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Todo mundo odeia o Chris Alusões para a redação "Que o sucesso não falhe a quem tanto se esforça." ellenncristina sinopse A série mostra a vida da família Rock entre os anos de 1982 a 1987, focando em um membro em especial: Chris Rock. No ano de 1982, Chris completa 13 anos e muda-se com sua família para Bedford-Stuyvesant (conhecida como “Bed-Stuy”), no Brooklyn, Nova York. Lá, Chris vive as alegrias e desventuras de ser um adolescente, tanto em ações em que a história realmente acontece quanto em pensamentos e conclusões expostas de forma humorística e muitas vezes exageradas. Todo mundo odeia o Chris é inspirado nas vivências da adolescência do comediante Chris Rock, no bairro de Bed-Stuy, no distrito do Brooklyn, em Nova York. Principais Personagens Chris É o personagem mais infeliz e azarado da série. O único negro da escola onde estuda, além de ser filho mais velho de Julius e Rochelle. Ele deseja ser bonito, talentoso, popular, ou qualquer outra coisa positiva, mas não consegue realizar seus desejos. Quase sempre se dá mal nos episódios. Trabalha na mercearia do Doc a partir da 2ª temporada. Julius O pai de Chris é o filho mais velho de quinze irmãos, por isso teve de aprender um pouco de tudo, um homem super trabalhador que aprendeu a dar valor a cada centavo. Trabalha em dois empregos, não tendo quase tempo para dormir. Sempre dá conselhos que são verdadeiras lições de vida a seus filhos, principalmente para o Chris e, sempre tenta proteger sua filha Tonya, muitas vezes fazendo “vista grossa” para seus erros. Na vida real, Julius morreu em consequência de uma cirurgia para tratar de uma úlcera aguda no estômago, em 1988. Rochelle A mãe de Chris age como a ditadora perante a família, manda em seu marido, grita com a família inteira e bate nos filhos, para ela gritar é normal, tanto que ela já fala como se quisesse gritar. Nunca gostou de trabalhar, mas quando arruma um emprego faz questão de não permanecer nele, e sempre deixa bem claro: “Eu não preciso disso, meu marido tem DOIS empregos!”. É muito rígida com Chris, mas muito preocupada com a educação dos filhos, matriculando Chris em uma escola de brancos, por achar que o filho teria uma melhor educação. Drew Mesmo sendo mais alto que Chris, é o irmão do meio. Personagem mais sortudo da série, atraindo todas as meninas que Chris tem paixões. Tonya A irmã mais nova de Chris, e também única filha, por isso ela é capaz de conseguir qualquer coisa através de choros e gritos, chantagens e mentiras Greg Garoto branco, ítalo-americano, nerd e conselheiro, melhor amigo e o único que gosta de Chris. Sempre que Chris precisa, pode contar com Greg. Violência policial A violência policial é o ponto mais gritante ao longo da série, quase todos os episódios retratam o quanto a polícia era racista e que sua serventia era apenas para os brancos. Inclusive, no episódio em que Drew e Chris estão dados como desaparecidos, Rochelle liga para a polícia e a primeira pergunta é sobre a cor deles. Ao responder que são negros o policial informa que ela ligou errado, já na segunda tentativa, Rochelle informa que os desaparecidos são brancos e na mesma hora a polícia bate em sua porta, dispostos a ajudar. Sem contar os episódios que relatam falso flagrante e o fato da polícia identificar um criminoso pela cor da pele e não pelos atos cometidos. O que deixa nítido que independente da pessoa, se fosse negra seria presa tendo cometido ou não o crime. E como exemplo, relembro aquela clássica cena que mostra o que o policial ouvia da testemunha “ele era negro e negro, negro negro negro, e usava negro, e mancava negro e aqui também negro e andava negro”. Educação financeira dentro do núcleo familiar No seriado, Julius Rock, é um indivíduo totalmente preocupado com os gastos financeiros de sua família, sempre tentando poupar as despesas, ato que o faz muitas vezes ser taxado de "pão duro". No entanto, tal cuidado com o dinheiro fez os Rock superar com maior facilidade os problemas que afetam a falta de capital. Temas e Alusões Trabalho infantil Com menos de 14 anos de idade, Chris, além de estudar precisava trabalhar para se manter, o que dificulta ainda mais sua caminhada e o colocava há cinco passos atrás dos colegas brancos de sua escola. Falta de acesso democratizado à cultura A educação precária consequentemente implicava no pouco acesso a cultura dita erudita, que estava destinada aos brancos. Isso fica evidente no episódio em que Rochelle leva Drew e Tônia ao museu e passam minutos encarando um quadro sem entender e a Rochelle explica com uma única frase: “é arte!”. Além disso, ao participar da feira do livro de Tonia, Rochelle nota que um menino coloria um livro e o critica dizendo “meninos brancos na sua idade fazem esculturas”. É inegável a existência da restrição e desigualdade de acesso, e a precariedade entre os próprios negros. Invisibilidade e discriminação do negro na sociedade Rochelle, mãe de Chris, o fato de ela ser “pobre e soberba” diz muito sobre o quanto o negro em sociedade precisa sempre se reafirmar enquanto gente. O fato da personagem se preocupar extremamente com sua aparência e com a de sua família mostra que ela entende o que é ser negra e entende que a sociedade cobra de maneira cruel e absurda dos negros a ponto de qualquer falha se tornar motivo de maior discriminação. Rochelle não é soberba, é apenas uma mulher negra que não quer que sua família sofra mais preconceitos do que já sofre. É narrado, também, em outro episódio, um policial espancado um jovem por causa dele estar carregando um pacotinho de droga no bolso. ellenncristina Patriarcalismo Julius, pai de Chris, é o personagem que representa o patriarca típico que passa mais tempo fora de casa trabalhando do que com a família, visto que precisa sustentar a casa e os filhos. Assim como mais dois homens do bairro, pois segundo a narração de Chris, naquele bairro só existiam mais três pais. Provavelmente as famílias eram constituídas, em maioria, por mães solteiras, vítimas de maridos que abandonam o lar após gravidez. Nesse momento vale lembrar do episódio que o Chris dirige até a escola com o carro de seu pai e sua professora reage com “fiquei sabendo que você tem um pai… legal!”. Temas e Alusões Situação precária das escolas nos bairros mais pobres Assim, fica notório a negligência das esferas governamentais Começando pelo personagem principal da série, Chris, que precisa ir para uma escola em outro bairro e o fato dele ter que se deslocar para longe, necessitando de dois transportes é o retrato da educação precária em bairros mais pobres e de população majoritariamente negra. E esse fato fica nítido quando Chris decide ir à escola do seu bairro e percebe que lá a violência é bem pior. Importante ressaltar aqui é que Chris é o único aluno negro da escola. Discriminação, racismo, preconceito racial A educação precária consequentemente implicava no pouco acesso a cultura dita erudita, que estava destinada aos brancos. E agora falando em discriminação, a escola do Chris é o lugar onde as diferenças são gritantes. O único negro da escola é alvo de racismo velado e escancarado, e falas preconceituosas de sua professora que com frases recheadas de racismo consegue formar exatamente o estereótipo do que a sociedade enxergava e até hoje enxerga o que é ser negro. A professora é o típico perfil de branco que faz parecer que conhece e respeita a cultura negra, mas que na verdade só a ridiculariza e estereotipa. Pirataria e a cultura de transgressões às leis Bed-Stuy (só louco vai), alguns objetos e presentes que os moradores do bairro podiam comprar eram fornecidos pelo personagem Perigo, responsável por vender mercadoria roubada. Os objetos vendidos eram o mais próximo que podiam ter de mercadoria de qualidade com preço baixo, o que até hoje é fornecido pelo camelódromo que dá a oportunidade das classes menos favorecidas de adquirir produtos bons (genéricos ou não) por um preço acessível. Dificuldadesfinanceiras Muitas cenas apresentam a dura realidade e críticas sutis que podem passar despercebidas, como o episódio “todo mundo odeia a linguiça” que apesar de bastante engraçado é um tanto quanto triste. E se você parar para pensar no fato de que por dificuldade financeira muitas vezes é necessário recorrer a um tipo de “estoque” de um único alimento, por motivos de desconto e/ou promoção, para não deixar de sustentar os filhos e a si próprio. A linguiça pode ser também a salsicha, o ovo, o miojo, a sardinha e tantos outros alimentos baratos que costumam estar diariamente presentes na mesa de várias famílias pobres, inclusive conhecem pessoas que não conseguem comer certos alimentos por se remeterem a infância difícil onde só tinham aquilo para comer. ellenncristina Construção do negro dentro do corpo social sempre é visto como inferior. Temas e Alusões Ainda falando sobre a forma sutil que a série apresenta duras críticas, o episódio em que o Chris entra para o jornal da escola, tem seu primeiro artigo completamente rejeitado pela professora e pela aluna responsável do jornal que diz que não quer ler sobre um “Romeu velho seboso do gueto”, já que o artigo contava as histórias amorosas de Dock e então o Chris reescreve o artigo e muda completamente o papel, tornando o tal “Romeu do gueto” em assassino, após essa mudança a professora e a aluna do jornal passam a amar o artigo e todos se surpreendem de forma positiva e negativa. O interessante a se observar nesse episódio é como a construção do negro dentro de uma narrativa deve ser e é sempre inferior. Ao longo da história o negro nunca esteve em papel principal enquanto sujeito, mas sempre como objeto, sendo coadjuvante ou antagonista, com papéis de bandido, assassino, serviçais, etc (o currículo diversos atores negros não me deixa mentir). O fato do “Romeu do gueto” não ter agradado é retrato de uma sociedade racista que não aceita o negro como personagem principal dentro de uma narrativa. O papel de mocinho e bandido carrega valores que estão ligados diretamente a raça e classe social, e infelizmente isso ainda se estende em filmes, animações e novelas. Diferença entre negros e brancos vistas na sociedade a série faz constante contrastes entre a vida de negros e brancos, e a desigualdade é gritante. Em um episódio, os amigos Chris e Greg querem ir a um show, mas precisavam ser maiores de idade, Chris sugere ao Greg que arrume os documentos falsos com a seguinte justificativa: “(…) porque se você for apanhado com identidade falsa só vai fazer serviço comunitário, se eu for pego com identidade falsa vou para cadeia junto com o cara que atirou no presidente” tabagismo Durante todo o século XX, formou-se uma verdadeira cultura do cigarro, com filmes e seriados associando o fumo à virilidade e à força. Tal fato pode ser exemplificado com base no seriado Todo Mundo Odeia o Chris, no qual, ao tentar se tornar "descolado", recomendam-lhe colocar um cigarro atrás da orelha. Em um dos episódios, é retratada a relação da personagem Rochelle com o cigarro, em que ela faz uso desse como forma de distração. Visto isso, é durante a adolescência que as pessoas são mais sujeitas a iniciarem o uso do tabaco, uma vez que essa fase se caracteriza pelas constantes mudanças e conflitos, o que torna o grupo mais vulnerável a dar início ao consumo de produtos, como o cigarro. Moradores de rua Um dos personagens, o “Golpe Baixo” (originalmente, “Kill Moves”), é morador de rua, por ter perdido o emprego no corte de gastos promovido pelo governo dos Estados Unidos. É marginalizado na sociedade, porém, conseguiu fazer amigos, como o pessoal da barbearia onde Chris frequenta. Sua combustão gera aproximadamente 2000 compostos químicos, como hidrocarbonetos - substância altamente tóxica e cancerígena Carro como símbolo de status social Chris consegue tirar sua habilitação e inicia a busca para comprar seu primeiro automóvel. Sua meta principal era adquirir um veículo baseado no desejo de conquistar status social e ser aceito pelos jovens de seu convívio social. Disparidade Social Temas e Alusões Em muitos episódios são mostrados fortes contrastes sociais: pessoas mais ricas possuem privilégios na sociedade, enquanto as mais pobres não têm tantas oportunidades. Criminalidade Bullying Durante alguns anos do Ensino Fundamental, Chris foi o único aluno negro na escola em que estudava, o que intensificou sua situação de minoria social. Além disso, diariamente, ele sofria bullying dos colegas – e até mesmo de professores. O principal bullie de Chris era Caruso, que quase sempre o insultava e o agredia. Um dos únicos estudantes que não destratava Chris era seu melhor amigo, Greg. todo episódio o personagem principal é assaltado e ninguém faz nada, a violência é tão banalizada que todo mundo tem que mudar a sua rotina para se adaptar a criminalidade. Além do mais, quando se tem que usar o serviço 190, além da morosidade para atuação policial, as perguntas oriundas das centrais são cheias de cretinice e preconceito. Entre as características afins, criminalidade galopante, gestão acéfala, amadorismo, estrutura precária, policiais despreparados, inoperantes, desmotivados até mesmo corruptos e preconceituosos. Síndrome de Burnout (Síndrome do esgotamento profissional) Julius, pai e protagonista do seriado, é um personagem que, por ter dois empregos, é retratado diversas vezes extremamente esgotado e com a necessidade de descansar. A conduta de Juius é similar à negligência do descanso e ao lazer hodiernamente, haja vista, maioritariamente, os indivíduos buscam sucesso financeiro de maneira exaustiva ,fator esse que pode culminar em consequências para a síndrome de Burnout. “Eu não preciso disso, meu marido em dois empregos!” ? Isso mesmo, Julius possui dois empregos. De manhã ele trabalha como motorista de caminhão, e a noite trabalha como segurança. Esse, é mais um de seus sacrifícios por sua família. Analfabetismo Funcional Analfabetismo funcional é a incapacidade que uma pessoa demonstra ao não compreender textos simples. Tais pessoas, mesmo capacitadas a decodificar minimamente as letras, geralmente frases, textos curtos e os números, não desenvolvem habilidade de interpretação de textos e de fazer operações matemáticas. É narrado, em um episódio, a semana da pizza . Na qual a turma de Chris só ganhará a pizza se ele tirar nota azul em Matemática. Contudo, O protagonista demonstra grandes dificuldades de aprendizagem nos cálculos matemáticos, uma vez que sua habilidade interpretativ é muito baixa.
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