ficou conhecida como eficácia ou amplitude horizontal ou 
efeito externo dos direitos fundamentais. 
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4 
 
Temos ainda a eficácia diagonal que trata da aplicação dos direitos fundamentais entre os 
particulares nas hipóteses em que se configuram desigualdades fáticas (ex.: relações de trabalho). 
EFICÁCIA VERTICAL 
Relação entre Estado e pessoa (física ou jurídica) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
EFICÁCIA HORIZONTAL 
Relação entre Pessoas (física ou\e jurídica) 
 
 
 
 
 OBS: Caso na relação tenha um hipossuficiente, teremos uma relação diagonal. 
DIMENSÃO OBJETIVA E SUBJETIVA DOS DIREITOS 
FUNDAMENTAIS 
Os direitos fundamentais podem ser vislumbrados a partir de duas dimensões, 
perspectivas: uma subjetiva e uma objetiva. 
Sob a perspectiva subjetiva, os direitos fundamentais, sejam eles negativos ou positivos, 
são vistos como direitos exigíveis pelo indivíduo em face do Estado, do Poder Público. 
Na perspectiva objetiva, os direitos fundamentais são compreendidos como diretrizes para a 
atuação dos Poderes Executivo,Legislativo e Judiciário, orientando suas atividades principais 
e, ainda, para as relações entre particulares. Essa dimensão é também denominada de eficácia 
irradiante dos direitos fundamentais. 
Referências Bibliográficas 
BRASIL, Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível em 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. 
ALEXANDRINO, Marcelo; PAULO, Vicente. Direito Constitucional descomplicado. 15. 
ed. Método, 2016. 
CANOTILHO, J.J. Gomes e outros. Comentários à Constituição do Brasil. São Paulo: 
Saraiva, 2014. 
LENZA, Pedro. Direito Constitucional. 21. ed. São Paulo: Saraiva, 2018. 
MORAES, Alexandre de. Direito Constitucional. 30. ed. São Paulo: Atlas, 2014. 
NOVELINO, Marcelo. Curso de Direito Constitucional. 11. ed. 2016. Salvador: 
JusPodivm. 
SILVA, José Afonso. Curso de Direito Constitucional Positivo. São Paulo: Malheiros, 
2006. 
ESTADO 
PESSOA 
PESSOA PESSOA 
 
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EXERCÍCIOS 
1. As normas constitucionais de eficácia contida possuem aplicabilidade imediata e plena, 
e não são suscetíveis de restrição por lei infraconstitucional. 
Certo ( ) Errado ( ) 
RESPOSTA ERRADA 
Norma Constitucional de Eficácia Contida, Restringível ou Redutível: É 
autoaplicável imediata e diretamente da forma como está no texto constitucional, 
pois contém todos os elementos necessários a sua formação. Permite, entretanto, 
restrição por lei infraconstitucional, emenda constitucional ou outro ato do poder 
público. 
2. No que se refere à Constituição Federal de 1988 (CF), julgue o próximo item. 
As normas constitucionais de eficácia limitada têm a eficácia imediata de revogar as 
regras preexistentes que lhes sejam contrárias. 
Certo ( ) Errado ( ) 
RESPOSTA - CERTA 
Na norma de eficácia limitada, a aplicabilidade total é mediata. 
Somente após a edição da lei, a norma constitucional produzirá todos os 
efeitos que se esperam dela. Assim, a norma de eficácia limitada, antes da edição 
da lei integradora, não produz todos os efeitos, mas já produz efeitos 
importantes. Além de revogar as normas incompatíveis (efeito negativo, 
paralisante das normas contrárias antes vigentes), produz também o efeito 
impeditivo, ou seja, impede a edição de leis posteriores contrárias às diretrizes por 
ela estabelecidas. 
3. Quanto às normas programáticas, julgue o item que se segue. 
É característica da norma programática não regular diretamente direitos ou garantias, 
mas, sim, enunciar preceitos a serem perseguidos pelo Poder Público em prol de fins 
socialmente desejáveis. 
Certo ( ) Errado ( ) 
RESPOSTA - CERTA 
Todas as normas programáticas são de eficácia limitada. São normas de 
organização que estabelecem um programa constitucional definido pelo legislador. 
Essas normas são comuns em Constituições dirigentes. Exemplos: artigo 196 e 
artigo 215 da Constituição Federal. 
4. Quanto às normas programáticas, julgue o item que se segue. 
As normas programáticas, embora abertas e dotadas de alto grau de abstração, ostentam 
eficácia plena, já desencadeando plenos efeitos antes e independentemente de 
regulamentação. 
Certo ( ) Errado ( ) 
 
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RESPOSTA - ERRADA 
Todas as normas programáticas são de eficácia limitada. São normas de 
organização que estabelecem um programa constitucional definido pelo legislador. 
Essas normas são comuns em Constituições dirigentes. Exemplos: artigo 196 e 
artigo 215 da Constituição Federal. 
5. A respeito dos direitos fundamentais e do controle de constitucionalidade, julgue o item 
que se segue. 
Em relação aos estrangeiros, a norma constitucional que garante o acesso a cargos, 
empregos e funções públicas é de eficácia contida. 
Certo ( ) Errado ( ) 
RESPOSTA - ERRADA 
Norma Constitucional de Eficácia Limitada: É aquela não regulada de 
modo completo na Constituição, por isso depende de norma regulamentadora 
elaborada pelo Poder Legislativo, Poder Executivo ou Poder Judiciário, ou de 
qualquer outro ato do poder público. 
Conforme o Art. 37, os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis 
aos brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim como aos 
estrangeiros, na forma da lei (limitada). 
Como se pode observar, essa norma depende de regulamentação para poder 
ser exercida. 
Obs.: a norma de eficácia contida poderá ser restringida (restringe, reduz o 
exercício), enquanto a limitada permite o exercício (uso) do direito. 
GABARITO 
1. Errado 
2. Certo 
3. Certo 
4. Errado 
5. Errado 
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1 
 
SUMÁRIO 
CONSTITUIÇÃO: DIREITOS FUNDAMENTAIS ...................................................................................................... 2 
TEORIA GERAL DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS ............................................................................................ 2 
TITULARES E DESTINATÁRIOS DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS: ......................................... 2 
CLÁUSULAS PÉTREAS E OS DIREITOS FUNDAMENTAIS ............................................................................. 2 
DIREITOS X GARANTIAS ............................................................................................................................. 3 
TRIBUNAL PENAL INTERNACIONAL – TPI ................................................................................................... 3 
FORÇA NORMATIVA DOS TRATADOS INTERNACIONAIS DE DIREITOS HUMANOS .................................... 3 
EXERCÍCIOS ........................................................................................................................................................ 5 
GABARITO ...................................................................................................................................................... 7 
 
 
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2 
 
CONSTITUIÇÃO: DIREITOS FUNDAMENTAIS 
TEORIA GERAL DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS 
TITULARES E DESTINATÁRIOS DOS DIREITOS E GARANTIAS 
FUNDAMENTAIS: 
Os	direitos	fundamentais	surgiram	tendo	como	titulares	os	seres	humanos,	tanto	é	que	a	
CF	no	caput do	Art.	5o	estabelece	como	titulares	e	destinatários	dos	direitos	fundamentais	os	
brasileiros	e	estrangeiros	residentes	no	país.		
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, 
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade 
do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos 
seguintes: (…) 
Contudo,	 de	 acordo	 com	 a	 orientação	 do	 STF,	 esses	 direitos	 também	 devem	 ser	
estendidos	aos	estrangeiros	de	passagem,	aos	turistas	que	estão	no	Brasil.	
As	 Constituições	 mais	 modernas,	 como	 a	 brasileira,	 também	 consagram	 direitos	
fundamentais	às	pessoas	jurídicas,	tanto	de	direito	privado	quanto	de	direito	público,	ou	seja,	
o	 Estado	 –	 entes	 estatais,	 também	 são	 titulares	 e	 destinatários	 de	 direitos	 fundamentais.	
Evidentemente	 que	 só	 poderão	 exercer	 aqueles	 direitos	 que	 são	 compatíveis	 com	 a	
personalidade	jurídica	desses	entes.	
Assim,	podemos	dizer	que	os	titulares	e	destinatários	dos	direitos	fundamentais	são:	
Ø brasileiros	natos	ou	naturalizados	(Art.	5o,	caput);	
Ø estrangeiros	residentes	no	país	(Art.	5°,	caput);	
Ø estrangeiros	em	trânsito	no	país	(STF);	
Ø pessoas	jurídicas,	privadas	ou	públicas,	quando	o	direito	for	compatível	com	a	sua	
personalidade.	
Ø apátridas.	
CLÁUSULAS PÉTREAS E OS DIREITOS FUNDAMENTAIS 
O artigo	60,	§	4o,	da	Constituição	Federal	traz	o	rol	das	chamadas	cláusulas	pétreas.		
§ 4º - Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a 
abolir: 
I - a forma federativa de Estado; 
II - voto direto, secreto, universal e periódico; 
III - a separação dos Poderes; 
IV - OS DIREITOS E GARANTIAS INDIVIDUAIS. (GRIFONOSSO) 
As	cláusulas	pétreas	são	núcleos	temáticos	formados	por	institutos	jurídicos	de	grande	
importância,	 os	 quais	 não	 podem	 ser	 retirados	 da	 Constituição.	 Cumpre	 frisar	 que	 o	 texto	
proíbe	a	abolição	destes	direitos	e	garantias,	ou	 seja,	 a	 sua	descaracterização,	 a	violação	de	
seu	 núcleo	 essencial,	 contudo	 não	 impede	 que	 eles	 sejam	 modificados,	 relativizados,	 para	
melhor.		
É	importante	notar	que	o	texto	constitucional	prevê,	no	inciso	IV,	como	sendo	cláusulas	
pétreas	 apenas	 os	 direitos	 e	 as	 garantias	 individuais.	 Dessa	 forma,	 pela	 literalidade	 da	
Constituição,	 não	 são	 todos	 os	 direitos	 fundamentais	 que	 são	 protegidos	 por	 este	 instituto,	
mas	apenas	os	de	caráter	individual.	
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3 
 
Contudo,	 para	 o	 STF	 e	 para	 as	 principais	 bancas,	 especialmente	 a	 CESPE,	 todos	 os	
direitos	fundamentais	são	considerados	CLÁUSULAS	PÉTREAS.	
DIREITOS X GARANTIAS 
Outro	tema	relevante	para	a	sua	prova	é	a	diferença	entre	direitos	e	garantias.	Podemos	
dizer	que	DIREITOS	 são	bens,	vantagens	prescritas	na	norma	constitucional,	 são	normas	de	
conteúdo	declaratório	(por	exemplo:	direito	à	honra,	à	liberdade	de	locomoção).	
As	 GARANTIAS,	 por	 sua	 vez,	 são	 os	 instrumentos	 mediante	 os	 quais	 se	 assegura	 o	
exercício	 dos	 direitos	 fundamentais.	 São	 normas	 de	 conteúdo	 assecuratório,	 preservando	 o	
direito	declarado	(por	exemplo:	indenização	por	dano	à	honra,	Habeas Corpus	para	garantir	a	
liberdade	de	locomoção).	
Podemos	dizer	que	os	remédios	constitucionais	são	espécies	de	garantias,	isso	porque	as	
garantias	não	se	limitam	aos	remédios	constitucionais.	
A	 CF	 estabelece	 formas	 de	 garantia	 diferentes	 dos	 remédios	 constitucionais.	 Vejamos	
dois	exemplos:	
Ex.	 1:	 é	 inviolável	 a	 liberdade	 de	 consciência	 e	 de	 crença,	 sendo	 assegurado	 o	 livre	
exercício	 dos	 cultos	 religiosos	—	 Art.	 5.º,	 VI	 (direito)	—,	 garantindo-se	 na	 forma	 da	 lei	 a	
proteção	aos	locais	de	culto	e	suas	liturgias	(garantia);	
Ex.	2:	direito	ao	juízo	natural	(direito)	—	o	Art.	5.º,	XXXVII,	veda	a	instituição	de	juízo	ou	
tribunal	de	exceção	(garantia).	
ATENÇÃO:	as	garantias	também	são	direitos,	porém	nem	todo	direito	é	uma	garantia!	
TRIBUNAL PENAL INTERNACIONAL – TPI 
O	§	4º	do	artigo	5º	da	Constituição	dispõe	a	respeito	do	Tribunal	Penal	Internacional	–	
TPI,	vejamos:
	
§ 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Internacional a cuja 
criação tenha manifestado adesão. 
O	 TPI	 é	 um	 tribunal	 permanente,	 localizado	 em	 Haia,	 nos	 países	 baixos	 (Holanda),	
integra	 o	 sistema	 de	 proteção	 da	ONU	 –	Organização	 das	Nações	Unidas,	 com	 competência	
criminal	 apenas	 para	 julgamento	 de	 indivíduos,	 e	 não	 de	 Estados	 em	 crimes	 mais	 graves,	
como:	genocídios,	crimes	de	guerra,	crimes	contra	a	humanidade.	
Apesar	 de	 ser	 um	 tribunal	 com	 atribuições	 jurisdicionais,	 o	 TPI	 não	 integra	 o	 Poder	
Judiciário	brasileiro.	Sua	competência	é	excepcional	e	complementar	à	 jurisdição	nacional,	e	
somente	será	exercida	no	caso	de	manifesta	 incapacidade	ou	 falta	de	disposição	do	sistema	
judiciário	nacional.	
Dessa	forma,	a	submissão	brasileira	ao	TPI	não	ofende	a	soberania	do	Estado	brasileiro,	
pois	só	atuará	na	ineficácia	ou	omissão	do	Judiciário	brasileiro.		
FORÇA NORMATIVA DOS TRATADOS INTERNACIONAIS DE DIREITOS 
HUMANOS 
Uma	regra	muito	 importante	para	 sua	prova	é	 a	que	está	prevista	no	parágrafo	3º	do	
artigo	5º:		
§ 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que 
forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três 
quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas 
constitucionais. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) 
 
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4 
 
Este	 dispositivo	 constitucional	 apresenta	 a	 chamada	 Força	 Normativa	 dos	 Tratados	
Internacionais	de	Direitos	Humanos.	
Segundo	 o	 texto	 constitucional,	 é	 possível	 que	 um	 tratado	 internacional	 de	 Direitos	
Humanos	possua	força	normativa	de	emenda	constitucional,	desde	que	preencha	os	seguintes	
requisitos:		
Ø Deve	tratar	de	Direitos	Humanos.	
Ø Deve	ser	aprovado	nas	duas	Casas	Legislativas	do	Congresso	Nacional,	ou	seja,	na	
Câmara	dos	Deputados	e	no	Senado	Federal.		
Ø Deve	ser	aprovado	em	dois	turnos	de	votação	em	cada	Casa.		
Ø Deve	ser	aprovado	pelo	quórum	de	3/5	dos	membros	em	cada	turno	de	votação,	
em	cada	Casa.	(no	mínimo)	
Preenchidos	esses	requisitos,	o	Tratado	Internacional	terá	força	normativa	de	Emenda	
à	Constituição.	
	
	
Mas	surge	a	seguinte	questão:	e	se	o	Tratado	 Internacional	 for	de	Direitos	Humanos	e	
não	preencher	os	 requisitos	 constitucionais	previstos	no	 §	3º	do	 artigo	5º	da	Constituição?	
Qual	 será	 sua	 força	 normativa?	De	 acordo	 com	o	 STF,	 caso	 o	 Tratado	 Internacional	 fale	 de	
direitos	humanos,	e	for	aprovado	no	Congresso	Nacional,	mas	não	preencha	os	requisitos	do	§	
3º	do	Art.	5º	da	CF,	ele	terá	força	normativa	de	NORMA	SUPRALEGAL,	é	dizer,	é	uma	norma	
acima	da	lei	(supra),	mas	que	ainda	está	abaixo	da	Constituição	Federal.	
Dessa	forma,	frisa-se	que	os	tratados	internacionais	de	direitos	humanos	podem	ter	dois	
status:	ou	de	norma	constitucional	(emenda)	ou	de	norma	supralegal.	
 
Apenas	 para	 complementar:	 aqueles	 tratados	 que	 não	 falem	 de	 direitos	 humanos,	 se	
aprovados	pelo	Poder	Legislativo,	terão	força	normativa	de	Lei	Ordinária.		
 
 
TRATADOS INTERNACIONAIS DE DIREITOS 
HUMANOS
EMENDA À CONSTITUIÇÃO
NORMA SUPRALEGAL
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5 
 
EXERCÍCIOS 
1. Os	direitos	 e	 as	 garantias	 fundamentais	 constitucionais	 estendem-se	 aos	 estrangeiros	
em	trânsito	no	 território	nacional,	mas	não	às	pessoas	 jurídicas,	por	 falta	de	previsão	
constitucional	expressa.	
Certo	(			)		Errado	(			)	
Resposta – Errado 
 
Os direitos fundamentais surgiram tendo como titulares os seres humanos, 
tanto é que a CF no caput do Art. 5o estabelece como titulares e destinatários dos 
direitos fundamentais os brasileiros e estrangeiros residentes no país. 
 
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, 
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade 
do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos 
seguintes: (…) 
 
Contudo, de acordo com a orientação do STF, esses direitos também devem 
ser estendidos aos estrangeiros de passagem, aos turistas que estão no Brasil. 
 
As Constituições mais modernas, como a brasileira, também consagram 
direitos fundamentais às pessoas jurídicas, tanto de direito privado quanto de 
direito público, ou seja, o Estado – entes estatais, também são titulares e 
destinatários de direitos fundamentais. Evidentemente que só poderão exercer 
aqueles direitos que são compatíveis com a personalidade jurídica desses entes. 
 
2. O	 gozo	 da	 titularidade	 de	 direitos	 fundamentais	 pelos	 brasileiros	 depende	 da	 efetiva	
residência	em	território	nacional.	
Certo	(			)		Errado	(			)	
Resposta – Errado 
 
Os direitos fundamentais surgiram tendo como titulares os seres humanos, 
tanto é que a CF no caput do Art. 5o estabelece como titulares e destinatários dos 
direitos fundamentais os brasileiros e estrangeiros residentes no país. 
 
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, 
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade 
do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos 
seguintes: (…) 
 
Contudo, de acordo com a orientação do STF, esses direitos também devem 
ser estendidos aos estrangeiros de passagem, aos turistas que estão no Brasil. 
Importante!! Os direitos fundamentais têm como característica a 
UNIVERSALIDADE (para todos) 
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3. A	Constituição	Federal	de	1988	é	conhecidacomo	a	“Constituição	Cidadã”	em	função	de	
seu	 vasto	 rol	 de	 direitos	 e	 garantias	 fundamentais.	 Nesse	 sentido,	 os	 direitos	
fundamentais	diferenciam-se	das	garantias	fundamentais	na	medida	em	que	os	direitos	
se	declaram,	enquanto	as	garantias	têm	um	conteúdo	assecuratório	daqueles.		
Certo	(			)		Errado	(			)	
Resposta Certo 
 
Anota aí!! Nunca esqueça dessa diferença. 
 Os DIREITOS são bens, vantagens prescritas na norma constitucional, são 
normas de conteúdo declaratório (por exemplo: direito à honra, à liberdade de 
locomoção). 
 
As GARANTIAS, por sua vez, são os instrumentos mediante os quais se 
assegura o exercício dos direitos fundamentais. São normas de conteúdo 
assecuratório, preservando o direito declarado (por exemplo: indenização por dano 
à honra, Habeas Corpus para garantir a liberdade de locomoção). 
4. Os	 tratados	 e	 as	 convenções	 internacionais	 sobre	 quaisquer	 temas	 que	 forem	
aprovados,	em	cada	Casa	do	Congresso	Nacional,	em	dois	turnos,	por	dois	quintos	dos	
votos	dos	respectivos	membros,	serão	equivalentes	às	emendas	constitucionais.		
Certo	(			)		Errado	(			)	
Resposta Errado 
 
Segundo o texto constitucional, é possível que um tratado internacional de 
Direitos Humanos possua força normativa de emenda constitucional, desde que 
preencha os seguintes requisitos: 
Deve tratar de Direitos Humanos. 
Deve ser aprovado nas duas Casas Legislativas do Congresso 
Nacional, ou seja, na Câmara dos Deputados e no Senado Federal. 
Deve ser aprovado em dois turnos de votação em cada Casa. 
Deve ser aprovado pelo quórum de 3/5 dos membros em cada turno 
de votação, em cada Casa. (no mínimo) 
Preenchidos esses requisitos, o Tratado Internacional terá força normativa de 
Emenda à Constituição. 
Mas surge a seguinte questão: e se o Tratado Internacional for de Direitos 
Humanos e não preencher os requisitos constitucionais previstos no § 3º do artigo 
5º da Constituição? Qual será sua força normativa? De acordo com o STF, caso o 
Tratado Internacional fale de direitos humanos, e for aprovado no Congresso 
Nacional, mas não preencha os requisitos do § 3º do Art. 5º da CF, ele terá força 
normativa de NORMA SUPRALEGAL, é dizer, é uma norma acima da lei (supra), 
mas que ainda está abaixo da Constituição Federal. 
Dessa forma, frisa-se que os tratados internacionais de direitos humanos 
podem ter dois status: ou de norma constitucional (emenda) ou de norma 
supralegal. 
E ainda tem aqueles tratados que não falam de direitos humanos, que quando 
aprovados pelo Poder Legislativo, terão força normativa de Lei Ordinária 
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5. O	Brasil	 se	 submete	à	 jurisdição	de	Tribunal	Penal	 Internacional	 a	 cuja	 criação	 tenha	
manifestado	adesão.	
Certo	(			)		Errado	(			)	
Resposta Certo 
 
O § 4º do artigo 5º da Constituição dispõe a respeito do Tribunal Penal 
Internacional – TPI, vejamos:
 
§ 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Internacional a cuja 
criação tenha manifestado adesão. 
 
O TPI é um tribunal permanente, localizado em Haia, nos países baixos 
(Holanda), integra o sistema de proteção da ONU – Organização das Nações 
Unidas, com competência criminal apenas para julgamento de indivíduos, e não de 
Estados em crimes mais graves, como: genocídios, crimes de guerra, crimes contra 
a humanidade. 
 
Apesar de ser um tribunal com atribuições jurisdicionais, o TPI não integra o 
Poder Judiciário brasileiro. Sua competência é excepcional e complementar à 
jurisdição nacional, e somente será exercida no caso de manifesta incapacidade ou 
falta de disposição do sistema judiciário nacional. 
 
Dessa forma, a submissão brasileira ao TPI não ofende a soberania do Estado 
brasileiro, pois só atuará na ineficácia ou omissão do Judiciário brasileiro. 
GABARITO
	
1. Errado	
2. Errado	
3. Certo	
4. Errado	
5. Certo	
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1 
 
SUMÁRIO 
DIREITOS E GARANTIAS INDIVIDUAIS E COLETIVOS .......................................................................................... 2 
INTRODUÇÃO ................................................................................................................................................. 2 
DIREITO À VIDA .......................................................................................................................................... 2 
DIREITO À IGUALDADE OU ISONOMIA ...................................................................................................... 3 
IGUALDADE FORMAL X IGUALDADE MATERIAL ........................................................................................ 3 
EXERCÍCIOS ........................................................................................................................................................ 6 
GABARITO ...................................................................................................................................................... 9 
 
 
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DIREITOS E GARANTIAS INDIVIDUAIS E COLETIVOS 
INTRODUÇÃO 
A Constituição Federal, ao disciplinar os direitos individuais, apresenta-os basicamente 
no artigo 5°. Logo no caput deste artigo, já aparece uma classificação didática dos direitos ali 
previstos: 
Art. 5° Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, 
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade 
do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos 
seguintes: (…) 
Para estudarmos os direitos individuais, utilizaremos os cinco grupos de direitos 
previstos no caput do artigo 5°: 
 direito à vida;
 
 direito à igualdade; 
 direito à liberdade; 
 direito à propriedade; 
 direito à segurança. 
Percebe-se que os 78 incisos do artigo 5°, de certa forma, surgem de um desses direitos 
que costumo chamar de “direitos raízes”. Utilizando esta divisão que parece didática, vamos 
trabalhar os incisos mais importantes deste artigo de forma a prepará-lo para a prova. 
Logicamente, não conseguiremos abordar todos os incisos, o que não tira a sua 
responsabilidade de lê-los, ainda que não trabalhados em nossa aula. 
 
DIREITO À VIDA 
O direito à vida, previsto de uma forma genérica no Art. 5° assegura tanto o direito de 
não ser morto, direito de continuar vivo (acepção negativa), quanto o direito a ter uma vida 
digna (acepção positiva). 
 
Em decorrência de seu primeiro desdobramento, encontramos a proibição da pena de morte, 
salvo em caso de guerra declarada, nos termos do artigo 84, inciso XIX da CF. O segundo 
desdobramento, ou seja, o direito a uma vida digna, garantindo-se as necessidades vitais básicas do 
ser humano e proibindo qualquer tratamento indigno, como a prática de tortura, penas de caráter 
perpétuo, trabalhos forçados, cruéis etc. 
  STF E O DIREITO À VIDA: 
Direitos raízes
VIDA IGUALDADE LIBERDADE PROPRIEDADE SEGURANÇA JURÍDICA
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3 
 
STF – DESCRIMINALIZAÇÃO DO ABORTO – FETO ANENCÉFALO: Um dos grandes temas 
que foi julgado recentemente pelo STF, em decorrência da ADPF 54, é a possibilidade 
antecipação do parto quando clinicamente comprovado que o feto é anencéfalo, não 
constituindo, portanto, em crime de aborto. 
STF – CONSTITUCIONALIDADE DA LEI DE BIOSSEGURANÇA - PESQUISAS COM 
CÉLULAS-TRONCO: conforme o julgamento da AD 3.510 em que se questionava a 
constitucionalidade do artigo 5º da Lei 11.105/05 (Lei de Biossegurança), o STF decidiu pela 
possibilidade de pesquisas com células-tronco embrionárias. 
Apesar de ser um direito essencial ao exercício dos demais direitos, não se pode afirmar 
que o direito à vida seja hierarquicamente superior aos demais direitos fundamentais. 
A CF protege a vida de forma geral, não só a extrauterina como a intrauterina. Porém, 
assim como os demais direitos, o direito à vida não éabsoluto. 
A CF e outras leis infraconstitucionais estabelecem relativização a esse direito 
fundamental, vejamos: 
 Pena de morte: a CF prevê uma hipótese de pena de morte no Brasil no caso de 
guerra declarada, nos termos da alínea a do inciso XLVII do artigo 5° da CF. 
Ademais, entende a doutrina que não poderia ser inserida uma nova hipótese de 
pena de morte – cláusula pétrea: 
XLVII - não haverá penas:
 a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, 
nos termos do art. 84, XIX; 
 Aborto: o aborto é proibido no Brasil, em respeito ao direito à vida, contudo a lei 
permite a prática em alguns casos específicos, a saber: (i) necessário ou 
terapêutico; (ii) sentimental ou humanitário. 
DIREITO À IGUALDADE OU ISONOMIA 
O direito ou princípio da igualdade encontra-se previsto de forma genérica no caput do 
Art. 5° da CF, mas desse princípio decorrem diversas previsões constitucionais relacionadas à 
igualdade, como, por exemplo: inciso I, XLII, do Art. 5°, Art. 7o, XXX, dentre diversos outros que 
estabelecem um tratamento igualitário. Vejamos: 
I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta 
Constituição; 
XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, 
sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei; 
XXX - proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério 
de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil; 
 
IGUALDADE FORMAL X IGUALDADE MATERIAL 
A doutrina classifica o princípio da igualdade em duas modalidades: 
 ˃ IGUALDADE FORMAL: 
A igualdade formal, nascida no liberalismo clássico, juntamente com os direitos de 
primeira geração, traduz-se no termo todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer 
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natureza. É uma igualdade jurídica, que não se preocupa com a realidade, mas apenas atenta 
que o Estado ou as pessoas estabeleçam tratamento diferenciado de forma arbitrária. 
 ˃ IGUALDADE MATERIAL: 
Contudo, o princípio da igualdade não impede que se estabeleça tratamento 
diferenciado entre pessoas diferentes, quando há razoabilidade para essa discriminação, a fim 
de estabelecer o que se chama de igualdade material, substancial ou efetiva. É a igualdade que 
se preocupa com a realidade, com origens no modelo de Estado Social. Traduz-se na seguinte 
expressão: 
Tratar os iguais de forma igual, os desiguais de forma desigual, na 
medida das suas desigualdades. 
Esse tipo de igualdade confere um tratamento com justiça social para aqueles que não a 
possuem. 
Convém observar que a igualdade formal é a regra utilizada pelo Estado para conferir 
um tratamento isonômico entre as pessoas. Contudo, por diversas vezes, um tratamento 
igualitário não consegue atender a todas as necessidades práticas. Faz-se necessária a 
utilização da igualdade em seu aspecto material para que se consiga produzir um verdadeiro 
tratamento isonômico. 
Dessa forma, podemos afirmar que o Estado pode dar tratamento diferenciado aos 
indivíduos, seja por meio da lei, seja mediante políticas públicas, com a finalidade de atenuar 
diferenças sociais. 
Como formas de concretização da igualdade material, foram desenvolvidas políticas 
públicas de compensação dirigidas às minorias sociais ou camadas menos favorecidas, por 
intermédio das chamadas AÇÕES AFIRMATIVAS OU DISCRIMINAÇÕES POSITIVAS. São 
verdadeiras ações de cunho social que visam compensar possíveis perdas que determinados 
grupos sociais tiveram ao longo da história de suas vidas. 
Podemos destacar como Ações afirmativas: 
 Lei Maria da Penha: Lei 11.340/2006 que estabelece uma proteção especial à 
mulher, no sentido de coibir a violência doméstica e familiar e é exemplo de 
tratamento discriminatório constitucional entre homens e mulheres. 
 Foro de residência da mulher: o Art. 100 do CPC/1973 estabelecia foro especial 
para a mulher nas ações de separação judicial e de conversão da separação judicial 
em divórcio. De acordo com o STF, essa disposição não ofende o princípio da 
isonomia entre homens e mulheres ou da igualdade entre os cônjuges. [RE 
227.114, rel. min. Joaquim Barbosa, j. 14-12-2011, 2ª T, DJE de 22-11-2012.] 
Importante! 
O princípio da igualdade (ou isonomia), base de um Estado democrático de Direito, está 
previsto em diversos dispositivos constitucionais, determinando a necessidade de tratamento 
igualitário nas mais diferentes situações (Art. 3º, I, III e IV; Art. 4º, VIII; Art. 5º, caput, I, XLI e 
XLII; Art. 7º, XX, XXX, XXXI, XXXII, XXXIII e XXXIV; Art. 12, §2, §3; art 14, caput; Art. 19, III; Art. 
23, II e X; Art. 24, XIV; Art. 37, I e VIII; Art. 43, caput; Art. 150, II; Art. 203, IV e V; Art. 206, I; 
Art. 208, III; Art. 226, §5; Art. 231, §2 etc.). 
Em outras, é o próprio constituinte que estabelece as desigualdades, por exemplo, em 
relação à igualdade entre homens e mulheres em direitos e obrigações, nos termos da 
Constituição, destacando-se as seguintes diferenciações: Art. 5º, L (condições às presidiárias 
para que possam amamentar e permanecer com os seus filos durante o período de 
amamentação); Art. 7, XVIII e XIX (licença maternidade e licença paternidade); Art. 143, §1º e 
§2º (serviço militar obrigatório); Arts. 201, §7º, I e II; Art. 201, §8º; Art. 40 (regras de 
aposentadoria). 
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http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=1740750
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O princípio da igualdade obriga o legislador (no momento da edição da lei), o aplicador 
do direito (no momento da aplicação da lei aos casos concretos) e também o particular (na 
celebração de negócios privados). Na repetição do princípio da isonomia, preocupou-se o 
legislador não só com a igualdade meramente formal (perante a lei), mas também com a 
igualdade material, prescrevendo vedações materiais em razão de critérios inadmissíveis 
pelo Direito, como é bom exemplo o disposto no Art. 7º, XXX a XXXIII (aqui, nesses 
dispositivos, não se está assegurando, apenas, a igualdade perante a lei – formal -, mas sim 
vedando práticas materiais atentatórias da igualdade, em razão de critérios tais como raça, 
cor, idade, sexo etc.). 
Porém, é importante lembrar que o princípio da igualdade “não é cego”, vale dizer, não 
tem por fim estabelecer um tratamento igualitário entre os indivíduos sem se atentar para as 
desigualdades existentes entre esses. 
É por essa razão que é sempre lembrada a máxima: alcança-se a verdadeira igualdade 
conferindo tratamento igualitário aos iguais e tratamento desigual para os desiguais. Assim, o 
princípio da igualdade não veda tratamento diferenciado entre pessoas que guardem 
distinções de raça, de idade, de sexo, de condição econômica etc., desde que haja justificativas 
razoáveis para o estabelecimento da distinção (note-se, aqui, a aplicação do princípio da 
razoabilidade, como limite à imposição de restrições ao princípio constitucional da igualdade; 
enfim, o princípio constitucional da igualdade pode sofrer restrições no tocante à cor, à raça, à 
idade etc., desde que tais restrições sejam razoáveis, isto é, desde que sejam necessárias, 
adequadas e na medida certa). Por exemplo: em concursos públicos são admitidas restrições 
impostas por lei, que venham estabelecer tratamento diferenciado entre os candidatos, desde 
que as atribuições do cargo justifiquem a discriminação (estabelecimento de idade máxima 
para o ingresso no cargo de agente de polícia; abertura de concurso público somente para as 
mulheres, para o cargo de agente penitenciário numa prisão feminina etc.). 
É importante destacar que essas restrições devem ser estabelecidas em lei, e não 
somente no edital do concurso, pois editais de concurso e atos administrativos em geral 
(decretos, portarias etc.) não dispõem de competência para impor restrições a direito previsto 
na Constituição.Outro relevante entendimento do STF: o princípio da isonomia não autoriza a extensão 
de vantagem pelo Poder Judiciário à categoria não contemplada pelo legislador. Assim, se a lei 
concede vantagem à categoria “A” de servidores públicos e não a concede à categoria “B”, não 
pode o Poder Judiciário estender tal vantagem aos servidores da categoria “B”, ainda que eles 
estejam sob condição de isonomia em relação aos servidores da categoria “A”. 
Segundo o STF, a determinação dessa medida pelo Poder Judiciário implicaria ofensa ao 
princípio da separação dos Poderes, que impede o Poder Judiciário de legislar positivamente, 
criando benefício não pretendido pelo legislador. Observe que, a partir dessa orientação do 
STF, no tocante à vantagem, o princípio da isonomia passou a ter, no Brasil, feição meramente 
negativa, isto é, pode-se conseguir, com fundamento na isonomia, suprimir vantagem de 
outrem (feição negativa), mas nunca estendê-la a terceiro (feição positiva). 
Por fim, outra questão bastante atual está relacionada às ações afirmativas adotadas 
pelo Poder Público, em estabelecer medidas legais de compensação para grupos 
reconhecidamente marginalizados pela história. A título de exemplo, mencionamos as 
políticas de cotas adotadas nas universidades, reservando um determinado número de vagas 
para oriundos de determinada raça. 
• STF E O PRINCÍPIO DA IGUALDADE: 
 STF - CONSTITUCIONALIDADE DAS POLÍTICAS DE COTAS – UNB: O Plenário do 
Supremo Tribunal Federal (STF) considerou constitucional a política de cotas 
étnico-raciais para seleção de estudantes da Universidade de Brasília (UnB). Por 
unanimidade, os ministros julgaram improcedente a Arguição de Descumprimento 
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de Preceito Fundamental (ADPF) 186, ajuizada na Corte pelo Partido Democratas 
(DEM). o relator afirmou que as políticas de ação afirmativa adotadas pela UnB 
estabelecem um ambiente acadêmico plural e diversificado, e têm o objetivo de 
superar distorções sociais historicamente consolidadas. Além disso, segundo ele, 
os meios empregados e os fins perseguidos pela UnB são marcados pela 
proporcionalidade, razoabilidade e as políticas são transitórias, com a revisão 
periódica de seus resultados. No caso da Universidade de Brasília, a reserva de 20% 
de suas vagas para estudantes negros e ‘de um pequeno número delas’ para índios de 
todos os Estados brasileiros pelo prazo de 10 anos constitui, a meu ver, providência 
adequada e proporcional ao atingimento dos mencionados desideratos. A política de 
ação afirmativa adotada pela Universidade de Brasília não se mostra 
desproporcional ou irrazoável, afigurando-se também sob esse ângulo compatível 
com os valores e princípios da Constituição, afirmou o ministro Lewandowski. 
 STF – REMUNERAÇÃO INFERIOR AO SALÁRIO MÍNIMO: não viola a Constituição o 
estabelecimento de remuneração inferior ao salário mínimo para as praças 
prestadoras de serviço militar inicial. (Súmula Vinculante 6.) 
 STF – LIMITE DE IDADE PARA INSCRIÇÃO EM CONCURSO PÚBLICO: O limite de 
idade para a inscrição em concurso público só se legitima em face do art. 7º, XXX, da 
Constituição, quando possa ser justificado pela natureza das atribuições do cargo a 
ser preenchido. (Súmula 683.) 
BRASIL. Constituição Federal. 
CANOTILHO, J.J. GOMES e outros. Comentários à Constituição do Brasil. São Paulo: 
Saraiva, 2014. 
LENZA, Pedro. Direito Constitucional. 17. ed. São Paulo: Saraiva, 2013. 
MORAES, Alexandre de. Direito Constitucional. 30. ed. São Paulo: Atlas, 2014. 
NOVELINO, Marcelo. Curso de Direito Constitucional. 11. ed. Salvador: JusPodivm, 
2016. 
PAULO, Vicente; ALEXANDRINO, Marcelo. Direito Constitucional descomplicado. 15 
ed. São Paulo: Método, 2016. 
 SILVA, José Afonso. Curso de Direito Constitucional Positivo. São Paulo: Malheiros, 2006. 
EXERCÍCIOS 
1. A respeito de direitos e garantias fundamentais, julgue o item. 
Como efeito da consagração do direito à vida pela Constituição Federal, o Estado tem o 
dever de assegurar o direito das pessoas de continuarem vivas e o direito a uma vida digna. 
Certo ( ) Errado ( ) 
RESPOSTA CERTA 
O direito à vida, previsto de uma forma genérica no Art. 5°, assegura tanto o 
direito de não ser morto, direito de continuar vivo (acepção negativa), quanto o 
direito a ter uma vida digna (acepção positiva). 
 
Em decorrência de seu primeiro desdobramento, encontramos a proibição da 
pena de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do artigo 84, inciso 
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MUDE SUA VIDA! 
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XIX da CF. O segundo desdobramento, ou seja, o direito a uma vida digna, 
garantindo-se as necessidades vitais básicas do ser humano e proibindo qualquer 
tratamento indigno, como a prática de tortura, penas de caráter perpétuo, 
trabalhos forçados, cruéis etc. 
2. Julgue o item seguinte a respeito do princípio da igualdade na Constituição Federal de 
1988 (CF). 
A vedação de tratamento discriminatório entre homens e mulheres evidencia a 
dimensão formal do princípio da isonomia, enquanto as distinções constitucionalmente 
asseguradas, como o prazo da licença-maternidade, conservam a isonomia em seu 
aspecto material. 
Certo ( ) Errado ( ) 
RESPOSTA CERTA 
É importante observar que a igualdade formal é a regra utilizada pelo 
Estado para conferir um tratamento isonômico entre as pessoas. Contudo, por 
diversas vezes, um tratamento igualitário não consegue atender a todas as 
necessidades práticas. Faz-se necessária a utilização da igualdade em seu aspecto 
material para que se consiga produzir um verdadeiro tratamento isonômico. 
Dessa forma, podemos afirmar que o Estado pode dar tratamento 
diferenciado aos indivíduos, seja por meio da lei, seja mediante políticas públicas, 
com a finalidade de atenuar diferenças sociais. 
Como formas de concretização da igualdade material, foram desenvolvidas 
políticas públicas de compensação dirigidas às minorias sociais ou camadas menos 
favorecidas por intermédio das chamadas AÇÕES AFIRMATIVAS OU 
DISCRIMINAÇÕES POSITIVAS. São verdadeiras ações de cunho social que 
visam compensar possíveis perdas que determinados grupos sociais tiveram ao 
longo da história de suas vidas. 
3. De acordo com o disposto na Constituição Federal de 1988 (CF), julgue o item seguinte 
a respeito dos direitos e das garantias fundamentais. 
A CF consagra que todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, 
contudo deve-se buscar não apenas a aparente igualdade formal, mas, principalmente, a 
igualdade material. 
Certo ( ) Errado ( ) 
RESPOSTA CERTA 
É importante observar que a igualdade formal é a regra utilizada pelo 
Estado para conferir um tratamento isonômico entre as pessoas. Contudo, por 
diversas vezes, um tratamento igualitário não consegue atender a todas as 
necessidades práticas. Faz-se necessária a utilização da igualdade em seu aspecto 
material para que se consiga produzir um verdadeiro tratamento isonômico. 
Dessa forma, podemos afirmar que o Estado pode dar tratamento 
diferenciado aos indivíduos, seja por meio da lei, seja mediante políticas públicas, 
com a finalidade de atenuar diferenças sociais. 
Como formas de concretização da igualdade material, foram desenvolvidas 
políticas públicas de compensação dirigidas às minorias sociais ou camadas menos 
favorecidas por intermédio das chamadas AÇÕES AFIRMATIVAS OU 
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MUDE SUA VIDA! 
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DISCRIMINAÇÕES POSITIVAS. São verdadeiras ações de cunho social que 
visam compensar possíveis perdas que determinados grupos sociais tiveram ao 
longo da história de suas vidas. 
4. Acerca dos princípios fundamentais e dos direitos e deveres individuais e coletivos, 
julgue o item a seguir. 
Lei aprovada pelo Congresso Nacional para conferir proteção especial às mulheres, seja 
qual for o tratamento diferenciado entre os gêneros, contrariará a CF, que

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