Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Caracterização de Microrganismos A caracterização de microrganismos pode ser feita, por exemplo por: isolamento de microrganismos da água, do solo, amostras biológicas e secreções. Técnicas de caracterização A realização da caracterização de microrganismos se baseia em técnicas de isolamento, quantificação e identificação de microrganismos. Para a realização da caracterização é necessário instrumentos laboratoriais, como: uso da capela de fluxo laminar (para esterilizar ao se trabalhar com bactérias patogênicas), esterilização do recipiente para colocação dos meios de cultura feita em filtros (bactérias sensíveis ao calor) ou no autoclave, tubos de ensaio (armazenamento de amostras), placas de Petri (cultivo de bactérias), micropipetas volumétricas (medição de volumes de líquidos), estufas (utilizadas para manter a temperatura tida como ótima para o crescimento de microrganismos) O isolamento dos microrganismos é realizado por técnicas de cultura mista e de cultura pura: Cultura mista: permite o crescimento de mais de um tipo de microrganismos. Ex.: bactéria e fungo; Cultura pura: permite o crescimento de apenas um tipo específico de microrganismo. As culturas puras de microrganismos podem ser conservadas de dias a meses em refrigeradores (entre 4 e 10°C), para conservações mais longas, deve-se usar freezer a -70°C ou nitrogênio líquido a uma temperatura de -196°C, pode ser feito ainda a liofilização (retirada de toda a água do meio). Semeadura em meios de cultura Para a realização da semeadura em meios de cultura, incialmente, utiliza-se a alça de platina para flambar no bico de bunsen até a alça ficar rubra, depois da alça esfriada, utiliza-a para tocar na amostra contendo bactérias e realiza a semeadura no meio de cultura, geralmente, feita por meio de estrias superficiais, após isso, garante o ambiente favorável para o crescimento das colônias de bactérias e a sua posterior visualização. Em algumas situações em que há um grande número de crescimento bacteriano, pode utilizar o uso do método de semeadura pour-plate, que realiza diluições seriadas. Para tal, retira-se 1mL de amostra bacteriana, insere em 9 mL de água, torna a solução homogênea, e repete essas diluições sucessivas até que se chegue em uma diluição que possibilite a semeadura e a observação do crescimento das colônias. Curva de crescimento bacteriano Tipos de microscópicos Para a visualização de bactérias, faz-se necessário o uso de microscópios, onde os mais utilizados são os luminosos (ampliação 1000-2000) e eletrônicos (ampliação 200 000 – 400 000). A microscopia eletrônica permite visualizar até mesmo as organelas, enquanto, a microscopia luminosa possibilita a visualização dos contornos. Preparo dos microrganismos para microscópio Técnica da gota pendente: coloca uma gota da amostra e espalha na lâmina; Técnica da lâmina e lamínula: coloca uma gota da amostra, espalha sob a lâmina e adiciona uma lamínula para auxiliar na fixação da amostra. Técnicas de coloração Coloração significa simplesmente corar os microrganismos com um corante que enfatize certas estruturas. Antes que os microrganismos possam ser corados, no entanto, eles precisam ser fixados (aderidos) à lâmina microscópica. A fixação simultaneamente destrói os microrganismos e os fixa na lâmina. Ela também preserva várias partes dos micróbios em seu estado natural com apenas um mínimo de distorção. Os corantes são sais compostos por um íon positivo e um íon negativo. A cor dos chamados corantes básicos está no cátion; a dos corantes ácidos, está no ânion. Os corantes básicos são mais comumente utilizados que os corantes ácidos. Os corantes ácidos não são atraídos pela maioria dos tipos de bactérias porque os íons negativos do corante são repelidos pela superfície bacteriana carregada negativamente, assim, a coloração cora o fundo. A preparação de bactérias incolores contra um fundo colorido é chamada de coloração negativa, sendo importante para a visualização de formas da células, tamanhos e cápsulas. Tipos de colorações: ▪ Coloração simples: Uma coloração simples é uma solução aquosa ou alcoólica de um único corante básico. Tendo como objetivo primário, destacar todo o microrganismo, para que as formas celulares e as estruturas básicas fiquem visíveis. Alguns dos corantes simples usados em laboratório são o azul de metileno, a carbolfucsina, o cristal violeta e Safranina. ▪ Colorações diferenciais: Elas reagem de forma diferente com diversos tipos de bactérias e, assim, podem ser utilizadas para realizar a distinção entre elas, principalmente, nas microbactérias. As colorações diferenciais mais frequentemente utilizadas para bactérias são a coloração de Gram e a coloração acidorresistente. 1. Coloração de Gram: Observação: o cristal violeta é um corante primário, o iodo é um fixador de corante, o álcool é um agente descolorante e o corante safranina é um contracorante. O corante púrpura e o iodo se combinam no citoplasma de cada bactéria, corando-a de violeta-escuro ou púrpura. As bactérias que retêm a coloração violeta- escuro ou púrpura após a tentativa de descoloração com o álcool são classificadas como gram-positivas; as bactérias que perdem a coloração púrpura ou violeta-escura após a descoloração são classificadas como gram-negativas. 2. Coloração acidorresistente: A coloração acidorresistente se liga fortemente apenas às bactérias que apresentam um material ceroso em suas paredes celulares. No procedimento, o corante vermelho carbolfucsina é aplicado a um esfregaço fixado, e a lâmina é aquecida levemente por vários minutos. A seguir, a lâmina é resfriada e lavada com água. O esfregaço é tratado com álcool- ácido, um descolorante, que remove o corante vermelho das bactérias que não são acidorresistentes. Os microrganismos acidorresistentes retêm a cor vermelha ou rosa, pois a carbolfucsina é mais solúvel nos lipídeos da parede celular do que no álcool-ácido, em bactérias que não são acidorresistentes, cujas paredes celulares não possuem os componentes lipídicos, a carbolfucsina é rapidamente removida durante a descoloração, deixando as células incolores. O esfregaço é, então, corado com o contracorante azul de metileno. As células que não são acidorresistentes aparecem azuis após a aplicação do contracorante. ▪ Coloração pelo Giemsa: Utilizada para o cultivo de protozoários. ▪ Colorações especiais: São utilizadas para corar porções dos microrganismos, como os endósporos, flagelos ou cápsulas. 1. Coloração negativa para cápsulas: Para demonstrar a presença de cápsulas, pode misturar as bactérias em uma solução contendo uma fina suspensão coloidal de partículas coradas, a fim de fornecer um fundo contrastante e, então, corar as bactérias com uma coloração simples, como a Safranina. 2. Coloração para endósporos (esporos): Os esporos não podem ser corados pelos métodos comuns, como a coloração simples e a coloração de Gram, uma vez que os corantes não conseguem penetrar no endósporo. O corante verde malaquita (coloração primária), é aplicado a um esfregaçi fixado com calor e aquecido em vapor por cerca de 30minutos. Então, a preparação é lavada por cerca de 30 segundos com água, para remover o verde malaquita de todas as partes da célula, exceto dos edósporos. A seguir, a Safranina, um contracorante, é aplicado ao esfregaço para corar as porções da célula que não os endósporos. Em um esfregaço corretamente preparado, os endósporos aparecem em verde dentro de células vermelhas ou rosadas. 3. Coloração dos flagelos: Utilizada para demonstrar a presença de flagelos. Um mordente é usadopara aumentar os diâmetros dos flagelos até que se tornem visíveis microscopicamente quando corados com carbolfucsina. Caracterização dos microrganismos ▪ Características morfológicas: (diâmetro celular, comprimento celular, número de flagelos, comprimento do flagelo, produção de pigmentos solúveis, pigmentos); ▪ Nutricionais e de cultivo (depende do meio de cultura); ▪ Características metabólicas (reação de oxidase, liquefação da gelatina, hidrólise de amido, desnitrificação); ▪ Características antigênicas (reação antígeno – anticorpo); ▪ Características patogênicas; ▪ Características genéticas (DNA isolado de bactéria e aplicação de uma sonda de DNA).
Compartilhar