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DIREITO CONSTITUCIONAL
5 DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS
Os direitos fundamentais foram construídos ao longo da história da humanidade e continuam sendo, 
para que o direito se adapte a cada período e proteja os indivíduos nas suas necessidades próprias, em 
cada época. 
No início, os direitos fundamentais eram, basicamente, o direito de pessoa de se proteger dos abusos 
do Estado governado em caráter absolutista, sob comando de um rei que tudo podia porque a ele eram 
atribuídos poderes derivados de Deus. 
No período absolutista os soberanos eram detentores do direito de vida e morte sob a vida de seus 
súditos. O direito não era justo, porque favorecia apenas a nobreza, a propriedade era direito dos que 
fossem ligados ao rei, os julgamentos dos crimes não eram precedidos de defesa ampla do réu e, nesse 
quadro, muitas injustiças foram cometidas. 
Era necessário limitar o poder estatal e garantir aos indivíduos direitos que não pudessem 
ser desrespeitados pelo Estado, em especial os direitos fundamentais como a vida, a liberdade, o 
direito de expressão, de ir e vir, de não ser condenado sem um julgamento justo e com garantia 
de ampla defesa, de não ser perseguido e torturado, enfim, direitos elementares para a garantia da 
dignidade humana. 
Assim foram as chamadas revoluções burguesas ocorridas na Inglaterra (1688), nos Estados Unidos 
(1776) e na França (1789), decisivas para a implantação da ideia de proteção aos direitos fundamentais, 
que também são chamados de direitos humanos. 
Em 1689, após a deposição de Jaime II e a subida ao poder de Guilherme de Orange, a Inglaterra passa 
a viver em um contexto político em que os poderes de legislar são atribuídos ao Parlamento e, portanto, 
o monarca não tem mais poder absoluto. O instrumento que consagrou o direito do Parlamento legislar 
e a obrigação do Soberano de obedecer recebeu o nome de Bill of Rights. 
Fabio Konder Comparato ensina:
Embora não sendo uma declaração de direitos humanos, nos moldes das 
que viriam a ser aprovadas cem anos depois nos Estados Unidos e na França, 
o Bill of Rights criava, com a divisão de poderes, aquilo que a doutrina 
constitucionalista alemã do século XX viria denominar, sugestivamente, 
uma garantia institucional, isto é, uma forma de organização do Estado 
cuja função, em última análise, é proteger os direitos fundamentais da 
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pessoa humana. (...) o essencial do documento consistiu na instituição da 
separação de poderes, com a declaração de que o Parlamento é um órgão 
precipuamente encarregado de defender os súditos perante o Rei, e cujo 
funcionamento não pode, pois, ficar sujeito ao arbítrio deste. Ademais, o 
Bill of Rights veio a fortalecer a instituição do júri e a reafirmar alguns 
direitos fundamentais dos cidadãos, os quais são expressos até hoje, nos 
mesmos termos, pelas constituições modernas, como o direito de petição e 
a proibição de penas inusitadas ou cruéis. (cruel and unusual punishments) 
(COMPARATO, 2005, p. 90‑91)
O próximo passo histórico importante ocorreu com a Guerra de Independência dos Estados 
Unidos da América do Norte, quando as treze colônias até então britânicas se separam da Inglaterra 
para constituir um novo país. A independência norte‑americana foi marcada pela divulgação de 
uma Declaração que é reconhecida, até hoje, como o ato de fundação das democracias modernas, 
inspiradas na vontade popular e no respeito absoluto aos direitos das pessoas. 
Comparato afirma que:
A característica mais notável da Declaração de Independência dos Estados 
Unidos reside no fato de ser ela o primeiro documento a afirmar os princípios 
democráticos, na história política moderna. A própria ideia de publicar uma 
declaração das razões do ato de independência, por um “respeito devido às 
opiniões da humanidade”, constituiu uma novidade absoluta. Doravante 
juízes supremos dos atos políticos deixavam de ser os monarcas ou chefes 
religiosos e passavam a ser todos os homens, indiscriminadamente. Na 
verdade, a ideia de uma declaração à humanidade está intimamente 
ligada ao princípio da nova legitimidade política: a soberania popular. 
Uma nação só está legitimada a auto‑afirmar sua independência, porque 
o povo que a constitui detém o poder político supremo. (COMPARATO, Op. 
cit. , p. 101‑102)
Finalmente, em 1789, a França inaugura uma nova era de direitos no mundo, sob o império das 
palavras liberdade, igualdade e fraternidade. A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão de 
1789 é o fim da monarquia absoluta, dos privilégios feudais e o início de um novo tempo que a França 
pretendeu que fosse um projeto para todos os países do mundo. 
A afirmação da liberdade individual e o fim das desigualdades inspiraram os franceses e se 
constituíram no grande objetivo a ser alcançado pela nova forma de governo instaurada a partir 
da Revolução. 
Comparato enfatiza:
A Revolução Francesa desencadeou, em curto espaço de tempo, a supressão 
das desigualdades entre indivíduos e grupos sociais, como a humanidade 
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jamais experimentara até então. Na tríade famosa, foi sem dúvida a igualdade 
que representou o ponto central do movimento revolucionário. A liberdade, 
para os homens de 1789, limitava‑se praticamente à supressão de todas as 
peias sociais ligadas à existência de estamentos ou corporações de ofícios. E 
a fraternidade, como virtude cívica, seria o resultado necessário da abolição 
de todos os privilégios. Em pouco tempo, aliás, percebeu‑se que o espírito 
da Revolução Francesa era, muito mais, a supressão das desigualdades 
estamentais do que a consagração das liberdades individuais para todos. 
(COMPARATO, Op. cit. , p. 132)
No Brasil, as diversas constituições federais foram incorporando os direitos fundamentais em seus 
textos, mas é sem dúvida na Constituição Federal promulgada em 1988 que contemplamos o mais 
extenso rol de direitos e, em caráter não taxativo, ou seja, outros direitos poderão ser incorporados 
àqueles que já se encontram previstos na Constituição Federal. Os direitos especificados no artigo 5° são 
como uma lista que poderá ser acrescida todas as vezes que novos direitos tiverem que ser incorporados 
ao texto constitucional com o objetivo de garantir maior efetividade para a dignidade de cada brasileiro 
ou estrangeiro residente no país. 
A evolução dos direitos fundamentais não é novidade na história da humanidade. Tanto que os 
historiadores e os estudiosos dividem os direitos fundamentais em gerações ou dimensões, cada uma 
delas correspondente a uma fase histórica vivida pelo Homem. 
Os chamados direitos fundamentais ou direitos humanos de primeira geração ou dimensão são os 
direitos civis e políticos, ou seja, os quatro fundamentais: vida, liberdade, segurança e propriedade. 
Os direitos fundamentais ou humanos de segunda geração ou dimensão são os direitos 
sociais, econômicos e culturais, como o direito à proteção do trabalhador, da criança, da pessoa 
em idade avançada, à assistência social, à previdência social, à habitação, ao lazer, às práticas 
desportivas, entre outros. 
Os direitos fundamentais de terceira geração ou dimensão são os direitos transindividuais, ou 
seja, aqueles que atingem a coletividade como um todo e que encontram bases na fraternidade e na 
solidariedade. São o direito a meio ambiente saudável e preservado, os direitos dos consumidores,os 
direitos da preservação da personalidade e da privacidade, entre outros. 
Existem estudiosos que apontam para a existência de direitos de quarta e quinta geração ou 
dimensão, mas isso não é ponto pacífico entre todos os que se dedicam ao estudo do tema. 
Os direitos de quarta geração ou dimensão são os relacionados à manipulação genética, a 
biotecnologia e à bioengenharia, sabido que dependendo da destinação dada às pesquisas e seus 
resultados, o homem poderá ser fortemente afetado em seus direitos fundamentais. 
Os direitos de quinta geração ou dimensão são os relacionados com as ameaças resultantes 
do desenvolvimento cibernético, da formação da rede mundial de comunicação por computadores 
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que, se por um lado, permitiu uma amplitude de acesso a informações que o mundo até então não 
havia conhecido, por outro lado, fragilizou ainda mais a preservação dos direitos fundamentais, com 
o surgimento dos crimes de internet, das perseguições contra pessoas, grupos sociais, difusão de 
preconceitos e ataques a gêneros, religiões, orientações sexuais, preferências políticas, entre outros 
mecanismos de divulgação do preconceito e do sectarismo que preocupam a humanidade e atingem 
os direitos fundamentais. 
Os direitos fundamentais apresentam as seguintes características:
• Universalidade – são destinados a todos os seres humanos, sem distinção. 
• Historicidade – não são imutáveis, são resultado de um processo histórico de transformação 
que permite que cada época tenha suas próprias preocupações em relação à proteção das 
pessoas. 
• Indisponibilidade – são direitos inalienáveis, a pessoa não pode dispor deles como pode dispor 
de seus direitos patrimoniais, por exemplo. 
• Constitucionalização – estão consagrados nas constituições de cada país que os adota, em textos 
que por serem constitucionais tem superioridade sobre todos os demais textos legais do país. 
• Limitabilidade – um direito fundamental nunca é absoluto, porque poderá ser relativizado 
quando estiver em conflito com outro direito fundamental. Nesse caso, o objetivo a ser atingido 
é que os direitos sejam relativizados para se harmonizarem, garantindo a cada pessoa que 
exercite o máximo de seu direito fundamental. 
• Imprescritibilidade – os direitos fundamentais não se perdem pelo não uso. 
• Concorrência – os direitos fundamentais podem ser acumulados. 
Na Constituição Federal brasileira de 1988 os direitos fundamentais estão divididos em grupos:
• Direitos individuais – artigo 5°.
• Direitos coletivos.
• Direitos de nacionalidade – artigo 12.
• Direitos políticos – artigos 14 a 17.
• Direitos sociais – artigos 6° a 11.
• Direitos fundamentais do homem solidário – artigos 3°, 4°, inciso VI e 225. 
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No artigo 5°, caput (cabeça do artigo), está determinado que:
Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo‑se 
aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à 
vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade. 
O artigo 5° tem setenta e oito incisos e neles são tratados, respectivamente, os aspectos essenciais 
da proteção aos direitos fundamentais: vida, liberdade, igualdade, segurança e propriedade. 
• DIREITO À VIDA
Direito à vida consiste não apenas no direito de nascer como também no direito de viver, de subsistir. 
Assim, a vida está protegida desde o útero materno, embora ainda existam discussões científicas sobre 
o exato momento em que a vida tem início. 
O aborto é vedado na legislação brasileira penal e o direito civil protege os direitos do nascituro 
desde a concepção. 
O direito à vida impede que o Brasil adote a pena de morte, salvo em caso de guerra declarada, 
conforme determina o inciso XLVII, alínea A do artigo 5°. É também o direito à vida que fundamenta a 
antijuridicidade do suicídio. Induzir ou instigar alguém a suicidar‑se ou auxiliar alguém a fazê‑lo é crime 
previsto no Código Penal. 
O direito à vida abrange o direito à integridade física, ou seja, ninguém pode agredir a vida 
da pessoa por qualquer motivo ou por qualquer justificativa. É por isso que é vedada a tortura, 
o tratamento degradante, a lesão corporal, ou mesmo o constrangimento psicológico que afete a 
integridade de uma pessoa. 
• DIREITO À IGUALDADE
Princípio da igualdade ou da isonomia significa que todos são iguais perante a lei e devem ser 
tratados da mesma forma, com os mesmos direitos e deveres. 
Ensina Bruno César Lorencini:
Na ideia de igualdade insere‑se a aplicação do princípio da isonomia, 
consagrado na célebre definição aristotélica, disseminada por Ruy 
Barbosa, de tratar igualmente os iguais, e de forma desigual os desiguais. 
Tal princípio, tratado com maestria por Celso Antonio Bandeira de Mello 
(Conteúdo Jurídico do Princípio da Igualdade), consiste na possibilidade de 
se realizarem distinções na elaboração e aplicação da lei quando exista um 
fator de discrimen válido, isto é, quando o critério utilizado para a distinção 
tem sustentação constitucional e pertinência com os fins essenciais do 
Estado. (LORENCINI, Op. cit. , p. 120)
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As exceções ao princípio da igualdade poderão existir, mas deverão ser previstas na própria lei e 
sempre motivadas por um fundamento de direito, como a vulnerabilidade da criança, do adolescente e 
do idoso, que merecerão tratamento diferenciado e mais protetivo, em casos específicos. 
Assim, a desigualdade que a lei cria em benefício de uma maior proteção para o idoso, ou para a 
mulher gestante, ou para os portadores de necessidades especiais, se fundamenta no fato de que eles 
necessitam de cuidados especiais, diferenciados, compatíveis com sua situação e, nessa medida, isso não 
fere o princípio da igualdade ou da isonomia. 
O tema da igualdade e da fundamentação jurídica do tratamento desigual é relevante para a 
compreensão das políticas públicas denominadas ações afirmativas. 
Walber de Moura Agra nos ensina:
As ações afirmativas ou affirmative actions da doutrina norte‑americana são 
remédios processuais para amparar direitos dos hipossuficientes. Sua finalidade é 
concretizar a isonomia e fortalecer a democracia, impedindo que a maioria possa 
prejudicar direitos da minoria. O primeiro caso na doutrina americana ocorreu 
no julgamento de Brown vs. Board of Education, em 1954, que possibilitou aos 
negros estudarem nas escolas públicas juntamente com os estudantes brancos. 
Joaquim Barbosa Gomes3 assim define as ações afirmativas: “Atualmente, 
as ações afirmativas podem ser definidas como um conjunto de políticas 
públicas e privadas de caráter compulsório, facultativo ou voluntário, 
concebidas com vistas ao combate à discriminação racial, de gênero e de 
origem nacional, bem como para corrigir os efeitos presentes da discriminação 
praticada no passado, tendo por objetivo a concretização do ideal de efetiva 
igualdade de acesso a bens fundamentais como a educação e o emprego. 
Para André Ramos Tavares, elas compõem um grupo de institutos cujo 
objetivo precípuo é compensar, por meio de políticas públicas ou privadas, os 
séculos de discriminação a determinadas raças ou segmentos. ” (...) Para que 
haja respaldo jurídico para a criação de uma ação afirmativa é necessário 
que ela esteja imbuída pelo princípio da razoabilidade, impedindo que seja 
ensejadora de mais desigualdadesem uma sociedade já abundantemente 
desigual como a sociedade brasileira. Apenas há ensejo para sua criação 
quando circunstâncias fáticas propiciem a necessidade de minorar uma 
desigualdade social claramente existente na sociedade, nunca como um 
instrumento para promover determinadas classes ou grupos sociais. (AGRA, 
2008, p. 145‑147)
O debate em torno das ações afirmativas no Brasil, em especial sobre as cotas raciais, é recente e 
muitos daqueles que criticam a implementação das cotas raciais ou das cotas sociais (que são diferentes 
3 Ministro do Supremo Tribunal Federal, primeiro afrodescendente a ocupar este cargo no Brasil.
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das raciais) utilizam como argumento o princípio da isonomia, que estaria sendo descaracterizado. 
Esse argumento não é correto. O princípio da isonomia ou da igualdade permite que em certas e 
determinadas circunstâncias, algumas pessoas sejam tratadas de forma diferente de outras porque 
são mais vulneráveis, estão, em razão de situação histórica, econômica e social, em situação de maior 
risco para a realização plena de sua integridade como pessoa e, nessa medida, o Estado deve agir para 
reequilibrar a situação, ainda que isso signifique que, durante um certo espaço de tempo, algumas 
pessoas serão tratadas de forma diferente das outras. 
Por isso, é um equívoco atribuir às ações afirmativas um contexto de discriminação, porque o 
tratamento desigual para aqueles que têm necessidades desiguais é, em última forma, a efetividade da 
justiça em um mundo em que as pessoas, comprovadamente, são diferentes pelas mais diversas razões 
históricas, sociais, econômicas e culturais. 
• DIREITO À LIBERDADE
O direito à liberdade determina que o Homem é livre para se manifestar, para se locomover, para 
desenvolver suas crenças políticas e religiosas. Além disso, qualquer limitação a essa liberdade deverá 
estar expressamente prevista na Constituição Federal. 
Assim, o direito de liberdade está diretamente relacionado com o princípio da legalidade que está 
previsto no inciso II do artigo 5° da Constituição Federal brasileira, que determina que ninguém será 
obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei. 
Princípio da legalidade, como ensina Alexandre de Moraes, 
(...) visa combater o poder arbitrário do Estado. Só por meio das espécies 
normativas devidamente elaboradas conforme as regras de processo legislativo 
constitucional podem‑se criar obrigações para o indivíduo, pois são expressão 
da vontade geral. Com o primado soberano da lei, cessa o privilégio da vontade 
caprichosa do detentor do poder em benefício da lei. (MORAES, Op. cit. , p. 41)
O direito fundamental à liberdade contempla a liberdade de locomoção, prevista no artigo 5°, inciso 
XV da Constituição Federal brasileira de 1988: “É livre a locomoção no território nacional em tempo de 
paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele permanecer, entrar, ou dele sair com seus bens.”
Em tempos de guerra, o direito de locomoção poderá ser restringido em prol do interesse público. 
O direito fundamental à liberdade contempla também a liberdade de pensamento, conforme inciso IV 
do artigo 5°. É assegurado a todos o direito de manifestar livremente o pensamento, vedado o anonimato. 
Em outras palavras, toda e qualquer manifestação do pensamento deve ter um responsável, porque se 
por acaso a manifestação do pensamento ofender a integridade de outra pessoa, o responsável terá que 
responder por isso, inclusive indenizando os danos materiais e imateriais (morais) comprovadamente 
causados. É por meio da vedação ao anonimato que se garante que não sejam feitos ataques pessoais, 
visando apenas atingir a honra e a moral de uma pessoa. 
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Ressalta Lorencini:
O direito à livre manifestação do pensamento, assim como qualquer 
direito fundamental, não pode se encarado como uma garantia absoluta, 
conferindo ao indivíduo o direito de ofender quem quer que seja ou, pior, 
toda uma coletividade. (LORENCINI, Op. cit. , p. 123)
De fato, uma sociedade que se fundamenta no Estado Democrático de Direito não pode coexistir 
com uma liberdade de expressão que incentive o racismo, ou a intolerância religiosa, ou fomente o 
preconceito contra orientação sexual. 
A liberdade de expressão é direito para ser exercido por aqueles que tenham responsabilidade sobre 
o que expressam e que não pretendam infringir direitos com seus pensamentos. 
Na atualidade, o uso intensivo das redes sociais tem propiciado manifestações de racismo, 
homofobia, entre outras que ferem os direitos fundamentais e, não raro, também se caracterizam 
como crime. Há um intenso debate sendo construído em torno da necessidade de responsabilizar 
aqueles que utilizam redes sociais para finalidade ilegal, inclusive na divulgação de notícias falsas 
(fake News), calúnias e mentiras. É preciso que os cidadãos brasileiros amadureçam para a necessidade 
do uso correto desse importante instrumento de comunicação que são as redes sociais.
A liberdade de expressão se completa com o direito de resposta, que será assegurado a todo aquele 
que comprovadamente houver sido vítima de ataque moral infundado. O direito de resposta será 
concedido pelo Poder Judiciário e será exercido no mesmo órgão de imprensa em que a pessoa foi 
atacada pela expressão do pensamento de outro. 
O direito à liberdade prevê, ainda, a liberdade de consciência e crença, ou seja, o livre exercício 
de cultos religiosos, a liberdade de crença ou de religião, previstas no inciso VI do artigo 5° da 
Constituição Federal. 
O Estado brasileiro é laico, ou seja, há total separação entre a esfera estatal e a religiosa, por isso 
não há uma religião oficial do Estado. Pelo mesmo motivo está garantida a ampla liberdade religiosa, 
podendo cada brasileiro optar livremente pela religião ou crença que quiser. 
Esse direito alcança também a liberdade de opção política ou filosófica, reservando a cada brasileiro 
o direito de adotar a orientação política ou filosófica que melhor lhe convier, sem qualquer impedimento 
para suas práticas, ressalvadas apenas as limitações decorrentes da própria lei. 
Também está contemplado na liberdade de expressão o direito de se expressar livremente por meio 
de atividade intelectual, artística, científica ou de comunicação, conforme inciso IX da Constituição 
Federal de 1988. 
Esse dispositivo impede a censura por parte do Estado. 
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José Afonso da Silva afirma:
As manifestações intelectuais, artísticas e científicas são formas de difusão 
e manifestação do pensamento, tomado esse termo em sentido abrangente 
dos sentimentos e dos conhecimentos intelectuais, conceptuais e intuitivos. 
A atividade intelectual é genérica. (...) A atividade intelectual é especialmente 
vinculada ao conhecimento conceptual que abrange a produção científica 
e filosófica. Esta, como todas as manifestações artísticas, está protegida 
pela liberdade de que estamos nos ocupando. Todos podem produzir obras 
intelectuais, científicas ou filosóficas, e divulgá‑las, sem censura e sem 
licença de quem quer que seja. (SILVA, 1999, p. 256)
A mesma liberdade se aplica à liberdade de informação, tanto de informar como de ser informado, 
ou seja, não há qualquer tipo de censura no país, ressalvado, contudo, que nenhum direito é ilimitado e 
por isso, quando comprovadamente a informaçãofor divulgada de modo a causar danos a outra pessoa, 
esses danos deverão ser indenizados. 
A Constituição Federal brasileira prevê, ainda, a liberdade de reunião, no inciso XVI do artigo 5°. Isso 
significa que todas as pessoas podem reunir‑se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, 
independentemente de autorização. As únicas exigências são no sentido de que a reunião não frustre 
outra convocada para o mesmo horário e local, para evitar qualquer tipo de conflito ou de distúrbio; e, 
que seja dado prévio conhecimento a autoridade competente, para que sejam garantidas as condições 
de segurança necessárias, tais como orientação da circulação de veículos, de pedestres, policiamento 
para evitar tumultos, entre outros aspectos fundamentais quando se trata de evento em local público. 
A liberdade de associação também integra o rol de liberdades constitucionais e está prevista 
no inciso XVII do artigo 5°: “Toda associação para fins lícitos será permitida, ficando expressamente 
vedada as de caráter paramilitar. ” A liberdade de associação pode ser exercida para ingresso ou para 
desligamento de uma dada associação, como um partido político, um clube esportivo, uma organização 
não‑governamental, ou qualquer outra. 
A liberdade constitucional alcança, ainda, o exercício de qualquer trabalho, conforme inciso XIII 
do artigo 5°. No Brasil, as pessoas são livres para exercer qualquer trabalho, ficando restringida essa 
liberdade apenas às condições técnicas e legais exigidas para cada profissão. Ninguém poderá ser médico 
sem ter cursado uma escola de graduação em Ciências médicas aprovada pelo Ministério da Educação 
e sem se inscrever no Conselho Federal de Medicina. Da mesma forma, ninguém poderá ser advogado 
sem haver cursado graduação em direito em escola aprovada junto ao Ministério da Educação e sem ser 
aprovado no exame da Ordem dos Advogados do Brasil. 
• DIREITO À PRIVACIDADE
O inciso X do artigo 5° da Constituição Federal estipula que são invioláveis a intimidade, a vida 
privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou 
moral decorrente de sua violação. 
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Com isso, pretende‑se proteger integralmente o cidadão seja no âmbito daquilo que constitui 
sua intimidade, como na proteção de sua imagem e dos valores que preserva para construção de sua 
personalidade. 
Como ensina Marcelo Novelino:
Os direitos da personalidade emanam da dignidade da pessoa humana. 
Como decorrência da autonomia da vontade e do respeito ao livre‑arbítrio, 
o direito à privacidade confere ao indivíduo a possibilidade de conduzir sua 
própria vida da maneira que julgar mais conveniente, sem intromissão da 
curiosidade alheia, desde que não viole a ordem pública, os bons costumes 
e o direito de terceiros. (NOVELINO, Op. cit. , p. 395‑396)
A violação do direito à privacidade sujeitará o causador a indenizar a vítima. Para isso, os danos 
deverão estar comprovados e o valor da indenização será fixado na proporção dos danos causados, de 
modo a evitar o enriquecimento sem causa. 
Os danos podem ser materiais ou morais. Os danos morais também devem ser comprovados e o 
valor da indenização será fixado pelo juiz, sempre com ponderação, para evitar o incentivo à chamada 
“indústria das indenizações”, que é prejudicial a toda a sociedade. 
O direito a privacidade inclui a inviolabilidade do domicílio, prevista no inciso XI do artigo 5°: 
Estabelece a Constituição Federal que “a casa é o asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo 
penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar 
socorro, ou durante o dia, por determinação judicial. ”
A palavra casa não se resume ao lugar onde o indivíduo exerce sua intimidade ou sua vida privada. 
Pode ser estendida para todo e qualquer lugar que o indivíduo ocupe com exclusividade, inclusive seu 
escritório, oficina, locais onde exerça sua atividade profissional. Pode incluir até mesmo o quarto de 
habitação (hotel ou pensão) em que o indivíduo esteja morando. 
As restrições legais são facilmente compreensíveis. A inviolabilidade do domicílio não prevalecerá se 
no local estiver ocorrendo um delito (por exemplo, quando o local é utilizado para fabricação de cocaína 
ou para guarda de armas ilegais), em caso de desastre (incêndio, explosão, alagamento ou deslizamento), 
ou, ainda, para prestar socorro a alguém que se encontre no interior da residência (vítima de infarte, 
de acidente doméstico, entre outros). Nesses casos, o local poderá ser ocupado por pessoas estranhas, 
porém, no sentido de tentar prestar auxílio ou coibir a prática de atos criminosos. 
A privacidade alcança ainda a correspondência, as comunicações telegráficas, de dados e de 
comunicações telefônicas, que também serão invioláveis, conforme determina o inciso XII do artigo 
5° da Constituição Federal. 
Este assunto tem sido tratado com especial destaque nos últimos anos, porque a tecnologia tem 
permitido maior facilidade para a escuta telefônica clandestina, para gravações não autorizadas de 
conversas telefônicas e para acesso a informações sigilosas. 
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DIREITO CONSTITUCIONAL
Novelino afirma:
O direito à privacidade impede a utilização de gravações feitas sem o 
conhecimento dos interlocutores ou sua divulgação sem o consentimento 
dos participantes. Por serem ilícitas, gravações realizadas clandestinamente 
não são admitidas como prova no processo, salvo quando justificáveis com 
base em outros princípios constitucionais consagrados, como no caso de 
uma gravação clandestina utilizada pelo réu, no processo penal, para provar 
sua inocência (direito de liberdade e garantia da ampla defesa). Também 
devem ser admitidas como prova gravações realizadas sem o conhecimento 
de um dos interlocutores quando há uma investida criminosa por parte 
deste, pois, feita em legítima defesa, a gravação possui uma excludente de 
antijuridicidade que a torna lícita. (NOVELINO, Op. cit. , p. 400‑401)
Assim, os agentes policiais, quando precisam gravar conversas telefônicas para as investigações de 
crimes, precisam pedir autorização para o Poder Judiciário, que, dependendo da relevância do assunto 
que está sendo investigado, poderá conceder a quebra do direito à privacidade, porém com fundamento 
no interesse público, uma vez que desvendar um crime e apontar seus autores é um interesse maior que 
o da privacidade. 
Os sigilos bancário e fiscal também são protegidos no âmbito da privacidade do indivíduo e somente 
ordem judicial ou manifestação de vontade poderão permitir que eles sejam violados. 
• DIREITO DE PROPRIEDADE
Nos incisos XXII a XXVII do artigo 5° da Constituição Federal estão previstos os aspectos fundamentais 
da proteção do direito de propriedade. 
A propriedade privada é, historicamente, causa fundamental de importantes conflitos sociais, 
econômicos, políticos e interpessoais. Por isso, o legislador constituinte se preocupou em estabelecer 
que a propriedade é um direito fundamental, porém tem limites que impedem seu exercício absoluto. A 
propriedade ficará limitada à sua função social. 
A expressão função social comporta interpretações diferentes, por se tratar de uma cláusula aberta. 
Walber de Moura Agra ensina:
O conceito de função social da propriedade tem sentido polissêmico, 
variando de acordo com os valores dominantes, tornando a propriedade 
conexa com o desenvolvimento da sociedade e expurgando o conceito 
individualista que o caracterizava. A especificação do conceito de função 
social da propriedadedeverá ser determinada por lei específica, o que a 
torna uma norma constitucional de eficácia contida, devendo uma lei 
infraconstitucional delimitar o seu sentido. (AGRA, Op. cit. , p. 169)
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Unidade III
Assim, uma lei de proteção ambiental poderá determinar que 20% das propriedades rurais de 
uma determinada área geográfica sejam preservadas em prol da manutenção da Mata Atlântica, 
ou seja, para atender o interesse público de preservação do meio ambiente. Outra lei poderá 
vedar a construção de indústrias em uma região próxima de rios importantes, evitando assim 
que acidentes possam causar poluição nesses mananciais de vital importância para aquela região 
do país. 
Essas são situações determinadas em lei que restringem o uso da propriedade privada, em benefício 
de sua função social, ou seja, visando resguardar o direito de todos, o interesse comum. 
Outra limitação significativa ao direito de propriedade ocorre quando são determinadas a 
desapropriação ou a requisição de bens. 
A desapropriação é a perda compulsória da propriedade para atender a uma necessidade ou utilidade 
pública. A desapropriação enseja o pagamento prévio e justo do valor do bem para o proprietário, de 
maneira a evitar seu prejuízo. 
A desapropriação só tem caráter punitivo quando é feita para fins de reforma agrária em terras 
improdutivas, que não estão cumprindo sua função social. Neste caso, a indenização será prévia e 
justa, porém paga em títulos da dívida agrária resgatáveis no prazo máximo de vinte anos, contados do 
segundo ano da sua emissão. 
Requisição de bens é o empréstimo da propriedade a entes estatais, em caso de eminente perigo 
público, autorizado por autoridade competente em casos de calamidade como inundações, terremotos, 
enchentes, deslizamentos de terra ou afins. 
Se, durante o período de requisição, ocorrerem danos ao bem, o proprietário terá direito a 
ser indenizado. 
A requisição é apenas um empréstimo, ainda que compulsório, porém com a garantia da devolução 
da propriedade ao seu legítimo dono tão logo se encerre a situação de calamidade que motivou 
a requisição. 
A Constituição Federal prevê, ainda, no artigo 243, a possibilidade de expropriação, que ocorrerá 
em terras de qualquer região do país onde sejam encontradas culturas ilegais de plantas psicotrópicas. 
Essas terras serão expropriadas ou confiscadas e destinadas a assentamentos de colonos que nelas 
deverão plantar alimentos ou medicamentos. 
• DIREITO À SEGURANÇA JURÍDICA
Segurança jurídica é a certeza que todos os cidadãos devem ter que as mudanças ocorridas na lei 
não prejudicarão seus direitos. 
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DIREITO CONSTITUCIONAL
Como ensina José Afonso da Silva:
Segurança jurídica consiste no conjunto de condições que tornam possível às 
pessoas o conhecimento antecipado e reflexivo das consequências diretas de 
seus atos e de seus fatos à luz da liberdade reconhecida. (SILVA, Op. cit. , p. 433)
Assim, a Constituição Federal protege o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada e, 
com essa proteção, garante segurança jurídica para os indivíduos. 
Ato jurídico perfeito é aquele que já foi consumado segundo a lei vigente ao tempo em que ele 
se efetuou. Se houver mudança, a nova lei não poderá alterar o ato que já estava consumado, que 
continuará vigorando em sua plenitude. 
Coisa julgada é a decisão judicial para a qual não caiba mais recurso e que, por isso, está consolidada 
e não pode ser alterada por nenhum ato do legislativo, do executivo ou do próprio judiciário. 
Direito adquirido é aquele que o seu titular – ou alguém por ele – possa exercer, e que também não 
pode ser alterado por lei nova ou por decisão judicial. 
Essas garantias é que dão aos indivíduos de uma dada sociedade a confiança na ordem jurídica e no 
judiciário. Sem essa confiança, a vida em sociedade é instável e a Constituição Federal não cumprirá seu 
papel fundamental de organizar a todos com objetivo de resguardar o interesse público e do bem comum. 
Também integram a segurança jurídica os princípios do devido processo legal e da garantia do 
contraditório e da ampla defesa, todos igualmente previstos no artigo 5° da Constituição Federal 
brasileira, no inciso LIV. 
Todos os indivíduos têm direito a um processo judicial que atenda rigorosamente às determinações 
previstas em lei, que dê a todos amplo direito de contradizer o que foi alegado e, principalmente, que 
garanta ampla possibilidade de defesa. 
Ensina Paulo Roberto de Figueiredo Dantas:
O princípio do contraditório, também denominado audiência bilateral, 
é aquele que faculta à parte, em um processo judicial ou mesmo 
administrativo, e aos acusados em geral a chance de se manifestarem sobre 
todas as alegações e documentos produzidos pela parte contrária. Decorre 
deste princípio a necessidade de concessão de igualdade de tratamento a 
ambas as partes de uma relação processual. 
O princípio da ampla defesa, a seu turno, é aquele que confere à parte, 
num processo, a possibilidade de trazer aos autos todas as suas alegações e 
provas que considerar úteis a sua plena defesa, à garantia de seus direitos. 
Como decorrência deste princípio, ao réu deve ser garantido o direito à 
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Unidade III
citação válida, à nomeação de um defensor, quando não puder pagar um 
advogado em processos criminais, e também à regular intimação para os 
atos processuais. (DANTAS, 2008, p. 136‑137)
É importante observar que, no Brasil, em razão de previsão da Constituição Federal, ninguém 
poderá ser julgado sem estar acompanhado de um advogado. Se o indivíduo não tiver posses 
para contratar um profissional de direito, o Estado terá que providenciar um advogado para 
defendê‑lo. Do contrário, o julgamento não será realizado. Além disso, todos nós temos direito 
de nos defender de forma ampla, utilizando todas as provas lícitas para conseguir demonstrar 
nossos direitos e nossos argumentos. 
É relevante destacar que, no inciso LVIII do artigo 5° da Constituição Federal, vigora o princípio da 
presunção de inocência, segundo o qual ninguém será considerado culpado até o trânsito em 
julgado da sentença penal condenatória. 
De acordo com esse princípio, a liberdade pessoal é um direito constitucionalmente protegido, até 
porque se trata de um fundamento essencial para a democracia. O Estado terá que provar a culpa do 
indivíduo, garantir que ele tenha direito ao exercício do contraditório e da ampla defesa, para só então 
poder punir com prisão o autor do crime. 
Essas garantias são fundamentais para que o Estado brasileiro seja, realmente, um Estado Democrático 
de Direito. 
 Saiba mais
Os direitos fundamentais são previstos na Declaração Universal dos 
Direitos do Homem. Consulte o site da ONU (Organização das Nações 
Unidas), http://onu.org.br/conheca‑a‑onu/documentos/, para conhecer um 
pouco mais sobre esse assunto. Também o site da UNESCO (Organização 
das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) dispõe de dados 
importantes sobre direitos humanos. O endereço do site é http://www.
unesco.org/new/pt/brasilia/social‑and‑human‑sciences/human‑rights/.
6 REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS
As determinações existentes na Constituição Federal brasileira precisam ser efetivamente garantidas, 
razão pela qual a própria Constituição prevê instrumentos por meio dos quais os direitos e garantias 
fundamentais sejam realizados. 
Eles são chamadosde remédios constitucionais porque atuam exatamente como um medicamento 
que cura situações que estão em desacordo com a Constituição Federal e que, exatamente por isso, 
devem ser modificadas por meio desses instrumentos. 
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DIREITO CONSTITUCIONAL
Os remédios constitucionais expressamente previstos na Constituição Federal brasileira de 1988 são:
• Habeas corpus – está previsto no artigo 5°, inciso LXVIII da Constituição Federal, e será concedido 
todas as vezes que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua 
liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder. Em tradução literal, habeas corpus 
significa “que tenhas o teu corpo”, ou seja, a garantia da liberdade, do direito de não ser preso. 
É uma garantia contra prisões ilegais ou abusivas, protege o indivíduo no seu direito de ir e vir 
ou permanecer, ou ainda, visa a proteção da liberdade física de locomoção. 
• Mandado de segurança individual – está previsto no inciso LXIX do artigo 5° da Constituição 
Federal brasileira e tem por objetivo proteger direito líquido e certo não amparado por 
habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder 
for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício das atribuições do Poder 
Público. É uma forma de proteção dos direitos subjetivos de cada indivíduo, sempre que 
eles estiverem ameaçados ou tenham sido realmente violados por uma autoridade pública 
ou por alguém que esteja no exercício de uma função dessa natureza. Direito líquido 
e certo é aquele que pode ser demonstrado de forma simples e fácil, com documentos 
que estarão junto à petição que for feita para interpor o mandado de segurança. Não há 
necessidade de outra prova. 
• Mandado de segurança coletivo – está previsto no inciso LXX do artigo 5° da Constituição 
Federal e pode ser impetrado por partido político com representação no Congresso Nacional 
e por organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em 
funcionamento há um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados. Ele pode 
ser utilizado nas mesmas hipóteses em que couber o mandado de segurança individual, ou seja, 
a proteção de direito líquido e certo não amparado por habeas corpus ou habeas data, quando 
a lesão de direito ou a ameaça for praticada por ação ou omissão de autoridade pública ou 
agente em exercício de atribuições do Poder Público. 
• Ação popular – está prevista no inciso LXXIII do artigo 5° da Constituição Federal brasileira, 
que determina que qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que 
vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, 
à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao seu patrimônio histórico e cultural, 
ficando o autor, salvo comprovada má‑fé, isento de pagar custas processuais e do ônus do 
pagamento dos honorários do advogado da parte contrária, caso venha a perder a ação 
(também chamado ônus da sucumbência). O principal objetivo desse instrumento é anular 
ou declarar nulo um ato praticado por autoridade pública que tenha lesado o patrimônio 
público, ou tenha atentado contra a moralidade pública, contra o meio ambiente ou 
contra o patrimônio histórico e cultural. Tem por objetivo combater a ilegalidade do ato. 
É um importante instrumento de participação popular, de prática de cidadania ativa ou de 
democracia participativa. 
• Habeas data – está previsto no inciso LXXII do artigo 5° da Constituição Federal brasileira. Foi 
criado para assegurar o direito de conhecer informações relativas à pessoa do impetrante, 
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existentes em registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter 
público; ou, para retificação de dados existentes nesses registros ou bancos de dados. Cabe 
impetração de habeas data para conhecer ou retificar informações de entidades públicas 
ou de entidades privadas, como o Serviço de Proteção ao Crédito ou o SERASA–Sistema de 
Proteção de Bancos. 
• Mandado de injunção – está previsto no inciso LXXI, do artigo 5° da Constituição 
Federal brasileira. Será concedido sempre que a falta de norma regulamentadora 
torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas 
inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania. Ainda não foi editada uma norma 
infraconstitucional reguladora do mandado de injunção, embora o Supremo Tribunal 
Federal já tenha reconhecido que é possível a proposição desse instrumento, mesmo sem 
a norma que o regulamente. O objetivo é que ele seja utilizado todas as vezes que o 
Poder Público for negligente ou omisso em relação às normas constitucionais de eficácia 
limitada (que não são autoexecutáveis), deixando de criá‑las e aprová‑las e, com isso, 
impedindo a efetividade da norma constitucional. 
 Resumo
Os direitos fundamentais foram construídos ao longo da história da 
humanidade e continuam sendo alterados para que possam atender às 
necessidades de cada período, sempre visando a proteger os indivíduos nas 
suas necessidades próprias em cada época. Tais direitos dividem‑se em: 
individuais, coletivos, nacionalidade e direitos e partidos políticos. 
Os estudiosos do direito fazem uma divisão dos direitos 
fundamentais em gerações ou dimensões, sendo que cada uma 
delas correspondente a uma fase histórica vivida pela humanidade, 
conforme visto a seguir:
• 1ª geração: busca as liberdades individuais e os direitos políticos, 
marca o fim do Estado autoritário e inicia o Estado de direito;
• 2ª geração: busca os direitos sociais e o bem comum;
• 3ª geração: busca a fraternidade entre as pessoas e também a paz;
• 4ª geração: visa a defender a própria dimensão do ser humano, 
preocupando‑se com a natureza humana.
Os direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata; sua eficácia 
pode ser horizontal, quando produz efeito entre pessoas particulares, ou vertical, 
quando os efeitos estão relacionados entre a pessoa particular e o Estado. Os 
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destinatários dos direitos individuais, expressos na Constituição Federal, são 
todos os brasileiros e os estrangeiros residentes no país, inclusive os turistas.
O direito à vida é considerado o mais fundamental de todos os direitos, 
uma vez que é considerado como um pré‑requisito para a existência dos 
demais, como a dignidade da pessoa humana, a igualdade e a propriedade. 
Nesse sentido, a Constituição Federal de 1988 veda o aborto, a eutanásia, a 
pena de morte e o induzimento e a instigação ao suicídio.
Os remédios constitucionais são instrumentos que a Constituição 
Federal colocou à disposição dos indivíduos e cidadãos visando a 
provocar a intervenção das autoridades competentes, com o objetivo 
de corrigir ou sanar as ilegalidades e o abuso de poder que possam estar 
trazendo prejuízo aos direitos e interesses individuais.
Recebem o nome de remédios constitucionais porque atuam 
exatamente como um medicamento que cura situações que estão em 
desacordo com a Constituição Federal. Os remédios constitucionais 
previstos na Constituição Federal de 1988 são:
• habeas corpus: a impetração deste remédio constitucional é cabível 
nos casos em que um direito de locomoção estiver ameaçado, 
resultante de abuso de poder ou de ilegalidade; 
• habeas data: trata‑se de um remédio constitucional cuja finalidade 
é assegurar o conhecimento deinformações relativas à pessoa 
do impetrante, constantes no registro ou nos bancos de dados de 
entidades governamentais ou de caráter público. Podem, também, 
servir para a retificação de dados, quando não se prefira fazer em 
processo sigiloso, judicial ou administrativo;
• mandado de segurança: trata‑se do meio constitucional posto à 
disposição de toda pessoa física ou jurídica para a proteção de direito 
líquido e certo não amparado por habeas corpus ou habeas data;
• direito à certidão: a Constituição de 1988 assegura o direito à 
certidão, desde que essas certidões administrativas sejam necessárias 
para a defesa de direitos e para esclarecimentos de situações, salvo 
nas hipóteses de sigilo;
• mandado de injunção: para a que se configure a necessidade da 
utilização do mandado de injunção, pressupõe‑se a existência de nexo 
causal entre a omissão normativa do poder público e a inviabilidade 
do exercício de direito, liberdade ou prerrogativa;
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• ação popular: trata‑se de uma forma de exercício de soberania 
popular permitida ao povo diretamente para que exerça a sua 
função de fiscalização. A ação popular pode ter finalidade 
preventiva, quando é ajuizada antes da consumação do fato, ou 
repressiva, ser for ajuizada com intuito de buscar o ressarcimento 
do dano causado.
 Exercícios
Questão 1. A Universidade Federal do Rio Grande do Sul, por meio de seu Departamento de 
Educação e Desenvolvimento Social, promove ações para fortalecer o debate sobre vários temas de 
enorme importância para a sociedade brasileira, inclusive as ações afirmativas que por vezes são mal 
compreendidas e fortemente criticadas.
Disponível em: <http://brunortiz.blogspot.com.br/2010/09/acoes‑afirmativas‑o‑ensino‑e‑as‑cotas.html>. 
Acesso em: 23 de abr. 2018.
Assinale a alternativa correta:
A) Ações afirmativas são aqueles que protegem alguns cidadãos mais do que outros, o que nem 
sempre é uma prática justa em sociedade.
B) Ações afirmativas são as cotas raciais criadas para ingresso de negros nas universidades públicas.
C) Ações afirmativas são as atitudes da sociedade brasileira em prol do reconhecimento de que 
em determinadas circunstâncias algumas pessoas precisam ser tratadas de forma diferente, em 
respeito ao princípio da isonomia, por se encontrarem em situação de vulnerabilidade histórica, 
econômica ou social.
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D) Ações afirmativas são práticas que se encontram em um contexto de proteção aos vulneráveis e 
que encontram nas cotas sociais e raciais sua melhor materialização, de forma a facilitar o acesso 
que historicamente foi negado aos negros no ensino superior público.
E) Ações afirmativas ou protetivas são desnecessárias em um país como o Brasil em que as 
oportunidades de acesso social e econômico são múltiplas e podem atender a todos.
Resposta correta: alternativa C
Análise das alternativas
A) Alternativa incorreta.
Justificativa: o objetivo das ações afirmativas não é proteger uns mais dos que outros, mas igualar os 
que possuem diferenças históricas, culturais, econômicas e sociais, de forma que todos possam progredir 
em igualdade de condições. 
B) Alternativa incorreta.
Justificativa – Existem múltiplas e variadas formas de ações afirmativas, e a charge mostra 
isso com clareza. É preciso, por exemplo, ensinar médicos e professores a ministrarem suas 
aulas com exemplos que não sejam discriminatórios, o que, muitas vezes, acontece pelo uso 
reiterado ao longo do tempo e sem nenhuma intenção de discriminação. Todas as ações em prol 
do reconhecimento e do respeito à diversidade são ações afirmativas e devem ser praticadas na 
sociedade brasileira. 
C) Alternativa correta.
Justificativa: o Estado deve agir em consonância com o princípio da isonomia e da igualdade para 
que todos tenham oportunidades iguais na sociedade brasileira. Isso significa que, por vezes, competirá 
ao Estado agir de forma a superar desigualdades históricas, econômicas e sociais, por um período 
determinado de tempo, até que todos tenham condições de seguir com liberdade para a consecução de 
seus melhores objetivos.
D) Alternativa incorreta.
Justificativa: as cotas sociais ou raciais não são a única forma de práticas afirmativas e nem sempre 
serão as mais eficientes. O estudo socioeconômico e social é que determinará quais as melhores práticas 
para cada situação e por quanto tempo deverão ser realizadas.
E) Alternativa incorreta.
Justificativa: as ações afirmativas são necessárias e justas, em especial no Brasil, um país que 
historicamente tem nos negros, índios, mulheres, portadores de necessidades especiais, entre outros, 
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exemplos de pessoas vulneráveis que precisam de ações afirmativas para poderem seguir em igualdade 
de condições com os demais cidadãos.
Questão 2. Cláudio Faladimas é empregado em uma indústria de processamento de pescado em 
Aracajú, no Estado do Sergipe, e trabalha na área administrativa. Recentemente ele se envolveu em 
polêmica com outros colegas por enviar mensagens eletrônicas do computador da empresa, fazendo 
insinuações sobre a sexualidade deles. Os colegas ficaram revoltados, e a empresa promoveu uma 
sindicância interna que culminou com a demissão por justa causa de Cláudio, já que foram encontradas 
as mensagens eletrônicas que ele havia encaminhado para os colegas e elas, realmente, tinham um tom 
desrespeitoso. Ele ingressou na Justiça do Trabalho contra a decisão da empresa sob a alegação de que 
sua privacidade não havia sido respeitada porque seu computador havia sido verificado nas mensagens 
privadas, quando só poderia ter feito isso em relação às mensagens profissionais. O Tribunal decidiu que:
I – Cláudio não tinha razão, porque o computador da empresa não poderia ter sido utilizado para 
aquela finalidade, e, quanto ao fato de a empresa haver pesquisado todas as mensagens de sua caixa, 
não caracteriza invasão de privacidade, porque se trata de equipamento e tecnologia fornecidos pela 
empresa exclusivamente para utilização em assuntos profissionais.
II – Cláudio tinha razão, porque a Constituição Federal estabelece o direito fundamental à privacidade, 
aplicável à correspondência, às comunicações telegráficas de dados e telefônicas, sem referência a 
nenhuma causa de exceção, razão qual a empresa não poderia ter tido acesso a todas as mensagens do 
computador do empregado.
Assinale a alternativa correta.
A) I, apenas.
B) II, apenas.
C) I, porém com fundamento diverso no princípio da dignidade da pessoa humana.
D) II, porém com fundamento diverso no princípio da inviolabilidade constitucional.
E) I e II estão incorretas.
Resolução desta questão na plataforma.

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