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Andressa Moura Hoppen- Medicina UFSM- ATM 2025/02 Fisiologia- Gustação e Olfato A gustação e o olfato são sentidos químicos necessários para a percepção do sabor. Além disso, possuem como características: Importantes para saciar necessidades internas (sede e fome); Vias periféricas e centrais totalmente diferentes; Uso de quimiorreceptores (detectam substâncias químicas do meio ambiente). Detecta diferentes substâncias químicas e evidencia a necessidade do corpo de nutrientes e sal. O sabor único de um alimento se dá pela união de informações do sabor, aroma e tato, formando uma memória. É capaz de reconhecer cinco sabores básicos: Doce- glicose; Amargo-quinino Salgado- NaCl Ácido/azedo-ácido cítrico Umami- glutamato ORGÃO DA GUSTAÇÃO: Língua, palato, faringe e epiglote; A língua é o principal órgão da gustação e possui áreas mais sensíveis para percepção de cada sabor. DETECÇÃO DO SABOR: Na língua, há várias PAPILAS GUSTATIVAS (filiformes, valadas ou fungiformes), as quais possuem BOTÕES GUSTATIVOS, que são ricos em células receptoras gustativas. A união de vários poros gustativos em uma papila forma o TERMINAL APICAL, que possui um poro gustativo com microvilosidades que dissolvem as substâncias ingeridas e as levam às CÉLULAS GUSTATÓRIAS. As células gustatórias criam um potencial receptor e liberam um neurotransmissor para realizar sinapse via AXÔNIO AFERENTE GUSTATIVO. GUSTAÇÃO Andressa Moura Hoppen- Medicina UFSM- ATM 2025/02 As células gustatórias podem tanto fazer sinapse tanto com os neurônios aferentes quanto com células basais e são ativadas por receptores químicos. Geralmente respondem a dois tipos de sabores básicos. TRANSDUÇÃO GUSTATIVA: Sabor salgado: Sensibilidade ao NaCl. Na+ entra através de canais de sódio sensíveis a amilorida e despolariza a membrana; A despolarização abre os Canais de Na+ e Ca2+ dependentes de voltagem; A entrada desses íons na célula ativa a liberação de vesículas sinápticas contendo serotonina; A liberação de serotonina gera um potencial de ação que será responsável por uma sinapse química com um axônio gustativo aferente. Sabor azedo: Sensibilidade aos prótons (HCl), que pode ocorrer de duas maneiras: 1. Entrada via canais de prótons (entrada de H+) 2. Bloqueio dos canais de potássio; Qualquer uma dessas maneiras irá: A entrada de H+ ou bloqueio dos canais de potássio irá despolarizar a membrana; A despolarização abre os Canais de Na+ e Ca2+ dependentes de voltagem; A entrada desses íons na célula ativa a liberação de vesículas sinápticas contendo serotonina; A liberação de serotonina gera um potencial de ação que será responsável por uma sinapse química com um axônio gustativo aferente. Sabor amargo: Receptores acoplados a proteína G. Os receptores gustatórios acoplados a proteína G, para a percepção do sabor amargo está sempre em dímero (duplo); Esses receptores, na presença do sabor amargo, irão ativar Fosfolipase C, que por sua vez, irá gerar IP3 que induzirá a liberação de Ca2+ dentro da célula gustatória; A célula cheia de Ca2+ estimulará o influxo de Na+ pelos canais dependentes de voltagem, que causará despolarização; A membrana despolarizada irá liberar ATP, via canal permeável, para o axônio gustativo aferente, provocando a sinapse. Sabor doce: Mesmo processo do sabor amargo. Proteína receptora idêntica para todos os açucares naturais e artificiais; Receptores acoplados a proteína G (Gq); Dímeros de receptores (T1R1 e T1R3). Sabor Umami: Mesmo processo do sabor amargo. Receptores dímeros (T1R1 e T1R3). VIAS CENTRAIS DA GUSTAÇÃO: A célula gustativa irá fazer sinapse com um axônio aferente gustativo pela liberação de neurotransmissores ou ATP. Esses axônios estão presentes em três nervos cranianos: 2/3 anteriores da língua e palato (VII, nervo facial); Terço posterior da língua (IX, nervo glossofaríngeo); Glote, epiglote e faringe (X, nervo vago). Os nervos cranianos irão levar as informações obtidas para o núcleo gustatório (contido no NTS no bulbo), que levará as mesmas para o hipotálamo, amigdala ou tronco cerebral. Andressa Moura Hoppen- Medicina UFSM- ATM 2025/02 Para que haja a percepção do gosto: as informações devem sair do Tálamo (núcleo ventral póstero medial, VPM), por vias isolaterais, e ir até o Córtex Gustativo 1°. CODIFICAÇÃO NEURAL DA GUSTAÇÃO: Ocorre via código de população: sabores são identificados a partir de neurônios grosseiramente específicos de grande número. Esse código irá reunir informações de sabor, tato, cheiro, associando-as para dar o veredito final do sabor. É a partir daí que se tem a memória associativa, responsável por causar repulsa a alimentos que, em algum momento da vida, fizeram mal ou causaram alguma sensação ruim. Esse sistema é responsável por detectar cheiros ruins e auxiliar na identificação de alimentos. Aroma chega ao epitélio olfativo presente na cavidade nasal; No epitélio olfativo contém as células receptoras olfativa, célula basal e célula de suporte. As células olfativas são neurônios que realizam transdução, já as basais e de suporte, são responsáveis pela produção de muco; As células olfativas (neurônios), formam o I nervo craniano (nervo olfativo- lesões causam anosmia), que levará a informação ao bulbo olfatório. TRANDUÇÃO OLFATIVA: As moléculas odoríferas que chegam na cavidade nasal se diluem no muco para serem levadas às proteínas receptoras (Golf = Gs); A ativação dessa proteína Golf irá liberar Adenilato Ciclase que aumenta os níveis de AMPC; Esse aumento abrirá os canais de Na+ e Ca2+ dependentes de voltagem (causando influxo desses íons) e os canais de Cl- (causando seu efluxo); Esse processo irá causar a despolarização da membrana, fazendo com que a informação ao SNC. Cada célula olfativa expressa um tipo de receptor específico. Existem grupos de células com capacidades diferentes, e seus receptores podem se ligar a muitas substancias iguais. VIAS CENTRAIS DO OLFATO: Esquema de código por população. Assim que as células olfativas atravessam a placa cribiforme e invadem o SNC, o Bulbo olfativo envia informação para o glomérulo olfativo e neurônio de 2° ordem, que envia axônios para o tracto olfatório; Do tracto olfatória, a informação pode ir do tubérculo olfatório até o córtex olfatório, ou do tubérculo para o tálamo até o córtex orbitofrontal, para percepções conscientes de odor. Por isso lesões no VPM do tálamo podem causar ageusia: perda da percepção gustativa. OLFATO Andressa Moura Hoppen- Medicina UFSM- ATM 2025/02 A informação olfativa é percebida no córtex por meio de: a) Código olfativo de população (células com características diferentes); b) Mapas olfativos (conjunto de neurônios); c) Codificação temporal (representa a qualidade dos odores). O que acontece quando estamos gripados? A percepção dos adores fica diminuída devido a mucosa inchada que limita a chegada de substâncias ao cérebro (não se dissolvem perfeitamente). A gustação não muda, porém fica deficiente pela diminuição do olfato.