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Pós-graduação – Dir. Const. Aplicado Constitucionalismo e Pacote Anticrime Lei nº 13.964, de 24.12.2019 Gabriel Valadares de Morais - 02570879150 Origem da Lei nº 13.964/19 2 O pacote é resultado da reunião de propostas elaboradas pelo ministro da Justiça, Sergio Moro, e por uma comissão de juristas coordenada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Durante o seu trâmite na Câmara e no Senado, o projeto sofreu sucessivas mudanças, por força inclusive de emendas de iniciativa parlamentar, que acabaram por descaracterizá-lo. Gabriel Valadares de Morais - 02570879150 Vigência 3 A Lei nº 13.964/19 entrou em vigor no dia 23.01.2020. Art. 20. Esta Lei entra em vigor após decorridos 30 (trinta) dias de sua publicação oficial. Gabriel Valadares de Morais - 02570879150 Juiz das Garantias 4 MEDIDA CAUTELAR NA AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 6.299 DISTRITO FEDERAL RELATOR : MIN. LUIZ FUX REQTE.(S) :PARTIDO TRABALHISTA NACIONAL E OUTRO(A/S) ADV.(A/S) :GUILHERME RUIZ NETO E OUTRO(A/S) INTDO.(A/S) :CONGRESSO NACIONAL PROC.(A/S)(ES) :ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO INTDO.(A/S) :PRESIDENTE DA REPÚBLICA PROC.(A/S)(ES) :ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO Gabriel Valadares de Morais - 02570879150 Medidas cautelares - resumo 5 Medidas cautelares concedidas para suspender sine die a eficácia: (a) Da implantação do juiz das garantias e seus consectários (Artigos 3º-A, 3º-B, 3º-C, 3º-D, 3ª-E, 3º-F, do Código de Processo Penal); (b) Da alteração do juiz sentenciante que conheceu de prova declarada inadmissível (157, §5º, do Código de Processo Penal); (c) Da alteração do procedimento de arquivamento do inquérito policial (28, caput, Código de Processo Penal); e (d) Da liberalização da prisão pela não realização da audiência de custodia no prazo de 24 horas (Artigo 310, §4°, do Código de Processo Penal); Gabriel Valadares de Morais - 02570879150 Juiz das Garantias 6 Art. 3º-A. O processo penal terá estrutura acusatória, vedadas a iniciativa do juiz na fase de investigação e a substituição da atuação probatória do órgão de acusação. Gabriel Valadares de Morais - 02570879150 Sistemas processuais penais a) Sistema Inquisitivo ou inqusitorial: no qual cabe a um só órgão acusar e julgar, ou seja, o juiz concentra as funções de acusador e julgador. Nesse sistema, a imparcialidade do juiz está comprometida, uma vez que ele acusa e ele mesmo julga. Não há contraditório. O juiz é dotado de ampla iniciativa probatória. Existem três sistemas processuais penais (formas de regulamentação dos processos): Gabriel Valadares de Morais - 02570879150 Sistemas processuais penais b) Sistema acusatório: no qual existe separação entre o órgão que acusa e o órgão que julga. Esse sistema garante a imparcialidade do juiz, que não pode determinar a produção de nenhuma prova, atividade que fica reservada unicamente às partes. Defesa e acusação se contrapõem em igualdade de condições. Juiz equidistante e imparcial. A atividade probatória é reservada exclusivamente às partes. Gabriel Valadares de Morais - 02570879150 Sistemas processuais penais c) Sistema misto: no qual há duas fases distintas, sendo uma investigatória e outra acusatória. Na fase investigatória, preliminar, são conduzidas as investigações preliminares no processo, colhendo elementos para posterior acusação formal. Não há contraditório na primeira fase. Na segunda fase, acusatória, o órgão acusador apresenta a acusação, o réu se defende e o juiz julga. Gabriel Valadares de Morais - 02570879150 Sistema brasileiro O Brasil adotou o sistema acusatório, na Constituição Federal de 1988, na medida em que previu a iniciativa exclusiva do Ministério Público para a propositura da ação penal pública (art. 129, I, da CF). No Brasil, há evidente separação entre a função acusatória e a função decisória. A acusação é feita pelo MP (nas ações penais públicas) ou pelo ofendido (nas ações penais privadas), sendo o julgamento do feito reservado exclusivamente ao juiz imparcial. Gabriel Valadares de Morais - 02570879150 Sistema brasileiro Deve ser ressaltado, entretanto, que o sistema acusatório brasileiro apresenta peculiaridades que o tornam sui generis. Tratava-se de um sistema acusatório mitigado, uma vez que o juiz, sem comprometer sua imparcialidade, poderia determinar, no curso da instrução, a realização de diligências para dirimir dúvida sobre ponto relevante (art. 156, II, do CPP), ou determinar, de ofício, a realização de diligências imprescindíveis (art. 404, do CPP), ou ainda complementar a inquirição das testemunhas sobre pontos não esclarecidos (art. 212, do CPP). Os arts. 156, 404, 212 etc não foram revogados expressamente pela Lei nº 13.964/19. Teriam sido revogados tacitamente pelo novo art. 3º-A ??? Gabriel Valadares de Morais - 02570879150 Atribuições do Juiz das Garantias Art. 3º-B. O juiz das garantias é responsável pelo controle da legalidade da investigação criminal e pela salvaguarda dos direitos individuais cuja franquia tenha sido reservada à autorização prévia do Poder Judiciário, competindo-lhe especialmente: I - receber a comunicação imediata da prisão, nos termos do inciso LXII do caput do art. 5º da Constituição Federal; Art. 5º, LXII – “a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados imediatamente ao juiz competente e à família do preso ou à pessoa por ele indicada;” 12 Gabriel Valadares de Morais - 02570879150 Atribuições do Juiz das Garantias Art. 310. Após receber o auto de prisão em flagrante, no prazo máximo de até 24 (vinte e quatro) horas após a realização da prisão, o juiz deverá promover audiência de custódia com a presença do acusado, seu advogado constituído ou membro da Defensoria Pública e o membro do Ministério Público, e, nessa audiência, o juiz deverá, fundamentadamente: I - relaxar a prisão ilegal; ou II - converter a prisão em flagrante em preventiva, quando presentes os requisitos constantes do art. 312 deste Código, e se revelarem inadequadas ou insuficientes as medidas cautelares diversas da prisão; ou III - conceder liberdade provisória, com ou sem fiança. 13 II - receber o auto da prisão em flagrante para o controle da legalidade da prisão, observado o disposto no art. 310 deste Código; Gabriel Valadares de Morais - 02570879150 Atribuições do Juiz das Garantias III - zelar pela observância dos direitos do preso, podendo determinar que este seja conduzido à sua presença, a qualquer tempo; IV - ser informado sobre a instauração de qualquer investigação criminal; V - decidir sobre o requerimento de prisão provisória ou outra medida cautelar, observado o disposto no § 1º deste artigo; 14 o §1º foi vetado Gabriel Valadares de Morais - 02570879150 Veto e razões do veto do §1º “§ 1º O preso em flagrante ou por força de mandado de prisão provisória será encaminhado à presença do juiz de garantias no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, momento em que se realizará audiência com a presença do Ministério Público e da Defensoria Pública ou de advogado constituído, vedado o emprego de videoconferência.” Gabriel Valadares de Morais - 02570879150 Veto e razões do veto do §1º Razões dos vetos “A propositura legislativa, ao suprimir a possibilidade da realização da audiência por videconferência, gera insegurança jurídica ao ser incongruente com outros dispositivos do mesmo código, a exemplo do art. 185 e 222 do Código de Processo Penal, os quais permitem a adoção do sistema de videoconferência em atos processuais de procedimentos e ações penais, além de dificultar a celeridade dos atos processuais e do regular funcionamento da justiça, em ofensa à garantia da razoável duração do processo, nos termos da jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça (RHC 77580/RN, Quinta Turma, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, DJe de10/02/2017). Ademais, o dispositivo pode acarretar em aumento de despesa, notadamente nos casos de juiz em vara única, com apenas um magistrado, seja pela necessidade de pagamento de diárias e passagens a outros magistrados para a realização de uma única audiência, seja pela necessidade premente de realização de concurso para a contratação de novos magistrados, violando as regras do art. 113 do ADCT, bem como dos arts. 16 e 17 LRF e ainda do art. 114 da Lei de Diretrizes Orçamentárias para 2019 (Lei nº 13.707, de 2018).” Gabriel Valadares de Morais - 02570879150 Atribuições do Juiz das Garantias VI - prorrogar a prisão provisória ou outra medida cautelar, bem como substituí-las ou revogá-las, assegurado, no primeiro caso, o exercício do contraditório em audiência pública e oral, na forma do disposto neste Código ou em legislação especial pertinente; 17 Em caso de necessidade de prorrogação de prisão provisória ou de qualquer outra medida cautelar, o juiz deverá designar audiência pública para esse fim, garantindo o contraditório (oral). Gabriel Valadares de Morais - 02570879150 Atribuições do Juiz das Garantias VII - decidir sobre o requerimento de produção antecipada de provas consideradas urgentes e não repetíveis, assegurados o contraditório e a ampla defesa em audiência pública e oral; 18 Neste caso também o juiz deverá designar audiência pública e oral, assegurados o contraditório e a ampla defesa (autodefesa e defesa técnica). Gabriel Valadares de Morais - 02570879150 Atribuições do Juiz das Garantias VIII - prorrogar o prazo de duração do inquérito, estando o investigado preso, em vista das razões apresentadas pela autoridade policial e observado o disposto no § 2º deste artigo; 19 § 2º Se o investigado estiver preso, o juiz das garantias poderá, mediante representação da autoridade policial e ouvido o Ministério Público, prorrogar, uma única vez, a duração do inquérito por até 15 (quinze) dias, após o que, se ainda assim a investigação não for concluída, a prisão será imediatamente relaxada. Gabriel Valadares de Morais - 02570879150 Atribuições do Juiz das Garantias IX - determinar o trancamento do inquérito policial quando não houver fundamento razoável para sua instauração ou prosseguimento; X - requisitar documentos, laudos e informações ao delegado de polícia sobre o andamento da investigação; 20 Gabriel Valadares de Morais - 02570879150 Atribuições do Juiz das Garantias XI - decidir sobre os requerimentos de: a) interceptação telefônica, do fluxo de comunicações em sistemas de informática e telemática ou de outras formas de comunicação; b) afastamento dos sigilos fiscal, bancário, de dados e telefônico; c) busca e apreensão domiciliar; d) acesso a informações sigilosas; e) outros meios de obtenção da prova que restrinjam direitos fundamentais do investigado; 21 Gabriel Valadares de Morais - 02570879150 Atribuições do Juiz das Garantias XII - julgar o habeas corpus impetrado antes do oferecimento da denúncia; XIII - determinar a instauração de incidente de insanidade mental; 22 Gabriel Valadares de Morais - 02570879150 Atribuições do Juiz das Garantias XIV - decidir sobre o recebimento da denúncia ou queixa, nos termos do art. 399 deste Código; 23 Gabriel Valadares de Morais - 02570879150 Recebimento da denúncia ou queixa Art. 396. Nos procedimentos ordinário e sumário, oferecida a denúncia ou queixa, o juiz, se não a rejeitar liminarmente, recebê- la-á e ordenará a citação do acusado para responder à acusação, por escrito, no prazo de 10 (dez) dias. Resposta à acusação Análise sobre eventual absolvição sumária Art. 399. Recebida a denúncia ou queixa, o juiz designará dia e hora para a audiência, ordenando a intimação do acusado, de seu defensor, do Ministério Público e, se for o caso, do querelante e do assistente. Gabriel Valadares de Morais - 02570879150 Atribuições do Juiz das Garantias XV - assegurar prontamente, quando se fizer necessário, o direito outorgado ao investigado e ao seu defensor de acesso a todos os elementos informativos e provas produzidos no âmbito da investigação criminal, salvo no que concerne, estritamente, às diligências em andamento; 25 SÚMULA VINCULANTE 14 – STF É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de prova que, já documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa. EAOAB - Art. 7º São direitos do advogado: XIV - examinar, em qualquer instituição responsável por conduzir investigação, mesmo sem procuração, autos de flagrante e de investigações de qualquer natureza, findos ou em andamento, ainda que conclusos à autoridade, podendo copiar peças e tomar apontamentos, em meio físico ou digital; Gabriel Valadares de Morais - 02570879150 Atribuições do Juiz das Garantias XVI - deferir pedido de admissão de assistente técnico para acompanhar a produção da perícia; XVII - decidir sobre a homologação de acordo de não persecução penal ou os de colaboração premiada, quando formalizados durante a investigação; XVIII - outras matérias inerentes às atribuições definidas no caput deste artigo. 26 Gabriel Valadares de Morais - 02570879150 Atribuições do Juiz das Garantias § 1º (VETADO). § 2º Se o investigado estiver preso, o juiz das garantias poderá, mediante representação da autoridade policial e ouvido o Ministério Público, prorrogar, uma única vez, a duração do inquérito por até 15 (quinze) dias, após o que, se ainda assim a investigação não for concluída, a prisão será imediatamente relaxada. 27 Gabriel Valadares de Morais - 02570879150 Competência do Juiz das Garantias Art. 3º-C. A competência do juiz das garantias abrange todas as infrações penais, exceto as de menor potencial ofensivo, e cessa com o recebimento da denúncia ou queixa na forma do art. 399 deste Código. § 1º Recebida a denúncia ou queixa, as questões pendentes serão decididas pelo juiz da instrução e julgamento. § 2º As decisões proferidas pelo juiz das garantias não vinculam o juiz da instrução e julgamento, que, após o recebimento da denúncia ou queixa, deverá reexaminar a necessidade das medidas cautelares em curso, no prazo máximo de 10 (dez) dias. 28 Gabriel Valadares de Morais - 02570879150 Competência do Juiz das Garantias § 3º Os autos que compõem as matérias de competência do juiz das garantias ficarão acautelados na secretaria desse juízo, à disposição do Ministério Público e da defesa, e não serão apensados aos autos do processo enviados ao juiz da instrução e julgamento, ressalvados os documentos relativos às provas irrepetíveis, medidas de obtenção de provas ou de antecipação de provas, que deverão ser remetidos para apensamento em apartado. § 4º Fica assegurado às partes o amplo acesso aos autos acautelados na secretaria do juízo das garantias.’ 29 Gabriel Valadares de Morais - 02570879150 Impedimento do Juiz das Garantias Art. 3º-D. O juiz que, na fase de investigação, praticar qualquer ato incluído nas competências dos arts. 4º e 5º deste Código ficará impedido de funcionar no processo. 30 Gabriel Valadares de Morais - 02570879150 Atribuições dos arts. 4º e 5º do CPP Art. 4º A polícia judiciária será exercida pelas autoridades policiais no território de suas respectivas circunscrições e terá por fim a apuração das infrações penais e da sua autoria. Parágrafo único. A competência definida neste artigo não excluirá a de autoridades administrativas, a quem por lei seja cometida a mesma função. Gabriel Valadares de Morais - 02570879150 Atribuições dos arts. 4º e 5º do CPP Art. 5o Nos crimes de ação pública o inquérito policial será iniciado: I - de ofício; II - mediante requisição da autoridade judiciária ou do Ministério Público, ou a requerimento do ofendidoou de quem tiver qualidade para representá-lo. § 1o O requerimento a que se refere o no II conterá sempre que possível: a) a narração do fato, com todas as circunstâncias; b) a individualização do indiciado ou seus sinais característicos e as razões de convicção ou de presunção de ser ele o autor da infração, ou os motivos de impossibilidade de o fazer; c) a nomeação das testemunhas, com indicação de sua profissão e residência. § 2o Do despacho que indeferir o requerimento de abertura de inquérito caberá recurso para o chefe de Polícia. § 3o Qualquer pessoa do povo que tiver conhecimento da existência de infração penal em que caiba ação pública poderá, verbalmente ou por escrito, comunicá-la à autoridade policial, e esta, verificada a procedência das informações, mandará instaurar inquérito. § 4o O inquérito, nos crimes em que a ação pública depender de representação, não poderá sem ela ser iniciado. § 5o Nos crimes de ação privada, a autoridade policial somente poderá proceder a inquérito a requerimento de quem tenha qualidade para intentá-la. Gabriel Valadares de Morais - 02570879150 “Rodízio de magistrados” Art. 3º-D - Parágrafo único. Nas comarcas em que funcionar apenas um juiz, os tribunais criarão um sistema de rodízio de magistrados, a fim de atender às disposições deste Capítulo. 33 Inconstitucionalidade Art. 96. Compete privativamente: II - ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores e aos Tribunais de Justiça propor ao Poder Legislativo respectivo, observado o disposto no art. 169: d) a alteração da organização e da divisão judiciárias; Gabriel Valadares de Morais - 02570879150 Designação do Juiz das Garantias Art. 3º-E. O juiz das garantias será designado conforme as normas de organização judiciária da União, dos Estados e do Distrito Federal, observando critérios objetivos a serem periodicamente divulgados pelo respectivo tribunal. 34 Gabriel Valadares de Morais - 02570879150 Regras de tratamento dos presos Art. 3º-F. O juiz das garantias deverá assegurar o cumprimento das regras para o tratamento dos presos, impedindo o acordo ou ajuste de qualquer autoridade com órgãos da imprensa para explorar a imagem da pessoa submetida à prisão, sob pena de responsabilidade civil, administrativa e penal. Parágrafo único. Por meio de regulamento, as autoridades deverão disciplinar, em 180 (cento e oitenta) dias, o modo pelo qual as informações sobre a realização da prisão e a identidade do preso serão, de modo padronizado e respeitada a programação normativa aludida no caput deste artigo, transmitidas à imprensa, assegurados a efetividade da persecução penal, o direito à informação e a dignidade da pessoa submetida à prisão. 35 Gabriel Valadares de Morais - 02570879150 Assistência judiciária a servidores Art. 14-A. Nos casos em que servidores vinculados às instituições dispostas no art. 144 da Constituição Federal figurarem como investigados em inquéritos policiais, inquéritos policiais militares e demais procedimentos extrajudiciais, cujo objeto for a investigação de fatos relacionados ao uso da força letal praticados no exercício profissional, de forma consumada ou tentada, incluindo as situações dispostas no art. 23 do Decreto- Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), o indiciado poderá constituir defensor. 36 Gabriel Valadares de Morais - 02570879150 Direito do advogado EAOAB - Art. 7º São direitos do advogado: XXI - assistir a seus clientes investigados durante a apuração de infrações, sob pena de nulidade absoluta do respectivo interrogatório ou depoimento e, subsequentemente, de todos os elementos investigatórios e probatórios dele decorrentes ou derivados, direta ou indiretamente, podendo, inclusive, no curso da respectiva apuração: a) apresentar razões e quesitos; b) (VETADO). Gabriel Valadares de Morais - 02570879150 Órgãos da Segurança Pública Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos seguintes órgãos: I - polícia federal; II - polícia rodoviária federal; III - polícia ferroviária federal; IV - polícias civis; V - polícias militares e corpos de bombeiros militares. VI - polícias penais federal, estaduais e distrital. Gabriel Valadares de Morais - 02570879150 Assistência judiciária a servidores § 1º Para os casos previstos no caput deste artigo, o investigado deverá ser citado da instauração do procedimento investigatório, podendo constituir defensor no prazo de até 48 (quarenta e oito) horas a contar do recebimento da citação. 39 CITAÇÃO ou INTIMAÇÃO ??? Gabriel Valadares de Morais - 02570879150 Assistência judiciária a servidores § 2º Esgotado o prazo disposto no § 1º deste artigo com ausência de nomeação de defensor pelo investigado, a autoridade responsável pela investigação deverá intimar a instituição a que estava vinculado o investigado à época da ocorrência dos fatos, para que essa, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, indique defensor para a representação do investigado. § 3º (VETADO). § 4º (VETADO). § 5º (VETADO). 40 Gabriel Valadares de Morais - 02570879150 Assistência judiciária a servidores § 6º As disposições constantes deste artigo se aplicam aos servidores militares vinculados às instituições dispostas no art. 142 da Constituição Federal, desde que os fatos investigados digam respeito a missões para a Garantia da Lei e da Ordem. 41 Art. 142 CF. As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica, são instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da República, e destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem. Gabriel Valadares de Morais - 02570879150 Operações GLO Segundo o Ministério da Defesa (Portaria Normativa nº 186/MD, de 31 de janeiro de 2014), Operação de Garantia da Lei e da Ordem (Op GLO) é uma operação militar determinada pelo Presidente da República e conduzida pelas Forças Armadas de forma episódica, em área previamente estabelecida e por tempo limitado, que tem por objetivo a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio em situações de esgotamento dos instrumentos para isso previstos no art. 144 da Constituição ou em outras em que se presuma ser possível a perturbação da ordem (Artigos 3º, 4º e 5º do Decreto nº 3.897, de 24 de agosto de 2001). Gabriel Valadares de Morais - 02570879150 Decreto Estadual 64.765/27.01.2020 Decreto nº 64.765, de 27 de janeiro de 2020 de São Paulo Regulamenta o artigo 53 da Lei nº 207, de 5 de janeiro de 1979, que dispõe sobre a assistência judiciária para a defesa dos policiais civis por atos praticados em razão do exercício de suas funções JOÃO DORIA, GOVERNADOR DO ESTADO DE SÃO PAULO, no uso de suas atribuições legais, Decreta: Artigo 1º - O Estado de São Paulo prestará a assistência judiciária de que trata o artigo 53 da Lei Complementar nº 207, de 5 de janeiro de 1979, por meio de credenciados, remunerados com recursos do tesouro estadual, ao policial civil, por atos praticados em razão do exercício de suas funções. 43 Gabriel Valadares de Morais - 02570879150 Arquivamento do IP - atualmente Art. 28. Se o órgão do Ministério Público, ao invés de apresentar a denúncia, requerer o arquivamento do inquérito policial ou de quaisquer peças de informação, o juiz, no caso de considerar improcedentes as razões invocadas, fará remessa do inquérito ou peças de informação ao procurador-geral, e este oferecerá a denúncia, designará outro órgão do Ministério Público para oferecê-la, ou insistirá no pedido de arquivamento, ao qual só então estará o juiz obrigado a atender. 44 Gabriel Valadares de Morais -02570879150 Arquivamento do Inquérito Policial Art. 28. Ordenado o arquivamento do inquérito policial ou de quaisquer elementos informativos da mesma natureza, o órgão do Ministério Público comunicará à vítima, ao investigado e à autoridade policial e encaminhará os autos para a instância de revisão ministerial para fins de homologação, na forma da lei. 45 Art. 28, “caput” – vigência suspensa pela liminar do Ministro FUX - STF Gabriel Valadares de Morais - 02570879150 Arquivamento do Inquérito Policial 1) O próprio órgão do MP ordenará o arquivamento do IP, das peças de informação ou do procedimento de investigação criminal. 2) Não há mais controle jurisdicional sobre o arquivamento. 3) O controle é feito pelo próprio MP, por meio da “instância de revisão ministerial”. 4) Ordenado o arquivamento, o MP deverá comunicar: a) a vítima. b) o investigado. c) a autoridade policial – no caso de IP. Gabriel Valadares de Morais - 02570879150 Arquivamento do Inquérito Policial § 1º Se a vítima, ou seu representante legal, não concordar com o arquivamento do inquérito policial, poderá, no prazo de 30 (trinta) dias do recebimento da comunicação, submeter a matéria à revisão da instância competente do órgão ministerial, conforme dispuser a respectiva lei orgânica. § 2º Nas ações penais relativas a crimes praticados em detrimento da União, Estados e Municípios, a revisão do arquivamento do inquérito policial poderá ser provocada pela chefia do órgão a quem couber a sua representação judicial. 47 Gabriel Valadares de Morais - 02570879150 Liminar do Ministro FUX Viola as cláusulas que exigem prévia dotação orçamentária para a realização de despesas (Artigo 169, Constituição), além da autonomia financeira dos Ministérios Públicos (Artigo 127, Constituição), a alteração promovida no rito de arquivamento do inquérito policial, máxime quando desconsidera os impactos sistêmicos e financeiros ao funcionamento dos órgãos do parquet; Gabriel Valadares de Morais - 02570879150 Liminar do Ministro FUX A previsão de o dispositivo ora impugnado entrar em vigor em 23.01.2020, sem que os Ministérios Públicos tivessem tido tempo hábil para se adaptar estruturalmente à nova competência estabelecida, revela a irrazoablidade da regra, inquinando-a com o vício da inconstitucionalidade. A vacatio legis da Lei n. 13.964/2019 transcorreu integralmente durante o período de recesso parlamentar federal e estadual, o que impediu qualquer tipo de mobilização dos Ministérios Públicos para a propositura de eventuais projetos de lei que venham a possibilitar a implementação adequada dessa nova sistemática; Gabriel Valadares de Morais - 02570879150 Acordo de Não Persecução Penal 50 Art. 28-A. Não sendo caso de arquivamento e tendo o investigado confessado formal e circunstancialmente a prática de infração penal sem violência ou grave ameaça e com pena mínima inferior a 4 (quatro) anos, o Ministério Público poderá propor acordo de não persecução penal, desde que necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime, mediante as seguintes condições ajustadas cumulativa e alternativamente: Gabriel Valadares de Morais - 02570879150 Acordo de Não Persecução Penal A Lei 13.964/19 introduziu no CPP o art. 28-A, criando novo regime jurídico para o acordo de não persecução penal, implicando em importantes alterações à vista daquilo que dispunha a Resolução 181/2017 do CNMP. É importante não confundir o procedimento do ANPP com a sistemática do sursis processual (art. 89 da Lei 9.099/95), que pressupõe o recebimento da denúncia. O ANPP e a transação penal são formas de resolução penal pactuada pré-processuais, ao passo que o sursis processual, como o próprio nome sugere, é feito no curso do processo. Gabriel Valadares de Morais - 02570879150 Alienação de coisas apreendidas NOVA REDAÇÃO: Art. 122. Sem prejuízo do disposto no art. 120, as coisas apreendidas serão alienadas nos termos do disposto no art. 133 deste Código. Parágrafo único. (Revogado). • REDAÇÃO ANTERIOR: Art. 122. Sem prejuízo do disposto nos arts. 120 e 133, decorrido o prazo de 90 dias, após transitar em julgado a sentença condenatória, o juiz decretará, se for caso, a perda, em favor da União, das coisas apreendidas (art. 74, II, “a” e “b” do Código Penal) e ordenará que sejam vendidas em leilão público. Parágrafo único. Do dinheiro apurado será recolhido ao Tesouro Nacional o que não couber ao lesado ou a terceiro de boa-fé. Gabriel Valadares de Morais - 02570879150 Obras de arte Art. 124-A. Na hipótese de decretação de perdimento de obras de arte ou de outros bens de relevante valor cultural ou artístico, se o crime não tiver vítima determinada, poderá haver destinação dos bens a museus públicos. Gabriel Valadares de Morais - 02570879150 Perdimento de bens REDAÇÃO ANTERIOR: Art. 133. Transitada em julgado a sentença condenatória, o juiz, de ofício ou a requerimento do interessado, determinará a avaliação e a venda dos bens em leilão público. Parágrafo único. Do dinheiro apurado, será recolhido ao Tesouro Nacional o que não couber ao lesado ou a terceiro de boa-fé. REDAÇÃO ATUAL: Art. 133. Transitada em julgado a sentença condenatória, o juiz, de ofício ou a requerimento do interessado ou do Ministério Público, determinará a avaliação e a venda dos bens em leilão público cujo perdimento tenha sido decretado. § 1º Do dinheiro apurado, será recolhido aos cofres públicos o que não couber ao lesado ou a terceiro de boa-fé. § 2º O valor apurado deverá ser recolhido ao Fundo Penitenciário Nacional, exceto se houver previsão diversa em lei especial. Gabriel Valadares de Morais - 02570879150 Utilização do bem - novidade Art. 133-A. O juiz poderá autorizar, constatado o interesse público, a utilização de bem sequestrado, apreendido ou sujeito a qualquer medida assecuratória pelos órgãos de segurança pública previstos no art. 144 da Constituição Federal, do sistema prisional, do sistema socioeducativo, da Força Nacional de Segurança Pública e do Instituto Geral de Perícia, para o desempenho de suas atividades. § 1º O órgão de segurança pública participante das ações de investigação ou repressão da infração penal que ensejou a constrição do bem terá prioridade na sua utilização. § 2º Fora das hipóteses anteriores, demonstrado o interesse público, o juiz poderá autorizar o uso do bem pelos demais órgãos públicos. Gabriel Valadares de Morais - 02570879150 Utilização do bem - novidade § 3º Se o bem a que se refere o caput deste artigo for veículo, embarcação ou aeronave, o juiz ordenará à autoridade de trânsito ou ao órgão de registro e controle a expedição de certificado provisório de registro e licenciamento em favor do órgão público beneficiário, o qual estará isento do pagamento de multas, encargos e tributos anteriores à disponibilização do bem para a sua utilização, que deverão ser cobrados de seu responsável. § 4º Transitada em julgado a sentença penal condenatória com a decretação de perdimento dos bens, ressalvado o direito do lesado ou terceiro de boa-fé, o juiz poderá determinar a transferência definitiva da propriedade ao órgão público beneficiário ao qual foi custodiado o bem. Gabriel Valadares de Morais - 02570879150 Teoria da Descontaminação do Julgado Art. 157. ..................................................................................................... .......................................................................................................... ............ § 5º. O juiz que conhecer do conteúdo da prova declarada inadmissível não poderá proferir a sentença ou acórdão. Dispositivo suspenso pela liminar do Ministro FUX Gabriel Valadares de Morais - 02570879150 Redação anterior do art. 157 do CPP Art. 157. São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do processo,as provas ilícitas, assim entendidas as obtidas em violação a normas constitucionais ou legais. § 1o São também inadmissíveis as provas derivadas das ilícitas, salvo quando não evidenciado o nexo de causalidade entre umas e outras, ou quando as derivadas puderem ser obtidas por uma fonte independente das primeiras. §2º (...) § 3o Preclusa a decisão de desentranhamento da prova declarada inadmissível, esta será inutilizada por decisão judicial, facultado às partes acompanhar o incidente. § 4o (VETADO) Gabriel Valadares de Morais - 02570879150 Dispositivo vetado em 2008 § 4o do art. 157 do Decreto-Lei no 3.689, de 3 de outubro de 1941, alterado pelo art. 1o do projeto de lei: “Art. 157. ............................................................................ ................................................................................................... § 4o O juiz que conhecer do conteúdo da prova declarada inadmissível não poderá proferir a sentença ou acórdão.” Lei nº 11.690/08 Gabriel Valadares de Morais - 02570879150 Razões do veto em 2008 “O objetivo primordial da reforma processual penal consubstanciada, dentre outros, no presente projeto de lei, é imprimir celeridade e simplicidade ao desfecho do processo e assegurar a prestação jurisdicional em condições adequadas. O referido dispositivo vai de encontro a tal movimento, uma vez que pode causar transtornos razoáveis ao andamento processual, ao obrigar que o juiz que fez toda a instrução processual deva ser, eventualmente substituído por um outro que nem sequer conhece o caso. ” Gabriel Valadares de Morais - 02570879150 Teoria da Descontaminação do Julgado Segundo a Teoria da Descontaminação do Julgado, o juiz que teve contato com a prova ilícita não pode julgar o caso concreto A ideia é a de que o juiz já estaria contaminado pelo conhecimento da prova ilegal desfavorável ao réu, havendo a tendência de condená-lo (buscando outros meios e argumentos), mesmo não podendo fundamentar sua decisão naquela prova. A nova lei procurou estabelecer um mecanismo processual que torne possível o julgamento da demanda por outro juiz que não aquele que conheceu da prova tida, posteriormente, como ilícita. Gabriel Valadares de Morais - 02570879150 Liminar do Ministro FUX - atual Segundo o Ministro FUX: “Os princípios da legalidade, do juiz natural e da razoabilidade restam violados pela proibição de o juiz que conheceu a prova declarada inadmissível proferir sentença. A ausência de elementos claros e objetivos para a seleção do juiz sentenciante permite eventual manipulação da escolha do órgão julgador, conduzindo à inconstitucionalidade a técnica eleita legislativamente;” Gabriel Valadares de Morais - 02570879150 Cadeia de custódia da prova Art. 158-A. Considera-se cadeia de custódia o conjunto de todos os procedimentos utilizados para manter e documentar a história cronológica do vestígio coletado em locais ou em vítimas de crimes, para rastrear sua posse e manuseio a partir de seu reconhecimento até o descarte. 63 Gabriel Valadares de Morais - 02570879150 Cadeia de custódia da prova § 1º O início da cadeia de custódia dá-se com a preservação do local de crime ou com procedimentos policiais ou periciais nos quais seja detectada a existência de vestígio. 64 § 2º O agente público que reconhecer um elemento como de potencial interesse para a produção da prova pericial fica responsável por sua preservação. § 3º Vestígio é todo objeto ou material bruto, visível ou latente, constatado ou recolhido, que se relaciona à infração penal. Gabriel Valadares de Morais - 02570879150 Rastreamento dos vestígios Art. 158-B. A cadeia de custódia compreende o rastreamento do vestígio nas seguintes etapas: I - reconhecimento: ato de distinguir um elemento como de potencial interesse para a produção da prova pericial; II - isolamento: ato de evitar que se altere o estado das coisas, devendo isolar e preservar o ambiente imediato, mediato e relacionado aos vestígios e local de crime; III - fixação: descrição detalhada do vestígio conforme se encontra no local de crime ou no corpo de delito, e a sua posição na área de exames, podendo ser ilustrada por fotografias, filmagens ou croqui, sendo indispensável a sua descrição no laudo pericial produzido pelo perito responsável pelo atendimento; IV - coleta: ato de recolher o vestígio que será submetido à análise pericial, respeitando suas características e natureza; 65 Gabriel Valadares de Morais - 02570879150 Rastreamento dos vestígios V - acondicionamento: procedimento por meio do qual cada vestígio coletado é embalado de forma individualizada, de acordo com suas características físicas, químicas e biológicas, para posterior análise, com anotação da data, hora e nome de quem realizou a coleta e o acondicionamento; VI - transporte: ato de transferir o vestígio de um local para o outro, utilizando as condições adequadas (embalagens, veículos, temperatura, entre outras), de modo a garantir a manutenção de suas características originais, bem como o controle de sua posse; VII - recebimento: ato formal de transferência da posse do vestígio, que deve ser documentado com, no mínimo, informações referentes ao número de procedimento e unidade de polícia judiciária relacionada, local de origem, nome de quem transportou o vestígio, código de rastreamento, natureza do exame, tipo do vestígio, protocolo, assinatura e identificação de quem o recebeu; 66 Gabriel Valadares de Morais - 02570879150 Rastreamento dos vestígios VIII - processamento: exame pericial em si, manipulação do vestígio de acordo com a metodologia adequada às suas características biológicas, físicas e químicas, a fim de se obter o resultado desejado, que deverá ser formalizado em laudo produzido por perito; IX - armazenamento: procedimento referente à guarda, em condições adequadas, do material a ser processado, guardado para realização de contraperícia, descartado ou transportado, com vinculação ao número do laudo correspondente; X - descarte: procedimento referente à liberação do vestígio, respeitando a legislação vigente e, quando pertinente, mediante autorização judicial 67 Gabriel Valadares de Morais - 02570879150 Medidas cautelares alternativas Art. 282. As medidas cautelares previstas neste Título deverão ser aplicadas observando-se a: I - necessidade para aplicação da lei penal, para a investigação ou a instrução criminal e, nos casos expressamente previstos, para evitar a prática de infrações penais; II - adequação da medida à gravidade do crime, circunstâncias do fato e condições pessoais do indiciado ou acusado. § 1o As medidas cautelares poderão ser aplicadas isolada ou cumulativamente. Gabriel Valadares de Morais - 02570879150 Medidas cautelares alternativas REDAÇÃO ANTERIOR: § 2o As medidas cautelares serão decretadas pelo juiz, de ofício ou a requerimento das partes ou, quando no curso da investigação criminal, por representação da autoridade policial ou mediante requerimento do Ministério Público. REDAÇÃO ATUAL: § 2º As medidas cautelares serão decretadas pelo juiz a requerimento das partes ou, quando no curso da investigação criminal, por representação da autoridade policial ou mediante requerimento do Ministério Público. Gabriel Valadares de Morais - 02570879150 Medidas cautelares alternativas REDAÇÃO ANTERIOR: § 3o Ressalvados os casos de urgência ou de perigo de ineficácia da medida, o juiz, ao receber o pedido de medida cautelar, determinará a intimação da parte contrária, acompanhada de cópia do requerimento e das peças necessárias, permanecendo os autos em juízo. REDAÇÃO ATUAL: § 3º Ressalvados os casos de urgência ou de perigo de ineficácia da medida, o juiz, ao receber o pedido de medida cautelar, determinará a intimação da parte contrária, parase manifestar no prazo de 5 (cinco) dias, acompanhada de cópia do requerimento e das peças necessárias, permanecendo os autos em juízo, e os casos de urgência ou de perigo deverão ser justificados e fundamentados em decisão que contenha elementos do caso concreto que justifiquem essa medida excepcional. Gabriel Valadares de Morais - 02570879150 Medidas cautelares alternativas REDAÇÃO ANTERIOR: § 4o No caso de descumprimento de qualquer das obrigações impostas, o juiz, de ofício ou mediante requerimento do Ministério Público, de seu assistente ou do querelante, poderá substituir a medida, impor outra em cumulação, ou, em último caso, decretar a prisão preventiva (art. 312, parágrafo único). REDAÇÃO ATUAL: § 4º No caso de descumprimento de qualquer das obrigações impostas, o juiz, mediante requerimento do Ministério Público, de seu assistente ou do querelante, poderá substituir a medida, impor outra em cumulação, ou, em último caso, decretar a prisão preventiva, nos termos do parágrafo único do art. 312 deste Código. Gabriel Valadares de Morais - 02570879150 Medidas cautelares alternativas REDAÇÃO ANTERIOR: § 5o O juiz poderá revogar a medida cautelar ou substituí-la quando verificar a falta de motivo para que subsista, bem como voltar a decretá-la, se sobrevierem razões que a justifiquem. REDAÇÃO ATUAL: § 5º O juiz poderá, de ofício ou a pedido das partes, revogar a medida cautelar ou substituí-la quando verificar a falta de motivo para que subsista, bem como voltar a decretá-la, se sobrevierem razões que a justifiquem. Gabriel Valadares de Morais - 02570879150 Medidas cautelares alternativas REDAÇÃO ANTERIOR: § 6o A prisão preventiva será determinada quando não for cabível a sua substituição por outra medida cautelar (art. 319). REDAÇÃO ATUAL: § 6º A prisão preventiva somente será determinada quando não for cabível a sua substituição por outra medida cautelar, observado o art. 319 deste Código, e o não cabimento da substituição por outra medida cautelar deverá ser justificado de forma fundamentada nos elementos presentes do caso concreto, de forma individualizada. Gabriel Valadares de Morais - 02570879150 Hipóteses de prisão REDAÇÃO ANTERIOR: Art. 283. Ninguém poderá ser preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada da autoridade judiciária competente, em decorrência de sentença condenatória transitada em julgado ou, no curso da investigação ou do processo, em virtude de prisão temporária ou prisão preventiva. REDAÇÃO ATUAL: Art. 283. Ninguém poderá ser preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada da autoridade judiciária competente, em decorrência de prisão cautelar ou em virtude de condenação criminal transitada em julgado. Gabriel Valadares de Morais - 02570879150 Falta de exibição do mandado REDAÇÃO ANTERIOR: Art. 287. Se a infração for inafiançável, a falta de exibição do mandado não obstará à prisão, e o preso, em tal caso, será imediatamente apresentado ao juiz que tiver expedido o mandado. REDAÇÃO ATUAL: Art. 287. Se a infração for inafiançável, a falta de exibição do mandado não obstará a prisão, e o preso, em tal caso, será imediatamente apresentado ao juiz que tiver expedido o mandado, para a realização de audiência de custódia. Gabriel Valadares de Morais - 02570879150 Audiência de custódia - atual Art. 310. Após receber o auto de prisão em flagrante, no prazo máximo de até 24 (vinte e quatro) horas após a realização da prisão, o juiz deverá promover audiência de custódia com a presença do acusado, seu advogado constituído ou membro da Defensoria Pública e o membro do Ministério Público, e, nessa audiência, o juiz deverá, fundamentadamente: I - relaxar a prisão ilegal; ou II - converter a prisão em flagrante em preventiva, quando presentes os requisitos constantes do art. 312 deste Código, e se revelarem inadequadas ou insuficientes as medidas cautelares diversas da prisão; ou III - conceder liberdade provisória, com ou sem fiança. 76 Gabriel Valadares de Morais - 02570879150 Audiência de custódia Inicialmente, tratou-se de uma ação do Conselho Nacional de Justiça mediante a qual o cidadão preso em flagrante é levado à presença de um juiz no prazo de 24 horas. Acompanhado de seu advogado ou de um defensor público, o autuado será ouvido, previamente, por um juiz, que decidirá sobre o relaxamento da prisão ou sobre a conversão da prisão em flagrante em prisão preventiva. Gabriel Valadares de Morais - 02570879150 Audiência de custódia O juiz também avaliará se a prisão preventiva pode ser substituída por liberdade provisória até o julgamento definitivo do processo, e adotará, se for o caso, medidas cautelares como monitoramento eletrônico e apresentação periódica em juízo. Poderá determinar, ainda, a realização de exames médicos para apurar se houve maus-tratos ou abuso policial durante a execução do ato de prisão. Gabriel Valadares de Morais - 02570879150 Audiência de custódia A audiência de custódia tem por escopo assegurar o respeito aos direitos fundamentais da pessoa submetida à prisão, por meio de apreciação mais adequada e apropriada da prisão antecipada pelas agências de segurança pública do estado. Ela garante a presença física do autuado em flagrante perante o juiz, bem como o seu direito ao contraditório pleno e efetivo antes de ocorrer a deliberação pela conversão da prisão em flagrante em prisão preventiva. Gabriel Valadares de Morais - 02570879150 Audiência de custódia Com isso, evitam-se prisões desnecessárias, atenuando-se a superlotação carcerária e os gastos que decorrem da manutenção de presos provisórios indevidamente intramuros. Finalmente, audiências de custódia permitem conhecer e tomar providências diante de possíveis casos de maus- tratos e de tortura. Gabriel Valadares de Morais - 02570879150 Audiência de custódia A audiência de custódia veio inicialmente tratada pela RESOLUÇÃO 213, de 15 de dezembro de 2015, do CNJ, que dispõe sobre a apresentação de toda pessoa presa à autoridade judicial no prazo de 24 horas. Atualmente, por força da Lei nº 13.964/19, a audiência de custódia ganhou status de norma legal, passando a ser obrigatória em todo o território nacional. Gabriel Valadares de Morais - 02570879150 Audiência de custódia § 2º Se o juiz verificar que o agente é reincidente ou que integra organização criminosa armada ou milícia, ou que porta arma de fogo de uso restrito, deverá denegar a liberdade provisória, com ou sem medidas cautelares. 82 Novidade trazida pela Lei nº 13.964/19 Gabriel Valadares de Morais - 02570879150 Audiência de custódia § 3º A autoridade que deu causa, sem motivação idônea, à não realização da audiência de custódia no prazo estabelecido no caput deste artigo responderá administrativa, civil e penalmente pela omissão. 83 Novidade trazida pela Lei nº 13.964/19 Gabriel Valadares de Morais - 02570879150 Audiência de custódia § 4º Transcorridas 24 (vinte e quatro) horas após o decurso do prazo estabelecido no caput deste artigo, a não realização de audiência de custódia sem motivação idônea ensejará também a ilegalidade da prisão, a ser relaxada pela autoridade competente, sem prejuízo da possibilidade de imediata decretação de prisão preventiva. (vigência suspensa pela liminar do Ministro FUX do STF) 84 Novidade trazida pela Lei nº 13.964/19 Gabriel Valadares de Morais - 02570879150 Liminar do Ministro FUX “A ilegalidade da prisão como consequência jurídica para a não realização da audiência de custódia no prazo de 24 horas fere a razoabilidade, uma vez que desconsidera dificuldades práticas locais de várias regiões do país, bem como dificuldades logísticas decorrentes de operações policiaisde considerável porte. A categoria aberta “motivação idônea”, que excepciona a ilegalidade da prisão, é demasiadamente abstrata e não fornece baliza interpretativa segura para aplicação do dispositivo;” Gabriel Valadares de Morais - 02570879150 Prisão Prisão é a supressão da liberdade individual, somente podendo ocorrer, no Brasil, por ordem escrita e fundamentada da autoridade judiciária competente ou em flagrante delito. Diz a CF, no art. 5º, LXI, que “ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada da autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei”. No mesmo sentido, o art. 283, caput, do CPP. Gabriel Valadares de Morais - 02570879150 Espécies de prisão a) prisão com pena (decorrente de sentença penal condenatória irrecorrível); b) prisão sem pena (que não decorre de condenação). A prisão sem pena é a que não decorre de sentença penal condenatória irrecorrível, apresentando as seguintes modalidades: a) prisão cautelar, de natureza processual, que pode ser: prisão em flagrante (arts. 301 a 310 do CPP); prisão preventiva (arts. 311 a 316 do CPP); prisão temporária (Lei n. 7.960/89); b) prisão civil; c) prisão administrativa; e d) prisão disciplinar. Gabriel Valadares de Morais - 02570879150 Características da prisão cautelar A prisão cautelar de natureza processual apresenta três características básicas, a saber: a) instrumentalidade: servindo de meio para garantir a eficácia das providências pretendidas no processo; b) provisoriedade: pois fica condicionada à definição do processo; c) acessoriedade: ligando-se ao processo principal, do qual assegura o resultado. Gabriel Valadares de Morais - 02570879150 Prisão preventiva A prisão preventiva é medida cautelar de constrição de liberdade, de natureza processual, devendo ser orientada também pelos requisitos genéricos do fumus comissi delicti e do periculum libertatis. Como prisão cautelar de natureza processual, deverá ser decretada pela autoridade judiciária competente, que fará expedir o respectivo mandado. Gabriel Valadares de Morais - 02570879150 Prisão preventiva REDAÇÃO ANTERIOR: Art. 311. Em qualquer fase da investigação policial ou do processo penal, caberá a prisão preventiva decretada pelo juiz, de ofício, se no curso da ação penal, ou a requerimento do Ministério Público, do querelante ou do assistente, ou por representação da autoridade policial. 90 •REDAÇÃO ATUAL: •Art. 311. Em qualquer fase da investigação policial ou do processo penal, caberá a prisão preventiva decretada pelo juiz, a requerimento do Ministério Público, do querelante ou do assistente, ou por representação da autoridade policial. Gabriel Valadares de Morais - 02570879150 Prisão preventiva O Juiz não pode mais decretar prisão preventiva de ofício, nem mesmo durante o curso da ação penal. Isso é decorrência direta do Sistema Acusatório, adotado pelo art. 3º-A do CPP. 91 Art. 3º- A - O processo penal terá estrutura acusatória, vedadas a iniciativa do juiz na fase de investigação e a substituição da atuação probatória do órgão de acusação. Gabriel Valadares de Morais - 02570879150 Prisão preventiva REDAÇÃO ANTERIOR: Art. 312. A prisão preventiva poderá ser decretada como garantia da ordem pública, da ordem econômica, por conveniência da instrução criminal, ou para assegurar a aplicação da lei penal, quando houver prova da existência do crime e indício suficiente de autoria. 92 •REDAÇÃO ATUAL: •Art. 312. A prisão preventiva poderá ser decretada como garantia da ordem pública, da ordem econômica, por conveniência da instrução criminal ou para assegurar a aplicação da lei penal, quando houver prova da existência do crime e indício suficiente de autoria e de perigo gerado pelo estado de liberdade do imputado. Gabriel Valadares de Morais - 02570879150 §2º acrescentado ao art. 312 § 2º A decisão que decretar a prisão preventiva deve ser motivada e fundamentada em receio de perigo e existência concreta de fatos novos ou contemporâneos que justifiquem a aplicação da medida adotada. 93 Gabriel Valadares de Morais - 02570879150 Art. 313, § 2º - acrescentado § 2º Não será admitida a decretação da prisão preventiva com a finalidade de antecipação de cumprimento de pena ou como decorrência imediata de investigação criminal ou da apresentação ou recebimento de denúncia. 94 Gabriel Valadares de Morais - 02570879150 Fundamentação da preventiva Art. 315. A decisão que decretar, substituir ou denegar a prisão preventiva será sempre motivada e fundamentada. § 1º Na motivação da decretação da prisão preventiva ou de qualquer outra cautelar, o juiz deverá indicar concretamente a existência de fatos novos ou contemporâneos que justifiquem a aplicação da medida adotada. 95 Gabriel Valadares de Morais - 02570879150 Carência de fundamentação § 2º Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória, sentença ou acórdão, que: I - limitar-se à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato normativo, sem explicar sua relação com a causa ou a questão decidida; II - empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar o motivo concreto de sua incidência no caso; III - invocar motivos que se prestariam a justificar qualquer outra decisão; 96 Gabriel Valadares de Morais - 02570879150 Carência de fundamentação IV - não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo capazes de, em tese, infirmar a conclusão adotada pelo julgador; V - limitar-se a invocar precedente ou enunciado de súmula, sem identificar seus fundamentos determinantes nem demonstrar que o caso sob julgamento se ajusta àqueles fundamentos; VI - deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou precedente invocado pela parte, sem demonstrar a existência de distinção no caso em julgamento ou a superação do entendimento. 97 Gabriel Valadares de Morais - 02570879150 Revogação da preventiva REDAÇÃO ATUAL Art. 316. O juiz poderá, de ofício ou a pedido das partes, revogar a prisão preventiva se, no correr da investigação ou do processo, verificar a falta de motivo para que ela subsista, bem como novamente decretá-la, se sobrevierem razões que a justifiquem. 98 •REDAÇÃO ANTERIOR •Art. 316. O juiz poderá revogar a prisão preventiva se, no correr do processo, verificar a falta de motivo para que subsista, bem como de novo decretá-la, se sobrevierem razões que a justifiquem. Gabriel Valadares de Morais - 02570879150 § único acrescentado ao art. 316 Parágrafo único. Decretada a prisão preventiva, deverá o órgão emissor da decisão revisar a necessidade de sua manutenção a cada 90 (noventa) dias, mediante decisão fundamentada, de ofício, sob pena de tornar a prisão ilegal. 99 Gabriel Valadares de Morais - 02570879150 Tribunal do Júri – prisão em 1ª instância Art. 492. Em seguida, o presidente proferirá sentença que: I – no caso de condenação: a) fixará a pena-base; b) considerará as circunstâncias agravantes ou atenuantes alegadas nos debates; c) imporá os aumentos ou diminuições da pena, em atenção às causas admitidas pelo júri; Gabriel Valadares de Morais - 02570879150 Prisão em 1ª instância d) observará as demais disposições do art. 387 deste Código; e) mandará o acusado recolher-se ou recomendá-lo-á à prisão em que se encontra, se presentes os requisitos da prisão preventiva, ou, no caso de condenação a uma pena igual ou superior a 15 (quinze) anos de reclusão, determinará a execução provisória das penas, com expedição do mandado de prisão, se for o caso, sem prejuízo do conhecimento de recursos que vierem a ser interpostos; (Redação dada pela Lei nº 13.964,de 2019) f) estabelecerá os efeitos genéricos e específicos da condenação; Gabriel Valadares de Morais - 02570879150 Execução provisória da pena § 3º O presidente poderá, excepcionalmente, deixar de autorizar a execução provisória das penas de que trata a alínea e do inciso I do caput deste artigo, se houver questão substancial cuja resolução pelo tribunal ao qual competir o julgamento possa plausivelmente levar à revisão da condenação. Gabriel Valadares de Morais - 02570879150 Apelação sem efeito suspensivo § 4º A apelação interposta contra decisão condenatória do Tribunal do Júri a uma pena igual ou superior a 15 (quinze) anos de reclusão não terá efeito suspensivo. Gabriel Valadares de Morais - 02570879150 Efeito suspensivo pelo Tribunal § 5º Excepcionalmente, poderá o tribunal atribuir efeito suspensivo à apelação de que trata o § 4º deste artigo, quando verificado cumulativamente que o recurso: I - não tem propósito meramente protelatório; e II - levanta questão substancial e que pode resultar em absolvição, anulação da sentença, novo julgamento ou redução da pena para patamar inferior a 15 (quinze) anos de reclusão. Gabriel Valadares de Morais - 02570879150 Forma do pedido de efeito suspensivo § 6º O pedido de concessão de efeito suspensivo poderá ser feito incidentemente na apelação ou por meio de petição em separado dirigida diretamente ao relator, instruída com cópias da sentença condenatória, das razões da apelação e de prova da tempestividade, das contrarrazões e das demais peças necessárias à compreensão da controvérsia. Gabriel Valadares de Morais - 02570879150
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