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Caso Concreto 12 - Prática Simulada l

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 6ª VARA CÍVEL DA 
COMARCA DE JUIZ DE FORA/MG 
 
 
 
 
 
PROCESSO Nº: XXX 
 
 
 
 
 
ISABEL PIMENTA, brasileira, solteira, médica, portadora da carteira de identidade nº XXX, 
expedida pelo XXX, inscrito no CPF sob o nº XXX, endereço eletrônico XXX, residente e 
domiciliada Juiz de Fora/MG, pelo advogado infra-assinado, com endereço profissional 
constante da procuração em anexo, vem, a esse juízo, oferecer 
CONTESTAÇÃO 
em face de Regina Silva, brasileira, solteira, do lar, portadora da carteira de identidade nº XXX, 
expedida pelo XXX, inscrito no CPF sob o nº XXX, endereço eletrônico XXX, residente e 
domiciliada Juiz de Fora/MG, pelos motivos de fato e direito que passa a expor. 
I – SÍNTESE PROCESSUAL 
A ação tem por objeto a anulação de contrato de compra e venda de um imóvel situado Rua 
Bucólica 158, Belo Horizonte/MG, celebrado no dia 10/10/2016, sob a alegação de que o 
negócio foi eivado de vício, consubstanciando-se na simulação, com o intuito de encobrir uma 
doação feita pelo ex-companheiro da PARTE AUTORA à PARTE RÉ, com quem, 
supostamente, matinha uma relação extraconjungal. 
Aduz ainda a inicial que a PARTE AUTORA e o Sr. André Neves, nacionalidade XXX, 
profissão XXX, portador da carteira de identidade nº XXX, expedida pelo XXX, inscrito no 
CPF sob o nº XXX, endereço eletrônico XXX, residente e domiciliado em XXX/UF XXX, 
viveram em união estável pelo período de 8 anos, que foi dissolvida por sentença judicial 
proferida no dia 23/08/2016, sentença essa que determinou a partilha de todos os bens 
adquiridos na constância da união estável, dentre os quais está arrolado este imóvel. 
II – PRELIMINARES 
II.1 – LISTISCONSÓRCIO NECESSÁRIO 
A PARTE AUTORA pleiteia a anulação de contrato de compra e venda que tem como 
compradora a PARTE RÉ e como alienante o Sr. André das Neves, ex-companheiro da PARTE 
AUTORA. 
Portanto, pela natureza da relação jurídica controvertida, a eficácia da sentença depende da 
citação também do alienante, existindo, dessa forma, o litisconsórcio necessário, devendo a 
PARTE AUTORA ser intimada para requerer a citação do Sr. Andre das Neves, sob pena de 
extinção do processo, na forma do art. 115, Parágrafo único, do Código de Processo Civil. 
II.2 – PEREMPÇÃO 
Carece a ação de pressuposto processual negativo, tendo em vista a ocorrência da perempção 
A PARTE AUTORA deu causa, por três vezes, a sentença fundada em abandono de causa em 
ações que tinham o mesmo objeto da ação ora contestada, incorrendo na vedação prevista no 
§3º do art. 485 do CPC, razão pela qual deve o processo ser extinta sem resolução do mérito, 
com fulcro no art. 354 c/c 485, inc. V, ambos do CPC. 
III – MÉRITO 
A ação é plenamente improcedente, pois falta-lhe lógica argumentativa e fundamentação 
jurídica mínimas para fundar o direito alegado pela PARTE AUTORA. 
É fundamental salientar que, até o momento da celebração do negócio jurídico, a PARTE RÉ 
sequer conhecia o ex-companheiro da PARTE AUTORA, o que torna logicamente impossível 
a alegação de que a PARTE RÉ e o Sr. Andre das Neves mantinham uma relação 
extraconjungal, e que devido a essa relação é que a compra e venda foi realizada para simular 
uma doação. 
Ademais, a PARTE RÉ pagou o valor devido pelo imóvel, R$ 95.000,00, e procedeu ao registro 
da escritura de compra e venda no cartório competente, afastando a ocorrência de qualquer 
vício, conforme cópia em anexo (DOC. XXX) Outro fato que corrobora a total improcedência 
do pedido é que a data de celebração do negócio, 10/10/2016, é posterior à proferição da 
sentença judicial que dissolveu a união estável mantida entre a PARTE AUTORA e o alienante, 
datada de 23/08/2016, determinando a partilha de todos os bens adquiridos na constância da 
união estável, dentre os quais está arrolado este imóvel. 
Entretanto, Pablo Gagliano Stolze e Rodolfo Pamplona Filho, acerca do assunto, explicam o 
seguinte: 
"(...) se a ação ajuizada for, do ponto de vista técnico, 
simplesmente declaratória, sua finalidade será apenas a de 
certificar uma situação jurídica da qual pende dúvida, o que 
jamais poderia ser objeto de prescrição. Todavia, se a ação 
declaratória de nulidade for cumulada com pretensões 
condenatórias, como acontece na maioria dos casos de restituição 
dos efeitos pecuniários ou indenização correspondente, admitir-
se a imprescritibilidade seria atentar contra a segurança das 
relações sociais. Neste caso, entendemos que prescreve sim a 
pretensão condenatória, uma vez que não é possível retornar ao 
estado de coisas anteriores. (...)Em síntese: a imprescritibilidade 
dirigi-se, apenas, à declaração de nulidade absoluta do ato, não 
atingindo as eventuais pretensões condenatórias correspondentes. 
(STOLZE, Pablo Gagliano; PAMPLONA, Rodolfo. Novo Curso 
de Direito Civil. Parte geral, vol. 1, 4ª ed. São Paulo: Saraiva, 
2003. P. 403-404). (grifamos) 
Já se tem julgados sobre o tema: 
Superior Tribunal de Justiça 
RECURSO ESPECIAL Nº 1.575.048 – SP (2015/0153590-1) 
RELATOR: MINISTRO MARCO BUZZI 
EMENTA 
RECURSO ESPECIAL – AÇÃO DECLARATÓRIA DE 
NULIDADE DE ATO E NEGÓCIOS JURÍDICOS – DOAÇÃO 
DE IMÓVEL POR INTERMÉDIO DE PROCURADOR – 
TRIBUNAL A QUO QUE REPUTOU INVÁLIDA A 
PRIMEIRA PROCURAÇÃO OUTORGADA EM RAZÃO DA 
FALSIDADE DO CONTEÚDO A DESPEITO DA 
AUTENTICIDADE DA ASSINATURA, MANTENDO A 
HIGIDEZ DOS DEMAIS INSTRUMENTOS DE MANDATO 
ANTE A AUSÊNCIA DE PROVAS QUANTO À SUA 
FALSIFICAÇÃO – ALEGAÇÃO DE QUE O INSTRUMENTO 
CARECE DOS ELEMENTOS MÍNIMOS PARA A SUA 
VALIDADE, NOTADAMENTE A PARTICULARIZAÇÃO 
DO DONATÁRIO – RECURSO ESPECIAL PROVIDO. 
Se houve a partilha dos bens da PARTE AUTORA e do Sr. André das Neves no dia 23/08/2016, 
no momento da compra e venda, que, conforme já mencionado, foi devidamente levada a 
registro no cartório competente no dia 10/10/2016, o imóvel era propriedade exclusiva do 
alienante, estando livre e desembaraçado de qualquer ônus ou obrigação. 
IV - PEDIDO 
Diante do exposto, requer a esse juízo: 
A – o acolhimento da preliminar de litisconsórcio necessário, com a intimação da PARTE 
AUTORA para requerer a citação do Sra. Andre das Neves, alienante do imóvel, sob pena de 
extinção do processo sem resolução do mérito, na forma do art. 115, Parágrafo único, do CPC; 
B – o acolhimento da preliminar de perempção, com a consequente extinção do processo sem 
resolução do mérito, com fulcro no art. 485, inc. V, do CPC; 
C - no mérito, a improcedência do pedido autoral; 
D – a condenação da PARTE AUTORA ao pagamento das despesas processuais e os honorários 
advocatícios de sucumbência. 
V - PROVAS 
Requer a produção das provas documental, depoimento pessoal, testemunhal e daquelas que se 
fizerem necessárias no curso da instrução processual. 
 
Local XXX e data XXX. 
Nome do Advogado XXX 
OAB XXX/ UF XXX

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