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Plano de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos do Município de Quatis Quatis / 2013 Prefeitura Municipal de Quatis Secretaria Municipal de Meio Ambiente http://www.google.com.br/imgres?q=res%C3%ADduos+s%C3%B3lidos+urbanos&start=99&hl=pt-BR&sa=X&biw=1280&bih=705&tbm=isch&prmd=imvnsb&tbnid=TQ2M42uAvdoWtM:&imgrefurl=http://www.m5comunicacao.com.br/site/?p=6518&docid=h4dLQhy4Kxb6aM&imgurl=http://www.m5comunicacao.com.br/site/wp-content/uploads/2012/05/guardanapos-leal-01.jpg&w=1593&h=1062&ei=8neeUMCnBsnI0AGBnYGwBA&zoom=1&iact=hc&vpx=413&vpy=221&dur=760&hovh=183&hovw=275&tx=113&ty=71&sig=108511221176669431414&page=5&tbnh=133&tbnw=217&ndsp=28&ved=1t:429,r:0,s:100,i:4 ELABORAÇÃO PREFEITURA MUNICIPAL DE QUATIS SECRETARIA MUNICIPAL DE MEIO AMBIENTE Rua Ana Ferreira de Oliveira N°47, Bondarovsky CEP: 27410-270 – Quatis – RJ Fone: (24)3353-3749 E-mail: secmeioambientequatis@gmail.com, meioambientequatis@yahoo.com.br, Prefeito Municipal Raimundo de Souza Secretária Municipal de Meio Ambiente Édna Andrade de Azevedo Comissão de Elaboração do Plano Municipal de Gerenciamento de Resíduos Sólidos- Portaria 527/2013 Presidente da Comissão Igor Teixeira de Araújo mailto:secmeioambientequatis@gmail.com mailto:meioambientequatis@yahoo.com.br Apresentação O tema Limpeza Urbana vem assumindo cada vez mais um papel de destaque entre as crescentes demandas da sociedade brasileira e das comunidades locais. Isso ocorre pelos aspectos ligados à veiculação de doenças e, portanto, à saúde pública,e também pela contaminação de cursos d'água e lençóis freáticos, na abordagem ambiental, seja pelas questões sociais ligadas aos catadores – em especial às crianças que vivem nos lixões. É fato que vários setores governamentais e da sociedade civil começam a se mobilizar para enfrentar o problema, por muito tempo relegado a segundo plano. A mídia está atenta, o Ministério Público e os órgãos ambientais atuam voltados especialmente na busca de soluções negociadas com as prefeituras em relação à erradicação dos lixões e do trabalho infantil que neles ocorre. Programas governamentais, nos níveis federal e estadual, vêm-se consolidando, com linhas de financiamento a projetos e Planos de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos, em paralelo aos esforços para a formulação de políticas e legislação correspondentes a esse tema. Nesse cenário, pressionados por tais demandas, estão os Municípios, os principais responsáveis e o nível competente a prestar os serviços de limpeza urbana e garantir condições adequadas de disposição final do lixo. Este Manual de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos foi elaborado por uma comissão, representada por diversos setores da administração pública e da sociedade - sendo presidida pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente do Município de Quatis – para vigência por prazo indeterminado, visando um horizonte temporal de 10 anos. Ressalta-se que o mesmo deve ser revisado a cada 04 anos. Pretende-se que ele possa ser um instrumento orientador, fazendo parte de seu conteúdo os temas fundamentais à compreensão e melhoria dos sistemas e serviços de limpeza urbana, que envolvem os aspectos institucionais, organizacionais, legais, e os aspectos técnico-gerenciais desde o acondicionamento até a disposição final dos resíduos. Uma das metas do serviço de limpeza dos logradouros é evitar prejuízo ao aspecto ambiental. Essa afirmativa se faz não só em função das questões estéticas associadas às atividades de limpeza urbana, mas também dos impactos ambientais e de saúde pública ligados à disposição final dos resíduos. A cidade terá uma imagem mais positiva, quanto mais limpo esse espaço for encontrado. É necessário que os recursos destinados à limpeza urbana, por serem sempre menores que o desejado, sejam muito bem aproveitados. Para isto, é fundamental que as equipes encarregadas do planejamento e da operação dos serviços estejam capacitadas e apliquem os recursos disponíveis com bom senso, utilizando tecnologias e métodos adequados e respeitando as peculiaridades econômicas, sociais e culturais da população local. O objetivo deste Manual se insere nesta perspectiva: ser uma ferramenta útil para a capacitação de todos aqueles que lidam com os resíduos sólidos, dentro do enfoque do Gerenciamento de Resíduos, e suficientemente flexível para que, a partir do conhecimento das diversas formas de "como fazer", se possa escolher a que melhor se adeque às condições da cidade. Esperamos que essas iniciativas contribuam para a melhor organização da coleta de resíduos e dos serviços de limpeza urbana, vistos como aspectos- chave das questões ambientais urbanas e da saúde pública. Sumário 1. Introdução.............................................................................................................8 2. Legislação Ambiental............................................................................................9 3. Considerações Gerais.........................................................................................18 3.1 Objetivos......................................................................................................18 3.2 Metas...........................................................................................................19 3.3 Remuneração dos Serviços.........................................................................21 3.4 Cálculo da Taxa de Coleta de Lixo..............................................................23 3.5 Projeção das Quantidades de Resíduos Sólidos Urbanos..........................26 3.6 Elaboração de Indicadores Operacionais, de Qualidade e Produtividade – Avaliação e Monitoramento...............................................................................28 3.7 Estrutura de Controle e Fiscalização...........................................................29 3.7.1 Implantação do Sistema de Fiscalização..........................................29 3.7.2 Capacitação da Equipe de Fiscalização............................................31 3.8 Identificação das Possibilidades de Implantação de Consórcios Públicos.32 4. Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos..................................................35 4.1 Resíduos Sólidos: Origem, Definição e Características..............................35 4.1.1 Definição de lixo e resíduos sólidos..................................................35 4.1.2 Classificação dos resíduos sólidos....................................................36 4.1.2.1 Quanto aos riscos potenciais de contaminação........................36 4.1.2.2 Quanto à natureza ou origem....................................................37 4.1.3 Características dos resíduos sólidos.................................................44 4.1.3.1 Características Físicas...............................................................44 4.1.3.2 Características Químicas...........................................................46 4.1.3.3 Características Biológicas..........................................................47 4.1.4 Influência das características dos resíduos sólidos no planejamento do sistema de limpeza urbana....................................................................47 4.1.5 Fatores que influenciam as características dos resíduos sólidos.....49 4.1.6 Processos de determinação das principais características físicas...51 4.2 Diagnóstico Atual do Sistema de Limpeza Pública......................................54 4.2.1 Estrutura Operacional........................................................................54 4.2.2 Sistemas de Coleta............................................................................544.2.3 Disposição Final dos Resíduos Sólidos Urbanos..............................59 4.2.4 Atividades Geradoras........................................................................62 4.3 Acondicionamento.......................................................................................63 4.3.1 Conceituação.....................................................................................63 4.3.2 A importância do acondicionamento ideal.........................................63 4.3.3 Características do recipiente para acondicionamento......................65 4.3.4 Acondicionamento do Resíduo Domiciliar........................................66 4.3.5 Acondicionamento de Resíduo Público.............................................68 4.3.6 Acondicionamento de Resíduos em Imóveis de baixa renda...........70 4.3.7 Acondicionamento de Resíduos de grandes geradores....................71 4.3.8 Acondicionamento de Resíduos domiciliares especiais....................72 4.3.9 Acondicionamento de Resíduos de fontes especiais........................76 4.4 Coleta e Transporte de Resíduos Sólidos...................................................82 4.4.1 Coleta e Transporte de Resíduos Sólidos Domiciliares......................82 4.4.1.1 Conceituação..................................................................................82 4.4.1.2 Regularidade da Coleta Domiciliar.................................................82 4.4.1.3 Frequência da Coleta.....................................................................83 4.4.1.4 Horários de Coleta..........................................................................84 4.4.1.5 Redimensionamento de Itinerários de Coleta Domiciliar...............85 4.4.1.6 Veículos para Coleta de Lixo Domiciliar........................................89 4.4.1.7 Ferramentas e Utensílios para na Coleta de Lixo Domiciliar .......94 4.4.2 Coleta e Transporte de Resíduos Sólidos Públicos............................94 4.4.2.1 Veículos e Equipamentos para a Coleta do Lixo Público..............95 4.4.3 Coleta de Resíduos Sólidos Comunidades Carentes........................100 4.4.4 Coleta de Resíduos de Serviços de Saúde.......................................101 4.4.4.1 Conhecimento do Problema.........................................................101 4.4.4.2 Segregação de Resíduos de Serviços de Saúde.........................102 4.4.4.3 Coleta separada de Resíduos comuns, infectantes e especiais .103 4.4.4.4 Viaturas de Coleta e Transporte dos Resíduos de Serviços de saúde........................................................................................................103 4.4.4.5 Frequência da Coleta dos RSS....................................................105 4.4.4.6 Coleta de Materiais Perfurocortantes...........................................105 4.5 Transferência de Resíduos Sólidos Urbanos............................................105 4.5.1 Conceituação.....................................................................................105 4.6 Limpeza de Logradouros Públicos............................................................106 4.6.1 A Importância da Limpeza de Logradouros Públicos........................106 4.6.1.1 Aspectos Históricos......................................................................106 4.6.1.2 Aspectos Sanitários......................................................................107 4.6.1.3 Aspectos Estéticos.......................................................................107 4.6.1.4 Aspectos de Segurança...............................................................108 4.6.2 Resíduos Encontrados nos Logradouros...........................................108 4.6.3 Serviços de Varrição..........................................................................109 4.6.3.1 Aspectos Construtivos das Vias Urbanas.....................................109 4.6.3.2 Redimensionamento dos Roteiros de Varrição Manual...............110 4.6.3.3 Utensílios, Ferramentas e Vestuários...........................................111 4.6.3.4 Tarefas do Varredor......................................................................112 4.6.4 Serviços de Capina e Raspagem.......................................................112 4.6.5 Serviços de Roçagem........................................................................114 4.6.5.1 Equipamentos Mecânicos para Roçagem de Mato.....................115 4.6.6 Serviços de Limpeza de Ralos...........................................................117 4.6.7 Serviços de Limpeza de Eventos.......................................................119 4.6.8 Serviços de Remoção Manual e Mecânica.......................................120 4.6.9 Como Reduzir o Lixo Público.............................................................121 4.7 Recuperação de Recicláveis.....................................................................122 4.7.1 Coleta Seletiva Porta a Porta.............................................................123 4.7.2 Pontos de Entrega Voluntária – PEVs...............................................125 4.7.3 Cooperativa de Catadores.................................................................126 4.8 Tratamento de Resíduos Sólidos Urbanos................................................128 4.8.1 Conceituação.....................................................................................128 4.8.2 Tratamento de Resíduos Sólidos Domiciliares..................................128 4.8.2.1 Reciclagem...................................................................................129 4.8.2.2 Compostagem..............................................................................134 4.8.3 Tratamento de Resíduos Domiciliares Especiais..............................139 4.8.3.1 Tratamento de Resíduos da Construção Civil.............................139 4.8.3.2 Tratamento de Pilhas e Baterias..................................................140 4.8.3.3 Tratamento de Lâmpadas Fluorescentes.....................................140 4.8.3.4 Tratamento de Pneus...................................................................140 4.8.4 Tratamento de Resíduos de Fontes Especiais..................................141 4.8.4.1 Tratamento de Resíduos Sólidos Industriais................................141 4.8.4.2 Tratamento de Resíduos Radioativos...........................................142 4.8.4.3 Tratamento de Resíduos de Serviço de Saúde............................142 4.9 Disposição Final de Resíduos Sólidos......................................................154 4.9.1 Disposição dos Resíduos Domiciliares..............................................155 4.9.2 Aterro Sanitário..................................................................................155 4.9.2.1 Seleção de Áreas para implantação de Aterros Sanitários..........156 4.9.2.2 Licenciamento...............................................................................164 4.9.2.3 Projeto Executivo..........................................................................170 4.9.2.4 Implantação do Aterro Sanitário...................................................172 4.9.2.5 Equipamentos Utilizados em Aterros Sanitários..........................178 4.9.3 Recuperação Ambiental de Lixões....................................................179 4.9.4 Disposição Final de Resíduos Domiciliares Especiais......................181 4.9.4.1 Disposição Final de Resíduos da Construção Civil.....................181 4.9.4.2 Disposição Final de Pilhas e Baterias..........................................181 4.9.4.3 Disposição Final de Lâmpadas....................................................182 4.9.4.4 Disposição Final de Pneus...........................................................183 4.9.5 Disposição Final de Resíduos de Fontes Especiais..........................183 4.9.5.1Disposição Final de Resíduos Sólidos Industriais........................183 4.9.5.2 Disposição Final de Resíduos de Serviço de Saúde...................188 4.9.5.3 Disposição Final de Óleos Lubrificantes.......................................190 4.9.5.4 Disposição Final de Resíduos de Mineração...............................190 5 Prognóstico da Situação Futura...........................................................................191 6 Considerações Finais..........................................................................................194 6.1 Educação Ambiental..................................................................................194 6.2 Segurança do Trabalho na Limpeza Pública.............................................198 6.2.1 Principais Causas de Acidentes.........................................................198 6.2.2 Tipos de Acidentes na Limpeza Pública............................................199 6.2.3 Equipamentos de Proteção Individual (EPI’s)....................................200 6.2.4 Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC).......................................201 6.2.5 Recomendações................................................................................202 7. Referências Bibliográficas................................................................................204 Página | 8 Prefeitura Municipal de Quatis Secretaria Municipal de Meio Ambiente 1. Introdução O Plano de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos (PGIRS) do Município de Quatis constitui-se essencialmente em um documento que visa à administração integrada dos resíduos por meio de um conjunto de ações normativas, operacionais, financeiras e de planejamento. O PGIRS leva em consideração aspectos referente à geração, segregação, acondicionamento, coleta, armazenamento, transporte, tratamento e disposição final dos resíduos, priorizando atender requisitos ambientais e de saúde pública. Além da administração integrada dos resíduos, o PGIRS tem como base a redução, reutilização e reciclagem dos resíduos gerados no município. Dentro deste enfoque o Município de Quatis observou a necessidade da elaboração do PGIRS com o objetivo de estabelecer ações integradas e diretrizes quanto aos aspectos ambientais, sociais, econômicos, legais, administrativos e técnicos, para todas as fases da geração e dos geradores de resíduos sólidos. Com relação à responsabilidade dos resíduos gerados, a Lei da Política Nacional do Meio Ambiente (Lei nº. 6.938/81) estabelece o princípio do “poluidor-pagador”, onde cada gerador é responsável pelo manuseio e destinação final do seu resíduo gerado. Sendo a responsabilidade do Poder Público Municipal a fiscalização do gerenciamento dos resíduos gerados por meio do seu órgão de controle ambiental. A Lei Estadual N° 4.191 de 30 de Setembro de 2003, que dispõe sobre a Política Estadual de Resíduos Sólidos, institui em seu Art. 3°,que “O acondicionamento, coleta, transporte, tratamento e disposição final dos resíduos sólidos processar-se-ão em condições que não tragam malefícios ou inconvenientes à saúde, ao bem-estar público e ao Meio Ambiente”. Os capítulos a seguir irão apresentar as Legislações e Normas Técnicas ligadas ao tema, as definições importantes e demais materiais relacionados a resíduos, que subsidiarão a elaboração e compreensão deste Plano. Página | 9 Prefeitura Municipal de Quatis Secretaria Municipal de Meio Ambiente 2. Legislação Ambiental Existe no Brasil, uma coleção numerosa de leis, decretos, resoluções e normas que evidenciam enorme preocupação com o meio ambiente e, especificamente na questão da limpeza urbana, há ainda iniciativas legais do Município de Quatis, como a Lei Orgânica Municipal, a Lei Municipal n°565 de 17 de Agosto de 2007 que institui o Código Ambiental Municipal (a Lei n° 612/08 que altera e acrescenta dispositivos do Código Ambiental), e a Lei Complementar n° 03 de 19 de Dezembro de 2008, que aprova o Plano Diretor do Município. Sem mencionar a palavra “lixo”, a Constituição Federal dispõe: • Inciso IX do Art. 225, diz que "Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações". Quanto às instituições responsáveis pelos resíduos sólidos municipais e perigosos, no âmbito nacional, estadual e municipal, as mesmas são determinadas através dos seguintes artigos da Constituição Federal, quais sejam: • Inciso X do Art. 23, que estabelecem ser competência comum da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer das suas formas, bem como promover programas de construção de moradias e a melhoria do saneamento básico. • Já o Inciso V do Art. 30 estabelece como atribuição municipal legislar sobre assuntos de interesse local, especialmente quanto à organização dos seus serviços públicos, como é o caso da limpeza urbana. Tradicionalmente, o que ocorre no Brasil é a competência do Município sobre a gestão dos resíduos sólidos produzidos em seu território, com exceção dos de natureza industrial, mas incluindo-se os provenientes dos serviços de saúde. Página | 10 Prefeitura Municipal de Quatis Secretaria Municipal de Meio Ambiente No que se refere à competência para o licenciamento de atividades poluidoras e ao controle ambiental, o Art. 30°, Inciso I, já mencionado, estabelece a principal competência legislativa municipal, qual seja: "legislar sobre assuntos de interesse local", e dá, assim, o caminho para dirimir aparentes conflitos entre a legislação municipal, a federal e a estadual. O Município tem competência para estabelecer o uso do solo em seu território. Assim, é ele quem emite as licenças para qualquer construção e o alvará de localização para o funcionamento de qualquer atividade, que são indispensáveis para a localização, construção, instalação, ampliação e operação de qualquer empreendimento em seu território. O Art. 9º, Inciso IV, da Lei Federal nº 6.938/81, que dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, estabelece como um dos instrumentos o licenciamento e a revisão de atividades "efetiva" ou "potencialmente poluidoras", e o Art. 10° prevê que a construção, instalação, ampliação e funcionamento de estabelecimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais – considerados "efetivo" e "potencialmente poluidores", bem como os capazes, sob qualquer forma, de causar "degradação ambiental" – dependerão de prévio licenciamento do órgão estadual competente, integrante do Sistema Nacional de Meio Ambiente – SISNAMA. O Decreto Federal nº 99.274/90, a partir do Art. 17°, explica o processo de licenciamento, determinando que as atividades efetiva ou potencialmente poluidoras e aquelas capazes de causar degradação ambiental dependerão de prévio licenciamento do órgão estadual competente integrante do SISNAMA, sem prejuízo de outras licenças cabíveis, repetindo o texto da Lei da Política Nacional de Meio Ambiente. Já o Art. 19° (Decreto Federal nº 99.274/90) dispõe que o poder público, no exercício de sua competência de controle, expedirá as seguintes licenças: prévia, de instalação e de operação. Como base para este planejamento, no que diz respeito ao gerenciamento ambientalmente adequado dos resíduos sólidos e à gestão integrada, a Lei Federal n° 12.305, sancionada em 02 de Agosto de 2010, institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos, dispondo sobre seus princípios, objetivos, instrumentos, diretrizes, metas e ações, e o Decreto n° 7.404, de 23 de dezembro de 2010, regulamenta a Lei n° 12.305/2010, e cria o Comitê Interministerialda Política Nacional de Resíduos Sólidos e o Comitê Orientador para a Implantação dos Sistemas de Logística Reversa, e dá outras providências. http://www.mma.gov.br/estruturas/253/_arquivos/decreto_n_74042010_253.pdf http://www.mma.gov.br/estruturas/253/_arquivos/decreto_n_74042010_253.pdf Página | 11 Prefeitura Municipal de Quatis Secretaria Municipal de Meio Ambiente Ainda em relação à Gestão Integrada, o Inciso V do Art. 12°, que estabelece os princípios, da Lei Estadual n° 4.191/03 (Política Estadual de Resíduos Sólidos), diz que fica estabelecida “a participação dos segmentos organizados da sociedade”. De uma maneira menos específica, no que diz respeito a resíduos sólidos, uma vez que este é apenas um tema do saneamento básico, há a Lei nº 11.445, de 05 de Janeiro de 2007, que estabelece diretrizes nacionais para o saneamento básico, altera as Leis nos 6.766, de 19 de dezembro de 1979, n° 8.036, de 11 de maio de 1990, n° 8.666, de 21 de junho de 1993, n° 8.987, de 13 de fevereiro de 1995, e revoga a Lei no 6.528, de 11 de maio de 1978, e dá outras providências. Quanto à educação ambiental, a Lei nº 9.795, de 27 de abril de 1999, dispõe sobre a educação ambiental, institui a Política Nacional de Educação Ambiental e dá outras providências, e o Decreto nº 4.281, de 25 de junho de 2002, regulamenta a Lei no 9.795/1999. Há ainda resoluções do Conselho Nacional de Meio Ambiente – CONAMA e normas técnicas da Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT – que devem ser observadas no gerenciamento de resíduos no Município: Resolução CONAMA n° 002/91, que determina procedimentos para manuseio de cargas deterioradas, contaminadas, fora de especificação ou abandonadas que serão tratadas como fontes potenciais de risco ao meio ambiente, até manifestação do órgão do meio ambiente competente. Resolução CONAMA n° 005/93, que Estabelece definições, classificação e procedimentos mínimos para o gerenciamento de resíduos sólidos oriundos de serviços de saúde, portos e aeroportos, terminais ferroviários e rodoviários. Resolução CONAMA n° 006/91, que desobriga a incineração ou qualquer outro tratamento de queima dos resíduos sólidos provenientes dos estabelecimentos de saúde, portos e aeroportos, ressalvados os casos previstos em lei e acordos internacionais. Resolução CONAMA n° 009/93, que dispõe sobre uso, reciclagem, destinação re-refino de óleos lubrificantes. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/lei/l11445.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/lei/l11445.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9795.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/2002/D4281.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/2002/D4281.htm Página | 12 Prefeitura Municipal de Quatis Secretaria Municipal de Meio Ambiente Resolução CONAMA n° 257/99, que disciplina o descarte e o gerenciamento ambientalmente adequado de pilhas e baterias usadas, no que tange à coleta, reutilização, reciclagem, tratamento ou disposição final. Resolução CONAMA n° 263/99, que inclui o Inciso IV no Art. 6° da Resolução CONAMA n° 257/99. Resolução CONAMA n° 258/99, que trata da destinação final de pneumáticos inservíveis. Resolução CONAMA n° 275/01, que estabelece o código de cores para os diferentes tipos de resíduos, a ser adotado na identificação de coletores e transportadores, bem como nas campanhas informativas para a coleta seletiva. Resolução CONAMA n° 301/02, que altera dispositivos da Resolução n° 258/99, sobre pneumáticos. Resolução CONAMA n° 301/03, que altera dispositivos da Resolução n° 258/99, relativo a passivo pneumático. Resolução CONAMA n° 307/02, que estabelece diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos da construção civil. Resolução CONAMA n° 308/02, que dispõe sobre Licenciamento Ambiental de sistemas de disposição final de resíduos sólidos urbanos gerados em municípios de pequeno porte. Resolução CONAMA n° 313/02, que dispõe sobre o Inventário Nacional de Resíduos Sólidos Industriais. Resolução CONAMA n° 314/02, que dispõe sobre o registro de produtos destinados a remediação. Resolução CONAMA n° 316/02, que dispõe sobre procedimentos e critérios para funcionamento de sistemas de tratamento térmico de resíduos. Resolução CONAMA n° 330/03, que institui a Câmara Técnica de Saúde, Saneamento, Ambiental e Gestão de Resíduos. Página | 13 Prefeitura Municipal de Quatis Secretaria Municipal de Meio Ambiente Resolução CONAMA n° 334/03, que dispõe sobre os procedimentos de licenciamento ambiental de estabelecimentos destinados ao recebimento de embalagens vazias de agrotóxicos. Resolução CONAMA n° 358/05, que dispõe sobre o tratamento e a disposição final de resíduos de serviços de saúde - RSS. Resolução CONAMA n°375/06, define critérios e procedimentos, para o uso agrícola de lodos de esgoto gerados em estações de tratamento de esgoto sanitário e seus produtos derivados, e dá outras providências. Resolução CONAMA n°380/06, retifica a Resolução CONAMA No 375/06. Resolução CONAMA n°404/08, estabelece critérios e diretrizes para o licenciamento ambiental de aterro sanitário de pequeno porte de resíduos sólidos urbanos. Resolução CONAMA n°420/09, dispõe sobre critérios e valores orientadores de qualidade do solo quanto à presença de substâncias químicas e estabelece diretrizes para o gerenciamento ambiental de áreas contaminadas por essas substâncias em decorrência de atividades antrópicas. Resolução CONAMA n°431/11, altera o art. 3o da Resolução No 307/02, estabelecendo nova classificação para o gesso. Resolução CONAMA n°450/12, altera o art. 24-A da Resolução No 362/05, que dispõe sobre recolhimento, coleta e destinação final de óleo lubrificante usado ou contaminado. NBR 7.500/05 – Identificação para o transporte terrestre, manuseio, movimentação e armazenamento de produtos. NBR 7.503/05 – Contém a Ficha de Emergência e o envelope para transporte terrestre para produtos perigosos. NBR 8.419/92 – Apresentação de projetos de Aterros Sanitários de Resíduos Sólidos Urbanos. http://www.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=506 http://www.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=514 http://www.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=592 http://www.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=620 http://www.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=649 http://www.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=674 Página | 14 Prefeitura Municipal de Quatis Secretaria Municipal de Meio Ambiente NBR 8.849/85 – Apresentação de projetos de Aterros Controlados de Resíduos Sólidos Urbanos. NBR 9.190/93 – Classificação de sacos plásticos para acondicionamento do lixo. NBR 9.191/02 – Especificação de sacos plásticos para acondicionamento de lixo. NBR 10.004/04 – Resíduos Sólidos. Norma que classifica os resíduos sólidos quanto aos seus riscos potenciais ao meio ambiente e à saúde pública, para que possam ser gerenciados adequadamente. NBR 10.005/04 – Lixiviação de Resíduos. Norma que instituiu o ensaio de lixiviação, que é utilizado para a classificação de resíduos industriais, pela simulação das condições encontradas em aterros ou vazadouros. A lixiviação classifica um resíduo como tóxico ou não, seja classe I ou não. NBR 10.006/04 – Solubilização de Resíduos. Norma que institui o ensaio de Solubilização, que é um parâmetro complementar ao ensaio de lixiviação, na classificação de resíduos industriais. Este ensaio tem por objetivo, a classificação dos resíduos como inerte ou não, isto é, classe III ou não. NBR 10.007/04 – Amostragem de Resíduos.Norma referente à coleta de resíduos e que estabeleceas linhas básicas que devem ser observadas, antes de se retirar qualquer amostra, com o objetivo de definir o plano de amostragem (objetivo de amostragem, número e tipo de amostras, local de amostragem, frascos e preservação da amostra). NBR 10.157/87 – Aterros de resíduos perigosos. Norma que institui critérios para projeto, construção e operação de aterros de resíduos perigosos. NBR 10.703/89 – Degradação do solo: Terminologia. NBR 11.174/90 – Armazenamento de resíduos classes II – não inertes e III – inertes. NBR 11.175/90 – Incineração de resíduos sólidos perigosos. Padrões de desempenho – Procedimento. Página | 15 Prefeitura Municipal de Quatis Secretaria Municipal de Meio Ambiente NBR 12.235/92 – Procedimentos para o armazenamento de Resíduos Sólidos Perigosos. NBR 12.807/93 – Resíduos de serviços de saúde – Terminologia. NBR 12.808/93 – Resíduos de serviços de saúde – Classificação. NBR 12.809/93 – Manuseio de resíduos de serviços de saúde – Procedimento. NBR 12.810/93 – Coleta de resíduos de serviços de saúde – Procedimento. NBR 12.980/93 – Coleta, varrição e acondicionamento de resíduos sólidos. NBR 13.221/95 – Transporte de resíduos. NBR 13.463/95 – Coleta de resíduos sólidos – Classificação. NBR 13.894/06 – Tratamento no solo (Landfarming). Técnica apropriada para dispor óleo não passível de recuperação como materiais absorventes impregnados (palha, serragem e turfa), e as emulsões água em óleo. NBR 13.895/97 – Construção de poços de monitoramento e amostragem. NBR 13.896/97 – Aterros de resíduos não perigosos – Critérios para projeto, implantação e operação – Procedimento. NBR 13.968/07 – Embalagem rígida vazia de agrotóxico. Procedimento de lavagem. NBR 14.619/09 – Transporte terrestre de resíduos perigosos. NBR 14.652/01 – Coletor-transportador rodoviário de resíduos de serviço de saúde. Requisitos de construção e inspeção dos resíduos do Grupo A. NBR 14.719/01 – Embalagem rígida vazia de agrotóxico – Destinação Final da Embalagem lavada – Procedimento. Página | 16 Prefeitura Municipal de Quatis Secretaria Municipal de Meio Ambiente NBR 14.725/09 – Ficha de Segurança de Produtos Químicos (FISPQ). Quanto aos produtos agrotóxicos, a Lei nº 7.802, de 11 de Julho de 1989, dispõe sobre a pesquisa, a experimentação, a produção, a embalagem e rotulagem, o transporte, o armazenamento, a comercialização, a propaganda comercial, a utilização, a importação, a exportação, o destino final dos resíduos e embalagens, o registro, a classificação, o controle, a inspeção e a fiscalização de agrotóxicos, seus componentes e afins, e dá outras providências. E o Decreto nº 4.074, de 04 de Janeiro de 2002, regulamenta a Lei no 7.802/1989. Também deve ser observada a Instrução Normativa Nº 23, de 31 de Agosto de 2005 do MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO, que aprova as definições e normas sobre as especificações e garantias, as tolerâncias, o registro, a embalagem e a rotulagem dos fertilizantes orgânicos simples, mistos, compostos, organominerais e biofertilizantes destinados à agricultura. Mais especificamente, sobre os Resíduos Sólidos de Saúde, há também Resoluções da Agência Nacional de Saúde – ANVISA, como: Resolução ANVISA RDC n° 306/04, que dispõe sobre o Regulamento Técnico para o gerenciamento de resíduos de serviços de saúde. Resolução ANVISA RDC n° 33/03, que dispõe sobre o Regulamento Técnico para o gerenciamento de resíduos de serviços de saúde. No que diz respeito aos rejeitos radioativos provenientes dos serviços de saúde que podem vir a existir no Município, deve-se observar a Resolução CNEM – NE – 6.05, que dispõe sobre a gerência de rejeitos radioativos em instalações radioativas. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L7802.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L7802.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/2002/D4074.htm Página | 17 Prefeitura Municipal de Quatis Secretaria Municipal de Meio Ambiente Deve-se atentar também para o Decreto nº 7.405, de 23 de Dezembro de 2010, que institui o Programa Pró-Catador, denomina Comitê Interministerial para Inclusão Social e Econômica dos Catadores de Materiais Reutilizáveis e Recicláveis o Comitê Interministerial da Inclusão Social de Catadores de Lixo criado pelo Decreto de 11 de Setembro de 2003, dispõe sobre sua organização e funcionamento, e dá outras providências. Especificamente, o regulamento de limpeza urbana é a espinha dorsal do sistema de limpeza urbana da cidade, expressando todos os princípios fundamentais que devem orientar o comportamento do poder municipal e de sua população. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Decreto/D7405.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Decreto/D7405.htm Página | 18 Prefeitura Municipal de Quatis Secretaria Municipal de Meio Ambiente 3. Considerações Gerais 3.1 Objetivos O sistema de limpeza urbana do Município de Quatis deve ser instituído segundo um modelo de gestão que, tanto quanto possível, seja capaz de: • promover a sustentabilidade econômica das operações; • preservar o meio ambiente; • preservar a qualidade de vida da população; • contribuir para a solução dos aspectos sociais envolvidos com a questão. Em todos os segmentos operacionais do sistema devem ser observadas alternativas que atendam simultaneamente a duas condições fundamentais: • sejam as mais econômicas; • sejam tecnicamente corretas para o ambiente e para a saúde da população. O modelo de gestão tem como objetivo, não somente permitir, mas sobretudo facilitar a participação da população na questão da limpeza urbana da cidade, para que esta se conscientize das várias atividades que compõem o sistema e dos custos requeridos para sua realização, bem como se conscientize de seu papel como agente consumidor e, por consequência, gerador de lixo. A consequência direta dessa participação traduz-se na redução da geração de lixo, na manutenção dos logradouros limpos, no acondicionamento e disposição para a coleta, de maneira adequada, e como resultado final, em operações dos serviços menos onerosas. É de suma importância que a população esteja ciente que é a própria quem deve remunerar o sistema, através do pagamento de impostos, taxas ou tarifas. Está na população a chave para a sustentação do sistema, implicando por parte do Município a montagem de uma gestão integrada que inclua, necessariamente, um programa de sensibilização dos cidadãos. Mais adiante iremos observar um capítulo sobre Educação Ambiental. Página | 19 Prefeitura Municipal de Quatis Secretaria Municipal de Meio Ambiente O objetivo geral do PGIRS é o aperfeiçoamento do Sistema de limpeza Urbana no Município de Quatis, contribuindo para a redução da geração dos resíduos sólidos, orientando o correto acondicionamento, armazenamento, a forma como deverá ocorrer a coleta, o transporte, o tratamento e destinação final dos resíduos. 3.2 Metas Para o perfeito andamento do PGIRS do Município de Quatis deve-se observar as metas dispostas a seguir. Proposta de metas programadas a curto prazo – 90 dias. PROPOSTA DE MANEJO E MONITORAMENTO DO PGIRS EM AÇÕES PROGRAMADAS À CURTO PRAZO Responsável Período Secretaria de Administração Janeiro Fevereiro Março Definição da Secretaria Gestora do Sistema de Limpeza Urbana Capacitação e Treinamento dos Gestores do Sistema de Limpeza Urbana (Novos Procedimentos e Instruções de trabalho) Palestra de Sensibilização Ambiental para os Gestores do Sistema, enfocando o PGIRS Gestor do Sistema de LimpezaUrbana Definição do Responsável pela Implantação do PGIRS Definição e capacitação de equipe técnica para fiscalização do Sistema de Limpeza Urbana Análise dos equipamentos, quanto à necessidade de substituição Aquisição de Equipamentos de Proteção Individual – EPI’s Análise dos contratos inerentes ao Sistema de Limpeza Urbana Análise dos dispositivos de identificação do sistema de limpeza urbana (veículos, cestas coletoras, etc) Análise do dispositivo de Controle dos quantitativos de Resíduos Análise do funcionamento do sistema de coleta, armazenamento e disposição dos RSU Palestras de Sensibilização ao funcionalismo e a comunidade Página | 20 Prefeitura Municipal de Quatis Secretaria Municipal de Meio Ambiente Propostas de metas programadas a médio prazo – 91 à 180 dias. PROPOSTA DE MANEJO E MONITORAMENTO DO PGIRS EM AÇÕES PROGRAMADAS À MÉDIO PRAZO Responsável Período Responsável pelo PGIRS Abril Maio Junho Avaliação dos três Primeiros meses Análise dos Indicadores de Desempenho Operacional e Ambiental Fiscalização dos contratos inerentes ao Sistema de Limpeza Urbana Operacionalização do PGIRS Ações corretivas no Gerenciamento de Resíduos Fiscalização dos equipamentos quanto ao desgaste Educação Ambiental Com metas de Redução de resíduos Gerados Fiscalização dos Procedimentos Adotados Avaliação da Redução de Resíduos gerados Propostas de metas programadas a longo prazo – 181 à 270 dias. PROPOSTA DE MANEJO E MONITORAMENTO DO PGIRS EM AÇÕES PROGRAMADAS À MÉDIO PRAZO Responsável Período Responsável pelo PGIRS Julho Agosto Setembro Avaliação dos seis Primeiros meses Ações Corretivas Avaliação do cronograma de implantação Fiscalização dos Procedimentos Adotados Avaliação e Correção dos Procedimentos Adotados Avaliação da Redução de Acidentes de Trabalho Debates e Palestras Sobre prevenção de Acidentes de trabalho Gestão por Áreas Fiscalização e Avaliação de Gestão por áreas Página | 21 Prefeitura Municipal de Quatis Secretaria Municipal de Meio Ambiente 3.3 Remuneração dos Serviços Em termos da remuneração dos serviços, o sistema de limpeza urbana pode ser dividido simplesmente em coleta de lixo domiciliar, limpeza dos logradouros e disposição final. Pela coleta de lixo domiciliar, cabe à Prefeitura cobrar da população uma taxa específica, denominada taxa de coleta de lixo. A remuneração do sistema de limpeza urbana, realizada pela população em quase sua totalidade, não se dá de forma direta, nem os recursos advindos do pagamento de taxas de coleta de lixo domiciliar podem ser condicionados exclusivamente ao sistema, devido à legislação fiscal. Da mesma forma, a prefeitura não pode cobrar dos moradores a varrição e a limpeza da respectiva rua por ser um serviço indivisível. É preciso, portanto, que a prefeitura garanta, por meios políticos, as dotações orçamentárias que sustentem adequadamente o custeio e os investimentos no sistema. No tocante à inadimplência dos contribuintes ou usuários, são parcas as soluções legalmente possíveis para contornar a situação. Os cortes comumente adotados no fornecimento de luz ou água, pela falta de pagamento da tarifa, não podem ser aplicados na coleta ou remoção de lixo. A falta de pagamento da taxa de coleta de lixo, por exemplo, não pode ser combatida com a suspensão do serviço e do atendimento ao contribuinte inadimplente, simplesmente porque o lixo que ele dispõe para a coleta tem que ser recolhido de qualquer maneira por razões de saúde pública. Restam, assim, poucas alternativas. Embora de aplicação legalmente duvidosa, em alguns casos é adotada a inscrição do imóvel do devedor na dívida pública do Município. Mesmo assim esse ato tem pouco poder punitivo, porque apenas ameaça o devedor na ocasião da eventual alienação do imóvel. Página | 22 Prefeitura Municipal de Quatis Secretaria Municipal de Meio Ambiente O sistema de limpeza urbana, de um modo geral, consome de sete a 15% do orçamento do municipal. Há uma tendência no país, de as outras prefeituras remunerarem os serviços de limpeza urbana através de uma taxa, geralmente cobrada na mesma guia do Imposto Predial e Territorial Urbano – IPTU –, quase sempre usando a mesma base de cálculo, que é a área do imóvel. Tem-se tentado correlacionar a produção de lixo com consumo de água, de energia elétrica, testada do terreno etc. Mesmo assim, a receita proveniente dessa taxa é recolhida ao Tesouro Municipal. De qualquer forma, representa apenas parte dos custos reais dos serviços. A atualização ou correção dos valores da taxa depende da autorização da Câmara dos Vereadores. Além disso, a aplicação de uma taxa realista e socialmente justa, que esteja dentro da capacidade de pagamento da população e que efetivamente cubra os custos dos serviços, dentro do princípio de "quem pode mais, paga mais", implica uma ação política que requer habilidade e empenho por parte da administração pública. Torna-se necessário, então, contrariar a tendência de relegar a planos não prioritários os serviços de limpeza urbana que, por conta disso, recebem menos recursos que os necessários. Se não for possível a remuneração adequada do sistema, ficará prejudicada a qualidade dos serviços prestados e o círculo vicioso não se romperá. A limpeza urbana será mal realizada, pois não disporá dos recursos necessários, e a população poderá não aceitar as taxas por não contar com serviços de qualidade. A prefeitura pode precisar arcar, durante algum tempo, com o ônus de um aumento da carga tributária, se isso for necessário, até que o quadro se reverta com a melhoria da qualidade dos serviços prestados. Para realização de investimentos, seja a compra de equipamentos, seja a instalação de unidades de tratamento e disposição final, a prefeitura pode recorrer a fontes de financiamento externo. Há ainda a possibilidade da concessão do serviço público de limpeza urbana, através da terceirização, com a contratação de empresas privadas para execução, com seus próprios meios (equipamentos e pessoal), para coleta, limpeza de logradouros, tratamento e disposição final, sendo essa uma solução possível quando a prefeitura não tiver recursos disponíveis para investimentos. Página | 23 Prefeitura Municipal de Quatis Secretaria Municipal de Meio Ambiente 3.4 Cálculo da Taxa de Coleta de Lixo Segundo a Lei Estadual 4.191/03, em seu Inciso V do Art. 13°, é objetivo da Política Estadual de Resíduos Sólidos “estimular os Municípios a atingirem a auto-sustentabilidade econômica dos seus Sistemas de Limpeza Pública e Urbana, através da criação e implantação de mecanismos de cobrança e arrecadação compatíveis com a capacidade de pagamento da população”. O valor unitário da Taxa de Coleta de Lixo (TCL) pode ser calculado simplesmente dividindo-se o custo total anual da coleta de lixo domiciliar pelo número de domicílios existentes na cidade. Todavia, esse valor unitário pode ser adequado às peculiaridades dos diferentes bairros da cidade, levando em consideração alguns fatores, tais como os sociais (buscando uma tarifação socialmente justa) e os operacionais: • O fator social é função do poder aquisitivo médio dos moradores das diferentes áreas da cidade. • O fator operacional reflete o maior ou menor esforço, em pessoal e em equipamentos, empregado na coleta, seja em função do uso a que se destina o imóvel (comercial, residencial etc.), seja por efeito de sua localização ou da necessidade de se realizar maiores investimentos (densidade demográfica, condições topográficas, tipo de pavimentação etc.). Deve-se atentar no orçamento, para as parcelas dos custos de transferência, transporte,tratamento e destino final, assim como administração, gerenciamento, sistemas de controle, despesas de capital e desenvolvimento tecnológico vinculados à coleta. Página | 24 Prefeitura Municipal de Quatis Secretaria Municipal de Meio Ambiente Apenas para ilustrar a ordem de grandeza dos custos das operações de coleta domiciliar, logo adiante pode-se observar um exemplo, mostrado na tabela a seguir, para uma cidade hipotética com 50 mil habitantes, com determinadas características urbanísticas que são típicas de cidades brasileiras. Apesar do Município de Quatis não apresentar uma população tão numerosa, pode-se basear nesse exemplo. Os custos apresentados são bastante realistas e incluem despesas de custeio e capital, incluindo pessoal e encargos sociais, uniformes, auxílio de alimentação e transporte, seguros e impostos. Os custos dos veículos e equipamentos englobam preço de aquisição, depreciação, reposição, consumo de combustíveis e lubrificantes, pneus, baterias, manutenção e peças de reposição. Nesses valores não estão incluídos os custos relativos a estações de transferência e sistemas de tratamento (reciclagem, compostagem e incineração). Página | 25 Prefeitura Municipal de Quatis Secretaria Municipal de Meio Ambiente Em geral, o custo da coleta, incluindo todos os segmentos operacionais até a disposição final, representa cerca de 50% do custo do sistema de limpeza urbana da cidade. Na coleta, o emprego da mão-de-obra é pouco intensivo, e a incidência dos custos de veículos e equipamentos é muito grande. Na limpeza de logradouros acontece o inverso, com aplicação de mão-de-obra intensiva, abrangendo os garis varredores e menos equipamentos. Portanto, nessa cidade hipotética, é razoável supor que o sistema de limpeza urbana custaria aos cofres municipais algo em torno de R$600 mil a R$700 mil anuais, devendo esse volume estar dentro de uma faixa de 9% a 12% do orçamento total do Município. Admitindo quatro habitantes por domicílio, esta cidade contaria com 12,5 mil domicílios, os quais teriam, a seu encargo, uma quantia em torno de R$50,00 por ano para sustentar a limpeza urbana. Esse valor não significa muito, mas depende fundamentalmente da firme ação da prefeitura em defender e preservar esse orçamento, apoiada pela importante receita política que certamente um sistema de limpeza urbana bem gerido proporcionará. Página | 26 Prefeitura Municipal de Quatis Secretaria Municipal de Meio Ambiente No município atualmente, a taxa de coleta dos resíduos gerados pelos domicílios e empreendimentos comerciais, é cobrada juntamente com o IPTU. Essa taxa foi instituída pela Lei Municipal N° 074 de 16 de dezembro de 1994, que institui o código tributário do município, que em seu artigo 241 explicita a maneira como é calculada, sendo relativa ao metro linear de testada do terreno, o que em média varia em torno de R$ 10,00, por imóvel anualmente. Multiplicando esse valor pelo número de domicílios e empreendimentos comerciais, não chegaríamos nem perto do valor gasto anualmente com os serviços prestados para a coleta dos resíduos. Assim, esse é um ponto a ser revisto e discutido, legalmente, tanto com a administração pública, quanto com a população, que cobra um serviço efetivo e de qualidade. 3.5 Projeção das Quantidades de Resíduos Sólidos Urbanos A seguir poderá ser observada a estimativa de crescimento populacional ao longo dos próximos 10 anos. Com base nessa projeção poderemos chegar a uma média da quantidade de resíduos per capita ao longo do tempo. Para se avaliar corretamente a projeção da geração de lixo per capita é necessário conhecer o tamanho da população. Com base nos dados do Censo do IBGE de 2010, onde a população do Município de Quatis era de 12.793 habitantes, e levando em consideração que município apresenta uma taxa de crescimento populacional de 1,22% ao ano (IBGE), iremos obter o horizonte populacional. Logo abaixo pode-se observar o cálculo que exemplifica a projeção para o ano seguinte. P(ano “n”) = P(ano anterior ao ano “n”) x (Tc / 100) + P(ano anterior ao ano “n”) Onde, P(ano “n”)= População do ano futuro em que se projeta a taxa de crescimento; P(ano anterior ao ano “n”)= População do ano anterior ao ano “n”; P2010 = 12.793 Tc = Taxa de crescimento. Tc = 1,22 ao ano. (IBGE) Assim, P2011 = 12.793hab x (1,22 / 100) + 12.793hab P2011 = 12.949 habitantes. Página | 27 Prefeitura Municipal de Quatis Secretaria Municipal de Meio Ambiente Com base nesse cálculo, segue abaixo a tabela que apresenta um horizonte populacional de 10 anos (2012 a 2022). ANO TAXA DE CRESECIMENTO POPULAÇÃO 2010 1,22 12.793 2011 1,22 12.949 2012 1,22 13.106 2013 1,22 13.265 2014 1,22 13.426 2015 1,22 13.589 2016 1,22 13.754 2017 1,22 13.921 2018 1,22 14.090 2019 1,22 14.261 2020 1,22 14.434 2021 1,22 14.610 2022 1,22 14.788 Página | 28 Prefeitura Municipal de Quatis Secretaria Municipal de Meio Ambiente Dessa forma, calcula-se a projeção da quantidade de resíduos sólidos produzida ano a ano, conforme a tabela que segue. ANO PROJEÇÃO POPULACIONAL (HAB.) PER CAPITA (KG/HAB./DIA) QUANTIDADE DE LIXO (TON) 2012 13.106 0,5 6,553 2013 13.265 0,5 6,632 2014 13.426 0,5 6,713 2015 13.589 0,5 6,794 2016 13.754 0,5 6,877 2017 13.921 0,5 6,960 2018 14.090 0,5 7,045 2019 14.261 0,5 7,130 2020 14.434 0,5 7,217 2021 14.610 0,5 7,305 2022 14.788 0,5 7,394 3.6 Elaboração de Indicadores Operacionais, de Qualidade e Produtividade – Avaliação e Monitoramento. No Orçamento Anual do Município deverão ser incluídos os recursos referentes às Secretarias gestoras do sistema de limpeza urbana, estipulando- se assim metas para serem atingidas, conforme os recursos estabelecidos, e que essas sirvam como indicadores de produtividade e desempenho das referidas Secretarias. Buscando avaliar as atividades de limpeza urbana do Município de Quatis, serão estabelecidos alguns parâmetros de monitoramento que servirão para a tomada de decisão sobre as atividades a serem desenvolvidas, com os seguintes itens a serem constantemente avaliados: Volume diário coletado; Custo operacional dos serviços de limpeza urbana (combustível, manutenção, mão de obra, contratos terceirizados, etc.); Página | 29 Prefeitura Municipal de Quatis Secretaria Municipal de Meio Ambiente Eficiência nos serviços de coleta e de limpeza, mensurados em relação queda do número de denúncias; Grau de satisfação da população, que deverá ser verificado por pesquisas de opinião executadas periodicamente, com distribuição proporcional à atividade demandada, com alcance em toda a cidade e em todas as classes sociais; Custos de realização dos serviços em relação ao valor arrecadado para os mesmos (taxas de limpeza urbana e coleta de resíduo). 3.7 Estrutura de Controle e Fiscalização 3.7.1 Implantação do Sistema de Fiscalização A Implantação do Sistema de Fiscalização tem como objetivo estabelecer a disciplina das atividades de limpeza urbana do Município de Quatis, devendo atuar diretamente nas ações prejudiciais à limpeza pública, reprimindo qualquer ação ou atitude em desconformidade com a Política de Meio Ambiente. O Sistema de Fiscalização deverá estar vinculado à Secretaria Municipal de Obras, Urbanismo e Serviços Públicos e à Secretaria de Meio Ambiente, que deverá orientar o trabalho de fiscalização da limpeza urbana, intervindo quando necessário no processo operacional das próprias Secretarias, buscando a eficiência e eficácia dos serviços. Além disso, deve-se buscar parcerias com o INEA, SEA e outros organismos de atuação na área ambiental, com o objetivo de atuação nas ações de fiscalização.Parcelas dos recursos arrecadados, com aplicação de multas, preferencialmente serão aplicadas em programas educativos e de educação ambiental. Esta primeira etapa deverá ter enfoque na parte informativa, para posteriormente se por em prática a fiscalização repressiva para os atos abusivos. Página | 30 Prefeitura Municipal de Quatis Secretaria Municipal de Meio Ambiente Dentre as atividades do Sistema de Fiscalização, podemos citar: A notificação será feita com o estabelecimento de um período para que seja corrigida a irregularidade cometida; O auto de infração poderá ser aplicado imediatamente, uma vez constatado uma infração de natureza grave ou gravíssima, infração de caráter irreparável ou quando tratar-se de infrator reincidente em infrações leves; As multas serão aplicadas conforme os graus de infração: leves, médios, graves e gravíssimos; A emissão do auto de infração é de competência da fiscalização, ou àquelas delegadas por convênios ou outras formas de atuação, e devem conter: nome e endereço do infrator, local, data, horário, descrição da infração e prazo para o recolhimento da multa, devendo o autuado dar ciência apondo a assinatura; O infrator será notificado para ciência da infração pessoalmente. Caso se recuse a se manifestar, será feito pelo correio ou via postal, ou ainda por edital, se estiver em lugar incerto e não sabido. O infrator, dentro do prazo estabelecido, poderá oferecer defesa ou impugnação do auto; Os policiais militares, INEA, SEA, fiscais de posturas do município, e outros elementos conveniados para a atividade de fiscalização serão equiparados a agentes públicos a serviço da vigilância ambiental, podendo desta forma exercer o papel de fiscais aplicando inclusive as multas cabíveis; Para facilitar o trabalho de fiscalização por parte da população, todos os veículos envolvidos na limpeza urbana deverão estar identificados; A coordenação das ações de fiscalização ficará a cargo da Secretaria Municipal de Meio Ambiente. Página | 31 Prefeitura Municipal de Quatis Secretaria Municipal de Meio Ambiente 3.7.2 Capacitação da Equipe de Fiscalização A capacitação da equipe de fiscalização é um item de extrema importância e fundamental para o exercício das atividades de fiscalização. Os agentes deverão estar aptos para o exercício, recebendo o devido treinamento e capacitação, visando a disciplinar e dinamizar as ações de limpeza urbana do Município. Os principais pontos a serem tratados na capacitação da equipe de fiscalização: Conhecimento da legislação ambiental vigente; Conhecimento dos atos lesivos à limpeza urbana; Tipos de resíduos gerados no município e sua classificação; Formas de acondicionamento dos resíduos, para destinação em aterro ou usina de compostagem, e para a reciclagem; Coleta regular, transporte e destinação final do lixo doméstico e comercial; Coleta, acondicionamento, transporte e destinação final dos resíduos de origem industrial; Coleta, acondicionamento, transporte e destinação final dos resíduos de serviços de saúde; Coleta, acondicionamento, transporte e destinação final dos resíduos de construção civil; Conhecimento da legislação existente e das competências nas esferas estadual e federal; Conhecimento dos atos e competências do poder municipal; Conhecimento dos atos e responsabilidades da fiscalização; Materiais e equipamentos utilizados nos serviços de limpeza; Educação ambiental. Página | 32 Prefeitura Municipal de Quatis Secretaria Municipal de Meio Ambiente 3.8 Identificação das Possibilidades de Implantação de Consórcios Públicos A Lei 11.107/2005, Lei Federal dos Consórcios Públicos regulamenta o Art. 241 da Constituição Federal e estabelece as normas gerais de contratação de consórcios públicos. Os consórcios públicos dão forma à prestação regionalizada de serviços públicos instituída pela Lei Federal de Saneamento Básico (Lei 11.445/2007) e que é incentivada e priorizada pela Lei da Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei 12.305/2010). Os Consórcios Públicos recebem, no âmbito da Política Nacional de Resíduos Sólidos, prioridade absoluta no acesso aos recursos da União ou por ela controlados. Esta prioridade também é concedida aos Estados que instituírem microrregiões para a gestão e ao Distrito Federal e municípios que optem por soluções consorciadas intermunicipais para gestão associada. O Contrato de Consórcio, que nasce como um Protocolo de Intenções entre entes federados, autoriza a gestão associada de serviços públicos, explicitando as competências cujo exercício será transferido ao consórcio público. Explicita também quais serão os serviços públicos objeto da gestão associada, e o território em que serão prestados. Cede, ao mesmo tempo, autorização para licitar ou outorgar concessão, permissão ou autorização da prestação dos serviços. Define as condições para o Contrato de Programa, e delimita os critérios técnicos para cálculo do valor das taxas, tarifas e de outros preços públicos, bem como para seu reajuste ou revisão. Na região existe, inclusive com incentivo da Secretaria Estadual do Ambiente – SEA, um consócio público entre os municípios de Itatiaia, Porto Real, Quatis e Resende, desde 2007. Infelizmente não há avanço no tocante a disposição final de resíduos sólidos urbanos. Atualmente o Estado vem sugerindo que através deste consórcio os resíduos sejam destinados a uma Central de Transferência em Resende, e posteriormente sejam destinados ao CTR de Barra Mansa. No momento as tratativas se encontram paralisadas. O Município de Quatis no momento destina seus resíduos corretamente, à Usina de Compostagem e Central de Triagem. Futuramente o planejamento prevê que seja realizada a compostagem dos resíduos orgânicos e a triagem dos resíduos recicláveis, através de cooperativa de catadores, no próprio município. Página | 33 Prefeitura Municipal de Quatis Secretaria Municipal de Meio Ambiente Assim, necessita-se que as tratativas avancem, e ainda, que haja certa viabilidade, para que seja feita a destinação final dos resíduos sólidos urbanos através do consócio público. 4. Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos Urbanos é, em síntese, o envolvimento de diferentes órgãos da administração pública e da sociedade civil com o propósito de realizar a limpeza urbana, a coleta, o tratamento e a disposição final do lixo, elevando assim a qualidade de vida da população e promovendo o asseio da cidade, levando em consideração as características das fontes de produção, o volume e os tipos de resíduos – para a eles ser dado tratamento diferenciado e disposição final técnica e ambientalmente corretas –, as características sociais, culturais e econômicas dos cidadãos e as peculiaridades demográficas, climáticas e urbanísticas locais. Para tanto, as ações normativas, operacionais, financeiras e de planejamento que envolvem a questão devem se processar de modo articulado, segundo a visão de que todas as ações e operações envolvidas encontram-se interligadas, comprometidas entre si. O gerenciamento integrado focaliza com mais nitidez os objetivos importantes da questão, que é a elevação da urbanidade em um contexto mais nobre para a vivência da população, onde haja manifestações de afeto à cidade e participação efetiva da comunidade no sistema, sensibilizada a não sujar as ruas, a reduzir o descarte, a reaproveitar os materiais e reciclá-los antes de encaminhá-los ao lixo. Por conta desse conceito, no gerenciamento integrado são preconizados programas da limpeza urbana, enfocando meios para que sejam obtidos a máxima redução da produção delixo, o máximo reaproveitamento e reciclagem de materiais e, ainda, a disposição dos resíduos de forma mais sanitária e ambientalmente adequada, abrangendo toda a população e a universalidade dos serviços. Essas atitudes contribuem significativamente para a redução dos custos do sistema, além de proteger e melhorar o ambiente. A gestão integrada do sistema de limpeza urbana no Município pressupõe, por conceito – e fundamentalmente –, o envolvimento da população e o exercício político sistemático junto às instituições vinculadas a todas as esferas dos governos municipais, estaduais e federal que possam nele atuar. Página | 34 Prefeitura Municipal de Quatis Secretaria Municipal de Meio Ambiente Finalmente, o gerenciamento integrado revela-se com a atuação de subsistemas específicos que demandam instalações, equipamentos, pessoal e tecnologia, não somente disponíveis na prefeitura, mas oferecidos pelos demais agentes envolvidos na gestão, entre os quais se enquadram: • a própria população, empenhada na separação e acondicionamento diferenciado dos materiais recicláveis em casa; • os grandes geradores, responsáveis pelos próprios rejeitos; • os estabelecimentos que tratam da saúde, tornando-os inertes ou oferecidos à coleta diferenciada, quando isso for imprescindível; • a prefeitura, através de seus agentes, instituições e empresas contratadas, que por meio de acordos, convênios e parcerias exerce, é claro, papel protagonista no gerenciamento integrado de todo o sistema. Página | 35 Prefeitura Municipal de Quatis Secretaria Municipal de Meio Ambiente 4.1 Resíduos Sólidos: Origem, Definição e Características 4.1.1 Definição de lixo e resíduos sólidos De acordo com o Dicionário de Língua Portuguesa, Aurélio Buarque de Holanda, "lixo é tudo aquilo que não se quer mais e se joga fora; coisas inúteis, velhas e sem valor". Já a Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT – define o lixo como os "restos das atividades humanas, considerados pelos geradores como inúteis, indesejáveis ou descartáveis, podendo-se apresentar no estado sólido, semi-sólido (aqueles com teor de umidade inferior a 85%) ou líquido (válido somente para resíduos industriais perigosos), desde que não seja passível de tratamento convencional." Normalmente os autores de publicações sobre resíduos sólidos se utilizam indistintamente dos termos "lixo" e "resíduos sólidos". Neste Manual, resíduo sólido ou simplesmente "lixo" é todo material sólido ou semi-sólido indesejável e que necessita ser removido por ter sido considerado inútil por quem o descarta, em qualquer recipiente destinado a este ato. Há de se destacar, no entanto, a relatividade da característica inservível do lixo, pois aquilo que já não apresenta nenhuma serventia para quem o descarta, para outro pode se tornar matéria-prima para um novo produto ou processo. Nesse sentido, a idéia do reaproveitamento do lixo é um convite à reflexão do próprio conceito clássico de resíduos sólidos. É como se o lixo pudesse ser conceituado como tal somente quando da inexistência de mais alguém para reivindicar uma nova utilização dos elementos então descartados. Página | 36 Prefeitura Municipal de Quatis Secretaria Municipal de Meio Ambiente 4.1.2 Classificação dos Resíduos São várias as maneiras de se classificar os resíduos sólidos. As mais comuns são quanto aos riscos potenciais de contaminação do meio ambiente e quanto à natureza ou origem. 4.1.2.1 Quanto aos riscos potenciais de contaminação De acordo com a NBR 10.004 da ABNT, os resíduos sólidos podem ser classificados em: Classe I – Perigosos São aqueles que, em função de suas características intrínsecas de inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade, patogenicidade, carcinogenicidade, teratogenicidade e mutagenicidade, apresentam riscos à saúde pública através do aumento da mortalidade ou da morbidade, ou ainda provocam efeitos adversos ao meio ambiente quando manuseados ou dispostos de forma inadequada. (ex.: baterias, pilhas, óleo usado, resíduo de tintas e pigmentos, resíduo de serviços de saúde, resíduo inflamável, etc.) Classe II – Não Perigosos Os Resíduos Classe II, os não perigosos, são sucatas de metais ferrosos, sucatas de metais não ferrosos, resíduos de papel e papelão, resíduos de plásticos polimerizados, resíduos de borracha, e outros resíduos não perigosos. Os Resíduos Classe II A, os não-inertes, são os resíduos que podem apresentar características de combustibilidade, biodegradabilidade ou solubilidade, com possibilidade de acarretar riscos à saúde ou ao meio ambiente, não se enquadrando nas classificações de resíduos Classe I – Perigosos – ou Classe II B – Inertes. (ex.: lodos de estações de tratamento de água e esgoto, papel, restos de alimentos.) Os Resíduos Classe II B, os Inertes, são aqueles que, por suas características intrínsecas, não oferecem riscos à saúde e ao meio ambiente, e que, quando amostrados de forma representativa, segundo a norma NBR 10.007, e submetidos a um contato estático ou dinâmico com água destilada ou deionizada, a temperatura ambiente, conforme teste de solubilização segundo a norma NBR 10.006, não tiverem nenhum de seus constituintes solubilizados a concentrações superiores aos padrões de potabilidade da água, conforme listagem nº 8 (Anexo H da NBR 10.004), excetuando-se os padrões de aspecto, cor, turbidez e sabor.(ex.: tijolos, rochas, vidros, certos plásticos e borrachas.) Página | 37 Prefeitura Municipal de Quatis Secretaria Municipal de Meio Ambiente 4.1.2.2 Quanto à natureza ou origem A origem é o principal elemento para a caracterização dos resíduos sólidos. Segundo este critério, os diferentes tipos de lixo podem ser agrupados em cinco classes, a saber: • Lixo doméstico ou residencial; • Lixo comercial; • Lixo público; • Lixo domiciliar especial: • Entulho de obras; • Pilhas e baterias; • Lâmpadas fluorescentes; • Pneus; • Lixo de fontes especiais: • Lixo industrial; • Lixo radioativo; • Lixo de portos, aeroportos e terminais rodoferroviários; • Lixo agrícola; • Resíduos de serviços de saúde. Lixo Doméstico ou residencial pode ser definido como o resíduo gerado nas atividades diárias em casas, apartamentos, condomínios e demais edificações residenciais. Nas atividades de limpeza urbana, os tipos "doméstico" e "comercial" constituem o chamado "lixo domiciliar", que, junto com o lixo público, representam a maior parcela dos resíduos sólidos produzidos nas cidades. Lixo Comercial são os resíduos gerados em estabelecimentos comerciais, cujas características dependem da atividade ali desenvolvida. O grupo de lixo comercial, assim como os entulhos de obras, pode ser dividido em subgrupos chamados de "pequenos geradores" e "grandes geradores". Página | 38 Prefeitura Municipal de Quatis Secretaria Municipal de Meio Ambiente Pode-se adotar como parâmetro para subgrupos do lixo comercial, o seguinte critério: - Pequeno Gerador de Resíduos Comerciais é o estabelecimento que gera até 120 litros de lixo por dia. - Grande Gerador de Resíduos Comerciais é o estabelecimento que gera um volume de resíduos superior a esse limite. Analogamente, pequeno gerador de entulho de obras é a pessoa física ou jurídica que gera até 1.000kg ou 50 sacos de 30 litros por dia, enquanto grande gerador de entulho é aquele que gera um volume diário de resíduos acima disso. Lixo Público são os resíduos presentes nos logradouros públicos, em geral resultantes da natureza, tais como folhas, galhadas, poeira, terra e areia, e também aqueles descartados irregular e indevidamente pela população, como entulho, bens consideradosinservíveis, papéis, restos de embalagens e alimentos. O lixo público está diretamente associado ao aspecto estético da cidade. Portanto, merece especial atenção o planejamento das atividades de limpeza de logradouros. Lixo Domiciliar Especial - Grupo que compreende os entulhos de obras, pilhas e baterias, lâmpadas fluorescentes e pneus. Faz-se interessante observar que os entulhos de obra, também conhecidos como resíduos da construção civil, só estão enquadrados nesta categoria por causa da grande quantidade de sua geração e pela importância que sua recuperação e reciclagem vem assumindo no cenário nacional. Entulho de Obras - A indústria da construção civil é a que mais explora recursos naturais. Além disso, a construção civil também é a indústria que mais gera resíduos. No Brasil, a tecnologia construtiva normalmente aplicada favorece o desperdício na execução das novas edificações. Enquanto em países desenvolvidos a média de resíduos proveniente de novas edificações encontra-se abaixo de 100kg/m2, no Brasil este índice gira em torno de 300kg/m2 edificado. Em termos de composição, os resíduos da construção civil são uma mistura de materiais inertes, tais como concreto, argamassa, madeira, plásticos, papelão, vidros, metais, cerâmica e terra. Página | 39 Prefeitura Municipal de Quatis Secretaria Municipal de Meio Ambiente As pilhas e baterias têm como princípio básico converter energia química em energia elétrica utilizando um metal como combustível. Apresentando-se sob várias formas (cilíndricas, retangulares, botões), podem conter um ou mais dos seguintes metais: chumbo (Pb), cádmio (Cd), mercúrio (Hg), níquel (Ni), prata (Ag), lítio (Li), zinco (Zn), manganês (Mn) e seus compostos. As substâncias das pilhas que contêm esses metais possuem características de corrosividade, reatividade e toxicidade e são classificadas como "Resíduos Perigosos – Classe I". As substâncias contendo cádmio, chumbo, mercúrio, prata e níquel causam impactos negativos sobre o meio ambiente e, em especial, sobre o homem. Outras substâncias presentes nas pilhas e baterias, como o zinco, o manganês e o lítio, embora não estejam limitadas pela NBR 10.004, também causam problemas ao meio ambiente, conforme se verifica na tabela abaixo. Página | 40 Prefeitura Municipal de Quatis Secretaria Municipal de Meio Ambiente Lâmpadas Fluorescentes - O pó que se torna luminoso encontrado no interior das lâmpadas fluorescentes contém mercúrio. Isso não está restrito apenas às lâmpadas fluorescentes comuns de forma tubular, mas encontra-se também nas lâmpadas fluorescentes compactas. Página | 41 Prefeitura Municipal de Quatis Secretaria Municipal de Meio Ambiente As lâmpadas fluorescentes liberam mercúrio quando são quebradas, queimadas ou enterradas em aterros sanitários, o que as transforma em resíduos perigosos Classe I, uma vez que o mercúrio é tóxico para o sistema nervoso humano e, quando inalado ou ingerido, pode causar uma enorme variedade de problemas fisiológicos. Uma vez lançado ao meio ambiente, o mercúrio sofre uma "bioacumulação", isto é, ele tem suas concentrações aumentadas nos tecidos dos peixes, tornando-os menos saudáveis, ou mesmo perigosos se forem comidos frequentemente. As mulheres grávidas que se alimentam de peixe contaminado transferem o mercúrio para os fetos, que são particularmente sensíveis aos seus efeitos tóxicos. A acumulação do mercúrio nos tecidos também pode contaminar outras espécies selvagens, como marrecos, aves aquáticas e outros animais. Pneus - São muitos os problemas ambientais gerados pela destinação inadequada dos pneus. Se deixados em ambiente aberto, sujeito a chuvas, os pneus acumulam água, servindo como local para a proliferação de mosquitos. Se encaminhados para aterros de lixo convencionais, provocam "ocos" na massa de resíduos, causando a instabilidade do aterro. Se destinados em unidades de incineração, a queima da borracha gera enormes quantidades de material particulado e gases tóxicos, necessitando de um sistema de tratamento dos gases extremamente eficiente e caro. Por todas estas razões, o descarte de pneus é hoje um problema ambiental grave ainda sem uma destinação realmente eficaz. Lixo de Fontes Especiais - São resíduos que, em função de suas características peculiares, passam a merecer cuidados especiais em seu manuseio, acondicionamento, estocagem, transporte ou disposição final. Dentro da classe de resíduos de fontes especiais, merecem destaque: Lixo Industrial - São os resíduos gerados pelas atividades industriais. São resíduos muito variados que apresentam características diversificadas, pois estas dependem do tipo de produto manufaturado. Devem, portanto, ser estudados caso a caso. Adota-se a NBR 10.004 da ABNT para se classificar os resíduos industriais: Classe I (Perigosos), Classe II (Não inertes) e Classe III (Inertes). Lixo Radioativo - Assim considerados os resíduos que emitem radiações acima dos limites permitidos pelas normas ambientais. No Brasil, o manuseio, acondicionamento e disposição final do lixo radioativo está a cargo da Comissão Nacional de Energia Nuclear – CNEN. Página | 42 Prefeitura Municipal de Quatis Secretaria Municipal de Meio Ambiente Lixo de Portos, Aeroportos e Terminais Rodoferroviários- São os resíduos gerados tanto nos terminais, como dentro dos navios, aviões e veículos de transporte. Os resíduos dos portos e aeroportos são decorrentes do consumo de passageiros em veículos e aeronaves e sua periculosidade está no risco de transmissão de doenças já erradicadas no país. A transmissão também pode se dar através de cargas eventualmente contaminadas, tais como animais, carnes e plantas. Lixo Agrícola - Formado basicamente pelos restos de embalagens impregnados com pesticidas e fertilizantes químicos, utilizados na agricultura, que são perigosos. Portanto o manuseio destes resíduos segue as mesmas rotinas e se utiliza dos mesmos recipientes e processos empregados para os resíduos industriais Classe I. A falta de fiscalização e de penalidades mais rigorosas para o manuseio inadequado destes resíduos faz com que sejam misturados aos resíduos comuns e dispostos nos vazadouros dos municípios, ou – o que é pior – sejam queimados nas fazendas e sítios mais afastados, gerando gases tóxicos. Página | 43 Prefeitura Municipal de Quatis Secretaria Municipal de Meio Ambiente Resíduos de Serviço de Saúde - Compreendendo todos os resíduos gerados nas instituições destinadas à preservação da saúde da população. Segundo a NBR 12.808 da ABNT, os resíduos de serviços de saúde seguem a classificação apresentada na tabela a seguir. Página | 44 Prefeitura Municipal de Quatis Secretaria Municipal de Meio Ambiente 4.1.3 Características dos Resíduos Sólidos As características do lixo podem variar em função de aspectos sociais, econômicos, culturais, geográficos e climáticos, ou seja, os mesmos fatores que também diferenciam as comunidades entre si e as próprias cidades. A tabela que se encontra abaixo expressa a variação das composições do lixo em alguns países, deduzindo-se que a participação da matéria orgânica tende a se reduzir nos países mais desenvolvidos ou industrializados, provavelmente em razão da grande incidência de alimentos semi preparados disponíveis no mercado consumidor. A análise do lixo pode ser realizada segundo suas características físicas, químicas e biológicas. 4.1.3.1 Características Físicas De acordo com a NBR 10.004 da ABNT, os resíduos sólidos podem ser classificados em: • Geração per capita; • Composição gravimétrica; • Peso
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