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Código Penal comentado

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@magistranda.guerreira 
 
 
1 
Presidência da República 
Casa Civil 
Subchefia para Assuntos Jurídicos 
DECRETO-LEI No 2.848, DE 7 DE DEZEMBRO DE 1940.1 
Código Penal. 
 PARTE GERAL 
 
 TÍTULO I 
DA APLICAÇÃO DA LEI PENAL 
(Red. Lei nº 7.209/84) 
 
Anterioridade da Lei 
Art. 1º Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal. (Red. Lei nº 7.209/84) 
 
- Trata-se do P. da Legalidade, que é desdobrado em 04 subprincípios: 
Deve-se obedecer ao P. da anterioridade proibindo-se a incidência de leis mais gravosas editadas após a conduta delitiva. 
Deve-se afastar a incriminação pelo costume. 
Deve-se proibir a analogia in malam partem. Não deverá a lei possuir expressões indeterminadas, devendo ser certa. 
- São corolários do P. da legalidade os princípios da reserva legal, da anterioridade da lei e o da taxatividade. 
- Importante é que somente a lei em sentido formal e estrito poderá definir crimes e cominar penas, bem como deverá se antecipar 
à ocorrência do fato delituoso para assim considerar. 
- Deverá a lei ser precisa, uma vez que um fato só será considerado criminoso se houver perfeita correspondência entre ele e a 
norma que o descreve. 
- No Brasil, o Direito Penal se pauta pelo princípio da reserva legal, pois somente por LEI ORDINÁRIA se cria o tipo incriminador, bem 
como não poderá ser cominada sanção penal, caso esta não esteja abstratamente descrita no normativo jurídico. 
 
Lei penal no tempo 
Art. 2º Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os 
efeitos penais da sentença condenatória. (Red. Lei nº 7.209/84) 
 
- Trata-se do instituto da “abolitio criminis”. O legislador, atento às mutações sociais, resolve não mais continuar a incriminar 
determinada conduta, retirando do ordenamento jurídico-penal a infração que a previa, pois passou a entender que o Direito Penal 
não mais se fazia necessário à proteção de determinado bem. 
- Descriminalizando aquela conduta até então punida pelo Direito Penal, o Estado abre mão do seu ius puniendi e, por conseguinte, 
declara a extinção da punibilidade - art. 107, inciso III do CP – de todos os fatos ocorridos anteriormente à edição da lei nova. 
- A extinção poderá ocorrer nas fases policial e judicial. Se houver inquérito em andamento, deverá a autoridade policial remetê-lo à 
justiça, oportunidade em que o MP solicitará o seu arquivamento; se a denúncia já tiver sido recebida, o juiz, com base no art. 61 do 
CPP, deverá declará-la de ofício; se o processo já estiver em fase de recurso, competirá ao Tribunal reconhece-la; depois do trânsito 
em julgado da sentença, competente será o juízo das execuções, nos termos do art. 66, inciso I da LEP. 
- Importante salientar que na “abolitio criminis” todos os efeitos penais cessarão, todavia, permanecem os efeitos civis. Sabe-se que 
a sentença penal condenatória transitada em julgado forma-se, para a vítima da infração penal, um título executivo de natureza 
judicial, nos termos do inciso II do art. 475-N do CPC e do art. 63 e § Único do CPP. Se houver trânsito em julgado da condenação 
penal do agente, a vítima não necessita ingressar em juízo com uma ação de conhecimento visando a reparação dos prejuízos por 
ela experimentados. Não precisará discutir o chamado “an debeatur” (se deve?) -, mas, agora, após o trânsito em julgado da 
sentença penal condenatória, somente procurará apurar à vítima, sendo um efeito civil da sentença penal condenatória, será 
mantido mesmo que ocorra a abolitio criminis. 
- Pode ocorrer que determinado tipo penal incriminador seja expressamente revogado, mas seus elementos venham a migrar para 
outro tipo penal já existente, ou mesmo criado por nova lei. Nesses casos, embora aparentemente tenha havido a abolição da figura 
típica, temos aquilo que se denomina de continuidade normativo-típica. Não correrá, portanto, a abolitio criminis, mas, sim, a 
 
1
 Atualizado até dia 27.12.2019 com a Lei nº 13.968, de 2019. 
http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/DEL%202.848-1940?OpenDocument
http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art6
http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art6
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13968.htm#art2
 
 @magistranda.guerreira 
 
 
2 
permanência da conduta anteriormente incriminada, só que constando de outro tipo penal. A título de exemplo, podemos citar o 
que ocorreu com o revogado art. 12 da Lei nº. 6.368/76, cujos elementos foram abrangidos pela atual figura típica do art. 33 da Lei 
nº. 11.343/06. Também podemos raciocinar com o revogado delito de atentado violento ao pudor, cujos elementos migraram para 
a nova figura típica do art. 213 do CP, com redação que lhe foi conferida pela Lei nº. 12.015/09. 
 
CESPE/2018. Situação hipotética: Um crime foi praticado durante a vigência de lei que cominava pena de multa para essa conduta. 
Todavia, no decorrer do processo criminal, entrou em vigor nova lei, que, revogando a anterior, passou a atribuir ao referido crime a 
pena privativa de liberdade. Assertiva: Nessa situação, dever-se-á aplicar a lei vigente ao tempo da prática do crime. 
 
A regra é da lei penal no tempo que só se aplica aos atos praticados durante sua vigência; que só se aplica enquanto vigora. Porém, 
há exceção que é a extra-atividade da Lei Penal Benéfica, sendo de duas espécies: 
→ Retroatividade: aplicação da lei penal a fatos praticados antes de sua entrada em vigor. 
→ Ultratividade: aplicação da Lei penal benéfica mesmo após sua revogação. 
 
A Lei temporária ou excepcional possui ultratividade e assim sendo aplica-se aos fatos praticados durante o período de sua vigência, 
ressalvados os casos de crimes permanentes e continuados que serão regulados pela lei que está em vigor durante a sua vigência 
mesmo que esta lei seja mais severa. 
 
Súmula 711 STF. A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime permanente, se a sua vigência é anterior à 
cessação da continuidade ou da permanência. 
Parágrafo único. A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por 
sentença condenatória transitada em julgado. (Red. Lei nº 7.209/84) 
- A lei penal não poderá alcançar fatos pretéritos à sua edição, nem agravar-lhe a pena. Todavia, retroagirá quando trouxer algum 
benefício ao réu. 
- Restringe-se a retroatividade apenas à lei penal, não atingindo lei processual penal, a qual terá sua incidência imediatamente 
em todos os processos em andamento. 
- A lei penal mais benigna possui extra atividade podendo ser retroativa ou ultra ativa. Contudo, não ocorrerá tal fenômeno quando 
a lei for mais severa. Apenas é aceito em nosso ordenamento jurídico, a “retroatividade in mellius”, jamais se admite a 
“retroatividade in pejus”. 
- A novatio legis in mellius será sempre retroativa, sendo aplicada aos fatos ocorridos anteriormente à sua vigência, ainda que 
tenham sido decididos por sentença condenatória transitada em julgado. Se, por exemplo, surgir uma lei nova reduzindo a pena 
mínima de determinada infração penal, deve aquela que foi aplicada ao agente ser reduzida a fim de atender a novos limites., 
mesmo que a sentença que o condenou já tenha transitado em julgado. Só não terá aplicação a lei nova, no exemplo fornecido, se o 
agente já tiver cumprido a pena que lhe fora imposta. 
- Pode a lei nova prejudicar o agente: ampliando o rol das circunstâncias agravantes, criando causas de aumento de pena, 
aumentando o prazo de prescriçãoou mesmo trazendo novas causas interruptivas ou suspensivas, etc. Poderá beneficiá-lo quando: 
trouxer causas de diminuição de pena, reduzir os prazos prescricionais, condicionar as ações penais à representação do ofendido, 
etc. 
 
Súmula 611 STF. Transitada em julgado a sentença condenatória, compete ao juízo das execuções a aplicação de lei mais benigna. 
 
Lei excepcional ou temporária (Inc. Lei nº 7.209/84) 
Art. 3º A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a 
determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua vigência. (Red. Lei nº 7.209/84) 
 
- Trata-se do que chamamos de extra atividade da qual temos as espécies da retroatividade e ultratividade. Devemos observar que a 
regra “tempus regit actum” explica o fenômeno da ultratividade da lei penal excepcional, ou seja, apesar da lei ser aquela do 
tempo do fato, em se tratando de lei excepcional ou temporária, por mais que o crime seja descoberto após cessar a referida lei, ela 
será abarcada, pois nesse caso prevalece o fato ocorrido dentro do período da lei. 
- A lei penal, mesmo depois de revogada, pode continuar a regular fatos ocorridos durante sua vigência ou retroagir para alcançar 
aqueles que aconteceram anteriormente à sua entrada em vigor. 
- A extratividade somente ocorrerá nas hipóteses de sucessão de leis no tempo. Quando não houver confronto de leis, que se 
sucederam no tempo, disputando o tratamento de determinado fato, não se poderá falar em extra atividade. Lei temporária é 
http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art6
http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art6
http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art6
 
 @magistranda.guerreira 
 
 
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aquela que traz expressamente em seu texto o dia do início, bem como o do término de sua vigência. Excepcional é aquela editada 
em virtude de situação também excepcionais – anormais -, cuja vigência é limitada pela própria duração da aludidade situação que 
levou a edição do diploma legal. Como exemplo de leis excepcionais podemos citar aquelas que foram editadas buscando regular 
fatos ocorridos durante o estado de guerra ou mesmo calamidade pública, tal como o surto de uma doença epidêmica ou uma 
catástrofe da natureza que tenha dimensão nacional. Encerrado o período de sua vigência ou cessadas as circunstâncias anormais 
que a determinaram, tem-se por revogadas as leis temporárias e excepcional. 
 
Tempo do crime 
Art. 4º Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do resultado. (Red. Lei nº 
7.209/84) 
 
LUTA - Por tempo do crime entende-se o momento em que o crime é cometido. Possui grande relevância para a solução de questões de direito 
intertemporal, por exemplo, qual a lei aplicável no momento do crime, se à época do cometimento do delito o agente era inimputável, e ainda 
para efeitos de aplicação da lei a determinados institutos, tais como anistia, prescrição, dentre outros. A teoria adotada pelo CP em relação ao 
tempo do crime é a teoria da ATIVIDADE, onde o momento do crime é aquele da prática criminosa, ação ou omissão, não importando se o 
resultado se dará em momento posterior. O momento da conduta é que determinará quando o crime terá sido praticado, em conformidade com o 
princípio “tempus regit actum” – ATENÇÃO – Não confundir com o tempo do crime do Processo Penal, que é no momento do resultado do crime, 
ou seja, quando se consumar o delito, ou, no caso de tentativa, o lugar em que for praticado o último ato de execução, conforme Art. 70 do CP. Ex: 
Suponha que uma pessoa tenha dirigido finalisticamente sua conduta a causar a morte de alguém, atirando em direção à vítima, vindo a atingi-la 
numa região letal. No momento da conduta, o agente contava com apenas 17 anos e 11 meses de idade, sendo que a morte da vítima ocorrera 
apenas 03 meses depois, quando aquele já havia atingido a maioridade penal. No caso em tela, ficará afastada a aplicação da lei penal, uma vez 
que ao tempo do crime o agente era tido como inimputável – Nesse caso, terá aplicação da Lei nº. 8.069 de 90, haja vista a prática do ato 
infracional. Ex 2: Suponhamos que alguém, dirigindo seu automóvel, tenha praticado, no trânsito, um crime de homicídio culposo no dia 1º de 
setembro de 1997. O § 3º do art. 121 do CP prevê uma pena de detenção de 01 a 03 anos para essa modalidade de infração penal. O processo, 
depois de concluídas as investigações, teve início e, 05 de novembro daquele ano, estando os autos conclusos para julgamento em março de 1998, 
ocasião em que já estava em vigor o novo Código de Trânsito Brasileiro, almejando punir com mais rigor os motoristas causadores de homicídios 
culposos, criou uma nova figura típica por intermédio de seu art. 302, com pena de detenção de 02 a 04 anos e suspensão ou proibição de se obter 
a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor. Assim, as novas disposições criminais do Código de Trânsito poderiam retroagir a fim 
de alcançar a conduta praticada pelo agente, que a elas se amolda, ocorrida anteriormente à sua vigência, ou o Código Penal, por ser mais 
benéfico será ultrativo? A regra deverá prevalecer, em obediência à determinações constitucionais, será a da ultratividade do CP. 
 
Súmula 711 STF. A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime permanente, se a sua vigência é anterior à 
cessação da continuidade ou da permanência. 
 
Territorialidade 
Art. 5º Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido no 
território nacional. (Red. Lei nº 7.209/84) 
 
Trata-se do P. da territorialidade temperada, no qual, em determinados casos, em obediência à celebração de convenções, 
tratados e regras de direito internacional, o país poderá deixar de aplicar a lei nacional. 
§ 1º Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território nacional as embarcações e aeronaves brasileiras, de 
natureza pública ou a serviço do governo brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as aeronaves e as embarcações 
brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem, respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou em alto-
mar. (Red. Lei nº 7.209/84) 
Este artigo rege-se pelo P. da bandeira ou pavilhão, compreendendo o espaço aéreo, o alto mar, as embarcações brasileiras de 
natureza pública e as que estão a serviço do governo, onde quer que se encontrem, bem assim, os navios e aeronaves públicos e 
privados quando estiverem em alto mar ou em espaço aéreo correspondente. Será da competência da Justiça Federal – Art. 109, 
inciso IX – o julgamento de crimes cometidos a bordo de navio mercante estrangeiro em território brasileiro e de crimes cometidos 
por embarcações ou aeronaves brasileiras em alto mar ou em território estrangeiro se no outro país não foram julgados. 
§ 2º É também aplicável a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de aeronaves ou embarcações estrangeiras de propriedade 
privada, achando-se aquelas em pouso no território nacional ou em vôo no espaço aéreo correspondente, e estas em porto ou mar 
territorial do Brasil. (Red. Lei nº 7.209/84) 
http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art4
http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art4
http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art6
http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art6
http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art6
 
 @magistranda.guerreira 
 
 
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Nesse sentido, se a tripulação de determinado navio africano de propriedade privada, quando a embarcação já se encontrava em 
águas territoriaisbrasileiras, percebeu a presença de um passageiro clandestino que, jogado ao mar antes da embarcação atracar no 
porto de Maceió, morreu afogado, será competente a lei brasileira para julgar o referido crime, independentemente da 
nacionalidade dos agentes. 
Lugar do crime (Red. Lei nº 7.209/84) 
Art. 6º Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se 
produziu ou deveria produzir-se o resultado. 
 
LUTA. A teoria adotada pelo CP relativo ao lugar do crime é a teoria da ubiquidade ou mista, ou seja, o lugar do crime será tanto o 
da realização da conduta, quanto do resultado. Busca-se com a teoria mista ou da ubiquidade do lugar do delito, solucionar o 
problema dos conflitos negativos de competência e o problema dos crimes à distância, em que a ação e o resultado se desenvolvem 
em lugares diversos. ATENÇÃO! Excepcionam, no entanto, a teoria da ubiquidade, os seguintes delitos: I os crimes conexos à 
distância, aplicando-se a teoria do resultado; II os crimes plurilocais, ou seja, quando a conduta e o resultado se derem em locais 
diferentes, não obstante ocorram dentro do território nacional, aplicando-se também a teoria do resultado; III crimes de menor 
potencial ofensivo, sujeito ao procedimento da lei nº. 9.099/95, aplicando-se a teoria da atividade. 
 
Extraterritorialidade (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984) 
Art. 7º Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: 
 
I - os crimes: 
 
a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da República; 
 
b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado, de Território, de Município, de empresa pública, 
sociedade de economia mista, autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público; 
 
c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço; 
 
d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil; 
 
Assim, podemos ter como correta a seguinte alternativa: Considere que Paul, cidadão britânico domiciliado no Brasil, em visita à 
Argentina, tenha praticado o delito de genocídio contra vítimas de nacionalidade daquele país e fugido, logo em seguida, para o 
Brasil. Nesse caso, será possível a aplicação da lei penal brasileira. Segue o Princípio da Justiça Universal, porque o genocídio é crime 
que o Brasil se obrigou a reprimir em tratados, independente de onde, por quem ou contra quem foi praticado. 
 
II - os crimes: 
 
a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir; 
 
b) praticados por brasileiro; 
 
c) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, quando em território estrangeiro e aí 
não sejam julgados. 
Trata-se de competência subsidiária, pois o Brasil só irá julgar o crime caso o Estado estrangeiro não o faça. 
§ 1º Nos casos do inciso I, o agente é punido segundo a lei brasileira, ainda que absolvido ou condenado no estrangeiro. (Inc. Lei nº 
7.209/84) 
§ 2º Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira depende do concurso das seguintes condições: (Inc. pela Lei nº 7.209/84) 
a) entrar o agente no território nacional; 
b) ser o fato punível também no país em que foi praticado; 
http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art6
http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art7
http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art7
http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art7
http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art7
 
 @magistranda.guerreira 
 
 
5 
c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradição; 
d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena; 
e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não estar extinta a punibilidade, segundo a lei mais 
favorável. 
TJSE. Juiz Substituto 2015. João, brasileiro, é vítima de um furto na cidade de Paris, na França. O autor do delito foi identificado na 
ocasião, José, um colega brasileiro que residia no mesmo edifício que João. A Justiça francesa realizou o processo e ao final José foi 
definitivamente condenado a uma pena de 2 anos de prisão. Ambos retornaram ao país e José o fez antes mesmo de cumprir a sua 
condenação. Neste caso, conforme o Código Penal brasileiro, aplica-se a lei penal brasileira, se não estiver extinta a punibilidade 
segundo a lei mais favorável. 
§ 3º A lei brasileira aplica-se também ao crime cometido por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil, se, reunidas as condições 
previstas no parágrafo anterior: (Inc. Lei nº 7.209/84) 
a) não foi pedida ou foi negada a extradição; (Inc. Lei nº 7.209/84) 
b) houve requisição do Ministro da Justiça. (Inc. Lei nº 7.209/84) 
Pena cumprida no estrangeiro 
Art. 8º A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando diversas, ou nela é computada, 
quando idênticas. (Red. Lei nº 7.209/84) 
 
Eficácia de sentença estrangeira 
Art. 9º A sentença estrangeira, quando a aplicação da lei brasileira produz na espécie as mesmas consequências, pode ser 
homologada no Brasil para: (Red. Lei nº 7.209/84) 
 
I - obrigar o condenado à reparação do dano, a restituições e a outros efeitos civis; 
 
II - sujeitá-lo a medida de segurança. 
Parágrafo único. A homologação depende: (Inc. Lei nº 7.209/84) 
a) para os efeitos previstos no inciso I, de pedido da parte interessada; 
b) para os outros efeitos, da existência de tratado de extradição com o país de cuja autoridade judiciária emanou a sentença, ou, na 
falta de tratado, de requisição do Ministro da Justiça. 
Contagem de prazo (Red. Lei nº 7.209/84) 
Art. 10. O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo. Contam-se os dias, os meses e os anos pelo calendário comum. 
 
Assim, se determinada pessoa tiver sido vítima de homicídio no dia 1º/8/2012, a contagem dos prazos penais, nesse caso, terá 
iniciado em 1º/8/2012. 
 
Frações não computáveis da pena (Red. Lei nº 7.209/84) 
Art. 11. Desprezam-se, nas penas privativas de liberdade e nas restritivas de direitos, as frações de dia, e, na pena de multa, as 
frações de cruzeiro. 
 
Legislação especial (Red. Lei nº 7.209/84) 
Art. 12. As regras gerais deste Código aplicam-se aos fatos incriminados por lei especial, se esta não dispuser de modo diverso. 
 
TÍTULO II 
https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/fcc-2015-tj-se-juiz-substituto
http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art6
http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art6
http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art6
http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art6
http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art6
http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art9
http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art10
http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art11
http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art12
 
 @magistranda.guerreira 
 
 
6 
DO CRIME 
 
Relação de causalidade (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
Art. 13. O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a quem lhe deu causa. Considera-se causa a ação 
ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido. 
 
É causa todo o fator que concorrer positivamente para a produção do resultado. Ex: tenho 02 elementos, o antecedente e o 
consequente. Quero saber se A causou B. Para saber isso basta eliminar A, se com essa eliminação ainda tiver ocorrido o B, A não 
terá dado causa ao que ocorreu. É o caso de A ter disparado em B, e este morrer.Se A não tivesse disparado em B, ele ainda estaria 
vivo? SIM, estaria, logo, A deu causa a morte de B. Em nosso direito penal brasileiro, vigora a teoria da equivalência das condições. 
É também chamada de “conditio sine qua non” – condição sem a qual não teria ocorrido o resultado. A causalidade é a 
atribuição/vinculação da conduta com o resultado. É um processo de vinculação de caráter normativo – se essa conduta é 
responsável por esse resultado! Eu quero saber se a conduta produziu aquele resultado, de forma a ser ela responsável por ele! O 
resultado é obra da conduta? E essa atribuição vai ser decisiva para análise da responsabilidade! Ex: homicídio – o homicídio só será 
homicídio, se a morte for atribuível ao autor. Porque se houve a morte, mas ela não é atribuível ao autor, não haverá 
responsabilização! 
 
TJSP. Juiz 2014. No tocante à relação de causalidade no crime (art. 13, Código Penal), analise as seguintes assertivas e escolha a 
opção que contenha afirmação falsa: A relação de causalidade tem relevância nos crimes materiais ou de resultado e nos formais ou 
de mera conduta. 
 
TJSP. Juiz 2014. No tocante à relação de causalidade no crime (art. 13, Código Penal), analise as seguintes assertivas e escolha a 
opção que contenha afirmação verdadeira: A relação de causalidade relevante para o Direito Penal é a que é previsível ao agente. A 
cadeia causal, aparentemente infinita sob a ótica naturalística, é limitada pelo dolo ou pela culpa do agente. 
 
 
Superveniência de causa independente (Inc. Lei nº 7.209/84) 
§ 1º A superveniência de causa relativamente independente exclui a imputação quando, por si só, produziu o resultado; os fatos 
anteriores, entretanto, imputam-se a quem os praticou. 
 
Na causa absolutamente independente, a causa não tem nada a ver com a outra. Ela tem total e absoluta autonomia. Ela não 
contribuiu em nada para a outra. Ex: Se a pessoa envenena outra, querendo matar, porém o efeito só fará efeito daqui a 5 horas. A 
pessoa envenenada bem feliz sai de casa e é atropelada porque é descuidada e morre! Aqui temos envenenamento e 
atropelamento. Nesse caso o envenenamento causou o resultado morte? Não! A pessoa que colocou veneno contribuiu com a 
morte? Não! Se a pessoa não tivesse colocado o veneno no copo a pessoa ainda teria morrido? SIM! Então a pessoa responderá por 
tentativa de homicídio, pois tentou matar, mas não deu resultado para a morte, quem deu foi o motorista do carro, ou seja, esse 
fato não será imputável a quem deu o veneno. A parte de superveniência de causa relativamente independente é uma das mais 
frequentes em provas de concursos. Ex: briga de gaúcho com direito a facada. Ele vai para o hospital e no caminho a ambulância 
bate e o gaúcho morre. Se o agente não tivesse dado a facada ele não estaria indo para o hospital e logo ele não teria ido a óbito. É 
óbvio que essa morte não teria ocorrido se o agente não tivesse dado a facada nele. Mas a facada por si só produziu o resultado? 
Aqui está a chave, o “por si só” é associada a uma anormalidade em termos de causalidade. Algo que não está no curso causal 
normal. Ele produz uma anomalia no desdobramento esperado daquele fator. Ex: Quando dou uma facada em uma pessoa, não 
causo desdobramento causal. Um acidente de trânsito, um acidente com a ambulância não está inserido no desdobramento normal 
de uma facada ou de um tiro. É um caso anômalo, e sendo algo anômalo, estamos diante de um “por si só”. Aqui a pessoa responde 
por aquilo que ela causou. Se eu queria matar, responderei por tentativa de homicídio, se eu não queria, responderei por lesão 
corporal. Ex: Se o agente dá uma facada em uma pessoa, ela vai para o hospital e durante o procedimento cirúrgico ela vem a 
falecer, não resistindo. Neste caso o agente será responsabilizado. Mas e no caso de erro médico? Neste caso teremos um caso 
anômalo. O risco normal de cirurgia não é considerado causa anômala. Mas se há erro médico, sai do desdobramento normal da 
causa. Aqui teremos uma causa que “por si só” causou o resultado. O erro médico não é considerado causa anômala. 
Diferentemente do que ocorre no caso onde o agente dá uma facada, seu irmão o leva para o hospital mas chegando lá não há 
aparelhos para o socorrer e ele vem a falecer. O agente será imputado pelo crime. Já nos casos de negligência grosseira da vítima, 
pode ser considerada superveniência relativa de independência que “por si só” corta os efeitos da causa. Como há o corte, a 
responsabilização não poderá ser imputada ao agente. Ex: Acidente de trânsito de carro onde a pessoa ferida não quer ir para o 
hospital ver se está tudo ok. Ele não vai e após 48 hs falece. Se ele tivesse ido ao médico, ele teria visto que estava com um coagulo 
na cabeça. 
 
http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art13
https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/vunesp-2014-tj-sp-juiz
https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/vunesp-2014-tj-sp-juiz
http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art13
 
 @magistranda.guerreira 
 
 
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Relevância da omissão 
§ 2º A omissão é penalmente relevante quando o omitente DEVIA E PODIA AGIR para evitar o resultado. O dever de agir incumbe a 
quem: (Inc. Lei nº 7.209/84) 
 
A pessoa responde pelo crime em sua forma culposa. Trata-se de CRIME OMISSIVO IMPRÓPRIO (ou COMISSIVO POR OMISSÃO): 
Quando a pessoa tem a condição de garante, ou seja, possui o dever de proteção, cuidado, vigilância. 
 
TJMSP. Juiz de Direito Substituto 2016. A respeito da omissão própria e da omissão imprópria (também denominada crime 
comissivo por omissão), é correto afirmar que segundo o Código Penal, a omissão imprópria somente terá relevância penal se, além 
do dever de impedir o resultado, o omitente tiver possibilidade de evitá-lo. 
 
a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância; 
 
Ex: pais, filhos, policiais, bombeiros, salva vidas, médicos, etc. Aqui nesses casos, o garante sempre responderá pelo resultado 
ocorrido na forma dolosa, se outra pessoa estiver junto, ela pode responder como omitente. A função de garantia é muito 
importante! Ex: Um pai que assiste ao filho morrer e não faz nada, responderá por homicídio, se ele está com um amigo vendo seu 
filho morrer, o amigo responderá, por omissão de socorro seguido de morte. Ex 2: mãe que sabe que sua filha é estuprada pelo 
padrasto e nada faz, ela responderá por estupro c/c aplicação do Art. 13, § 2º, “a”. Ex 3: Um policial que assiste traficantes 
vendendo drogas no colégio, e podendo, nada faz, ele incorre no crime de tráfico de drogas. Será que o garante tem o dever de 
garantia 24 horas por dia? Nos manuais o posicionamento é que SIM! Porém é errado, pois o Estado não tem o dever e legitimidade 
de impor atos heroicos a pessoa, e ele tem direito a descanso! Ser policial é exercer uma função, quando não está assumindo sua 
função, ele não deveria ser garante! A capacidade diz respeito a profissão da pessoa, se ela tem base técnica para o ato, por isso 
médicos também são garantes 24 horas por dia, porque ele SEMPRE terá mais capacidade que os demais. Por isso que, se eu estou 
em um restaurante a uma pessoa passa mal, eu não tenho a obrigação de ajudar, eu não tenho nenhum conhecimento técnico, não 
sei como agir. Porém, se tiver um médico no restaurante e ele não fizer nada, ele irá responder pelo resultado, na forma omissiva! 
Afinal, pela profissão e aptidão técnica, ele é garante 24 hs. Para Prova objetiva Policiais e médicos são garantes 24 horas por dia 
SIM!!! Se for para prova subjetiva Ai podemos argumentar que não deve tratar-se de garante 24 hs por dia! 
 
b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado; 
 
Quem são? Babá, tia de creche, instrutor de esportes radicais, segurança particular. É quando a pessoa aceita o risco daquilo. De 
cuidarda pessoa, de proteger a pessoa, etc. Ex 1: pai está na praia com seu filho e precisa voltar para pegar mais cerveja, seu filho 
implora para ficar na praia. O vizinho do lado da praia olha e diz que ele toma conta da criança até ele voltar. O problema é que a 
criança é peralta e entra mar adentro se afogando! O garante é aquele que disse que cuidaria da criança, e assim não o fez, 
deixando a criança morrer afogada!! Ex 2: pessoa idosa com Alzheimer, necessitando de 02 enfermeiras, a cada 12 horas muda o 
turno. Porém em certo dia, uma delas se atrasa e a outra enfermeira não quer ficar esperando até que a outra chegue e vai embora. 
Nesse meio tempo entre a enfermeira que foi embora e a outra que chegou, a véia morre. A culpa será somente da enfermeira que 
foi embora e não quis esperar a outra enfermeira chegar! Se o perigo que fundamenta o dever de garantia se mantém, a pessoa não 
pode se ausentar. Neste caso, a pessoa deve passar o problema adiante, caso contrário ela será responsabilizada. Ex: Na mudança 
de plantão em hospital, quando o médico está indo embora, ele olha cada um dos pacientes e anota como estão. Assim da mesma 
forma quando chega o outro, ele olha todo mundo. Por quê? Por que se morre uma das pessoas no meu plantão, EU que serei 
responsabilizada!! 
c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado. 
Art. 14. Diz-se o crime: 
Crime consumado 
I - consumado, quando nele se reúnem todos os elementos de sua definição legal; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
 
Tentativa 
II - tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente. (Inc. Lei nº 7.209/84) 
 
Crimes que não admitem tentativa: Contravenções penais (art. 4º, da LCP) – que estabelece não ser punível a tentativa. Crimes 
culposos – nos tipos culposos, existe uma conduta negligente, mas não uma vontade finalisticamente dirigida ao resultado 
http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art13
https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/vunesp-2016-tjm-sp-juiz-de-direito-substituto
http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art14
http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art14
 
 @magistranda.guerreira 
 
 
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incriminado na lei. Não se pode tentar aquilo que não se tem vontade livre e consciente, ou seja, sem que haja dolo. Crimes 
habituais – são aqueles que exigem uma reiteração de condutas para que o crime seja consumado. Cada conduta isolada é um 
indiferente para o Direito Penal. Crimes omissivos próprios – o crime estará consumado no exato momento da omissão. Não se 
pode admitir um meio termo, ou seja, o sujeito se omite ou não se omite, mas não há como tentar omitir-se. No momento em que 
ele devia agir e não age, o crime estará consumado. Crimes unissubsistentes – são aqueles em que não se pode fracionar a conduta. 
Ou ela não é praticada ou é praticada em sua totalidade. Deve-se ter um grande cuidado para não confundir esses crimes com os 
formais e de mera conduta, os quais podem ou não admitir a tentativa, o que fará com que se afirme uma coisa ou outra é saber se 
eles são ou não unissubsistentes. Crimes preterdolosos – são aqueles em que há dolo no antecedente e culpa no consequente. Ex. 
lesão corporal seguida de morte. Havendo culpa no resultado mais grave, o crime não admite tentativa. Crimes de atentado – são 
aqueles em que a própria tentativa já é punida com a pena do crime consumado, pois ela está descrita no tipo penal. Ex. art. 352 do 
CP – “evadir-se ou tentar evadir-se”. 
 
TJMT. Juiz 2009. Nosso Código Penal adotou a TEORIA OBJETIVA como fundamento para a punição do crime tentado conforme se 
observa no art. 14, parágrafo único: "pune-se a tentativa com a pena correspondente ao crime consumado, diminuída de um a dois 
terços". Correto! 
 
Pena de tentativa (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
Parágrafo único. Salvo disposição em contrário, pune-se a tentativa com a pena correspondente ao crime consumado, diminuída de 
UM A DOIS TERÇOS. 
 
Desistência voluntária e arrependimento eficaz (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
Art. 15. O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução ou impede que o resultado se produza, só responde 
pelos atos já praticados. 
 
- Afasta-se por meio da desistência voluntária e do arrependimento eficaz a punição pelo crime tentado. 
- A diferença entre os institutos está no iter criminis percorrido, ou seja, na primeira (desistência voluntária), a execução não foi 
completada por vontade do agente, ocorrendo assim hipótese de tentativa imperfeita, inacabada. Já no segundo (arrependimento 
eficaz), há uma tentativa perfeita, ou crime falho, pois ele cometeu o crime, mas com o arrependimento imediato, antes de sua 
consumação. 
- Ex de desistência voluntária: Agente atira contra vítima não a atingindo e, ato contínuo, desiste de novamente atirar. Não 
responderá ele por tentativa de homicídio, mas sim por exposição de perigo à vida ou à saúde de outrem, nos termos do Art. 132 do 
CP. Observe que na desistência voluntária o agente podia prosseguir, mas não quis. 
- Ex de arrependimento eficaz: Quatro indivíduos entram em uma loja e atiram contra um quinto homem que nela se encontrava, 
deixando-o severamente ferido. Quando eles vão saindo do local aparece uma moça, filha do homem atingido e grita por socorro. 
Reconhece em um dos atiradores um ex-namorado secreto. Este percebendo que ela o reconheceu, retorna ao local e ajuda a 
socorrer seu pai, à revelia dos demais que o chamam para entrar no carro e fugir. Levado ao hospital o homem sobrevive. 
- Devemos saber que nos casos onde haja envenenamento, sempre teremos hipótese de arrependimento eficaz, pois o agente 
esgotou os atos executórios, não havendo que se falar em tentativa ou arrependimento eficaz. 
- Se a pessoa socorre a vítima, mas ela morre, tem-se o arrependimento ineficaz, o agente responderá por homicídio. 
- GRAVAR: ambos os institutos são incompatíveis com a tentativa e COMPLETADOS OS ATOS EXECUTÓRIOS, SERÁ SEMPRE HIPÓTESE 
DE ARREPENDIMENTO EFICAZ. 
 
TJRJ. Juiz 2013. Caio, decidido a matar Denise, para a casa dela se dirigiu portando seu revólver devidamente municiado com seis 
projéteis. Chegando ao local, tocou a campainha e, assim que Denise abriu a porta, contra ela disparou um tiro, que a atingiu no 
ombro esquerdo. Ao ver Denise caída, Caio optou por não fazer mais disparos, guardou seu revólver e se retirou do local. Denise foi 
socorrida por terceiros e sobreviveu, ficando, porém, com pouca mobilidade em seu braço esquerdo. Diante do exposto, é correto 
afirmar que Caio responderá criminalmente por lesão corporal de natureza grave (houve desistência voluntária). 
 
Arrependimento posterior (Red. pela Lei nº 7.209/84) 
Art. 16. Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa, reparado o dano ou restituída a coisa, até o RECEBIMENTO 
da denúncia ou da queixa, por ato voluntário do agente, a pena será reduzida de UM A DOIS TERÇOS. (TJAP/2009) (TJSP/2011) 
(TJSP/2015) (TJSP/2018) 
 
- O arrependimento posterior se trata de causa obrigatória de diminuição de pena, não havendo que se falar em circunstância 
atenuante. 
https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/vunesp-2009-tj-mt-juiz
http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art14
http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art15
https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/vunesp-2013-tj-rj-juiz
http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art16
 
 @magistranda.guerreira 
 
 
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- Presentes os requisitos que qualificam o arrependimento posterior, é direito subjetivodo agente o seu reconhecimento e a 
diminuição de sua pena. 
- Tal instituto está inserido na teoria das penas, e deverá ser levado em conta pelo magistrado tão-somente na terceira fase de 
aplicação da pena. 
- QUESTÃO DE PROVA: Cabe arrependimento posterior no crime de roubo? SIM, nos casos onde houver violência imprópria cabe 
arrependimento posterior. Ex: o agente coloca um sonífero na bebida da vítima para subtrair sua carteira, mas depois se arrepende 
e a devolve no dia seguinte, com todos os cartões de crédito e dinheiro nela contidos. 
- Segundo pacífico entendimento jurisprudencial, é aplicável o arrependimento posterior nas infrações culposas violentas. 
 
TJRJ. Juiz 2012. Assinale a hipótese que configura arrependimento posterior (CP, art. 16). Autor de peculato doloso que no 
momento de sua prisão em flagrante devolve, voluntariamente, os bens móveis de que se havia apropriado. 
 
Crime impossível (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
Art. 17. Não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio ou por absoluta impropriedade do objeto, é impossível 
consumar-se o crime. 
 
- Trata-se de tentativa incapaz de consumar o delito. Assim, fala-se em crime impossível quando por INEFICÁCIA absoluta do meio 
escolhido pelo agente, ou por absoluta IMPROPRIEDADE do objeto contra o qual sua conduta se dirige, torna-se impossível a 
consumação do delito. Neste caso pode-se perceber que só se deve pensar em crime impossível nas situações em que o delito 
entrou na esfera tentada, ou seja, quando iniciados os atos de execução. 
- Exs de crime impossível: a) agente que abre a bolsa da vítima, mas não tinha carteira, nem dinheiro; b) Homem bêbado que não 
conseguiu arrumar namorada no bailão, no final da noite leva Raissa para um beco escuro pretendendo estuprá-la, mas ao levantar 
a saia da moça descobre que Raissa é na verdade Raimundo. 
- Não se confunde crime impossível com delito putativo por erro de tipo ou de proibição. 
Súmula 145 STF. Não há crime, quando a preparação do flagrante pela polícia torna impossível a sua consumação. 
TJSC. Juiz Substituto 2017. Conforme a redação do Código Penal, o crime impossível é tentativa impunível. 
Art. 18. Diz-se o crime: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
Crime doloso 
I - doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo; 
 
Crime culposo 
II - culposo, quando o agente deu causa ao resultado por imprudência, negligência ou imperícia. 
Os tipos culposos são denominados abertos e excepcionam a regra da taxatividade. A) Imprudência – Está associada a ações 
positivas. É uma ação afoita. Ex: passar o sinal vermelho, dirigir em alta velocidade, brincar com arma de fogo carregada. Dirigir após 
beber muito. B) Negligência – Está associada ao dever de cuidado. É uma omissão por quem deveria cuidar. Está associada a 
preguiça, a desídia. É O NÃO FAZER! Ex: deixar o filho brincar com pitbull enquanto ele come! C) Imperícia – Está associado ao 
caráter técnico. Não observando procedimento, que seria necessário. É um conhecimento que a pessoa deveria ter em razão de sua 
profissão/função/cargo. Ex: médico, engenheiro, anestesista. E neste caso o que é? Uma pessoa dirige seu carro a noite, com um de 
seus faróis queimados. Essa pessoa foi negligente por não substituir os faróis ou imprudente por sair com o carro nessas condições? 
Ele é IMPRUDENTE! Pois o fato só toma elemento na forma da ação e não da omissão. Posso ficar com o carro todo estragado em 
casa, o que não posso é sair com ele pois pode haver acidentes, por isso a violação a um dever de cuidado. 
Parágrafo único. Salvo os casos expressos em lei, ninguém pode ser punido por fato previsto como crime, senão quando o pratica 
DOLOSAMENTE. (Inc. Lei nº 7.209/84) 
Agravação pelo resultado (Red. Lei nº 7.209/84) 
Art. 19. Pelo resultado que agrava especialmente a pena, só responde o agente que o houver causado ao menos CULPOSAMENTE. 
 
Erro sobre elementos do tipo (Red. Lei nº 7.209/84) 
https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/vunesp-2012-tj-rj-juiz
http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art17
https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/fcc-2017-tj-sc-juiz-substituto
http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art18
http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art18
http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art19
http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art20
 
 @magistranda.guerreira 
 
 
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Art. 20. O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime EXCLUI O DOLO, mas permite a punição por crime culposo, se 
previsto em lei. 
 
- O erro sobre elemento do tipo é aquele em que o fato é crime, mas falta uma elementar do tipo. Ex: Agente quer furtar um objeto, 
e depois de subtraí-lo percebe que ele na verdade é seu. Neste caso o fato será atípico por inexistir a elementar coisa alheia. 
- Não possuindo o agente, vontade e consciência na sua conduta, não há que se falar em crime doloso. Todavia, incidindo o agente 
em erro que poderia ser evitável ou escusável, poderá responder pelo relevante penal causado a título de culpa, desde que tal 
elemento normativo esteja expresso em lei. 
- O erro de tipo essencial é subdividido em erro de tipo invencível, escusável ou justificável e erro de tipo vencível, inescusável ou 
injustificável. O primeiro sempre excluirá o dolo e a culpa, pois o agente não poderia agir de outra forma, nas circunstâncias em que 
se encontrava – Afasta-se a própria tipicidade. Já o segundo, pesará sobre o agente o tipo penal a título de culpa, caso esta se 
encontre prevista em lei. Caracteriza-se pela ocasião de o agente, no momento dos fatos, não ter empreendido a diligência 
necessária, a qual lhe possibilitaria evitar o resultado lesivo. Ex: colunista de Porto Alegre está em um restaurante com serviço de 
manobrista. Quando ele sai para ir embora, seu Captiva preto está lhe esperando, ele entra a vai embora do restaurante. Contudo, 
aquele carro não era o dele, apesar da mesma cor, do mesmo modelo, tudo igual. A outra pessoa também estava saindo naquele 
mesmo momento porém ele saiu antes e achou que era seu carro. Ele não queria “subtrair para si coisa alheia móvel”. Ele achava 
que era o SEU carro! 
 
Inevitável/Invencível/Escusável (desculpável): Quando não poderia ser evitado, excluindo- se dolo e culpa da conduta. Portanto, 
isento de pena. 
Evitável/Vencível/Inescusável (indesculpável): Quando poderia ser evitado pelo agente com uso de inteligência mediana. Exclui-se 
o dolo, porém pune-se a título de culpa. 
TJAP. Juiz 2009. Quanto ao erro sobre elementos do tipo, e possível afirmar que, se inevitável, exclui o dolo e a culpa. 
 
Descriminantes putativas (Inc. Lei nº 7.209/84) 
§ 1º É ISENTO de pena quem, por erro plenamente justificado pelas circunstâncias, supõe situação de fato que, se existisse, tornaria 
a ação legítima. Não há isenção de pena quando o erro deriva de culpa e o fato é punível como crime culposo. 
 
É a legítima defesa putativa. As descriminantes putativas, são portanto, as EXCLUDENTES DE ILICITUDE que aparentam estar 
presentes em uma determinada situação, quando na realidade, não estão. Nesse sentido, nas descriminantes putativas fáticas ou 
erro de tipo permissivo, o erro é imaginário (mental) e a agressão ao bem jurídico é suposta, devido à má compreensão da realidade 
acerca da existência de um requisito objetivo presente nas causas excludentes de ilicitude. Cumpre observar que o erro sobre os 
elementos fáticos das causas excludentes de ilicitude relaciona-se com o erro de tipo, eliminando o fato típico pela ausência do dolo 
ou culpa. O equívoco se passa na mente do agente. Imagina-se a ocorrência de uma situação real que justifica a tomada de uma 
atitude drástica para debelar a supostaagressão ao bem jurídico. Exemplo: Um policial durante uma perseguição visualiza o 
marginal retirando um objeto da cintura bruscamente e acreditando tratar-se de uma arma, efetua disparo de arma de fogo em sua 
direção, constatando posteriormente que o objeto era um aparelho celular. No mencionado exemplo, o policial seria 
responsabilizado por homicídio culposo, se resultasse o evento morte. Tal raciocínio se extrai da interpretação do artigo 20, caput, 
2ª parte, e respectivo § 1º, 2ª parte, do Codex. 
 
TJSP. Juiz 2014. Para o Código Penal (art. 20, § 1.º), quando a descriminante putativa disser respeito aos pressupostos fáticos da 
excludente, estamos diante de: Erro de tipo. 
 
Erro determinado por terceiro 
§ 2º Responde pelo crime o terceiro que determina o erro. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
 
 
Erro sobre a pessoa (Inc. pela Lei nº 7.209/84) 
§ 3º O erro quanto à pessoa contra a qual o crime é praticado não isenta de pena. Não se consideram, neste caso, as condições ou 
qualidades da vítima, senão as da pessoa contra quem o agente queria praticar o crime. 
 
Tal erro não afasta o dolo ou a culpa do agente, pois o agente age com consciência e vontade de cometer um delito, sabendo sê-lo 
contrário ao direito, enganando-se, no entanto, a respeito de um dado não essencial. 
https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/fcc-2009-tj-ap-juiz
http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art20
https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/vunesp-2014-tj-sp-juiz
http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art20
http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art20
 
 @magistranda.guerreira 
 
 
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Erro sobre a ilicitude do fato (Red. Lei nº 7.209/84) 
Art. 21. O desconhecimento da lei é inescusável. O erro sobre a ilicitude do fato, se inevitável, isenta de pena; se evitável, poderá 
diminuí-la de UM SEXTO A UM TERÇO. (TJAL/2015) 
= ERRO DE PROIBIÇÃO. Ele nunca afasta o dolo!! Por mais que seja invencível, ele quis fazer aquela conduta. 
Parágrafo único. Considera-se evitável o erro se o agente atua ou se omite sem a consciência da ilicitude do fato, quando lhe era 
possível, nas circunstâncias, ter ou atingir essa consciência. (Red. Lei nº 7.209/84) 
TJRJ. Juiz Substituto 2016. Assinale a alternativa que contém a assertiva correta no que diz respeito aos dispositivos relativos ao 
erro previstos no Código Penal. Magnus, policial, adultera, sem autorização legal, sinal identificador de um veículo automotor a fim 
de que seja utilizado em investigação criminal, pois imagina, por erro evitável, que nesta hipótese sua conduta seria lícita. Na 
responsabilização penal pelo crime de “adulteração de sinal identificador de veículo automotor", Magnus deverá ter sua pena 
diminuída de um sexto a um terço. 
Coação irresistível e obediência hierárquica 
Art. 22. Se o fato é cometido sob coação irresistível ou em estrita obediência a ordem, não manifestamente ilegal, de superior 
hierárquico, SÓ É PUNÍVEL O AUTOR DA COAÇÃO OU DA ORDEM. (Red. Lei nº 7.209/84) (TJRS/2018) 
 
- A coação irresistível exclui a ação, porém somente nos casos de coação FÍSICA irresistível, pois não existe voluntariedade. Na 
coação física temos a VIS ABSOLUTA – onde não existe a voluntariedade. A única pessoa que agi é terceiro. neste caso a pessoa 
equivale a uma coisa que age de forma impositiva. Ex: empurrar uma pessoa sobre um vaso de 1 milhão. Cometo o crime de dano 
por empurrar uma pessoa sobre o vaso. Na coação física irresistível não existe voluntariedade, vontade de cometer o crime. Não há 
ação, não há concurso de agentes. São 02 pessoas, mas apenas ação de 1 pessoa, a outra pessoa apenas será consequência daquele 
ato É diferente de COAÇÃO MORAL – Na coação moral há ação, ilicitude e tipicidade, só não há culpabilidade! A coação moral se 
trata da VIS COMPULSIVA, onde há voluntariedade mas não espontaneidade. A vontade existe, pois a pessoa tinha opção – há 
“malus”. O que ela não possui é a espontaneidade para cometer aquele crime, mas que ela age de forma voluntária, isso ela age. A 
coação moral não é somente aquela que a pessoa fica mal de cabeça, quando ela apanha para fazer algo, quando cortam seu 
cabelo, quebram seu braço etc. Ex: B bate em A que se nega a fazer o que ele quer. Todo machucado e sem mais forças para relutar, 
A decide fazer X conduta. 
- A culpabilidade é a possibilidade de se considerar alguém culpado pela prática de uma infração penal. Por essa razão, costuma ser 
definida como juízo de censurabilidade e reprovação, exercido sobre alguém que praticou um fato típico e ilícito. São requisitos da 
culpabilidade: A) IMPUTABILIDADE - a imputabilidade pode ser definida como condição pessoal de maturidade e sanidade mental 
que confere ao agente a capacidade de entender o caráter ilícito do fato ou de se determinar segundo esse entendimento. B) 
POTENCIAL CONSCIÊNCIA DA ILICITUDE - Para merecer uma pena, o sujeito deve ter agido na consciência de que sua conduta era 
ilícita. Se não detiver o necessário conhecimento da proibição (que não se confunde com desconhecimento da lei, o qual é 
inescusável), sua ação ou omissão não terá a mesma reprovabilidade. C) EXIGIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA - Está relacionada, 
primordialmente, com a coação moral irresistível e com a obediência hierárquica à ordem manifestamente ilegal. Na coação moral 
irresistível, há fato típico e ilícito, mas o sujeito não é considerado culpado, em face da exclusão da exigibilidade de conduta diversa. 
Na obediência hierárquica, se a ordem é aparentemente legal e o subordinado não podia perceber sua ilegalidade, exclui-se a 
exigibilidade de conduta diversa, e ele fica isento de pena. 
 
TJSP. Juiz Substituto 2018. Quanto ao Título II, da Parte Geral do Código Penal, “Do Crime”, é correto afirmar que se o fato é 
cometido sob coação moral irresistível, só é punível o autor da coação. Se resistível, coator e coato respondem em concurso de 
pessoas, atenuando-se obrigatoriamente a pena do último. 
 
Exclusão de ilicitude 
Art. 23. NÃO HÁ CRIME quando o agente pratica o fato: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
 
Assim como nos casos dos Arts. 2º, 24, 59, 150, § 4º do CP tratam-se de normas que não definem crimes nem cominam penas, 
possuindo no sistema penal funções peculiares como tornar lícitas determinadas condutas, isentar o agente de pena, afastando-lhe 
a responsabilidade penal e esclarecer determinados conceitos. Podem ser permissivas, complementares e explicativas. OBSERVAR 
QUE TAIS INSTITUTOS ESTÃO DENTRO DA EXCLUSÃO DA ILICITUDE – Eles costumam questionar muito isso na prova). 
 
http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art21
http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art21
https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/vunesp-2016-tj-rj-juiz-substituto
http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art22
https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/vunesp-2018-tj-sp-juiz-substituto
http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art23
 
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I - em estado de necessidade; 
 
II - em legítima defesa; 
 
III - em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito. 
 
Podemos definir o estrito cumprimento do dever legal como a causa de exclusão da ilicitude que consiste na prática de um fato 
típico, em razão de cumprir o agente uma obrigação imposta por lei, de natureza penal ou não. O estrito cumprimento do dever 
legal putativo é uma espécie de descriminante putativa, que atua sobre a TIPICIDADE, excluindo-a. Ex: Oficial de justiça vai cumprir 
mandado de prisão e recolhe à prisãoo irmão gêmeo da pessoa que deveria ser presa. O agente acreditava-se acobertado pelo 
cumprimento do seu dever, quando, na verdade, faltava legalidade no cumprimento da medida, uma vez dirigida ao destinatário 
errado. Em caso de concurso de pessoas, o estrito cumprimento de dever legal configurado em relação a um dos agentes estende-se 
aos demais envolvidos no fato típico, sejam eles coautores ou partícipes. Já em relação ao exercício regular do direito temos os 
ofendículos, que, conforme doutrina majoritária, enquanto não acionado, configuraria exercício regular do direito, pois se busca a 
defesa do patrimônio, após o acionamento, configura legítima defesa. 
 
Excesso punível (Inc. Lei nº 7.209/84) 
Parágrafo único. O agente, em qualquer das hipóteses deste artigo, responderá pelo EXCESSO DOLOSO OU CULPOSO. 
 
“EXCESSO INTENSIVO OU PRÓPRIO é o que se verifica quando ainda estão presentes os pressupostos das causas de exclusão da 
ilicitude. É o caso do agente que, no contexto de uma agressão injusta, defende-se de forma desproporcional. Há superação dos 
limites traçados pela lei para a justificativa, e o excesso assume um perfil ilícito. EXCESSO EXTENSIVO OU IMPRÓPRIO, ao contrário, 
é aquele em que não estão mais presentes os pressupostos das causas de exclusão da ilicitude: não mais existe a agressão ilícita, 
encerrou-se a situação de perigo, o dever legal foi cumprido e o direito foi regularmente exercido. Em seguida, o agente ofende bem 
jurídico alheio, respondendo pelo resultado dolosa ou culposamente produzido.” Masson. 
 
Estado de necessidade (Red. Lei nº 7.209/84) 
Art. 24. Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para salvar de perigo atual, que não provocou por sua vontade, 
nem podia de outro modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir-se. 
 
- A situação de perigo que trata o artigo pode ser originado por qualquer coisa, força maior, conduta humana e caso fortuito desde 
que não causado voluntariamente pelo agente. Ou seja, a pessoa só precisa estar em estado de perigo, seja ele qual for. 
- O perigo deve ser atual e iminente. O perigo iminente também está incluído, pois não é exigido que a pessoa faça algo somente 
quando já está ocorrendo o perigo. Ex: Fogo na sala da ESMAFE. Não preciso esperar que a sala esteja 70% queimada para arrombar 
a porta. Quando ver a fumaça já posso agir! Essa causa de justificação me autoriza a cometer um crime de dano na sala da ESMAFE. 
- O Estado de necessidade por ocorrer por culpa do agente, grande parte da doutrina a aceita, mas deverá ser provado pelo agente. 
Ex: A pessoa fazendo feijão e sobe para tomar banho e lá fica durante 30 minutos. A panela estoura e queima a casa. A pessoa não 
teve dolo em incendiar a sua casa. 
- O perigo pode ser de direito próprio ou alheio, ou seja, posso agir em estado de perigo para proteger a mim mesmo ou para 
proteger 3ª pessoa. Se a conduta necessitada é praticada contra bem jurídico pertencente a terceiro inocente, o estado de 
necessidade será AGRESSIVO. Se a conduta necessitada é praticada contra bem jurídico pertencente àquele que causou a situação 
de perigo, o estado de necessidade é DEFENSIVO. 
- A lesão, no estado de necessidade deve ser inevitável, neste caso, o perigo tem que estar ameaçando um bem jurídico de modo 
que eu não possa, de outro meio, exceto cometendo um fato típico, sair daquela situação de perigo. Se eu não me proteger poderá 
ocorrer algo ruim à mim, ao meu bem jurídico maior que é a vida. Ex: furto famélico – para ser considerado estado de necessidade 
deve preencher vários requisitos, como por exemplo, ser o último recurso possível, e cada dia é mais difícil caracterizar isso pois 
temos outras alternativas. Esse tipo de furto tem sido caracterizado como inexigibilidade de conduta diversa, ou seja, eu precisei 
fazer aquilo, pois não tinha outra alternativa, senão morreria de fome. Já o furto de remédio é mais fácil alegar o estado de 
necessidade, pois eles são caros e muitas pessoas precisam deles para sobreviver! É quando estamos diante do bem jurídico da vida, 
podemos ter a lesão irreparável. No furto famélico você pode pedir comida na rua, no de remédios não. No estado de necessidade 
eu não tenho outra alternativa, ou é aquilo ou a lesão ao bem! Se eu tiver outras alternativas, poderá configurar inexigibilidade de 
conduta diversa. Por fim, deverá haver proporcionalidade entre o bem sacrificado e o bem protegido. 
- O estado de necessidade admitido na doutrina brasileira é o ESTADO DE NECESSIDADE JUSTIFICANTE, admitido pela TEORIA 
UNITÁRIA, que é quando o bem sacrificado é de igual ou menor valor do que o bem protegido. Ex: sacrifico o patrimônio para salvar 
uma vida. 
http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art23
http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art24
 
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TJAC. Juiz de Direito Substituto 2019. Quanto à exclusão de ilicitude, é correto afirmar que o Código Penal Brasileiro adotou a teoria 
unitária do estado de necessidade. 
 
§ 1º Não pode alegar estado de necessidade quem tinha o dever legal de enfrentar o perigo. 
 
- Não posso alegar estado de necessidade se eu tenho o dever legal de enfrentar o perigo. Ex: Bombeiro que não quer ajudar no 
incêndio. Ele não pode fazer isso, pois tem o dever legal de enfrentar o perigo. O dever contratual também faz com que a pessoa 
não possa alegar estado de necessidade. Todas as pessoas que estão arroladas no Art. 13, § 2º alíneas “a”, “b” e “c” do CP. 
Totalmente diferente é exigir dessas pessoas um dever de heroísmo. O que diz esse artigo é que a pessoa que tem o dever de agir 
não pode ao tentar salvar, ter que escolher entre ele e a outra pessoa. Ele não deve ir, mas se ele se colocar na situação de salvar a 
pessoa, deve morrer, mas salvar a pessoa. Se ele for salvar e entrar em situação de perigo, e a pessoa morrer, ele estará cometendo 
um fato típico e ilícito, ele poderá alegar inexigibilidade de conduta diversa. Ex: Salva Vidas onde a pessoa está muito no fundo do 
mar e ele hesita em ir salvá-la. Chegando lá ele entra em perigo também! Se ele foi até lá, ele não pode deixar de salvar a pessoa, ou 
ele morre ou ele salva!. 
 
§ 2º Embora seja razoável exigir-se o sacrifício do direito ameaçado, a pena poderá ser reduzida de UM A DOIS TERÇOS. 
 
Trata-se dos casos de INEXIGIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA, que é caso de excludente de culpabilidade. Nossa doutrina o chama 
de estado de necessidade exculpante, onde sacrifico um bem de igual ou valor superior ao bem protegido. Ex: Levo meu filho para 
a praia com um amiguinho. Os 02 entram no mar e começam a se afogar, vou correndo para salvá-los, mas chegando lá vejo que só 
irei conseguir salvar 01, e por óbvio será meu filho – INEXIGIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA – Mas se o amigo dele está em pior 
situação do que meu filho, tenho que obrigatoriamente salvá-lo, pois ele está em pior situação. Porém eu prefiro salvar meu filho, 
que é sangue do meu sangue, ai neste caso, será caso de inexigibilidade de conduta diversa. O requisito subjetivo do estado de 
necessidade é que a pessoa deve ter a intenção de salvar a sua própria vida ou de terceiros. Se ele não provar a intenção de 
“salvamento”, não haverá essa exclusão. 
- A coação moral irresistível entra como inexigibilidade de conduta diversa, pois não era exigível da pessoa agir de outra forma. 
 
Legítima defesa (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
Art. 25. Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão, atual ou 
iminente, a direito seu ou de outrem. 
 
- Dentre os requisitos objetivos da legítima defesa, temos que ela deve advir de uma agressão humana, ou seja, não posso agir em 
legítima defesa sob agressão de um cão raivoso –animal não é humano – neste caso estaremos diante de estado de necessidade. 
- Questão divergente na doutrina é em relação ao inimputável pois ele não teria consciência da ilicitude cometida. Todavia grande 
parte da doutrina entende que configura sim legítima defesa, pois a agressão dele é injusta, apesar de não ser culpável. A legítima 
defesa da mesma forma deverá ser atual ou iminente, não podendo ser posterior nem também ser premeditado. Tem que ser 
naquele momento. Ex: Homem me dá um empurrão, pega minha bolsa e me joga no chão e sai correndo. Me levanto e saio 
correndo atrás dele, pego-o e bato nele até a morte. Não configura legítima defesa, pois no momento que eu cai no chão e ele saiu 
correndo, cessou a agressão. O que eu fiz seria uma vingança. Do mesmo modo, a reação deve ser utilizada com os meios 
necessários e a utilização deve ser moderada, que deve ser utilizada apenas para repelir a agressão injusta. Deve haver uma 
ponderação do bem jurídico agredido com aquilo que se está defendendo. Ex: Estou na janela da minha casa e vejo um assaltante 
em direção a minha casa. Ao entrar no meu gramado pego minha arma e atiro nele . O meio utilizado foi muito excessivo pois eu 
poderia ter ligado para a polícia, ou então, como ele não estava me vendo, poderia ter atirado no braço ou na sua perna para 
assustá-lo. Já o requisito subjetivo da legítima defesa é a vontade de se defender, ou seja, quando o agressor dá as costas e o agente 
corre atrás dele para brigar, não será considerado legítima defesa. 
- A LEGÍTIMA DEFESA PUTATIVA é aquela quando o agente imagina estar sofrendo uma agressão que na verdade não há! É um caso 
de erro! É uma situação fática que me faz crer que eu estou na iminência de sofrer uma agressão, e portanto, eu reajo, porém 
depois verifico que eu não estava sendo agredido. Ex; estou na sinaleira e passa um homem perto do meu carro e bota a mão no 
bolso e eu acho que ele está puxando uma arma para me assaltar. Neste instante eu pego minha arma e dou-lhe um tiro na cabeça. 
Depois descubro que ele estava pegando um cigarro para fumar. Nestes casos devemos verificar se aquela situação era inevitável, 
ou seja, qualquer pessoa agiria da mesma forma, se assim o for, exclui-se o crime! Já se a situação era evitável, ou seja, se ele 
tivesse esperado 03 minutos verificaria que a pessoa estava puxando um cigarro para fumar, exclui-se o dolo, restando a ele 
responder na forma culposa, se previsto em lei. 
- Não existe legítima defesa recíproca, que são os casos de legítima defesa real X legítima defesa real. 
https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/vunesp-2019-tj-ac-juiz-de-direito-substituto
http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art25
 
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- Contudo é plenamente admissível a legítima defesa putativa X legítima defesa real. Ex: Agente imagina que está sendo agredido, 
pega um pedaço de pau e dá na cabeça do outro. Essa pessoa que estava pedindo esmola na verdade pode dar um soco no olho do 
agente para repelir a injusta agressão. Do mesmo modo pode haver legitima defesa putativa X legítima defesa putativa. Não existe 
legítima defesa X estado de necessidade, ou seja, quem age em estado de necessidade comete uma agressão justa, o estado de 
necessidade, por isso não é legítimo agir em legítima defesa de uma pessoa que está em estado de necessidade pois a agressão não 
é injusta. Devemos analisar sempre como é a primeira agressão. Observar que existe o estado de necessidade X legítima defesa, 
pois o estado de necessidade não exige que a situação de perigo seja justa ou injusta, basta que ele esteja em perigo! LEGÍTIMA 
DEFESA SUCESSIVA é aquela legitima defesa contra o excesso de uma legítima defesa anterior. Ex: A agride injustamente B. B para 
se defender, utiliza meios necessários, porém, não de forma moderada – é legítima defesa excessiva – Ai vendo o excesso de B, A 
começa a se defender desse excesso. Ela deixou de ser lícita. Se não houve excesso, não estará configurada a legítima defesa de A. É 
cabível agir em legítima defesa diante de conduta culposa. Não é cabível agir em legítima defesa diante de agente que age em 
estrito cumprimento do dever legal de forma excessiva – por ser excessiva será injusta. Em relação aos ofendículos, quando 
acionados, configuram legítima defesa pois busca repelir injusta agressão. Quando os ofendículos forem ocultos e uma terceira 
pessoa inocente vier a se ferir ou morrer, será aplicada as regras das descriminantes putativas da legitima defesa putativa, ou seja, 
será excluído o dolo, mas a pessoa responderá pela forma culposa, se estiver previsto em lei. 
 
TJRJ. Juiz Substituto 2014. Imagine que João e Pedro, ambos enfermeiros, são desafetos de longa data. Em determinado dia em que 
João estava concentrado, aplicando uma injeção em um paciente de nome José, Pedro aproxima-se sorrateiramente e desfere 
facada contra João, com o fim de provocar lesão. Posteriormente, descobre-se que João, no momento em que recebeu o golpe 
desferido por Pedro, estava inoculando em José poderoso veneno, intencionalmente, a fim de matá-lo – posto que fora 
“contratado” por familiares de José para tirar-lhe a vida. A ação criminosa de João foi interrompida pelo golpe de Pedro. Em suma: 
sem saber que José estava a sofrer atentado contra a vida, Pedro acabou salvando-o e, ao mesmo tempo, executou seu plano de 
ofender a integridade física de João, que sofreu lesão leve. Diante dessa hipótese, é correto afirmar que à luz estritamente do 
quanto determina o texto do CP, não se exige prévia ciência da situação de risco do direito para que se considere a ação de Pedro 
praticada em legítima defesa, com o que ficaria afastada a ilicitude de sua conduta. 
 
Parágrafo único. Observados os requisitos previstos no caput deste artigo, considera-se também em legítima defesa o agente de 
segurança pública que repele agressão ou risco de agressão a vítima mantida refém durante a prática de crimes. (Red. Lei nº 13.964, de 
24.12.2019) 
 
TÍTULO III 
DA IMPUTABILIDADE PENAL 
 
Inimputáveis (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
Art. 26. É ISENTO de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da 
ação ou da omissão, INTEIRAMENTE INCAPAZ DE ENTENDER o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse 
entendimento. 
 
Redução de pena 
Parágrafo único. A pena pode ser REDUZIDA DE UM A DOIS TERÇOS, se o agente, em virtude de perturbação de saúde mental ou 
por desenvolvimento mental incompleto ou retardado não era inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do fato ou de 
determinar-se de acordo com esse entendimento. (Red. Lei nº 7.2084) 
 
Menores de dezoito anos (Red. Lei nº 7.209/84) 
Art. 27. Os menores de 18 (dezoito) anos são penalmente inimputáveis, ficando sujeitos às normas estabelecidas na legislação 
especial. 
 
Emoção e paixão 
Art. 28. Não excluem a imputabilidade penal: (Red. Lei nº 7.209/84) 
 
I - a emoção ou a paixão; (Red. Lei nº 7.209/84) 
 
Embriaguez 
II - a embriaguez, voluntária ou culposa, pelo álcool ou substância de efeitos análogos. (Red. Lei nº 7.209/84) 
 
https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/vunesp-2014-tj-rj-juiz-substituto
http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art26
http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art26
http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art26
http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art24
http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art27
http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art28
http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art28
http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art28
 
 @magistranda.guerreira15 
De acordo com a teoria da actio libera in causa, o ato transitório revestido de inconsciência (momento do crime em que o agente se 
encontra embriagado) decorre de ato antecedente que foi livre na vontade (momento de ingestão da bebida), transferindo-se para 
esse momento a constatação da imputabilidade. Diz-se que se trata de responsabilidade objetiva pois, no exato momento da 
conduta, oa gente se encontra em estado de inconsciência.
2
 
§ 1º É ISENTO de pena o agente que, por EMBRIAGUEZ COMPLETA, proveniente de caso fortuito ou força maior, era, ao tempo da 
ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse 
entendimento. (Red. Lei nº 7.209/84) 
§ 2º A pena pode ser REDUZIDA DE UM A DOIS TERÇOS, se o agente, por EMBRIAGUEZ, proveniente de caso fortuito ou força 
maior, não possuía, ao tempo da ação ou da omissão, a plena capacidade de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se 
de acordo com esse entendimento. (Red. Lei nº 7.209/84) 
TÍTULO IV 
DO CONCURSO DE PESSOAS 
 
Regras comuns às penas privativas de liberdade (Red. Lei nº 7.209/84) 
Art. 29. Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade. 
 
(No concurso de pessoas, o momento do crime é o momento de cada conduta individualmente considerada. Desta forma, se um grupo de bandidos 
pretendem matar uma pessoa, e dividem as tarefas, ficando o agente A incumbido de conseguir a arma para o crime, marcam a data x para o 
homicídio mas o agente A, menor de idade, não poderá comparecer e resolvem postergar o crime, contudo em momento diverso decidem que a 
pessoa morreria antes não estando o agente A no crime. Neste caso ele não responderá por crime nenhum pois não estava no momento da ação 
que foi os disparos que mataram o agente. O Código Penal Brasileiro, tal como o Código Penal Italiano, adota a Teoria Monista Temperada em sede 
de concurso de pessoas (art. 29 do CP), não ocorrendo distinção entre os diversos sujeitos que podem participar de um delito (autor, instigador, 
cúmplice, etc), através das mais variadas condutas, sendo legalmente tratados todos como co-autores do crime. O professor menciona que na 
exposição dos motivos do CP, não há nenhuma menção a teorias, assim nosso CP elege o domínio do fato para verificar quem tinha o domínio da 
ação. O concurso de pessoas pode ser: CRIMES DE CONDUTAS PARALELAS: As condutas auxiliam-se mutuamente, visando a produção de um 
resultado comum. Todos se dirigem ao mesmo fim. Ex: Art. 288 do CP – Quadrilha ou bando, Art. 35, § Único da Lei de Drogas - Associação para o 
tráfico, formação de cartel. CRIMES DE CONDUTAS CONVERGENTES: Uma conduta se dirige a outra e ambas tendem a se encontrar. Desse 
encontro é que surge o resultado. Ex: Art. 235 do CP – Crime de bigamia. CRIMES DE CONDUTAS CONTRAPOSTAS: As condutas se dirigem umas 
contra as outras, ou seja, todos são, ao mesmo tempo, autores e vítimas. Ex: Crime de rixa. A grande diferença que existe entre os crimes de 
concurso eventual e os crimes de concurso necessário é que nos primeiros, se exige a presença de capacidade de culpa em relação a todos os 
agentes do crime, sob pena de se configurar a autoria mediata. Nos crimes de concurso necessário, nem todos os agentes precisam ter capacidade 
de culpa e, mesmo assim, haverá o concurso necessário. Ex: Num crime de homicídio, se tivermos um maior e um menor ou com alguém 
inimputável, em razão de doença mental, não teremos concurso de pessoas, será autoria mediata pois nos crimes de concurso eventual ou 
monosubjetivo, exige-se que todos os agentes do crime tenham capacidade de culpa. Já num crime de quadrilha ou bando, tivermos 4 pessoas, mas 
dentre eles houver pessoas menores ou amentais, haverá o concurso de pessoas de igual forma, pois é crime de concurso de pessoas necessário! 
Por fim é o caso de bigamia... por mais que a pessoa não saiba que está se casando com uma pessoa já casada, ela responderá por bigamia, por se 
tratar de concurso necessário! A autoria mediata pode derivar de erro de tipo ou de proibição inevitável de sujeito capaz, utilizado como 
instrumento pelo autor mediato! Aqui não existe concurso de pessoas, um se vale do outro para executar a ação! O art. 29 do CP por si só não 
representa qualquer causa de aumento de pena! Ele só é uma forma de abraçarmos todos os que concorrem para o crime!! Se cair na prova, furto e 
roubo usando menor, é sim concurso de pessoas e deve ser majorado – furto e qualificado – roubo. Por já estar no próprio tipo penal, devemos 
considerar um concurso necessário! Requisitos para o concurso de pessoas: 1) PLURALIDADE DE CONDUTAS: Exige-se, ao menos, 02 condutas, 
sendo, 02 condutas principais – coautoria, ou 01 conduta principal e 01 conduta acessória – autoria e participação -, jamais haverá concurso de 
pessoas somente com partícipes pois a participação é uma conduta acessória, e ela deve se vincular ao menos, a uma conduta principal. 2) 
RELEVÂNCIA CAUSAL DE CADA UMA DAS AÇÕES: Ninguém precisa de ajuda para deixar de fazer alguma coisa. O termo é AÇÃO. É necessário que 
aquela determinada conduta tenha tido importância na produção do resultado. Do contrário, não fará parte integrante do concurso de pessoas. Ex: 
cidadão que matar mulher. Bate no vizinho e pede uma arma. O vizinho, sabendo que é para matar a esposa, vai lá e empresta. Na hora de matar, 
o vizinho troca de arma. O fator de emprestar uma arma que não foi usada, não faz parte do concurso de pessoas, pois a produção do fato deve ser 
relevante. É imprescindível que a conduta seja prestada até um determinado momento em relação a prática daquela infração penal, sob pena de 
caracterizar-se infração penal autônoma. A maioria da doutrina tem optado pelo momento da consumação do crime, ou seja, qualquer 
colaboração após esse momento – consumação -, caracteriza crime autônomo. Ex: “A” quer praticar um furto e liga para “B” pedindo para ele 
emprestar galpão para que as coisas que serão furtadas sejam lá escondidas, sendo aceito por “B” na mesma hora. Aqui se pratica juntamente 
crime de furto pois ainda estava no iter criminis. Ex2: “A” liga para “B” e pede emprestado seu galpão para colocar umas coisas que ele furtou 
ontem. “B” na mesma hora diz que sim e eles levam as coisas furtadas para o galpão. Aqui se trata de favorecimento pessoal apenas para “B” 
 
2
 Comentário feito por Varella no site QConcursos Q30557. 
 
http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art28
http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art28
http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art28
https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/questoes/dfbf0672-36
 
 @magistranda.guerreira 
 
 
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tendo em vista que o crime já tinha ocorrido! No entanto, o certo é que cabe concurso de pessoas até o exaurimento – “ponto final”, ou seja, até 
que o delito esgote a sua potencialidade lesiva! Ex: Súmula 96 do STJ – A extorsão se consuma independentemente da vantagem. O recebimento da 
vantagem seria mero exaurimento. Ex2: corrupção passiva e concussão – no momento em que a pessoa pede ou exige, já cometeu o crime! O 
normal, razoável, certo é que as pessoas se reúnam antes, mas pode acontecer, por exemplo, 5 cidadãos estão fazendo o roubo e um outro os 
encontra cometendo o roubo e vai lá auxiliar – trata-se de coautoria sucessiva. É uma anomalia pois se ingressa após o início da prática do crime. É 
possível, há a possibilidade de concurso de pessoas até o exaurimento do crime! O único problema aqui é ver qual crime responderá o elemento que 
entrou após o início do crime. No caso de já se ter esgotado o crime antecedente e o auxílio chegar depois, havendo a prática, portanto, de crime 
autônomo, sendo:

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