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Oliveira, Ribeiro e Saturno, 2018


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FATEC BAIXADA SANTISTA – RUBENS LARA 
Os desafios na gestão e desenvolvimento tecnológico da competitividade e inovação 
 
 www.citeg.com.br 
CITEG Congresso Internacional de Tecnologia e Gestão 
06 à 07 de dezembro de 2018 – Santos - SP 
 
A PRODUÇÃO E MERCADO FRUTÍFERO BRASILEIRO: PROBLEMAS E 
SOLUÇÕES 
 
Erika de Almeida Oliveira (FATEC BAIXADA SANTISTA – Rubens Lara) 
erikaa_almeida@hotmail.com 
Gabriel Teodoro Ribeiro (FATEC BAIXADA SANTISTA – Rubens Lara) 
gabrieltribeiro08@gmail.com 
Tuany Ribeiro Saturno (FATEC BAIXADA SANTISTA – Rubens Lara) 
tuany.satt@hotmail.com 
 
RESUMO 
 
De acordo com a Embrapa (2016), o Brasil é o 3º maior produtor de frutas do 
mundo, produzindo 45 milhões de toneladas anualmente e disponibilizando 65% 
de sua produção ao mercado interno, e o restante para a exportação, sendo o 
Estado de São Paulo o maior contribuinte para este índice, com um total 
produzido 32% sobre toda a produção do país. Pelo fato de tratar-se de um 
transporte de cargas perecíveis, o cuidado necessita ser ainda maior, pois há um 
prazo inferior se comparado à outros tipos de mercadorias, gerando assim uma 
maior atenção de quem está ligado diretamente ao transporte do produto. Devido 
ao desperdício anual que ocorre em relação ao mau manuseio junto a ausência 
de infraestrutura necessária, um melhor fluxo de gerenciamento relacionado aos 
meios logísticos torna-se viável em virtude dos fatores econômicos presentes em 
qualquer tipo de transação, além da capacitação de especialistas no setor de 
fruticultura. O presente artigo tem o propósito de apresentar informações sobre 
como funciona a cadeia produtiva e também ilustrar o comércio nacional e 
internacional de frutas frescas, com o objetivo de informar problemas que 
ocorrem atualmente no setor escolhido para pesquisa, além de apresentar 
possíveis soluções para as determinadas falhas presentes no âmbito e também 
dados sobre consumo. 
 
PALAVRAS-CHAVE: Comércio. Desperdício. Produção. 
 
ABSTRACT 
 
According to Embrapa (2016), Brazil is the 3rd largest fruit producer in the world, 
producing 45 million tons annually and making 65% of its production available to 
the domestic market, and the rest for export, being the State of São Paulo the 
largest contributor to this index, with a total produced 32% over the whole 
production in the country. Knowing it is a transport of perishable load, the care 
needs to be even greater, because there is a shorter time compared to other 
types of goods, thus generating a greater attention of who is directly connected 
to the transportation of the product. Due to the annual waste that occurs in 
relation to the bad handling along with the lack of necessary infrastructure, a 
better flow of management related to the logistic means becomes feasible due to 
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the economic factors present in any type of transaction, besides the training of 
specialists in the sector of fruit growing. The purpose of this article is to present 
information about how the production chain works and also to illustrate how the 
national and international trade of fresh fruit works, with the objective of informing 
the problems that currently occur in the sector chosen for research, as well as 
presenting possible solutions for certain failures present in the scope and also 
data on consumption. 
 
Key words: Production. Trade. Waste. 
 
 
 INTRODUÇÃO 
 
O Brasil é um país favorecido por sua diversidade climática, o que 
proporciona o cultivo de variadas frutas, representando um papel importante 
para a alimentação e na questão social e econômica. No final da década de 
1990, o Brasil deixou ser apenas um dos maiores importadores e passou a ser 
um dos principais exportadores mundiais. Atualmente, de acordo com a 
Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA, 2015), o Brasil é o 
terceiro no ranking de maior produtor de frutas, atrás somente da China e Índia. 
Um relatório publicado pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação 
e Agricultura (FAO, 2017), relata que em média um bilhão de toneladas de 
alimento produzido mundialmente são desperdiçadas todos os anos. Em relação 
às frutas, ao curso da cadeia produtiva, o mal manuseio e a ausência de 
infraestrutura adequada é o maior motivo dessa perda. 
O objetivo da pesquisa é analisar a cadeia produtiva e a comercialização 
das frutas no país, destacando a alta produção e o consumo em diversos 
estados, analisando os problemas logísticos nas áreas produtoras no território 
nacional e os impactos na competitividade do mercado internacional. O método 
de pesquisa será fundamentado em revisão bibliográfica e análise de dados 
públicos, com objetivo exploratório e abordagem quantitativa e qualitativa. 
Por abordar mercadorias perecíveis, a cobrança de qualidade está 
associada à ampla eficiência operacional que permita colocar, no tempo e nas 
quantidades estabelecidas, volumes e suas diversas características 
preservadas, à disposição do consumidor final. Produtos que são 
comercializados sem qualquer transformação industrial, necessitam uma 
sofisticada logística de tratamento pós colheita, de transporte e de distribuição 
(WEISS, 2014). 
O país proporciona uma excelente localização em termos logísticos, 
comparado aos principais comércios importadores de frutas. Porém, esse 
benefício natural pode ser um ponto negativo caso não sejam resolvidas 
dificuldades logísticas, como a grande burocracia, os aeroportos e portos com 
baixa eficiência, os escassos investimentos em infraestrutura, o pequeno apoio 
governamental às exportações e a pouca experiência internacional dos 
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exportadores, problemas que em conjunto denomina-se de “Custo Brasil” 
(FLORES, 2007). 
 
1 EMBASAMENTO TEÓRICO 
 
 Frutas, em sua grande maioria, são enquadradas na categoria de cargas 
especiais, principalmente devido ao seu alto fator de perecibilidade e por sua 
fragilidade, dificultando o transporte e o armazenamento adequado para garantir 
suas propriedades físicas. Algumas delas não necessitam de um cuidado com 
relação à temperatura, como por exemplo a melancia, entretanto, as precauções 
com a movimentação continuam sendo importantes para evitar danos a 
mercadoria (GUIA DO TRC, 2014). 
Conforme (ABNT, TB-352, item 3.5.5) carga perecível é a carga composta 
por produto passível de deterioração ou composição que exige condições 
especiais de temperatura e/ou arejamento para manutenção de suas 
características orgânicas. O transporte desse tipo de carga deve seguir 
recomendações e normas descritas pela Portaria 15 de 7/11/91, do Centro de 
Vigilância Sanitária, a fim de evitar contaminações a multiplicação de bactérias 
presentes. Para isso, é crucial o controle da higiene, do tempo de transporte e 
da temperatura. A portaria recomenda alguns procedimentos como: a 
necessidade dos fornecedores possuírem o Certificado de Vistoria; a proibição 
de transportar no mesmo compartimento do produto perecível alguma 
substância que possa colocar em risco a integridade do alimento; o isolamento 
da cabine do condutor em relação a parte que contém a mercadoria; o veículo 
deve estar em boas condições de higiene e conservação, e se adequar ao tipo 
de alimento transportado. 
A respeito de cargas refrigeradas, a norma Técnica 14701 da ABNT é a 
responsável, estabelecendo padrões como a temperatura necessária de 4°C 
para o interior do veículo, com tolerância de até 7°C. Também é citado a 
exigência de um controlede temperatura com termômetros calibrados e de fácil 
compreensão. 
 
2 PRODUÇÃO NO BRASIL 
 
A produção de frutas brasileiras reúne diversas localizações indicadas 
para o plantio de frutas durante o ano. A produção chegou a 43,5 milhões de 
toneladas em 2017, abaixo das 43,8 milhões de toneladas do ano passado, 
segundo a Associação Brasileira dos Produtores Exportadores de Frutas e 
Derivados. Estima-se que a produção pode aumentar 5% em 2018, devido ao 
clima favorável (CNA, 2016). 
 Sendo assim, a quantidade total de frutas podendo alcançar 45,6 milhões 
de toneladas (ANUÁRIO DAS FRUTAS, 2017). 
 
 
 
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Gráfico 1: Produção e exportação de frutas frescas - 2009 a 2016 
 
Fonte: Secex, elaboração CNA - *estimativa (2016). 
 
Apesar da potencialidade do Brasil no ramo de fruticultura, a produção do 
país diminuiu nos últimos anos. Esse total é produzido pelas 22 frutíferas 
pesquisadas de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e 
Estatística. (IBGE, 2017) A área de colheita somou 2,523 milhões de hectares 
em 2016, com 2,2% de diminuição em relação ao ano antecedente. A 
Associação Brasileira dos Produtos Exportadores de Frutas e Derivados 
(ABRAFRUTAS, 2017) deduz que em média a produção nacional seja de 44 
milhões de toneladas ao decorrer do ano. Para alcançar esse resultado, a 
entidade avalia, além dos dados do IBGE, informações fornecidas pelos 
fruticultores exportadores. A área de cultivo é de 2 milhões de hectares. A 
fruticultura emprega em média 5 milhões de funcionários, 16% do total de vagas 
do agronegócio. “A cada hectare plantado, são gerados pelo menos dois 
empregos”, destaca Luiz Roberto Barcelos, presidente da ABRAFRUTAS, 2017. 
Em 2016, o valor bruto avaliado na produção dessas frutas foi em R$ 33,3 
bilhões com uma alta de 26%, no comparativo com o registrado no ano 
antecedente, aponta o IBGE. 
 
2.1 Produção por estado 
 
 Conforme os dados do IBGE, o estado de São Paulo é o mais importante 
produtor do país, representando aproximadamente 32% da produção nacional, 
seguido pela Bahia, Minas Gerais e Rio Grande do Sul. A tabela abaixo detalha 
o valor da produção e a área colhida nesses estados em relação ao país. 
 
Tabela 1: principais estados produtores de frutas do Brasil – 2016 
ESTADO ÁREA COLHIDA (HA) VALOR DA PRODUÇÃO EM MIL REAIS 
São Paulo 540.623 10.295.775 
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Bahia 308.913 4.062.515 
Minas Gerais 125.636 2.987.956 
Rio G. do Sul 148.928 2.455.576 
BRASIL 1.951.994 33.045.278 
Fonte: IBGE – SIDRA (2016). 
 
Do total de R$ 10,295 bilhões que São Paulo obteve, a laranja representa 
cerca de 59,2% da fruticultura paulista seguida pela banana (13,8%) e o limão 
(8,4%). Na Bahia, as frutas em destaque foram a banana (34,8%), mamão (16,2) 
e maracujá (9,3%). As mais ofertadas pelos mineiros foram novamente a banana 
(41%), laranja (18,8%) e abacaxi (12%). Maçã, uva e laranja participaram com 
28,8%, 26,3% e 9,3%, respectivamente, do valor em Rio Grande do Sul. 
 
2.2 Consumo interno e custo da produção 
 
O Brasil é o terceiro maior produtor mundial de frutas, com 
aproximadamente 45 milhões de toneladas ao ano, cujos 65% são destinadas 
ao consumo interno e 35% ao mercado global (EMBRAPA, 2016). 
O comércio de frutas nas fundamentais Centrais de Abastecimento 
(CEASA) do país aumentou em 2017, apesar do valor não ter proporcionalidade 
indicando preços menores. As frutas comercializadas somaram 4,816 milhões 
de toneladas, com um aumento de 447,440 mil toneladas em relação ao volume 
negociado em 2016. Em valores, o resultado das vendas nos CEASAS chegou 
a R$ 12,894 bilhões em 2017, com acréscimo de R$ 171,770 milhões. Os dados 
são baseados pelo Programa Brasileiro de Modernização do Mercado de 
Hortigranjeiro (PROHORT), da Companhia Nacional de Abastecimento 
(CONAB). A base de dados PROHORT/CONAB é avaliada a maior e de máximo 
alcance no país, recebendo as informações de um total de 117 variedades de 
frutas, de diferentes regiões por todo Brasil. 
 
2.3 Problemas na cadeia produtiva de frutas frescas 
 
Na etapa de produção e pré-colheita, um dos fatores de grande influência 
no resultado são as condições climáticas, por isso, deve-se observar 
atentamente a temperatura, umidade relativa do ar, vento e precipitação. Por 
serem fatores climáticos, é difícil prevê-los, mas com a utilização de 
equipamentos apropriados é possível gerenciar e planejar as ações que serão 
realizadas dia após dia. Na fase de produção também são de extrema 
importância as práticas adequadas que tem como base a eliminação de todo o 
risco de contaminação microbiológica e no uso certo de fertilizantes e produtos 
químicos. A falta de higiene das pessoas que manipulam os produtos, dos 
equipamentos e o uso de uma possível água contaminada podem contribuir para 
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o aumento de micro-organismos patogênicos. O uso indiscriminado de 
agrotóxico sem corresponder ao momento de carência, pode originar a presença 
de resíduos químicos em concentração excedente ao permitido, proporcionando 
assim risco ao consumidor (WEISS, 2014). 
De acordo com a Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São 
Paulo, a colheita é o rompimento do fruto com a planta mãe, após a colheita o 
fruto não irá absorver nutrientes e água. Portanto, a propriedade do produto foi 
feita até esse momento e os cuidados na pós colheita só irão conseguir manter 
a qualidade que vem do campo. 
 
“As frutas e hortaliças frescas continuam vivas depois da colheita: 
respiram, perdem água, brilho, frescor, amadurecem e envelhecem. 
São muito sensíveis e o manuseio brusco, batidas e cortes irão 
acelerar o seu envelhecimento e vão permitir o desenvolvimento de 
micro-organismos oportunistas.” (CEAGESP, 2009) 
 
A escolha do ponto exato da colheita é um fator decisivo para a qualidade 
do fruto e consequentemente para uma boa comercialização. Se forem colhidos 
após o tempo de maturidade hortícola ou amadurecimento fisiológico, os 
produtos não irão resistir ao transporte e isso irá impossibilitar que o mesmo 
chegue no consumidor final. Caso sejam colhidos antes do amadurecimento 
necessário, esses produtos não terão as características adequadas e 
desejáveis, fazendo com que o consumidor fique insatisfeito. Se os produtos 
forem destinados à exportação, há uma necessidade de conhecer melhor a 
época de colheita destes, pois na exportação os controles de qualidade são mais 
rígidos e é necessário, por exemplo um certificado fitossanitário onde será 
confirmado que não existe risco de doença ou praga naquele produto. 
(PEREIRA, 2017). 
Fatores tanto na produção quanto na pós-colheita, influenciam de forma 
direta as perdas fisiológicas. Os sintomas principais para identificar se um fruto 
não foi devidamente tratado são: amaciamento, presença de tecido esponjoso, 
colapso interno da polpa, descolorações, etc. Temperaturas muito baixas podem 
causar manchas aparentes, descolorações internas, aumentando a 
suscetibilidade à degradação de alguns produtos, sendo acompanhadas por 
mudanças bioquímicas indesejáveis. Outras desordens, tais como bitter pit e 
escaldadura, são grandemente influenciadas por fatores de pré-colheita 
(PEREIRA, 2017). 
 
2.4 Exportação 
 
Apesar da produção de frutasno Brasil ser referência em nível global, as 
exportações não se destacam o suficiente no mercado internacional, ocupando 
o 23° lugar na posição de maiores exportadores. Os estados de São Paulo e 
Bahia também aparecem entre os que mais exportam frutas, porém não são os 
de maior expressividade. A região do Nordeste é a maior exportadora do país, 
seguida pelo Sudeste. 
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Tabela 2: principais regiões e estados exportadores de frutas – 2017 
 
ESTADOS/REGIÕES VALOR(US$) PESO(KG) 
Nordeste 669.673.308 599.310.058 
Rio Grande do Norte 179.550.550 236.500.159 
Ceará 170.266.896 107.926.431 
Sudeste 176.188.892 158.680.190 
São Paulo 148.112.894 135.642.056 
TOTAL 946.792.837 878.400.805 
Fonte: Agrostat/Mapa (2018). 
 
De acordo com o sistema Agrostat, do Ministério da Agricultura, Pecuária 
e Abastecimento (MAPA), a fruticultura do nordeste exportou aproximadamente 
600 mil toneladas de frutas em 2017, de um total de 878,4 mil toneladas. O 
restante foi embarcado pela região Sudeste (158,6 mil toneladas) Sul (102,8 mil 
toneladas) e Norte (14,1 mil toneladas). Dos estados nordestinos, os que 
apresentaram maior importância em relação a valor de exportação foram o Rio 
Grande do Norte e o Ceará, somando 346,4 milhões de dólares. Com relação a 
quantidade embarcada, São Paulo se eleva a segunda colocação, com 148,1 mil 
toneladas, superando o Ceará (170,2 mil toneladas). No Sul, Santa Catarina e 
Rio Grande do Sul embarcaram 59,3 e 41,2 mil toneladas, respectivamente. E 
no Norte, foram Amapá (5,2 mil toneladas) e Pará (4,8 mil toneladas). 
No ano de 2017, as frutas frescas que lideraram o ranking de exportação 
renderam US$ 947 milhões, contra US$ 654 milhões do ano antecedente. Foram 
exportadas 878 mil toneladas de frutas, um acréscimo de 760 mil toneladas em 
relação a 2016. O melão foi o fruto brasileiro mais exportados, com 233 mil 
toneladas. Os principais destinos das frutas frescas brasileiras foram Holanda, 
com mais de um terço do valor e do volume total (respectivamente 33,12% e 
37,23%); Reino Unido (14,32% do valor e 16,31% do volume); e Estados Unidos 
(13,43% e 6,39%). A lista dos dez maiores importadores de frutas brasileiras no 
último ano completa-se com Espanha, Portugal, Argentina, Alemanha, Canadá, 
Uruguai e França (EMBRAPA, 2018). 
Essa produção é escoada principalmente pelo modal rodoviário, 
predominante em nosso país, até os portos, que escoam para os diversos países 
importadores. Uma alternativa adotada por outros países exportadores de 
produtos perecíveis seria a utilização do modal aéreo, porém, o país não possui 
a estrutura suficiente para realizar esse transporte nem frigoríficos adequados 
em portos e aeroportos para estender a vida útil das frutas (FLORES, 2007). 
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Segundo Weiss (2014), o transporte predominante para carga 
refrigeradas no Brasil é o rodoviário. O mercado internacional tem exigências 
elevadas quanto às condições do produto, devido à fragilidade da mercadoria e 
da necessidade de refrigeração para garantir a qualidade. É crucial o controle e 
o monitoramento das rotas e a escolha certa entre os modais existentes para 
garantir a agilidade no transporte e o cuidado necessário para evitar danos e 
estragos durante o percurso. 
 
3 RESULTADOS E DISCUSSÕES 
 
Mesmo com o país em uma profunda crise econômica, a fruticultura 
progrediu na produção, no consumo, nas exportações e no controle de qualidade 
em 2017, de acordo com o economista Erick de Brito Farias, analista de mercado 
da Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB, 2017). Segundo ele, para 
estabelecer um mercado competitivo e alavancar a produtividade geral, os 
setores públicos e privados devem trabalhar em conjunto para evitar e solucionar 
possíveis obstáculos. Também cita a implantação de melhorias tecnológicas e 
modernas ao campo, investimentos em propaganda e publicidade para aumentar 
a comercialização, garantir um acesso ao crédito para pequenos e médios 
produtores e desburocratizar processos que impedem o desenvolvimento do 
setor (ANUÁRIO DAS FRUTAS, 2018). 
A pós-colheita é um ponto forte no desperdício de frutas. Segundo Waldir 
de Lemos, presidente da Câmara da Cadeia Produtiva de Hortaliças do 
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento "o transporte das frutas e 
hortaliças é um dos principais gargalos para a redução das perdas de alimentos 
no Brasil. Não há embalagens adequadas e economicamente viáveis para o 
produtor rural". 
O Brasil conta com ações contra desperdícios, em São Paulo por 
exemplo, temos o “Fruta Imperfeita”, já no estado do Rio de Janeiro o país conta 
com o projeto ONG Gastromotiva. Além disso, o Carrefour teve a iniciativa de 
ajudar com esse problema com o “Momento Desperdício Zero”, todos 
respectivamente com o mesmo objetivo: Diminuir a perda de alimento. 
Algumas propostas para abater essa situação englobam situações que 
deveriam ser realizadas desde a logística de distribuição, como por exemplo 
cuidados com armazenagem, equipamentos adequados de transportes, 
investimento em rodovias. Além disso, capacitação em manuseio, refrigeração e 
higienização. Estratégias de venda de alimentos imperfeitos, conscientização 
coletiva de consumidores, varejistas, feirantes e atacadistas através de 
estratégias de comunicação por meio de reestrutura do sistema educacional. 
Analisar e atualizar de tempos em tempos inventários de perdas e desperdícios, 
assim sendo criados métodos de avaliação com resultados que deram êxito ou 
não. 
 
3.1 Desperdício 
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Algumas pesquisas sobre a comercialização de frutas mostram volumes 
de perdas expressivos. Fatores como exposição da fruta e armazenagem, 
colaboram para a diminuição da qualidade e consequentemente o aumento das 
perdas. Alguns atos como o uso de refrigeração e exposição/reposição de forma 
adequada são indicados para a redução de perdas. Aborda-se então a 
necessidade de investimentos em infraestrutura e capacitação técnica para os 
encarregados do setor de frutas, com foco maior para o manuseio e o transporte 
(EMBRAPA, 2009). 
O país necessita de solução para reduzir as perdas pós-colheita, mas 
esse objetivo será somente alcançado se o Brasil investir no aprimoramento, na 
palatização da carga, no uso de embalagens certas e que respeitem as 
características do produto, no transporte e na armazenagem apropriados, em 
galpões de embalagem (packing house). Além das medidas acima serem 
aderidas, o uso da cadeia do frio é um método eficaz utilizado no prolongamento 
da vida útil de frutas frescas, que consiste na manipulação dos produtos em 
temperatura ideal, desde o packing house até a gôndola de supermercado 
(WEISS, 2014). 
Segundo Franco (2015), temos de eliminar a burocracia e a falta de 
precisão quando o assunto é gerenciamento. O monitoramento da temperatura 
e umidade permitem que se estenda a vida útil de produtos perecíveis, evitando 
assim perda de mercadoria e dinheiro. 
Porém, uma relevante quantidade dessa produção é desperdiçada em 
diversas etapas, desde a plantio até o importador. A Organização das Nações 
Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO, 2016) coloca o Brasil como um dos 
dez países que mais desperdiçam alimentos: quase 35% da nossaprodução 
agrícola, o que equivale a 10 milhões de toneladas de comida, vão literalmente 
para o lixo a cada ano. Além disso, 45% de todas as frutas e hortaliças que 
nascem são perdidas. 
 
Figura 1: Ilustração sobre o desperdício no Brasil 
 
 
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Fonte: FAO (2017). 
 
Segundo pesquisas realizadas pela FAO, o desperdício está presente em 
todas as etapas: 
 
• Produção – colheita imprópria, desastres climáticos, pragas/doenças 
• Pós colheita: amadurecimento, danos mecânicos, transporte, predadores 
• Manuseio inadequado (funcionários) embalagens impróprias, prazos de 
validade rigorosos, sistemas de reposição 
• Consumidor – cultura do consumismo, preferência por produtos de 
formado e cores específicos, armazenamento inadequado e desinteresse 
por sobras 
 
O maior desperdício ocorre na cozinha – sementes, cascas e raízes não 
reutilizados. O país é responsável por 182,5 kg de comida desperdiçadas por 
ano. Cada brasileiro gera 1 quilo de lixo/dia. Em 2013 o volume chegou a 46 
milhões de toneladas, das quais 58% lixo orgânico. 
 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
 De acordo com as informações apresentadas, a questão do desperdício 
é uma das que mais precisam ser estudadas analisando o alto índice de alimento 
que é destinado ao lixo (equivalente a 35% da produção agrícola nacional). Com 
o intuito de sanar esses tipos de problemas, as especializações dentre os 
profissionais que atuam no segmento se faz necessária em virtude do número 
de falhas ocorridas desde o processo da colheita até o transporte no destino 
final. O objetivo é reduzir ainda mais o desperdício do alimento. 
 Pode-se observar também, pelo fato das diferenças climáticas nas 
regiões, há a defasagem nas principais frutas produzidas nos Estados da Bahia 
e de São Paulo, influenciando diretamente na economia. Enquanto São Paulo 
contribui com 59,2% em relação à produção de laranja, de um total de R$ 10,295 
bilhões, a Bahia representa com 18,8% da mesma fruta, tendo sua principal 
produção a banana, com 34,2% deste mesmo total. 
Nota-se que a produção nacional de frutas é expressiva, porém a 
exportação não é tão equivalente ao que é produzido e acredita-se que a questão 
da não comparação se dá ao fato de o país não dispor de infraestrutura 
suficiente, ou seja, não tem capacidade de oferecer a oferta que a demanda 
necessita. Um maior investimento na cadeia logística se faz viável em relação 
às lacunas presentes. 
Embora ainda haja um percentual econômico alto comparado ao que o 
Brasil produz no mercado frutífero, alguns pontos necessitam de atenção, como 
as rodovias, que é a principal rota desses produtos, boa parte sofrem com a falta 
de estrutura que beneficie o transporte das frutas (buracos que causam a queda 
do produto do caminhão). Também há o fator da conscientização dos 
consumidores sobre a perda dos alimentos, além dos produtores também 
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investirem em todo cuidado possível durante a produção, pois dessa maneira, 
não só evita o desperdício, como colabora com o meio ambiente. 
 
REFERÊNCIAS 
 
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e do Chile. Disponível em: 
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Disponível em:< http://www.webartigos.com/artigos/a-perecibilidade-como-
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FATEC BAIXADA SANTISTA – RUBENS LARA 
Os desafios na gestão e desenvolvimento tecnológico da competitividade e inovação 
 
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CITEG Congresso Internacional de Tecnologia e Gestão 
06 à 07 de dezembro de 2018 – Santos - SP 
 
 
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