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Controle de Pragas e Doenças em Florestas

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Módulo 3 – Controle de Pragas e Doenças
87
Módulo 3: 
Controle de Pragas e 
Doenças
Chegamos ao módulo 3 do curso, que trata do Controle de Pragas e 
Doenças.
Já passamos pelo preparo do solo e pelo plantio, agora precisamos cuidar 
bem do investimento. 
Neste módulo você vai conhecer as principais pragas e doenças que podem 
atingir uma floresta plantada, bem como saber o controle adequado para 
plantas daninhas e casos de incêndios. 
Vamos lá?
Módulo 3 – Controle de Pragas e Doenças
88
Este módulo é composto de quatro aulas. Conheça os assuntos que serão 
tratados em cada uma:
Aula 1 - Controle de Pragas
• Principais pragas do eucalipto
• Formigas Cortadeiras
• Lagartas e Besouros Desfolhadores
• Insetos Aneladores
• Insetos Broqueadores
• Insetos Sugadores
• Insetos Galhadores
Pronto(a) para começar a primeira aula?
Aula 2 - Controle de Doenças
• Principais doenças do eucalipto 
• Outros distúrbios e danos ao eucalipto
• Manejo integrado de doenças
Aula 3 - Controle de Plantas Daninhas
• Interferência de plantas daninhas sobre o 
eucalipto
• Fatores que afetam a aplicação de herbicidas
• Identificação das plantas daninhas
• Formas e períodos de controle
• Melhoria na qualidade da aplicação
• Eficiência no controle de plantas daninhas
• Equipamentos e sistemas para aplicação
Aula 4 - Incêndio Florestal
• Principais causas de incêndios florestais
• Classificação dos combustíveis florestais
• Classificação das formas de incêndio florestal
Módulo 3 – Controle de Pragas e Doenças
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Aula 1: 
Controle de
Pragas
Quando se substitui uma área de vegetação nativa, ou mesmo uma capoeira 
ou uma cultura agrícola, por uma plantação de eucalipto, por exemplo, são 
promovidas mudanças na presença dos animais no local. Quanto maior a 
área substituída, maiores serão tais modificações.
No caso de insetos é provável que, além daqueles que já são pragas do 
eucalipto, apareçam outros que possam, posteriormente, se tornar pragas 
dessa cultura.
Conviver com insetos-pragas é natural em qualquer lugar e circunstância. 
O importante é estabelecer medidas de controle que permitam explorar o 
eucalipto de forma econômica.
O aumento de pragas nas plantações de eucalipto, 
muitas vezes, se dá pela entrada de insetos 
provenientes de outros países ou regiões. Por isso, é 
necessário cautela em relação à aquisição de mudas 
que venham de fora do estado.
Módulo 3 – Controle de Pragas e Doenças
90
De olho nos valores
Fique atento!
Na colheita final, o ataque de formigas pode 
diminuir a produção de madeira de eucalipto 
em até 13%. Quando não há nenhum controle, 
registram-se casos de perda total do plantio. 
Lembre-se que esses fatores precisam ser 
colocados nas planilhas de custo da produção e na 
hora de precificar os produtos!
Principais pragas do eucalipto
São pragas do eucalipto: as formigas cortadeiras, alguns tipos de cupins 
e outros insetos desfolhadores (lagartas e besouros), aneladores, 
broqueadores, sugadores e galhadores. Formigas e cupins são os primeiros 
insetos-pragas em campo com os quais o produtor tem de se preocupar.
Formigas cortadeiras
Pode-se afirmar que a formiga é, sem exagero, a principal praga do 
eucalipto no Brasil. O produtor que plantar eucalipto e não fizer o devido 
combate a esse inseto terá uma enorme perda devido ao desfolhamento 
que as formigas provocam.
Esquerda: ninhos de formigas cortadeiras no Mato Grosso do Sul; 
Direita: ataques de formigas em eucalipto.
Módulo 3 – Controle de Pragas e Doenças
91
A quantidade de isca a ser aplicada em um formigueiro é calculada 
multiplicando-se a dosagem recomendada pelo fabricante (geralmente 
entre 6 e 10 g) pela área ocupada pela terra solta do formigueiro em metros 
quadrados. Existem duas maneiras para cálculo da área: 
a. método da área total de terra solta e 
b. método de área estratificada.
Método da área total de 
terra solta:
Área resultante da 
multiplicação do maior 
comprimento (CD) pela 
maior largura (AB) da área 
ocupada pelos montes de 
terra do formigueiro.
Método de área 
estratificada:
Área resultante da soma 
das áreas individuais de 
cada monte de terra solta. 
Existem diversas variações 
desse método, o mais usado 
é aquele que considera 
cada monte de terra solta 
como um formigueiro 
independente.
Módulo 3 – Controle de Pragas e Doenças
92
O combate aos formigueiros, com o uso de iscas, pode ser realizado de 
duas maneiras: combate localizado ou combate sistemático.
Combate 
localizado:
Consiste em distribuir os trabalhadores alinhados 
no campo e distanciados, entre eles, de 3 a 5 m, para 
que percorram a área combatendo os formigueiros 
ao encontrá-los.
Combate 
sistemático:
Consiste em distribuir o formicida na área de 
plantio independentemente da localização dos 
formigueiros. A aplicação de isca formicida é 
feita em dosagem única por metro quadrado 
(geralmente, 3 a 5 gramas por cada 6 m2 de área 
de plantio).
• Nunca aplicar as iscas dentro do olheiro ou 
sobre o carreiro, pois as formigas podem 
devolver o produto para desobstruir o canal ou 
limpar a trilha. As iscas devem ser colocadas 
em época seca, próximo da entrada (10 a 15 
cm) de olheiros isolados, murunduns e boca 
seca, e também ao lado de carreiros ativos.
• A estratificação da área do formigueiro reduz 
em três vezes a quantidade de isca a ser 
aplicada, em comparação com a área total, 
sem reduzir a eficiência do combate.
• Consulte um técnico sobre o melhor método a 
ser usado.
Os formigueiros podem ser controlados também por termonebulização. 
É um método eficiente para eliminar formigueiros de todos os portes, 
pois não depende das condições climáticas, promovendo ainda rápida 
paralisação das atividades da colônia. Todavia, tem as seguintes restrições: 
constantes manutenções de equipamentos, necessidade de treinamento 
para os operadores, dificuldade de transporte dos equipamentos em áreas 
extensas e riscos de incêndios.
Módulo 3 – Controle de Pragas e Doenças
93
O combate aos formigueiros deve ter início dois meses 
antes do plantio. Um novo controle deve ser feito 15 
dias antes do preparo do solo, englobando, além da 
área do plantio, o seu entorno.
As avaliações no campo devem ser feitas por talhão, na seguinte sequência 
de intervalos: 
a. semanais, no primeiro mês após o plantio ou no aparecimento das 
brotações, no caso de um segundo ciclo em talhadias; 
b. quinzenais, durante os dois meses seguintes; 
c. mensais, por mais quatro meses; e 
d. anualmente, após a plantação completar 12 meses de idade.
O monitoramento de formigas cortadeiras serve 
para aumentar a eficiência, reduzir os custos com o 
controle e diminuir o impacto ambiental decorrente das 
aplicações exageradas de inseticidas.
A amostragem de formigas cortadeiras pode ser feita pelos 
métodos da parcela ao acaso ou por transecto em faixas.
Módulo 3 – Controle de Pragas e Doenças
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Método da parcela ao acaso:
Costuma-se usar parcelas com 
áreas entre 720 e 1.080 m2, 
com largura correspondente ao 
espaçamento de 2 a 3 linhas de 
plantio, para facilitar sua marcação 
no campo. Normalmente, utiliza-se 
uma parcela a cada 3 e 5 ha.
Parcelas de 720 a 1.
formigueiro
árvore
Método por transecto em faixas:
São parcelas de comprimento variável, igual ao da linha 
de plantio, e largura variando, de 2 a 3 entrelinhas, em 
intervalos diferentes de acordo com o plano de amostragem.
Módulo 3 – Controle de Pragas e Doenças
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Os cupins atacam a raiz pivotante e as raízes finas em plantas jovens de 
eucalipto causando o murchamento e depois o secamento das folhas. Os 
danos promovem desuniformidade no povoamento e obrigam o produtor 
a gastar recursos com o replantio, aumentando os custos.
Para o controle dos cupins, usa-se como ferramenta inicial o monitoramento, 
que deve ser feito por meio de amostragem antes e depois do plantio.
Mão na terra
O monitoramento de cupins pode ser feito com a 
instalação de iscas de papelão no solo, na densidade 
de uma isca/ha. Tais iscas devem ser avaliadas 
depoisde 30 dias e, a partir do resultado, elabora-
se um mapa de infestação indicando as áreas de 
maior risco de dano.
Nas áreas de maior risco, recomenda-se o tratamento das mudas a serem 
plantadas com uma calda inseticida composta de uma solução de fipronil 
a 0,4 kg do ingrediente ativo/100 L de água, juntamente com o fosfato 
monoamônio (MAP), que tem a função de estimular o desenvolvimento das 
raízes. Em última instância, pode-se substituir o MAP por NPK 6+30+6, 
utilizando-se a mesma dosagem (de 1,0 a 1,5 kg/100 L de água).
• O produtor pode gastar desnecessariamente 
se aplicar a calda inseticida sem a realização do 
monitoramento.
• Com o monitoramento, a redução do uso de 
inseticidas químicos é expressiva, sendo em média 
acima de 60%, variando de aproximadamente 50 
até 100%, em algumas regiões.
• Existem dados que mostram perdas expressivas na 
produção do eucalipto, da ordem de 10%, devido ao 
ataque de cupins às mudas.
Módulo 3 – Controle de Pragas e Doenças
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Na fase pós-plantio, devem ser amostradas as linhas de plantio, contando-
se, em cada linha, a porcentagem atacada de mudas, considerando-se 
como nível de controle a porcentagem de 2 a 5% de mudas afetadas.
Lagartas e besouros desfolhadores
São insetos que merecem maior atenção de quem planta eucalipto. 
O consumo de folhas por lagartas, em eucalipto, pode chegar a até 100% 
da massa foliar, reduzindo a área fotossintética da planta.
Ataques sucessivos causam redução no crescimento 
vegetal e morte de plantas novas.
As lagartas desfolhadoras ocorrem esporadicamente, em surtos, e por 
isso o uso de parasitas e parasitoides não tem tido um resultado eficaz, 
apesar de relatos desse tipo de controle.
O controle mais utilizado e eficaz tem sido com a bactéria Bacillus 
thurigiensis (Berliner), comercializada sob o nome Dipel, que, após ser 
ingerida, mata as lagartas pela ruptura de seus intestinos.
Produtores e técnicos do Distrito Federal e de Goiás 
devem ficar atentos com a lagarta parda (Thyrinteina 
arnobia) do eucalipto, uma vez que ela tem tido maior 
ocorrência no Brasil.
Módulo 3 – Controle de Pragas e Doenças
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Predadores também contribuem para o controle das lagartas 
desfolhadoras. Destacam-se os pássaros e alguns insetos sugadores 
(hemípteros) das famílias Pentatomidae e Reduviidae.
O controle químico deve ser feito somente quando as demais alternativas 
tiverem sido tentadas sem êxito.
Esse controle deve ser feito apenas com produtos 
registrados no Ministério da Agricultura, Pecuária e 
Abastecimento (MAPA).
Besouros desfolhadores
De todos os besouros, o Costalimaita 
ferruginea (besouro-amarelo-do-
eucalipto) já tem registro de ataques 
na área de expansão das plantações 
de eucalipto no Brasil. Plantadores 
de Eucalyptus urophylla e/ou 
urograndis devem ficar de olho, pois 
existem trabalhos mostrando que o 
besouro parece não gostar muito do 
Eucalyptus camaldulensis; gostar 
mais ou menos de E. citriodora e do E. 
pellita; mas gostar especialmente das 
folhas do urophylla e do urograndis.
A presença do inseto ocorre no início do período de 
chuvas e costuma causar um bom prejuízo. Pode 
destruir até ¾ da copa do eucalipto, ocasionando um 
prejuízo de 10% no volume de madeira.
Módulo 3 – Controle de Pragas e Doenças
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Insetos aneladores
Os insetos aneladores são os insetos-praga que merecem maior atenção 
de quem planta eucalipto. No caso de ocorrência, o controle deve ser o 
seguinte:
• Anualmente, coletar os galhos alguns meses após o encerramento total 
da atividade dos aneladores. Deve-se estender a coleta até as áreas no 
entorno do povoamento, abrangendo, inclusive, florestas nativas que 
apresentem infestações, se possível;
• Os galhos coletados devem ser postos em uma vala (trincheira) de 1,0 
m x 1,0 m (largura x profundidade) e comprimento variável conforme 
cada caso; 
• Cobrir a trincheira com uma tela com malha que permita a saída de 
microhimenópteros parasitoides das larvas de Oncideres e reter os 
espécimes adultos.
Esse processo de cobrir a trincheira objetiva o aumento 
da pressão desses parasitoides nas florestas, fato que 
não ocorre no caso da queima dos galhos.
A coleta de galhos também deve ser realizada ao final do ciclo de cultivo. 
No corte raso do povoamento, coletam-se os galhos com as larvas para 
evitar futuras infestações.
A alternativa de controle promissora é a utilização de armadilhas do tipo 
frasco caça-moscas, com o extrativo de tanino ou o melaço como isca.
Módulo 3 – Controle de Pragas e Doenças
99
Não se recomenda a queima dos galhos, para evitar 
incêndios florestais.Cuidado Ambiental
Cuidado 
Ambiental
Insetos broqueadores
Os insetos broqueadores não assumem muita importância como pragas 
do eucalipto na região de expansão da eucaliptocultura no Brasil, embora 
haja ocorrência em Minas Gerais. O principal é a coleobroca Phoracantha 
semipunctata.
Insetos sugadores
As armadilhas devem estar sempre próximas aos ramos mais jovens da 
planta, assim o efeito será mais eficaz.
O percevejo-bronzeado já foi registrado nos estados de São Paulo, Paraná, 
Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Bahia, Minas Gerais e Mato Grosso do 
Sul.
São hospedeiros do percevejo-bronzeado as espécies e clones híbridos 
de Eucalyptus, incluindo E. camaldulensis, E. tereticor-nis, E. viminalis, E. 
grandis, E. dunnii, E. saligna, E. benthamii, E. grandis x E. camaldulensis, E. 
grandis x E.urophylla, E. urophylla x e E. camaldulensis.
O inseto é um sugador, que na fase adulta mede 3,0 mm de comprimento, 
tendo um corpo achatado, com cor marrom clara e hábito gregário. Os 
ovos são pretos e encontrados nas folhas das árvores, contribuindo para 
o reconhecimento das plantas infestadas.
Módulo 3 – Controle de Pragas e Doenças
100
Da esquerda para a direita: adulto, ninfa, ovos e infestação no campo.
O percevejo-bronzeado causa 
queda de folhas, diminui a área 
fotossintética e pode levar à morte 
as árvores. Os sintomas começam 
com o prateamento das folhas, 
que assumem, aos poucos, tons 
de marrom e vermelho e se tornam 
bronzeadas no final. Esses sintomas 
alteram a coloração da copa das 
árvores, possibilitando, assim, a 
sua identificação à distância.
Esta imagem mostra os danos 
causados pelo percevejo 
bronzeado.
O controle com o inimigo natural, parasitoide de ovos, Cleruchoides 
noackae, tem avançado no Chile e no Brasil. Outros trabalhos estão 
sendo realizados em busca de controle dessa praga.
• O percevejo-bronzeado consegue desenvolver e 
produzir descendentes férteis em temperaturas 
entre 14 e 30 ± 1 °C, por isso, tem possibilidade de 
ocorrência em toda a área de expansão do eucalipto 
no Brasil.
• Em qualquer suspeita da ocorrência do inseto, solicite 
apoio a um técnico.
Módulo 3 – Controle de Pragas e Doenças
101
Quando adultos, a cor varia 
de amarelo a amarelo-claro 
ou amarelo-esverdeado, 
apresentando pequenas 
manchas de cor marrom, 
preta e vermelha pelo corpo 
(Figura A). Sua infestação é 
bem característica, uma vez 
que são observados conjuntos 
de conchas na superfície das 
folhas.
O psilídeo-de-concha suga as 
folhas (Figura B), reduz, enrola e deforma o limbo foliar e induz o 
aparecimento de fumagina (Figura C), diminuindo, desse modo, 
a área fotossintética e acelerando a queda de folhas maduras.
Por fim, causa um superbrotamento ou “envassouramento” e a 
seca de ponteiros (Figura D), reduzindo, assim, o crescimento 
da árvore e ocasionando a morte dos brotos apicais dos ramos 
e, por vezes, da planta como um todo.
Características físicas do psilídeo-de-concha:
Inseto adulto (A), infestação (B), 
fumagina (C) e seca de 
ponteiros (D).
Módulo 3 – Controle de Pragas e Doenças
102
O monitoramento do inseto é 
feito com armadilhas amarelas 
adesivas (conforme figura 
ao lado), coleta de folhas e 
observação visual. Devem 
ser vistoriadas todas as áreas 
florestais, principalmente em 
plantios jovens (até um ano e 
meio).
Monitoramento de psilídeo-de-
concha com armadilha amarela 
adesiva.
Por ser muitocaro, o uso de inseticida sistêmico é inviável em longo 
prazo. Tem-se indicado como método mais eficiente o controle biológico 
com o parasitoide Psyllaephagus bliteus, que tem proporcionado até 80% 
de controle.
Infestações de psilídeo-de-concha são facilmente 
reconhecidas pelas conchas cônicas brancas 
secretadas pelas ninfas. Árvores muito atacadas 
costumam apresentar gotejamento de uma espécie 
de mel e queda de conchas velhas.
Insetos galhadores
Os principais insetos desse grupo são a vespa-da-galha do 
eucalipto (Leptocybe invasa) e a microvespa-do-eucalipto-citriodora 
(Epichrysocharis burwelli). Na região de expansão das plantações 
florestais no Cerrado brasileiro, a preocupação deve ser com a vespa-da-
galha, pois ela tem ocorrido em alguns estados da região de expansão das 
plantações de eucalipto no Cerrado.
Módulo 3 – Controle de Pragas e Doenças
103
Inseto-praga Ocorrência Nome científico Espécies atacadas
Vespa-da-galha
BA, MA, PE, 
TO, SP, PR, 
BA, MG, MS, 
ES, RS
Leptocybe 
invasa
Eucalyptus grandis; E. urophylla; 
E. urograndis; E. grandis x E. 
camaldulensis; E. saligna; E. 
botryoides; E. bridgesiana; E. 
cinerea; E. globulus; E. gunnii; E. 
nicholii; E. pulverulenta; E. robusta; 
E. rudis; E. tereticornis; E. viminalis
Fonte: FREITAS (1979). 
A infestação com a vespa-da-galha é observada durante todo o ano. A 
injúria causada pelo inseto é a presença de galhas na nervura central, no 
pecíolo e em hastes de plantas jovens.
Presença de galhas no pecíolo das folhas (A) e nas galhas em 
plantas jovens (B).
A vespa-da-galha tem uma particularidade 
importante: de modo geral, só há fêmeas, que dão 
origem a novas fêmeas. Por isso, o potencial de 
crescimento populacional é enorme.
Módulo 3 – Controle de Pragas e Doenças
104
• Como há variações entre os clones quanto à 
suscetibilidade à vespa-da-galha, recomenda-
se buscar informações com um técnico sobre 
como se comportam, em relação a essa praga, 
os clones com potencial para plantio em seu 
empreendimento.
• Realizar inspeção das mudas no viveiro, para 
comprar apenas aquelas de qualidade e isentas 
da presença da vespa-da-galha.
Módulo 3 – Controle de Pragas e Doenças
105
Aula 2: 
Controle de 
Doenças
Principais doenças do eucalipto 
As doenças que podem ocorrer em eucaliptais são: ferrugem do eucalipto, 
mancha de Cylindrocladium, mancha de Aulographina, mancha de 
Teratosphaeria e Mycosphaerella, mancha de Cryptosporiopsis, mancha 
de Harknessia, mancha de Coniella e cancro de Quambalaria, murcha 
bacteriana, murcha de Ceratocystis, cancro do eucalipto, enfermidade 
rosada ou rubelose do eucalipto, cancro e podridão-branca de Inocutis, 
cancro de Coniothyrium, cancro de Cytospora, cancro de Botryosphaeria, 
cancro de Crysoporthe e estromas negros de Hypoxylon.
A seguir, será possível saber um pouco mais sobre as principais doenças 
de ocorrência no Brasil.
Ferrugem do eucalipto
A ferrugem do eucalipto é causada pelo fungo Puccinia psidii e se desenvolve 
melhor quando a temperatura varia entre 18 e 25 ºC (principalmente aos 
23 ºC), quando há orvalhamento noturno ou garoas por mais de 6 horas, 
por 5 a 7 dias seguidos, e a presença de folhas jovens.
Módulo 3 – Controle de Pragas e Doenças
106
Sintomas de ferrugem em eucalipto.
Os níveis de severidade da doença estão representados pela escala 
diagramática, que compreende quatro diferentes graus da doença:
Planta isenta de sintomas (planta sadia).
Poucas pústulas de ferrugem (difícil de 
serem encontradas).
Módulo 3 – Controle de Pragas e Doenças
107
Pústulas normais de ferrugem, esparsas ou 
em agregados de pústulas abundantes, nos 
limbos e folhas novas. 
Plantas com pústulas normais abundantes, 
podendo haver necrose das porções 
atacadas.
Espécies de eucalipto mais atacadas pela ferrugem: 
Eucalyptus grandis, E. cloeziana, E. dunnii, E. 
benthamii, E. phaeotricha, E. globulus e E. nitens.
Espécies de eucalipto mais resistentes ao ataque 
da ferrugem: Eucalyptus citriodora, E. torreliana, E. 
camaldulensis, E. microcorys, E. pellita, E. pilularis, E. 
propinqua, E. resinífera, E. robusta, E. saligna, E. tereticornis 
e E. urophylla. Em regiões favoráveis à ferrugem, não 
utilizar plantios seminais de Eucalyptus grandis (de 
procedência da África do Sul e Coff´s Harbour 9583).
Módulo 3 – Controle de Pragas e Doenças
108
Lá na fazenda Rio Novo
O Marcos, técnico do Senar, comentou com a 
gente que além do uso de espécies ou clones 
delas derivados, existem outras práticas que 
podem diminuir o ataque, como: o uso de mais de 
um clone na área de plantio (mosaicos clonais); a 
utilização de clones com crescimento precoce; e 
o controle químico. 
Para utilizar o controle químico, o produtor deverá 
pedir o aconselhamento de um técnico para que ele 
indique o produto autorizado pelo MAPA, a dosagem, a 
forma de aplicação e a periodicidade de uso correta.
Murcha bacteriana
Ralstonia solanacearum é o agente que causa a murcha bacteriana que 
ataca os eucaliptos Eucalyptus grandis, E. urophylla e seus híbridos. 
São consideradas condições favoráveis para o desenvolvimento dessa 
doença o plantio em áreas recém-desmatadas, o enovelamento de raízes, 
temperatura e umidade elevadas. São portas de entrada para o agente o 
enovelamento radicular e as trincas na casca na base do caule. As trincas 
são causadas por temperatura excessiva do solo, déficit hídrico e/ou 
afogamento do coleto.
Como prevenção, recomenda-se plantar mudas novas e sadias, com parte 
aérea e um sistema radicular bem formados e, no momento do plantio, 
evitar danos nas raízes e afogamento do coleto. Além disso, é importante 
efetuar inspeção constante e desinfestar implementos utilizados em tratos 
culturais e corte da floresta.
Módulo 3 – Controle de Pragas e Doenças
109
Murcha de ceratocystis
O causador dessa doença é o 
Ceratocystis fimbriata, que tem 
ocorrência registrada em áreas de 
Cerrado da Bahia, Maranhão, Minas 
Gerais, São Paulo e Mato Grosso do 
Sul. As condições favoráveis para o 
seu desenvolvimento são a umidade 
e as temperaturas elevadas, bem 
como os ferimentos na planta. Como 
controle preventivo, recomenda-se 
o isolamento de áreas afetadas, a 
destruição das plantas doentes e 
de suas vizinhas, a desinfestação 
dos implementos utilizados em 
tratos culturais e o corte da floresta 
plantada. É importante que o 
monitoramento do plantio seja feito 
de forma contínua.
Murcha de Ceratocystis.
Cancro do eucalipto
O principal agente causador 
do cancro é o fungo de nome 
Chrysoporthe cubensis. Suas 
preferências são os Eucalyptus 
grandis e saligna. De norte a sul 
do Brasil, têm-se encontrado 
danos, até de importância 
econômica, causados pelo cancro 
de chrysoporthe em condições 
nas quais as temperaturas médias 
são maiores do que 23 ºC e a 
pluviosidade supera os 1.200 mm 
de chuva por ano. O ataque do 
fungo parece ser maior em regiões 
com déficit hídrico acentuado, 
seguido por estação de chuvas 
intensas.
Sintomas de cancro no 
eucalipto.
Módulo 3 – Controle de Pragas e Doenças
110
Esse tipo de cancro tem como controle preventivo o uso de clones ou 
espécies de eucaliptos com maior tolerância. Há que se ter, também, 
bastante atenção ao balanço nutricional das plantas, uma vez que a 
deficiência de boro, junto com condições ambientais favoráveis, leva a 
rachaduras naturais na base do tronco que facilitam a invasão por agentes 
fitopatogênicos.
• A presença de ferimentos provocados por 
insetos, ventos, granizo e práticas silviculturais 
são condições favoráveis à doença.
• Ataca casca, câmbio e lenho.
Os principais sintomas da doença são o trincamento na base, feridas 
típicas, anelamento na base, pau-preto e quebra pelo vento.
• A finalidade, a capacidade de rebrota e o 
rendimento volumétrico podem limitar o uso de 
espécies imunes, como Eucalyptus paniculata, E. 
robusta, Corymbia citriodora, E. camaldulensis, 
E. tereticornis e E. pilularis. Também é 
interessante a produção de híbridos vigorosos e 
resistentesde E. grandis e E. urophylla.
Outros distúrbios e danos ao eucalipto
Existem doenças que não são causadas por fungos, bactérias ou vírus, 
e sim por outros fatores ambientais. São vários fatores que ocasionam 
tais problemas de saúde nos eucaliptos. Entre eles, destacam-se: danos 
radiculares, falta de água, excesso de umidade, estiolamento, afogamento 
de coleto, queima do coleto, canela-preta, queima por geada, estragos 
por granizo, queima por fogo, quebra de árvores pelo vento, desequilíbrio 
Módulo 3 – Controle de Pragas e Doenças
111
nutricional e toxidez por adubos, fungicidas, herbicidas e inseticidas.
Há também casos, um pouco diferentes, como gomose e pau-preto do 
eucalipto e, também, a seca de ponteiros do eucalipto do Vale do Rio Doce 
(SPEVRD).
Distúrbios radiculares
Os distúrbios no sistema radicular 
provocam um menor crescimento das 
plantas no campo e as deixam com menor 
capacidade de competição com plantas 
daninhas.
distúrbios no sistema radicular
Ou seja, raízes malformadas 
ou deformadas.
As plantas podem morrer durante períodos 
de estiagem por causa do enovelamento e do 
estrangulamento das raízes.
O controle deve ser preventivo, descartando as mudas malformadas 
e aquelas que, por terem passado muito 
tempo no viveiro, apresentem a parte aérea 
desproporcional ao sistema radicular.
aérea desproporcional 
ao sistema radicular
É a relação raiz / 
parte aérea.
Distúrbios devidos a déficit hídrico
O déficit hídrico pode levar à ocorrência de lesões nas folhas, no formato 
de “V” invertido. No caso de falta excessiva de água, a planta seca e as 
folhas tomam o aspecto de palha. Sob déficit hídrico moderado, mas 
contínuo, as plantas costumam reduzir o crescimento, arroxearem as 
folhas e apresentarem queima foliar.
Módulo 3 – Controle de Pragas e Doenças
112
É recomendável que produtores localizados 
em regiões com déficit hídrico procurem o 
aconselhamento de um técnico sobre os materiais 
genéticos mais tolerantes a tal situação climática.
No campo, recomenda-se utilizar hidrogel durante o plantio 
e clones mais tolerantes à seca, como I-144 (“urograndis”).
Excesso de umidade no ar e no solo
No terreno de plantio, drenagem deficiente ou lençol freático alto podem 
ocasionar clorose das plantas, com arroxeamento posterior e até mesmo 
secamento e morte. Indica-se, como controle preventivo, evitar o plantio 
em locais onde possam ocorrer alagamentos ou encharcamentos.
Afogamento de coleto
Certo
Errado
plantio
fundo
Modo correto de plantio das mudas em 
contraste com plantio inadequado, causador 
de afogamento do coleto.
O sintoma inicial é a ocorrência 
de tonalidade dourada da copa, 
seguido de um arroxeamento, 
terminando com o secamento e 
morte da planta. Observa-se, em 
alguns casos, um anelamento no 
caule, na linha do solo, logo acima 
da área lesionada.
O principal cuidado para evitar o 
afogamento do coleto é, durante 
o plantio, colocar a muda no nível 
do solo.
Módulo 3 – Controle de Pragas e Doenças
113
Assamento de coleto
O assamento do coleto predispõe a planta à ação de agentes infecciosos, 
como é o caso de fungos que causam cancro e/ou murcha. O problema 
de assamento torna-se mais grave quando há déficit hídrico, afogamento 
do coleto e temperaturas elevadas, principalmente se o solo ao redor da 
planta é coberto com plástico preto.
É recomendável a retirada de qualquer tipo de 
material que possa promover o aumento da 
temperatura da superfície do solo e evitar plantar 
materiais genéticos não adaptados às regiões com 
elevada temperatura.
Canela-preta
Anelamento do coleto, e/ou ao longo do caule, promove, no início do 
crescimento, um arroxeamento e murcha das mudas plantadas. Às 
vezes, são observados trincamentos e descolamentos da casca no local 
lesionado. Minicancros podem ser vistos, assim como brotações abaixo da 
área afetada. Difere-se da canela-preta de origem biótica pelo fato de não 
ocorrer esporulação de Cylindrocladium spp.
De forma preventiva, não é recomendável utilizar 
mudas que passaram demasiado tempo no 
viveiro e que, por isso, apresentam a parte aérea 
desproporcional ao sistema radicular. As mudas 
devem ser bem enfolhadas, com boa arquitetura, 
sistema radicular bem formado e agregado.
Módulo 3 – Controle de Pragas e Doenças
114
Queima por geada
O frio excessivo promove a queima das hastes e das folhas novas, devido 
à baixa temperatura. A geada induz à presença de pequenos cancros 
nos troncos e nos galhos, arroxeamento e bronzeamento da copa e pode 
ocasionar morte da planta.
Recomenda-se o plantio de espécies ou clones 
tolerantes ao frio. Porém, geada só é possível de 
ocorrer na região de expansão do eucalipto no 
Cerrado em situações muito específicas.
Estrago por granizo
No campo, para injúrias mecânicas no caule, trincamento da casca e 
morte da planta quando a intensidade do granizo é grande não há medidas 
de controle.
Queima por fogo
A queima por fogo provoca a carbonização da casca e do tronco, fazendo 
com que fiquem com uma cor negra, e pode ocasionar morte da planta. 
Quando as plantas não morrem, meses depois, observam-se brotações ao 
longo do tronco e dos galhos.
Quando a finalidade do plantio é celulose, 
árvores queimadas são rejeitadas, uma vez 
que o carvão não é eliminado no processo 
de branqueamento da polpa.
Módulo 3 – Controle de Pragas e Doenças
115
Quebra de árvores pelo vento
Algumas medidas para reduzir o risco este risco são plantar materiais 
genéticos resistentes e evitar plantios em locais onde haja possibilidade de 
formação de corredores de vento. E. grandis e seus híbridos, geralmente, 
resistem mais aos ventos fortes que E. urophylla e seus híbridos.
Desequilíbrio nutricional
O reflexo no povoamento depende dos nutrientes. Recomenda-se 
análise de solo e de folhas com base em programa de acompanhamento 
nutricional.
Fitotoxicidade por fertilizantes
Os sintomas são queima, clorose, encarquilhamento foliar, anelamento 
nas inserções do pecíolo e dos ramos.
Dificilmente ocorre no campo. Para evitar, deve-se fazer a aplicação de 
fertilizantes nas quantidades indicadas pela análise de solo e planta; não 
adubar em períodos muito quentes do dia; e impedir o contato direto 
entre adubo e partes da planta. No caso de suspeita de excesso de 
fertilizantes, promover irrigação buscando lavar tal excesso.
Fitotoxicidade por fungicidas, herbicidas e 
inseticidas
São variáveis e dependentes do produto aplicado. Em ação por contato, 
é comum a observação de encarquilhamento foliar e secamento dos 
ponteiros. Para evitar, recomenda-se utilizar produtos não tóxicos, 
nas doses e frequências mínimas indicadas no produto, separar os 
equipamentos de aplicação de inseticidas, fertilizantes, herbicidas e 
fungicidas.
Módulo 3 – Controle de Pragas e Doenças
116
Manejo integrado de doenças
Apesar do controle químico ter assumido uma posição de destaque na 
proteção das plantas, a preocupação da sociedade com o impacto de tal 
prática sobre o ambiente vem alterando esse cenário. As pressões sociais 
têm levado ao desenvolvimento de sistemas de cultivo mais sustentáveis 
e, portanto, menos dependentes de práticas de controle que utilizam, tão 
somente, produtos químicos. 
Mão na terra
Saiba que um controle adequado das doenças do 
eucalipto exige, atualmente, o entendimento da 
importância do manejo integrado das mesmas, no 
que diz respeito ao uso de princípios e medidas 
que, aplicados integradamente, possam afetar a 
interação entre o agente da doença e a planta. 
Saiba que o eucalipto e o ambiente, erradicando 
total ou parcialmente o inóculo, barrando 
o progresso da doença e, por conseguinte, 
encurtando o tempo em que a planta a ela fica 
exposta.
Para que as medidas de controle de doenças do eucalipto possam ser 
tomadas adequadamente e com eficiência, é preciso conhecer bem como 
e onde o agente causador da doença sobrevive, como ele é disseminado, 
quais são as suas vias de infecção e que condições ambientais favorecem 
a sua colonização e multiplicação.Módulo 3 – Controle de Pragas e Doenças
117
Aula 3: 
Controle de 
Plantas Daninhas 
Normalmente, as plantas daninhas resistem bem a pragas e doenças e, 
por isso, predominam no local selecionado para o plantio, tendo com elas 
vantagens competitivas. A competição pode se dar por luz, nutrientes e 
água, afetando o desenvolvimento do eucalipto.
O desafio inicial de quem planta alguma espécie florestal arbórea ou 
arbustiva com finalidade comercial é livrar a espécie da concorrência com 
as plantas daninhas, principalmente na fase inicial do plantio. O insucesso 
impede a espécie florestal de se desenvolver bem.
• O eucalipto, mesmo sendo uma espécie de rápido 
crescimento, não tolera plantas daninhas, pois 
necessita estar livre da competição nos seus dois 
primeiros anos de crescimento.
• O controle de plantas daninhas deve ser realizado 
com eficiência, pois envolve custos que podem 
chegar a 66% do custo total de implantação.
Módulo 3 – Controle de Pragas e Doenças
118
Interferência de plantas daninhas sobre 
o eucalipto
As plantas daninhas podem interferir de forma direta, por meio da 
competição, e de forma indireta, por serem intermediárias de pragas 
e doenças, além de facilitar a propagação de incêndios florestais, 
constituindo-se em material combustível.
Para o eucalipto a competição é mais prejudicial no início do seu 
crescimento, principalmente no primeiro ano.
Fatores que afetam a aplicação de 
herbicidas
Para se alcançar uma boa qualidade no controle de plantas daninhas, 
devem ser considerados três fatores importantes: 
a. comunidade infestante; 
b. equipamento; e 
c. ambiente.
Identificação das plantas daninhas
Antes de escolher o herbicida, é imprescindível um levantamento das 
plantas daninhas no local. O produtor e o técnico, quando for necessário, 
podem se apoiar em manuais de ajuda para a caracterização de plantas 
daninhas. É importante, também, conhecer o ciclo de vida e a forma de 
reprodução delas.
Somente conhecendo bem as plantas daninhas 
é que o produtor e o técnico poderão definir que 
herbicida aplicar, como fazer o uso correto do mesmo 
e em que parte da planta utilizar.
Módulo 3 – Controle de Pragas e Doenças
119
Condições ambientais
As condições ambientais são importantes para que uma pulverização 
seja efetiva. A umidade relativa, o vento e a temperatura são básicos para 
a definição de uma estratégia de controle.
Equipamentos para pulverização
Os equipamentos mais utilizados em propriedades rurais médias 
localizadas em áreas planas do bioma Cerrado são os pulverizadores de 
barra, que podem ser acoplados ao sistema de três pontos do trator, de 
arraste ou autopropelido.
De olho nos valores
Vale lembrar que o produtor (silvicultor) deverá 
considerar, no mínimo, o tamanho das áreas de 
eucaliptos a serem plantados na propriedade, 
bem como o relevo desse terreno e a sua 
capacidade financeira antes de definir qual tipo de 
equipamento de pulverização fará uso.
A capacidade dos equipamentos de pulverização varia de 200 a 2 mil litros 
de calda e as barras, de 12 a 30 m. A velocidade de trabalho vai de 4 a 6 
km/h-1 nos dois primeiros tipos, sendo que nos autopropelidos ela pode 
chegar a 25 km/h-1.
Ao comprar um pulverizador, deve-se levar em conta a demanda de outras 
culturas. Uma grande área de cultivo pode justificar o equipamento, 
independentemente do eucalipto.
Módulo 3 – Controle de Pragas e Doenças
120
Escolha de herbicidas
Uma vez definidas as plantas daninhas e tendo um bom equipamento para 
aplicação, o técnico e/ou o produtor deverão buscar entre os herbicidas 
registrados no sistema Agrofit do MAPA aquele que melhor se adeque à 
sua condição.
A escolha do produto deverá considerar modo de ação, formulação, 
dosagem, restrições de uso, custo, classificação toxicológica, impacto 
ambiental, fase de crescimento em que o eucalipto se encontra e a 
experiência de outros plantadores de eucalipto do município.
Formas e períodos de controle
As formas de controle são mecânica, física e química.
Controle mecânico
A capina, ou roçada, é a mais usada por pequenos produtores. Os médios 
silvicultores utilizam quando se mostra imprescindível na composição 
de uma estratégia de controle integrado, complementando o controle 
químico.
Controle físico
Deve ser usado quando, após uma avaliação inicial, concluir-se que 
uma cobertura morta, deixada pelo cultivo mínimo, será suficiente para 
controlar as plantas daninhas. Esse caso, tem múltiplo efeito: controle 
das espécies invasoras, manutenção da umidade e proteção contra 
erosão.
Controle químico
Deve ser utilizado quando as plantas daninhas são muito agressivas, 
cobrindo totalmente a área a ser plantada. Para o produtor apoiado pelo 
Projeto ABC Cerrado, será a forma usual.
Módulo 3 – Controle de Pragas e Doenças
121
Na maioria das vezes, o controle químico em propriedades que plantam 
eucalipto segue a seguinte sequência:
a. Controle de pré-plantio:
Têm-se observado, dependendo da área, três tipos de 
estratégias de controle:
• Produtores que utilizam glyphosate em faixa com largura de 
1 metro na linha de plantio.
• Produtores que aplicam glyphosate em coroas de 1 metro 
de diâmetro nos locais onde serão feitas as covas.
• Produtores que aplicam glyphosate em área total como 
dessecante de toda a comunidade de plantas daninhas.
b. Pós-plantio:
Os produtores que utilizam as duas primeiras estratégias 
citadas no item anterior costumam, aos 40 dias após o 
plantio, ou no momento da adubação de cobertura, realizar 
um coroamento com enxada, ao redor de cada planta, em um 
diâmetro de 1 m, seguido de um roço (com roçadeira mecânica) 
nos espaços entre coroas. Quando a principal competidora 
é a brachiaria, usa-se o material decorrente do roço como 
cobertura morta na coroa.
Para os produtores que se utilizam da terceira estratégia, é feita 
a aplicação de um pré-emergente em área total.
Módulo 3 – Controle de Pragas e Doenças
122
Do ponto de vista de uma silvicultura de baixo 
carbono, deve-se atentar para a possibilidade de 
que o manejo de plantas daninhas seja integrado, ou 
seja, utilizando-se das diversas formas de controle: 
mecânico, físico e químico.
Cuidado 
Ambiental
Cuidado 
Ambiental
Melhoria na qualidade da aplicação
A aplicação de herbicida é uma atividade que exige elevada qualidade 
técnica, principalmente se o herbicida um pré-emergente. Procure o 
auxílio de um técnico para garantir uma boa aplicação. A aplicação 
malfeita de um herbicida pré-emergente não tem correção, como no caso 
de herbicidas de pós-emergência, em que se consegue cobrir as falhas 
com um repasse.
Ressalte-se, no entanto, que essa possibilidade de repasse dos pós-
emergentes leva a um aumento expressivo de custos, dependendo das 
correções a serem feitas.
Eficiência no controle de plantas 
daninhas
O controle de plantas daninhas segue uma sequência de passos importantes 
e o Marcos, técnico do Senar, nos encaminhou uma explicação sobre eles. 
Confira:
Módulo 3 – Controle de Pragas e Doenças
123
Dica do Técnico
Olá, tudo bom? 
Quero te passar algumas dicas, ou melhor algumas recomendações, 
afinal, depois de todo trabalho e planejamento para o plantio é 
importante seguir algumas recomendações no controle de plantas 
daninhas, como, por exemplo:
• Seguir a tendência atual de trabalhar sempre com um volume 
menor de calda, desde que se consiga a cobertura mínima 
necessária de aplicação.
• Nunca diminuir o volume indicado para o espalhante alegando 
redução de custos.
• Quando usar herbicidas não seletivos para o eucalipto, discutir 
exaustivamente com o agente de ATER o tamanho de gotas, pois, 
apesar de gotas menores levarem a um aumento de cobertura, 
estas podem ocasionar deriva para o eucalipto, ocasionando 
problemas muito sérios. A deriva de herbicidas, glyphosate, por 
exemplo, que ocorre em ocasiões de vento forte, pode causar 
problemas tão ou mais graves que os causados pelas plantas 
daninhas.
• Avaliar muito bem os fatores ambientais no momentoda aplicação: 
◊ os ventos podem ocasionar a deriva; 
◊ a umidade relativa do ar e a temperatura poderão influenciar 
na evaporação do herbicida; 
◊ a inversão térmica pode levar o herbicida a subir, ao invés de 
descer; e 
◊ o ponto de orvalho pode suscitar o escorrimento do herbicida 
pela superfície de contato.
• Buscar saber com um técnico o nível de tolerância da espécie 
ou do clone e a deriva do herbicida disponível para o controle de 
plantas daninhas concorrentes.
• Procurar saber as especificidades dos herbicidas indicados para 
o controle das plantas daninhas do local de plantio; modo de 
ação; reação em relação às condições climáticas no momento da 
operação de aplicação (tolera ou não à chuva após a aplicação, 
por exemplo).
Módulo 3 – Controle de Pragas e Doenças
124
• Avaliar a compatibilidade entre área a ser controlada e a 
quantidade de equipamento e de pessoal treinado.
• Cuidar muito bem da qualidade da água utilizada para a 
pulverização.
Seguindo essas orientações, tenho certeza que você não terá 
problemas com essas plantas invasoras.
Equipamentos e sistemas para 
aplicação
Equipamentos 
Os equipamentos atualmente disponíveis para aplicação de herbicidas são:
pulverizador costal, o eletroherb o autopropelido
Módulo 3 – Controle de Pragas e Doenças
125
o pulverizador mecanizado 
montado ou acoplado aos 3 pontos e o mecanizado de arraste
Sistemas de aplicação
Em relação aos sistemas de aplicação, dois merecem observações:
Sistema de barra protegida
A importância desse sistema se dá 
porque o uso de glifosato ainda é muito 
grande na cultura do eucalipto e os 
problemas decorrentes de sua deriva 
são bastante sérios.
Sistema eletroherb
Tem funcionado bem em áreas não declivosas, matando as 
plantas daninhas via mecanismo de choque de alta voltagem 
que atinge o sistema radicular, alterando a fisiologia da 
planta de forma irreversível e fazendo com que ela perca 
a capacidade de absorver água, oxigênio e nutrientes. O 
eletroherb passa a ser, em um futuro próximo, uma excelente 
opção dentro do conceito de silvicultura de boas práticas. Se 
adaptado à plantação de eucalipto, será um grande avanço, 
tanto para os plantios puros quanto para os agroflorestais.
Módulo 3 – Controle de Pragas e Doenças
126
Aula 4: 
Incêndio 
Florestal 
Não importa onde seu plantio esteja implantado. Os cuidados com os 
incêndios florestais são importantíssimos. No Cerrado, o clima associado à 
vegetação faz com que a preocupação com o fogo passe a ser ainda mais 
intensa.
Os incêndios são responsáveis por grandes perdas na 
biodiversidade e também, em alguns casos, por sérios 
prejuízos para a sociedade.
Cuidado 
Ambiental
Cuidado 
Ambiental
Principais causas de incêndios 
florestais
Existem inúmeras causas de incêndios florestais, entre as quais destacam-
se: queimadas, uso de fogueiras em áreas de lazer, linhas de alta tensão, 
descargas elétricas naturais, atividades econômicas geradoras de faíscas, 
negligência de fumantes, além de incêndios intencionais ou aqueles 
provocados por outras causas, que não serão tratadas neste curso. Há um 
curso do Senar específico sobre Incêndios Florestais.
Módulo 3 – Controle de Pragas e Doenças
127
Classificação dos combustíveis 
florestais
É importante que o produtor saiba que há níveis diferentes de perigo 
quando se trata de combustíveis florestais:
• Combustíveis perigosos: têm grande capacidade de perda de umidade 
e necessitam de uma temperatura menor para queimar. São materiais 
secos e de rápida combustão.
• Combustíveis semiperigosos: como tocos, galhos e ramos mais 
grossos, turfa e húmus. Apesar de queimarem mais lentamente do que 
os perigosos, podem assegurar o avanço do fogo lento e a conservação 
latente da combustão.
• Combustíveis verdes: são materiais vivos com umidade alta e menos 
inflamáveis.
Classificação das formas de incêndio 
florestal
A classificação mais aceita separa os incêndios florestais em três grupos: 
incêndios de solo, incêndios superficiais e incêndios de copas.
A maioria dos incêndios florestais inicia-se 
como superficial.
E assim concluímos os estudos do Módulo 3. Vá até o AVA para realizar a 
atividade de aprendizagem obrigatória e liberar o acesso ao último módulo 
do curso!
Módulo 3 – Controle de Pragas e Doenças
128
Atividade de 
aprendizagem
As atividades aqui na apostila servem apenas para você ler 
e respondê-las com mais tranquilidade.
Entretanto, você deverá acessar o AVA e responder lá as 
questões. Você terá duas tentativas para responder cada 
questão e só desbloqueará o próximo módulo depois que:
1. acertar as questões; ou
2. usar todas as suas tentativas.
Questão 1
Um silvicultor plantou 100 hectares de eucalipto em sua propriedade, 
localizada em área de Cerrado de Minas Gerais. Buscando proteger a 
floresta do ataque de formigas cortadeiras e seguindo as recomendações 
técnicas, o silvicultor tomou algumas decisões. É correto afirmar:
a) O silvicultor utilizou iscas formicidas, que são eficientes no controle 
de formigueiros de todos os portes, pois não dependem das 
condições climáticas.
b) O silvicultor começou o combate aos formigueiros dois meses antes 
do plantio e realizou um novo controle 15 dias antes do preparo do 
solo, englobando, além da área do plantio, o seu entorno.
Chegou o momento de verificar sua compreensão dos conceitos 
apresentados até aqui.
Módulo 3 – Controle de Pragas e Doenças
129
c) O silvicultor aplicou as iscas formicidas dentro do olheiro e sobre o 
carreiro, pois, dessa forma, as formigas carregam a isca para dentro 
do formigueiro visando desobstruir o canal e limpar a trilha.
d) O silvicultor aplicou as iscas formicidas em um dia chuvoso, 
colocando próximo da entrada (10-15 cm) de olheiros isolados e 
murunduns, ao lado de carreiros ativos.
Questão 2
A aplicação de herbicida é uma atividade que exige elevada qualidade 
técnica, principalmente se o herbicida é um pré-emergente. Um silvicultor 
deseja implantar 100 hectares de eucalipto em sua propriedade, localizada 
em área de Cerrado de Minas Gerais, em uma área que possuía pastagem 
degradada e foi realizada aração e gradagem. O silvicultor, então, procurou 
o auxílio de um técnico para garantir a boa indicação e aplicação de um 
herbicida pré-emergente. Você, como técnico, recomendaria:
a) 60 dias após a aplicação do herbicida pré-emergente, realizar um 
repasse para cobrir falhas.
b) Diminuir o volume indicado para o espalhante, pois dessa maneira 
consegue-se diminuir custos de implantação.
c) O herbicida pré-emergente deverá ser registrado no sistema Agrofit 
do MAPA para a cultura do eucalipto.
d) Evitar aplicação em dias chuvosos.

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