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IRPF - RENDIMENTO EM MOEDA ESTRANGEIRA

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IRPF - RENDIMENTO EM MOEDA ESTRANGEIRA
156 — Como converter para reais os valores recebidos ou pagos em moeda estrangeira?
Os rendimentos e o imposto pago no exterior devem ser convertidos em dólares dos Estados Unidos da América, pelo valor fixado pela autoridade monetária do país de origem dos rendimentos para a data do recebimento ou pagamento e, em seguida, em reais mediante utilização do valor do dólar fixado para compra pelo Banco Central do Brasil para o último dia útil da primeira quinzena do mês anterior ao do recebimento do rendimento.
As deduções referentes aos pagamentos efetuados em moeda estrangeira devem ser convertidas em dólar dos Estados Unidos da América seu valor fixado pela autoridade monetária do país no qual as despesas foram realizadas para a data do pagamento e, em seguida, em reais mediante utilização do valor do dólar fixado para venda pelo Banco Central do Brasil para o último dia útil da primeira quinzena do mês anterior ao do pagamento. 
(Instrução Normativa SRF nº 208, de 27 de setembro de 2002, art. 16, §§ 2º e 4º)
“Caso prático: se um contribuinte recebe um salário na Espanha em março, deve converter o valor expresso em Euros para o dólar, considerando a taxa de compra no dia de pagamento. Depois, deve converter para Reais considerando a cotação para compra no dia 15 de fevereiro.
Agora, se o rendimento é proveniente de uma aplicação financeira, o tributo incide sobre o ganho de capital. Ainda será preciso converter o valor da moeda para dólar e, em seguida, real, sempre considerando as taxas de compra na data do recebimento direto. Desse modo, é dispensado usar o valor válido no último dia útil da primeira quinzena do mês anterior”[footnoteRef:1]. [1: https://editalconcursosbrasil.com.br/blog/irpf-como-declarar-rendimentos-no-exterior-no-imposto-de-renda/
] 
INSTRUÇÃO NORMATIVA SRF Nº 208, DE 27 DE SETEMBRO DE 2002
Art. 16. Os demais rendimentos recebidos de fontes situadas no exterior por residente no Brasil, transferidos ou não para o País, estão sujeitos à tributação sob a forma de recolhimento mensal obrigatório (carnê-leão), no mês do recebimento, e na Declaração de Ajuste Anual.
§ 1º O imposto de renda pago em país com o qual o Brasil tenha firmado acordo, tratado ou convenção internacional prevendo a compensação, ou naquele em que haja reciprocidade de tratamento, pode ser considerado como redução do imposto devido no Brasil, desde que não seja compensado ou restituído no exterior.
§ 2º Os rendimentos em moeda estrangeira e o imposto pago no exterior são convertidos em dólares dos Estados Unidos da América, pelo valor fixado pela autoridade monetária do país de origem dos rendimentos para a data do recebimento e, em seguida, em reais pela cotação do dólar fixada, para compra, pelo Banco Central do Brasil para o último dia útil da primeira quinzena do mês anterior ao do recebimento do rendimento.
§ 3º Na determinação da base de cálculo sujeita à incidência mensal do imposto, quando não utilizados para fins de retenção na fonte, podem ser deduzidos, observados os limites e condições fixados na legislação pertinente:
I - as importâncias pagas em dinheiro a título de pensão alimentícia em face das normas do Direito de Família, quando em cumprimento de decisão judicial ou acordo homologado judicialmente, inclusive a prestação de alimentos provisionais;
II - o valor de R$ 106,00 (cento e seis reais) por dependente;
III - as contribuições para a Previdência Social da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, cujo ônus tenha sido do próprio contribuinte e desde que destinadas a seu próprio benefício;
IV - as despesas escrituradas em livro Caixa.
§ 4º As deduções referentes aos pagamentos efetuados em moeda estrangeira são convertidas em dólares dos Estados Unidos da América, pelo valor fixado pela autoridade monetária do país no qual as despesas foram realizadas para a data do pagamento e, em seguida, em reais pela cotação do dólar fixada, para venda, pelo Banco Central do Brasil para o último dia útil da primeira quinzena do mês anterior ao do pagamento.
§ 5º O imposto relativo ao carnê-leão deve ser calculado mediante utilização da tabela progressiva mensal vigente no mês do recebimento do rendimento e recolhido até o último dia útil do mês subseqüente ao do recebimento do rendimento.
§ 6º O imposto pago no país de origem dos rendimentos pode ser compensado no mês do pagamento com o imposto relativo ao carnê-leão e com o apurado na Declaração de Ajuste Anual, até o valor correspondente à diferença entre o imposto calculado com a inclusão dos rendimentos de fontes no exterior e o imposto calculado sem a inclusão desses rendimentos, observado o disposto no § 1º deste artigo e no art. 1º, caput e § 2º.
§ 7º Se o pagamento do imposto de que trata o § 1º ocorrer em ano-calendário posterior ao do recebimento do rendimento, a pessoa física pode compensá-lo com o imposto relativo ao carnê-leão do mês do seu efetivo pagamento e com o apurado na Declaração de Ajuste Anual do ano-calendário do pagamento do imposto, observado o limite de compensação de que trata o § 6º relativamente à Declaração de Ajuste Anual do ano-calendário do recebimento do rendimento.
§ 8° Caso o imposto pago no exterior seja maior do que o imposto relativo ao carnê-leão no mês do pagamento, a diferença pode ser compensada nos meses subseqüentes até dezembro do ano-calendário e na Declaração de Ajuste Anual, observado o limite de que trata o § 6º.
§ 9º Na determinação da base de cálculo na Declaração de Ajuste Anual podem ser deduzidos, observados os limites e condições fixados na legislação pertinente:
I - as importâncias pagas em dinheiro a título de pensão alimentícia em face das normas do Direito de Família, quando em cumprimento de decisão judicial ou acordo homologado judicialmente, inclusive a prestação de alimentos provisionais;
II - o valor de R$ 1.272,00 (mil, duzentos e setenta e dois reais) por dependente;
III - as contribuições para a Previdência Social da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, cujo ônus tenha sido do próprio contribuinte e desde que destinadas a seu próprio benefício;
IV - as contribuições para as entidades de previdência privada domiciliadas no Brasil, destinadas a custear benefícios complementares assemelhados aos da Previdência Social e para os Fundos de Aposentadoria Programada Individual (Fapi), cujo ônus tenha sido do próprio contribuinte e desde que destinadas a seu próprio benefício bem assim de seus dependentes;
V - as despesas médicas e as despesas com instrução, próprias e dos dependentes;
VI - as despesas escrituradas em livro Caixa.
§ 10. Outros rendimentos recebidos de fontes situadas no Brasil ou no exterior pelas pessoas físicas de que trata este artigo devem ser declarados segundo as mesmas normas aplicáveis às demais pessoas físicas residentes no Brasil.
§ 11. A dedução a que se refere o inciso IV do § 9º é limitada a doze por cento do total dos rendimentos tributáveis computados na determinação da base de cálculo do imposto devido na declaração.
§ 12. As despesas médicas e com instrução de alimentandos, quando realizadas pelo alimentante em virtude de cumprimento de decisão judicial ou acordo homologado judicialmente, podem ser deduzidas a tais títulos na determinação da base de cálculo do imposto na declaração do alimentante, observados os limites e condições fixados na legislação pertinente.
§ 13. As deduções referentes a pagamentos efetuados em moeda estrangeira são convertidas em dólares dos Estados Unidos da América, pelo valor fixado pela autoridade monetária do país no qual as despesas foram realizadas para a data do pagamento e, em seguida, em reais pela cotação do dólar fixada, para venda, pelo Banco Central do Brasil para o último dia útil da primeira quinzena do mês anterior ao do pagamento.
§ 14. A Declaração de Ajuste Anual deve ser transmitida pela Internet ou apresentada, em mídia removível, nas agências bancárias autorizadas, até o último dia útil do mês de abril do ano-calendário subsequente ao dorecebimento dos rendimentos. (Redação dada pelo(a) Instrução Normativa RFB nº 1150, de 29 de abril de 2011)
§ 15. O saldo do imposto apurado na declaração deve ser recolhido de acordo com as normas aplicáveis às demais pessoas físicas residentes no Brasil.
§ 16. Para fins do disposto neste artigo, ao pleitear a restituição de imposto por meio da declaração, o sujeito passivo deve indicar o banco, a agência e o número da conta-corrente ou de poupança de sua titularidade em que pretende seja efetuado o crédito.
157 — Quais são as deduções cabíveis na determinação da base de cálculo relativa a rendimentos recebidos de fontes situadas no exterior?
1 - Na determinação da base de cálculo sujeita à incidência mensal do imposto podem ser deduzidas:
• as importâncias pagas a título de pensão alimentícia em face das normas do Direito de Família, quando em cumprimento de decisão judicial ou acordo homologado judicialmente, inclusive a prestação de alimentos provisionais, ou de escritura pública a que se refere o art. 733 da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 - Código de Processo Civil – a seguir transcrito (tratando-se de pensão paga em cumprimento de sentença estrangeira, consulte a pergunta 339); Atenção: Para efeitos da aplicação da referida dedução, observe-se que: 1) as importâncias pagas relativas ao suprimento de alimentos, em face do Direito de Família, serão aquelas em dinheiro e somente a título de prestação de alimentos provisionais ou a título de pensão alimentícia; 2) tratando-se de sociedade conjugal, a dedução somente se aplica, quando o provimento de alimentos for decorrente da dissolução daquela sociedade; 3) o beneficiário da pensão não necessita se enquadrar nas condições descritas na pergunta 321, que trata de dedução de dependentes; 4) não alcança o provimento de alimentos decorrente de sentença arbitral, de que trata a Lei nº 9.307, de 23 de setembro de 1996.
• o valor mensal, por dependente, para o ano-calendário 2019, de R$ 189,59;
• contribuição à Previdência Social no Brasil; e
• despesas escrituradas no livro-caixa, desde que relativas a rendimentos recebidos por profissional autônomo.
As deduções podem ser consideradas apenas quando não utilizadas para fins de retenção na fonte.
O imposto deve ser calculado mediante utilização da tabela progressiva mensal vigente no mês do recebimento do rendimento.
2 - Na determinação da base de cálculo sujeita à incidência anual do imposto para o ano-calendário de 2019 podem ser deduzidas:
• as importâncias pagas a título de pensão alimentícia em face das normas do Direito de Família, quando em cumprimento de decisão judicial ou acordo homologado judicialmente, inclusive a prestação de alimentos provisionais, ou de escritura pública a que se refere o art. 733 da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 - Código de Processo Civil;
Atenção: Para efeitos da aplicação da referida dedução, observe-se que: 1) as importâncias pagas relativas ao suprimento de alimentos, em face do Direito de Família, serão aquelas em dinheiro e somente a título de prestação de alimentos provisionais ou a título de pensão alimentícia; 2) tratando-se de sociedade conjugal, a dedução somente se aplica, quando o provimento de alimentos for decorrente da dissolução daquela sociedade; 3) o beneficiário da pensão não necessita se enquadrar nas condições descritas na pergunta 321, que trata de dedução de dependentes; 4) não alcança o provimento de alimentos decorrente de sentença arbitral, de que trata a Lei nº 9.307, de 23 de setembro de 1996.
• R$ 2.275,08 por dependente;
• despesas escrituradas no livro-caixa, desde que relativas a rendimentos recebidos por profissional autônomo;
• contribuição à Previdência Social no Brasil;
• contribuições a entidades de previdência complementar domiciliadas no Brasil destinadas a custear benefícios complementares assemelhados aos da Previdência Social e para os Fundos de Aposentadoria Programada Individual (Fapi), cujo ônus tenha sido do próprio contribuinte e desde que destinadas a seu próprio benefício ou a de seus dependentes, limitadas a 12% do total dos rendimentos tributáveis na declaração (para contribuições feitas a partir de 1º de janeiro de 2005, veja o tópico “Atenção” da pergunta 316);
• contribuições para as entidades fechadas de previdência complementar de natureza pública de que trata o § 15 do art. 40 da Constituição Federal, cujo ônus tenha sido do contribuinte, destinadas a custear benefícios complementares assemelhados aos da Previdência Social, observados os limites e condições fixados na legislação pertinentes;
• despesas médicas, próprias, de seus dependentes e de seus alimentandos, inclusive quando pagas no exterior, observadas as condições previstas na legislação; e
• despesas com instrução própria, de seus dependentes e de seus alimentandos, até o limite anual individual de R$ 3.561,50. Atenção: As deduções referentes aos pagamentos efetuados em moeda estrangeira são convertidas em dólares dos Estados Unidos da América, pelo seu valor fixado pela autoridade monetária do país no qual as despesas foram realizadas, na data do pagamento e, em seguida, em reais mediante utilização do valor do dólar dos Estados Unidos da América, fixado para venda pelo Banco Central do Brasil para o último dia útil da primeira quinzena do mês anterior ao do pagamento. (Lei nº 9.250, de 26 de dezembro de 1995, art. 8º, inciso II, alíneas “b”, item 10, e “c”, item 9; Medida Provisória nº 2.158-35, de 24 de agosto de 2001, art. 61; Lei nº 11.482, de 31 de maio de 2007, alterada pela Lei nº 12.469, de 26 de agosto de 2011, art. 2º e 3º; Instrução Normativa SRF nº 208, de 27 de setembro de 2002, art. 16, §§ 3º e 4º; e Solução de Consulta Interna Cosit nº 3, de 8 de fevereiro de 2012).
EXEMPLO:
https://www.bcb.gov.br/conversao
http://www.econeteditora.com.br/agenda/oe-ag/14/tabela_taxas_cambio_irpf.php
https://br.investing.com/currencies/clp-usd-converter
BANCO CENTRAL ALEMÃO
https://www.bundesbank.de/dynamic/action/de/statistiken/zeitreihen-datenbanken/zeitreihen-datenbank/723454/723454?tsId=BBEX3.D.USD.EUR.BB.AC.000&tsTab=0&dateSelect=2021
https://bankenverband.de/service/waehrungsrechner/
Converter em dólares dos Estados Unidos da América, pelo valor fixado pela autoridade monetária do país de origem dos rendimentos para a data do recebimento:
31/01/2021
1 dólar equivale a 0,82395 euros.
1 (euro) equivale a 1,2137 (dólares)*
$ 3.000,00 (euros) / 0,82395 = US$ 3.641,00 (dólares)
* O cálculo pode ser feito multiplicando: $ 3.000,00 (euros) X 1,2137 = US$ 3.641,00 (dólares)
Converter cotação do dólar fixada, para compra, pelo Banco Central do Brasil para o último dia útil da primeira quinzena do mês anterior ao do recebimento do rendimento:
15/12/2020
US$ 3.641,00 X R$ 5,0962 = R$ 18.555,25
ECONET:
Conversão em reais dos rendimentos ou pagamentos em moeda estrangeira
Os rendimentos ou pagamentos em moeda estrangeira devem ser convertidos em dólares dos Estados Unidos da América, pelo valor fixado pela autoridade monetária do país de origem dos rendimentos, na data do recebimento ou pagamento e, em seguida, em reais, mediante a utilização do valor do dólar fixado pelo Banco Central do Brasil para o último dia útil da primeira quinzena do mês anterior ao do recebimento ou pagamento.
Para os rendimentos e o imposto pago, deve ser utilizada a cotação de compra; já para as deduções do imposto, a cotação de venda.
(Lei n° 9.250/1995, arts. 5° e 6°; e Instrução Normativa RFB n° 1.500/2014, arts. 28, §§ 1° e 2°, 53, § 1°, 56, § 2° e 65, § 2°, inciso II)
Conversão em reais na apuração do ganho de capital na alienação de moeda estrangeira mantida em espécie
Para a conversão para reais na apuração do ganho de capital na alienação de moeda estrangeira mantida em espécie, poderá ser utilizada a cotação média mensal do dólar.
O valor de alienação, quando expresso em moeda estrangeira, será convertido em dólares dos Estados Unidos da América na data da alienação e, em seguida, em reais, pela cotação média mensal do dólar para compra.
O valor de aquisiçãoem reais será o resultado da multiplicação da quantidade de moeda estrangeira, convertida em dólares dos Estados Unidos da América na data da aquisição, pela cotação média mensal do dólar para venda.
(Medida Provisória n° 2.158-35/2001, art. 24, § 7°; e Instrução Normativa SRF n° 118/2000, art. 7°, §§ 2° e 4°)
	GANHO DE CAPITAL EM MOEDA ESTRANGEIRA
Apuração. Preenchimento GCAP e DIRPF
1. INTRODUÇÃO
Nesta matéria será abordado a apuração de ganho de capital na alienação de bens e direitos em moeda estrangeira, assim como o ganho obtido na liquidação ou resgate de aplicações financeiras realizadas em moeda estrangeira, explanando sobre as particularidades na apuração em relação ao tipo de rendimento utilizado para adquirir o bem ou direito ou realizar a aplicação financeira, assim como demais detalhes pertinentes sobre as operações.
2. CONCEITOS
2.1. Ganho de Capital
De acordo com o artigo 2° da Instrução Normativa SRF n° 84/2001, o ganho de capital consiste na diferença positiva entre o valor de alienação de bem ou direito e o seu respectivo custo de aquisição.
2.2. Contribuintes
São contribuintes do imposto de renda as pessoas físicas residentes no Brasil que recebem rendimentos e ganhos de capital apurados na alienação de bens e direitos de fontes situadas no exterior. Será contribuinte do imposto o espólio, o doador, o ex-cônjuge ou ex-convivente caso o bem ou direito objeto da tributação seja a ele atribuído (Instrução Normativa SRF n° 84/2001, artigo 4°).
Ressalva-se que, primeiramente se faz necessário analisar os acordos, tratados e convenções internacionais firmados entre o Brasil e o país de origem do rendimento, ou a existência de reciprocidade de tratamento no aspecto tributário, conforme prevê o artigo 1° da Instrução Normativa SRF n° 208/2002 e o artigo 4°, inciso II da Instrução Normativa SRF n° 84/2001.
3. FATO GERADOR DO GANHO DE CAPITAL
Conforme previsto no artigo 14 da Instrução Normativa SRF n° 208/2002, considera-se fato gerador a alienação de bens e direitos e a liquidação ou resgate de aplicações financeiras adquiridos em moeda estrangeira, bem como a venda de moeda estrangeira mantida em espécie pelo contribuinte.
4. CUSTO DE AQUISIÇÃO
Em regra geral, o custo de aquisição que deve ser considerado para apurar o ganho de capital é o valor constante na Declaração de Bens e Direitos da pessoa física ou, no caso de não obrigatoriedade de apresentar a declaração, o valor constante no documento de aquisição (Instrução Normativa SRF n° 84/2001, artigo 5°).
Para os bens e direitos havidos por sucessão causa mortis, doação, inclusive em adiantamento da legítima, ou dissolução da sociedade conjugal ou da união estável, o custo de aquisição corresponde ao valor constante na Declaração de Ajuste Anual do de cujus, do doador, do ex-cônjuge ou do ex-convivente, que os tenha transferido, ou o valor de mercado atribuído ao bem ou direito na data de transferência.
Na ausência de valor pago, de acordo com o artigo 18 da Instrução Normativa SRF n° 84/2001 o custo de aquisição será:
a) o valor que serviu de base para o cálculo do imposto de importação, acrescido do valor dos tributos e das despesas de desembaraço aduaneiro;
b) o valor de transmissão, utilizado na aquisição para cálculo do ganho de capital do alienante anterior;
c) o valor corrente na data de aquisição, quando comprovado;
d) igual a zero, quando não possa ser determinado utilizando os critérios descritos anteriormente.
5. VALOR DE ALIENAÇÃO
De acordo com o artigo 19 da Instrução Normativa SRF n° 84/2001, considera-se valor de alienação:
a) o preço efetivo cobrado na operação de venda ou de cessão de direitos;
b) o valor de mercado nas operações em que não são expressas em dinheiro;
c) quando o bem ou direito estiver vinculado a financiamento ou consórcio, o valor de alienação corresponde ao valor efetivamente recebido na operação, não devendo considerar eventual dívida transferida;
d) em relação a bens adquiridos em condomínio, o valor de alienação corresponde a parcela do preço que couber a cada condômino ou co-proprietário;
e) nas operações de permuta com recebimento de torna, o valor da torna recebida.
f) no caso de venda de imóvel rural, se o mesmo possuir benfeitorias, o valor de alienação corresponde:
1) ao valor da terra nua, quando as benfeitorias foram deduzidas como custos ou despesas da atividade rural;
2) ao valor total do imóvel alienado, quando as benfeitorias não foram deduzidas como custos ou despesas da atividade rural.
Caso o imóvel rural tenha sido adquirido a partir de 1997, o valor de alienação da terra nua será o valor declarado no Diat do ano da alienação, quando houverem sido entregues os Diat relativos aos anos de aquisição e alienação. Caso não tenha sido entregue o Diat relativo ao ano de aquisição ou alienação, ou dos dois anos, o valor de alienação será o efetivamente recebido na operação (Instrução Normativa SRF n° 84/2001, artigo 19, § 1°).
Em relação ao valor das benfeitorias em imóveis rurais, a parcela do preço de venda correspondente às benfeitorias realizadas é computada como receita da atividade rural, quando o seu valor de aquisição houver sido deduzido como custo ou despesa da atividade rural. Caso não tenha sido considerada como despesa da atividade rural, o valor irá integrar o valor de alienação.
Os juros decorrentes de aplicação financeira realizada em moeda estrangeira compõem o valor de liquidação ou resgate, sujeitando-se ao ganho de capital.
Já os juros recebidos na alienação de bens e direitos, inclusive os recebidos na desapropriação, não compõem o valor de alienação, devendo ser tributados, em separado do ganho de capital, à medida de seu recebimento, na fonte ou mediante o recolhimento mensal obrigatório (Carnê-leão), conforme o caso (Instrução Normativa SRF n° 84/2001, artigo 19, § 3°).
Na transferência de direito de propriedade, os bens e direitos podem ser avaliados pelos respectivos custos de aquisição, ou podem ser avaliados pelo valor de mercado atribuído ao bem na data da transferência do direito de propriedade. Quando a transferência ocorrer por valor de Mercado do bem, se faz necessário apurar o ganho de capital.
6. CONVERSÕES PARA APURAÇÃO DO GANHO DE CAPITAL
Conforme descrito anteriormente, o ganho de capital consiste na diferença positiva entre o valor de alienação e o respectivo custo de aquisição.
Quando se trata de bens e direitos existentes no exterior, se faz necessário observar as regras de conversão de moeda tanto para definir o custo de aquisição quanto para definir o valor de alienação, tendo em vista que na grande maioria das vezes as operações são realizadas em moeda estrangeira.
Dessa forma, é preciso observar as regras de conversão descritas nos próximos itens.
6.1. Custo de Aquisição
De acordo com § 4° do artigo 74 da Instrução Normativa RFB n° 1.500/2014, os bens e direitos existentes no exterior devem ser declarados pelos valores de aquisição constantes nos respectivos documentos de transferência do bem, convertidos em reais da seguinte forma:
a) bens adquiridos até 31.01.1999: convertidos em reais pela cotação cambial de venda, fixada pelo Banco Central do Brasil (BACEN), para o dia da transmissão da propriedade do bem. Caso a moeda utilizada na aquisição não tenha cotação no Brasil, a conversão será realizada conforme as regras descritas no próximo item;
b) bens adquiridos a partir de 01.01.2000: convertidos primeiramente em dólares dos Estados Unidos da América (EUA), mediante a cotação cambial fixada pela autoridade monetária do país cuja moeda tenha sido utilizada na aquisição e, em seguida, convertido em reais, pela cotação do dólar fixada para venda, pelo BACEN, para o dia de transmissão da propriedade.
Exemplo: pessoa física residente no Brasil adquiriu um apartamento em 24.01.2017 localizado em Santiago, no Chile, pelo valor de $ 97.100.000,00 (noventa e sete milhões e cem mil pesos chilenos). O bem foi transferido ao proprietário na data de aquisição.
Dessa forma, para que o bem seja informado na Declaração de Imposto de Renda da PessoaFísica (DIRPF), primeiro se faz necessário converter o valor de aquisição, para dólar dos EUA, pela cotação fixada pela autoridade monetária do Chile. De acordo com o índice publicado pelo Banco Central do Chile, a cotação do dólar para o dia 24.01.2017 é de $ 652,92 (ou seja, um dólar corresponde a $ 652,92 pesos chilenos). Assim sendo, o valor do apartamento em dólares é o seguinte:
https://si3.bcentral.cl/indicadoressiete/secure/indicadoresdiarios.aspx
$ 97.100.000 / 652,92 = US$ 148.716,53
Posteriormente, o valor do bem, convertido em dólares, deve ser convertido em reais, pela cotação do dólar fixada para venda, pelo BACEN, para o dia 24.01.2017. De acordo o BACEN, a cotação dólar para venda no dia 24.01.2017 é de R$ 3,1649. Dessa forma, o valor do bem em reais que será informado na DIRPF será o seguinte:
US$ 148.716, 53 x R$ 3,1649 = R$ 470.672,96
6.2. Valor de Alienação
De acordo com o § 4° do artigo 24 da Medida Provisória n° 2.158-35/2001, o valor da alienação, quando expresso em moeda estrangeira, corresponde ao valor convertido em dólares dos EUA e, em seguida, em reais, mediante a cotação do dólar para compra, divulgado pelo BACEN, para a data da alienação.
No caso de alienação realizada a prazo, a cotação que deve ser utilizada é a correspondente a data do recebimento de cada parcela.
Exemplo: A mesma pessoa física descrita no exemplo do item 6.1 realizou a venda do apartamento no dia 17.07.2019, à vista, pelo valor de $ 100.000.000 (cem milhões de pesos chilenos).
Seguindo a regra de conversão prevista no primeiro parágrafo, de acordo com o índice publicado pelo Banco Central do Chile, a cotação do dólar para o dia 17.07.2019 é de $ 679,48. Assim sendo, o valor do apartamento em dólares é o seguinte:
$ 100.000.000 / 679,48 = US$ 147.171,37
Posteriormente, o valor do bem, convertido em dólares, deve ser convertido em reais, pela cotação do dólar fixada para compra, pelo Banco Central do Brasil, para o dia 17.07.2019. De acordo o BACEN, a cotação dólar para compra no dia 17.07.2019 é de R$ 3,7612. Dessa forma, o valor da alienação do bem será o seguinte:
US$ 147.171,37 x R$ 3,7612 = R$ 553.540,94
7. GANHO DE CAPITAL NA VENDA DE BENS OU DIREITOS E NA LIQUIDAÇÃO OU RESGATE DE APLICAÇÕES FINANCEIRAS REALIZADAS EM MOEDA ESTRANGEIRA
A apuração do ganho de capital obtido na venda de bens ou direitos, assim como a apuração do ganho obtido na liquidação ou resgate de aplicações financeiras realizadas em moeda estrangeira possuem algumas particularidades. O cálculo do ganho de capital varia em relação ao tipo de rendimento utilizado na aquisição do bem ou direito que está sendo vendido ou utilizado na aplicação financeira que está sendo liquidada ou resgatada.
A seguir serão abordadas as particularidades na apuração do ganho de capital para cada tipo de rendimento.
7.1. Bens e Direitos Adquiridos e Aplicações Financeiras Realizadas com Rendimentos Auferidos Originariamente em Reais
Em relação aos bens e direitos adquiridos e aplicações financeiras realizadas em moeda estrangeira com rendimentos auferidos originariamente em reais, o ganho de capital consiste na diferença positiva, em reais, entre o valor de alienação, liquidação ou resgate e o custo de aquisição do bem ou direito ou o valor original da aplicação financeira (Instrução Normativa SRF n° 118/2000, artigo 2°).
Entende-se como rendimentos auferidos originariamente em reais aqueles em que a moeda acordada para a sua quitação é o real. São exemplos de rendimentos auferidos originariamente em reais os rendimentos do trabalho assalariado no Brasil e rendimentos de aluguel de imóveis dentro do território nacional, pois são tipos de rendimentos que são pagos em reais.
7.1.1. Exemplo de Cálculo - Ganho de Capital na Operação à Vista
Vamos considerar que determinada pessoa física, residente no Brasil, adquiriu um imóvel nos EUA no dia 24.01.2017 pelo valor de US$ 100.000,00 (cem mil dólares). Para realizar a aquisição do imóvel a pessoa física utilizou recursos obtidos com rendimentos do trabalho assalariado no Brasil. O imóvel foi vendido em 26.02.2019, à vista, pelo valor de US$ 120.000,00 (cento e vinte mil dólares).
Com base nas informações descritas, e considerando as regras de conversão descritas nos itens 6.1 e 6.2 a apuração do ganho de capital é realizada da seguinte forma:
	Valor de alienação
	US$ 120.000,00 x R$ 3,7589** = R$ 451.068,00 (a)
	Custo de aquisição
	US$ 100.000,00 x R$ 3,1649* = R$ 316.490,00 (b)
	Ganho de capital
	(a) - (b) = R$ 134.578,00
	IR devido
	R$ 134.578,00 x 15% = R$ 20.186,70
* Cotação do dólar, para venda, do dia 24.01.2017.
** Cotação do dólar, para compra, do dia 26.02.2019.
7.1.2. Exemplo de Cálculo - Ganho de Capital na Operação a Prestação
Nas operações a prestação, o ganho de capital deve ser apurado, em reais, para cada parcela, na data do recebimento (Instrução Normativa SRF n° 118/2000, artigo 3°).
Para apurar o ganho de capital de cada parcela, o custo de aquisição ou o valor original, para cada parcela, será o resultado da multiplicação do custo de aquisição total, em reais, pelo quociente do valor recebido pelo valor total da alienação (Instrução Normativa SRF n° 118/2000, artigo 3°, § 2°).
No exemplo a seguir será utilizado o mesmo cenário descrito anteriormente no item 7.1.1. Entretanto, vamos considerar que o pagamento do imóvel foi realizado em duas vezes. Segue abaixo informações:
	Custo de aquisição
	R$ 316.490,00
	Valor de alienação
	O imóvel foi vendido por US$ 120.000.000 (cem e vinte mil dólares), sendo que a forma de pagamento foi de US$ 80.000.000 (oitenta mil dólares) pagos na data da alienação (26.02.2019), e US$ 40.000.000 (quarenta mil dólares) pagos no dia 22.04.2019.
Ganho de capital da 1ª parcela
Primeiro se faz necessário converter o valor da parcela em reais, conforme regras anteriormente descritas no item 6.2.
US$ 80.000.000 x R$ 3,7589* = R$ 300.712,00 (a)
* Cotação do dólar, para compra, para o dia 26.02.2019.
Posteriormente é preciso identificar o custo de aquisição proporcional à parcela recebida. Para isso, é preciso primeiramente dividir o valor da parcela recebida pelo valor total da alienação (cálculo realizado utilizando a moeda utilizada na negociação):
US$ 80.000.000 / US$ 120.000.000 = 66,67%
Identificado a proporção, basta aplicar o percentual encontrado sobre o custo de aquisição, em reais:
R$ 316.490,00 x 66,67% = R$ 211.003,88 (b)
Definido o custo de aquisição e o valor de alienação, basta realizar o cálculo do ganho de capital:
	Ganho de capital
	(a) - (b) = R$ 300.712,00 - R$ 211.003,88 = R$ 89.708,12
	IR devido
	R$ 89.708,12 x 15% = R$ 13.456,22
Ganho de capital da 2ª parcela
Primeiro se faz necessário converter o valor da parcela em reais, conforme regras anteriormente descritas no item 6.2.
US$ 40.000.000 x R$ 3,9224 = R$ 156.896,00 (a)
* Cotação do dólar, para compra, para o dia 22.04.2019.
Posteriormente, é preciso identificar o custo de aquisição proporcional à parcela recebida, conforme realizado para o cálculo da primeira parcela:
US$ 40.000.000 /US$ 120.000.000 = 33,33%
Identificado a proporção, basta aplicar o percentual encontrado sobre o custo de aquisição, em reais:
R$ 316.490,00 x 33,33% = R$ 105.486,12 (b)
Definido o custo de aquisição e o valor de alienação, basta realizar o cálculo do ganho de capital:
	Ganho de capital:
	(a) - (b) = R$ 156.896,00 - R$ 105.486,12 = R$ 51.409,88
	IR devido:
	R$ 51.409,88 x 15% = R$ 7.711,48
7.2. Bens e Direitos Adquiridos e Aplicações Financeiras Realizadas com Rendimentos Auferidos Originariamente em Moeda Estrangeira
Em relação aos bens e direitos adquiridos e aplicações financeiras realizadas em moeda estrangeira com rendimentos auferidos originariamente em moeda estrangeira, o ganho de capital consiste na diferença positiva, em dólares dos EUA, entre o valor de alienação, liquidação ou resgate e o custo de aquisição do bem ou direito ou o valor original da aplicação financeira (Instrução Normativa SRF n° 118/2000, artigo 4°).
São rendimentos auferidos originariamente em moeda estrangeiraaqueles em que a moeda acordada para a sua quitação não é o real. São exemplos de rendimentos auferidos originariamente em moeda estrangeira os rendimentos do trabalho no exterior e rendimentos de aluguel de imóveis localizados no exterior, pois geralmente é acordado entre as partes que o pagamento do rendimento deve ser realizado com base na moeda utilizada no país em que o serviço foi prestado ou onde o imóvel alugado está localizado.
7.2.1. Exemplo de Cálculo - Ganho de Capital na Operação à Vista
Para o exemplo vamos considerar as mesmas informações de custo de aquisição e valor de alienação descritos no exemplo do item 7.1.1. Entretanto, vamos considerar que para realizar a aquisição do imóvel a pessoa física utilizou recursos obtidos com rendimentos auferidos com prestação de serviços no exterior, onde a moeda utilizada para pagamento foi o dólar dos EUA.
Com base nas informações descritas, o ganho de capital é obtido da seguinte forma:
	Ganho de capital
	Valor de alienação - Custo de aquisição = US$ 120.000,00 - US$ 100.000,00 = US$ 20.000,00
	Ganho de capital em reais
	US$ 20.000,00 x R$ 3,7589* = R$ 75.178,00
	IR devido
	R$ 75.178,00 x 15% = R$ 11.276,70
* Cotação do dólar, para compra, para o dia 26.02.2019.
7.2.2. Exemplo de Cálculo - Ganho de Capital na Operação a Prestação
Nas operações a prestação, o ganho de capital deve ser apurado, em dólares, para cada parcela, na data do recebimento (Instrução Normativa SRF n° 118/2000, artigo 5°).
O custo de aquisição ou o valor original, para cada parcela, será o resultado da multiplicação do custo de aquisição total, em dólares, pelo quociente do valor recebido pelo valor total da alienação (Instrução Normativa SRF n° 118/2000, artigo 5°, parágrafo único).
No exemplo a seguir será utilizado o mesmo cenário descrito anteriormente no item 7.2.1. Entretanto, vamos considerar que o pagamento do imóvel foi realizado em duas vezes. Segue abaixo informações:
	Custo de aquisição:
	US$ 100.000,00
	Valor de alienação:
	O imóvel foi vendido por US$ 120.000.000 (cem e vinte mil dólares), sendo que a forma de pagamento foi de US$ 80.000.000 (oitenta mil dólares) pagos na data da alienação (26.02.2019), e US$ 40.000.000 (quarenta mil dólares) pagos no dia 22.04.2019.
Ganho de capital da 1ª parcela
Inicialmente é preciso identificar o custo de aquisição proporcional à parcela recebida. Para isso, é preciso primeiramente dividir o valor da parcela recebida pelo valor total da alienação:
US$ 80.000.000 / US$ 120.000.000 = 66,67%
Identificado a proporção, basta aplicar o percentual encontrado sobre o custo de aquisição, em dólares:
US$ 100.000,00 x 66,67% = US$ 66.670,00
Definido o custo de aquisição e o valor de alienação, basta realizar o cálculo do ganho de capital:
	Ganho de capital
	US$ 80.000,00 - US$ 66.670,00 = US$ 13.330,00
	Ganho de capital em reais
	US$ 13.330,00 x R$ 3,7589* = R$ 50.106,14
	IR devido
	R$ 50.106,14 x 15% = R$ 7.515,92
* Cotação do dólar, para compra, para o dia 26.02.2019.
Ganho de capital da 2ª parcela:
Como foi feito na 1ª parcela, primeiro identifica-se o custo de aquisição proporcional à parcela recebida. Para isso, é preciso primeiramente dividir o valor da parcela recebida pelo valor total da alienação:
US$40.000.000 / US$ 120.000.000 = 33,33%
Identificado a proporção, basta aplicar o percentual encontrado sobre o custo de aquisição, em dólares:
US$ 100.000,00 x 33,33% = US$ 33.330,00
Definido o custo de aquisição e o valor de alienação, basta realizar o cálculo do ganho de capital:
	Ganho de capital
	US$ 40.000,00 - US$ 33.330,00 = US$ 6.670,00
	Ganho de capital em reais
	US$ 6.670,00 x R$ 3,9224* = R$ 26.162,41
	IR devido
	R$ 26.162,41 x 15% = R$ 3.924,36
* Cotação do dólar, para compra, para o dia 22.04.2019.
7.3. Bens e Direitos Adquiridos e Aplicações Financeiras Realizadas com Rendimentos Auferidos Originariamente Parte em Reais e Parte em Moeda Estrangeira
Em relação aos bens e direitos adquiridos e aplicações financeiras realizadas em moeda estrangeira com rendimentos auferidos originariamente parte em reais, parte em moeda estrangeira, para apurar o ganho de capital, o valor de alienação, liquidação ou resgate e o custo de aquisição do bem ou direito ou os valores originais da aplicação financeira são determinados de forma proporcional à origem do rendimento utilizado para aquisição ou realização (Instrução Normativa SRF n° 118/2000, artigo 6°).
7.3.1. Exemplo de Cálculo - Ganho de Capital na Operação à Vista
Para o exemplo vamos considerar as mesmas informações de custo de aquisição e valor de alienação descritos no exemplo do item 7.1.1. Entretanto, vamos considerar que para realizar a aquisição do imóvel a pessoa física utilizou 75% de rendimentos auferidos originariamente em reais e 25% de rendimentos auferidos originariamente em moeda estrangeira.
Com base nas informações descritas, o ganho de capital é obtido da seguinte forma:
1) Cálculo proporcional para o ganho de capital da parte do imóvel adquirida com rendimentos originariamente em reais:
	Valor de alienação
	US$ 120.000,00 x 75% = US$ 90.000,00
	Valor de alienação em reais
	US$ 90.000,00 x R$ 3,7589** = R$ 338.301,00 (a)
	Custo de aquisição
	US$ 100.000,00 x 75% = US$ 75.000,00
	Conversão do custo de aquisição
	US$ 75.000,00 x R$ 3,1649* = R$ 237.367,50 (b)
	Ganho de capital:
	(a) - (b) = R$ 100.933,50
	IR devido
	R$ 100.933,50 x 15% = R$ 15.140,03 (1)
* Cotação do dólar, para venda, do dia 24.01.2017.
**Cotação do dólar, para compra, para o dia 26.02.2019.
2) Cálculo proporcional para o ganho de capital da parte do imóvel adquirida com rendimentos originariamente em moeda estrangeira:
	Valor de alienação
	US$ 120.000,00 x 25% = US$ 30.000,00 (a)
	Custo de aquisição
	US$ 100.000,00 x 25% = US$ 25.000,00 (b)
	Ganho de capital
	(a) - (b) = US$ 5.000,00
	Ganho de capital em reais
	US$ 5.000,00 x R$ 3,7589* = R$ 18.794,50
	IR devido
	R$ 18.794,50 x 15% = R$ 2.819,18 (2)
* Cotação do dólar, para compra, para o dia 26.02.2019.
3) Total de IR a pagar na operação à vista:
	(1) + (2) =
	R$ 15.140,03 + R$ 2.819,18 = R$ 17.959,20
7.3.2. Exemplo de Cálculo - Ganho de Capital na Operação a Prestação
Para o exemplo vamos considerar as mesmas informações de custo de aquisição e valor de alienação descritos no exemplo do item 7.3.1. Entretanto, vamos considerar que o pagamento do imóvel foi realizado em duas vezes. Segue abaixo informações:
	Custo de aquisição:
	US$ 100.000,00
	Valor de alienação:
	O imóvel foi vendido por US$ 120.000.000 (cem e vinte mil dólares), sendo que a forma de pagamento foi de US$ 80.000.000 (oitenta mil dólares) pagos na data da alienação (26.02.2019), e US$ 40.000.000 (quarenta mil dólares) pagos no dia 22.04.2019.
Ganho de capital da 1ª parcela
1) Cálculo proporcional para o ganho de capital da parte do imóvel adquirida com rendimentos originariamente em reais:
	Cálculo da proporção da parcela recebida
	US$ 80.000,00 x 75% = US$ 60.000,00
	Valor da parcela proporcional em reais
	US$ 60.000,00 x R$ 3,7589* = R$ 225.534,00 (a)
	Custo de aquisição
	US$ 100.000,00 x 75% = US$ 75.000,00
	Conversão do custo de aquisição
	US$ 75.000,00 x R$ 3,1649** = R$ 237.367,50
* Cotação do dólar, para compra, para o dia 26.02.2019.
** Cotação do dólar, para venda, do dia 24.01.2017.
Posteriormente, é preciso identificar o custo de aquisição proporcional a parcela recebida:
	US$ 80.000.000 / US$ 120.000.000
	66,67%
	Custo de aquisição proporcional
	R$ 237.367,50 x 66,67% = R$ 158.252,91 (b)
	Ganho de capital
	(a) - (b) = R$ 67.281,09
	IR devido
	R$ 67.281,09 x 15% = R$ 10.092,16 (1)
2) Cálculo proporcional para o ganho de capital da parte do imóvel adquirida com rendimentos originariamente em moeda estrangeira:
	Cálculo da proporção da parcela recebida:
	US$ 80.000,00 x 25% = US$ 20.000,00 (a)
	Custo de aquisição:
	US$ 100.000,00 x 25% = US$ 25.000,00
Posteriormente é preciso identificar o custo de aquisição proporcional a parcela recebida:
	US$ 25.000,00 x 66,67%
	US$ 16.667,50 (b)
	Ganho de capital
	(a) - (b) =US$ 3.332,50
	Ganho de capital em reais
	US$ 3.332,50 x R$ 3,7589* = R$ 12.526,53
	IR devido
	R$ 12.526,53 x 15% = R$ 1.878,98 (2)
* Cotação do dólar, para compra, para o dia 26.02.2019.
3) Total de IR a pagar na operação à vista:
	(1) + (2) =
	R$ 10.092,16 + R$ 1.878,98 = R$ 11.971,14
Ganho de capital da 2ª parcela
1) Cálculo proporcional para o ganho de capital da parte do imóvel adquirida com rendimentos originariamente em reais:
	Cálculo da proporção da parcela recebida
	US$ 40.000,00 x 75% = US$ 30.000,00
	Valor da parcela proporcional em reais
	US$ 30.000,00 x R$ 3,9224** = R$ 117.672,00 (a)
	Custo de aquisição
	US$ 100.000,00 x 75% = US$ 75.000,00
	Conversão do custo de aquisição
	US$ 75.000,00 x R$ 3,1649* = R$ 237.367,50
* Cotação do dólar, para venda, do dia 24.01.2017.
**Cotação do dólar, para compra, para o dia 22.04.2019.
Posteriormente é preciso identificar o custo de aquisição proporcional. Para isso, é preciso primeiramente dividir o valor da parcela recebida pelo valor total da alienação:
	US$ 40.000.000 / US$ 120.000.000 =
	33,33%
	Custo de aquisição proporcional:
	R$ 237.367,50 x 33,33% = R$ 79.114,59 (b)
	Ganho de capital:
	(a) - (b) = R$ 38.557,41
	IR devido:
	R$ 38.557,41 x 15% = R$ 5.783,61 (1)
2) Cálculo proporcional para o ganho de capital da parte do imóvel adquirida com rendimentos originariamente em moeda estrangeira:
	Cálculo da proporção da parcela recebida:
	US$ 40.000,00 x 25% = US$ 10.000,00 (a)
	Custo de aquisição:
	US$ 100.000,00 x 25% = US$ 25.000,00
Posteriormente é preciso identificar o custo de aquisição proporcional a parcela recebida:
	US$ 25.000,00 x 33,33% =
	US$ 8.332,50 (b)
	Ganho de capital:
	(a) - (b) = US$ 1.667,50
	Ganho de capital em reais:
	US$ 1.667,50 x R$ 3,9224* = R$ 6.540,60
	IR devido:
	R$ 6.540,60 x 15% = R$ 981,09 (2)
* Cotação do dólar, para compra, para o dia 22.04.2019.
3) Total de IR a pagar na segunda parcela:
	(1) + (2) =
	R$ 5.783,61 +R$ 981,09 = R$ 6.764,70
8. PAGAMENTO DO IMPOSTO E CÓDIGO DE DARF
O Documento de Arrecadação de Receitas Federais (DARF) será com o código 8523 para pagamento de ganho de capital em moeda estrangeira decorrente de alienação de bem e direito ou liquidação ou resgate de aplicação financeira.
O imposto pago não pode ser compensado na Declaração de Ajuste Anual.
O vencimento do imposto ocorrerá:
a) até o último dia útil do mês subsequente àquele em que o ganho houver sido percebido, inclusive se decorrente de doação em adiantamento da legítima;
b) até a data prevista para a entrega da Declaração Final de Espólio, se decorrente de transferência por sucessão causa mortis;
c) até o último dia útil do mês subsequente ao do trânsito em julgado da decisão judicial da partilha ou sobrepartilha, se decorrente de dissolução da sociedade conjugal ou da união estável.
Após o vencimento o valor do imposto de renda será acrescido de multa e juros de mora, calculados sobre o valor do imposto, conforme o artigo 32 da Instrução Normativa SRF n° 84/2001.
9. COMPENSAÇÃO DE IMPOSTO PAGO NO EXTERIOR
Observada à existência de acordo, tratado ou convenção internacional ou reciprocidade de tratamento entre os países envolvidos, o imposto sobre a renda pago no exterior relativo à alienação pode ser compensado até o limite correspondente ao valor do imposto sobre o ganho de capital devido no Brasil, desde que não seja compensado ou restituído no exterior.
O imposto pago no exterior primeiramente deve ser convertido em dólares dos EUA, pelo valor fixado pela autoridade monetária do país de origem do ganho na data do recebimento e, em seguida, em reais mediante utilização do valor do dólar fixado, para compra, pelo Banco Central do Brasil, para o último dia útil da primeira quinzena do mês anterior ao do recebimento (Instrução Normativa SRF n° 208/2002, artigo 16).
10. EXCLUSÃO DA TRIBUTAÇÃO
10.1. Exclusões
São excluídos da tributação do ganho de capital os rendimentos de (Instrução Normativa SRF n° 84/2001, artigo 29):
a) alienação, por valor igual ou inferior a R$ 440.000,00, do único bem imóvel que o titular possua, individualmente, em condomínio ou em comunhão, independentemente de se tratar de terreno, terra nua, casa ou apartamento, ser residencial, comercial ou de lazer, e estar localizado em zona urbana ou rural, desde que não tenha efetuado, nos últimos cinco anos, alienação de outro imóvel a qualquer título, tributada ou não;
b) alienação de bem e direito ou conjunto de bens e direitos de mesma natureza, em um mesmo mês, de valor até:
1) R$ 20.000,00, no caso de alienação de ações negociadas no mercado de balcão;
2) R$ 35.000,00, nos demais casos.
O limite de R$ 35.000,00 deve ser considerado em relação ao valor do bem ou do conjunto dos bens e direitos da mesma natureza, alienados em um mesmo mês, tais como automóveis e motocicletas, imóvel urbano e terra nua, quadros e esculturas.
c) permuta de unidades imobiliárias, sem recebimento de torna (diferença recebida em dinheiro). Cabe lembrar que somente se configura a permuta se a escritura pública, quando lavrada, for de permuta;
d) alienação de imóveis residenciais, desde que o alienante, no prazo de 180 dias contado da celebração do contrato, aplique o produto da venda na aquisição, em seu nome, de imóveis residenciais localizados no Brasil (Instrução Normativa SRF n° 599/2005, artigo 2°).
10.2. Redução na Apuração
Na apuração do ganho de capital em moeda estrangeira também são considerados os fatores de redução previstos no artigo 3° da Instrução Normativa SRF n° 599/2005. Os fatores de redução são considerados na apuração realizada pelo Programa Gerador do Ganho de Capital (GCAP). O referido programa deve ser utilizado para apurar o ganho de capital, sendo posteriormente importado para a Declaração do Imposto de Renda da Pessoa Física (Instrução Normativa RFB n° 1.792/2018, artigo 4°).
11. GCAP E DIRPF
A apuração do ganho de capital será demonstrada no GCAP, que deve ser baixado do site da RFB. Para que sejam utilizadas as regras descritas no item 7, na aba correspondente a aquisição do bem, se faz necessário selecionar a opção correspondente, conforme tela abaixo:
Posteriormente ao preenchimento do GCAP, o contribuinte deverá criar um arquivo da apuração do ganho de capital para posteriormente, importá-la na DIRPF do contribuinte. O arquivo é gerado pela aba “Exportar para o IRPF”.
Quando a pessoa física for preencher a DIRPF correspondente ao ano-calendário, neste nosso exemplo DIRPF 2020, o arquivo do GCAP deverá ser importado na ficha “Ganhos de Capital”, da seguinte forma:
DIRPF 2020 > Ganhos de Capital > Importação GCAP 2019
	CARNÊ-LEÃO
Considerações Gerais
1. INTRODUÇÃO
O objetivo da presente matéria é analisar a obrigatoriedade e as orientações de preenchimento do programa carnê-leão, de forma prática e objetiva, bem como, conceitos necessários a operação, com base nas disposições encontradas no Ajuda do programa carnê-Leão e nas disposições legais vinculadas, sendo elas, a Instrução Normativa RFB n° 1.500/2014, a Lei n° 7.713/88, e o Decreto n° 3000/99 (Regulamento do Imposto de Renda - RIR/99.
2. OPERAÇÕES SUJEITAS
Fica sujeita ao recolhimento mensal obrigatório do imposto de renda, a pessoa física, residente no Brasil, que recebe rendimentos de outra pessoa física ou do exterior (Instrução Normativa RFB n° 1.500/2014, artigo 53; Lei n° 7.713/88, artigo 8°; e RIR/99, artigo 106).
3. FATO GERADOR
O fato gerador para o recolhimento do imposto de renda na forma do carnê-leão ocorre quando o contribuinte recebe rendimentos nas seguintes hipóteses (Instrução Normativa RFB n° 1.500/2014, artigo 53; Lei n° 7.713/88, artigo 8°; e RIR/99, artigo 106).
a) rendimentos de outras pessoas físicas que não tenham sido tributados na fonte no Brasil, tais como decorrentes de arrendamento, subarrendamento, locação e sublocação de móveis ou imóveis, e os decorrentes do trabalho não-assalariado, assim compreendidas todas as espécies de remuneração por serviços ou trabalhos prestados sem vínculo empregatício;
b) rendimentos ou quaisquer outros valoresrecebidos de fontes do exterior, tais como, trabalho assalariado ou não-assalariado, uso, exploração ou ocupação de bens móveis ou imóveis, transferidos ou não para o Brasil, lucros e dividendos. Deve-se observar o disposto nos acordos, convenções e tratados internacionais firmados entre o Brasil e o país de origem dos rendimentos, e reciprocidade de tratamento;
c) emolumentos e custas dos serventuários da Justiça, como tabeliães, notários, oficiais públicos e demais servidores, independentemente de a fonte pagadora ser pessoa física ou jurídica, exceto quando forem remunerados exclusivamente pelos cofres públicos;
d) importâncias em dinheiro a título de pensão alimentícia, em face das normas do Direito de Família, quando em cumprimento de decisão judicial ou acordo homologado judicialmente, inclusive alimentos provisionais;
e) rendimentos recebidos por residentes no Brasil que prestem serviços a embaixadas, repartições consulares, missões diplomáticas ou técnicas ou a organismos internacionais de que o Brasil faça parte;
f) rendimento de transporte de carga e de serviços com trator, máquina de terraplenagem, colheitadeira e assemelhados, 10% no mínimo;
g) rendimento de transporte de passageiros, 60% no mínimo; e
h) rendimentos em moeda estrangeira que devem ser convertidos em dólares dos Estados Unidos da América, pelo seu valor fixado pela autoridade monetária do país de origem dos rendimentos na data do recebimento e, em seguida, em reais mediante utilização do valor do dólar fixado para compra pelo Banco Central do Brasil para o último dia útil da primeira quinzena do mês anterior ao do recebimento do rendimento.
Vale ressaltar que, não se sujeitam ao carnê-leão os rendimentos tributados como ganho de capital decorrente da alienação de bens ou direitos e da liquidação ou resgate de aplicações financeiras, adquiridos em moeda estrangeira, e da alienação de moeda estrangeira mantida em espécie.
O imposto pago será considerado antecipação do apurado na Declaração de Ajuste Anual (DAA), e os rendimentos sujeitos ao carnê-leão estão também sujeitos ao ajuste anual na Declaração de Ajuste Anual (Instrução Normativa RFB n° 1.500/2014, artigo 54).
4. PERÍODO DE APURAÇÃO
A tributação na forma do carnê-leão irá incidir sobre o total de rendimento recebidos no mês de pessoas físicas ou de fontes situadas no exterior, e será calculado com base nos valores da tabela progressiva conforme consta no subitem 5.1 desta matéria.
5. CÁLCULO
Para o cálculo do imposto é necessário realizar a aplicação da tabela progressiva mensal, vigente no mês do recebimento do rendimento, na forma do carnê-leão, sobre o total recebido no mês, observado o valor do rendimento bruto relativo a cada espécie (Instrução Normativa RFB n° 1.500/2014, artigo 55).
5.1. Tabela progressiva
Para o cálculo do imposto, o programa aplica a tabela progressiva mensal, do respectivo ano-calendário, sobre o rendimento total recebido, no mês, de pessoa física e do exterior, depois de diminuídas as deduções relativas a livro Caixa, dependentes, previdência oficial e pensão alimentícia paga.
Se o total dos rendimentos recebidos no mês for menor ou igual a R$ 1.903,98, o contribuinte está dispensado de apuração do carnê-leão, neste mês.
O valor recebido deve ser incluído como rendimento tributável na declaração, no mês do seu recebimento (Instrução Normativa RFB n° 1.500/2014, artigo 65; RIR/99, artigo 620).
A tabela progressiva em vigor, desde o mês de abril do ano-calendário de 2015, é:
	Base de Cálculo
	Alíquota
	Parcela a Deduzir do IR
	Até R$ 1.903,98
	0%
	-
	De R$ 1.903,99 até 2.826,65
	7,5%
	R$ 142,80
	De R$ 2.826,66 até 3.751,05
	15%
	R$ 354,80
	De R$ 3.751,06 até 4.664,68
	22,5%
	R$ 636,13
	Acima de R$ 4.664,68
	27,5%
	R$ 869,36
5.2. Deduções
Poderão ser deduzidos, observados os limites e condições, na determinação da base de cálculo sujeita à incidência mensal do imposto, quando não utilizados para fins de retenção (Instrução Normativa RFB n° 1.500/2014, artigo 56):
a) importâncias pagas em dinheiro a título de pensão alimentícia em face das normas do Direito de Família, quando em cumprimento de decisão judicial ou acordo homologado judicialmente, inclusive a prestação de alimentos provisionais;
b) valor a deduzir de R$ 189,59 por dependente;
c) contribuições para a Previdência Social da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, cujo ônus tenha sido do próprio contribuinte e desde que destinado o seu próprio benefício; e
d) despesas escrituradas em livro Caixa. 
6. CARNÊ-LEÃO X MENSALÃO
A principal diferença entre carnê-leão e recolhimento complementar é que os rendimentos na forma do carnê-leão são de recolhimento obrigatório, em contrapartida, o recolhimento complementar é facultativo ao contribuinte, podendo antecipar o imposto devido na DAA mediante o recolhimento complementar do imposto (Instrução Normativa RFB n° 1.500/2014, artigo 67).
Sendo assim, o recolhimento complementar poderá ser realizado durante o ano-calendário, até o último dia útil do mês de dezembro. Contudo, por não se tratar de recolhimento obrigatório, caso não haja o pagamento, não incidirá multa e juros no recolhimento complementar.
Vale ressaltar, que não é possível realizar o recolhimento complementar para os rendimentos sujeitos à tributação exclusiva na fonte, o ganho de capital na alienação de bens e direitos e o ganho líquido auferido em operações realizadas nos mercados de renda variável.
7. REGISTRO PROFISSIONAL OBRIGATÓRIO
No preenchimento do carnê-leão, é obrigatório ser informado o número do registro profissional dos contribuintes com base nos códigos de ocupação principal.
E será preenchido o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) de cada titular do pagamento pelos serviços por eles prestados.
Ressaltamos que o mesmo critério deve ser estabelecido quando não utilizado no programa multiplataforma - Recolhimento Mensal Obrigatório (carnê-Leão), devendo ser informada na DAA do ano-calendário a que se referirem.
Essa informação passou a ser obrigatória a partir de 22.12.2014 através da Instrução Normativa RFB n° 1.531/2014 e o objetivo é realizar o cruzamento de informações de maneira mais eficiente e clara.
7.1. Descrição ficha contribuinte 
Os contribuintes, cujas prestações de serviço estejam relacionadas na lista abaixo, deverão atentar para a necessária identificação do CPF dos titulares do pagamento de cada um desses serviços com seus respectivos códigos de ocupação (Instrução Normativa RFB n° 1.531/2014, anexo único).
	Código
	Ocupação Principal do Contribuinte
	225
	Médico
	226
	Odontólogo
	229
	Fonoaudiólogo, fisioterapeuta e terapeuta ocupacional
	241
	Advogado
	255
	Psicólogo
	355
	Corretor e administrador de imóveis
Os códigos identificados nesta lista são os que identificam estes serviços dentro do programa carnê-leão.
Na ficha de identificação, temos três campos:
1. Nome: Informar nome do contribuinte;
2. Ocupação Principal: Preencher com o código de ocupação principal conforme a lista mencionada anteriormente;
3. Registro profissional: O campo é de preenchimento obrigatório apenas para algumas ocupações principais como área de saúde, advogado e corretor/administrador de imóveis. Neste campo será informado o registro profissional concedido pelos respectivos Conselhos Profissionais.
Na ficha “Livro Caixa - Escrituração” as informações deverão ser relacionadas de acordo com o mês que ocorreu o recebimento dos rendimentos e/ou das despesas, clicando no botão “Novo” na parte inferior da aba.
 Ao clicar em “Novo” irá abrir a tela para o lançamento das operações realizadas conforme o mês.
1. Data: Informar o dia do mês que ocorreu o recebimento dos rendimentos e/ou despesas;
2. Conta: Informar o tipo da conta conforme ocorrido;
3. Histórico: Descrever as informações do evento;
5. Valor: Especificar qual foi o valor da operação; e
6. Incluir novo: Caso haja algum lançamento no mês, basta clicar no botão que o programa irá salvar as informações preenchidas e abrirá uma nova aba para lançamento.
Conformedescrito no item 8, para algumas atividades, a informação do campo CPF do titular do pagamento é obrigatória. Neste campo será informado o número de inscrição no CPF com 11 dígitos do titular do pagamento.
Adicionalmente, deverá ser marcada a caixa “Titular do pagamento é o próprio beneficiário do serviço”. Esta caixa será marcada quando o contribuinte que arcou com o ônus foi o beneficiário do serviço, ou seja, aquele que pagou é a mesma pessoa a quem foi prestado o serviço.
Beneficiário do Serviço: Neste campo será informado o número de inscrição no Cadastro de Pessoa Física com 11 dígitos do beneficiário do serviço quando este não foi o responsável pelo pagamento.
Aqui se deve marcar a caixa “Não possui CPF” quando o beneficiário que utilizou o serviço não possuir inscrição no CPF.
8. DEMONSTRATIVO DE APURAÇÃO
8.1. Rendimentos carnê-leão
8.1.1. Trabalho não assalariado
Já na Aba Demonstrativo de Apuração, na coluna “Trabalho não Assalariado” se foi utilizado o livro Caixa eletrônico, este campo não pode ser digitado. Neste caso, o programa transporta automaticamente para esta linha, conforme o mês, o somatório dos valores digitados com o código 1000 da ficha Livro Caixa - Escrituração. Não sendo utilizado o livro Caixa eletrônico, o contribuinte deverá informar nesta linha o total dos rendimentos recebidos, no mês, de pessoa física de trabalho não assalariado.
Vale ressaltar, que devem ser informados, nos respectivos campos, todos os rendimentos sujeitos ao carnê-leão, mesmo que o total mensal recebido seja inferior a R$ 1.903,98, bem como as deduções legais. Este procedimento é necessário para que estejam corretos os dados transportados para a DAA do exercício de 2019, ano-calendário de 2018.
8.1.2. Aluguéis
O contribuinte deverá informar, os rendimentos recebidos de pessoas físicas provenientes de aluguéis qualquer rendimento de aluguel que não tenha sido sujeito ao pagamento do imposto na fonte, no Brasil, tais como os provenientes de arrendamento e subarrendamento e/ou locação e sublocação de bens móveis e imóveis.
Vale ressaltar, que os rendimentos de aluguéis recebidos de pessoa jurídica não estão sujeitos ao pagamento do carnê-leão.
8.1.3. Outros
O contribuinte deverá informar, os rendimentos recebidos de pessoas físicas provenientes de outros rendimentos recebidos no Brasil, tais como: pensão alimentícia, inclusive alimentos provisionais e qualquer rendimento que não tenha sido sujeito ao pagamento do imposto na fonte, no Brasil, tais como os provenientes de transporte de cargas 10% do total dos rendimentos recebidos e/ou transporte de passageiros 60% do total dos rendimentos recebidos.
8.1.4. Exterior
No caso de utilização do livro Caixa eletrônico, o campo não poderá ser digitado. Sendo assim, o programa transporta para esta linha, de acordo com o mês, o somatório dos valores digitados com os códigos 3001 e 3002 da ficha Livro Caixa - Escrituração. Não sendo utilizado o livro Caixa eletrônico, ao tentar digitar valor neste campo, o programa irá abrir um quadro auxiliar para informar a parcela relativa a trabalho não assalariado de rendimentos recebidos do exterior e outros rendimentos. O total, calculado pelo programa, será transportado para o campo Rendimentos Carnê-Leão - Exterior do Demonstrativo de Apuração.
Vale ressaltar, que estão sujeitos ao pagamento do carnê-leão os rendimentos recebidos por pessoa física residente domiciliada no Brasil de fontes situadas no exterior que não tenham sido tributados na fonte, no Brasil, observada a existência de acordos, convenções ou tratados internacionais entre o Brasil e o país de origem dos rendimentos, ou tratamento de reciprocidade, para evitar a dupla tributação.
8.2. Deduções carnê-leão
8.2.1. Previdência Oficial
Poderá ser deduzida no cálculo do carnê-leão a contribuição paga à Previdência Social da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios, em nome do contribuinte, sendo que, não há limite de valor para a sua dedução. Lembrando que o valor pago não poderá ser incluído como despesa no livro Caixa.
Vale ressaltar, que não podem ser deduzidas da base de cálculo do carnê-leão as contribuições para a Previdência Social da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios que já tiverem sido deduzidas de outros rendimentos recebidos no mês sujeitos à tributação na fonte.
8.2.2. Dependentes
O valor mensal relativo a dependente pode ser dedutível no cálculo do carnê-leão (R$ 189,59 para cada dependente). Consequentemente, o programa só aceita na coluna Dependentes múltiplos desse valor. Não há limite de número de dependentes para a sua dedução.
Vale ressaltar, que não poderá ser deduzida da base de cálculo do carnê-leão o valor relativo a dependente que já tiver sido deduzido de outros rendimentos recebidos no mês sujeitos à tributação na fonte.
8.2.3. Pensão alimentícia
A pensão alimentícia dedutível é a estipulada em face das normas do Direito de Família quando em cumprimento de decisão judicial, inclusive os alimentos provisionais, de acordo homologado judicialmente ou de escritura pública a que se refere o Código de Processo Civil (CPC) - Lei n° 13.105/2015, e paga diretamente ao beneficiário ou por meio de depósito em agência bancária, remessa bancária, ou descontada pelo empregador, estando esses fatos sujeitos à comprovação.
Não podem ser deduzidas da base de cálculo do carnê-leão as importâncias pagas em dinheiro a título de pensão alimentícia em face das normas do Direito de Família, quando em cumprimento de decisão judicial, inclusive os alimentos provisionais, de acordo homologado judicialmente ou de escritura pública a que se refere o artigo 733 do CPC, que já tiverem sido deduzidas de outros rendimentos recebidos no mês, sujeitos à tributação na fonte.
8.2.4. Livro caixa
Sendo utilizado o livro Caixa eletrônico, este campo não poderá ser digitado. Sendo assim, o programa transporta para esta linha, de acordo com o mês, o somatório dos valores digitados com os códigos do grupo 4000 da ficha Livro Caixa - Escrituração.
Não havendo sido utilizado o livro Caixa eletrônico, mas o contribuinte tem direito a esta dedução, relacionar o valor de Livro Caixa no quadro auxiliar aberto ao se clicar neste campo. Relacionar, também, os rendimentos de pessoa jurídica do trabalho não assalariado, se houver, para que o programa apure o limite legal da dedução.
8.2.5. Imposto pago no exterior a compensar
No caso de existência de acordos, convenções ou tratados entre o Brasil e o país de origem dos rendimentos, ou tratamento de reciprocidade, para evitar a dupla tributação, o imposto sobre a renda cobrado pelo país de origem pode ser compensado, desde que não seja passível de restituição ou compensação naquele país.
O valor compensado não pode exceder a diferença entre o imposto calculado sem a inclusão dos rendimentos de fontes no exterior e o imposto devido com a inclusão dos mesmos. Este limite é calculado pelo programa. A compensação pode ser efetuada mensalmente por ocasião do pagamento do carnê-leão ou na Declaração de Ajuste Anual. Se o valor a compensar do imposto pago no exterior for maior do que o valor mensal a recolher, a diferença pode ser compensada nos meses subsequentes até dezembro do ano-calendário, respeitado o limite legal correspondente. Essa compensação é realizada automaticamente pelo programa.
Vale ressaltar, que a compensação só é possível com a apresentação dos comprovantes dos rendimentos e do imposto pago no exterior traduzidos para o português, por tradutor juramentado.
Para mais detalhes, veja Rendimento recebido do exterior. Ao tentar digitar valor nesta coluna, é aberto um quadro auxiliar no qual deve ser digitado o valor do imposto pago no exterior no mês. O programa, após calcular o limite legal, transporta automaticamente o valor do imposto pago a ser compensado (linha 7) para a ficha Demonstrativo de Apuração.
8.3. Carnê-leão
8.3.1. Imposto devido
Este campo não pode ser preenchido pelo contribuinte. O programa calcula e informa o imposto a pagar.
8.3.2. Imposto pago
Informar o valor docarnê-leão pago (linha 7 do DARF), na linha correspondente ao mês do recebimento do rendimento, independentemente da data em que tenha efetuado o pagamento do imposto.
9. PRAZO RECOLHIMENTO
O prazo de recolhimento será até o último dia útil do mês subsequente ao do recebimento do rendimento (Instrução Normativa RFB n° 1.500/2014, artigo 66).
9.1. Pagamento em atraso
Havendo a falta ou insuficiência do pagamento ou recolhimento do imposto, no prazo previsto, o contribuinte fica sujeito ao pagamento do total ou da diferença do imposto, com juros e multa de mora (Instrução Normativa RFB n° 1.500/2014, artigo 106).
A multa de mora é calculada à taxa de 0,33% (por dia de atraso), limitada a 20%, a partir do 1° dia subsequente ao do vencimento do prazo previsto para o pagamento do imposto até o dia em que ocorrer o seu pagamento.
Já os juros de mora equivalentes à taxa referencial Selic, para títulos federais, acumulada mensalmente, são calculados a partir do 1° dia do mês subsequente ao vencimento do prazo até o mês anterior ao do pagamento e de 1% no mês de pagamento e devidos inclusive durante o período em que a respectiva cobrança houver sido suspensa por decisão administrativa ou judicial.
O pagamento do imposto a título do carnê-leão, efetuado depois do vencimento, sem inclusão de juros e multa de mora, implica a obrigatoriedade do pagamento desses encargos, em DARF separado, utilizando-se o código 3244 (Instrução Normativa RFB n° 1.500/2014, artigo 107).
10. CÓDIGO DO DARF
O imposto para recolhimento mensal obrigatório (carnê-leão) deverá ser sob o código de DARF 0190.
RECIPROCIDADE
“se não houver um Acordo em vigor, deverá ser verificado se a legislação interna prevê, unilateralmente, a concessão de um alívio. O Brasil utiliza o chamado tratamento de reciprocidade: o Brasil permite o método do crédito, compensando-se o valor do imposto estrangeiro contra o imposto brasileiro, desde que seja provado que a legislação interna do outro país faria o mesmo se a situação fosse inversa (isto é, que o residente fiscal no exterior obteria o mesmo benefício em seu País se recebesse rendimentos de fonte brasileira)”[footnoteRef:2]. [2: https://tersi.adv.br/vivendo-no-brasil-e-em-outro-pais-dupla-residencia-fiscal-acordos-brasileiros-e-reciprocidade
] 
RENDIMENTOS PESSOAS FÍSICAS RESIDENTES NO PAÍS OU NO EXTERIOR
Orientação no Cálculo
1. INTRODUÇÃO
O referido trabalho visa esclarecer a obrigatoriedade da Declaração de Ajuste Anual, bem como a incidência do Imposto de Renda conforme condição entre residente e não-residente no Brasil e também as devidas obrigações antes e após a condição de não-residente.
O artigo 1º da Instrução Normativa nº 15, de 2001, traz o seguinte:
"Art. 1º - São contribuintes do imposto de renda as pessoas físicas residentes no país que recebam rendimentos tributáveis.
Parágrafo único - São contribuintes as pessoas físicas não-residentes que recebam rendimentos de fontes situadas no Brasil, sujeitas à tributação definitiva nos termos do art. 8º, I, VI, VII e VIII da IN SRF nº 15, de 2001.
2. CONCEITO DE RESIDENTE E NÃO - RESIDENTE
Para definirmos melhor tais considerações, veremos a seguir como se dá a condição para ser residente ou não residente.
Consideram-se residentes no Brasil as pessoas físicas que:
a) ingressam no Brasil com visto permanente, a partir da data da chegada;
b) ingressam no Brasil com visto temporário:
- para trabalhar com vínculo empregatício, a partir da data da chegada;
- obtendo visto permanente ou trabalho com vínculo empregatício antes de decorridos 184 (cento e oitenta e quatro) dias de permanência no Brasil, consecutivos ou não, contados dentro de um período de até 12 (doze) meses, a partir da data da concessão do visto ou da obtenção do trabalho, respectivamente; ou
- por qualquer outro motivo, permanecendo por período superior a 183 (cento e oitenta e três) dias, consecutivos ou não, contados dentro de um período de até 12 (doze) meses, a partir do 184º dia;
Nota: Caso a pessoa física, dentro de um período de até 12 (doze) meses, permaneça no Brasil até 183 (cento e oitenta e três) dias, novo período de até 12 (doze) meses é contado a partir da entrada seguinte àquela em que se iniciou a contagem anterior.
c) o brasileiro que, após ser considerado não-residente, retorna ao Brasil de forma definitiva, a partir da data de sua chegada.
Consideram se não-residentes no Brasil as pessoas físicas que:
a) não resida no Brasil em caráter permanente;
b) se retire em caráter permanente do território nacional, na data da saída, com a entrega da Declaração de Saída Definitiva do País;
c) na condição de não-residente, ingresse no Brasil para prestar serviços como funcionária de órgão de governo estrangeiro situado no País;
d) que ingresse no Brasil com visto temporário:
- e permaneça até 183 (cento e oitenta e três) dias, consecutivos ou não, em um período de até 12 (doze) meses;
- até o dia anterior ao da obtenção de visto permanente ou de vínculo empregatício, se ocorrida antes de completar 184 (cento e oitenta e quatro) dias, consecutivos ou não, de permanência no Brasil, dentro de um período de até 12 (doze) meses;
e) que se ausente do Brasil em caráter temporário, a partir do dia seguinte àquele em que complete 12 (doze) meses consecutivos de ausência.
(Lei nº 9.718, de 1998, art. 12; Instrução Normativa SRF nº 208, de 2002, art. 3º)
3. DECLARAÇÃO DE SAÍDA DEFINITIVA DO PAÍS
Está obrigado a apresentar a Declaração de Saída Definitiva do País o contribuinte que se retirar do Brasil em caráter definitivo ou passar à condição de não-residente no Brasil, quando houver saído do território nacional em caráter temporário.
A Declaração de Saída Definitiva do Brasil tem como objetivo ajustar e declarar rendimento da pessoa física recebido até a data efetiva da saída do Brasil ou sua devida condição de residente, sendo utilizados os mesmos percentuais e deduções normais para tributação de pessoa física ainda residente.
A Declaração de Saída Definitiva do País deve abranger:
a) os rendimentos recebidos a partir de 1º de janeiro ou da data em que adquiriu a condição de residente, se esta ocorreu no decorrer do ano-calendário a que se refere a declaração, até o dia anterior à data da saída do Brasil, se em caráter permanente, com a entrega da Declaração de Saída Definitiva do País;
b) os rendimentos recebidos entre 1º de janeiro e o dia em que completar 12 (doze) meses consecutivos de ausência, no caso de saída do Brasil em caráter temporário.
3.1. Prazo para Apresentação
A pessoa física que se ausentar do território nacional em caráter temporário, permanecendo no exterior por mais de doze meses consecutivos, deve:
I - apresentar a Declaração de Saída Definitiva do País, relativa ao período em que tenha permanecido na condição de residente no Brasil no ano-calendário da saída, bem assim as declarações correspondentes a anos-calendário anteriores, se obrigatórias e ainda não entregues:
a) até o último dia útil do mês de abril do ano-calendário da saída definitiva, caso esta ocorra até 31 de março do referido ano-calendário;
b) até 30 (trinta) dias contados da data da saída definitiva, nas demais hipóteses;
II - recolher em quota única, até a data prevista para a entrega das declarações de que trata o inciso I, o imposto nelas apurado e os demais créditos tributários ainda não quitados, cujos prazos para pagamento são considerados vencidos nesta data, se prazo menor não estiver estipulado na legislação tributária.
3.2 Multa por Falta de Apresentação
A entrega da Declaração de Saída Definitiva do País fora do prazo sujeita o contribuinte à seguinte multa:
a) existindo imposto devido, multa de 1% (um por cento) ao mês ou fração de atraso calculada sobre o valor do imposto devido, observados os valores mínimo de R$ 165,74 (cento e sessenta e cinco reais e setenta e quatro centavos) e máximo de 20% (vinte por cento) do imposto devido;
b) não existindo imposto devido, multa de R$ 165,74 (cento e sessenta e cinco reais e setenta e quatro centavos).
A pessoa física que se retire emcaráter permanente do Brasil sem a entrega da Declaração de Saída Definitiva do País ou em caráter temporário é considerada:
a) como residente no Brasil, durante os primeiros 12 (doze) meses consecutivos de ausência;
b) como não-residente, a partir do 13º mês consecutivo de ausência.
Obs.: As declarações de rendimentos relativas aos anos-calendário anteriores, se obrigatórias e ainda não entregues, também deverão ser apresentadas.
4. PASSOS PARA A APLICAÇÃO DA DEVIDA TRIBUTAÇÃO
1° PASSO
Verificar se a pessoa física tem ou não a condição de residente com base no item 2.
2° PASSO
Após verificada a condição, enquadrar o rendimento em um dos dois itens abaixo para identificar a tributação adequada:
4. Rendimentos recebidos no Brasil por não-residente
5. Rendimentos recebidos por residente no Brasil de fontes no Exterior
5. RENDIMENTOS RECEBIDOS NO BRASIL POR NÃO - RESIDENTE
Os rendimentos recebidos de fontes situadas no Brasil estão sujeitos à tributação exclusiva na fonte ou definitiva, conforme descrito a seguir.
Alienação de bens e direitos
A alienação de bens e direitos situados no Brasil realizada por não-residente está sujeita à tributação definitiva sob a forma de ganho de capital, à alíquota de 15% (quinze por cento), segundo as normas aplicáveis às pessoas físicas residentes no Brasil.
Na apuração do ganho de capital de não-residente não se aplicam as isenções e reduções do imposto previstas para os residentes no Brasil.
Remuneração do trabalho e de serviços
Os rendimentos do trabalho, com ou sem vínculo empregatício, e os da prestação de serviços, exceto serviços técnicos e de assistência técnica e administrativas, pagos, creditados, entregues, empregados ou remetidos a não-residente sujeitam-se à incidência do Imposto de Renda na Fonte à alíquota de 25% (vinte e cinco por cento).
Royalties e serviços técnicos e de assistência técnica e administrativa
As importâncias pagas, creditadas, entregues, empregadas ou remetidas a não-residente a título de royalties de qualquer natureza e de remuneração de serviços técnicos e de assistência técnica, administrativa e semelhantes sujeitam-se à incidência do Imposto de Renda na Fonte à alíquota de 15% (quinze por cento), ou se recebidos por residente em país com tributação favorecida, à alíquota de 25% (vinte e cinco por cento).
a) classificam-se como royalties os rendimentos de qualquer espécie decorrentes do uso, fruição, exploração de direitos, tais como:
- direito de colher ou extrair recursos vegetais, inclusive florestais;
- direito de pesquisar e extrair recursos minerais;
- uso ou exploração de invenções, processos e fórmulas de fabricação e de marcas de indústria e comércio;
- exploração de direitos autorais, salvo quando recebidos pelo autor ou criador do bem ou obra;
b) considera-se:
- serviço técnico o trabalho, obra ou empreendimento cuja execução dependa de conhecimentos técnicos especializados, prestados por profissionais liberais ou de artes e ofícios;
- assistência técnica a assessoria permanente prestada pela cedente de processo ou fórmula secreta à concessionária, mediante técnicos, desenhos, estudos, instruções enviadas ao Brasil e outros serviços semelhantes, os quais possibilitem a efetiva utilização do processo ou fórmula cedido.
Instalação e manutenção de escritórios comerciais e de representação, de armazéns, depósitos ou entrepostos
Os rendimentos recebidos de fontes situadas no Brasil, por não-residente, relativos a pagamento, crédito, emprego, entrega ou remessa para o Exterior de despesas com instalação e manutenção de escritórios comerciais e de representação, de armazéns, depósitos ou entrepostos sujeitam-se à incidência do Imposto de Renda na Fonte à alíquota de 15% (quinze por cento).
Juros, comissões, despesas e descontos decorrentes de colocações no Exterior de títulos de crédito internacionais
Os juros, comissões, despesas e descontos decorrentes de colocações no Exterior, previamente autorizadas pelo Banco Central do Brasil, de títulos de crédito internacionais, inclusive comercial papers, pagos, creditados, empregados, entregues ou remetidos a não-residente sujeitam-se à incidência do Imposto de Renda na Fonte à alíquota de 15% (quinze por cento).
Comissões pagas por exportadores, fretes, afretamentos, aluguéis ou arrendamento de embarcações ou aeronaves, aluguel de containers, sobrestadia e demais serviços de instalações portuárias
Os rendimentos recebidos de fontes situadas no Brasil, por não-residente, relativos a pagamento, crédito, emprego, entrega ou remessa de comissões por exportadores a seus agentes no Exterior, de receitas de fretes, afretamentos, aluguéis ou arrendamentos de embarcações marítimas ou fluviais ou de aeronaves estrangeiras, feitos por empresas, desde que tenham sido aprovados pelas autoridades competentes, bem assim de aluguel de containers, sobrestadia e outros relativos ao uso de serviços de instalações portuárias, sujeitam-se à incidência do Imposto de Renda na Fonte à alíquota de 0% (zero por cento), ou se recebidos por residente em país com tributação favorecida, à alíquota de 25% (vinte e cinco por cento).
Despesas com promoção, propaganda e pesquisas de mercado, aluguéis e arrendamentos
Os rendimentos recebidos de fontes situadas no Brasil, por não-residente, relativos a pagamento, crédito, emprego, entrega ou remessa para o Exterior de despesas relacionadas com pesquisa de mercado para produtos brasileiros de exportação, bem assim aquelas decorrentes de participação em exposições, feiras e eventos semelhantes, inclusive aluguéis e arrendamentos de estandes e locais de exposição, vinculadas à promoção de produtos brasileiros, e de despesas com propaganda realizadas no âmbito desses eventos, sujeitam-se à incidência do Imposto de Renda na Fonte à alíquota de 0% (zero por cento), ou se recebidos por residente em país com tributação favorecida, à alíquota de 25% (vinte e cinco por cento).
Demais rendimentos
Os demais rendimentos pagos, creditados, empregados, entregues ou remetidos a não-residente por fontes situadas no Brasil, inclusive a título de juros sobre o capital próprio, bem assim os decorrentes de cessão de direitos de atleta profissional, solicitação, obtenção e manutenção de direitos de propriedades industriais no Exterior, aquisição ou remuneração, a qualquer título, de qualquer forma de direito, e os relativos a comissões e despesas incorridas nas operações de colocação, no Exterior, de ações de companhias abertas, domiciliadas no Brasil, desde que aprovadas pelo Banco Central do Brasil e pela Comissão de Valores Mobiliários, sujeitam-se à incidência do Imposto de Renda na Fonte à alíquota de 15% (quinze por cento), quando não tiverem tributação específica prevista em lei, ou se recebidos por residente em país com tributação favorecida, à alíquota de 25% (vinte e cinco por cento).
Atenção: Considera-se país com tributação favorecida aquele que não tribute a renda ou que a tribute à alíquota inferior a 20% (vinte por cento).
6. RENDIMENTOS RECEBIDOS POR RESIDENTE NO BRASIL DE FONTES NO EXTERIOR
Os rendimentos recebidos de fontes situadas no Exterior, inclusive de representações diplomáticas e organismos internacionais, observados os acordos, convenções e tratados internacionais firmados entre o Brasil e o país de origem dos rendimentos, ou reciprocidade de tratamento, têm o seguinte tratamento:
a) Ganhos de capital
A alienação de bens ou direitos e a liquidação ou resgate de aplicações financeiras, inclusive depósito remunerado, adquiridos, a qualquer título, em moeda estrangeira, bem assim a alienação de moeda estrangeira mantida em espécie, de propriedade de pessoa física, estão sujeitos à apuração de ganho de capital sujeito à tributação de forma definitiva (ganho de capital sobre bens e direitos adquiridos em moeda estrangeira e ganho de capital sobre alienação de moeda estrangeira em espécie).
b) Resultado da atividade rural
O resultado da atividade rural exercida no Exterior, quando positivo, integra a base de cálculo do imposto devido na Declaração de Ajuste Anual.

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