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A importância da imunização para o profissional da odontologia

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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE
A IMPORTÂNCIA DA IMUNIZAÇÃO PARA O PROFISSIONAL DA ODONTOLOGIA
NITERÓI
2020
A importância da imunização para o profissional da odontologia
1. Introdução
A imunização define-se pela aquisição de proteção imunológica contra algumas enfermidades infecciosas. Para os profissionais da área da saúde, no geral, a imunização através da vacinação faz-se indispensável, e com a odontologia não é diferente. Devido ao fato de o cirurgião dentista e toda a equipe odontológica estarem diariamente expostos ao contato com materiais perfurocortantes e fluidos biológicos, como a saliva e o sangue, esses profissionais encontram-se constantemente suscetíveis a ocorrência de inúmeros acidentes de trabalho, os quais, na ausência de imunização e proteção correta, podem resultar na aquisição de uma doença grave. Portanto, é imprescindível a discussão sobre a importância da imunização para o cirurgião dentista.
2. A imunização
Em sua rotina, durante o exercício de seu ofício, os profissionais da odontologia estão sob contínuo risco de aquisição de doenças infectocontagiosas. Devido aos procedimentos realizados em seu dia a dia e a utilização de ferramentas perfurocortantes, os cirurgiões dentistas são um dos profissionais mais expostos à acidentes de trabalho, em razão disso, são considerados como grupo de risco pra essas doenças, em função da exposição diária à esses patógenos. Por esse motivo, medidas de biossegurança como a utilização dos Equipamentos de Proteção Individual (EPI) e a imunização são ações indispensáveis para um atendimento clínico seguro tanto para o paciente quanto para toda a equipe odontológica. 
No entanto, observa-se que, mesmo com os altos riscos de contaminação por diversas doenças infeciosas, muitos profissionais ainda negligenciam a imunização. Dentre as numerosas doenças com potencial de transmissão, como herpes, papilomavírus humano, mononucleose e HIV, a mais alarmante e de maior risco é, sem dúvidas, a hepatite B. O vírus da hepatite B (HBV) é de grande preocupação pois apresenta uma alta resistência ambiental. Em temperatura ambiente e superfície seca, o HBV resiste por até uma semana (FERNANDEZ et al., 2013). Em caso de acidente perfurocortante envolvendo sangue contaminado, 0,0001ml é suficiente para a transmissão do vírus, e o risco de contraí-lo varia de 6 a 30%. Como o sangue é de fonte desconhecida, o risco de aquisição do HBV é 54 vezes superior quando comparado com o vírus HIV, e o risco de vir a óbito é 1,7 vez superior para o vírus hepatite B, mesmo com a característica letal do HIV (THEODORO et al., 2009).
Dada a gravidade das doenças que podem ser transmitidas, como com a hepatite B, a vacina para o HBV e outras enfermidades infecciosas fazem-se obrigatórias não só para toda a equipe odontológica, mas para qualquer profissional da saúde. Essas são:
· Hepatite B;
· Gripe (Influenza);
· Tétano e Difteria;
· Varicela;
· Rubéola, Sarampo e Caxumba;
· Tríplice bacteriana acelular para adultos (dTpa)
(Associação Brasileira de Odontologia – Seção Paraná [ABO-PR]).
Na portaria do MTE nº 485, de 11 de novembro de 2005, NR32 - Segurança e Saúde no Trabalho em serviços de Saúde, em seu item 32.2.4.17, vacinação dos trabalhadores, é prescrito:
32.2.4.17.1 A todo trabalhador dos serviços de saúde deve ser fornecido, gratuitamente, programa de imunização ativa contra tétano, difteria, hepatite B e os estabelecidos no PCMSO (Programa de Controle Médico em Saúde Ocupacional). [...] 32.2.4.17.4 A vacinação deve obedecer às recomendações do Ministério da Saúde. [...] 32.2.4.17.6 A vacinação deve ser registrada no prontuário clínico individual do trabalhador, previsto na NR-07. 
A norma do NR32 aplica-se a todo e qualquer profissional da saúde. Contudo, mesmo com as normas estabelecidas pela portaria do MTE supracitadas, as recomendações e normas de biossegurança do Ministério da Saúde e os riscos diários de aquisição de infecções pelos profissionais da odontologia, ainda não há plena imunização pelas vacinas recomendadas e, tampouco, o uso devido dos EPIs. Em pesquisa realizada com 100 cirurgiões-dentistas devidamente cadastrados no Conselho Regional de Odontologia do Rio de Janeiro (CRO-RJ) e atuantes no município do Rio de Janeiro, 93% dos participantes foram vacinados contra a hepatite B, enquanto 7% não se vacinaram. Com relação ao resto da equipe, 51% afirmaram que os outros profissionais do consultório são vacinados para hepatite B; 34% afirmaram não serem e 7% afirmaram não saber da imunização dos outros profissionais (FERNANDEZ et al., 2013). No que se refere a acidentes perfurocortantes, 46% dos pesquisados os sofreram, enquanto 54% afirmaram nunca ter sofrido. Mesmo com a alta porcentagem de acidentes, quanto aos equipamentos de proteção individuais, apenas o uso de luvas foi uma unanimidade entre todos os participantes da pesquisa (FERNANDEZ et al., 2013). 
Estatísticas similares foram observadas entre acadêmicos de Odontologia da UFES, onde apenas 58,7% estavam vacinados contra a hepatite B e 48,3% contra o tétano (THEODORO et al., 2009). Em adição, de 172 acadêmicos do curso de Odontologia do interior do estado do Paraná, 70,9% disseram já ter sofrido algum acidente perfurocortante ou exposição acidental à algum material biológico, dentre esses, 11,8% não estavam utilizando nenhum EPIs no momento do acidente.  (THEODORO et al., 2009). 
A partir da análise dos dados sobre a ausência de imunização, verifica-se uma alta prevalência de acidentes de trabalho e certa negligência com a proteção individual e com a vacinação necessária para a segurança dos profissionais e do paciente, dessa forma, abrindo portas para a disseminação de graves enfermidades.
3. Análise do cartão de vacinação
Tendo em vista as vacinas recomendadas pelo Ministério da Saúde ao analisar meu cartão de vacinação, creio que todas as doses das vacinas necessárias estão em dia. Encontram-se registradas todas as doses das vacinas contra Influenza, tríplice, DTP, hepatite B e tétano. A próxima vacina com data próxima de expirar, contra o tétano, é no início do próximo ano.
4. Conclusão
O cirurgião dentista e toda a equipe odontológica encontram-se constantemente sob riscos ocupacionais e expostos à materiais biológicos e potencialmente infectados. Apesar de grande parte desses profissionais já ter sofrido algum acidente de trabalho e ter se encontrado sob risco de infecção, ainda há descuido com a vacinação de toda a equipe odontológica. A imunização deve tornar-se rotina para esses profissionais, devido ao seu ambiente de trabalho. Faz-se importante, portanto, maiores campanhas de prevenção à hepatite B e importância da vacinação, por parte das entidades governamentais, para os profissionais e estudantes da área que ainda não são imunizados. Com esforço, será possível obter melhora na imunização e segurança de toda a equipe odontológica.
5. Referências Bibliográficas
ABO. ABO-PR e SESA orientam Cirurgiões Dentistas sobre a importância de estar com as vacinas em dia. [S.I], [2015?]. Disponível em: https://www.abopr.org.br/abo-pr-e-sesa-orientam-cirurgioes-dentistas-sobre-a-importancia-de-estar-com-as-vacinas-em-dia/. Acesso em 16 nov. 2020. 
ENIT.GOV. NR 32 - SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO EM SERVIÇOS DE SAÚDE. [S.I], [2005?]. Disponível em: https://enit.trabalho.gov.br/portal/images/Arquivos_SST/SST_NR/NR-32.pdf. Acesso em: 17 nov.2020.
 FERNANDEZ, Cristhine Sato; MELLO, Elson Braga de; ALENCAR, Maria José Santos de; ALBRECHT, Nathalia. Conhecimento dos dentistas sobre contaminação das hepatites B e C na rotina odontológica. Rev. Bras. Odontol. [online] vol.70 no.2 Rio de Janeiro Jul./Dez. 2013. Disponível em: http://revodonto.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-72722013000200019. Acesso em: 16 nov. 2020. 
PEREIRA, Alessandra Merlin Ramos. Imunização da Equipe Odontológica. Florianópolis, 2018. Disponível em: https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/187369/Imuniza%c3%a7%c3%a3o%20da%20Equipe%20de%20Trabalho.pdf?sequence=1&isAllowed=y. Acesso em: 17 nov. 2020.
SILVA-JUNIOR, Manoelito Ferreira; ASSIS, Rahyza Inácio Freire de; GOMES, Cláudia Lobelli Rangel; MICLOS, Paula Vitali; SOUSA, Hedilberto Araújo de; GOMES, Maria José. Conhecimento atual sobre a necessidade de imunização da hepatite B dos acadêmicos da área da saúde de uma universidade brasileira. Arq. Odontol. [online] vol.50 no.3 Belo Horizonte Jul./Set. 2014. Disponível em: http://revodonto.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-09392014000300004. Acesso em: 16 nov. 2020.
THEODORO, E. D.; MIOTTO, M. H. M. de B.; BARCELLOS, L. A.; GRILLO, C. H. B. Acidentes de trabalho e vacinação em cirurgiões-dentistas. Revista Brasileira de Pesquisa em Saúde/Brazilian Journal of Health Research, [S. l.], 2009. Disponível em: https://periodicos.ufes.br/rbps/article/view/445. Acesso em: 17 nov. 2020.

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