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Aula - Poder Judiciário


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DIREITO CONSTITUCIONAL II
Prof. Me. Jonathan Augusto Sousa e Silva
PODER JUDICIÁRIO
1. Funções do Poder Judiciário
O Poder Judiciário tem por função típica da jurisdicional, inerente à sua natureza. Exerce, ainda, funções atípicas, de natureza executivo-administrativa, bem como funções atípicas de natureza legislativa.
Podemos conceituar jurisdição como uma das funções do Estado, mediante a qual este se substitui aos titulares dos interesses em conflito para, imparcialmente, buscar a pacificação do conflito que os envolve, com justiça. Essa pacificação é feita mediante a atuação da vontade do direito objetivo que rege o caso apresentado em concreto para ser solucionado; e o Estado desempenha essa função sempre por meio de processo, seja expressando imperativamente o preceito (através de uma sentença de mérito), seja realizando no mundo das coisas o que o preceito estabelece (através da execução forçada).
2. Características da Jurisdição
Na jurisdição contenciosa, por regra, existirá uma pretensão resistida, insatisfeita. A partir do momento que essa pretensão não é pacificamente resolvida pelo suposto causador da insatisfação, quem entender-se lesado poderá “bater” às portas do Judiciário, que, substituindo a vontade das partes, dirimirá o conflito, afastando a resistência e pacificando com justiça.
A segunda característica, inércia, significa que o Judiciário só se manifesta mediante provocação.
A definitividade, na medida em que as decisões jurisdicionais transitam em julgado e, acobertadas pela coisa julgada formal e material, após o prazo para a propositura da ação rescisória, não mais poderão ser alteradas. No Brasil toda decisão administrava poderá ser reapreciada pelo Judiciário, não tendo sido conferido ao contencioso administrativo o poder de proferir decisões com força de coisa julgada definitiva.
3. Reforma do Poder Judiciário – EC nº. 45/2004
As principais novidades trazidas pela Reforma do Poder Judiciário são:
1. A todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação.
Art. 5.
LXXVIII - a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação.
2. A previsão de real cumprimento do princípio do acesso à ordem jurídica justa, estabelecendo-se a Justiça itinerante e sua descentralização, assim como a autonomia funcional, administrativa e financeira da Defensoria Pública Estadual.
3. A possibilidade de se criarem varas especializadas para a solução de questões agrárias.
4. A “constitucionalização” dos tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos, desde que aprovados pelo quórum qualificado das emendas constitucionais.
5. A submissão do Brasil à jurisdição do Tribunal Penal Internacional (TPI) a cuja criação tenha manifestado adesão.
6. A federalização de crimes contra direitos humanos, mediante incidente suscitado pelo PGR no STJ, objetivando o deslocamento da competência para a Justiça Federal.
7. A criação do Conselho Nacional de Justiça, que passa a ser Órgão do Poder Judiciário, com sede na Capital Federal.
8. A previsão de controle do MP por intermédio do Conselho Nacional do Ministério Público, assim como a criação de ouvidoria para o recebimento de reclamações.
9. A ampliação de algumas regras mínimas a serem observadas na elaboração do Estatuto da Magistratura, todas no sentido de dar maior produtividade e transparência à prestação jurisdicional, na busca da efetividade do processo.
10. A ampliação da garantia de imparcialidade dos órgãos jurisdicionais.
11. A previsão de que custas e emolumentos sejam destinados exclusivamente ao custeio dos serviços afetos às atividades específicas da Justiça, fortalecendo-a.
12. A regulação do procedimento de encaminhamento da proposta orçamentária do Judiciário e solução em caso de inércia.
13. A extinção dos Tribunais de Alçada, passando os seus membros a integrar os TJs dos respectivos Estados e uniformizando a nossa Justiça.
14. A transferência de competência do STF para o STJ no tocante à homologação de sentença estrangeiras e à concessão de exequatur às cartas rogatórias.
15. A ampliação da competência do STF para o julgamento de recurso extraordinário quando se julgar válida lei local contestada em face de lei federal.
16. A criação do requisito repercussão geral das questões constitucionais discutidas no caso para o conhecimento do recurso extraordinário.
17. A adequação da Constituição, no tocante ao controle de constitucionalidade, ao entendimento jurisprudencial já pacificado no STF, constitucionalizando o efeito dúplice ou ambivalente da ADI e da ADC, assim como o seu efeito vinculante. Ampliação da legitimação para agir.
18. A ampliação da hipótese de intervenção federal dependendo do provimento de representação do Procurador-Geral da República para prover a execução de lei federal (pressupondo ter havido a sua recusa).
19. A criação da Súmula Vinculante do STF.
20. A aprovação da nomeação de Ministro do STJ pelo quórum de maioria absoluta dos membros do SF, equiparando-se ao quórum de aprovação para a sabatina dos Ministros do STF, e não mais maioria simples ou relativa, como era antes da Reforma.
21. A previsão de funcionamento, junto ao STJ: a) da Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados, cabendo-lhe, dentre outras funções, regulamentar os cursos oficiais para o ingresso e promoção na carreira: b) e do Conselho da Justiça Federal como órgão central do sistema e com poderes correcionais, cujas decisões terão caráter vinculante.
22. No âmbito trabalhista, dentre tantas modificações, destaca-se: a) aumento da composição do TST de 17 para 27 Ministros; b) em relação ao sistema de composição, reduziram-se as vagas de Ministros do TST oriundos da advocacia e do Ministério Público do Trabalho; c) fixação do número de 7 juízes para os TRTs; d) modificação a competência da Justiça do Trabalho.
23. Fixação de novas regras para a Justiça Militar.
24. Assim como ficado para a Magistratura, regulação do procedimento de encaminhamento da proposta orçamentária do Ministério Público e solução em caso de inércia.
25. Nos termos da Magistratura, diminuição do quórum de votação para a perda da garantia da inamovibilidade de 2/3 para maioria absoluta.
26. Ampliação da garantia de imparcialidade dos membros do MP.
27. No sentido de dar maior produtividade e transparência no exercício da função, na busca da efetividade do processo, destacam-se, para o MP: a) a obrigatoriedade de as funções só poderem ser exercidas por integrantes da carreira, que deverão residir na comarca da respectiva lotação, salvo autorização do chefe da instituição; b) a previsão da exigência de 3 anos de atividade jurídica para o bacharel em direito como requisito para ingresso na carreira do MP; c) distribuição imediata dos processos; d) e, no que couber, as regras previstas no art. 93.
28. A EC nº. 45/2004 foi promulgada em 8 de dezembro de 2004 e entrou em vigor na data da publicação, em 31 de dezembro de 2004.
4. Estatuto da Magistratura
Conforme estabelece o art. 93 da CF, lei complementar, de iniciativa do STF, disporá sobre o Estatuto da Magistratura, observados os seguintes princípios:
- ingresso na carreira, cujo cargo inicial será o de juiz substituto, mediante concurso público de provas e títulos, com a participação da Ordem dos Advogados do Brasil em todas as fases, exigindo-se do bacharel em direito, no mínimo, 3 anos de atividade jurídica e obedecendo-se, nas nomeações, à ordem de classificação;
- promoção de entrância, alternadamente, por antiguidade e merecimento, atendidas as seguintes normas: a) é obrigatória a promoção do juiz que figure 3 vezes consecutivas ou 5 alternadas em lista de merecimento; b) a promoção por merecimento pressupõe 3 anos de exercício na respectiva entrância e integrar o juiz a primeira quinta parte da lista de antiguidade desta, salvo se não houver com tais requisitosquem aceite o lugar vago;
- aferição do merecimento conforme o desempenho e pelos critérios objetivos de produtividade e presteza no exercício da jurisdição e pela frequência e aproveitamento em cursos oficiais ou reconhecidos de aperfeiçoamento;
- na apuração de antiguidade, o tribunal somente poderá recusar o juiz mais antigo pelo voto fundamentado de 2/3 de seus membros, conforme procedimento próprio, e assegurado a ampla defesa, repetindo-se a votação até fixar-se a indicação;
- não será promovido o juiz que, injustificadamente, retiver os autos em seu poder além do prazo legal, não podendo devolvê-los ao cartório sem o devido despacho ou decisão;
- o acesso aos tribunais de segundo grau far-se-á por antiguidade e merecimento, alternadamente, apurados na última ou única entrância;
- previsão de cursos oficiais de preparação, aperfeiçoamento e promoção de magistrados, constituindo etapa obrigatória do processo de vitaliciamento a participação em curso oficial ou reconhecido por escola nacional de formação e aperfeiçoamento de magistrados;
- o subsídio dos Ministros do Tribunais Superiores corresponderá a 95% do subsídio mensal fixado para os Ministros do Supremo Tribunal Federal e os subsídios dos demais magistrados serão fixados em lei e escalonados, em nível federal e estadual.
- a aposentadoria dos magistrados e a pensão de seus dependentes observarão o disposto no art. 40.
- o juiz titular residirá na respectiva comarca, salvo autorização do tribunal;
- o ato de remoção, disponibilidade e aposentadoria do magistrado, por interesse público, fundar-se-á em decisão por voto da maioria absoluta do respectivo tribunal ou do Conselho Nacional de Justiça, assegurada ampla defesa;
- a remoção a pedido ou a permuta de magistrados de comarca de igual entrância atenderá, no que couber, ao disposto nas alíneas “a”, “b”, “c” e “e” do inciso II, do art. 93 da CF;
- todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade.
- as decisões administrativas dos tribunais serão motivadas e em sessão pública, sendo as disciplinares tomadas pelo voto da maioria absoluta de seus membros;
- nos tribunais com número superior a 25 julgadores, poderá ser constituído órgão especial, com o mínimo de 11 e o máximo de 25 membros, para o exercício das atribuições administrativas e jurisdicionais delegadas da competência do tribunal pleno, provendo-se metade das vagas por antiguidade e a outra metade por eleição pelo tribunal pleno;
- a atividade jurisdicional será ininterrupta, sendo vedadas as férias coletivas nos juízos e tribunais de segundo grau, funcionando, nos dias em que não houver expediente forense normal, juízes em plantão permanente;
- o número de juízes na unidade jurisdicional será proporcional à efetiva demanda judicial e à respectiva população;
- os servidores receberão delegação para a prática de atos de administração e atos de mero expediente sem caráter decisório;
- a distribuição de processos será imediata, em todos os graus de jurisdição.
5. Garantias do Judiciário
As garantias atribuídas ao Judiciário assumem importantíssimo papel no cenário da tripartição de Poderes, assegurando a independência desse órgão, que poderá decidir livremente, sem se abalar com qualquer tipo de pressão que venha dos outros Poderes.
5.1. Garantias Institucionais do Judiciário
A garantia da autonomia orgânico-administrativa manifesta-se na estruturação e funcionamento dos órgãos, na medida em que se atribui aos tribunais a competência para: a) eleger seus órgãos diretivos, sem qualquer participação dos outros Poderes; b) elaborar regimento interno; c) organizar a estrutura administrativa interna de modo geral, como a concessão de férias, licença, dentre outras atribuições.
Estatui o artigo 99, caput, que ao Poder Judiciário é assegurada, além da autonomia administrativa, também a autonomia financeira. Nesse sentido, os tribunais elaborarão suas propostas orçamentárias dentro dos limites estipulados conjuntamente com os demais Poderes na lei de diretrizes orçamentárias.
5.2. Garantias Funcionais do Judiciário
Prevista no artigo 95, I, a vitaliciedade significa dizer que o magistrado só perderá o cargo (uma vez vitaliciado) por sentença judicial transitada em julgado, sendo-lhe asseguradas todas as garantais inerentes ao processo jurisdicional.
Pela regra da inamovibilidade (art. 95, II), garante-se ao juiz a impossibilidade de remoção, sem seu consentimento, de um local para outro, de uma comarca para outra, ou mesmo sede, cargo, tribunal, câmara, grau de jurisdição.
Previsto no art. 95, III, o subsídio dos magistrados não poderá ser reduzido, garantindo-se, assim, o livre exercício das atribuições jurisdicionais.
Aos magistrados foram impostas algumas vedações, delimitadas nos incisos do parágrafo único do artigo 95. Trata-se de rol taxativo, exaustivo, por restringir direitos. Aos juízes é vedado:
- exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou função, salvo uma de magistério;
- receber, a qualquer título ou pretexto, custas ou participação em processo;
- dedicar-se à atividade político-partidária;
- receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de pessoas físicas, entidades públicas ou privadas, ressalvadas as exceções previstas em lei.
- exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastou, antes de decorridos três anos do afastamento do cargo por aposentadoria ou exoneração.
6. Estrutura do Judiciário
6.1. Órgãos de Convergência e Órgãos de Superposição
As regras do Poder Judiciário vêm previstas nos arts. 92 a 126 da CF. Pode-se afirmar que o STF e os Tribunais Superiores (STJ, TST, TSE e STM) são órgãos de convergência, têm sede na Capital Federal (Brasília) e exercem jurisdição sobre todo o território nacional, nos termos do art. 92, § 2º, da CF.
Na medida em que não pertencem a nenhuma Justiça, podemos classificar o STF e o STJ não só como órgãos de convergência, mas também como órgãos de superposição. Embora não pertençam a nenhuma Justiça, as suas decisões se sobrepõem às decisões proferidas pelos órgãos inferiores das Justiças comum e especial.
6.2. Justiças: Comum e Especial
- Justiça Comum
a) Justiça Federal (Tribunais Regionais Federais, Juízes Federais e Juizados Especiais);
b) Justiça do Distrito Federal e Territórios (Tribunais, Juízes do Distrito Federal e Territórios e Juizados Especiais);
c) Justiça Estadual Comum (Tribunais de Justiça, Juízos de Primeiro Grau de Jurisdição e Juizados Especiais).
- Justiça Especial
a) Justiça do Trabalho: composta pelo Tribunal Superior do Trabalho – TST, Tribunais Regionais do Trabalho – TRTs e pelos Juízes do Trabalho;
b) Justiça Eleitoral: composta pelo Tribunal Superior Eleitora – TSE; Tribunais Regionais Eleitorais – TREs e pelos Juízes Eleitorais;
c) Justiça Militar da União: Superior Tribunal Militar – STM, Juízes Federais da Justiça Militar e os Conselhos de Justiça, Especial e Permanente, nas sedes das Auditorias Militares;
d) Justiça Militar dos Estados, do Distrito Federal e Territórios: Tribunal de Justiça – TJ, ou Tribunal de Justiça Militar – TJM, nos Estados em que o efetivo militar for superior a 20.000 integrantes e, em primeiro grau, pelos juízes de direitos togados (juízes de direito da Justiça Militar Estadual) e pelos Conselhos de Justiça, com sede nas auditorias militares.
7. A Regra do “Quinto Constitucional”
O art. 94 da CF estabelece 1/5 (20%) dos lugres dos TRFs, dos Tribunais dos Estados e Territórios será composto de membros do Ministério Público, com mais de 10 anos de carreira, e de advogados de notório saber jurídico e de reputação ilibada, com mais de 10 anos de efetiva atividade profissional, indicados em lista sêxtupla pelos órgãos de representação das respectivas classes.
8. Características Gerais dos Órgãos do Poder Judiciário
8.1. STF – Regras Gerais
- Composição: 11 Ministros;
- Investidura: o Presidente da República escolhe e indica o nome para assumir a vaga de Ministrodo STF, submetendo-o à apreciação do Senado Federal.
- Requisitos para ocupar o cargo de Ministro do STF: a) ser brasileiro nato; b) ter mais de 35 e menos de 65 anos de idade; c) ser cidadão; d) ter notável saber jurídico e reputação ilibada; e) jurista, tendo cursado a faculdade de direito.
- Competências do STF: a) originária (art. 102, I, “a” a “r”); b) recursal ordinária (art. 102, II); e c) recursal extraordinária (art. 102, III).
8.2. STJ – Regras Gerais
- Composição: 33 Ministros;
- Investidura: os Ministros serão escolhidos e nomeados pelo Presidente da República, após serem sabatinados pelo Senado Federal e aprovados pelo voto da maioria absoluta.
- Requisitos para ocupar o cargo de Ministro do STF: a) ser brasileiro nato ou naturalizado; b) ter mais de 35 e menos de 65 anos de idade; c) ter notável saber jurídico e reputação ilibada.
- Composição dos Ministros: 1/3 dentre juízes dos Tribunais Regionais Federais; 1/3 dentre desembargadores dos Tribunais de Justiça; 1/6 dentre advogados; e 1/6 dentre membros do Ministério Público Federal, Estadual, do Distrito Federal e Territórios, alternadamente.
- Competências do STJ: a) originária (art. 105, I, “a” até “i”); b) recursal ordinária (art. 105, II); e c) recursal especial (art. 105, III).
8.3. Tribunais Regionais Federais (TRFs) e Juízes Federais
- Composição: no mínimo 7 juízes, recrutados, quando possível, na respectiva região e nomeados pelo Presidente da República, devendo ser observada regra do “quinto constitucional” do art. 94;
- Requisitos para o cargo: a) ser brasileiro nato ou naturalizado; b) ter mais de 35 e menos de 65 anos de idade;
8.4. Tribunais e Juízes do Trabalho
- Tribunal Superior do Trabalho: 
Composição: 27 Ministros togados e vitalícios, 1/5 será escolhido dentre advogados com mais de 10 anos de efetiva atividade profissional e membros do Ministério Público do Trabalho com mais de 10 anos de efetivo exercício, observado o disposto, no art. 94; os demais serão escolhidos dentre juízes dos Tribunais Regionais do Trabalho, oriundos da Magistratura da carreira, indicados pelo próprio Tribunal Superior.
Requisitos para o cargo: a) ser brasileiro nato ou naturalizado; b) ter mais de 35 e menos de 65 anos de idade; c) ter notável saber jurídico e reputação ilibada;
Competência do TST: processar e julgar originariamente a reclamação para a preservação de sua competência e garantia de autoridade de suas decisões.
- Tribunais Regionais do Trabalho:
Composição: os Tribunais Regionais do Trabalho serão compostos de, no mínimo, 7 juízes, recrutados, quando possível, na respectiva região, e nomeados pelo Presidente da República dentre brasileiros com mais de 30 anos e menos de 65 anos.
- Estrutura da Composição: a) 1/5 dentre advogados com mais de 10 anos de efetiva atividade profissional e membros do Ministério Público do Trabalho com mais de 10 nos de efetivo exercício, observado o disposto no art. 94; b) os demais, mediante promoção de juízes do trabalho por antiguidade e merecimento, alternadamente.
8.5. Tribunais e Juízes Eleitorais
- Tribunal Superior Eleitoral:
Composição: no mínimo, 7 membros (juízes).
Estrutura da composição: a) 3 juízes serão eleitos dentre os Ministros do STF, pelo voto secreto, pelos próprios membros da Corte Suprema; b) 2 juízes serão eleitos, também pelo voto secreto, dentre os Ministros do STJ, pelos próprios Ministros do STJ; c) 2 outros juízes serão nomeados pelo Presidente da República, sem haver a necessidade de sabatina pelo Senado Federal, dentre seis advogados de notável saber jurídico e idoneidade moral, indicados pelo STF e escolhido pelo Presidente da República.
- Tribunal Regional Eleitoral - Composição: 7 membros (juízes);
Estruturação da composição: a) eleição, pelo voto secreto, de 2 juízes dentre os desembargadores do Tribunal de Justiça; b) eleição, pelo voto secreto, de 2 juízes, dentre juízes de direito, escolhidos pelo Tribunal de Justiça; c) de 1 juiz do TRF com sede na Capital do Estado ou no Distrito Federal, ou, não havendo, de juiz federal, escolhido, em qualquer caso, pelo TRF respectivo; d) de 2 juízes, por nomeação, pelo Presidente da República, dentre 6 advogados de notável saber jurídico e idoneidade moral, indicados pelo Tribunal de Justiça.
8.6. Tribunais e Juízes Militares
- Superior Tribunal Militar
Composição: 15 ministros vitalícios.
Estrutura da composição: a) 3 dentre oficiais-generais da Marinha, da ativa e do posto mais elevado da carreira; b) 4 dentre oficiais-generais do Exército, da ativa e do posto mais elevado da carreira; c) 3 dentre oficiais-generais da Aeronáutica, da ativa e do posto mais elevado da carreira; d) 5 dentre civis, dos quais 3 serão escolhidos dentre advogados de notório saber jurídico e conduta ilibada, com mais de 10 anos de efetiva atividade profissional, e 2, por escolha paritária, dentre juízes federais da Justiça Militar e membros do Ministério Público Militar.
Forma de nomeação: o Presidente da República aponta a indicação dos 15 Ministros. A indicação deve ser aprovada por maioria simples do Senado Federal.
Requisitos: a) ser brasileiro, nato ou naturalizado; b) ter mais de 35 anos de idade; c) para os Ministros civis escolhidos dentre os advogados, ter notório saber jurídico e conduta ilibada, com mais de 10 anos de efetiva atividade profissional; e d) para os oficiais-generais a CF prevê o requisito de serem brasileiros natos.
- Justiça Militar da União
Competência exclusivamente penal, incumbe-lhe processar e julgar os crimes militares definidos em lei
12 Circunscrições Judiciária Militares
Conselhos de Justiça (julgamento colegiado) – compostos de 1 juiz togado e de 4 juízes leigos (militares, sorteados). 
Juízes Federais da Justiça Militar da União
8.7. Tribunais e Juízes dos Estados
Residualmente, compete à Justiça Estadual tudo o que não for de competência das Justiças especiais ou especializadas, nem da Justiça Federal.
8.9. Tribunais e Juízes do Distrito Federal e Territórios
A Justiça do Distrito Federal e Territórios, formada pelos Tribunais e Juízes do Distrito Federal e Territórios, será organizada e mantida pela União, que também criará os Juizados Especiais e a Justiça de Paz.