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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA CÍVEL DO FORO CENTRAL DA COMARCA DE SÃO PAULO– SP. Paulo XXXXXX, brasileiro, solteiro, Gerente Comercial, portador do R.G no XXXXXX e do C.P.F./ M.F no XXXXXXX, domiciliado nesta comarca de São Paulo, residente na Rua , Jardim do Sul, CEP.XXXXX, vem por conduto do Defensor Público abaixo signatário com espeque nos artigos 186 e 927 do Código Civil, à presença de Vossa Excelência ajuizar a Ação de Cobrança com pedido de indenização de danos materiais e morais em face de Mévio brasileiro, solteiro, empresário, portador do R.G no XXXXXX e do C.P.F./ M.F no XXXXXXX, domiciliado nesta comarca de São Paulo, residente na Avenida Paulista, CEP.XXXXX, pelas razões fáticas e de direito adiante expostas. PRELIMINARMENTE O Acesso gratuito à Justiça no Brasil, está elencado o art. 5º, XXXV, da CF/88 como um dos direitos fundamentais, dentre dos quais assegurou a todos a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação, tanto no âmbito judicial quanto na esfera administrativa. Nesse sentido, Flávio Luís de Oliveira sintetiza que o princípio previsto no art. 5o, inc. XXXV, da Constituição Federal de 1988: “Não pode ser visto como um direito meramente formal e abstrato, ou seja, como um simples direito de propor a ação em juízo. [...] Assim sendo, o Acesso à Justiça requer um processo justo, à luz de uma Justiça imparcial, que permita não apenas a participação igualitária das partes, independentemente das diferentes posições sociais, mas, sobretudo, a efetiva realização de direitos. (OLIVEIRA, 2008, p. 79).” Os obstáculos econômicos ao acesso à justiça representam as dificuldades encontradas pelas pessoas que “não estão em condições de ter acesso às cortes de justiça por causa de sua pobreza, aonde seus direitos correm o risco de serem puramente aparentes” (CAPPELLETTI, 1991,p. 148). Essa barreira, segundo Cappelletti (1991), assume múltiplos aspectos, sendo mais visíveis aqueles decorrentes da necessidade de assistência jurídica e da isenção das custas processuais. Portanto, requer os benefícios da justiça gratuita, em razão de estar sendo assistido(a) pela Defensoria Pública, por ser hipossuficiente na forma da lei, conforme dispositivos insertos na Lei Federal 1.060/50, acrescida das alterações estabelecidas na Lei Federal 7.115/83, bem como em atendimento ao preceito constitucional, na esfera federal, da Lei Complementar Federal nº 80/94, reformada pela Lei Complementar Federal nº 132/2009 e, estadual, por meio da Lei Complementar Estadual nº. 06/97, tudo por apego á égide semântica prevista no artigo 5°, LXXIV da Constituição Federal de 1988. DOS FATOS Em 23 de janeiro de 2017 o requerido comprou de Tício um aparelho de tomografia Prexin HD, com registo n. HY88775 e ficou estipulado o valor de compra e venda R$ 990.000,00 (novecentos e noventa mil reais) que seriam pagos mediante a entrega de 900 mil reais em dinheiro e um Honda Civic. A transmissão do tomógrafo se deu de imediato, porém a data do pagamento ficou agendada para o dia 25 de julho de 2018. Houve uma cessão onerosa no valor de R$ 700.000,00 (setecentos mil reais) tendo sido o valor pago à vista no dia 22 de maio de 2018 por parte do Requerente à Tício. O Requerente notificou o Requerido acerca da cessão que realizou e não houve qualquer manifestação por parte do devedor. O requerente lucraria R$ 290.000,00 (duzentos e noventa mil reais), o que lhe permitiria realizar um investimento para abrir um restaurante que era planejado já há algum tempo. Ocorre que, no dia do pagamento, Paulo descobre que há 10 dias Mévio havia perdido todo seu dinheiro por uma penhora realizada em um processo trabalhista e que o carro, que também deveria ser entregue, sofrera perda total em decorrência de um acidente ocorrido no dia anterior devido o réu ter se distraído ao passar no sinal vermelho. O requerente ainda procurou Tício para que lhe fosse pago o valor devido por Mévio, e não obteve êxito, pois este se recusa a fazê-lo. O requerente deve ser ressarcido por danos materiais e morais no tocante aos valores que deixou de receber em relação à cessão onerosa prestada e o investimento que realizaria para abrir um restaurante, assim o prejuízo foi de R$ 990.000,00 (novecentos e noventa mil reais). Portanto diante dos fatos expostos, venho diante por meio de representação fazer a propositura da presente ação. Destaco ainda que todos os meios de resolução de conflitos foram exauridos. DO DIREITO Quanto ao contrato de cessão de crédito celebrado, houve uma notificação por parte do requerente ao requerido, e este por sua vez não se pronunciou, portanto a cessão de crédito não poderá ser invalidada porque depende da anuência por parte do devedor, e por força do artigo 290 do Código Civil para a sua eficácia, deverá haver uma notificação para o cedido, tendo esta sido feita por meio de escrito público ou particular, entende-se da sua acerca da cessão, in verbis: “Art. 290. A cessão do crédito não tem eficácia em relação ao devedor, senão quando a este notificada; mas por notificado se tem o devedor que, em escrito público ou particular, se declarou ciente da cessão feita.” Na exigibilidade da Obrigação, ela dá-se por força do artigo 786 do Código de Processo Civil, o qual prevê que a exigibilidade se dá pelo inadimplemento por parte do devedor com o credor, portanto o Título Executivo deve ser certo líquido e exigível. Será líquido quando diz respeito ao valor ou objeto da execução; certo quando exige uma obrigação; exigível quando apto a ser cumprido, in verbis: “Art.786. A execução pode ser instaurada caso o devedor não satisfaça a obrigação certa, líquida e exigível consubstanciada em título executivo. “ Por fim, o Requerente deverá ser indenizado por danos morais e materiais mediante os prejuízos causados pelo requerido, sendo estes a perda de seu direito ao crédito e a deterioração do bem móvel (automóvel), tomando por base os artigos 234 c/c 927 do Código Civil, in verbis: “Art. 234. Se, no caso do artigo antecedente, a coisa se perder, sem culpa do devedor, antes da tradição, ou pendente a condição suspensiva, fica resolvida a obrigação para ambas as partes; se a perda resultar de culpa do devedor, responderá este pelo equivalente e mais perdas e danos. “ Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo. Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem.” DO PEDIDO Em face do exposto, requer se digne Vossa Excelência: 1) Sejam concedidos ao requerente os benefícios da justiça gratuita, nos termos das razões preliminares; 2) A citação da requerida, por meio de seu representante legal, para que, querendo, possa responder a presente ação; 3) CONDENAR o réu a pagar o valor o valor de R$900.000,00 em dinheiro ,mais o valor do Honda Civic , ano 2017 , placa XXX5555 no valor de R$90.000,00 , devidamente atualizado com juros de mora desde (22 de maio de 2018 ) ao Requerente. 4) Condenar, ainda, as requeridas no pagamento das despesas processuais eventualmente existentes, bem como honorários advocatícios, estes devendo a própria aplicação equitativa deve levar em conta os requisitos do § 1º c/c § 2ºº do artigo 85 do CPC/2015. 5) Que sejam DEFERIDOS os Pedidos e julgada PROCEDENTE a Ação de Cobrança. Dá-se a causa o valor de R$ ----------- . Nestes termos, pede deferimento. 19 de Outubro de 2018, São Paulo. Davi Luiz Gonçalves da Costa Cisi Defensor Público OAB/SP XXX.XXX
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