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BIOSSEGURANÇA NA ODONTOLOGIA SÂMILA BARRA Biossegurança ◦ Conjunto de ações voltadas a prevenção, minimização ou eliminação de riscos inerentes a atividade de pesquisa, produção, ensino, desenvolvimento tecnológico e prestações de serviços, que podem comprometer a saúde do homem, dos animais e meio ambiente. Conceitos básicos ▪ANTISSEPSIA: consiste na utilização de produtos sobre a pele ou mucosa com o objetivo de reduzir os micro-organismos em sua superfície. Ex: clorexidina e iodopovidona (PVPI). ▪ASSEPSIA: conjunto de medidas adotadas para impedir a introdução de agentes patogênicos no organismo. Ex: barreira mecânica, esterilização ou desinfecção por agentes físicos ou químicos Conceitos básicos ▪BACTEREMIA: presença de microrganismos viáveis na corrente sanguínea. ▪COLONIZAÇÃO: presença e multiplicação de microrganismos nos tecidos do hospedeiro sem causar doença. Conceitos básicos ▪CONTAMINAÇÃO: presença transitória de microrganismos sobre a superfície (objeto inanimado ou não) sem invasão tissular ou reação inflamatória. ▪CONTÁGIO IMEDIATO: agente infeccioso fica exposto por um tempo nulo ou mínimo ao meio ambiente. Exige contato direto entre superfície contaminada e não contaminada. Ex: mordedura, contágio sexual. ▪CONTÁGIO MEDIATO: agente infeccioso fica exposto por um tempo maior ao meio ambiente. Ex: aerossóis, contágio por gotículas, mão na boca Conceitos básicos ▪DESINFECÇÃO: eliminação de microrganismos patogênicos de um instrumento ou objeto. ▪DEGERMAÇÃO: redução de microrganismos da pele por métodos quimiomecânicos. Ex: manilúvio. ▪DESCONTAMINAÇÃO: redução de microrganismos de objetos inanimados por métodos quimiomecânicos. Ex: lavar com água, sabão e escova. Conceitos básicos ▪ESTERILIZAÇÃO: eliminação total de todas as formas de vida microrgânica, inclusive esporulada. ▪FÔMITE: qualquer objeto inanimado, exceto alimento, que possa servir de veículo de microrganismos. Riscos RISCOS FÍSICOS: Ruídos, luz, laser, radiação, vibrações, ultrassom, etc... RISCOS QUÍMICOS: Ácidos, resinas, mercúrio, poeira RISCOS ERGONÔMICOS: Má postura, ritmo excessivo de trabalho, etc.. RISCOS MECÂNICOS: Acidentes com materiais perfuro-cortantes, equipamentos, materiais RISCOS BIOLÓGICOS: Microorganismos (bactérias, vírus, fungos) Infecção • Invasão, desenvolvimento e multiplicação de um microrganismo no organismo de um animal ou planta, causando doenças. Infecção ▪90% são causadas por bactérias ▪9% por fungos ▪1% por vírus Infecção Para se ter uma infecção são necessário três requisitos: Fonte de infecção Veículo Via de transmissão Risco biológico ◦ Doenças: - AIDS (não tem vacina, não tem cura) - Hepatite B, HPV (tem vacina, não tem cura) - Tuberculose (tem vacina, tem cura) Avaliação do agente biológico - Infectividade (capacidade de penetrar/produzir/multiplicar) - Patogenicidade (causar doença) - Tratamento (existe? É barato? É Longo?) - Transmissibilidade (passa para outras pessoas) - Mortalidade (índice tem impacto) - Epidemiologia (frequente na região? Como ele distribui?) Risco biológico ◦ Exposição da equipe odontológica à variedade de microorganismos presentes no sangue, secreções orais e orofaríngeas ◦ Potencial que o “ agente biológico” oferece ao indivíduo, a comunidade e ao meio ambiente ◦ Redução do risco = PRECAUÇÕES ◦ Fonte de infecções - ser humano ◦ Subclínica (inimigo invisível – antes da doença) ◦ Fase aguda (defesa) ◦ Depois da fase aguda (declínio – tem o microorganismo e pode transmitir) ◦ INFECÇÕES CRUZADAS Infecção cruzada Transmissão de agentes infecciosos entre pacientes e equipe, dentro de um ambiente clínico, podendo resultar do contato de pessoa a pessoa ou do contato com objetos contaminados Infecção cruzada Quatro vias possíveis de infecção cruzada: 1. Do paciente para o profissional; 2. Do profissional para o paciente; 3. De paciente para paciente através do profissional; 4. De paciente para paciente por intermédio de agentes como instrumentos e equipamentos - fômites. Infecção cruzada • Dr. James Joseph Crawford, microbiologista, pioneiro, década de 70, estudou a possibilidade de transmissão cruzada na odontologia. • Coloriu a saliva de vermelho, demostrou como a contaminação se espalha durante o procedimento odontológico. • Vídeo: “Se a saliva fosse vermelha” Controle de infecção nos consultórios São consideradas medidas básicas no controle da infecção (precauções padrão) Técnicas antissépticas Imunização dos profissionais Limpeza e desinfecção de superfícies e equipamentos Higienização das mãos Cuidados com perfuro cortantes e resíduos Precauções padrão Redução dos riscos A Norma reguladora do MTE (NR 32) e a portaria do M. Saúde (nº 597), preconiza que para todo trabalhador dos serviços de saúde deve ser fornecido, gratuitamente, imunização contra: - Vacina contra Hepatite B - Vacina contra febre amarela - Vacina SRC (tríplice viral) – Sarampo, caxumba e rubéola - Vacina BCG – Tuberculose - Vacina DT – Dupla adulto – Difteria e tétano - Vacina H1N1 – Influenza - Gripe Como está sua imunização? Imunizações ▪Vacina contra a Hepatite B: 3 doses: 0-1-6 meses – Teste sorológico para verificar a soroconversão dois meses após o esquema vacinal. ▪BCG (contra a tuberculose): Dose única para os não reagentes aos testes tuberculínicos. ▪Vacina dT (dupla adulto) contra difteria e tétano: Em três doses no esquema básico. Requer uma dose de reforço a cada 10 anos. ▪Vacina tríplice viral ( SRC ): Imuniza contra Sarampo, Rubéola e Caxumba - Dose única, independente do sexo ▪Influenza/h1n1 (gripe): Doença de grande virulência no ambiente odontológico - Doses anuais (feitas a partir de cepas frequentes do ano anterior) Precauções universais ◦ Medidas para a proteção pessoal e da equipe ◦ Maio de 1847, Ignaz P. Semmelweis, torna obrigatória a anti-sepsia das mãos com solução clorada ◦ A higienização das mãos é a medida individual mais simples e menos dispendiosa para prevenir a propagação das infecções relacionadas a assistência a saúde ◦ “A eficácia da lavagem das mãos depende da duração e da técnica.” Lavagem das mãos ▪Antes e após o atendimento a cada paciente; ▪Antes de calçar luvas e imediatamente após a sua retirada; ▪Quando as mãos forem contaminadas, em caso de acidente; ▪Durante o tratamento se tocar num objeto que possa estar contaminado por sangue e/ou saliva de outro paciente; ▪Antes de deixar o consultório Lavagem das mãos - Etapas 1. Retire anéis, relógios e pulseiras 2. Ensaboar com água e sabão sabão líquido e hipoalergênico 3. Ensaboe as mãos e a metade dos antebraços por, no mínimo, 15 segundos 4. Enxágüe com água corrente abundante 5. Acione a torneira usando pedal ou com o cotovelo ou utilizando papel toalha NUNCA USE AS MÃOS (Portaria 1884 de 11/11/1994/MS) 6. Secar as mãos com toalhas de papel descartáveis Lavagem das mãos – Procedimentos cirúrgicos ❑Uso de detergente suave e germicida ❑Lavar o antebraço até o cotovelo ❑Secar com compressas estéreis ❑Usar anti-séptico a base de iodo e deixar secar antes de calçar as luvas Lavagem das mãos •O uso de luvas não exclui a lavagem das mãos. •Lavar as mãos em uma pia distinta da usada para a lavagem de instrumental. Precauções universais – Uso de EPI ◦ “A utilização do Equipamento de Proteção Individual torna-se obrigatória durante o atendimento odontológico”. ◦ Equipamentos de proteção individual (EPI) ◦ Dispositivo de uso individual destinado a proteger a saúde e integridade física do trabalhador. (NR-6, Portaria nº 3214, 8 de junho de 1978, do Ministério do Trabalho e Emprego) Precauções universais – Uso de EPI ◦ EPI de atendimento odontológico - Gorro - Máscara N95 - Óculos de proteção - Avental - Luva - Sapatos (Propé) ◦ ORDEM DE PARAMENTAÇÃO: Avental Gorro Máscara Óculos Luvas Os EPIS apresentados a seguir atendem as orientações da nota técnica N 04/2020 da ANVISA, e constituem a barreira mínima recomendadapara a proteção do profissional da saúde para procedimentos que gerem aerossóis em pacientes COVID - 19 Máscara PF2/N95 Óculos de proteção Gorro Protetor facial Avental de manga longa impermeável descartável Luvas Luvas Avental impermeável descartável Protetor facial Gorro descartável Óculos de proteção Máscara PF2/N95 pelas alças Luvas • Prevenir o contato da pele das mãos e antebraços com sangue, secreção ou mucosas durante o atendimento; •Um par para cada paciente; •Para manipular instrumentos e superfícies contaminados; •Enquanto estiver de luvas, não manipule objetos fora do campo de trabalho; •Retire as luvas imediatamente após o término do tratamento; •Não toque na parte externa das luvas ao removê-las; •Lave as mãos assim que retirá-las. Luvas Luvas de borracha grossa: serviços de limpeza e descontaminação de instrumentos, equipamentos e superfícies Óculos de proteção ▪Proteção da mucosa ocular de contaminantes e acidente ocupacional; ▪Vedação periférica e boa adaptação ao rosto; ▪Fornecer também ao paciente; ▪Os óculos comuns não oferecem proteção adequada ▪Descontaminar após o uso (degermação com água e detergente, secagem com gaze, desinfecção com glutaraldeído 2% ) Roupa branca ▪Permite desinfecção com potentes desinfetantes (alvejantes) sem danos à vestimenta; ▪Aspecto social: respeito, higiene. Jaleco ▪Seu uso é obrigatório; o uniforme branco não dispensa o uso do mesmo. ▪Funciona como barreira de proteção para a equipe; ▪Protege a comunidade da infecção cruzada. ▪Somente ser vestido e retirado no ambiente do consultório ▪colarinho alto (“gola de padre”) e mangas longas ▪Pano ou descartável ▪Trocar diariamente e sempre que for contaminado com sangue ▪Bolso, evitando a colocação de objetos em seu interior; ▪Comprido, de modo que proteja a coxa quando o profissional estiver assentado; ▪O uso de detergentes e água sanitária são suficientes para descontaminação Gorro Protege contra gotículas de saliva, aerossóis e sangue contaminados; Prender o cabelo sem deixar mechas pendentes; Colocar o gorro recobrindo todo o cabelo, inclusive as orelhas; Trocar quando houver sujidade visível. Calçados ▪Fechados ▪É importante o uso de meias de algodão (grossas) para complementar a proteção. ▪Pró-pés- Recomendado o uso no bloco cirúrgico, tanto para pacientes quanto para a equipe odontológica. Preparação do ambiente e equipamentos Limpeza e desinfecção de superfícies passíveis de contaminação; Evitar a disseminação de gotículas e aerossóis contaminados. Precauções universais ◦ Tornar seguro o uso de artigos Desinfecção Área : contaminada e limpa Artigos: críticos, semicríticos e não críticos Esterilização • Limpeza + desinfecção Críticos • Limpeza + esterilização • Limpeza + desinfecção alto nível Semicríticos • Desinfecção nível intermediário ou médio Não críticos Estufa 160° 2 horas (depois que atinge a temperatura) 121° 20 min ou 134° Vapor – Penetre em todas as superfícies dos instrumentais Ciclo Validade de esterilização Devem considerar: –tipos de embalagem utilizados –os métodos de esterilização –as condições de manuseio –os locais de armazenamento BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Serviços Odontológicos: Prevenção e Controle de Riscos. Brasília: 2006: 156. • A maioria das instituições estabelece os prazos de 07 a 15 dias conforme orientações da Vigilância Sanitária. Proteção dos equipamentos ❑Preparação do ambiente: Limpeza e desinfecção de superfícies passíveis de contaminação; ❑Evitar a disseminação de gotículas e aerossóis contaminados. Proteção dos equipamentos O que fazer ???? Utilizar de barreiras que devem ser removidas a cada paciente Filmes de PVC Papel alumínio Plástico polipropileno ou tecido Baixo custo, prova d’ água e cobrir completamente a área Proteção dos equipamentos Algumas superfícies: • Alça de refletores • Mangueiras • Filmes de raios x • Sugadores • Pontas de seringa • Encosto mocho • Canetas • Fotopolimerizadores • Equipamentos periféricos: ultrassom Proteção dos equipamentos Caneta de alta rotação Peça reta Contra-âgulo Limpeza prévia* Lubrificar Esterilizar Proteção dos equipamentos ❑Desprezar o primeiro jato de água e ar antes de direcionálo à boca do paciente; ❑Acionar pontas por 20 a 30 segundos na cuspideira após cada paciente para eliminar o líquido aspirado (válvula retratora) Proteção dos equipamentos ❑Suporte das peças ❑Seringa tríplice ❑Mangueiras Álcool 70% Utilizar de barreiras plásticas Proteção dos equipamentos • Cadeira • Tampo da mesa operatória • Refletor • Mesa auxiliar • Sugadores • Mocho Limpeza prévia Desinfecção álcool 70% ou Hipoclorito de sódio 1% Barreiras plásticas Proteção dos equipamentos Superfícies não cobertas devem passar pelo processo de desinfecção • Limpeza água e sabão • Desinfecção • Álcool 70% • Compostos clorados • Fenóis sintéticos Ex.: Bancadas. Ambientes, partes do equipo que não envolvidas com barreiras plásticas Proteção dos equipamentos ❑Bancadas ❑Pias ❑Mesas auxiliares Limpeza prévia Hipoclorito 1% Álcool 70% Hipoclorito em metais e granito= corrosão Proteção dos equipamentos Ambiente: ❑Piso ❑Paredes ❑Portas ❑Janelas Limpeza prévia pano úmido Limpeza mais detalhada uma vez na semana Hipoclorito de sódio 1% Proteção dos equipamentos Para evitar a produção de respingo e disseminação de aerossóis: ❑Usar sugador potente ❑Evitar acionar água e ar ao mesmo tempo ❑Higienização prévia da boca do paciente Infecção Cruzada – Meios de controle ❑Recomenda-se a higienização prévia da boca do paciente mediante escovação ou bochecho com digluconato de clorexidina a 0,12% ❑Isso reduz a contaminação em, no mínimo, 50% Ar condicionado ◦ Limpeza semanal ◦ Não deve ser usado ininterruptamente ◦ Abrir janelas nos intervalos e durante a limpeza - Ambiente necessita de ventilação natural Resíduos dos serviços de saúde (RSS) ▪São os resíduos resultantes de atividades exercidas por estabelecimento gerador que, por suas características: ▪Necessitam de processos diferenciados no manejo; ▪Podem exigir tratamento prévio para a disposição final. Gerenciamento de resíduos de serviço de saúde •Riscos a saúde pública e ao meio ambiente •ANVISA •Resíduos •Medicamentos vencidos •Sangue humano •Tecidos removidos dos atos cirúrgicos •Instrumentos perfurocortantes •Matérias que tocaram tecidos ou fluidos Etapas do gerenciamento de resíduos 1. Segregação 2. Acondicionamento 3. Identificação 4. Transporte Interno 5. Armazenamento Temporário 6. Tratamento 7. Armazenamento Externo 8. Coleta e Transporte Externos 9. Disposição Final Gerenciamento de resíduos
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