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Trabalho Integrado Curso de Farmácia- 4°semestre ANEMIA POR INSUFICIÊNCIA DE MEDULA ÓSSEA DANIELA ALVES DO VALE GABRIELA VERÔNICA DE SOUZA MARIA ANGÉLICA DE CARVALHO Bragança Paulista, 2018 Introdução A anemia aplásica é caracterizada por pancitopénia com insuficiência da medula óssea resultante da lesão grave do compartimento das células hematopoiéticas. Esta comporta-se como uma doença mediada imunologicamente, de que resulta uma medula óssea substituída por gordura observada em biopsia osteomedular e na ressonância magnética da coluna vertebral.A anemia aplásica pode ser classificada em três categorias, considerando as contagens de neutrófilos, plaquetas e reticulócitos . Causas Na maioria dos casos a causa da destruição da medula óssea vermelha não é confirmada, mas estima-se que 80% dos casos é adquirida e 20% é genética. Dentre as possíveis causas se destacam: ● Mutações genéticas; ● Autoimunidade: A supressão da hematopoiese(produção de elementos do sangue) é mediada por um excesso de linfócitos T citotóxicos CD8+ HLA-DR+, produzindo grandes quantidades de citocinas inibitórias como interferon gama e factor de necrose tumoral. ● Diversos medicamentos tem pequenas probabilidades de causar insuficiência medular, por exemplo cloranfenicol, 1 em 40.000 pacientes que usam esta medicação desenvolve anemia aplástica), carbamazepina,fenitoína e compostos com ouro. ● Intoxicação constante a quinino ou benzeno; ● Radiação ionizante:Marie Curie,faleceu com aplasia medular; ● Infecção por vírus: vírus das hepatites A, B e C), Epstein-Barr, citomegalovírus, parvovírus B19e HIVpodem causar anemia aplástica em até 2% dos infectados. ● Raramente pode ser desencadeada pela gravidez e melhorar com o parto. Sinais e Sintomas ● Hematopoiese humana normal. Na anemia aplástica toda hematopoiese está prejudicada. ● Portadores desta patologia sofrem com: ● Sinais de falta de hemácias (anemia): Fatiga, fraqueza, palidez, tontura, taquicardia falta de ar com exercício. ● Sinais de falta de plaquetas (trombocitopenia): Sangramentos mesmo por golpes e feridas mínimos, produzindo hematomas pela pele e sangramentos difíceis de conter; ● Sinais de falta de leucócitos (leucopenia): vulnerabilidade a infecções prolongadas com agravamento, podendo chegar a quadro de septicemia. Diagnóstico ● Após um exame clínico sugestivo de anemia, deve-se pedir um hemograma, com contagem de reticulócitos e um mielograma, Se verificada a pancitopenia, deve-se pedir uma biópsia de medula óssea Verificar aplasia medular (diminuição do número de células com substituição por tecido gorduroso) confirma o diagnóstico. ● Dosagem de vitamina B12 e ácido fólico servem para diferenciar de anemia megaloblástica (uma anemia nutricional), sorologias para infecções virais. Tipagem de HLA ( tipagem de antígeno de histocompatibilidade) serve para avaliar possíveis doadores de medula. 1.Caso Clínico .Identificação:Paciente do sexo Masculino, idade-22 anos, trabalha exercendo a função de operador de caixa em supermercado. .Queixa principal: Fraqueza e sangramentos. .História da doença atual: Há 30 dias notou que estava ficando pálido. Apareceu uma mancha roxa, isolada, na coxa direita . Há 20 dias ele deixou de ir trabalhar por sentir-se muito fraco , passando a maior parte do tempo deitado. Apareceram mais manchas roxas no corpo. Procurou um médico que prescreveu medicação e encaminhou para um especialista. Há uma semana vem apresentando febre e há três dias apresentou sangramento nasal descontrolado , procurou o serviço médico novamente, sendo necessário tampão nasal, nesta ocasião apareceram manchas vermelhas na região do tronco e abdome. Foi solicitado um hemograma para melhor diagnóstico. .Antecedentes Pessoais e Familiares: paciente relata não não apresentar nenhuma doença,possui 3 irmãos saudáveis. Pais sadios. Nega doenças familiares. Dieta dentro dos padrões desejados, não é tabajista e não faz uso de àlcool. Em exame físico apresentou: PA: 90/60 mmHg FC:100 bpm. T: 38°C Palidez de pele e mucosas Sem adenomegalias. Pulmões limpos .Taquicardia Rítmica Abdome- Fígado e baço não palpáveis. Sinais recentes de sangramento nasal. Várias equimoses em tronco e membros, em fases diferentes de evolução. Petéquias em braços, perna s e tórax. Hemograma: Eritrócitos: 3x106/ul VG: 3 5 % Hb: 9.5g/dL VCM: 116fl HCM: 31pg CHCM :27% Reticulócitos: 0.2% Plaquetas 15.000/ul Leucócitos: 2.500/ul (Bt:2 Seg: 17 Linfo: 75 Mo no 3 Eo sino:3) Biópsia de Medula óssea: Hipoplásica. Substituida por tecido gorduroso. Raros megacariócitos.Ferro medular presente. Ausência de Reticulina Diagnóstico Diferencial ● Tipo morfológico de anemia ● Qual o diagnóstico diferencial baseado nos dados que demonstram anemia: ● eritrócitos com valor de 3 x 106 (VR: 4,5 a 5, 5 milhões); ● Hb 9,5 (VR homens 14 -18). - VCM 116 (VR: 80 -100) – aumentado, portanto, uma anemia macrocítica. ● HCM 31 = normocrômica - DDX: anemia megaloblástica, hepatopatias, hipotireoidismo, anemia hemolítica, mielodisplasias e algumas drogas. ● Plaquetas abaixo de 20.000 apresentam risco de sangramento espontâneo, que é justamente o que está ocorrendo com o paciente deste caso. O paciente apresenta não só anemia, mas sim pancitopenia, pelos níveis reduzidos de leucócitos e plaquetas. As causas de pancitopenia são diversas : diminuição da função da medula óssea - aplasia - leucemia aguda, mielodisplasia, mieloma, entre outros. Diagnóstico do caso ● Baseando-se nos dados do hemograma e da Biópsia de medula óssea o paciente apresenta Anemia aplásica , havendo substituição por tecido gorduroso. ● Definição de anemia aplásica: estado de pancitopenia associado a uma baixa de Medula Óssea acelular ou hipocelular, contendo menos de 30 % do espaço medular ocupado por células hematopoiéticas.O restante da medula contém apenas células adiposas (MO amarela ). Gravidade da doença com base no Hemograma ● Com base no hemograma, temos uma anemia severa, pois os parâmetros indicadores como reticulócitos, plaquetas, neutrófilos estão todos baixos. ● número de Neutrófi los: 19% (VN = 40 – 60%). 19% d e 2.500 = 475. ● reticulócitos 0,2 % - plaquetas: 15.000 (2 0.000) (2% bastonete s e 17% segmenta dos) Prognóstico ● Os principais determinantes do prognóstico são a idade e a contagem de células hematológicas. Considera-se aplasia grave quando pelo menos dois dos seguintes critérios são encontrados: ● reticulocitopenia < 20.0 00/ mm 3 ou < 1% na contagem corrigida ● plaquetas < 20.000 ● Neutrófilos < 500/ mm 3 ● Considera-se aplasia muito grave quando a neutropenia é inferior a 200/ mm 3 Tratamento ● Transfusão de plaquetas, para controlar o sangramento. A transfusão de concentrados de hemácia só deve ser indicada em último caso, em presença de sintomas graves atribuídos à anemia. Diante do diagnóstico confirmado de anemia aplásica grave/muito grave, deve -se realizar transplante de medula óssea, se o paciente tiver idade inferior a 30 anos. O sangue do paciente e de seus parentes de primeiro grau deve ser colhido para tipagem sanguínea e HL A. Se houver um doador HLA compatível, o tratamento de escolha é o transplante. Nos pacientes de 20-40 anos, primeiro se faz uma terapia “condicionante”, com globulina antitimócito e ciclofosfamida com objetivo de “aplasiar por completo” a medula. ● Em seguida, com a Medula Óssea já despovoada, são “semeadas” as células tronco (transplante em si), que vão recolonizar a medula. ● No pós -transplante, prescreve-se a associação de ciclosporina + metrotexa te para prevenir a doença do enxerto - versus-hospedeiro, que é uma das principais causas de morbimortalidade nos pacientes pós transplantede Medula Óssea. ● Acima dos 40 anos, o transplante não está indicado, pois os riscos de complicações são grandes.