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Direito Empresarial: Debêntures, Bônus de Subscrição e Partes Beneficiárias

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1 
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MAGISTRATURA E MINISTÉRIO PÚBLICO ESTADUAIS 
Alexandre Gialluca 
Direito Empresarial 
Aula 07 
 
 
ROTEIRO DE AULA 
 
 
18.8.8 Direitos essenciais do acionista (art. 109 da Lei): 
 
- Os direitos essenciais não podem ser retirados nem pelo Estatuto e nem pela Assembleia Geral. 
 
Art. 109. Nem o estatuto social nem a assembleia-geral poderão privar o acionista dos 
direitos de: 
 
 I - participar dos lucros sociais; 
 
II - participar do acervo da companhia, em caso de liquidação; 
 
III - fiscalizar, na forma prevista nesta Lei, a gestão dos negócios sociais; 
 
IV - preferência para a subscrição de ações, partes beneficiárias conversíveis em ações, 
debêntures conversíveis em ações e bônus de subscrição, observado o disposto nos 
artigos 171 e 172; 
 
V - retirar-se da sociedade nos casos previstos nesta Lei. 
 
LEMBRE-SE: o voto não é direito essencial. Tanto é assim que as ações preferenciais poderão ficar sem 
voto, nos termos do Art. 111 da Lei das S.A. 
 
18.9. Debêntures 
 
18.9.1. Conceito 
 
 
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Exemplo: imagine que a Sociedade Anônima esteja precisando de R$ 10.000.000,00. Diante desta necessidade, a 
companhia poderá realizar um empréstimo – com todas as taxas de juros correspondentes – ou poderá emitir 
1.000.000 de debêntures a preço de R$10,00 cada um com juros de 1,12% a.m. Se o período de resgate for de 07 
anos, por exemplo, a companhia devolverá ao debenturista os R$ 10,00 que ele pagou juntamente com aquilo 
que o título rendeu. Nota-se, portanto, que há aqui uma operação de mútuo entre o debenturista (mutuante) e a 
companhia emissora (mutuária). 
 
Art. 52 da Lei 6.404/76: A companhia poderá emitir debêntures que conferirão aos seus 
titulares direito de crédito contra ela, nas condições constantes da escritura de emissão 
e, se houver, do certificado. 
 
LEMBRE-SE: a debênture é um título de resgate a médio/longo prazo. 
 
18.9.2. Título executivo extrajudicial 
 
Art. 784. São títulos executivos extrajudiciais: 
 
I - a letra de câmbio, a nota promissória, a duplicata, a debênture e o cheque; 
 
18.9.3. Emissão 
 
- A deliberação para a emissão é de competência da Assembleia Geral (art. 59, §1° da Lei) 
 
Art. 59, § 1° Na companhia aberta, o conselho de administração pode deliberar sobre a 
emissão de debêntures não conversíveis em ações, salvo disposição estatutária em 
contrário. (Redação dada pela Lei nº 12.431, de 2011). 
 
- Se a debênture for conversível em ação, apenas a Assembleia Geral poderá deliberar sobre a sua emissão. 
 
18.10. Bônus de subscrição 
 
- Toda companhia que precisa aumentar seu capital social, ela precisa modificar o seu estatuto, além de ter 
deliberação da Assembleia Geral autorizando tal ação. Todavia, é possível que se deixe previamente definido no 
Estatuto a autorização para aumento do capital social até determinado valor. 
 
- O bônus de subscrição confere ao titular o direito de subscrever ações do capital social. 
 
Exemplo: imagine que o PSG esteja interessado em vender o Neymar e o Real Madrid esteja interessado. Diante 
disso, o PSG decide alienar o direito de preferência ao Real Madrid, que o adquire pelo valor de R$ 1.000.000,00. 
 
 
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Passados 6 meses, o PSG entra em contato com o Real Madrid para comunicar que o jogador está a venda. 
Todavia, o Real Madrid não tem mais interesse na compra. Neste caso, o PSG não tem que devolver o dinheiro ao 
Real Madrid, pois o direito de preferência foi respeitado. Com o bônus de subscrição acontece o mesmo, de modo 
que aquele que o adquire tem preferência na compra das ações da companhia. 
 
- Quem é acionista tem preferência para adquirir ações. Todavia, para que a preferência seja mantida, é necessário 
que o acionista adquira o bônus, cuja aquisição ele também tem preferencia para realizar. 
 
Art. 75. A companhia poderá emitir, dentro do limite de aumento de capital autorizado 
no estatuto (artigo 168), títulos negociáveis denominados "Bônus de Subscrição". 
 
Parágrafo único. Os bônus de subscrição conferirão aos seus titulares, nas condições 
constantes do certificado, direito de subscrever ações do capital social, que será 
exercido mediante apresentação do título à companhia e pagamento do preço de 
emissão das ações. 
 
Art. 168. O estatuto pode conter autorização para aumento do capital social 
independentemente de reforma estatutária. 
 
18.11. Partes Beneficiárias 
 
- A parte beneficiária é o título que confere uma participação no lucro anual da companhia. Trata-se de direito de 
crédito eventual, uma vez que se subordina a eventualidade da companhia lucrar naquele ano. 
 
Exemplo: parte beneficiária de 0,05% com prazo de 03 anos. 
 
- Embora seja semelhante a ação, a parte beneficiária diferencia-se em razão da participação no lucro ser o único 
direito de seu titular. O legislador demonstra bem isso ao destacar que se trata de título estranho ao capital social, 
 
Art. 46. A companhia pode criar, a qualquer tempo, títulos negociáveis, sem valor 
nominal e estranhos ao capital social, denominados "partes beneficiárias". 
 
§ 1º As partes beneficiárias conferirão aos seus titulares direito de crédito eventual 
contra a companhia, consistente na participação nos lucros anuais (artigo 190). 
 
§ 2º A participação atribuída às partes beneficiárias, inclusive para formação de reserva 
para resgate, se houver, não ultrapassará 0,1 (um décimo) dos lucros. 
 
§ 3º É vedado conferir às partes beneficiárias qualquer direito privativo de acionista, 
salvo o de fiscalizar, nos termos desta Lei, os atos dos administradores. 
 
 
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§ 4º É proibida a criação de mais de uma classe ou série de partes beneficiárias. 
 
Art. 47. As partes beneficiárias poderão ser alienadas pela companhia, nas condições 
determinadas pelo estatuto ou pela assembléia-geral, ou atribuídas a fundadores, 
acionistas ou terceiros, como remuneração de serviços prestados à companhia. 
 
Parágrafo único. É vedado às companhias abertas emitir partes beneficiárias. (Redação 
dada pela Lei nº 10.303, de 2001) 
 
STOCK OPTIONS: 
 
 
• O stock options, ou plano de Opção de Compra de Ações, é um tipo de remuneração variável. 
• As empresas que adotam o conceito de stock options oferecem aos seus funcionários a compra de ações, 
como modelo de remuneração. 
• Normalmente, a venda das ações é feita com valores mais baixos em relação aos praticados no mercado. 
Ou seja, a empresa beneficia o colaborador facilitando a compra de ações internamente. 
 
18.12. Órgãos sociais 
 
Assembleia Geral 
Conselho de Administração 
Diretoria 
Conselho Fiscal 
 
18.12.1 Assembleia Geral 
 
a) Obrigatória: é obrigatória, pois as principais deliberações da companhia são tomadas em Assembleia Geral. 
 
b) AGO e AGE 
 
Art. 131. A assembléia-geral é ordinária quando tem por objeto as matérias previstas no 
artigo 132, e extraordinária nos demais casos. 
 
Parágrafo único. A assembléia-geral ordinária e a assembléia-geral extraordinária 
poderão ser, cumulativamente, convocadas e realizadas no mesmo local, data e hora, 
instrumentadas em ata única. 
 
Art. 132. Anualmente, nos 4 (quatro) primeiros meses seguintes ao término do exercício 
social, deverá haver 1 (uma) assembléia-geral para: 
 
I - tomar as contas dos administradores, examinar, discutir e votar as demonstrações 
financeiras; 
 
 
 
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II - deliberar sobre a destinação do lucro líquido do exercício e a distribuição de 
dividendos; 
 
III - eleger os administradores e os membros do conselho fiscal, quando for o caso; 
 
IV - aprovar a correção da expressão monetária do capital social (artigo 167). 
 
- Outros temas como a modificação do Estatuto para ampliar o capital social ou para destituir o administrador, 
por exemplo, deverão ser deliberados em Assembleia Geral Extraordinária, que tem competência residualpara 
tratar de todos os temas que não estejam previstos no Art. 132 da Lei das S.A. 
 
c) Quórum 
 
Quorum de instalação 
 
Art. 125. Ressalvadas as exceções previstas em lei, a assembléia-geral instalar-se-á, em 
primeira convocação, com a presença de acionistas que representem, no mínimo, 1/4 
(um quarto) do capital social com direito de voto; em segunda convocação instalar-se-á 
com qualquer número. 
 
Parágrafo único. Os acionistas sem direito de voto podem comparecer à assembléia-
geral e discutir a matéria submetida à deliberação. 
 
Quórum de aprovação (Art. 129 da Lei) 
 
Art. 129. As deliberações da assembléia-geral, ressalvadas as exceções previstas em lei, 
serão tomadas por maioria absoluta de votos, não se computando os votos em branco. 
 
- A maioria absoluta refere-se aos votos daqueles que estão presentes na Assembleia. 
 
Quórum Qualificado 
 
- O quórum qualificado refere-se a maioria dos votos de todos os que detém ações. Trata-se de quórum mais alto 
e mais difícil de ser alcançado em razão da especificidade das matérias. 
 
Art. 136. É necessária a aprovação de acionistas que representem metade, no mínimo, 
das ações com direito a voto, se maior quorum não for exigido pelo estatuto da 
companhia cujas ações não estejam admitidas à negociação em bolsa ou no mercado de 
balcão, para deliberação sobre: (Redação dada pela Lei nº 9.457, de 1997) 
 
18.12.2. Conselho de Administração 
 
• Órgão Facultativo 
• Exceções (obrigatório) 
 
 
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I) Quando se tratar de Cia aberta (Art. 138 da Lei): o objetivo da obrigatoriedade aqui é um maior controle 
dos atos da diretoria, uma vez que a companhia aberta atrai para si certo interesse público. 
 
II) Quando se tratar de sociedade de economia mista (Art. 238 da Lei): a obrigatoriedade aqui é 
justificada pelo interesse público envolvido, o qual pode ser verificado na participação do Estado na 
composição do capital. 
 
III) Quando se tratar de sociedade de capital autorizado (Art. 138 da Lei) 
 
B) Composição: mínimo de 3 membros, acionistas ou não, não sendo necessário residir no país. 
 
18.12.3. Diretoria 
 
a) É órgão obrigatório. Trata-se de órgão que representa a companhia. 
 
b) Art. 144. No silêncio do estatuto e inexistindo deliberação do conselho de administração (artigo 142, n. II e 
parágrafo único), competirão a qualquer diretor a representação da companhia e a prática dos atos necessários 
ao seu funcionamento regular. 
 
- A diretoria é o órgão executivo da cia. Os diretores são responsáveis por dirigir a empresa, fazer a sua gestão 
administrativa, praticando atos em nome da pessoa jurídica. 
 
c) Composição: mínimo de 2 membros, acionista ou não, desde que seja residente no país. A residência no país é 
necessária, pois é o membro da diretoria quem praticará os atos de gestão e buscará alcançar as metas 
estabelecidas pelo Conselho de Administração. 
 
18.12.4. Conselho fiscal 
 
Obrigatório 
 
Função: fiscalização das contas e dos atos de gestão. 
 
 
 
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Art. 161. A companhia terá um conselho fiscal e o estatuto disporá sobre seu 
funcionamento, de modo permanente ou nos exercícios sociais em que for instalado a 
pedido de acionistas. 
 
§ 1º O conselho fiscal será composto de, no mínimo, 3 (três) e, no máximo, 5 (cinco) 
membros, e suplentes em igual número, acionistas ou não, eleitos pela assembléia-geral. 
 
§ 2º O conselho fiscal, quando o funcionamento não for permanente, será instalado pela 
assembléia-geral a pedido de acionistas que representem, no mínimo, 0,1 (um décimo) 
das ações com direito a voto, ou 5% (cinco por cento) das ações sem direito a voto, e 
cada período de seu funcionamento terminará na primeira assembléia-geral ordinária 
após a sua instalação. 
 
§ 3º O pedido de funcionamento do conselho fiscal, ainda que a matéria não conste do 
anúncio de convocação, poderá ser formulado em qualquer assembléia-geral, que 
elegerá os seus membros. 
§ 4º Na constituição do conselho fiscal serão observadas as seguintes normas: 
 
a) os titulares de ações preferenciais sem direito a voto, ou com voto restrito, terão 
direito de eleger, em votação em separado, 1 (um) membro e respectivo suplente; igual 
direito terão os acionistas minoritários, desde que representem, em conjunto, 10% (dez 
por cento) ou mais das ações com direito a voto; 
 
b) ressalvado o disposto na alínea anterior, os demais acionistas com direito a voto 
poderão eleger os membros efetivos e suplentes que, em qualquer caso, serão em 
número igual ao dos eleitos nos termos da alínea a, mais um. 
 
§ 5º Os membros do conselho fiscal e seus suplentes exercerão seus cargos até a 
primeira assembléia-geral ordinária que se realizar após a sua eleição, e poderão ser 
reeleitos. 
 
§ 6º Os membros do conselho fiscal e seus suplentes exercerão seus cargos até a 
primeira assembléia-geral ordinária que se realizar após a sua eleição, e poderão ser 
reeleitos.(Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001) 
 
§ 7º A função de membro do conselho fiscal é indelegável. (Incluído pela Lei nº 10.303, 
de 2001) 
 
- O Conselho Fiscal é órgão de existência obrigatória, mas de funcionamento facultativo. 
 
C) Composição: mínimo de 03 e máximo de 05 membros, acionistas ou não, eleitos pela Assembleia Geral e 
residentes no país. 
 
 
19) REORGANIZAÇÃO SOCIETÁRIA 
 
 
 
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A) Transformação 
 
B) Fusão 
 
C) Incorporação 
 
D) Cisão 
 
A) Transformação 
 
- É a operação pela qual a sociedade passa independentemente de dissolução e liquidação, de um tipo para outro. 
 
Exemplo: o Magazine Luiza era uma LTDA e tornou-se uma S.A mediante esse tipo de operação societária, 
mantendo o mesmo CNPJ. 
 
- Uma companhia fechada que passa a assumir a estrutura de uma companhia aberta não passou por uma 
transformação, tendo em vista que o tipo social se manteve. 
 
B) Fusão (A + B = C) 
 
- É a operação pela qual se unem duas ou mais sociedades para formar sociedade nova, que lhes sucederá em 
todos os direitos e obrigações. A junção das duas sociedades que se uniram dá origem a uma nova, com um novo 
CNPJ. 
 
 
 
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C) Incorporação (A + B = A’) 
 
- É a operação pela qual uma ou mais sociedades são absorvidas por outra, que lhes sucederá em todos os direitos 
e obrigações. 
 
 
 
 
D) Cisão 
 
 
 
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- É a operação pela qual a sociedade transfere parcelas do seu patrimônio para uma ou mais sociedades, 
constituídas para esse fim ou já existentes, extinguindo-se a sociedade cindida, se houver versão de todo o seu 
patrimônio, ou dividindo-se o seu capital, se parcial a versão. 
 
 
 
- A cisão de uma empresa pode ser uma estratégia para solucionar questões como: 
 
• Saída de um dos sócios do empreendimento; 
 
• Necessidade de separação de atividades, com melhoria no foco dos negócios; 
 
• Conflitos internos, como pode ocorrer em sucessões em empresas familiares com ideais 
incompatíveis; 
 
• Necessidade de venda em situações adversas. 
 
Falência (Lei 11.101/05) 
 
1. Conceito 
 
Ricardo Negrão: falência é um processo de execução coletiva, no qual todo patrimônio de um empresário 
declarado falido (Pessoa Física ou Jurídica) é arrecadado, visando o pagamento da universalidade de credores. É 
um processo judicial complexo que compreende a arrecadação dos bens, sua administração e conservação, bem 
como a verificação e o acertamento dos créditos, para posterior liquidação dos bens e rateio entre os credores. 
Compreende também a punição de atos criminosos praticados pelo devedor falido. 
 
2. Incidência da lei de falência 
 
 
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- A Lei de Falências incide sobre os entes que possuem natureza empresarial, a saber, (i) o empresário individual, 
(ii) a sociedade empresária e (iii) a EIRELI. 
 
Art. 2° - Esta Lei não se aplica a: 
 
I – empresapública e sociedade de economia mista; 
 
II – instituição financeira pública ou privada, cooperativa de crédito, consórcio, entidade 
de previdência complementar, sociedade operadora de plano de assistência à saúde, 
sociedade seguradora, sociedade de capitalização e outras entidades legalmente 
equiparadas às anteriores. 
 
- Os casos do inciso I são TOTALMENTE EXCLUÍDOS do pedido de falência, ao passo que os previstos no inciso II 
estão PARCIALMENTE EXCLUIDOS. Os totalmente excluídos nunca terão sua falência decretada. Diferentemente, 
os parcialmente excluídos, embora não possam sofrer com um pedido de falência em um primeiro momento, 
podem passar por um procedimento de liquidação extrajudicial, sendo o liquidante nomeado pelo órgão 
competente (Banco Central, Agência Nacional de Saúde, etc...). É o liquidante quem, no momento da liquidação, 
pode optar por requerer a falência ou não. Tal foi o caso do Banco Santos, que após a liquidação, passou por um 
processo falimentar. 
 
- A sociedade simples; a associação e a fundação, portanto, não sofrem incidência da Lei 11.101/2005. 
 
3. Legitimidade 
 
3.1. Legitimidade ativa 
 
• Quem pode ser autor de uma ação de falência ? 
 
Art. 97. Podem requerer a falência do devedor: 
 
 
 
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I – o próprio devedor, na forma do disposto nos arts. 105 a 107 desta Lei (= AUTO 
FALÊNCIA, Art. 105, Lei 11.101/05); 
 
II – o cônjuge sobrevivente, qualquer herdeiro do devedor ou o inventariante; 
 
III – o cotista ou o acionista do devedor na forma da lei ou do ato constitutivo da 
sociedade; 
 
IV – qualquer credor. 
 
 
 
LEMBRE-SE: a autofalência prevista no Art. 105 ocorre nas hipóteses em que o devedor não vislumbra a 
possibilidade de recuperação judicial. Não se trata de uma possibilidade, mas sim de um dever do devedor que se 
julgar em estado de insolvência. Nesse sentido, embora não haja sanção alguma se o devedor não requerer a 
autofalência, é prudente que aquele que se encontre próximo ao estado de insolvência o faça logo. 
 
Art. 105. O devedor em crise econômico-financeira que julgue não atender aos 
requisitos para pleitear sua recuperação judicial DEVERÁ requerer ao juízo sua falência, 
expondo as razões da impossibilidade de prosseguimento da atividade empresarial, 
acompanhadas dos seguintes documentos: 
 
I – demonstrações contábeis referentes aos 3 (três) últimos exercícios sociais e as 
levantadas especialmente para instruir o pedido, confeccionadas com estrita 
observância da legislação societária aplicável e compostas obrigatoriamente de: 
 
a) balanço patrimonial; 
 
b) demonstração de resultados acumulados; 
 
c) demonstração do resultado desde o último exercício social; 
 
 
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d) relatório do fluxo de caixa; 
 
II – relação nominal dos credores, indicando endereço, importância, natureza e 
classificação dos respectivos créditos; 
 
III – relação dos bens e direitos que compõem o ativo, com a respectiva estimativa de 
valor e documentos comprobatórios de propriedade; 
 
IV – prova da condição de empresário, contrato social ou estatuto em vigor ou, se não 
houver, a indicação de todos os sócios, seus endereços e a relação de seus bens pessoais; 
 
V – os livros obrigatórios e documentos contábeis que lhe forem exigidos por lei; 
 
VI – relação de seus administradores nos últimos 5 (cinco) anos, com os respectivos 
endereços, suas funções e participação societária. 
 
• A sociedade em comum pode requerer sua própria falência? 
 
Tendo em vista que o inciso IV do Art. 105 admite a indicação do nome dos sócios, com seus respectivos endereços 
e seus bens pessoais na ausência de estatuto/contrato social, fica patente que o requerimento da autofalência no 
caso da sociedade em comum é sim possível. 
 
ATENÇÃO: Observe que a hipótese do inciso II é muito específica. Trata-se de situação na qual o devedor Pessoa 
Física que exerce atividade empresária na condição de empresário individual vem a falecer, podendo o seu 
cônjuge, herdeiros ou inventariante requerer a falência do espólio. 
 
Observações: 
 
§ 1º O credor empresário apresentará certidão do Registro Público de Empresas que 
comprove a regularidade de suas atividades. 
 
 
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§ 2º O credor que não tiver domicílio no Brasil deverá prestar caução relativa às custas 
e ao pagamento da indenização de que trata o art. 101 desta Lei. 
 
- Só quem é empresário regular (= devidamente registrado na Junta Comercial) pode integrar o polo processual 
de uma ação de falência enquanto requerente. Por esta razão, não poderão pedir a falência de outrem o 
empresário; a sociedade empresária e a EIRELI que não possuírem registro na Junta Comercial. 
 
- O §2º é uma forma de evitar as complicações de uma eventual execução do réu em face do autor. 
 
Ex.: quando o juiz verificar que o autor da ação agiu com dolo, ele deverá, além de julgar a ação improcedente, 
condenar o autor a pagar perdas e danos em favor do réu nos mesmos autos. (Art. 75, parágrafo único, 
L.11.101/05). Neste caso, se o credor-autor for estrangeiro, afigura-se muito difícil e complexo a realização da 
atividade executiva mediante a expedição de carta rogatória. Nesse sentido, a caução exigida pelo §2º serve como 
garantia que poderá ser imediatamente levantada após o início do cumprimento de sentença, facilitando o 
pagamento. 
 
• Fazenda Pública pode pedir falência? 
 
ENUNCIADO 56 DA 1ª JORNADA DE DIREITO COMERCIAL: “A Fazenda Pública não possui legitimidade ou 
interesse de agir para requerer a falência do devedor empresário”. 
 
REsp 363206 / MG - RECURSO ESPECIAL - 2001/0148271-0 
 
REsp 363206 / MG - RECURSO ESPECIAL - 2001/0148271-0 
 
TRIBUTÁRIO E COMERCIAL – CRÉDITO TRIBUTÁRIO – FAZENDA PÚBLICA – AUSÊNCIA DE LEGITIMIDADE PARA 
REQUERER A FALÊNCIA DE EMPRESA. 
1. A controvérsia versa sobre a legitimidade de a Fazenda Pública requerer falência de empresa. 
 
 
 
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2. O art. 187 do CTN dispõe que os créditos fiscais não estão sujeitos a concurso de credores. Já os arts. 5º, 29 e 
31 da LEF, a fortiori, determinam que o crédito tributário não está abrangido no processo falimentar, razão pela 
qual carece interesse por parte da Fazenda em pleitear a falência de empresa. 
 
3. Tanto o Decreto-lei n. 7.661/45 quanto a Lei n. 11.101/2005 foram inspirados no princípio da conservação da 
empresa, pois preveem respectivamente, dentro da perspectiva de sua função social, a chamada concordata e o 
instituto da recuperação judicial, cujo objetivo maior é conceder benefícios às empresas que, embora não estejam 
formalmente falidas, atravessam graves dificuldades econômico-financeiras, colocando em risco o 
empreendimento empresarial. 
 
4. O princípio da conservação da empresa pressupõe que a quebra não é um fenômeno econômico que interessa 
apenas aos credores, mas sim, uma manifestação jurídico-econômica na qual o Estado tem interesse 
preponderante. 
 
5. Nesse caso, o interesse público não se confunde com o interesse da Fazenda, pois o Estado passa a valorizar 
a importância da iniciativa empresarial para a saúde econômica de um país. Nada mais certo, na medida em que 
quanto maior a iniciativa privada em determinada localidade, maior o progresso econômico, diante do 
aquecimento da economia causado a partir da geração de empregos. 
 
6. Raciocínio diverso, isto é, legitimar a Fazenda Pública a requerer falência das empresas inviabilizaria a superação 
da situação de crise econômico-financeira do devedor, não permitindo a manutenção da fonte produtora, do 
emprego dos trabalhadores, tampouco dos interesses dos credores, desestimulando a atividade econômico-
capitalista. Dessarte, a Fazenda poder requerer a quebra da empresa implica incompatibilidade com a ratio 
essendi da Lei de Falências, mormente o princípio da conservação da empresa, embasador da normafalimentar. 
Recurso especial improvido. 
 
(REsp 363.206/MG, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 04/05/2010, DJe 
21/05/2010) 
 
3.2. Legitimidade passiva 
 
 
 
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• Quem pode ser réu na ação de falência? 
 
a) Empresário individual 
 
b) Sociedade empresária 
 
c) EIRELI 
 
Art. 2° - Esta Lei não se aplica a: 
 
I – empresa pública e sociedade de economia mista; 
 
II – instituição financeira pública ou privada, cooperativa de crédito, consórcio, entidade 
de previdência complementar, sociedade operadora de plano de assistência à saúde, 
sociedade seguradora, sociedade de capitalização e outras entidades legalmente 
equiparadas às anteriores. 
 
 
4. Juízo competente 
 
- Somente a Justiça Estadual é que pode julgar a ação de falência por força de exclusão constitucional expressa. 
 
Art. 109 da CF. Aos juízes federais compete processar e julgar: 
 
I - as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública federal forem 
interessadas na condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto as de 
falência, as de acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do 
Trabalho; 
 
Art. 3ª da Lei de falência: É competente para homologar o plano de recuperação 
extrajudicial, deferir a recuperação judicial ou decretar a falência o juízo do local do 
 
 
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principal estabelecimento do devedor ou da filial de empresa que tenha sede fora do 
Brasil. 
 
• Qual é o estabelecimento principal da empresa para fins de processamento da ação de falência ou de 
recuperação judicial ? 
 
- Segundo o STJ, o principal estabelecimento para fins de determinação da competência é o chamado centro vital 
das atividades societárias, entendido este como o local onde a empresa realiza o seu maior número de operações 
econômicas, jurídicas e administrativas. 
 
AgInt no CC 147714 / SP - AGRAVO INTERNO NO CONFLITO DE COMPETÊNCIA - 2016/0190631-3 
Relator(a) - Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO (1140) 
Órgão Julgador - S2 - SEGUNDA SEÇÃO 
Data do Julgamento - 22/02/2017 
Data da Publicação/Fonte - DJe 07/03/2017 
 
Ementa - CONFLITO DE COMPETÊNCIA. AGRAVO INTERNO. PROCESSAMENTO E JULGAMENTO DA RECUPERAÇÃO 
JUDICIAL. ART. 3º DA LEI N. 11.101/2005. 
 
1. Nos termos do art. 3º da Lei n. 11.101/2005, o foro competente para o processamento da recuperação judicial 
e a decretação de falência é aquele onde se situe o principal estabelecimento da sociedade, assim considerado o 
local onde haja o maior volume de negócios, ou seja, o local mais importante da atividade empresária sob o 
ponto de vista econômico. Precedentes. 
 
2. No caso, ante as evidências apuradas pelo Juízo de Direito do Foro Central de São Paulo, o principal 
estabelecimento da recuperanda encontra-se em Cabo de Santo Agostinho/PE, onde situados seu polo industrial 
e seu centro administrativo e operacional, máxime tendo em vista o parecer apresentado pelo Ministério Público, 
segundo o qual o fato de que o sócio responsável por parte das decisões da empresa atua, por vezes, na cidade 
de São Paulo, não se revela suficiente, diante de todos os outros elementos, para afirmar que o "centro vital" da 
empresa estaria localizado na capital paulista. 
 
3. Agravo interno não provido. 
 
 
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(TJMG 2018) - Quanto à Falência e Recuperação, segundo a Lei nº 11.101/2005, analise as afirmativas a seguir: 
 
I - É competente para deferir a Recuperação Judicial ou decretar a Falência, o juízo do local do principal 
estabelecimento do devedor empresário ou sociedade empresária. 
II - Aplicam-se à sociedade de economia mista, mas não à empresa pública. 
III - Serão suspensas todas as ações e execuções em face do devedor, inclusive aquelas em que se demandar 
quantia ilíquida. 
IV - Não são exigíveis do devedor as obrigações a título gratuito, as despesas que os credores fizerem para tomar 
parte na recuperação judicial ou na falência, salvo as custas judiciais decorrentes de litígio com o devedor. 
 
Está(ão) correta(s) apenas a(s) afirmativa(s): 
A) III. 
B) I e II. 
C) I e IV. 
D) I, II e III. 
 
Art. 6º, § 8º: A distribuição do pedido de falência ou de recuperação judicial previne a 
jurisdição para qualquer outro pedido de recuperação judicial ou de falência, relativo ao 
mesmo devedor. 
 
Art. 6º, § 8º: A distribuição do pedido de falência ou de recuperação judicial previne a 
jurisdição para qualquer outro pedido de recuperação judicial ou de falência, relativo ao 
mesmo devedor. 
 
 (MPE-PR - 2019 ) Em tema de falência e recuperação judicial, assinale a alternativa incorreta: 
a) As obrigações a título gratuito não são exigíveis do devedor, na recuperação judicial ou na falência. 
https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/mpe-pr-2019-mpe-pr-promotor-substituto
 
 
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b) Independentemente da verificação periódica perante os cartórios de distribuição, as ações que venham a ser 
propostas contra o devedor deverão ser comunicadas ao juízo da falência ou da recuperação judicial pelo juiz 
competente, quando do recebimento da petição inicial. 
c) As execuções de natureza fiscal não são suspensas pelo deferimento da recuperação judicial, ressalvada a 
concessão de parcelamento nos termos do Código Tributário Nacional e da legislação ordinária específica. 
d) A distribuição do pedido de falência ou de recuperação judicial previne a jurisdição para qualquer outro pedido 
de recuperação judicial ou de falência, relativo ao mesmo devedor. 
 e) Apenas o devedor e credores podem requerer ao juiz a substituição do administrador judicial ou dos membros 
do Comitê nomeados em desobediência aos preceitos da Lei n. 11.101/2005 (Lei de Recuperação Judicial e 
Falência). 
Letra: E 
 
5. Insolvência 
 
- A insolvência do devedor, fundamento do pedido de falência, pode ser CONFESSADA, quando decorre da 
AUTOFALÊNCIA, ou PRESUMIDA, nas hipóteses dos incisos I, II e III do Art. 94 da Lei 11.101/05. 
 
Art. 94, I: Impontualidade injustificada 
 
“Art. 94. Será decretada a falência do devedor que”: 
 
 “I – sem relevante razão de direito, não paga, no vencimento, obrigação líquida 
materializada em título ou títulos executivos protestados cuja soma ultrapasse o 
equivalente a 40 (quarenta) salários-mínimos na data do pedido de falência;” 
 
- A expressão sem relevante razão de direito traduz uma ausência de justificativa para efetuar ao pagamento. Se 
o devedor já realizou o pagamento, por exemplo, há relevante razão de direito tendente a obstar o 
prosseguimento da falência. 
 
- Os títulos executivos do 94, I podem ser tanto judiciais quanto extrajudiciais. 
 
 
 
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Súmula 248 do STJ: “Comprovada a prestação dos serviços, a duplicata não aceita, mas protestada, é título hábil 
para instruir pedido de falência.” 
 
Informativo nº 0547 
Período: 8 de outubro de 2014. 
Terceira Turma 
DIREITO EMPRESARIAL. INSTRUÇÃO DO PEDIDO DE FALÊNCIA COM DUPLICATAS VIRTUAIS. 
A duplicata virtual protestada por indicação é título executivo apto a instruir pedido de falência com base na 
impontualidade do devedor. Isso porque o art. 94, I, da Lei de Falências (Lei 11.101/2005) não estabelece 
nenhuma restrição quanto à cartularidade do título executivo que embasa um pedido de falência. REsp 1.354.776-
MG, Min. Rel. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 26/8/2014. 
 
Art. 14 da Lei 9492 – “Protocolizado o título ou documento de dívida, o Tabelião de 
Protesto expedirá a intimação ao devedor, no endereço fornecido pelo apresentante do 
título ou documento, considerando-se cumprida quando comprovada a sua entrega no 
mesmo endereço.” 
 
Súmula 361 do STJ: “A notificação do protesto, para requerimento de falência da empresa devedora, exige a 
identificação da pessoa que a recebeu.”

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