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Bullying e Violência Virtual nas Escolas

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AS DIFERENTES FORMAS DE ABORDAGEM SOBRE O BULLYING E A VIOLÊNCIA VIRTUAL NAS ESCOLAS
 Leonardo Brener de S. Santos1, Marciela S. da Cunha2, Marcya Suellen dos S. Firmino3, André L. S. de Miranda, Thiego M. Nunes
1Curso de Lic. em Informática – IFAP – Campus Macapá – Macapá-AP-Brasil
{brenner.ssantos,marcyasantos04,marcielacunha}@gmail.com{andre.miranda,thiego.nunes}@ifap.edu.br 
 Resumo. O ambiente escolar é o local onde acontecem a maioria dos casos de bullying e com o advento da tecnologia e o aumento da utilização das redes sociais, a internet tem sido usada como prática discriminatória e vexatória e o número de vítimas desse tipo de intimidação tem aumentado consideravelmente nos últimos anos, principalmente entre os jovens. Diante disso que, este artigo aborda sobre a importância de discutir o bullying e a violência virtual nas escolas, além de criar estratégias, informar, debater e compartilhar experiências para que se possa evitar esse tipo de violência nas instituições de ensino.
Palavras-Chaves: Ambiente Escolar, Bullying, Violência Virtual.
Eixo 5
1. Introdução
Ao longo dos anos, o ato de bullying foi considerado algo natural na infância, adolescência até a juventude. Esse tipo de conduta passou a ser considerada em decorrência de situações dramáticas que tem causado consequências graves em diversas partes do mundo, envolvendo jovens que invadem escolas e matam pessoas ou até cometem suicídio.
Souza et al (2009) ressalta que, o bullying não é um problema específico de algumas culturas, mas sim prevalente no mundo todo e evidenciado por uma grande base de pesquisa internacional, analisando as características individuais das vítimas e intimidadores, a influência do contexto social e as repercussões causadas por esse tipo de envolvimento.
Contudo, no Art. 1° § 1° da Lei 13.185/2015 considera-se intimidação sistemática ou bullying todo ato de violência física ou psicológica, intencional e repetitivo que ocorre sem motivação evidente praticado por individuo ou grupo, contra uma ou mais pessoas, com objetivo de intimidá-la ou agredi-la, causando dor e angustia à vítima, em uma relação de desequilíbrio de poder entre as partes envolvidas.
Segundo o Art. 3º da mesma Lei, o Bullying pode ser classificado como:
I - Verbal: insultar, xingar e apelidar pejorativamente;
II - Moral: difamar, caluniar, disseminar rumores;
III - Sexual: assediar, induzir e/ou abusar;
IV - Social: ignorar, isolar e excluir;
V - Psicológica: perseguir, amedrontar, aterrorizar, intimidar, dominar, manipular, chantagear e infernizar;
VI - Físico: socar, chutar, bater;
VII - material: furtar, roubar, destruir pertences de outrem;
VIII - virtual: depreciar, enviar mensagens intrusivas da intimidade, enviar ou adulterar fotos e dados pessoais que resultem em sofrimento ou com o intuito de criar meios de constrangimento psicológico e social.
Observando tais características pode-se dizer que o bullying, tem uma categoria especifica de violência ou comportamento agressivo. Embora, existam comportamentos agressivos que não podem ser classificados como bullying, isso porque, confusões esporádicas, brigas ou agressões só acontecem de tempos em tempos.
	Uma pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisa Ipsos (Marques, 2018) coloca o Brasil como o segundo país com a maior incidência de casos de cyberbullying no mundo. Foram entrevistadas 20.793 pessoas em 28 países. Cerca de 30% dos pais e responsáveis brasileiros, afirmam terem tido conhecimento de pelo menos um caso em que o filho ou a filha foi vítima de bullying. Nessa disputa, o país fica atrás somente da Índia que tem 35%. Ambos superam bastante a média global de 17%, de acordo com a pesquisa. 
	O cyberbullying se torna mais fácil para os agressores, porque geralmente usam perfis falsos nas diversas redes sociais, através de e-mails ou de torpedos com conteúdos ofensivos e caluniosos. Segundo a pesquisa 65% dos casos, foram usadas as redes sociais como ferramenta para praticar as agressões. Logo em seguida os aparelhos celulares são usados em 45% dos casos de bullying. No Brasil, os perfis na internet são usados em 70% das vezes que uma criança é atacada nas redes, nesse quesito o país só fica atrás de quatro países.
	O ambiente escolar é o local onde acontece a maioria dos casos de bullying. Uma publicação realizada pelo Instituto Península com apoio da Escola de Educação da Universidade de Harvard (Perez, 2018), revelou 22 dilemas vividos por professores, diretores e coordenadores em todo o país, entre eles está o bullying e o cyberbullying que aparecem como uma das práticas mais cruéis das salas de aula. 
	Com base em todas essas informações descritas acima, que realizamos um projeto sobre bullying e a violência virtual, com intuito de debater, informar e compartilhar experiências, para mostrar as consequências traumáticas de pessoas que passam por esse tipo de discriminação, e destacar a importância da criar estratégias nas escolas, para que se possa evitar esse tipo de violência.
	O restante deste artigo está organizado da seguinte forma: a Seção 2 descreve alguns trabalhos relacionados ao tema proposto neste artigo. A Seção 3 apresenta trabalhos que tratam os problemas da disseminação de dados encontrados na literatura. E na Seção 4 é descrito o processo de avaliação de desempenho, bem como a discussão dos resultados. Por fim, a Seção 5 apresenta as conclusões deste estudo e dá direções para trabalhos futuros.
2. Trabalhos Relacionados
A matéria “Cyberbullying aumenta com a pandemia”, aborda sobre o alcance e a importância dos ambientes digitais durante a pandemia e o quanto esse meio virtual desempenha funções importantes ensino e o cultivo das relações afetivas. 
Um relatório divulgado pela OMS (Organização Mundial da Saúde) faz um alerta para o aumento de atos de violência no meio virtual. “Durante a pandemia da covid-19 e com o consequente fechamento das escolas, nós observamos um aumento em manifestações de ódio online – e isto inclui o bullying. Agora com as escolas começando e reabrir, as crianças estão expressando medo em retornar às aulas”. Relatou Audrey Azoulay, Diretor- geral da Unesco.
	No trabalho “Bullying e Cyberbullying no Ambiente Escolar: a utilização de jogos como instrumento de conscientização, prevenção e combate a essas práticas” este artigo visa abordar os fenômenos sociais conhecidos atualmente como bullying e cyberbullying em duas escolas públicas, uma localizada no Rio de Janeiro e outra em Tocantins. O objetivo principal foi averiguar se as tecnologias podem contribuir como instrumento de conscientização, prevenção e combate ao bullying nas escolas. Assim, foi elaborada e aplicada, nas duas instituições, uma sequência didática utilizando o jogo Estrela do Saber elaborado pelo Núcleo de Computação Aplicada da UniCarioca (Nucap).
O jogo “O Espião” foi desenvolvido a partir de um procedimento iterativo de design. O objetivo geral foi criar uma ferramenta educativa para ensinar a crianças comportamentos relevantes para a identificação e combate de episódios de bullying escolar. 
O processo de desenvolvimento e avaliação do jogo educativo “O Espião” foi, em toda a sua extensão, orientado pelo referencial teórico da Análise do Comportamento, buscando contribuir para a criação de tecnologias educativas com impacto social e eficiência, que não apenas atinjam seus objetivos comportamentais, mas também sejam capazes de criar ambientes de ensino altamente reforçadores para o aprendiz (Skinner, 1968/1972).
 3. Metodologia
O estudo é uma pesquisa descritiva, de caráter qualitativa ao qual foi realizado a partir de palestra, discussões, dinâmica, aplicações de questionário e produção de texto, direcionado aos 35 discentes da turma Técnico de Alimentos do 2º ano, com faixa etária entre 14 a 18 anos, do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amapá (IFAP) - Campus de Macapá, o desenvolvimento desse projeto foi com intuito de debater, compartilhar experiências e mostrar as consequências traumáticas de pessoas que passam por esse tipo de discriminação.Esse projeto foi iniciado no programa Residência Pedagógica da qual fazíamos parte no ano de 2019, ele foi criado com intuito de debater, compartilhar experiências e mostrar as consequências traumáticas de pessoas que passaram por esse tipo de discriminação. E foi a partir de informações tanto dos alunos quanto de algumas pesquisas via internet que podemos destacar a importância de criar estratégias nas escolas, além de informar, debater e compartilhar experiências para que se pudesse evitar esse tipo de violência nas instituições de ensino. 
Diante de todas essas informações, realizamos aplicações de palestras, discussões, dinâmicas, além de fazermos a aplicação de um questionário e produção textual que foi direcionado aos alunos da turma na qual estagiamos. Entre os recursos que utilizamos para executarmos esse projeto, criamos de forma manual o primeiro protótipo do jogo “E se fosse com você”. 
O material utilizado para criar o jogo foram: o isopor, papel quarenta quilos, canetas coloridas, figuras impressas para colagem, como você pode observar na figura 1 abaixo.
	O jogo era composto por 40 perguntas envolvendo várias situações do cotidiano dos alunos e no ambiente escolar, que foram formuladas com objetivo de incentivar o aluno a falar sobre assuntos que geralmente não costuma compartilhar com os adultos, o que permite melhorar a relação aluno-professor, como mostra a figura 2 abaixo.
A produção de jogos educativos é capaz de ser visto como uma ferramenta adicional para a programação de ensino. Seu objetivo final não é apenas criar um jogo, mas criar um ambiente de ensino em concordância com princípios de aprendizagem em todas as suas dimensões, inclusive do ponto de vista motivacional, onde jogos costumam mostrar um bom desempenho (Connoly et al., 2009).
 3. Resultados e Discussão
Com base do debate em sala de aula sobre o uso das tecnologias, da internet e das redes sociais, os responsáveis incluídos neste processo podem delinear e debater as situações de violência sofridas tanto dentro como fora das unidades escolares. A partir da tabulação do questionário escolhemos 4 das 9 perguntas para concluir esse artigo.
Figura 1 - Pergunta 1
Fonte: Autora Própria
 Na Pergunta 1, mostra os tipos de violência que o aluno já sofreu na escola, 80% dos discentes responderam que já tiveram apelido pejorativo, 37,1% relataram que já sofreram agressões verbais, 22,9% agressão física e apenas 5,7% não sofreu nenhum tipo de violência. É possível perceber que os apelidos ainda é a principal forma de agressão pelos discentes, esse tipo de acometimento pode ocasionar consequências psicológicas nos discentes que são expostos por tempo prolongado. 
	
Figura 2 - Pergunta 2
Fonte: Autora Própria
	Na Pergunta 2, mostra se os discentes já foram insultados e ameaçados por mensagens de texto, com 62,9% dos discentes disseram que não e 37,1% deles relataram que já foram ameaçados através de mensagens de texto. Apesar do número de discentes que relataram já terem recebido ameaças e insultos por mensagens ser menor, ainda é um número alarmante se pensar em tudo o que uma escola deve oferecer de suporte ao aluno. 
Figura 3 - Pergunta 3
Fonte: Autora Própria
Na Pergunta 3, evidencia quem pratica esse tipo de violência nas escolas, com 83,3% deles disseram que são discentes e apenas 16,7% relataram que não só os discentes, mais também os professores cometem esse tipo de agressão. 
Figura 4 - Pergunta 4
Fonte: Autora Própria
Na Pergunta 4, ressalta se ajudaria a evitar as agressões nas escolas se houvessem com mais frequência atividades, debates. Com 57,1% disseram talvez, 37,1% disse que sim e 5,7% relataram que não. O talvez só ressalte que, os discentes não confiam tanto nos novos métodos adotados pelas instituições. E, além disso, há certo distanciamento do corpo docente para os discentes, que se faz necessário quebrar essas barreiras para que consigam incluir novos métodos e reaproximar os professores dos discentes. 
4. Conclusões 
Este estudo teve como objetivo descrever e identificar, o Bullying e a Violência Virtual que têm sido discutidos dentro das instituições de ensino, com o surgimento das tecnologias passam a trazer consequências graves, como trauma psicológico, isolamento social, desenvolvimento de problemas relacionados à depressão, podendo até resultar em muitos casos o suicídio.
São jovens que estão em processo de formação, buscando a construção da identidade e se deparam com formas cruéis de violência verbal ou física. Assim, professores e coordenação de ensino precisam pensar em novas estratégias para identificar e coibir o bullying, colocando mais informações, debates, palestras para que esse tipo de violência não ocorra nas instituições de ensino.
No período de quarentena notamos que crianças e jovens ampliaram o alcance nos ambientes digitais o que acabou aumentando o número de vítimas de cyberbullying nas redes sociais, WhatsApp e outros meios em que os agressores usam para atacar as vítimas.
Como bem sabemos o bullying e o cyberbullying só pode ser contido no curto prazo e não eliminada completamente devido ao quão profundo os mesmos se tornaram dentro da sociedade, o que tem tornou-se um fator preocupante. Devido ao aumento desses casos foram criados programas de prevenção e lei para combater esse tipo de ato, e quanto mais sabemos sobre as razões por trás do bullying e as táticas específicas utilizadas, prevenção os programas vem se tornando cada vez mais eficazes.
O maior problema para prevenção do cyberbullying no futuro é acompanhar o ritmo acelerado de inovação tecnológica com técnicas preventivas eficazes. É importante ressaltar, que não são só as vítimas que precisam de ajuda, mas também os agressores e as medidas de intervenção devem ser tomados assim que se presencie a existência do bullying.
Levando em consideração a pesquisa realizada de caráter qualitativo que nos permitiu obter essa informação mais concisa acerca da evolução dos comportamentos de bullying e a violência virtual, pudemos compreender as consequências dos mesmos na vida das crianças e jovens envolvidos.
5. Referências Bibliográficas
BRAGA, Karla Michelle de Meneses Caeiro et al. Bullying e cyberbullying no ambiente escolar: a utilização de jogos como instrumento de conscientização, prevenção e combate a essas práticas. RECITE - Revista Carioca de Ciência, Tecnologia e Educação, [s. l.], v. 3, 2018. Disponível em: recite.unicarioca.edu.br. Acesso em: 12 jan. 2021.
Connolly, T., Stansfield, M., & Boyle, L. (2009). Games-based learning advancements for multi-sensory human computer interfaces: Techniques and effective practices. New York: Information Science Reference. Acesso em 12 jan. 2021.
EMILIANO, Rosimeire Aparecida. AMBIENTE ESCOLAR: VIOLÊNCIA,MÍDIAS SOCIAIS E BULLYING. 29/04/2019. Tcc (Especialista em Mídias na Educação) - UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO JOÃO DEL - REI -NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA - UFSJ, [S. l.], 2019. Disponível em: http://hdl.handle.net/123456789/411. Acesso em: 12 jan. 2021.
MARQUES, Pablo. Brasil é o 2º país com mais casos de bullying virtual contra crianças. Brasil, 11 jul. 2018. Disponível em: HTTPS://noticias. r7.com/tecnologia-e-ciencia/brasil-e-o-2-pais-com-mais-casos-de-bullying-virtual-contra-criancas-11072018. Acesso em: 29 abr. 2019.
Perkoski, I. R., & de Souza, S. R. (2017). "O Espião": Uma perspectiva analítico comportamental do desenvolvimento de jogos educativos de tabuleiro. Perspectivas Em Análise Do Comportamento, 6(2), 74-88. https://doi.org/10.18761/pac.2015.0. Acesso em: 12 jan. 2021
PEREZ, Fabíola. Escolas criam novas ferramentas para enfrentar o bullying. Brasil, 4 jul. 2018. Disponível em: HTTPS://noticias. r7.com/sao-paulo/escolas-criam-novas-ferramentas-para-enfrentar-o-bullying-04072018. Acesso em: 28 maios 2019.
SANTOS, Leonardo Brener de S.; CUNHA, Marciela S. da, FIRMINO, Marcya Suellen dos S. A importância de discutir sobre bullying e a violência virtual nas escolas, Macapá, 4 páginas, julho.2019.
PINHEIRO, Vanina. Cyberbullying aumentacom a pandemia. Bora. aí, [s. l.], 19 ago. 2020. Disponível em: bora.ai/blog/cyberbullying-aumenta-com-a-pandemia. Acesso em: 12 jan. 2021.

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