Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 DISCIPLINA COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL PROFESSORA AURILENE D’ÁVILA Comunicação O que é comunicação? A palavra comunicação deriva do latim communicare, que significa “tornar comum, partilhar, repartir, associar, trocar opiniões”. Tradicionalmente, a comunicação é conceituada como um processo mediante o qual uma mensagem é enviada por um emissor, através de determinado canal, e entendida por um receptor que pode ou não enviar um feedback (resposta, retorno). O que é comunicação organizacional? Compreende um conjunto complexo de atividades, ações, estratégias, produtos e processos desenvolvidos para reforçar a imagem de uma empresa ou entidade (sindicato, órgãos governamentais, ONGs, associações, universidades etc) junto aos seus públicos de interesse (consumidores, funcionários, formadores de opinião, classe política ou empresarial, acionistas, comunidade em geral, imprensa, etc). Os tipos de comunicação numa organização • Comunicação formal: é conscientemente planejada e oficializada através de documentos escritos. • Comunicação informal: surge espontaneamente na organização, em reação às necessidades de seus membros. A comunicação informal pode ser ruim para a empresa, quando por exemplo, propaga muitos boatos, ou ser boa, quando facilita a ajuda entre os seus membros. O custo da comunicação organizacional A multiplicidade de agentes sociais e o surgimento de novas tecnologias da informação ampliam a quantidade de emissores e receptores a se comunicarem simultaneamente. As noções de tempo e espaço fora modificadas, exigindo novos ritmos de transmissão e de elaboração de conteúdos, comprovando a dinamicidade do processo comunicacional. 2 A comunicação organizacional pode ser muito custosa, não tanto devido às despesas de apoio necessárias, mas principalmente em função do tempo que ela absorve e das demoras que acarreta, por isso deve ser bem planejada e sistematizada. Bem ou mal, a comunicação é usada diariamente nas organizações culturais. No entanto, o planejamento estratégico acerca da comunicação que, naturalmente, é desenvolvida, raramente acontece. Como criar um sistema de comunicação numa organização? Cada organização deve criar uma rede por meio da qual fluem as informações que permitem o seu funcionamento de forma integrada e eficaz. Trata-se de pensar sobre a comunicação que naturalmente acontece nos pontos de cultura. Quais são as dificuldades encontradas? Que tipo de barreiras comunicacionais encontramos nas atividades da organização? Em seguida, pensar na elaboração de planos estratégicos de comunicação No sistema de comunicações deve ser considerado: • que deve ser comunicado? • como deve ser comunicado? • quando deve ser comunicado? • de quem deve ser comunicado? • para quem deve ir a comunicação? • por que deve ser comunicado? • quanto deve ser comunicado? É de fundamental importância se estar analisando o tipo de comunicação que é desenvolvido, tanto externa quanto internamente na organização, para que se possa ter uma maior eficácia nas atividades desenvolvidas. A comunicação nas organizações A comunicação é um dos principais aspectos de uma organização cultural bem sucedida Sem comunicação eficaz, uma organização cultural não sensibiliza apoiadores para a sua causa, não conquista voluntários, não capta recursos e nem ganha visibilidade na mídia. O trabalho de comunicação na organização deve ser constante e parte da responsabilidade dos gestores culturais. Trata-se, portanto, de perceber a comunicação de uma maneira integrada ao todo da instituição, e não simplesmente como sinônimo de publicidade e propaganda. Os gestores de organizações devem possuir habilidade da 3 comunicação para com seus colaboradores (comunicação interna) e público externo (comunicação externa). Para obter sucesso organizacional, os gestores devem dirigir sua atenção para as necessidades com o público interno, em primeiro lugar. A comunicação interna Partindo do pressuposto que as organizações são entidades vivas, já que são feitas por pessoas, deve-se entender que ela precisa se manter num nível de equilíbrio das energias para sua sobrevivência. Desde que os gestores saibam dialogar eficazmente com suas equipes, a comunicação será uma ferramenta útil de trabalho para garantir o entendimento dos objetivos e perfeita integração do colaborador à sua rotina profissional. O desenvolvimento da habilidade comunicacional impacta diretamente na melhor performance de trabalho dos funcionários. Assim, o gestor tem papel preponderante como o "primeiro comunicador" entre sua equipe e a organização. Falhas na comunicação podem transformar potenciais funcionários em meros executores passivos. Uma comunicação eficaz promove satisfação e impulsiona os resultados. Objetivos da comunicação interna de uma organização cultural • propiciar troca de informações entre os membros da organização de forma eficaz; • proporcionar visão mais integrada da organização, pois cada indivíduo passa a conhecer de maneira mais adequada as várias atividades desenvolvidas e quais são os responsáveis; • criar um clima que estimule os desafios e a criatividade • aproximar pessoas estimulando o sentimento de pertencimento Meios de comunicação interna • Comunicação interna (ci), • Mural; • Reunião; • Jornal; • Boletin; • Intranet/Internet. Mas porque a comunicação interna é tão importante numa organização? 4 – Porque os empregados são parceiros e quanto mais bem informados estiverem, mais envolvidos com aquela empresa, sua missão e seu negocio, eles estarão. A comunicação interna amplia a visão do empregado, dando – lhe um conhecimento sistêmico do processo. Assim o funcionário, sabendo do seu trabalho o desempenhará com mais eficiência. – Os ‘’melhores porta – vozes’’ da empresa que trabalha, pois sua opinião vale muito para quem está de fora. Ele é o maior propagandista de sua organização.Funcionários descontentes, mal informados, podem gerar prejuízos nas organizações porque podem expressar, com mais autenticidade do que outros públicos, tanto para o lado negativo ou positivo, pois afinal de contas são eles que esta vivendo lá dentro. Por isso o processo de comunicação interna precisa ser valorizado e os canais que ele dispõe como: jornais, boletins, murais etc. disponibilizados de forma eficaz e atrativa para que realmente cumpram sua missão de integrar todo o quadro funcional de uma organização. Comunicar é mais que informar é atrair, envolver… E neste processo, todos os empregados possuem seu valor e atuam de forma a tornar uma organização bem informada ou não. Enfim, uma boa comunicação interna depende de todos nós! A comunicação externa Contempla as ações desenvolvidas por uma organização no sentido de reforçar a imagem de suas marcas, produtos e serviços. Baseia-se sobretudo na assessoria de imprensa, relacionamento com a mídia e além do esforço promocional. Objetivos da comunicação externa • criar e consolidar a imagem do Ponto de Cultura junto aos públicos estratégicos. • captar recursos (financeiros, materiais, humanos e tecnológicos). • construir e manter relacionamentos. • trocar idéias e aprendizagens com outras organizações. Meios de comunicação externa • Relações públicas: - Carta - Releases (textos jornalísticos. Devem ter título, primeiro parágrafo que resuma as principais informações, mais três ou quatro parágrafos que expliquem melhor o que foi resumido na abertura do texto); 5 - Notas (textos curtos, que devem dizer tudo em quatro ou cinco linhas); - Entrevista (concedida a rádio e/ou jornal); • Propaganda/publicidade• Merchandising Comunicação de marketing Uma das condições básicas e necessárias para que uma organização construa o valor de sua marca é desenvolver estratégias bem sucedidas de comunicação de marketing. Seu objetivo é a criação de atitudes favoráveis nos diversos segmentos do público em relação à organização e à fixação de sua marca e imagem. Mas, atenção! A comunicação em marketing é muito mais que propaganda e publicidade. O que é marketing? No seu sentido mais amplo, o marketing se processa através de atividades sistemáticas de uma organização humana voltadas à busca e realizações de trocas para com o seu meio ambiente, visando objetivos específicos. Essa troca deve ser sistemática, intencional e voltada para uma expectativa de resultados previsíveis, qualificáveis ou não. As dificuldades em definir marketing provêm da sua relação direta com vendas, como também porque seu conceito vem sofrendo modificações desde que foi determinado pela primeira vez, como ocorreu na década de 60, quando seu conceito foi ampliado. Fazer marketing implicar em elaborar o produto/serviço de uma organização; estabelecer o seu preço; decidir como e onde ele será distribuído até chegar no seu consumidor final; e definir como o mercado será comunicado sobre sua existência, utilizando-se dos meios de divulgação para persuadir o seu consumo. Para isso, a organização deve planejar o seu composto de marketing (marketing mix), também chamado de 4 P’S DO MARKETING: • Produto; • Preço; • Ponto ou Distribuição; • Promoção. Com a evolução conceitual mercadológica a partir da década de 80, organizações sem fins lucrativos (como ong’s, bibliotecas, hospitais, etc.) despertaram o interesse pelo marketing com o objetivo de manter suas organizações dada a escassez de recursos públicos. Surgindo daí o conceito de marketing social. 6 O mercado da cultura, por sua vez, deu origem ao marketing cultural e se estruturou num campo de atuação mista, pela mistura das técnicas de apoio recíproco de marketing empresarial e marketing institucional. Produção e Gestão de Conteúdos A produção e gestão de conteúdos multimídia é outra atividade desenvolvida pela equipa de Comunicação e Educação que coopera no sentido de produzir e divulgar no site as notícias relativas à empresa no que diz respeito às suas áreas de intervenção. Neste sentido existe um envolvimento na produção, alteração e constante atualização de todos os conteúdos, o que torna o site bastante dinâmico. Organização de Ações Formativas Assumindo-se como uma “organização aprendente” a empresa tem a preocupação e necessidade constante de, por um lado desempenhar um. papel ativo na sua aprendizagem e evolução. Por outro, desenvolver ações formativas que permitam apresentar o resultado decorrente dessa aprendizagem. Neste sentido, tem desenvolvido e organizado diversos acontecimentos como workshops e seminários, através dos quais transmite o seu conhecimento nas diversas áreas de intervenção e apresenta simultaneamente os seus produtos, promovendo as TIC como ferramenta de apoio ao negócio, mas também como fator determinante da dinâmica das organizações. A comunicação empresarial e a gestão da mudança As mudanças organizacionais Mudanças organizacionais, o que isso representa de fato? Em primeiro lugar, já é concebido que as organizações passam por transformações crescentes ligadas aos avanços na área científica e tecnológica. Essas transformações levam a modificações não apenas de equipamentos, mas também nos processos de trabalho e na gestão de pessoas. Novas tecnologias necessitam de novos conhecimentos tanto para execução de operações como na gestão de pessoas, e isso significa a necessidade de um redesenho organizacional que leve em conta as pessoas envolvidas no processo. Esse redesenho organizacional exige uma redefinição dos perfis humanos necessários para o desempenho nas novas funções. Mudanças nos processos de trabalho requerem portanto, uma conexão estratégica entre pessoas e tecnologias. Quando uma empresa implanta uma nova tecnologia, a utilização dessa tecnologia estará sujeita às influências do clima e da cultura organizacional e que devem ser analisados como peças fundamentais no gerenciamento da organização. O clima reflete os reflexos de todas as mudanças organizacionais. Mediante uma pesquisa de clima pode-se obter inúmeras informações sobre as reações às mudanças organizacionais. Dentre muitas respostas as variáveis a serem analisadas pode se identificar o nível de ansiedade diante da possibilidade de perda do emprego ou frustração diante dos novos modelos de gestão. 7 A essência dos subsídios da pesquisa de clima organizacional é o mapeamento das percepções sobre o ambiente interno da organização, como um ponto de partida igualmente válido para a mudança e o desenvolvimento organizacional. (CODA, 1997:99) Outro aspecto a ser analisado é a cultura organizacional, que é o modelo de pressupostos básicos, que determinado grupo tem inventado, descoberto ou desenvolvido no processo de aprendizagem para lidar com os problemas de adaptação externa e integração interna. Uma vez que os pressupostos tenham funcionado bem o suficiente para serem considerados válidos, são ensinados aos demais membros como a maneira correta para se perceber, se pensar e sentir-se em relação àqueles problemas. (SCHEIN, 1991:07) Em síntese, os resultados da análise do clima e da cultura organizacional fornecem indispensáveis subsídios para que as pessoas sejam gerenciadas nos novos modelos de trabalho. Comunicação e mudança organizacional Quando uma empresa resolve implantar um novo processo, esse novo processo estará sujeito aos padrões internos já estabelecidos como corretos, ou seja, a cultura organizacional. Dentro desta cultura organizacional se processam determinadas formas de comunicação e é dentro deste contexto que entrarão novas idéias. Assim, para que as novas formas de trabalho consigam os resultados esperados é importante a análise das formas existentes de comunicação e é a falta de gerenciamento da comunicação que pode gerar resultados inadequados nos outros planos estratégicos da organização. O gerenciamento da comunicação portanto, é fundamental para a obtenção de resultados adequados na aquisição de novas tecnologias e paralelamente pode-se relacionar com a redução de custos nesse processo de mudança pois, a medida que o planejamento estratégico analisa a comunicação, inserindo-a nas estratégias, a probabilidade de sucesso da implantação de novas tecnologias aumentará. Vale acrescentar que não é pelo fato de existir uma comunicação organizacional formalizada que todos os problemas de uma organização serão resolvidos. A forma de como a comunicação é utilizada pela empresa que está se automatizando/informatizando, pode influenciar no processo de entrada de novas tecnologias, alterar padrões de produção e identificar diferentes estratégias para a direção. (Baptista, 1999) A comunicação, para ser utilizada de forma adequada pelas organizações, necessita do amplo entendimento da cultura e clima organizacional e embora exista a comunicação independentemente da importância que a empresa manifeste para ela, não será um veículo facilitador nas diferentes questões organizacionais, se não for utilizada corretamente e como uma forma de amenização dos diferentes impactos gerados pelas mudanças na empresa. Considerando-se o Brasil, como um país que tenta sair de uma crise econômica, geralmente as empresas valorizam os aspectos que mostram um ganho financeiro mais rápido. Carvalho (1994) a propósito, afirma que a velocidade das implementações estão associadas, de fato, aos altos e rápidos ganhos de produtividade. O alcance deste objetivo não leva em conta o planejamentono processo de aquisição de novas tecnologias. Esse não planejamento, está 8 relacionado com a pouca importância que a empresa dá para o processo de transferência de novas tecnologias, ou seja, para o processo de comunicação das metas, idéias e mudanças organizacionais. A comunicação tem um aspecto importante dentro destas transformações, e pode facilitar a compreensão, nos processos de transmissão e assimilação de novos conceitos e na socialização do conhecimento, isto é, compartilhar com todos os trabalhadores as metas da organização. Quando um trabalhador realmente conhece os planos da empresa em que trabalha, ele poderá colaborar com as mudanças que forem propostas. Uma vez que a comunicação exerce um papel importante, principalmente nos períodos de mudanças nas organizações, ela precisa ir além da flexibilização ou breve amenização dos impactos, isto é, ela tem o papel de ir além do procedimento apenas informativo de mudanças e decisões sobre quaisquer assuntos. À medida que os funcionários da organização participarem do processo de mudança, estarão fazendo parte de um contexto, e fazendo parte, terão a possibilidade de participar ativamente, como por exemplo através de sugestões. Uma vez que o desenvolvimento tecnológico gera acentuadas mudanças nas organizações, o impacto deste processo, é tão grande que somente as técnicas administrativas não dão conta de uma explicação. O entendimento passa pelo processo de comunicação como forma fundamental de transferir as novas tecnologias, portanto, a comunicação pode dar suporte às empresas e realmente auxiliar no processo de implantação de novas tecnologias. A comunicação estratégica é indispensável na mudança organizacional. A forma como se processa e gerencia-se a comunicação pode gerar influências no clima da organização e essas influências podem ser reforçadas ou refutadas pelo padrão de cultura organizacional. Diante disso, podemos considerar que uma comunicação é estratégica quando leva em conta o estado atual do clima organizacional e o tipo de cultura da organização. Os resultados, tanto do clima como da cultura organizacional estabelecem as estratégias à serem utilizadas. Uma das estratégias comunicacionais está baseada no sistema de ouvidoria interna. A dinâmica que tem levado as organizações à ouvir seus clientes internos é um dos muitos aspectos que são reflexos das mudanças organizacionais. O sistema de ouvidoria é por si só estático. Portanto, é necessário que os gestores incentivem a participação, seja divulgando o sistema, mostrando os benefícios potenciais da participação e constantemente fornecer o feedback aos envolvidos. Qualquer que seja a reclamação ou sugestão, o feedback é indispensável para a existência saudável de um sistema de ouvidoria interna. A ouvidoria pode ter o papel comunicacional de integração. Para tanto, necessita de uma adequada organização das informações coletadas a fim de viabilizar o desenvolvimento de estratégias. Conceituadas organizações usam as informações decorrentes de reclamações para solucionar os problemas ou melhorar a qualidade dos produtos e serviços. (Oliveira, 2000:24) Em certo sentido, o conceito de organização é semelhante ao de comunicação. (LITTLEJOHN, 1988:287) Dentro da empresa, se processam determinadas formas de 9 comunicação e neste contexto se inserem as mudanças. Cabe a lideranças organizacionais decodificar as formas de comunicação existentes e inserir os resultados dessa decodificação nas estratégias dos processos de transição. As novas formas de comunicação conectam-se aos modelos existentes. Neste ponto WURMAN (1991:265) reforça essa importância quando diz que nós tendemos a perceber as coisas que se relacionam aos nossos interesses e atitudes preexistentes, seja para reforçá-las ou para refutá-las. As pessoas, conscientemente ou não, têm tendência a descartar a informação que contradiga esses interesses e atitudes. Neste aspecto, o processo comunicacional interno deve estar em sintonia com um sistema social mais amplo. Amplo na concepção de empresa como um grupo e os subgrupos existentes. Uma organização não modifica-se estrategicamente apenas adquirindo novos equipamentos, é uma auto sabotagem tentar modificar uma empresa sem um gerenciamento que realize as conexões necessárias. Esse gerenciamento deve levar em conta o sistema organizacional, Lipnack & Stamps (1994) reforçam essa idéia quando dizem que é difícil "enxergar "uma organização fisicamente distribuída. É preciso transformar esta dificuldade numa vantagem promovendo a "consciência do sistema como um todo". Enfatize a forma pela qual todos os componentes do sistema se inter-relacionam uns com os outros. Para Ziemer (1996) as organizações sinérgicas são mais conscientes de seu papel e de seu significado dentro do contexto maior, e são capazes de modificar e expandir a própria identidade de maneira a incorporar mudanças macroestruturais. São empresas capazes de criar "o novo", em vez de apenas reproduzir o predeterminado. Acompanhar as inovações é uma necessidade porém, as organizações obterão maiores resultados se levarem em conta o ser humano envolvido nos processos de trabalho. Dessa forma, novas tecnologias, somente podem ser entendidas enquanto um processo e da mesma forma uma transição para novos ambientes de trabalho, requerem novos estudos das relações indivisíveis sobre a gestão de processos e de pessoas no ambiente organizacional. As Modalidades da Comunicação: Cultura, Estrutura e Gestão Para estabelecer um diálogo efetivo com os públicos, é importante conhecer e analisar os componentes do cenário estratégico de atuação das organizações. Isso significa, entre outros aspectos, “identificar, nas pessoas e nos grupos organizados, comportamentos e formas de contato que venham a facilitar o estabelecimento do processo de relacionamento nas unidades consideradas” (FORTES, 2003, p. 21). Mas quem são os públicos com os quais as organizações devem interagir? Em um breve resgate do conceito de público, cabe ressaltar que não há uma unanimidade entre autores. Do ponto de vista histórico, pode-se dizer que surge com o desenvolvimento da imprensa, no século XVI, uma vez que a leitura simultânea da Bíblia deu aos leitores a 10 sensação de formar um corpo social novo. O conceito firma-se com o surgimento de vários jornais, após a revolução de 1789, na França, ao inserir noções de atualidade e de unanimidade simultânea. Tomando como base conceitos sociológicos, o termo designa um grupo de pessoas envolvidas em uma dada questão, divididas em suas posições e que discutem o problema. Porém, para França (2008), este conceito não se aplica à realidade mercadológica e competitiva da atualidade. Para ele, público pode ser definido como, (...) grupos organizados de setores públicos, econômicos ou sociais que podem, em determinadas condições, prestar efetiva colaboração às organizações, autorizando a sua constituição ou lhes oferecendo o suporte de que necessitam para o desenvolvimento de seus negócios. (FRANÇA, 2008, p. 52) O estabelecimento desses públicos, na visão do autor, deve ir além dos critérios usuais, como de contiguidade e proximidade física (interno, externo, misto). A proposta defendida é que sejam estabelecidos por: grau de dependência jurídica e situacional da organização de seus públicos; grau de participação nos negócios da organização, na defesa de seus interesses e na promoção institucional ou mercadológica; e no nível de interferência que determinados públicos podem exercer sobre a organização e seus negócios. Ao efetuar o mapeamento e cientes da missão, visão e valores das organizações, os profissionais de comunicação têm ao seu dispor vários recursos da comunicação dirigida e de massa para estabelecer o diálogo com os públicos de interesse.Isso não significa, contudo, que essas ações comunicativas devam ser feitas de forma isolada. Neves (2000) defende que tudo isso deve acontecer na perspectiva da comunicação integrada, o que significa ter a mesma mensagem para todos os públicos, sendo que a segmentação ocorre na definição dos programas e veículos, adequando-se às características dos receptores. Kunsch (2003, p. 150) defende que convergir as atividades comunicativas, “com base numa política global, claramente definida, e nos objetivos gerais da organização, possibilitará ações estratégicas e táticas de comunicação mais pensadas e trabalhadas com vistas na eficácia”. Na visão da autora, o mix da comunicação organizacional, que deve ser trabalhado de forma integrada, é composto pelas modalidades: comunicação institucional, comunicação mercadológica, comunicação interna e comunicação administrativa. A comunicação institucional diz respeito à construção da imagem corporativa. Para Neves (1998, p. 42), imagem “é o conjunto de fatores objetivos e subjetivos que envolve o 11 produto, o serviço ou a organização que os oferece”. Ou seja, esta construção inclui desde a garantia de qualidade prometida pela marca até situações construídas no imaginário dos clientes, com base em seus próprios valores. Para isso, é preciso conhecer e compartilhar a missão, a visão, os valores, a filosofia e as políticas da organização, indo além de uma simples divulgação institucional (KUNSCH, 2003). A comunicação mercadológica vincula-se ao marketing de negócios. Focada no mercado, tem como ferramentas a publicidade, a propaganda, a promoção de vendas, além das pesquisas de mercado e do produto e/ou serviço que, por sua vez, geram informações que vão subsidiar as demais atividades. A comunicação administrativa é caracterizada pela troca de informações no âmbito organizacional. O fazer organizacional, no seu conjunto, transforma os recursos em produtos, serviços ou resultados. E para isso é fundamental e imprescindível valer-se da comunicação, que permeia todo esse processo, viabilizando as ações pertinentes, por meio de um contínuo processamento de informações (KUNSCH, 2003, p. 153). Por fim, a comunicação interna envolve planejamento, objetivos claros e a proposta de integrar, na medida do possível, a organização e os funcionários, podendo usar, inclusive, ferramentas da comunicação institucional e mercadológica. Independente dos recursos disponíveis para estabelecer o diálogo com o público interno (intranet, blog corporativo, jornal mural etc.), é importante ressaltar que comunicar não se resume à difusão de informações, é preciso estabelecer um processo dialógico, horizontal. Afinal, comunicação transparente motiva funcionários e contribui na formação da identidade corporativa. O nível de dialogicidade e horizontalidade da comunicação vai depender, entre outros fatores, da cultura, como um dos principais componentes do cenário interno e externo. Nas organizações, é pelos valores compartilhados pela totalidade dos seus membros que elas expressam seus objetivos e metas e se afirmam como únicas na sociedade e no mercado. É um dos principais elementos da identidade cultural (FERRARI, 2009). Se levarmos em consideração que a organização é uma construção social coletiva dinâmica compartilhada por pessoas e grupos sociais que percebem, pensam e reagem diante de diferentes contextos, podemos, com toda a propriedade, falar de uma cultura organizacional, pois estamos nos referindo a um ser vivo pensante (...) (FERRARI, 2009, p. 147). 12 A autora define cultura organizacional “como um conjunto de estruturas, representações e significados, negociados constantemente pelos indivíduos e grupos, e por meio dos quais eles interagem socialmente com base na interpretação que fazem da realidade organizacional” (2009, p. 148). Analisar as organizações sob a ótica da cultura permite encará-las como redes de interação social que impactam ambientes interno e externo e que são impactadas por eles. Afinal, existe relação estreita entre a cultura organizacional e a nacional. Gestão da Imagem A gestão da imagem é um dos aspectos mais relevantes para uma empresa, não só na sua apresentação e divulgação, mas também por constituir um fator considerável para o seu sucesso. Comumente considera-se que a primeira percepção da imagem é aquela que assume um maior peso na formação de impressões; no entanto, aposta-se numa abordagem visuo-estética conducente a uma reflexão constante não apenas do que se vê, mas como se vê. Neste contexto, contrariamente à maioria das empresas, existe um ânimo coletivo da equipe na tentativa de sintonizar constantemente a imagem que vai ser exteriorizada com o conceito que está a abordar para os produtos a disponibilizar. Outra das formas que é utilizada para a divulgação da imagem da empresa passa pelo contato com a comunicação social disponibilizando informação sobre suas áreas de intervenção e acontecimentos relevantes na vida desta organização. Mídia – Publicidade – Propaganda – Impressos: Para uma comunicação externa eficiente uns dos requisitos é que a Mídia, Publicidade, Propaganda e Impressos estejam sendo bem feitos, se estão atingindo o publico alvo. Captação de novos clientes: As ligações que estão sendo feitas na empresa estão captando novos clientes, se os antigos clientes se mantêm, pois isso é essencial na sua empresa. Manutenção de Clientes: Se os Clientes estão recebendo informações regularmente sobre as novidades, produtos que sua empresa oferece. Em Publico: Está bem apresentável em uma reunião externa, ser dinâmico. Internet: A maior ferramenta de comunicação do século XXI. Como um site da empresa, os contatos feitos através dele, ele precisa estar claro para todos que visualizam, funcionar bem, pois não tem nada pior que um site que não funciona ou as informações que os clientes procura. A Comunicação organizacional é um novo nicho de mercado de trabalho para o profissional de comunicação, tão realizador quanto trabalhar nas formas clássicas. É uma nova realidade, pois as empresas cada vez mais têm necessidades de se comunicar com todos os públicos para poderem ser mais competitivas e a comunicação organizacional é o cominho certo para a compreensão da empresa no seu contexto interno e externo, provocando uma harmonia no 13 conjunto, gerando uma sinergia positiva em todos os setores, provocando uma satisfação no contexto. BIBLIOGRAFIA CHINEM, Rivaldo. Comunicação empresarial: teoria e o dia-a-dia das assessorias de comunicação. São Paulo: Horizonte, 2006. MATOS, Gustavo Gomes de. Comunicação empresarial sem complicação. São Paulo: Manole, 2008. PIMENTA, Maria Alzira. Comunicação empresarial. Campinas: Alínea, 2009. VIEIRA, Maria Christina de Andrade. Comunicação empresarial. São Paulo: SENAC, 2007. ATIVIDADES DA AULA Leia o texto abaixo e descreva as principais vantagens da comunicação empresarial no mercado brasileiro e suas desvantagens. As duas caras da Comunicação Empresarial brasileira Wilson da Costa Bueno* A Comunicação Empresarial parece ter duas caras distintas. A primeira delas pode ser vista com facilidade nos discursos das empresas e de seus representantes (diretores, gerentes, chefes etc), particularmente em eventos onde a relação entre os organizadores e as empresas ou entidades que os patrocinam é promíscua (há empresas e, sobretudo, agências de comunicação pagando para relatar os cases de seus clientes, numa afronta aos congressistas, que ignoram este acordo e acreditam estar tomando contato com o que há de mais inovador no mercado!). Neste caso, tudo corre perfeitamente nas organizações: a autonomia dos executivos de comunicação é irrestrita, assim como éamplo o espaço para participação dos funcionários (eufemísticamente denominados de colaboradores). As verbas para as atividades de comunicação são generosas e, efetivamente, a comunicação é vista como estratégica e integrada (mas que beleza!). Os que são expostos a este "blá-blá-blá" empresarial, certamente, estarão propensos a acreditar que o universo empresarial se caracteriza por uma autêntica democracia. Há profissionais incautos que, ao assistirem palestras nestes eventos, saem por aí entusiasmados: "puxa, é nessa empresa que eu gostaria de trabalhar!". Aí está uma cara falsa, submetida a inúmeras cirurgias plásticas, borrada de maquilagem para esconder os defeitos, retocada no computador, como aquelas "beldades" que comparecem nas revistas masculinas e que parecem não ter nada fora do lugar. Há, no entanto, uma outra face da Comunicação Empresarial menos risonha. Ela reflete, sem dúvida, a verdadeira realidade das organizações empresariais brasileiras, onde a censura e auto-censura permanecem vivas, onde o comunicador (seja ele, jornalista, relações públicas, publicitário etc) se defronta com inúmeros obstáculos para exercer a sua atividade, onde as verbas costumam ser escassas (para a comunicação interna, quase sempre inexistente!) e a ética e a transparência são agredidas a cada momento. Nestes tempos bicudos, a situação tem sido ainda mais constrangedora, com a ameaça permanente de demissões, equipes pra lá de enxutas e muita pressão por resultados. Um estresse enorme, com pouco reconhecimento. 14 Quem trabalha ou já trabalhou em organizações empresariais (sejam elas de prestígio ou não) sabe que, excetuadas as honrosas exceções, a democracia interna é uma ficção. O profissional de comunicação, muitas vezes, tem se submetido a ingerências indevidas de quem não é do ramo e que confunde comunicação com controle da informação e responsabilidade social com marketing (no mau sentido). Infelizmente, para manter o emprego, os colegas precisam fechar os olhos e a boca e os desmandos continuam sendo preservados a quatro paredes, o que contribui para que essa hipocrisia se fortaleça. Algumas pesquisas, muitas delas realizadas por entidades importantes, que poderiam dar um retrato mais aproximado do que efetivamente acontece, acabam caindo na armadilha de ouvir os chefes, os responsáveis pela comunicação das empresas, que, falando em nome das suas organizações, pintam um quadro absolutamente cor-de-rosa. Eles estão mais preocupados em "criar uma imagem positiva" (para eles mesmos!) do que em contar a verdade, que acaba sendo revelada em papos informais, fora do ambiente da empresa. E essa verdade é doída demais! Uma dessas pesquisas, bem recente, sobre a comunicação interna nas organizações, traçou um cenário auspicioso (todas as empresas são "as melhores para se trabalhar) , quando a realidade é exatamente o inverso. Talvez fosse razoável (isso não ocorre aos que têm organizado as pesquisas, talvez porque eles queiram mesmo obter resultados que agradem às empresas!) fazer as mesmas perguntas aos funcionários (e não aos chefes!), porque, se eles tiverem liberdade, contarão exatamente o que está acontecendo nas organizações brasileiras. O quadro está mais prá cinza ou negro do que para cor-de-rosa, não há dúvida alguma. Sem retoque, sem manipulação, a cara da Comunicação Empresarial não é tão bonita como estão querendo pintar por aí. Entidades , que têm compromisso com as empresas associadas, executivos que vendem o seu trabalho e a sua consciência para as organizações, eventos com finalidades meramente comerciais, não podem mesmo exercer uma postura crítica. O mercado de Comunicação Empresarial se ressente desta independência e, por isso, continua pecando pela hipocrisia. Tudo bem: se examinarmos com atenção, respaldados em uma perspectiva histórica, veremos que a Comunicação Empresarial evoluiu bastante, sobretudo se comparada à que vigorava há 20 anos, mas estamos longe do ideal. Poucas empresas e poucos profissionais podem, sinceramente, festejar a Comunicação Empresarial que praticam: a maioria tem queixas imensas e se sente constrangida com o trabalho que realiza porque, em geral, tem um perfil bastante diverso do que se poderia esperar. Cabe à Academia e aos profissionais independentes exercerem esta postura crítica . A maioria das nossas entidades da área e dos profissionais está de mãos atadas. Eles dependem, respectivamente, do pagamento das empresas associadas e do seu emprego. Dá para entender os motivos pelos quais preferem jogar a sujeira pra debaixo do tapete e proclamar apenas os sucessos (muitas vezes, mentirosos) das organizações. Quem tem o privilégio de estar fora deste jogo, tem o dever de bocar a boa no trombone. Tem que denunciar os que vivem para louvar o rei e não, para reconhecer os direitos dos súditos. Se não agirmos desta forma, estaremos contribuindo muito pouco para o incremento da massa crítica na Comunicação Empresarial e muito menos ainda para a consolidação da democracia. É preciso, de uma vez por todas, tirarmos as máscaras que cobrem a Comunicação Empresarial brasileira. A gente quer uma Comunicação Empresarial de cara limpa. *Wilson da Costa Bueno é jornalista, professor do programa de Pós-Graduação em Comunicação Social da UMESP e de Jornalismo da ECA/USP, diretor da Comtexto Comunicação e Pesquisa. 15 ATIVIDADE DE AULA 02 Dentro de uma concepção moderna, a área de comunicação empresarial tem um papel importante na "administração de percepção" e na leitura do ambiente social da instituição. Nessa perspectiva deve contribuir para a análise dos planos de negócios da organização, identificando problemas e oportunidades no campo da comunicação. Nesse pressuposto ,descreva a matriz swot da comunicação empresarial brasileira.
Compartilhar