Buscar

Direito Civil IV - 2° resumo

Prévia do material em texto

JOGO E APOSTA 
- conceito de jogo: comunhão de vontades, nesse caso a vitória neste contrato dependerá 
exclusivamente dos contraentes 
- conceito de aposta: comunhão de vontades, fator sorte definirá o vencedor do contrato. 
Dependerá de terceiros para ter êxitos 
----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 
Classificação 
- permitidos: são aqueles previstos no ordenamento jurídico 
- ilícitos: aqueles repelidos do ordenamento jurídico 
- tolerados: não são ilícitos, mas também não são permitidos (bingo) 
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 
Obrigação natural: uma divida que existe mas não é exigível. Caso haja o pagamento de divida 
prescrita, não pode pedir de volta a quantia, por ser uma obrigação inexigível. Ex: divida 
prescrita, jogos e apostas ilícitos e tolerados 
Obs: divida de jogo (baralho) contraída no exterior, se aplica a lei local 
------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 
TRANSAÇÃO 
- comunhão de vontades, um acordo 
- tem que haver concessões mútuas e pretensões resistidas (os dois ganham, os dois cedem) 
- precisa ter reflexo patrimonial 
- apenas direitos patrimoniais serão objeto de transação 
- pode ser judicial ou extrajudicial 
- a lei não exige forma para transação 
- é um contrato não solene 
- a transação só se anula por dolo, coação ou erro essencial quanto à pessoa ou coisa 
controversa 
---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 
CONTRATO DE CORRETAGEM 
- comunhão de vontades com reflexo patrimonial 
- bilateral e oneroso 
- na corretagem não pode haver dependência 
- Art. 722. Pelo contrato de corretagem, uma pessoa, não ligada a outra em virtude de 
mandato, de prestação de serviços ou por qualquer relação de dependência, obriga-se a obter 
para a segunda um ou mais negócios, conforme as instruções recebidas. 
- o corretor é apenas um intermediário, não é vinculado 
- o próprio código afirma que o contrato de corretagem tem caráter subsidiário 
- Art. 729. Os preceitos sobre corretagem constantes deste Código não excluem a aplicação de 
outras normas da legislação especial. 
- Art 3º Compete ao Corretor de Imóveis exercer a intermediação na compra, venda, 
permuta e locação de imóveis, podendo, ainda, opinar quanto à comercialização 
imobiliária. 
- Art. 723. O corretor é obrigado a executar a mediação com diligência e prudência, e a prestar 
ao cliente, espontaneamente, todas as informações sobre o andamento do negócio. 
- Parágrafo único. Sob pena de responder por perdas e danos, o corretor prestará ao cliente 
todos os esclarecimentos acerca da segurança ou do risco do negócio, das alterações de 
valores e de outros fatores que possam influir nos resultados da incumbência 
- você só terá que dar comissão ao corretor quando este conseguir atingir o êxito 
-Art. 725. A remuneração é devida ao corretor uma vez que tenha conseguido o resultado 
previsto no contrato de mediação, ou ainda que este não se efetive em virtude de 
arrependimento das partes. 
- a corretagem também é um contrato aleatório, pois o corretor corre risco 
- o corretor tem obrigação de meio e obrigação de resultado 
- Art. 724. A remuneração do corretor, se não estiver fixada em lei, nem ajustada entre as 
partes, será arbitrada segundo a natureza do negócio e os usos locais. 
- Art. 727. Se, por não haver prazo determinado, o dono do negócio dispensar o corretor, e o 
negócio se realizar posteriormente, como fruto da sua mediação, a corretagem lhe será devida; 
igual solução se adotará se o negócio se realizar após a decorrência do prazo contratual, mas 
por efeito dos trabalhos do corretor. 
-Art. 728. Se o negócio se concluir com a intermediação de mais de um corretor, a 
remuneração será paga a todos em partes iguais, salvo ajuste em contrário. 
- Art. 726. Iniciado e concluído o negócio diretamente entre as partes, nenhuma remuneração 
será devida ao corretor; mas se, por escrito, for ajustada a corretagem com exclusividade, terá 
o corretor direito à remuneração integral, ainda que realizado o negócio sem a sua mediação, 
salvo se comprovada sua inércia ou ociosidade. 
 
ATOS UNILATERAIS 
Promessa de recompensa 
- Art. 854. Aquele que, por anúncios públicos, se comprometer a recompensar, ou gratificar, a 
quem preencha certa condição, ou desempenhe certo serviço, contrai obrigação de cumprir o 
prometido. 
- requisitos: publicidade, especificação da condição/serviço, indicação da recompensa, 
requisitos de validade 
- exigibilidade: 
Art. 855. Quem quer que, nos termos do artigo antecedente, fizer o serviço, ou satisfizer a 
condição, ainda que não pelo interesse da promessa, poderá exigir a recompensa estipulada. 
- revogação: 
Art. 856. Antes de prestado o serviço ou preenchida a condição, pode o promitente revogar a 
promessa, contanto que o faça com a mesma publicidade; se houver assinado prazo à 
execução da tarefa, entender-se-á que renuncia o arbítrio de retirar, durante ele, a oferta. 
- se for cumprida por mais de uma pessoa 
Art. 857. Se o ato contemplado na promessa for praticado por mais de um indivíduo, terá 
direito à recompensa o que primeiro o executou. 
Art. 858. Sendo simultânea a execução, a cada um tocará quinhão igual na recompensa; 
se esta não for divisível, conferir-se-á por sorteio, e o que obtiver a coisa dará ao outro o valor 
de seu quinhão. 
 
Gestão de negócios 
- conceito: 
Art. 861. Aquele que, sem autorização do interessado, intervém na gestão de negócio alheio, 
dirigi-lo-á segundo o interesse e a vontade presumível de seu dono, ficando responsável a este 
e às pessoas com que tratar. 
- os atos não vinculam, mesmo que beneficiem o interessado, o dono 
- se houver autorização não é gestão de negócios, e sim mandato 
- requisitos: ausência de autorização, negocio alheio, intenção de proveito ao dono, negócios 
patrimoniais 
- ausência de autorização: 
Art. 873. A ratificação pura e simples do dono do negócio retroage ao dia do começo da 
gestão, e produz todos os efeitos do mandato. 
- no caso do 873, vira mandato 
Obrigação do gestor 
- comunicação ao dono 
Art. 864. Tanto que se possa, comunicará o gestor ao dono do negócio a gestão que assumiu, 
aguardando-lhe a resposta, se da espera não resultar perigo. 
- diligencias habituais 
Art. 866. O gestor envidará toda sua diligência habitual na administração do negócio, 
ressarcindo ao dono o prejuízo resultante de qualquer culpa na gestão. 
Art. 868. O gestor responde pelo caso fortuito quando fizer operações arriscadas, ainda que o 
dono costumasse fazê-las, ou quando preterir interesse deste em proveito de interesses seus. 
- indenizar o dono 
Art. 862. Se a gestão foi iniciada contra a vontade manifesta ou presumível do interessado, 
responderá o gestor até pelos casos fortuitos, não provando que teriam sobrevindo, ainda 
quando se houvesse abatido. 
Art. 863. No caso do artigo antecedente, se os prejuízos da gestão excederem o seu proveito, 
poderá o dono do negócio exigir que o gestor restitua as coisas ao estado anterior, ou o 
indenize da diferença. 
Obrigação do dono 
- indenizar o gestor 
Parágrafo único. Querendo o dono aproveitar-se da gestão, será obrigado a indenizar o gestor 
das despesas necessárias, que tiver feito, e dos prejuízos, que por motivo da gestão, houver 
sofrido. 
- cumprir obrigações ratificadas 
Art. 869. Se o negócio for utilmente administrado, cumprirá ao dono as obrigações contraídas 
em seu nome, reembolsando ao gestor as despesas necessárias ou úteis que houver feito, 
com os juros legais, desde o desembolso, respondendo ainda pelos prejuízos que este houver 
sofrido por causa da gestão. 
 
RESPONSABILIDADE CIVIL 
- o que diferea responsabilidade contratual da extracontratual, é checar se já existia uma 
relação jurídica previamente estabelecida entre as partes 
- responsabilidade contratual: Art. 389. Não cumprida a obrigação, responde o devedor por 
perdas e danos, mais juros e atualização monetária segundo índices oficiais regularmente 
estabelecidos, e honorários de advogado. 
- responsabilidade extracontratual: Art. 927. Aquele que, por ato ilícito ( arts. 186 e 187 ), 
causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo. 
- Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos 
casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do 
dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem. 
- a obrigação não surge de uma obrigação contratual anterior, mas pelo ordenamento jurídico 
em geral 
 
1. finalidades: 
- reparatória: reparar o prejuízo causado. A indenização mede-se pela extensão do dano 
- punitiva; 
- inibitória. 
 
2. histórico: 
- lei de talião: responsabilidade civil sem culpa 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406.htm#art186
- lex aquilia: trouxe a ideia da culpa 
- industrialização 
- teoria do risco: embora haja a necessidade da culpa, há situações em que você pode aplicar a 
responsabilidade civil sem culpa. 
 Art. 927. Aquele que, por ato ilícito ( arts. 186 e 187 ), causar dano a outrem, fica obrigado 
a repará-lo. 
Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos 
casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do 
dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem. 
 
3. alicerces da responsabilidade 
- ato ilícito: 
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito 
e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito. 
Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede 
manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos 
bons costumes. 
Art. 37. É proibida toda publicidade enganosa ou abusiva. 
§ 1° É enganosa qualquer modalidade de informação ou comunicação de caráter 
publicitário, inteira ou parcialmente falsa, ou, por qualquer outro modo, mesmo por 
omissão, capaz de induzir em erro o consumidor a respeito da natureza, características, 
qualidade, quantidade, propriedades, origem, preço e quaisquer outros dados sobre 
produtos e serviços. 
§ 2° É abusiva, dentre outras a publicidade discriminatória de qualquer natureza, a que 
incite à violência, explore o medo ou a superstição, se aproveite da deficiência de 
julgamento e experiência da criança, desrespeita valores ambientais, ou que seja capaz de 
induzir o consumidor a se comportar de forma prejudicial ou perigosa à sua saúde ou 
segurança. 
Exemplos de abuso do direito 
Na seara do direito do trabalho: RECURSO DE REVISTA. DANO MORAL - REVISTA ÍNTIMA 
ABUSIVA - EMPREGADO OBRIGADO A PERMANECER NU - QUANTUM INDENIZATÓRIO (R$ 
10.000,00) - DESPROPORCIONALIDADE - MAJORAÇÃO (R$ 50.000,00). Seguindo os critérios da 
razoabilidade e da proporcionalidade, entendo desproporcional o valor arbitrado a título de 
indenização moral, considerando a extensão do dano sofrido, já que o reclamante era 
obrigado a permanecer totalmente nu, frente a frente aos seus pares, sempre que 
necessitasse sair do prédio. (TST - RR: 1427007820075010073, Relator: Renato de Lacerda 
Paiva, Data de Julgamento: 25/11/2015, 2ª Turma, Data de Publicação: DEJT 04/12/2015) 
No direito processual: AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE 
SEGURANÇA. REINGRESSO DE DESISTENTE EM SEDE DE RECURSO ORDINÁRIO. ABUSO DE 
DIREITO. 1. CONQUANTO A DESISTÊNCIA NÃO IMPLIQUE RENÚNCIA AO DIREITO EM QUE SE 
FUNDA A AÇÃO, nem, tampouco, gere empeço ao ajuizamento de nova demanda com 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406.htm#art186
idênticas partes, pedido e causa de pedir, não se pode admitir o abuso de direito processual, 
com o reingresso do desistente no feito ao seu talante, EM GRAVE VIOLAÇÃO DO PRINCÍPIO 
DO JUIZ NATURAL. 2. Agravo regimental improvido. (AgRg no RMS 17.752/BA, Rel. Ministro 
HAMILTON CARVALHIDO, SEXTA TURMA, julgado em 15/08/2006, DJ 06/11/2006, p. 372) 
Atos emulativos: § 2o São defesos os atos que não trazem ao proprietário qualquer 
comodidade, ou utilidade, E SEJAM ANIMADOS PELA INTENÇÃO DE PREJUDICAR OUTREM. 
Atos emulativos para animais: Direito de vizinhança. Uso nocivo da propriedade. OITO CÃES 
EM PEQUENO QUINTAL. Ruídos e odores excessivos. Sentença mantida para limitar a dois 
animais. Recurso improvido. (TJSP. Ap 846.178-0/0. 36ª Câmara Cível. Rel. Des. Pedro Baccarat. 
24.8.06) 
Quantidade excessiva de animais de estimação (gatos) em terreno particular, vindo a 
comprometer a segurança, o sossego e a saúde dos moradores da propriedade contígua. 
Obrigação de construir abrigo para os animais. (TJSC. Ap. 2008.082251-0. 3ª Câmara Cível. Des. 
Maria do Rocio Luz Santa Ritta) 
Observação: animal é COISA 
Dano moral pela morte do animal: RESPONSABILIDADE CIVIL. DANO MORAL. MORTE DE CÃO 
DE ESTIMAÇÃO. Elementos de convicção que demonstram, com suficiência, que o animal de 
estimação dos autores foi morto pelo réu, mediante disparo de arma. Dever de reparar o dano 
moral causado. Apelo desprovido. (Apelação... Ver íntegra da ementa Cível Nº 70028983880, 
Quinta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Leo Lima, Julgado em 15/07/2009) 
 
Seria possível responsabilidade civil por ato ilícito? SIM 
- Desapropriação: 
- estado de necessidade: Art. 188. Não constituem atos ilícitos: (...) II - a deterioração ou 
destruição da coisa alheia, ou a lesão a pessoa, a fim de remover perigo iminente 
Art. 929. Se a pessoa lesada, ou o dono da coisa, no caso do inciso II do art. 188, não forem 
culpados do perigo, ASSISTIR-LHES-Á DIREITO À INDENIZAÇÃO DO PREJUÍZO QUE SOFRERAM. 
Art. 930. No caso do inciso II do art. 188, se o perigo ocorrer por culpa de terceiro, contra este 
terá o autor do dano ação regressiva para haver a importância que tiver ressarcido ao lesado. 
- passagem forçada: Art. 1.285. O dono do prédio que não tiver acesso a via pública, nascente 
ou porto, pode, MEDIANTE PAGAMENTO DE INDENIZAÇÃO CABAL, constranger o vizinho a lhe 
dar passagem, cujo rumo será judicialmente fixado, se necessário. 
 
5. requisitos para caracterização da responsabilidade 
- conduta humana: 
Art 186: Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar 
direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito 
- § 2º - A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar o 
resultado. O dever de agir incumbe a quem:(Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
 a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância; (Incluído pela Lei nº 7.209, 
de 11.7.1984) 
 b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado; (Incluído pela Lei nº 
7.209, de 11.7.1984) 
 c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado. (Incluído 
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
- conduta humana x causados por animais ou coisas inanimadas 
- quando é causado por animais, o dono precisa indenizar 
- Art. 936. O dono, ou detentor, do animal ressarcirá o dano por este causado, se não provar 
culpa da vítima ou força maior. 
- Art. 937. O dono de edifício ou construção responde pelos danos que resultarem de sua ruína, 
se esta provier de falta de reparos, cuja necessidade fosse manifesta. 
- nexo 
- dano 
- culpa 
- precisa ter todos esses requisitos 
 
Nexo de causalidade 
- conceito: liga dano à conduta humana. Tem que ter ação humana 
- teorias: equivalente das condições; causalidade adequada; causalidade direta; risco integral 
- causalidade adequada: seria também causa o que foi adequadoa conduzir. 
Art. 403. Ainda que a inexecução resulte de dolo do devedor, as perdas e danos só 
incluem os prejuízos efetivos e os lucros cessantes por efeito dela direto e imediato, sem 
prejuízo do disposto na lei processual. 
- concausas: Art. 942. Os bens do responsável pela ofensa ou violação do direito de outrem 
ficam sujeitos à reparação do dano causado; e, se a ofensa tiver mais de um autor, todos 
responderão solidariamente pela reparação. 
- causas concorrentes: Art. 945. Se a vítima tiver concorrido culposamente para o evento 
danoso, a sua indenização será fixada tendo-se em conta a gravidade de sua culpa em 
confronto com a do autor do dano. 
 Art. 944. A indenização mede-se pela extensão do dano. 
Parágrafo único. Se houver excessiva desproporção entre a gravidade da culpa e o dano, 
poderá o juiz reduzir, eqüitativamente, a indenização. 
- conduta exclusiva da vitima: afasta o dever de indenizar 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art13
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art13
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art13
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art13
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art13
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art13
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art13
- teoria do risco integral: condutas muito perigosas 
- afasta a possibilidade de ser rompido o nexo de causalidade 
 
Elemento da culpa 
- conceito: violação de um dever jurídico, imputável a alguém, em decorrência de fato 
intencional ou de omissão de diligência e cautela 
- culpa lato sensu abrange culpa stricto sensu e dolo 
- culpa stricto sensu abrange: negligência, imprudência, imperícia 
 
Dano 
- conceito: mal causado a outrem 
- requisitos: violação à esfera jurídica de outrem; substância do dano; certeza do dano 
- a violação não é apenas aos danos patrimoniais 
- importante: dano hipotético / dano presumido 
- dano hipotético é aquele que se imagina que ele pode ter acontecido 
- dano presumido, sabe-se que o dano ocorreu, só não tem como provar sua existência 
 
- dano material 
- o patrimônio é diminuído visualmente 
Art. 402. Salvo as exceções expressamente previstas em lei, as perdas e danos devidas ao 
credor abrangem, além do que ele efetivamente perdeu, o que razoavelmente deixou de lucrar. 
- dano emergente: o que efetivamente ocorreu de dano patrimonial 
- lucros cessantes: aquilo que eu deixei de ganhar 
 
- dano moral 
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito 
e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito. 
V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano 
material, moral ou à imagem; 
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o 
direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação; 
A pessoa jurídica não sente, não sofre com a ofensa à sua honra subjetiva, à sua imagem, 
ao seu caráter, atributos do direito de personalidade, inerente somente a pessoa física. 
Mas, não se pode negar, a possibilidade de ocorrer ofensa ao nome da empresa, a sua 
reputação, que, nas relações comerciais, alcançam acentuadas proporções em razão da 
influência que o conceito da empresa exerce. 
- não é qualquer pessoa jurídica que sofre dano moral 
 
- indenização por danos morais 
- teoria reparatória: recuperar o prejuízo causado 
- teoria punitive damages: punir para reprimir a conduta 
§ 1o Se julgar procedente o pedido, o juízo fixará a indenização a ser 
paga, a cada um dos ofendidos, em um dos seguintes parâmetros, vedada a 
acumulação: 
I - ofensa de natureza leve, até três vezes o último salário contratual do 
ofendido; 
II - ofensa de natureza média, até cinco vezes o último salário contratual 
do ofendido; 
III - ofensa de natureza grave, até vinte vezes o último salário contratual 
do ofendido; 
IV - ofensa de natureza gravíssima, até cinquenta vezes o último salário 
contratual do ofendido. 
- é dano subjetivo 
- é estabelecido um valor básico para reparação com base no interesse jurídico e em 
precedentes 
 
- espécies de dano 
- comprovação: 
- in re ipsa: presumido, não precisa comprovar 
- corpo estranho em alimentos: antes não gerava dano moral, mas hoje o STJ diz que pra ter 
dano, tem que ter o corpo estranho e a pessoa tem que ingerir 
 
Dano moral x mero aborrecimento 
- dano decorre de violação de direito de outrem, moral ou patrimonial 
- mero aborrecimento não causa indenização 
- “Se a todo motivo de tristeza se imputar a definição de dano moral e a consequente 
indenização, a sociedade não caminhará, sempre ocupada que estará em comparecer às 
barras dos Tribunais, pois a humanidade não como primordiais características a cordialidades, 
a temperança e o desapego à matéria”. (TRT da 2ª Região. Acórdão 20030094687) 
Spam 
- INTERNET - ENVIO DE MENSAGENS ELETRÔNICAS - SPAM - POSSIBILIDADE DE RECUSA POR 
SIMPLES DELETAÇÃO - DANO MORAL NÃO CONFIGURADO - RECURSO ESPECIAL NÃO 
CONHECIDO. - Não obstante o inegável incômodo, o envio de mensagens eletrônicas em 
massa - SPAM - por si só não consubstancia fundamento para justificar a ação de dano moral, 
notadamente em face da evolução tecnológica que permite o bloqueio, a deletação ou 
simplesmente a recusada de tais mensagens. 3 - Inexistindo ataques a honra ou a dignidade de 
quem o recebe as mensagens eletrônicas, não há que se falar em nexo de causalidade a 
justificar uma condenação por danos morais. 4 - Recurso Especial não conhecido. (STJ - REsp: 
844736 DF 2006/0094695-7, Relator: Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, Data de Julgamento: 
27/10/2009, T4 - QUARTA TURMA, Data de Publicação: DJe 02/09/2010) 
Pessoa não entrou em festa 
- “Moda, gala, coluna social, são bazófias de uma sociedade extremamente divida em classes, 
na qual poucos usufruem da inclusão e muitos vivem na exclusão. Mas, nos termos do art. 5º, 
XXXV, da Constituição Federal, cabe ao Poder Judiciário julgar toda e qualquer lesão ou 
ameaça a direito. É o que passo a fazer.” 
Professor tomou celular do aluno 
- “o autor é estudante. O demandado, professor. Neste contexto, já se deveria asseverar que o 
docente, jamais, traria algum abalo moral àquele ser que lhe foi confiado a aprender. Pelo 
contrário! O professor é o indivíduo vocacionado a tirar outro indivíduo das trevas da 
ignorância, da escuridão (alumno: sem luz), para as luzes do conhecimento, dignificando-o 
como pessoa que pensa e existe”. 
- “reparar seu ‘sentimento de impotência, revolta, além de enorme desgaste físico e 
emocional’”, causado pelo fato de ter sido privado do uso do celular, durante aula. Entretanto, 
a prova produzida durante o processo deu conta de o aluno ser acostumado a ouvir música 
(com fones de ouvido) e realizar outras atividades, mediante o uso do aparelho celular, 
totalmente alheias às aulas.” 
- outros casos de aborrecimento: fila demorada em banco; carro 0km com defeito; 
cancelamento de serviços por telefone 
 
Teoria do desvio produtivo do consumidor 
- indenização pela perda de tempo útil 
- “As microlesões do dia a dia, relacionadas às alterações da rotina e/ou curso da vida do 
indivíduo em situações cotidianas do tráfego jurídico-econômico comum (labor, consumo, 
lazer, etc.), vindo a ocasionar aborrecimentos relevantes e não meros aborrecimentos, 
integram a acepção lata de dano” 
Fila de banco 
- APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO. ESPERA EM FILA DE BANCO POR TEMPO SUPERIOR 
AO FIXADO EM LEGISLAÇÃO ESTADUAL E MUNICIPAL. INEXISTÊNCIA DE DANOS MORAIS IN RE 
IPSA. DANOS DE NATUREZA INDIVIDUAL QUE NÃO SE CONFUNDEM COM DANOS SOCIAIS. 
AUSÊNCIA DE DEMONSTRAÇÃO DE CIRCUNSTÂNCIAS QUE ULTRAPASSEMO MERO DISSABOR 
COTIDIANO. INVOCAÇÃO EXCLUSIVA DO DESCUMPRIMENTO QUE NÃO GERA PREJUÍZO 
INDIVIDUAL INDENIZÁVEL, AINDA QUE SE TRATE DE PESSOA IDOSA. DESPROVIMENTO. A 
CIRCUNSTÂNCIA DE EXISTIREM DIVERSAS NOTIFICAÇÕES CONTRA A INSTITUIÇÃO BANCÁRIA 
PELO DESCUMPRIMENTO DA NORMA DE TEMPO DE ESPERA EM FILA DE BANCO NÃO ENSEJA, 
POR SI SÓ, PREJUÍZO INDIVIDUAL INDENIZÁVEL. ALÉM DISSO, O FATO DE O AUTOR POSSUIR 60 
(SESSENTA) ANOS DE IDADE, DE IGUAL FORMA, NÃO CONDUZ, ISOLADAMENTE, À 
CONFIGURAÇÃO DE DANO MORAL INDIVIDUAL. (TJPB - ACÓRDÃO/DECISÃO do Processo Nº 
00414378720138152001, 2ª Câmara Especializada Cível, Relator DES. OSWALDO TRIGUEIRO 
DO VALLE FILHO , j. em 03-04-2018) 
APELAÇÃO. AÇÃO DE REPARAÇÃO DE DANOS MORAIS. INSTITUIÇÃO FINANCEIRA. ESPERA 
PARA ATENDIMENTO SUPERIOR A 1 UMA HORA. LEI MUNICIPAL N° 8.744/95. 
DESCUMPRIMENTO. NÃO OCORRÊNCIA. DANO MORAL. INEXISTÊNCIA. MERO 
ABORRECIMENTO. INDENIZAÇÃO. DESCABIMENTO. MANUTENÇÃO DO DECISUM. 
DESPROVIMENTO. - A espera suportada pelo usuário de serviços bancários, em específico no 
que diz respeito aos atributos da personalidade, não passa de mero dissabor do cotidiano 
inerente às relações sociais, longe de provocar abalo psíquico capaz de\ensejar a reparação 
indenizatória. (TJPB - ACÓRDÃO/DECISÃO do Processo Nº 20020100010624002, Quarta 
Câmara Especializada Cível, Relator DES. FREDERICO MARTINHO DA NÓBREGA COUTINHO , j. 
em 10-05-2011) 
“O BANCO QUE DEMORA 06 (SEIS) HORAS PARA ATENDER O CONSUMIDOR PRATICA FALHA NA 
PRESTAÇÃO DO SERVIÇO. A INSTITUIÇÃO FINANCEIRA RESPONDE INDEPENDENTEMENTE DE 
CULPA PELO SERVIÇO DEFEITUOSO PRESTADO, QUE CORRESPONDE AO MODO DE SEU 
FORNECIMENTO, E SÓ TERÁ A RESPONSABILIDADE EXCLUÍDA NA SITUAÇÃO EM QUE O 
DEFEITO INEXISTE OU DEMONSTRAR A CULPA EXCLUSIVA DO CONSUMIDOR OU DE 
TERCEIRO”. (TJPB - ACÓRDÃO/DECISÃO do Processo Nº 00059874320148152003, 3ª Câmara 
Especializada Cível, Relator DESA. MARIA DAS GRAÇAS MORAIS GUEDES , j. em 09-10-2017 
- só a demora não gera dano moral, tem que provar que foi realmente afetado, constrangido, 
etc 
- no caso das 6 horas, foi além da demora aceitável 
Cobrança por dívida inexistente 
RESPONSABILIDADE CIVIL. Danos morais. Contrato de mútuo com pacto adjeto de alienação 
fiduciária de bem imóvel. Lançamento indevido de encargos bancários, porque resultantes 
exclusivamente de falha operacional do banco. Situação que extrapolou o mero aborrecimento 
do cotidiano ou dissabor por insucesso negocial. (...) Necessidade de ajuizamento de duas 
ações judiciais pela autora. Adoção, no caso, da teoria do Desvio Produtivo do Consumidor, 
tendo em vista que a autora foi privada de tempo relevante para dedicar-se ao exercício de 
atividades que melhor lhe aprouvesse, submetendo-se, em função do episódio em cotejo, a 
intermináveis percalços para a solução de problemas oriundos de má prestação do serviço 
bancário. (STJ. AREsp 1260458. Relator Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE. Publicação: 
25.04.2018) 
Carro 0km com vicio 
DIREITO CIVIL. DIREITO DO CONSUMIDOR. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO. VEÍCULO NOVO. VÍCIO DO 
PRODUTO. INCOMPATIBILIDADE ENTRE O DIESEL COMERCIALIZADO NO BRASIL E AS 
ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS DO PROJETO. PANES REITERADAS. DANOS AO MOTOR. PRAZO DE 
TRINTA DIAS PARA CONSERTO. RESTITUIÇÃO DO VALOR PAGO. DANO MORAL. CABIMENTO. 1.- 
Configura vício do produto incidente em veículo automotor a incompatibilidade, não 
informada ao consumidor, entre o tipo de combustível necessário ao adequado 
funcionamento de veículo comercializado no mercado nacional e aquele disponibilizado nos 
postos de gasolina brasileiros. No caso, o automóvel comercializado, importado da Alemanha, 
não estava preparado para funcionar adequadamente com o tipo de diesel ofertado no Brasil. 
3.- A jurisprudência do STJ orienta-se no sentido de ser cabível indenização por dano moral 
quando o consumidor de veículo zero quilômetro necessita retornar à concessionária por 
diversas vezes, para reparos. 4.- Recurso Especial provido. (REsp 1443268/DF, Rel. Ministro 
SIDNEI BENETI, TERCEIRA TURMA, julgado em 03/06/2014, DJe 08/09/2014) 
Serviço de telefonia 
APELAÇÃO. CONSUMIDOR. TELEFONIA. COBRANÇAS INDEVIDAS. TENTATIVAS DE SOLUÇÃO 
ADMINISTRATIVA FRUSTRADAS. PERDA DO TEMPO ÚTIL. DANO MORAL. Controvérsia acerca 
da quantia indenizatória por danos morais decorrentes de falha na prestação de serviço de 
telefonia, consistente em cobrança indevida, uma vez que posterior ao cancelamento do 
serviço. Incontroversa a falha na prestação do serviço. Parte autora que buscou solucionar 
administrativamente os problemas, porém, sem êxito. Necessidade de intervenção do Poder 
Judiciário. Perda do tempo útil do consumidor. Dano moral configurado. Verba fixada na 
sentença em R$ 2.000,00 (dois mil reais) que se mostra razoável. Sentença que se mantém. 
RECURSO DESPROVIDO. (TJRJ. APL 00583609220158190002.Relatora Desa. Maria Luiza de 
Freitas Carvalho. j. 25.10.2017 
 
Dano moral por descumprimento contratual 
- responsabilidade contratual: Art. 389. Não cumprida a obrigação, responde o devedor por 
perdas e danos, mais juros e atualização monetária segundo índices oficiais regularmente 
estabelecidos, e honorários de advogado. 
- responsabilidade extracontratual: Art. 927. Aquele que, por ato ilícito ( arts. 186 e 187 ), 
causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo. 
Em regra, o descumprimento não gera dano moral 
CIVIL. DANO MORAL. INEXISTÊNCIA. A INADIMPLÊNCIA DO CONTRATO SE RESOLVE EM PERDAS 
E DANOS, sem que o aborrecimento que daí resulte à parte pontual caracterize dano moral. 
Agravo regimental não provido. (AgRg no Ag 303.129/GO, Rel. Ministro ARI PARGENDLER, 
TERCEIRA TURMA, julgado em 29/03/2001, DJ 28/05/2001, p. 199) 
 
Contratos envolvendo direitos fundamentais 
- nesses casos, ensejam danos morais 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406.htm#art186
Enunciado 441 da V Jornada de Direito Civil “O descumprimento de contrato PODE GERAR 
DANO MORAL, quando envolver valor fundamental protegido pela Constituição Federal de 
1988” 
CIVIL - PROCESSO CIVIL - RECURSO ESPECIAL - SEGURO SAÚDE - RECUSA INDEVIDA DA 
SEGURADORA EM CUSTEAR CIRURGIA DE EMERGÊNCIA - ALEGAÇÃO NÃO COMPROVADA DE 
DOENÇA PREEXISTENTE À CONTRATAÇÃO DO SEGURO - DIREITO À COBERTURA RECONHECIDO 
- DANOS MORAIS - OCORRÊNCIA.(...) 2. Quanto aos danos morais, o Tribunal, reformando a 
sentença neste ponto, considerou que a indevida recusa da seguradora, inobstante ter 
causado "transtornos e mal-estar ao autor", não configurou a ocorrência do dano moral 
pleiteado. 4. Ademais, como, também, JÁ TEM DECIDIDO ESTA CORTE, em casos como este 
"não é preciso que se demonstre a existência do dano extrapatrimonial. Acha-se ele in re ipsa, 
ou seja, decorre dos próprios fatos que deram origem à propositura da ação". Precedentes. 
(REsp 880.035/PR, Rel. Ministro JORGE SCARTEZZINI, QUARTA TURMA, julgado em 
21/11/2006, DJ 18/12/2006, p. 405) 
 
Dano moral coletivo 
- violação a direito coletivo: saúde, meio ambiente, etc 
- comum em ações de tutela coletiva 
- o dano à coletividade não isenta do dano individual 
 
Dano estético 
- ocorre diante da integridade física de alguém 
- integridade física é um direito a personalidade 
- possibilidade de cumulação: EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO DE INDENIZAÇÃO - CLÍNICA 
DE ESTÉTICA - FISIOTERAPEUTA - TRATAMENTO A LASER - QUEIMADURAS NO ROSTO - FALHA 
NA PRESTAÇÃO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇO - DANO MATERIAL - COMPROVADO - DANO 
MORAL - CONFIGURADO - DANO ESTÉTICO - CARACTERIZADO - CICATRIZES LEVES - REDUÇÃOP 
DA INDENIZAÇÃO - POSSIBILIDADE. (Tribunal de Justiça de Minas Gerais TJ-MG - Apelação Cível 
: AC 10223092896693001 MG, j. 07.02.2019) 
- possível indenizar tanto o dano estético quanto o moral, pois são autônomos 
 
Dano em ricochete 
- responsabiliza pessoas que não estão diretamente ligadas ao dano 
- é nexo causal o que liga diretamente a conduta ao dano 
- também é vitima do dano pessoas próximas avitima principal 
- comprovação de vinculo entre vitima e credor da indenização 
Art. 948. No caso de homicídio, a indenização consiste, sem excluir outras reparações: 
I - no pagamento das despesas com o tratamento da vítima, seu funeral e o luto da família; 
II - na prestação de alimentos às pessoas a quem o morto os devia, levando-se em conta 
a duração provável da vida da vítima. 
Morte da noiva dias antes do casamento 
“O dano por ricochete a pessoas não pertencentes ao núcleo familiar da vítima direta da 
morte, de regra, deve ser considerado como não inserido nos desdobramentos lógicos e 
causais do ato, seja na responsabilidade por culpa, seja na objetiva, porque extrapola os 
efeitos razoavelmente imputáveis à conduta do agente” (REsp 1.076.160) 
Indenização para a sogra pela morte do genro 
“O de cujus residia com sua sogra, na residência da mesma, e era ela quem cuidava dos netos, 
daí a particularidade da situação a, excepcionalmente, levar ao reconhecimento do dano moral 
em favor da primeira autora” (REsp 865.363) 
 
Teoria da perda de uma chance 
- se indeniza a chance que você perdeu 
- requisitos: chance real e concreta; melhora considerável ou evitar prejuízo 
- a chance tem quer palpável 
Show do milhão 
Fez uma pergunta sem resposta 
1. O QUESTIONAMENTO, EM PROGRAMA DE PERGUNTAS E RESPOSTAS, PELA TELEVISÃO, SEM 
VIABILIDADE LÓGICA, uma vez que a Constituição Federal não indica percentual relativo às 
terras reservadas aos índios, acarreta, como decidido pelas instâncias ordinárias, a 
impossibilidade da prestação por culpa do devedor, impondo o dever de ressarcir o 
participante pelo que razoavelmente haja deixado de lucrar, pela perda da oportunidade. 
(Resp 788.459/BA. Julgamento 08.11.2005) 
Perda de chance e fake News 
DIREITO CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. 1) NEGATIVA DE PRESTAÇÃO 
JURISDICIONAL AFASTADA. 2) PERDA DE CHANCE QUE GERA DEVER DE INDENIZAR. 3) 
CANDIDATO A VEREADOR, SOBRE QUEM PUBLICADA NOTÍCIA FALSA, NÃO ELEITO POR 
REDUZIDA MARGEM DE VOTOS. (...) Aplica-se a teoria da perda de uma chance ao caso de 
candidato a Vereador que DEIXA DE SER ELEITO POR REDUZIDA DIFERENÇA DE OITO VOTOS 
após atingido por notícia falsa publicada por jornal, resultando, por isso, a obrigação de 
indenizar. (REsp 821.004/MG, Rel. Ministro SIDNEI BENETI, TERCEIRA TURMA, julgado em 
19/08/2010, DJe 24/09/2010) 
 
Responsabilidade civil por fato de terceiros (indireta) 
- terceiro como garantidor 
- não pratica conduta humana 
- serve mais como garantidor, caso o principal não possa pagar 
 
Causas 
Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil: 
I - os pais, pelos filhos menores que estiverem sob sua autoridade e em sua companhia; 
II - o tutor e o curador, pelos pupilos e curatelados, que se acharem nas mesmas 
condições; 
III - o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e prepostos, no exercício 
do trabalho que lhes competir, ou em razão dele; 
IV - os donos de hotéis, hospedarias, casas ou estabelecimentos onde se albergue por 
dinheiro, mesmo para fins de educação, pelos seus hóspedes, moradores e educandos; 
V - os que gratuitamente houverem participado nos produtos do crime, até a concorrente 
quantia. 
- tanto o causador do dano quanto o terceiro se tornam responsáveis 
 
Responsabilidade solidaria 
Art. 942. Os bens do responsável pela ofensa ou violação do direito de outrem ficam 
sujeitos à reparação do dano causado; e, se a ofensa tiver mais de um autor, todos 
responderão solidariamente pela reparação. 
Parágrafo único. São solidariamente responsáveis com os autores os co-autores e as 
pessoas designadas no art. 932 . 
 
Responsabilidade objetiva 
Art. 933. As pessoas indicadas nos incisos I a V do artigo antecedente, ainda que não haja 
culpa de sua parte, responderão pelos atos praticados pelos terceiros ali referidos. 
- tem elemento de culpa 
- na relação vítima – agressor, tem que ver se tem culpa 
- na relação vítima – terceiro, não precisa comprovar culpa 
 
Direito de regresso 
 Art. 934. Aquele que ressarcir o dano causado por outrem pode reaver o que houver pago 
daquele por quem pagou, salvo se o causador do dano for descendente seu, absoluta ou 
relativamente incapaz. 
 
Responsabilidade subsidiaria do incapaz 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406.htm#art932
 Art. 928. O incapaz responde pelos prejuízos que causar, se as pessoas por ele 
responsáveis não tiverem obrigação de fazê-lo ou não dispuserem de meios suficientes. 
Parágrafo único. A indenização prevista neste artigo, que deverá ser equitativa, não terá 
lugar se privar do necessário o incapaz ou as pessoas que dele dependem. 
 
Responsabilidade civil x Criminal 
 Art. 935. A responsabilidade civil é independente da criminal, não se podendo questionar mais 
sobre a existência do fato, ou sobre quem seja o seu autor, quando estas questões se acharem 
decididas no juízo criminal. 
- se o fato não foi provado, o juiz fica em dúvida 
- com base nessa dúvida, ele aplica o ônus da prova como regra de julgamento 
- se o fato não foi provado, vai julgar procedente ou improcedente dependendo de quem 
deveria provar o fato, mesmo com dúvidas 
- juiz criminal pode fixar indenização 
- se condenou na esfera penal, vai também na civil 
- a certeza do juízo criminal vincula o juízo cível 
- absolvição também 
- criminal que vincula civil 
- quando condena com certeza no crime, condena no cível 
- quando absolve com certeza, absolve no crime e no cível 
- quando absolve com base na dúvida, pode absolver no crime e pode condenar no cível 
Vincula 
- quando condena (base na certeza) 
- quando absolve com base em prova 
Não vincula 
- quando absolve por falta de prova 
 
Responsabilidade na cobrança de débitos 
- cobrança antes do prazo: 
Art. 939. O credor que demandar o devedor antes de vencida a dívida, fora dos casos em que 
a lei o permita, ficará obrigado a esperar o tempo que faltava para o vencimento, a descontar 
os juros correspondentes, embora estipulados, e a pagar as custas em dobro. 
- cobrança indevida: 
Art. 940. Aquele que demandar por dívida já paga, no todo ou em parte, sem ressalvar as 
quantias recebidas ou pedir mais do que for devido, ficará obrigado a pagar ao devedor, no 
primeiro caso, o dobro do que houver cobrado e, no segundo, o equivalente do que dele exigir, 
salvo se houver prescrição. 
- o devedor original tem que provar a má-fé do credor na cobrança indevida 
- existe o mecanismo dessa cobrança indevida no código do consumidor 
Art. 42. Na cobrança de débitos, o consumidor inadimplente não será exposto a ridículo, 
nem será submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaça. 
Parágrafo único. O consumidor cobrado em quantia indevida tem direito à repetição do 
indébito, por valor igual ao dobro do que pagou em excesso, acrescido de correção 
monetária e juros legais, salvo hipótese de engano justificável. 
Art. 320. A quitação, que sempre poderá ser dada por instrumento particular, designará o valor 
e a espécie da dívida quitada, o nome do devedor, ou quem por este pagou, o tempo e o lugar 
do pagamento, com a assinatura do credor, ou do seu representante. 
 
Excludentes da responsabilidade civil 
- ilicitude: 
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar 
direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito. 
 Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede 
manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos 
bons costumes. 
 Art. 188. Não constituem atos ilícitos: 
I - os praticados em legítima defesa ou no exercício regular de um direito reconhecido; 
- estado de necessidade: 
II - a deterioração ou destruição da coisa alheia, ou a lesão a pessoa, a fim de remover 
perigo iminente. 
Parágrafo único. No caso do inciso II,o ato será legítimo somente quando as 
circunstâncias o tornarem absolutamente necessário, não excedendo os limites do 
indispensável para a remoção do perigo. 
- se eu abuso do estado de necessidade, se torna ilícito 
- existem hipóteses de indenização: 
Art. 929. Se a pessoa lesada, ou o dono da coisa, no caso do inciso II do art. 188 , não forem 
culpados do perigo, assistir-lhes-á direito à indenização do prejuízo que sofreram. 
Art. 930. No caso do inciso II do art. 188 , se o perigo ocorrer por culpa de terceiro, contra este 
terá o autor do dano ação regressiva para haver a importância que tiver ressarcido ao lesado. 
Parágrafo único. A mesma ação competirá contra aquele em defesa de quem se causou o 
dano ( art. 188, inciso I ). 
- ou seja, seguinte situação: vitória tem um cachorro. Neemias provoca o cachorro para que 
este o ataque, e ele ataca. Lucas, vendo o cachorro atacando Neemias, dá uma surra no 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406.htm#art188
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406.htm#art188
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406.htm#art188
cachorro para salvar Neemias. Quem causou o dano foi Lucas. Vitória vai entrar com uma ação 
contra Lucas, apesar de ele só ter agredido o cachorro para salvar Neemias, e apesar de que foi 
Neemias que atiçou o cachorro 
 
- nexo causal: 
- excludentes: força maior/caso fortuito; culpa exclusiva da vitima ou terceiros 
- força maior/caso fortuito: externo; interno 
- fortuito externo afasta o dever de indenizar, o interno não 
- externo é aquele estranho a atividade do agente 
- o externo, para afastar o dever de indenizar, tem que ser alheio a decorrência logica das 
praticas do ofensor 
- interno faz parte da decorrência logica das praticas, logo, indeniza 
- exemplos de interno: furto em shopping, em drive thru; desabamento de teto de shopping 
- quando você está em um ambiente como o shopping, você presume que vai estar seguro 
 
- contratual: 
- clausula de não indenizar: é possível quando estamos diante de relações paritárias 
 Art. 25. É vedada a estipulação contratual de cláusula que impossibilite, exonere ou 
atenue a obrigação de indenizar prevista nesta e nas seções anteriores. 
- sumula 161 stf: Em contrato de transporte, é inoperante a cláusula de não indenizar. 
- sumula 130 stj: A empresa responde, perante o cliente, pela reparação de dano ou furto de 
veículo ocorridos em seu estacionamento. 
- o atual entendimento, é que o estacionamento, sendo ele aberto, representando mera 
comodidade, pode ser afastado do dever de indenizar

Continue navegando