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Classificação das Bactérias

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2. Classificação dos Seres vivos e Citologia bacteriana 
 
2.1 Características gerais das bactérias 
 
 
• São seres unicelulares, aparentemente simples, sem carioteca, ou seja, sem 
membrana nuclear. Há um único compartimento, o citoplasma. 
 
 
• O material hereditário, uma longa molécula de DNA, está enovelado na 
região, aproximadamente central, sem qualquer separação do resto do 
conteúdo citoplasmático. Suas paredes celulares, quase sempre, contêm o 
polissacarídeo complexo peptidoglicano. 
O peptidoglicano é formado por dois tipos de açúcares (o ácido N- 
acetilmurâmico e a N-acetilglucosamina) e alguns aminoácidos. O 
peptidoglicano é a estrutura que confere rigidez à parede celular de bactérias, 
determina a forma da bactéria e protege da lise osmótica, quando em meio 
hipotônico. 
 
 
• Usualmente se dividem por fissão binária. Durante este processo, o DNA é 
duplicado e a célula se divide em duas. 
 
 
Tamanho 
Invisíveis a olho nu, só podendo ser visualizada com o auxílio do microscópio, 
as bactérias são normalmente medidas em micrômetros (μm), que são 
equivalentes a 1/1000mm (10-3mm). As células bacterianas variam de 
tamanho dependendo da espécie, mas a maioria tem aproximadamente de 
0,5 a 1μm de diâmetro ou largura. 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Monossacar%C3%ADdeo
https://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%81cido_N-acetilmur%C3%A2mico
https://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%81cido_N-acetilmur%C3%A2mico
https://pt.wikipedia.org/wiki/N-Acetilglicosamina
https://pt.wikipedia.org/wiki/N-Acetilglicosamina
https://pt.wikipedia.org/wiki/Amino%C3%A1cido
https://pt.wikipedia.org/wiki/Parede_celular
https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Lise_osm%C3%B3tica&action=edit&redlink=1
Morfologia 
 
 
Há uma grande variedade de tipos de bactérias e suas formas variam, 
dependendo do gênero da bactéria e das condições em que elas se 
encontram. 
Apresentam uma das três formas básicas: cocos, bacilos e espirilos. 
 
 
 
1) COCOS – são células geralmente arredondadas, mas podem ser ovoides 
ou achatadas em um dos lados quando estão aderidas a outras células. 
Os cocos quando se dividem para se reproduzir, podem permanecer 
unidos uns aos outros, o que os classificam em: 
 
 
a) Diplococos – são os que permanecem em pares após a divisão. 
 
 
 
b) Estreptococos - são aqueles que se dividem e permanecem ligados em 
forma de cadeia. 
 
 
c) Tétrades – são aqueles que se dividem em dois planos e permanecem 
em grupos de quatro. 
 
 
 
 
d) Estafilococos - são aqueles que se dividem em múltiplos planos e 
formam cachos (forma de arranjo). 
 
e) Sarcinas - são os que se dividem em três planos, permanecendo unidos 
em forma de cubo com oito bactérias. 
 
2) BACILOS são células cilíndricas ou em forma de bastão. Existem 
diferenças consideráveis em comprimento e largura entre as várias 
espécies de bacilos. As porções terminais de alguns bacilos são 
quadradas, outras arredondadas e, ainda, outras são afiladas ou 
pontiagudas. 
3) ESPIRILOS são bactérias de forma espiralada (como um saca-rolhas). 
Algumas formas são rígidas e outras flexíveis (espiroquetas). Uma forma que 
se parece com uma vírgula chama-se vibrião. Doenças que são causadas: 
cólera. 
 
 
 
 
2.2 Estruturas bacterianas 
 
Com a ajuda do microscópio, podemos observar uma diversidade de 
estruturas, funcionando juntas numa célula bacteriana. Algumas dessas 
estruturas são encontradas externamente fixadas à parede celular, 
enquanto outras são internas. A parede celular e a membrana 
citoplasmática são comuns a todas as células bacterianas. 
 
 
 
 
Parede celular 
 
A parede celular é uma estrutura rígida que mantém a forma 
característica de cada célula bacteriana. 
 
A estrutura é tão rígida que mesmo altas pressões ou condições físicas 
adversas raramente mudam a forma das células bacterianas. É essencial 
para o crescimento e divisão da célula. 
 
As paredes celulares das células bacterianas não são estruturas 
homogêneas, apresentam camadas de diferentes substâncias que variam 
de acordo com o tipo de bactéria. 
 
Elas diferem em espessura e em composição. Além de dar forma à 
bactéria, a parede celular serve como barreira para algumas substâncias, 
previne a evasão de certas enzimas, assim como a entrada de certas 
substâncias químicas e enzimas indesejáveis, que poderiam causar danos 
à célula. 
 
Nutrientes líquidos necessários à célula têm passagem permitida. 
 
 
Membrana citoplasmática 
 
Localiza-se imediatamente abaixo da parede celular. A membrana 
citoplasmática é o local onde ocorre a atividade enzimática e do 
transporte de moléculas para dentro e para fora da célula. É muito mais 
seletiva à passagem de substâncias externas que a parede celular. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2.3 Estruturas externas a parede celular 
 
Glicocálice 
 
Significa revestimento de açúcar – é um envoltório externo à membrana 
plasmática que ajuda a proteger a superfície celular contra lesões 
mecânicas e químicas. É composto de moléculas de açúcar associadas aos 
fosfolipídios e às proteínas dessa membrana. 
 
O glicocálice bacteriano é um polímero viscoso e gelatinoso que está 
situado externamente à parede celular. Na maioria dos casos, ele é 
produzido dentro da célula e excretado para a superfície celular. 
 
O glicocálice é descrito como uma cápsula. Em certas espécies, as cápsulas 
são importantes no potencial de produção de doenças da bactéria. As 
cápsulas, frequentemente, protegem as bactérias patogênicas da 
fagocitose pelas células do hospedeiro. 
 
 
 
 
 
Flagelos e cílios 
 
Flagelo significa chicote – longo apêndice filamentoso que serve para 
locomoção. Se as projeções são poucas e longas em relação ao tamanho 
da célula, são denominados flagelos. Se as projeções são numerosas e 
curtas lembrando pelos, são denominados cílios. 
 
 
Existem quatro tipos de arranjos de flagelos, que podem ser classificados 
em: 
 
• Monotríquio (um único flagelo polar). 
 
• Anfitríquio (um único flagelo em cada extremidade da célula). 
 
• Lofotríquio (dois ou mais flagelos em cada extremidade da célula). 
 
• Peritríquio (flagelos distribuídos por toda célula). 
 
 
 
As bactérias móveis contêm receptores em várias localizações, como 
dentro ou logo abaixo da parede celular. Estes receptores captam os 
estímulos químicos, como o oxigênio, a ribose e a galactose. 
 
Em resposta aos estímulos, a informação é passada para os flagelos. Se 
um sinal quimiotático (estímulo químico) é positivo, denominado 
atraente, as bactérias se movem em direção ao estímulo com muitas 
corridas e poucos desvios. Se um sinal é negativo, denominado repelente, 
a frequência de desvios aumenta à medida que a bactéria se move para 
longe do estímulo. 
Filamentos axiais 
 
São feixes de fibrilas que se originam nas extremidades das células e 
fazem uma espiral em torno destas. A rotação dos filamentos produz um 
movimento que propele as espiroquetas (bactérias que possuem 
estrutura e motilidade exclusiva) como a espiroqueta Leptospira, o 
agente causador da sífilis, em um movimento espiral. Este movimento é 
semelhante ao modo como o saca-rolha se move, permitindo que as 
bactérias se movam efetivamente através dos tecidos corporais. 
 
 
 
Fimbrias e pili 
 
 
 
 
 
 
São apêndices semelhantes a pelos mais curtos, mais retos e mais finos 
que os flagelos, são usados para fixação em vez de motilidade. Essas 
estruturas, que distribuídas de modo helicoidal em torno de um eixo 
central, são divididas em fimbrias e pili, possuindo funções diversas. 
 
As fimbrias permitem as células aderir às superfícies, incluindo as de 
outras células. As fimbrias de bactérias Neisseria gonorhoeae, o agente 
causador da gonorreia, auxiliam o micróbio a colonizar as membranas 
mucosas e uma vez que a colonização ocorre, as bactérias podem causar 
doenças. 
 
Os pili (singular pilus), normalmente, são mais longos que as fimbrias, 
havendo apenas um oudois por célula. Os pili unem-se as células e tem a 
função de transferência de DNA. 
 
 
 
 
 
Área nuclear ou nucleoide 
 
Contém uma única molécula circular longa de DNA de dupla fita, o 
cromossomo bacteriano. É a formação genética da célula que transporta 
toda informação necessária para as estruturas e as funções celulares 
bacterianas na preparação para transferência de DNA de uma célula para 
outra. 
 
 
Ribossomos 
 
Servem como locais de síntese proteica. São compostos de duas 
subunidades, cada qual consistindo de proteínas e de um tipo de RNA 
denominado ribossômico (RNAr). Os ribossomos procarióticos diferem 
dos eucarióticos no número de proteínas e de moléculas de RNA. Devido 
a essa diferença, a célula microbiana pode ser morta pelo antibiótico, 
enquanto a célula do hospedeiro eucariótico permanece intacta. 
 
 
Esporos 
 
Os esporos se formam dentro da célula bacteriana, também chamados de 
endósporos, são exclusivos de bactérias. 
São células desidratadas altamente duráveis, com paredes espessas e 
camadas adicionais. Os gêneros Bacillus e Clostridium podem apresentar 
esporos, estruturas que constituem formas de defesa e não devem ser 
confundidas com unidades reprodutivas. Na forma de esporos, essas 
bactérias têm a capacidade de resistir à ação de agentes químicos 
diversos, às temperaturas inadequadas, aos meios de radiação, ácidos e 
outras condições desfavoráveis. 
 
Plasmídeos 
 
São moléculas de DNA de dupla fita pequenas e circulares. Não estão 
conectados ao cromossomo bacteriano principal e replicam-se, 
independentemente, do DNA cromossômico. Podem ser ganhos ou 
perdidos sem lesar a celular e transferidos de uma bactéria para outra. 
Podem transportar genes para atividades como a resistência aos 
antibióticos, tolerância aos metais tóxicos, produção de toxinas e síntese 
de enzimas. Quanto mais alto o peso molecular maior será sua 
importância. Cada plasmídeo tem uma função própria, os que não têm 
função são crípticos e apresentam baixo peso molecular. 
 
 
Reprodução 
 
Quando os microrganismos estão em um meio apropriado (alimentos, 
meios de cultura, tecidos de animais ou plantas) e em condições ótimas 
para o crescimento, um grande aumento no número de células ocorre em 
um período de tempo relativamente curto. 
 
A reprodução das bactérias se dá, principalmente, de forma assexuada, 
em que novas células iguais a que deu origem são produzidas. As bactérias 
se reproduzem assexuadamente por fissão binária, na qual uma única 
célula parental simplesmente se divide em duas células filhas idênticas. 
 
Anteriormente à divisão celular, os conteúdos celulares se duplicam e o 
núcleo é replicado. O tempo de geração, ou seja, o intervalo de tempo 
requerido para que cada microrganismo se divida ou para que a 
população de uma cultura duplique em número é diferente para cada 
espécie e é fortemente influenciado pela composição nutricional do meio 
em que o microrganismo se encontra. 
 
 
 
 
 
Classificação das bactérias 
 
As bactérias são divididas em dois grandes grupos: 
 
Eubactérias e 
Arqueobactérias. 
 
 
 
 
 
 
● As eubactérias apresentam composição da parede celular diferente das 
arqueobactérias, frequentemente aparecem aos pares, em cadeias, 
formando tétrades ou agrupadas. Algumas apresentam flagelos, 
favorecendo seu deslocamento rapidamente em líquidos. São de grande 
importância na natureza e na indústria, sendo essenciais na reciclagem de 
lixo orgânico e na produção de antibiótico como a streptomicina. As 
infecções causadas pelas eubactérias incluem as streptocócica de 
garganta, tétano, cólera, tuberculose, etc. 
 
 
● As arqueobactérias assemelham-se as eubactérias quando observadas 
por meio de um microscópio, mas existem diferenças importantes quanto 
a sua composição química, à atividade e ao meio ambiente em que se 
desenvolvem tais como em elevada concentração de salina ou acidez 
elevada e altas temperaturas a exemplo de piscinas térmicas e lagoas 
salinas. 
 
2.4 Mecanismos de resistência bacteriana 
 
Desde que Alexander Fleming descobriu o primeiro antibiótico, a 
penicilina, em 1928, o homem e a bactéria disputam uma corrida e a 
liderança da competição vem se alterando o tempo todo. 
 
A previsão, porém, é de que os antibióticos, as drogas milagrosas do 
século XX, terminem vencidos pela bactéria, um dos seres mais primitivos 
na face da Terra. Se isso de fato acontecer, a humanidade fará uma 
viagem no tempo em marcha ré: voltará a era em que as mulheres 
morriam de parto por causa de contaminação no sangue, quando uma 
simples infecção de ouvido infantil podia se transformar numa terrível 
meningite e pequenos cortes, as vezes, provocavam até complicações 
fatais. 
 
O uso indiscriminado (abusivo) dos antibióticos desde sua industrialização 
promoveu uma seleção natural das bactérias patogênicas (causadoras de 
doenças). Por isso as populações atuais desses micróbios são bastante 
resistentes aos medicamentos. Muitas vezes torna-se quase impossível 
combatê-las e para tanto é preciso usar antibióticos tão poderosos que 
causam problemas ao próprio paciente, como danos ao fígado ou tecido 
ósseo. 
 
2.5 Desenvolvimento de resistência 
 
Antes do desenvolvimento dos antibióticos, as infecções bacterianas 
sistêmicas eram tão sérias e tão temidas, quanto a AIDS, o é, nos dias de 
hoje, pois eram uma das principais causas de morte. 
 
Por mais de 50 anos, os antibióticos são empregados (na indústria, 
agricultura, pecuária e mesmo nos ambientes domésticos), para tratar ou 
inibir de forma rápida e eficaz a maioria das infecções comuns. 
Considerados como drogas milagrosas, em 1954, foram fabricadas 1000 
toneladas de antibióticos, contra uma produção atual estimada em mais 
de 25 mil. 
 
No entanto, não houve atenção para as consequências adversas de seu 
uso indiscriminado, como ocorre ainda hoje, certa indiferença sobre 
qualquer problema potencialmente sério, relacionado a esses fármacos, 
porque assim como os antimicrobianos podem ser prescritas em 
tratamentos subterapêuticos, ou em superdoses, as bactérias são 
estimuladas a adquirir nova força em um processo seletivo. 
 
"A resistência é o preço a pagar para se ter e usar um antibiótico, pois a 
natureza rejeita o vácuo e fará o possível para preenchê-lo.” Os custos dos 
tratamentos com antimicrobianos respondem por 20 a 60% dos gastos 
com aquisição de medicamentos da maioria dos hospitais. 
 
Quando a política administrativa pressiona para a aquisição de 
antimicrobianos mais baratos, os gastos gerados para tratar os micro- 
organismos resistentes podem inviabilizar qualquer dotação 
orçamentária, pelo prolongamento do tempo de internação para o 
tratamento destas cepas, que muitas vezes tornam-se endêmicas nos 
hospitais, além de gerar o desgaste profissional, pela impotência da 
equipe de saúde em obter sucesso no tratamento de pacientes que 
adquirem essas infecções. 
A resistência à antibióticos é um problema que está se agravando, pelo 
desenvolvimento de micro-organismos, extremamente difíceis de se 
tratar. Para o paciente, a resistência antimicrobiana resulta no aumento 
da morbidade, e da mortalidade. Para a instituição, no aumento dos 
custos da assistência à saúde. 
 
 
A prescrição de antibióticos para infecções de etiologia viral, que não 
necessitam tratamentos, potencializa certamente o desenvolvimento da 
resistência. São empregados também, rotineiramente, antibióticos de 
amplo espectro, em casos onde um outro fármaco mais simples seria 
suficiente, para erradicar a infecção. 
 
As bactérias possuem um número notável de mecanismos genéticos para 
desenvolvimento de resistência aos antimicrobianos: podem sofrer 
mutação cromossômica, manifestar um gene latente de resistência 
cromossomal, adquirir novo material de resistência genética através de 
troca direta de DNA por conjugação, através de bacteriófago 
(transdução),através de plasmídeo extracromossomal de DNA (também 
por conjugação), ou ainda por aquisição de DNA, via transformação. 
 
Não é incomum para uma única cepa de bactéria encontrada em um 
hospital, possuir vários desses mecanismos de resistência 
simultaneamente. Outros fatores que contribuem para o surgimento de 
resistência incluem a severidade crescente da doença, o aumento do 
comprometimento do sistema imunológico, as intervenções invasivas, a 
transferência de pacientes entre clínicas, a falha nos procedimentos de 
controle de infecção e as precauções de isolamento ineficazes. 
 
Verifica-se na prática clínica, que, quando os pacientes não respondem a 
um antimicrobiano particular, a resposta de muitos médicos, 
simplesmente é substituir a droga e analisar seu êxito, ou sua ineficácia. 
O emprego de alternativas terapêuticas sem embasamento nos testes 
bacteriológicos primários, ou sem uma pesquisa nos dados da literatura 
médica, promove ou potencializa a resistência aos antimicrobianos. O 
surgimento da resistência à antibióticos, é uma consequência direta de 
seu emprego, e a resistência é, então, estabelecida pela pressão seletiva 
mostrada por estes fármacos. 
 
Esse uso indiscriminado de antimicrobianos sobre certas cepas 
bacterianas traz como consequência inevitável, o desenvolvimento de sua 
resistência. 
 
Para aqueles antibióticos que são derivados de produtos naturais, a 
resistência está relacionada à aquisição de genes codificadores de 
enzimas que inativam o antibiótico, como as betalactamases, modificam 
seu alvo, como a produção de PBP's (Penicilin Binding Proteins) 
modificadas, ou promovem o efluxo ativo do antibiótico, como os 
macrolídios. 
 
Crê-se que esses genes de resistência se desenvolveram há centenas de 
milhões de anos nas bactérias do solo, com a finalidade de proteger 
contra os antibióticos produzidos por outras bactérias do solo, ou contra 
seus próprios antibióticos. Segundo Stuart B. Levy, presidente da Aliança 
para Uso Prudente dos Antibióticos (APUA), a resistência pode ocorrer 
eventualmente para todos os antibióticos. 
 
No processo inicial de desenvolvimento de resistência bacteriana 
hospitalar, as bactérias ambientais recebem tratamento antimicrobiano 
em doses limitadas, suficientes para impedir, na maioria dos casos, que 
um paciente manifeste sinais de infecção. No entanto, com o passar do 
tempo, o grau de resistência e o número de bactérias resistentes 
aumentam, invertendo o quadro a favor das bactérias. Este processo 
genético e anormal de aquisição de resistência, não permite que a mesma 
desapareça, quando estabelecida. 
 
 
 
 
2.6 Mecanismos genéticos de resistência 
 
a) Resistência Plasmidial 
 
Além do DNA cromossômico, as células bacterianas podem conter 
pequenas moléculas circulares de DNA denominadas plasmídios. Certos 
plasmídios possuem genes responsáveis pela síntese de enzimas que 
destrõem um antibiótico antes que ele destrua a bactéria. 
 
São os chamados plasmídios R (de resistência aos antibióticos). Eles 
também possuem genes que permitem sua passagem de uma bactéria 
para outra (fator F). Quando dois ou mais tipos de plasmídios R estão 
presentes em uma mesma bactéria, os genes de um deles podem passar 
para outro por recombinação gênica através dos processos de: 
conjugação, transformação e transdução. 
 
Esse mecanismo faz com que surjam plasmídios R portadores de diversos 
genes para resistência a diferentes antibióticos. Os plasmídios podem 
estar integrados no cromossomo, sendo capazes de transferir genes de 
resistência para espécies não aparentadas geneticamente. 
b) Resistência Cromossômica 
 
Como a resistência cromossômica depende de mutação espontânea, 
evento raro, ela é dirigida quase sempre a uma só droga e os genes são 
transferidos com frequência relativamente baixa. 
 
Por isso, seu impacto clínico é menor que o da resistência plasmidial. Não 
podemos nos esquecer ainda, que bactérias sensíveis podem receber, de 
graça, genes cromossômicos mutantes de bactérias já resistentes, através 
dos processos de transformação, conjugação e transdução (que são os 
mecanismos de replicação das bactérias). 
 
c) Transposons 
 
 
 
Os transposons são segmentos de DNA com grande mobilidade. 
 
Eles codificam a enzima transponase responsável por sua transferência 
para outros segmentos de DNA. Eles são promíscuos: criam as variações 
invadindo diversos sítios do DNA hospedeiro, mas às vezes podendo 
produzir mutações letais. 
 
 
 
2.7 Mecanismos de reprodução em bactérias 
 
 
 
a) Conjugação 
É a transferência de material genético (DNA plasmidial e/ou do 
cromossomo) entre duas bactérias. 
 
 
 
Na conjugação bacteriana duas bactérias unem-se temporariamente 
através de uma ponte citoplasmática. Em uma das células, denominada 
"doadora” ou macho”, ocorre a duplicação de parte do cromossomo. 
“Essa parte duplicada separa-se e, através da ponte citoplasmática, passa 
para outra célula, denominada “receptora” ou fêmea”, unindo-se ao 
cromossomo dessa célula receptora. 
 
b) Transdução 
É a transferência de material genético entre duas bactérias feitas por um 
vírus bacteriófago. 
 
 
 
c) Transformação 
 
É a incorporação de um material genético livre no meio por uma célula 
bacteriana. 
 
A transformação bacteriana acontece em alguns tipos de bactérias que 
conseguem adquirir trechos de moléculas de DNA dispersos no meio e 
incorporá-los ao seu DNA. 
 
Essas bactérias ficam então, com constituição genética modificada e são 
chamadas transformadas. Sob certas condições, qualquer tipo de DNA 
proveniente de outros seres vivos pode ser incorporado ao DNA 
bacteriano. 
 
Graças a essa possibilidade, os cientistas têm usado as bactérias em vários 
experimentos dentro da crescente área da Engenharia Genética, 
introduzindo nelas genes de outros seres vivos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Bact%C3%A9ria
https://pt.wikipedia.org/wiki/Mol%C3%A9cula
https://pt.wikipedia.org/wiki/DNA
https://pt.wikipedia.org/wiki/Engenharia_Gen%C3%A9tica
https://pt.wikipedia.org/wiki/Gene
Atuação dos Antibióticos 
 
Medicamentos que revolucionaram a história da medicina, protegendo o 
homem do ataque de bactérias antes mortais, os antibióticos são hoje um 
instrumento indispensável na guerra mundial contra as doenças 
infecciosas bacterianas. 
 
Mas infectologistas do mundo todo estão cada vez mais preocupados com 
o uso inadequado dessas substâncias, a partir da automedicação ou do 
desconhecimento sobre o mecanismo de ação dos antibióticos, cuja pior 
consequência é a criação das chamadas superbactérias, microorganismos 
para os quais dificilmente existe cura. 
 
 
De tempos em tempos, dá-se o alerta: identificou-se no hospital y, na 
maternidade x ou em determinada comunidade uma cepa de bactérias 
(linhagem de microrganismos (vírus ou bactérias) produzida em laboratório 
(pode-se dizer que são clones) com a finalidade de estudos) que resiste a 
qualquer dos antibióticos conhecidos. 
 
Normalmente eliminadas por antibióticos, bactérias até então comuns 
tornam-se imbatíveis, praticamente imortais. E doenças que eram 
debeladas com o tratamento adequado transformam-se em moléstias 
fatais. “Em situações de multirresistência microbiana, é o como se 
voltássemos a era pré-antibiótica, quando os médicos não podiam intervir 
na evolução natural de uma infecção”. 
 
A resistência bacteriana é responsável por um importante aumento na 
morbidade e na mortalidade das doenças infecciosas e mesmo de outros 
tipos de patologias que evoluem com um quadro infeccioso. 
 
 
A resistência bacteriana é responsável também por um grande aumento 
nos custos diretos e indiretos envolvidos no tratamento das infecções que 
se tornam mais severas e prolongadas, aumentando assim o tempo de 
internação e o afastamento do paciente de suas atividades. 
Uma das bactérias que acabaram se tornando monstruosaspor causa do 
uso repetidamente inadequado de antibiótico é justamente a da 
tuberculose, a Mycobacter tuberculosis, que se transmite de pessoa. 
 
Isso explica os recentes picos de incidência da moléstia em países onde 
ela parecia ter sido controlada, como o Brasil e até os Estados Unidos. Em 
geral, um paciente tuberculoso precisa tomar os antibióticos indicados 
por um período médio de seis meses, ininterruptamente. 
 
Como os remédios não são isentos de efeitos colaterais e os sintomas 
desaparecem muito antes do prazo de tratamento, boa parte dos 
pacientes deixa de tomar os antibióticos por sua conta e risco. O 
resultado? “O objetivo do tratamento antibiótico não é eliminar os 
sintomas, mas as bactérias. Se o tratamento é interrompido antes do 
prazo, as bactérias que ainda estão vivas, que são justamente as mais 
fortes, estão prontas para um novo ataque". 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MECANISMOS DE AÇÃO DOS ANTIBIÓTICOS 
 
Produtos que agem no combate a bactérias são chamados de 
antimicrobianos e geralmente divididos 
entre bactericidas, bacteriostáticos. Apesar da similaridade dentre os 
nomes, as diferenças entre eles estão relacionadas ao mecanismo de ação 
desses biocidas. 
 
 
1) Bactericidas 
Atuam na membrana plasmática ou parede celular bacteriana, inibindo 
sua síntese e provocando sua destruição. Como exemplo, temos os 
antibióticos penicilina, cefalosporina e vancomicina que atuam sobre as 
enzimas responsáveis pela síntese da parede. 
 
A bactéria pode adquirir resistência produzindo enzimas (transferases e 
betalactamases), que alteram ou degradam drogas, por inibição da 
permeabilidade da membrana plasmática e pelo efluxo de drogas 
(bombeamento de drogas para fora da célula). 
Contudo, existem produtos bactericidas que além de matar, também 
destroem as células mortas, neste caso chamamos de "Bacteriolítico". 
 
2) Bacteriostáticos 
Atuam sobre o material genético bacteriano (cromossomo e plasmídio) 
bloqueando a replicação do DNA e a transcrição. Atuam também sobre os 
ribossomos, RNA mensageiro e transportador bloqueando a síntese de 
proteínas. Dessa forma, as bactérias ficam estáticas e morrem. 
 
 
2.8 Mecanismos bacterianos de patogenicidade 
 
A capacidade que tem um agente infeccioso tem de uma vez instalado no 
organismo do homem e de outros animais, produzir sintomas em maior 
ou menor proporção, chama-se patogenicidade. 
 
Portanto, microrganismos patogênicos são aqueles capazes de causar 
enfermidades em condições apropriadas. O grau de patogenicidade 
dentro de um determinado gênero ou espécie é chamado de virulência. 
 
A virulência não está atribuída a um único fator, e sim, pode 
depender de vários fatores relacionados com o microrganismo, ao 
hospedeiro e a interação entre os dois. 
 
A virulência envolve duas características de um microrganismo 
patogênico: 
 
A) infecciosidade (capacidade de poder iniciar uma infecção) e 
B) gravidade de condição da infecção. 
 
Podemos caracterizar as cepas dentro de um mesmo gênero quanto ao 
grau de virulência em: alto grau, médio grau ou sem virulência 
(avirulentas). 
Como se inicia a Patogenicidade? 
 
 
Para se estabelecer um processo infeccioso, o microrganismo deve: 
 
• penetrar no hospedeiro e iniciar uma infecção. A capacidade do 
microrganismo de se aderir e sobreviver nas superfícies das mucosas do 
hospedeiro leva ao primeiro contato. A união dos microrganismos em 
superfícies epiteliais, muitas vezes não invade os tecidos mais profundos. 
 
Nesses casos, uma ou mais toxinas produzidas pelo patógeno são 
responsáveis pela patologia. Os microrganismos aderem as células das 
mucosas epiteliais e em seguida atravessam esta barreira, 
posteriormente se multiplicarão em tecidos subepiteliais, causando a 
destruição dos mesmos. 
 
Há organismos altamente invasivos que podem aderir e atravessar a 
superfície epitelial, multiplicando-se e invadindo tecidos mais profundos, 
podendo eventualmente chegar se corrente sanguínea e causar infecção 
generalizada (sepse ou septicemia). 
 
Existem bactérias que se aderem, invadem, multiplicam-se, e se adaptam 
para continuarem no hospedeiro, mas normalmente dentro das células 
do sistema reticuloendotelial. 
 
(sistema reticuloendotelial ou mononuclear fagocitário é o sistema 
constituído por células situadas em diferentes locais e tem capacidade 
fagocitária que desempenharem funções de defesa contra infecções). 
Ex.: Micobactérias. 
https://pt.wikipedia.org/wiki/C%C3%A9lula
https://pt.wikipedia.org/wiki/Fagocitose
https://pt.wikipedia.org/wiki/Fagocitose
https://pt.wikipedia.org/wiki/Infec%C3%A7%C3%A3o
Há algumas bactérias que são especificas, que infectam um determinado 
tipo de tecido. O Streptococcus pneumoniae, por exemplo, pode habitar 
a garganta e a nasofaringe, mas quando causa doença, infecta 
preferencialmente o trato respiratório inferior. 
 
 
 
 
 
 
A afinidade tecidual pode estar relacionada com a presença de receptores 
específicos para aderência bacteriana ou se há a presença de nutrientes. 
 
Temos como exemplo da dependência nutricional, a Brucella abortus, que 
causa abortos contagiosos no gado. 
Esta bactéria necessita do ácool-açucar eritritol, que está presente em 
elevadas concentrações nos tecidos uterinos e placentários bovinos, 
logo, esse microrganismo poderá habitar o trato genital bovino devido a 
essa preferência nutricional. 
 
 
 
 
 
 
2.9 Fatores de virulência 
 
 
2.9.1 Adesão 
 
É a capacidade das bactérias de se fixar nas células e tecidos do 
organismo. A adesão se dá pela presença de estruturas da superfície da 
célula bacteriana, definida como adesinas. 
 
As adesinas funcionam quando interagem com os receptores que existem 
no organismo. Estes receptores se localizam na superfície da célula ou são 
proteínas da matriz extracelular. 
 
As adesinas bacterianas incluem fimbrias, componentes da cápsula, 
ácidos lipoteicoicos das bactérias Gram-positivas, Gram-negativas, ou 
outro antígeno de superfície celular. 
 
As bactérias podem se aderir, por exemplo, a superfícies de vasos 
sanguíneos ou outras superfícies formando os biofilmes. 
Os biofilmes são microcolônias ou agregados bacterianos que são 
envolvidos por uma película de exopolissacarídeos produzida pela 
bactéria que se forma nas superfícies e funcionam como uma fonte 
permanente de bactérias que podem causar infecção. 
 
Nos biofilmes, as bactérias estão bem resguardadas das defesas do 
organismo e da ação dos antimicrobianos. Estes podem se formar tanto 
em superfícies mucosas (fibrose cística)ou nos dentes (placa dentária). 
 
 
 
2.9.2 Invasão 
Além de aderirem, as bactérias também podem invadir diferentes células 
do nosso organismo para causar infecção. A penetração bacteriana nas 
células do organismo se dá pelo processo de fagocitose. 
 
Fagocitose é o processo pelo qual uma célula usa sua membrana 
plasmática para englobar partículas grandes, dando origem a um 
compartimento interno chamado fagossoma. 
 
Nos sistemas imunológicos de organismos multicelulares, a fagocitose é 
um dos principais mecanismos usados para remover patógenos e restos 
celulares. 
 
As bactérias penetram nas células dos organismos basicamente por 
fagocitose. A fagocitose é um processo normal do organismo, mediada 
pelo sistema de defesa. 
 
Nas células não fagocitárias, a fagocitose é induzida pelas bactérias, com 
a participação de proteínas chamadas invasinas, que podem estar 
presentes na membrana externa da bactéria ou serem injetadas no seu 
citoplasma. 
 
As células dos hospedeiros podem responder de diversas formas à 
invasão. Normalmente produzem citocinas e prostaglandinas ou morte 
celular por necrose ou apoptose. As bactérias têm necessidade de regular 
a expressão de seus genes de virulência para se adaptarem aos 
microambientes onde são obrigadas a sobreviver. 
 
Citocinas é um extenso grupo de moléculas envolvidas na emissão desinais entre as 
células durante o desencadeamento das respostas imunes. 
 
Prostaglandinas são sinais químicos celulares lipídicos similares a hormônios, porém que 
não entram na corrente sanguínea, atuando apenas na própria célula e nas células 
vizinhas (resposta parácrina). 
https://www.infoescola.com/biologia/fagocitose/
https://www.infoescola.com/biologia/citosol/
https://www.infoescola.com/sistema-imunologico/citocinas/
https://www.infoescola.com/compostos-quimicos/prostaglandinas/
https://www.infoescola.com/citologia/morte-celular/
https://www.infoescola.com/citologia/morte-celular/
https://www.infoescola.com/citologia/necrose/
https://www.infoescola.com/citologia/apoptose/
https://pt.wikipedia.org/wiki/Mol%C3%A9cula
https://pt.wikipedia.org/wiki/C%C3%A9lula
https://pt.wikipedia.org/wiki/Sistema_imunit%C3%A1rio
2.9.3 Sideróforos 
 
Os sideróforos mais conhecidos são a catecolaminas e hidroxamatos. 
 
Definição: íons são átomos que perderam ou ganharam elétrons em razão 
de reações, eles se classificam em ânions e cátions: Ânion: átomo que 
recebe elétrons e fica carregado negativamente. Exemplos: N-3, Cl-, F- 1, O-
2. Cátion: átomo que perde elétrons e adquire carga positiva. 
 
Íons metálicos, como o ferro, estão entre as necessidades do 
metabolismo bacteriano. Os sideróforos são compostos de baixo peso 
molecular que têm grande afinidade por ferro e formam complexos 
importantes para as células. 
 
Dentro das células, o ferro é reduzido a uma forma solúvel (Fe II). O 
complexo sideróforo-ferro é necessário porque Fe é insolúvel no pH 
fisiológico e, portanto, não pode ser transportado entre células por meio 
de canais de ions. 
 
A produção de sideróforos é uma estratégia bastante interessante para 
as bactérias presentes em nosso corpo. Para que este processo não 
ocorra, o nosso organismo criou um mecanismo para retirar o ferro dos 
líquidos corpóreos. 
 
Assim, o ferro que existe no sangue está quase que todo ligado a 
hemoglobina nas células vermelhas (eritrócitos), a transferrina (no 
plasma) e a lactoferrina (no leite) e em outras secreções (lágrima, muco, 
etc.). 
 
Quando se inicia uma infecção, nosso organismo aumenta a produção de 
proteínas que sequestram a maior quantidade de ferro, tornando-o 
pouco disponível para a bactéria. Desta forma, bactérias que não 
competem eficazmente com o hospedeiro pelo ferro disponível são 
pouco patogênicas enquanto as que secretam os-(com ferro ligado) 
possibilitam sua internalização pela célula bacteriana, após ligar-se a 
receptores específicos. 
 
 
 
 
 
 
2.9.4 Toxinas 
 
O termo usado em Microbiologia para nomear qualquer substância de 
origem bacteriana capaz de causar danos no organismo animal. 
 
As toxinas bacterianas são classificadas em: endotoxinas e exotoxinas. 
 
a) Endotoxinas 
 
O LPS (lipopolissacarídeo) é a endotoxina presente principalmente na 
membrana externa de membros da família Enterobacteriaceae. 
Sua estrutura é composta por três partes: 
 
● Lipídeo A (glicopeptídeo composto de dissacarídeo que se liga aos 
ácidos graxos), 
● Cerne (pequeno número de açucares comuns, como o ácido 
deoxioctanoico (KDO) e a heptose) e 
● Antígeno O (composto formado por uma variedade de resíduos 
oligossacarídeos, que protegem a bactéria da ação de substâncias 
hidrofóbicas). 
 
O lipídio A é a parte toxigênica das bactérias como, por exemplo, Neisseria 
spp (gonorreia). 
 
 
 
b) Exotoxinas 
 
 
São substâncias químicas que incluem enzimas citolíticas e as proteínas 
que se ligam a receptores, alterando a função da célula e acarretando a sua 
morte. É excretada por microorganismos (bactérias). 
É o tipo de toxina liberada por bactérias para a corrente sanguínea. A exotoxina 
é liberada com o metabolismo e crescimento da bactéria, têm efeitos gerais, 
não causa febre. Mas causa efeitos que variam desde diarréia, perda da função 
neuronal e morte. 
É necessária pouca quantidade para causar um dano grande porque é muito 
tóxica (1 mg é suficiente para matar um milhão de cobaias). No entanto são 
sensíveis à temperatura e possuem uma maior inatividade entre os 60º-80ºC. 
A exotoxina é um dos componentes das bactérias Gram-Positivas e Gram- 
Negativas possuindo caráter patogênico. 
 
Existem 3 tipos de exotoxinas: citotoxinas, enterotoxinas e neurotoxinas. 
https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Alterando_a_fun%C3%A7%C3%A3o_da_c%C3%A9lula_e_acarretando_a_sua_morte&action=edit&redlink=1
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https://pt.wikipedia.org/wiki/Microorganismo
https://pt.wikipedia.org/wiki/Bact%C3%A9ria
https://pt.wikipedia.org/wiki/Toxina
https://pt.wikipedia.org/wiki/Corrente_sangu%C3%ADnea
https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Diarr%C3%A9ia%2C_perda_da_fun%C3%A7%C3%A3o_neuronal_e_morte&action=edit&redlink=1
https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Diarr%C3%A9ia%2C_perda_da_fun%C3%A7%C3%A3o_neuronal_e_morte&action=edit&redlink=1
 
 
 
 
As exotoxinas podem ser divididas em três grupos ou tipos: I, II, III. 
Essa divisão é de acordo as interações com as células do hospedeiro. 
 
• Grupo I 
 
No primeiro grupo, encontramos os superantígenos e as toxinas ST, que 
atuam somente na superfície das células. Entre as bactérias que 
produzem superantígenos, as mais frequentes e estudadas são 
Staphylococcus aureus e Streptococcus pyogenes. As toxinas ST (toxinas 
termoestáveis) são produzidas principalmente pela Escherichia coli 
(ETEC), atacando as células do epitélio intestinal, causando 
principalmente diarréia. 
 
 
• Grupo II 
As toxinas deste grupo têm como característica lesar a membrana 
citoplasmática, através da formação de poros, que leva a morte da célula. 
Como os glóbulos vermelhos (hemácias) são as células mais estudadas em 
relação a essas toxinas, estas receberam o nome de hemolisinas, mas isso 
não quer dizer que outras células não possam ser lesadas. A virulência 
dessas toxinas È demonstrada, principalmente, pela capacidade de 
matarem os fagócitos, rompendo à membrana dos fagossomas, e lisar as 
hemácias para captura do ferro da hemoglobina. Outros mecanismos 
também podem estar envolvidos, como a presença de toxinas que retiram 
o fosfato dos fosfolipídios (fosfolipases), desestruturando a membrana. 
 
• Grupo III 
 
No terceiro grupo está o maior número de toxinas e as mais importantes 
como fatores de virulência. 
https://www.infoescola.com/reino-monera/staphylococcus/
https://www.infoescola.com/reino-monera/streptococcus/
https://www.infoescola.com/doencas/virulencia/
Neste grupo encontramos as seguintes toxinas: toxina diftérica 
(Corynebacterium diphtheriae), toxina colérica (Vibrio cholerae),toxina 
botulínica (Clostridium botulinum), toxina tetânica (Clostridium tetani), 
coqueluche (Bordetella pertussis), adenilato ciclase invasiva (coqueluche) 
e exotoxina A (infecções pulmonares em pacientes com fibrose cística). 
 
2.9.5 Enzimas hidrolíticas 
 
Enzimas como hialuronidase, colagenase e proteases são hidrolíticas, 
sendo capazes de degradarem componentes da matriz extracelular, 
desorganizando toda a estrutura dos tecidos. 
 
Esta degradação forma vários nutrientes que são utilizados pelas 
bactérias. Dificilmente se consegue distinguir o papel desenvolvido pelos 
fatores bacterianos daquele desenvolvido pelo processo inflamatório, 
visto que os fagócitos também produzem enzimas hidrolíticas. 
 
 
 
 
 
https://www.youtube.com/watch?v=8KlXDMo3WXM 
 
 
 
https://www.youtube.com/watch?v=J-UVJeGrnsI 
 
 
 
 
https://www.infoescola.com/toxicologia/toxina-botulinica/
https://www.infoescola.com/toxicologia/toxina-botulinica/
https://www.infoescola.com/doencas/coqueluche/
https://www.infoescola.com/doencas/fibrose-cistica/

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