Buscar

MANUF CELULAR livro

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 188 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 188 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 188 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

2019
Manufatura Celular e 
SiSteMaS flexíveiS
Prof. Diego Milnitz
Prof. Jorge Hilário Bertoldi
Copyright © UNIASSELVI 2019
Elaboração:
Prof. Diego Milnitz
Prof. Jorge Hilário Bertoldi
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
Impresso por:
M659m
 Milnitz, Diego
 Manufatura celular e sistemas flexíveis. / Diego Milnitz; 
 Jorge Hilário Bertoldi. – Indaial: UNIASSELVI, 2019.
 178p.; il.
 ISBN 978-85-515-0265-5
1.Manufatura celular – Brasil. I. Bertoldi, Jorge Hilário. II. Centro 
Universitário Leonardo Da Vinci.
CDD 670.427
III
apreSentação
Caro acadêmico
Neste livro serão apresentados os assuntos referentes a Manufatura 
Celular e Sistemas Flexíveis, abordando os conteúdos de maneira cumulativa 
e simplificada para que você possa assimilar facilmente e aplicar esses 
conceitos em seu ambiente de trabalho, caso considere pertinente ao processo 
de fabricação dos produtos de sua empresa.
A Unidade I contempla os Sistemas Flexíveis de Manufatura – SFM, 
dividida seguindo uma ordem lógica de entendimento do assunto, abordando 
os Componentes dos Sistemas Flexíveis de Manufatura, como hardware e 
software, tipos de manipuladores, robôs, Automated Guided Vehicle – AGV e 
armazéns automatizados. Após conhecer os componentes, serão estudados 
os tipos de layout baseado nos processos e arranjos físicos e as mais diversas 
aplicações possíveis dos Sistemas Flexíveis de Manufatura. 
Já a unidade II irá tratar os assuntos de Manufatura Celular, 
possibilitando que você aprenda a configurar as células de manufatura baseado 
em metodologias fundamentadas como é o caso da tecnologia de grupo, 
codificação, fluxo de processo e rank order clustering – ROC. Serão abordados 
assuntos relacionados a padronização de operações e balanceamento de linha, 
para que as células, além de configuradas, estejam padronizadas e balanceadas 
de acordo com as teorias validadas pelo mercado de trabalho, sem contar 
os métodos e técnicas de troca rápida de ferramentas que proporcionarão a 
possibilidades de reduções drásticas nos tempos de setup.
Finalmente a Unidade III contempla assuntos de gestão 
comportamental do trabalho, evidenciando técnicas de job rotation, 
alargamento, empowerment, além da polivalência de funções e trabalhos 
flexíveis, parte fundamental para o perfeito funcionamento adequado das 
células produtivas. O último tópico desta unidade trata do trabalho em 
equipe e gerenciamento de conflitos como um diferencial competitivo, 
buscando estabelecer um bom ambiente organizacional aliado aos 
benefícios obtidos com os sistemas flexíveis de manutenção e a operação 
em manufatura celular.
IV
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto 
para você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há 
novidades em nosso material.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é 
o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um 
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. 
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova 
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também 
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, 
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade 
de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. 
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para 
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto 
em questão. 
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas 
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa 
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de 
Desempenho de Estudantes – ENADE. 
 
Bons estudos!
NOTA
V
VI
VII
UNIDADE 1 – SISTEMAS FLEXÍVEIS DE MANUFATURA (SFM) ............................................ 1
TÓPICO 1 – COMPONENTES DOS SISTEMAS FLEXÍVEIS DE MANUFATURA – SFM .... 3
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 3
2 TIPOS DE COMPONENTES DOS SISTEMAS FLEXÍVEIS DE MANUFATURA – SFM .... 5
2.1 COMPONENTES DE HARDWARE ............................................................................................ 5
2.2 COMPONENTES DE SOFTWARE ............................................................................................... 11
RESUMO DO TÓPICO 1....................................................................................................................... 14
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 15
TÓPICO 2 – TIPOS DE LAYOUT PARA OS SISTEMAS FLEXÍVEIS 
 DE MANUFATURA – SFM ............................................................................................ 17
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 17
2 TIPOS DE PROCESSOS PARA OS SISTEMAS FLEXÍVEIS DE MANUFATURA – SFM ... 18
3 ARRANJO FÍSICO PARA OS SISTEMAS FLEXÍVEIS DE MANUFATURA – SFMA .......... 22
RESUMO DO TÓPICO 2....................................................................................................................... 29
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 30
TÓPICO 3 – APLICAÇÕES DOS SISTEMAS FLEXÍVEIS DE MANUFATURA – SFM .......... 31
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 31
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................. 46
RESUMO DO TÓPICO 3....................................................................................................................... 50
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 51
UNIDADE 2 – MANUFATURA CELULAR ....................................................................................... 53
TÓPICO 1 – CONFIGURAÇÃO DAS CÉLULAS DE MANUFATURA ....................................... 55
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 55
2 CONCEITO DE CONFIGURAÇÃO DAS CÉLULAS DE MANUFATURA ............................. 56
2.1 CONCEITO RUSSO ........................................................................................................................ 57
2.2 CONCEITO DE CODIFICAÇÃO ................................................................................................. 57
2.3 CONCEITO DE FLUXO DE PROCESSO .................................................................................... 58
2.4 RANK ORDER CLUSTERING – ROC .......................................................................................... 61
2.5 DISPOSIÇÃO DAS MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS EM CADA CÉLULA ....................... 65
RESUMO DO TÓPICO 1....................................................................................................................... 68
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................69
TÓPICO 2 – PADRONIZAÇÃO DAS OPERAÇÕES ..................................................................... 71
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 71
2 PRINCÍPIOS BÁSICOS DA PADRONIZAÇÃO DE OPERAÇÕES ......................................... 72
2.1 OBJETIVOS DA PADRONIZAÇÃO DE OPERAÇÕES ............................................................ 73
3 ETAPAS DA PADRONIZAÇÃO DE OPERAÇÕES ...................................................................... 74
3.1 MAPEAMENTO ............................................................................................................................. 74
3.2 TREINAMENTO E PREPARAÇÃO PARA A IMPLEMENTAÇÃO ....................................... 77
SuMário
VIII
3.3 IMPLEMENTAÇÃO DA MUDANÇA .......................................................................................77
3.4 MONITORAMENTO E CONTROLE .........................................................................................79
3.5 ALINHAMENTO DE SETORES E DEPARTAMENTOS .........................................................80
3.6 TECNOLOGIA ...............................................................................................................................80
3.7 GESTÃO DE RISCO ......................................................................................................................81
3.8 INDICADORES DE DESEMPENHO ..........................................................................................82
4 INSTRUÇÕES DE TRABALHO .....................................................................................................83
RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................87
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................88
TÓPICO 3 – BALANCEAMENTO DE LINHA E TROCA RÁPIDA DE FERRAMENTAS ....89
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................89
2 ESTUDO DOS TEMPOS ...................................................................................................................89
2.1 TEMPOS CRONOMETRADOS ...................................................................................................90
2.1.1 Etapas de determinação do tempo padrão .......................................................................91
2.1.1.1 Divisão da operação ..........................................................................................................91
2.1.1.2 Determinação do número de ciclos .................................................................................92
2.1.1.3 Avaliação do operador ......................................................................................................93
2.1.1.4 Tolerância ............................................................................................................................94
2.1.1.5 Determinação do tempo padrão ......................................................................................95
2.2 TEMPO DE CICLO ........................................................................................................................96
2.3 NÚMERO MÍNIMO DE ESTAÇÕES DE TRABALHO ............................................................100
2.4 EFICIÊNCIA DO BALANCEAMENTO .....................................................................................101
2.5 TROCA RÁPIDA DE FERRAMENTAS ......................................................................................102
2.5.1 Elaboração do SMED ............................................................................................................103
2.5.1.1 Estágio preliminar: setup interno e externo não se distinguem ..................................104
2.5.1.2 Estágio 1: separar setup interno e externo ......................................................................104
2.5.1.3 Estágio 2: conversão do setup interno em setup externo ...............................................104
2.5.1.4 Estágio 3: melhoria sistemática de cada operação básica do setup 
 interno e externo ................................................................................................................105
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................107
RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................119
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................120
UNIDADE 3 – TÉCNICAS COMPORTAMENTAIS MODERNAS APLICADAS 
 NO AMBIENTE DE TRABALHO ............................................................................121
TÓPICO 1 – REVEZAMENTO DO TRABALHO (JOB ROTATION) .........................................123
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................123
2 DEFINIÇÕES SOBRE JOB ROTATION ........................................................................................124
2.1 PERSPECTIVAS SOBRE O JOB ROTATION ..............................................................................126
2.2 PERSPECTIVAS DO EMPREGADOR E DOS EMPREGADOS SOBRE A 
 ROTAÇÃO DE EMPREGOS ........................................................................................................127
2.2.1 Job rotation nas atividades de gestão ................................................................................128
3 RAZÕES PARA A IMPLEMENTAÇÃO DO JOB ROTATION..................................................128
4 IMPLEMENTAÇÃO DE UM PROGRAMA DE JOB ROTATION ............................................130
4.1 RISCOS DA IMPLEMENTAÇÃO DO JOB ROTATION ..........................................................130
5 COMO AS ORGANIZAÇÕES PODEM SE BENEFICIAR COM O JOB ROTATION .........131
6 DESAFIOS DO JOB ROTATION ....................................................................................................132
6.1 RESISTÊNCIA POR PESSOAL EXPERIENTE ..........................................................................133
6.2 CUSTO DE IMPLEMENTAÇÃO ................................................................................................133
IX
6.3 PRESENÇA DE SINDICATO TRABALHISTA .........................................................................133
6.4 CONFIGURAÇÕES INDUSTRIAIS ...........................................................................................133
7 OUTRAS TEORIAS COMPORTAMENTAIS MODERNAS NO TRABALHO .....................134
7.1 ABORDAGEM COMPORTAMENTAL DO TRABALHO .......................................................134
7.1.1 Alargamento do trabalho .....................................................................................................135
7.1.2 Enriquecimento do trabalho................................................................................................135
7.1.3 Empowerment ..........................................................................................................................136
RESUMO DO TÓPICO 1......................................................................................................................139
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................140
TÓPICO 2 – TRABALHO EM EQUIPE .............................................................................................141
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................1412 IMPORTÂNCIA DO TEMA .............................................................................................................142
2.1 EQUIPE DE TRABALHO .............................................................................................................142
2.2 PRINCÍPIOS DO TRABALHO EM EQUIPE .............................................................................143
2.3 ADEQUABILIDADE DO TRABALHO EM EQUIPE ...............................................................144
2.4 EQUIPES DE TRABALHO QUANTO AO SEU PROPÓSITO ................................................148
2.4.1 Equipes de trabalho voltadas à manufatura .....................................................................148
2.4.2 Equipes de trabalho voltadas ao treinamento ..................................................................149
2.4.3 Equipes de trabalho voltadas ao desenvolvimento de novos produtos e serviços .....150
2.4.4 Equipes de trabalho voltadas à gestão organizacional ...................................................150
2.5 A IMPORTÂNCIA DO TRABALHO EM EQUIPE ...................................................................151
2.5.1 O funcionamento da equipe ................................................................................................152
2.5.2 Como um grupo se torna uma equipe? .............................................................................154
RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................155
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................156
TÓPICO 3 – POLIVALÊNCIA E AJUDA MÚTUA .........................................................................157
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................157
2 POLIVALÊNCIA .................................................................................................................................158
2.1 TREINAMENTO PARA A POLIVALÊNCIA ............................................................................161
3 CADEIA DE AJUDA ..........................................................................................................................163
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................166
RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................173
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................174
REFERÊNCIAS .......................................................................................................................................175
X
1
UNIDADE 1
SISTEMAS FLEXÍVEIS DE 
MANUFATURA (SFM)
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• conhecer as características dos Sistemas Flexíveis de Manufatura;
• conhecer os componentes dos Sistemas Flexíveis de Manufatura;
• conhecer os tipos de layout que podem ser aplicados ao Sistemas 
Flexíveis de Manufatura;
• perceber a ampla área de aplicação dos Sistemas Flexíveis de 
Manufatura em diferentes setores, com aumento de produtividade, 
qualidade e redução de custo; 
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade você 
encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
TÓPICO 1 – COMPONENTES DOS SISTEMAS FLEXÍVEIS DE 
MANUFATURA – SFM 
TÓPICO 2 – TIPOS DE LAYOUT PARA OS SISTEMAS FLEXÍVEIS DE 
MANUFATURA – SFM
TÓPICO 3 – APLICAÇÕES DOS SISTEMAS FLEXÍVEIS DE 
MANUFATURA – SFM
2
3
TÓPICO 1
UNIDADE 1
COMPONENTES DOS SISTEMAS FLEXÍVEIS DE 
MANUFATURA – SFM
1 INTRODUÇÃO
Os Sistemas Flexíveis de Manufatura são conhecidos por suas 
características de flexibilização e adaptação à variedade de produtos e/ou serviços, 
pois possibilitam agilidade e precisão, desde a movimentação do material até a 
troca de ferramentas utilizadas para a transformação do produto.
É de conhecimento popular que a palavra sistema significa um conjunto 
de elementos, unidades ou partes inter-relacionadas que possuem um ou mais 
objetivos e fazem funcionar uma estrutura, já a palavra flexível significa a 
facilidade de se acomodar às circunstâncias, algo maleável, ajustável etc. Logo, 
ao integrarmos os dois significados, é possível concluir que um sistema flexível é 
um conjunto de elementos organizados que formam uma estrutura ajustável e de 
fácil acomodação às circunstâncias.
Os Sistemas Flexíveis de Manufatura são popularmente conhecidos como 
SFM ou FMS (Flexible Manufacturing System) e possuem o conceito trabalho, onde 
um grupo de unidades de processamento está conectado através de sistemas de 
estocagem, movimentação e/ou manuseio automatizados, sendo comandado por 
um sistema computadorizado integrado.
Um Sistema Flexível de Manufatura consiste de um grupo de unidades 
de processamento (predominantemente máquinas-ferramentas de 
controle numérico computadorizado – MFCNC) interconectadas 
através de um sistema automatizado de estocagem e manuseio de 
material, e controladas por um sistema integrado de computador. O 
sistema recebe o nome de “flexível” por ser capaz de processar uma 
variedade de diferentes tipos de peças, simultaneamente nas várias 
unidades de trabalho (MOREIRA, 2001, p. 255).
Assim, é possível dizer que o SFM é um grupo de máquinas-ferramentas 
controladas numericamente e interligadas por um controle central. Para exemplificar 
este conceito, pode-se utilizar uma empresa de usinagem onde as várias células de 
usinagem são interligadas por estações de carga e descarga através de um sistema 
de transporte automatizado, podendo ser executado por robôs manipuladores, 
esteiras, AGV, entre outros, conforme demonstrado na Figura 1.
UNIDADE 1 | COMPONENTES DOS SISTEMAS FLEXÍVEIS DE MANUFATURA – SFM
4
Automated Guided Vehicle – AGV são veículos guiados automaticamente, 
permitindo a locomoção do material sem a necessidade de operadores realizando a 
condução. O AGV recebe e executa instruções emitidas pelo sistema de controle central 
e pode ser guiado através de fio indutivo ou fita magnética no piso, ou até mesmo através 
de raio laser, onde o veículo rastreia os obstáculos e se movimenta de maneira precisa 
sem riscos de colisão e acidentes.
NOTA
FIGURA 1 – EXEMPLO DE CÉLULA DE SMF COM CARGA E DESCARGA DE TORNO 
CNC ATRAVÉS DE ROBÔ
FONTE: O autor
Os Sistemas de Manufatura Flexível evoluíram muito ao longo dos anos, 
desde que os controladores programáveis, controles numéricos computadorizados 
e robôs começaram a ser utilizados no chão de fábrica, possibilitando assim maior 
flexibilidade, rapidez e menor custo à operação sem necessariamente ter que 
adquirir maior número de máquinas dedicadas à transformação dos produtos, 
otimizando espaço, recursos monetários e humanos, que consequentemente 
afetam o custo e valor final do produto.
Os Sistemas Flexíveis de Manufatura são considerados como uma 
ponte entre as linhas de alta produção e as máquinas de controle 
numérico de baixa produção. Sua vantagem sobre as máquinas 
isoladas de controle numérico baseia-se na produção mais alta; sobre 
a linha convencional a vantagem é a flexibilidade na acomodação de 
peças ou produtos diversificados (MOREIRA, 2001, p. 256).
TÓPICO 1 | COMPONENTES DOS SISTEMAS FLEXÍVEIS DE 
5
Os termos de hardware e software foram derivados da concepção existente 
da informática, onde em Sistemas Flexíveis de Manufatura – SFM o hardware é constituído 
pelas estações de trabalho, máquinas, manipuladores, enquanto que software são os 
módulos que realizam a interação ou operação do hardware.
NOTA
Para facilitar o entendimento do SFM e até mesmo a implantação do conceito 
nas células de manufatura,o sistema é dividido em componentes, conforme será 
tratado no próximo tópico desta unidade.
2 TIPOS DE COMPONENTES DOS SISTEMAS FLEXÍVEIS 
DE MANUFATURA – SFM
Os Sistemas Flexíveis de Manufatura – SFM são divididos basicamente 
em dois componentes gerais que posteriormente serão subdivididos, porém 
inicialmente serão tratados os componentes de hardware e software.
2.1 COMPONENTES DE HARDWARE
Os componentes de hardware, conforme anteriormente mencionado, 
são todos os equipamentos tangíveis existentes no sistema de manufatura, 
basicamente formado pelas estações de trabalho que tipicamente são máquinas 
e ferramentas CNC, sistemas de manipulação e transporte automatizados do 
material, que podem ser realizados através de robôs, AGV, transportadores, entre 
outros, e o computador central, que fará a integração entre os vários componentes 
de hardware e software do sistema.
• Estações de Trabalho ou Máquinas e Ferramentas CNC – Controle Numérico 
Computadorizado
Estes equipamentos são chamados de máquinas CNC por possuírem uma 
microcentral computadorizada que armazena e executa informações, disponibilizadas 
através de dispositivos móveis, armazenadas localmente ou até mesmo ligadas 
em rede, permitindo a atualização automática e em tempo real das informações 
necessárias para a execução da operação. Geralmente estes equipamentos possuem 
um sistema de operação autônomo e preciso, integrado aos sistemas de alimentação 
e descarga, como é o caso de um magazine ou buffer, utilizado para acomodar as peças 
de entrada onde o robô manipulador ou o sistema de alimentação retira as peças 
para alimentação da máquina; a operação é executada, posteriormente as peças 
são retiradas e depositadas em outro buffer ou magazine que irá iniciar a operação 
subsequente, ou possibilita a retirada da peça da célula de fabricação.
UNIDADE 1 | COMPONENTES DOS SISTEMAS FLEXÍVEIS DE MANUFATURA – SFM
6
FIGURA 2 – EXEMPLO DE ESTAÇÃO DE TRABALHO
FONTE: <http://www.drpromaq.com.br/produtos/maquinas-e-equipamentos-especiais/celulas-
robotizadas>. Acesso em: 1o ago. 2018
• Sistema de Manipulação e Transporte Automatizado do Material
O sistema de manipulação e transporte automatizado do material é 
utilizado para transportar as peças de uma estação para outra ou promover a 
movimentação até mesmo entre as estações de trabalho, garantindo a flexibilidade 
e adaptabilidade à variedade de produtos produzidos. Muitas vezes, esse sistema 
de manipulação e transporte incorpora o manuseio automático do material e até 
mesmo o sistema de armazenamento, portanto suas principais atividades ficam 
definidas como:
• movimentar o material de maneira aleatória e independente entre as estações 
de trabalho;
• manusear uma variedade de peças e/ou família de peças diferentes;
• realizar armazenamento temporário;
• possuir fácil acessibilidade de carga e descarga do material manipulado;
• estar integrado ao sistema central de informações. 
É importante salientar que mesmo com o sistema de manipulação e 
transporte automatizado do material, é mandatório que não se automatizem 
tarefas improdutivas, pois, segundo Monden (1986), a solução de movimentação 
do material por uma esteira rolante em uma empresa pode esconder um arranjo 
físico improdutivo, necessitando assim eliminar ou no mínimo reduzir ao máximo 
essa improdutividade antes da implantação da solução.
Dentre as soluções de manipulação e transporte automatizado de material, 
têm-se as possibilidades de utilização de:
TÓPICO 1 | COMPONENTES DOS SISTEMAS FLEXÍVEIS DE 
7
• Robôs: Robôs industriais são equipamentos com características aparentemente 
semelhantes às de um ser humano, por exemplo, um manipulador ou braço 
mecânico. Os manipuladores são compostos basicamente de dois conjuntos, 
sendo eles o conjunto de estrutura física do robô e software que realiza a 
movimentação programada de todo esse conjunto físico do robô. Segundo 
Groover (1996), o manipulador mecânico consiste de juntas e elos que podem 
posicionar e orientar a extremidade do manipulador em relação à sua base. A 
unidade é composta de hardware e de software eletrônico para operar as juntas 
e o manipulador mecânico. Essa flexibilidade e precisão definida por Groover 
permite que estes equipamentos, além de realizar movimentações e transporte, 
possam realizar tarefas que necessitem de agilidade e rapidez, até atividades que 
dependem de extrema precisão, como é o caso de soldas, pinturas, furos etc.
FIGURA 3 – EXEMPLO DE ROBÔ REALIZANDO UMA SOLDA
FONTE: <http://siautec.com.br/servicos/programacao-de-robos>. Acesso em: 1º ago. 2018. 
• AGV – Automated Guided Vehicle ou Veículos Autoguiados: como o próprio nome 
já diz, são veículos não tripulados que realizam carga, transporte e descarga dos 
materiais, insumos ou peças. Diferentemente dos robôs, o AGV não consegue 
desempenhar outra função além de carregar, transportar e descarregar, porém 
você deve estar imaginando como esses veículos não tripulados conseguem 
se locomover sem causar acidentes, colisões, erros de carga e descarga ou até 
mesmo saber qual é a rota correta para transportar o material. O AGV possui 
um computador de bordo pelo qual se conecta ao sistema central, controla 
os dispositivos que realizam a leitura da rota e controle do tráfego com os 
obstáculos e demais equipamentos existentes no local.
A utilização de AGV resulta em uma série de benefícios, como:
UNIDADE 1 | COMPONENTES DOS SISTEMAS FLEXÍVEIS DE MANUFATURA – SFM
8
• Ergonomia: por ser um veículo não tripulado, não necessita da presença do 
operador, possibilitando acesso a locais de risco, movimentação de cargas com 
peso excessivo, entre outros.
• Flexibilidade: possibilita a definição da rota através do sistema de controle central 
ou até mesmo do próprio sistema de gerenciamento, criando a possibilidade de 
alteração da rota em tempo real.
• Segurança: pelo fato de que todos os equipamentos estão interligados ao 
sistema e possuem sensores extremamente precisos de posicionamento, o risco 
de colisão com obstáculos ou até mesmo entre veículos é mitigado.
• Redução do custo da operação: por se tratar de um equipamento autônomo e 
não possuir operador, consequentemente é possível obter redução no custo de 
operação. Este equipamento pode operar em velocidades de até 100 m/min, 24 
horas por dia, sem a necessidade de paradas para descanso, alimentação ou 
férias, apenas necessita das manutenções programadas.
FIGURA 4 – EXEMPLO DE AUTOMATED GUIDED VEHICLE - AGV
FONTE: <https://portuguese.alibaba.com/product-detail/industrial-mobile-robot-agv-automatic-
guided-vehicle-60706772257.html>. Acesso em: 2 ago. 2018.
• Transportadores: os transportadores são sistemas muito utilizados em aplicações 
industriais atualmente, por se tratarem de sistemas relativamente baratos de 
serem implantados em relação ao AGV, por exemplo, porém, por ser formado 
basicamente de esteiras, possibilitam apenas rotas fixas de transporte, ocasionando 
menor flexibilidade frente ao equipamento anteriormente descrito (AGV).
TÓPICO 1 | COMPONENTES DOS SISTEMAS FLEXÍVEIS DE 
9
FIGURA 5 – EXEMPLO DE TRANSPORTADORES
FONTE: <https://www.everestseladoras.com.br/a-esteira-transportadora-como-vantagem-na-
logistica/>. Acesso em: 2 ago. 2018.
• Warehouse ou Armazém: os armazéns automatizados não possuem mão de obra 
humana realizando tarefas de transporte e armazenamento, mas sim integram 
o conceito do armazém (armazenar peças, insumos, produtos acabados ou 
qualquer coisa que necessite ser armazenada) com o conceito do AGV, onde o 
material recebido possui um código de identificação, geralmente uma etiqueta 
com código de barras, quick response (QR code) ou até mesmo etiqueta da 
radiofrequência (RFID), onde é realizada a leitura. E de acordo com o material, 
o computador central que comanda o armazém decide qual será a posição em 
que o material deve ser armazenado, levando em consideração os critérios 
cadastrados para cada um dos produtos, como peso, temperatura ideal de 
armazenagem,índice de giro do estoque e demais critérios ou particularidades 
de cada operação. Então o material é transportado para dentro do armazém 
através de um AGV e armazenado. 
Estes armazéns possibilitam a verticalização do sistema de armazenagem, 
chegando a até 35 metros de altura e larguras extremamente pequenas, buscando 
a maior densidade do espaço de armazenagem possível, consequentemente 
obtendo redução no custo de armazenagem. Além destas vantagens, é importante 
mencionar que o índice de acurácia de estoque nesses sistemas é de 100%, visto 
que o sistema faz as conferências necessárias para garantir este índice e por não 
possuir interação humana ao processo físico de armazenagem.
UNIDADE 1 | COMPONENTES DOS SISTEMAS FLEXÍVEIS DE MANUFATURA – SFM
10
Os principais benefícios e objetivos de um armazém automatizado 
são: controle computacional e em tempo real da peça ou item armazenado; 
índice máximo de acurácia de estoque; redução ou até mesmo a extinção da 
necessidade de inventários físicos; aumento da produtividade; garantia da 
integridade do material, visto que todas as particularidades da peça ou do 
material são consideradas antes da armazenagem, flexibilidade de posições de 
armazenamento, entre outros benefícios.
FIGURA 6 – EXEMPLO DE ARMAZÉM AUTOMATIZADO
FONTE: <https://russelservicos.com.br/produto/terceirizacao-operador-de-transelevadores-
aeroporto/>. Acesso em: 2 ago. 2018
• Computador Central: os Sistemas Flexíveis de Manufatura – SFM possuem 
um computador central que realiza toda a integração das máquinas, 
equipamentos, armazém, AGV e até mesmo outros microcomputadores, onde 
são inseridas informações e realizam-se controles individuais. O computador 
central é responsável por coordenar as atividades da empresa de maneira 
precisa e afinada, pois é nele que estão armazenadas as informações, critérios 
e regras de negócio que irão garantir o funcionamento perfeito da planta e sua 
rentabilidade. 
Groover (1996) conceitua que a função do computador central é coordenar 
as atividades dos componentes de modo a obter uma operação geral suave do 
sistema, e ele realiza essa função através do software. De acordo com este conceito, 
é possível perceber claramente qual é a função do computador central e como ele 
faz uso dos componentes de software para realizar a integração dos equipamentos.
TÓPICO 1 | COMPONENTES DOS SISTEMAS FLEXÍVEIS DE 
11
2.2 COMPONENTES DE SOFTWARE
Os componentes de software dentro dos Sistemas Flexíveis de Manufatura – 
SFM comandam as tarefas que garantem a integração entre as metas e objetivos do 
negócio e a estrutura física existente, que são os componentes de hardware, tratados 
anteriormente neste capítulo. 
Os componentes de software são programas, aplicativos e sistemas de 
gerenciamento que estão instalados em módulos nas interfaces dos equipamentos, 
máquinas, AGV, armazém e no computador central, possibilitando a comunicação 
constante entre eles. Essa comunicação constante possibilita a tomada de decisão 
precisa e ajustada para cada momento em que ela se faz necessária de maneira única, 
garantindo um ambiente flexível e adaptável às diferentes situações existentes.
Groover (1996) diz que os softwares de SFM consistem em módulos 
associados às várias funções desempenhadas pelo sistema de manufatura, por 
exemplo, uma função envolve o download de programas de fabricação das 
peças para as máquinas-ferramentas individuais, outra está ocupada com o 
gerenciamento de ferramentas, e assim por diante.
Para facilitar o entendimento, é possível exemplificar esse contexto através do 
corpo humano, dividindo-o em duas partes, os componentes de hardware e de software, 
onde os braços, pernas e o corpo de maneira geral seriam os componentes de hardware, 
enquanto a inteligência e a capacidade pensante seriam os componentes de software.
NOTA
Na figura a seguir é possível visualizar como funciona o fluxo de 
informações dentro do SFM: 
UNIDADE 1 | COMPONENTES DOS SISTEMAS FLEXÍVEIS DE MANUFATURA – SFM
12
FIGURA 7 – FLUXO DE INFORMAÇÕES DO SFM
FONTE: Adaptado de <https://slideplayer.com.br/slide/387492/>. Acesso em: 2 ago. 2018
No topo do organograma fica o computador central, logo abaixo à 
esquerda ficam as unidades de armazenamento da informação, à direita 
os microcomputadores individuais, e os demais equipamentos, máquinas, 
manipuladores, AGV e armazém, na parte de baixo da figura.
A realização das atividades produtivas auxiliadas por computador fez 
com que algumas siglas passassem a fazer parte do dia a dia da manufatura, 
como: CAD, CAM, CIM.
• CAD – Computer Aided Design – Projeto Assistido por Computador: sistema 
utilizado para desenhar projetos de engenharia, fazendo o uso efetivo do 
computador para criar, modificar e documentar projetos. Moreira (2001) 
afirma que, dentre as várias razões para se utilizar este sistema, estão o 
aumento da produtividade do projetista, aumento da qualidade e precisão 
do projeto, documentação do projeto de maior qualidade em relação aos 
projetos desenhados manualmente e criação de um banco de dados, contendo 
as especificações geométricas, dimensões dos componentes, especificações 
dos materiais, lista de materiais, entre outras informações necessárias para a 
criação do produto. 
TÓPICO 1 | COMPONENTES DOS SISTEMAS FLEXÍVEIS DE 
13
• CAM – Computer Aided Manufacturing – Manufatura Assistida por Computador: 
é definida pelo uso efetivo de tecnologias computacionais aplicadas ao 
planejamento e controle da produção. As funções relativas ao processo de 
planejamento da produção são aquelas que utilizam o computador, sem 
conexão direta com o processo, isto é, o computador trabalha paralelamente 
ao processo realizando estimativas de custo, planejamento do processo, 
programação das máquinas, balanceamento de linha, definição dos tempos 
padrão, planejamento dos níveis de estoque, entre outros. Já as aplicações 
relativas ao controle da produção fazem parte da gestão das operações físicas 
da empresa. Moreira (2001) define as aplicações do CAM no controle da 
produção como sendo atividades que dizem respeito à gerência e controle das 
operações físicas da fábrica, como Controle do Processo, Controle da Qualidade 
etc. Moreira (2001) comenta ainda que o CAM é uma aplicação extremamente 
comum nos sistemas automatizados de produção e muito utilizado na parte de 
controle da produção em atividades como montagem e transferência de peças 
em uma sequência lógica de operações, controle numérico, robótica, manuseio 
e estocagem automatizados. 
• CIM – Computer Integrated Manufacturing – Manufatura Integrada por 
Computador: Este sistema inclui todas as funções de CAD/CAM, mas não 
se limita apenas a eles, sendo que o conceito do CIM é aplicar a tecnologia 
computacional em todas as partes da empresa ligadas à produção, desde o setor 
comercial onde ocorre a venda do produto, até o faturamento da mercadoria 
de maneira integrada. 
[...] do ponto vista ideal o CIM aplica a tecnologia do computador 
a todas as funções operacionais e de processamento da informação 
na fábrica, desde o recebimento do pedido, passando pelo projeto 
e produção e indo até a expedição do produto. O conceito básico é 
que todas as funções da empresa ligadas à função de produção sejam 
incorporadas num sistema integrado por computador para assistir e/
ou automatizar as operações. Nesse sistema integrado, as saídas de 
uma atividade servem como entrada para a próxima, através de uma 
cadeia de eventos que começa com a venda e termina com a expedição 
do produto (MOREIRA, 2001, p. 257).
Este conceito de integração das várias funções ligadas à produção prepara 
a empresa para a implantação e/ou funcionamento de sistemas de controle e 
gerenciamento em tempo real, porém de maneira mais ampla, onde são integradas 
todas as áreas da empresa, trabalhando ao nível de automação da informação, 
como é o caso da Indústria 4.0.
14
Neste tópico, você aprendeu que:
• Os componentes dos Sistemas Flexíveis de Manufatura– SFM são divididos 
basicamente em dois grandes grupos, os componentes de hardware e os 
componentes de software;
• Os componentes de hardware são compostos de:
o Estações de Trabalho ou Máquinas e Ferramentas CNC – Controle Numérico 
Computadorizado.
o Sistema de Manipulação e Transporte Automatizado do Material.
o Robôs.
o AGV – Automated Guided Vehicle ou Veículos Autoguiados.
o Transportadores.
o Warehouse ou Armazém.
o Computador Central.
• Os componentes de software são responsáveis pelo funcionamento e 
gerenciamento dos componentes de hardware;
• Os componentes de software estão subdivididos em:
o CAD – Computer Aided Design – Projeto Assistido por Computador.
o CAM – Computer Aided Manufacturing – Manufatura Assistida por 
Computador. 
o CIM – Computer Integrated Manufacturing – Manufatura Integrada por 
Computador.
RESUMO DO TÓPICO 1
15
1 A palavra sistema significa um conjunto de elementos, a palavra flexível 
significa a facilidade de se acomodar às circunstâncias, algo ajustável, 
portanto, qual é o conceito de Sistemas Flexíveis de Manutenção – SFM?
2 Baseado no conceito de Sistemas Flexíveis de Manutenção – SFM e tendo 
em vista que para ser efetivo o conceito deve ser implementado e validado, 
determine como seria o processo produtivo da empresa em que você 
trabalha ou qualquer outro processo produtivo, incluindo como seriam os 
componentes de hardware e software.
AUTOATIVIDADE
16
17
TÓPICO 2
TIPOS DE LAYOUT PARA OS SISTEMAS FLEXÍVEIS DE 
MANUFATURA – SFM
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
O arranjo físico de uma operação produtiva define o posicionamento dos 
recursos físicos de transformação, basicamente definir o arranjo físico é planejar a 
localização da instalação, máquinas, equipamentos e pessoas. 
Mudanças de arranjo físico impactam diretamente na produtividade e 
tempo de produção dos produtos, portanto é imprescindível que ao planejar o 
arranjo físico de uma empresa identifique-se profundamente os produtos que 
estão sendo produzidos.
Existem três situações que impactam diretamente nas decisões de arranjo 
físico, sendo elas:
• Dificuldade de mudança: muitas vezes, o arranjo físico pode ser uma 
atividade longa e demorada devido à complexidade de instalação e ajuste dos 
equipamentos, ou até mesmo pela sua dimensão física.
• Rearranjo físico: o rearranjo físico de um parque fabril pode interromper 
o funcionamento temporário da linha, gerar atrasos nas entregas e baixa no 
faturamento.
• Erro na definição do arranjo físico: o arranjo físico errado pode delimitar fluxos 
de processos muito longos e confusos, gerar estoques de produtos em processo 
excessivos, filas, tempos de processamento mais longos do que o necessário, 
entre outras perdas.
UNIDADE 1 | COMPONENTES DOS SISTEMAS FLEXÍVEIS DE MANUFATURA – SFM
18
2 TIPOS DE PROCESSOS PARA OS SISTEMAS FLEXÍVEIS DE 
MANUFATURA – SFM
A escolha do tipo de processo é de extrema importância, pois é nesse 
momento que se inicia toda a estratégia de determinação do arranjo físico, porém 
é necessário levar em consideração as especificações do produto a ser produzido 
como entradas para a tomada de decisão.
Assim como qualquer atividade de planejamento, a definição do arranjo 
físico também não é diferente, portanto é necessário iniciar pelos objetivos ou 
estratégias, selecionar o tipo de processo, definir qual é o melhor arranjo físico e 
detalhar o projeto, conforme mostra a Figura 8:
FIGURA 8 – PROCESSO DE DECISÃO DO ARRANJO FÍSICO
Arranjo físico posicional
Arranjo físico por processo
Arranjo físico celular
Arranjo físico por produto
Fluxos de recursos 
transformados 
pela produção
Posição física de 
todos os recursos 
de transformação 
Serviço profissionais 
Loja de serviços
Serviços em massa
Processo por projeto
Processo jobbing
Processo em lotes ou bateladas
Processo em massa 
Processo contínuo
Projeto detalhado 
de arranjo físico
Tipo básico de 
arranjo físico
Tipo de processo
Objetivos de 
desempenho 
estratégicos
Volume e 
variedade
Decisão 1
Decisão 2
Decisão 3
FONTE: Slack (2002)
Para definir o tipo de processo é necessário levar em conta as variáveis de 
volume e variedade de produtos, pois de acordo com o nível de customização dos 
produtos fabricados e o volume necessário é que será determinado se o processo 
é por projeto, jobbing, lotes, produção em massa ou contínuos.
TÓPICO 2 | TIPOS DE LAYOUT PARA OS SISTEMAS FLEXÍVEIS DE MANUFATURA – SFM
19
FIGURA 9 – TIPOS DE PROCESSOS
FONTE: Slack (2002)
• Processo de projeto: geralmente produtos com alto grau de customização, recursos 
dedicados e tempos de fabricação dos produtos mais longos. A característica 
principal deste processo é alta variedade e baixo volume. Exemplos: construção 
de navios, construção de túnel, produção de novelas, filmes etc.
FIGURA 10 – FABRICAÇÃO DE NAVIO CARGUEIRO
FONTE: <http://ectjoinville.com/AttractionsAndEquips/HowWorksDetail/8647>. 
Acesso em: 7 ago. 2018.
UNIDADE 1 | COMPONENTES DOS SISTEMAS FLEXÍVEIS DE MANUFATURA – SFM
20
• Processo de jobbing: muito semelhante ao processo de projeto, com alta variedade 
e baixo volume, porém a diferença é que no processo de jobbing realiza-se 
o compartilhamento dos recursos de operação com os demais produtos. Os 
processos de jobbing produzem mais itens e geralmente um pouco menores 
do que os processos de projeto, mas nos dois processos o grau de repetição 
é baixo e na maioria das vezes os trabalhos serão únicos. Exemplos: gráfica 
que produz ingressos ou panfletos para eventos exclusivos, restauradores de 
móveis, restauradores de joias etc.
• Processos em lotes ou bateladas: os processos em lotes ou bateladas são muito 
semelhantes aos processos de jobbing, porém os processos em lotes não possuem 
a mesma variedade que os processos de jobbing. A característica principal dos 
processos em lotes ou bateladas é que quando um produto é fabricado é feito 
um lote de produção e não apenas um produto, portanto, neste processo, 
enquanto o lote está sendo fabricado existe a repetitividade de produtos dentro 
de cada lote. Neste processo, o tamanho do lote independe, podendo ser de 
dois produtos ou até mesma de uma grande quantidade. Exemplos: fabricação 
de máquinas, fabricação de produtos químicos, fabricação de roupas etc.
• Processos de produção em massa: produzem bens de baixa variedade e alto 
volume. Podemos exemplificar este processo com a fabricação de pneus, se 
forem levados em consideração todos os tipos diferentes de pneus seria 
uma gama grandiosa, porém toda essa gama de pneus diferentes não afeta 
o processo, visto que são fabricados da mesma forma e diferem apenas em 
algumas dimensões. As características principais desse processo são a alta 
repetitividade e a previsibilidade da operação. Exemplos: fabricação de 
automóveis, fabricação de lâmpadas, fabricação de televisores etc.
• Processos contínuos: esse processo é muito semelhante ao processo de produção 
em massa, porém operam com volumes ainda maiores e variedade ainda mais 
reduzida. A característica principal desse processo é operar por períodos de 
tempos muito longos sem a necessidade de paradas ou alteração do mix de 
produtos. Existem situações em que os produtos fabricados são inseparáveis 
ou até mesmo linhas dedicadas apenas para um produto, fazendo com que o 
processo se torne ininterrupto. Exemplos: fabricação de papel, refinarias de 
petróleo, siderúrgica etc.
TÓPICO 2 | TIPOS DE LAYOUT PARA OS SISTEMAS FLEXÍVEIS DE MANUFATURA – SFM
21
FIGURA 11 – FABRICAÇÃO DE PAPEL
FONTE: <http://suzanoblog.provisorio.ws/maquina-de-papel-de-mucuri-faz-20-anos/>. 
Acesso em: 7 ago. 2018.
Agora que já vimos todos os tipos de processos existentes, é possível 
delimitar os arranjos físicos mais adequados para cada tipo de atividade, 
respeitando o tipo de processo que está sendo utilizado para produção.
Recursos transformadores são instalações, máquinas, funcionários e 
todos os recursos que agem, transformam ou exercem alguma alteração nos recursos 
transformados.Recursos transformados são os materiais, matérias-primas, componentes e serviços que 
sofrem a ação realizada pelos recursos transformadores.
Exemplo: Se imaginarmos um marceneiro lixando uma parede de madeira, o marceneiro, 
a lixa e demais utensílios serão os recursos transformadores e a parede de madeira será o 
recurso transformado.
NOTA
UNIDADE 1 | COMPONENTES DOS SISTEMAS FLEXÍVEIS DE MANUFATURA – SFM
22
3 ARRANJO FÍSICO PARA OS SISTEMAS FLEXÍVEIS DE 
MANUFATURA – SFMA
Agora que você já conhece os tipos básicos de processo é necessário 
conhecer as tipologias de arranjos físicos e a relação de sua aplicação com cada 
um dos processos, pois será possível perceber que para cada processo tem-se um 
arranjo físico com maoir afinidade.
Na prática, temos apenas quatro tipos básicos de arranjos físicos:
• Arranjo físico posicional: também conhecido como arranjo físico por posição 
fixa, esse arranjo tem como principal característica que o produto ou serviço 
resultante do processo fica imóvel e os recursos transformadores se movem até 
ele, isto é, máquinas, instalações, pessoas se movem conforme a necessidade e 
o produto fica estático. Exemplos:
o Construção de um túnel – não temos como transportar um túnel completo, 
portanto ele é construído no local em que será utilizado.
o Cirurgia – o paciente fica deitado na maca e os médicos, enfermeiros, 
utensílios e aparelhos são deslocados conforme a necessidade.
o Manutenção de grandes máquinas – o mecânico se desloca até o equipamento, 
visto que seria inviável deslocar o equipamento até o setor de manutenção.
o Construção de um navio – o navio é construído em um local fixo e todos 
os recursos necessários para a construção se deslocam até ele, devido ao 
tamanho do produto.
Slack (2002) define um canteiro de obras como um exemplo de arranjo físico 
posicional, já que existe uma quantidade de espaço limitada que deve ser alocada 
aos vários recursos transformadores, porém ele salienta que o principal desafio em 
projetar esse arranjo físico seria a alocação das áreas dos canteiros para cada um 
dos subcontratados, sem que um interfira no trabalho do outro e que tenham o 
espaço necessário para realizar suas atividades e armazenar os seus suprimentos.
FIGURA 12 – EXEMPLO DE ARRANJO FÍSICO POSICIONAL
FONTE: <https://pt.slideshare.net/engmetodos/aula-engmet-parte-3>. 
Acesso em 7 ago. 2018.
TÓPICO 2 | TIPOS DE LAYOUT PARA OS SISTEMAS FLEXÍVEIS DE MANUFATURA – SFM
23
• Arranjo físico por processo: também conhecido por arranjo físico funcional, 
esse arranjo é assim chamado devido às necessidades e conveniências dos 
recursos transformadores que constituem o processo de fabricação, isto é, no 
arranjo físico por processo os recursos transformadores são agrupados por 
similaridade de processo e não mais pelo produto, como é o caso do arranjo 
físico posicional. Exemplos:
o Usinagem de peças especiais – alguns processos que necessitam de instalações 
especiais, como tratamento térmico, pintura, ou até mesmo esmeriladores 
que atingem alto grau de utilização e necessitam estar em local de fácil acesso 
e manuseio.
o Supermercado: possui área destinada aos vegetais, outra área com as carnes 
e embutidos, enlatados, produtos químicos e de limpeza. Esses produtos 
são segregados em áreas de acordo com a tecnologia necessária para 
armazenagem e facilidade de reposição do produto.
FIGURA 13 – EXEMPLO DE ARRANJO FÍSICO POR PROCESSO MOSTRANDO O CAMINHO 
PERCORRIDO APENAS POR UM CLIENTE
FONTE: Slack (2002)
• Arranjo físico celular: nesse arranjo físico os recursos transformados são 
predestinados a movimentar-se para uma parte da produção chamada de 
célula, que é onde os recursos transformadores são agrupados para realizar 
uma fase do processamento dos recursos transformados ou produtos. A célula 
pode possuir um arranjo físico interno por processo ou por produto, lembrando 
que os recursos transformados vão passando de célula em célula até completar 
UNIDADE 1 | COMPONENTES DOS SISTEMAS FLEXÍVEIS DE MANUFATURA – SFM
24
o ciclo produtivo total. Esse arranjo físico busca simplificar e ordenar o fluxo 
característico e desordenado do recurso transformado que ocorre no arranjo 
físico por processo. Exemplos:
o Área de produtos específicos dentro de um supermercado – alguns clientes 
utilizam o supermercado para realizar refeições, portanto um setor de 
lanches pode ser considerado uma célula, visto que se ele não existisse, 
o cliente teria que procurar cada item que compõe o lanche, ao longo do 
supermercado e montá-lo antes de comer.
o Maternidade de um hospital – mulheres grávidas com gestações estáveis 
podem utilizar apenas a maternidade do hospital sem necessitar de áreas de 
suporte ao pronto atendimento, como urgência e emergência.
Na figura a seguir é possível verificar uma loja de departamentos que 
possui vários segmentos dentro dela, formando várias células, como célula de 
livros e vídeos, célula de calçados, perfumes e joias, esportes, roupas masculinas, 
doces, jornais, revistas e papelaria, roupas femininas, malas e presentes. Perceba 
que neste exemplo existem vários pontos de caixas espalhados pela loja, 
buscando otimizar o tempo de compra do cliente dentro da loja e evitando filas 
de pagamento, visto que os caixas estão estrategicamente distribuídos entre as 
células. No caso deste exemplo, a simples escolha do melhor arranjo físico pode 
representar aumento de vendas, pois o cliente tem mais facilidade para procurar 
os produtos, consegue analisar melhor os que deseja adquirir, consegue localizar-
se facilmente dentro da loja, entre outros benefícios.
FIGURA 14 – EXEMPLO DE ARRANJO FÍSICO CELULAR
FONTE: Slack (2002)
TÓPICO 2 | TIPOS DE LAYOUT PARA OS SISTEMAS FLEXÍVEIS DE MANUFATURA – SFM
25
• Arranjo físico por produto: este arranjo físico consiste basicamente na alocação 
dos recursos transformadores de acordo com a necessidade dos recursos 
transformados, isto é, a prioridade neste tipo de arranjo físico são os recursos 
transformados. Essa tipologia de arranjo físico é também chamada de arranjo 
físico em linha ou em fluxo, pois as atividades são sequenciadas de maneira a 
favorecer a transformação do produto ou serviço que está sendo constituído. O 
arranjo físico por produto é extremamente claro e previsível, o que possibilita 
maior controle, padronização e uniformidade das operações. Exemplos:
o Checking de viagem no aeroporto – todos os clientes que chegam ao aeroporto 
necessitam realizar o procedimento de conferência de documentação, 
pesagem e despacho da bagagem, exatamente da mesma forma.
o Restaurante self-service – Geralmente todos os clientes seguem a mesma 
sequência de serviços: entrada, prato principal, bebidas e sobremesa.
o Entrada de bancos – ao chegar no banco o cliente necessita colocar todos os 
objetos de metal em um compartimento separado, passar pelo raio-x, entrar, 
pegar seus pertences novamente e retirar a senha de atendimento.
o Fabricação de automóveis – todos os automóveis do mesmo modelo 
necessitam a mesma sequência de processos, sendo as atividades 
desenvolvidas com a mesma sequência de maneira gradativa até o final da 
linha, onde o automóvel está completamente montado. 
Essa tipologia de arranjo físico é mais utilizada em sistemas onde os 
produtos e serviços possuem maior padrão e baixa flexibilidade, visto que os 
processos necessitam possuir um nível de interação extremamente ajustado para 
que o sequenciamento das atividades do sistema opere de maneira eficiente. O 
arranjo físico por produtos é muito utilizado em processos contínuos de fabricação.
FIGURA 15 – EXEMPLO DE ARRANJO FÍSICO POR PRODUTO
FONTE: <https://pt.slideshare.net/WilianGattiJr/aula-gesto-da-produo-e-logstica-arranjo-fsico>. 
Acesso em: 9 ago. 2018.
UNIDADE 1 | COMPONENTES DOS SISTEMAS FLEXÍVEIS DE MANUFATURA – SFM
26
Agora que você já conhece os principais processos e arranjos físicos utilizados 
na manufatura, é importante fazer uma análise de identificação de qual é o melhorprocesso de fabricação e arranjo físico que se deve utilizar para cada tipo de produto 
em específico, porém é mandatório entender que existe uma relação combinatória 
entre os processos e arranjos físicos, conforme mostra a figura a seguir.
FIGURA 16 – RELAÇÃO ENTRE OS TIPOS DE PROCESSO E OS DE ARRANJO FÍSICO
Tipos de processo em 
manufatura
Tipo básicos de arranjo físico 
Processo por projeto Arranjo físico posicional
Processo tipo jobbing
Arranjo físico por processo
Processo em lote
Processo em massa Arranjo físico celular
Processo contínuo Arranjo físico por produto
FONTE: Adaptado de Slack (2002)
Os SFM têm como característica principal a flexibilidade e adaptabilidade 
à variedade diferente de produtos, buscando equalizar os benefícios existentes 
com o padrão, volume e rapidez com os benefícios existentes na fabricação de 
um produto que atenda perfeitamente às necessidades e expectativas do cliente, 
necessitando muitas vezes de soluções sob medida. É extremamente claro e 
possível de perceber que isso são pontos extremamente complexos de se alcançar, 
visto que atender às expectativas e necessidades de cada cliente em específico 
sem a existência de um padrão, isto é, obter uma solução sob medida para cada 
cliente, é uma realidade encontrada em processos por projeto, já as características 
de volume, padrão e rapidez são encontradas em processos contínuos, portanto, 
o equilíbrio entre estes dois processos pode ser encontrado no processo de lotes 
ou bateladas, visto que é o intermediário entre variedade e volume.
TÓPICO 2 | TIPOS DE LAYOUT PARA OS SISTEMAS FLEXÍVEIS DE MANUFATURA – SFM
27
FIGURA 17 – EQUILÍBRIO ENTRE VARIEDADE, VOLUME E TIPOS DE PROCESSOS
FONTE: Adaptado de Slack (2002)
Os SFM não necessariamente precisam ser processos em lotes ou bateladas, 
porém o que está sendo evidenciado é que esse processo representa o ponto de 
equilíbrio entre a variedade e volume, possibilitando assim o maior nível de 
flexibilidade sem comprometer a produtividade.
Conforme mostrado na Figura 15, o processo de lotes ou bateladas possui 
relação forte com os tipos de arranjos físicos por processo e celular, possibilitando 
assim ao gestor a escolha do melhor arranjo físico relacionado ao seu produto. 
No que diz respeito ao nível de investimento e aproveitamento dos 
recursos, em se tratando dos SFM, o arranjo físico mais utilizado é o arranjo físico 
celular, justificado através da utilização dos componentes dos SFM, pois com um 
único manipulador é possível realizar operações em dois ou mais equipamentos, 
rateando o valor do investimento e melhorando atividades existentes na mesma 
célula de fabricação, cenário este que não se faz possível em um arranjo físico por 
processo, já que a movimentação dos recursos transformados não é prioridade 
em relação ao processo.
As características de variedade e volume fazem uma aproximação de 
qual é o melhor arranjo a ser escolhido para realizar a operação, porém, para ser 
mais preciso na escolha, Slack, Chambers e Johnston (2009) listam as principais 
vantagens e desvantagens de cada um dos quatro principais arranjos físicos, 
conforme mostrado na figura a seguir:
FIGURA 18 – VANTAGENS E DESVANTAGENS DOS TIPOS BÁSICOS DE ARRANJO FÍSICO
Vantagens Desvantagens
Posicional
Flexibilidade alta de mix e produto. 
Produto ao cliente não movido ou 
perturbado. Alta variedade de tarefas 
para a mão de obra.
Custos unitários muito altos. 
Programação de espaço e atividade pode 
ser complexa. Pode significar muita 
movimentação de equipamento e mão 
de obra.
UNIDADE 1 | COMPONENTES DOS SISTEMAS FLEXÍVEIS DE MANUFATURA – SFM
28
FONTE: Slack, Chambers e Johnston (2009)
Além destas vantagens e desvantagens, é necessário levar em 
consideração a análise de custos fixos e variáveis, que por padrão é representada 
pelo gráfico disponível na imagem a seguir, onde tem-se na coluna (y) os custos 
e na linha (x) o volume. 
FIGURA 19 – CUSTOS FIXOS E VARIÁVEIS EM FUNÇÃO DO VOLUME
Custo Posicional
Use posicional
Use posicional ou processo
Use processo
Use processo ou celular
Use processo, celular ou produto
Use celular ou produto
Use produto
????
Volume
Produto
Celular
Processo
FONTE: Slack (2002)
Funcional
Alta flexibilidade de mix e produto. 
Relativamente robusto em caso de 
interrupção de etapas. Supervisão de 
equipamento e instalações relativamente 
fácil.
Baixa utilização de recursos. Pode ter 
alto estoque em processo ou filas de 
clientes. Fluxo completo pode ser difícil 
de controlar.
Celular
Pode dar um bom equilíbrio entre 
custo e flexibilidade para operações 
com variedade relativamente alta. 
Atravessamento rápido. Trabalho 
em grupo pode resultar em melhor 
motivação.
Pode ser caro reconfigurar o arranjo 
atual. Pode requerer capacidade 
adicional. Pode reduzir níveis de 
utilização de recursos.
Em linha
Baixos custos unitários para altos 
volumes. Dá oportunidade para 
especialização de equipamentos. 
Movimentação conveniente de clientes e 
materiais.
Pode ter baixa flexibilidade de mix. Não 
muito robusto contra interrupções.
Trabalho pode ser repetitivo.
Analisando a figura, é possível concluir que os custos fixos do arranjo 
físico posicional são mais baixos que qualquer outro tipo de arranjo físico, porém 
os custos variáveis da operação são altos, portanto a figura complementa a tomada 
de decisão levando em consideração a tipologia do arranjo físico em relação aos 
custos fixos e variáveis de sistema produtivo. 
29
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
• Os tipos de processos, suas características e alguns exemplos onde são 
aplicados, sendo eles:
o Processos por projeto: muito alta variedade e volume muito baixo.
o Processos jobbing: alta variedade e baixo volume.
o Processos em lote ou batelada: médio volume e variedade média.
o Processos em massa: baixa variedade e alto volume.
o Processos contínuos: muito baixa variedade e volume muito alto.
• Os principais arranjos físicos têm suas vantagens e desvantagens, a seleção da 
melhor escolha leva em consideração a variedade, volume e custo. 
• Os quatro principais tipos de arranjo físico são:
o Arranjo físico fixo ou posicional;
o Arranjo físico por processo;
o Arranjo físico celular;
o Arranjo físico por produto.
• Cada tipo de processo possui relação com alguns tipos de arranjo físico em 
específico, o que é fundamental na escolha do processo de produção e o layout 
da empresa, levando em consideração as particularidades do produto, volume, 
variedade, custos fixos e custos variáveis, pois isso dará maior assertividade à 
seleção do layout.
30
1 O planejamento de um empreendimento inicia no momento em que o 
empreendedor tem a sua ideia inicial, passa para o plano de negócio, levanta 
as restrições impostas pelo mercado na fabricação de um produto, como as 
expectativas do cliente, variabilidade e volume de produção e assim inicia 
os seus estudos para definir o processo de fabricação e layout da planta. 
Baseado nisso, responda qual é o melhor processo para a escavação de uma 
mina e qual o melhor arranjo físico dos recursos para esse empreendimento.
2 Baseado em todo o conhecimento obtido ao longo deste tópico e valendo-se 
das características específicas de cada um dos tipos de processos, responda: 
qual é o processo que possibilita maior variedade de produtos e maior 
volume de produção em um arranjo físico por produto?
AUTOATIVIDADE
31
TÓPICO 3
APLICAÇÕES DOS SISTEMAS FLEXÍVEIS DE 
MANUFATURA – SFM
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Atualmente a globalização tem motivado organizações e empresas a 
evoluírem cada vez mais os seus processos de fabricação, buscando a redução 
de custos, sendo eles de várias formas, isenções em tributações, melhor 
aproveitamento de matéria-prima, redução de pessoas e processos etc.
Vamos citar um caso prático de uma empresa do setor metal-mecânico que 
flexibilizou a produção dos equipamentos, baseada nos conceitos dos Sistemas 
Flexíveis de Manufatura – SFM. Primeiramenteserá explanado o processo da 
forma como ocorria antes da implantação do SFM e depois de implantado, para 
que você consiga perceber as diversas vantagens e desvantagens deste sistema 
de manufatura, porém é importante salientar que esta solução foi desenhada 
exclusivamente para esta empresa e é recomendado que, ao desenhar um 
processo de manufatura flexível, isso seja considerado, pois sabemos que cada 
empresa possui as suas particularidades de operação que devem ser respeitadas 
para garantir a rentabilidade e perenidade do negócio.
O processo inicia com o recebimento de material, na portaria da empresa, 
sendo que conforme as transportadoras chegam, é realizada uma checagem da nota 
fiscal, cadastro do motorista e do caminhão. Posteriormente o caminhão é enviado 
para o setor de recebimento de materiais, que, muitas vezes, devido ao grande 
volume de recebimentos simultâneos, descarrega o caminhão e mantém o material 
sem realizar a conferência quantitativa; após estabilizar a demanda de descargas 
dos caminhões, é realizada então essa conferência e o material é liberado para o 
setor de gestão da qualidade, para realização das inspeções técnicas do produto e 
verificação da conformidade; após a aprovação da conformidade do material, ele é 
levado manualmente para o armazém, onde é armazenado em uma posição definida 
pelo operador e registrado no sistema. Quando o material é requisitado para entrar 
em processo, o operador deve coletá-lo na posição especificada no sistema e levá-lo 
até o setor produtivo manualmente, onde o equipamento é montado e transportado 
ao setor de embalagem; após ser embalado, é enviado para expedição e aguarda o 
carregamento para entrega ao cliente.
32
UNIDADE 1 | COMPONENTES DOS SISTEMAS FLEXÍVEIS DE MANUFATURA – SFM
FIGURA 20 – PROCESSO ANTES DA IMPLANTAÇÃO DOS SISTEMAS FLEXÍVEIS
 DE MANUFATURA – SFM
FONTE: O autor
Analisando a Figura 19 é perceptível a presença de várias pessoas ao longo 
do processo realizando a conectividade entre os setores, além da necessidade 
de movimentações excessivas. Percebe-se também que, neste modelo exposto, a 
área de montagem é muito ampla e, por ser um único espaço, sem nenhuma 
segmentação, pode ocorrer perda de material dentro do próprio processo de 
montagem, o que irá ocasionar desvios de tempo e custo de montagem.
Outro grande problema desse método produtivo é que, como o processo de 
movimentação, transporte e cadastramento no sistema é realizado manualmente 
pelo operador, existe uma baixa confiabilidade de informações, visto que existe 
grande número de informações cadastradas de maneira errada, materiais que 
segundo o sistema estão disponíveis em uma determinada posição e, quando 
requisitados, o operador não consegue encontrar, entre outros casos. Esse tipo de 
falhas possui repercussões gigantescas dentro dos processos produtivos, como 
baixa acurácia de estoque, aumento do lead time de montagem, aumento do valor 
dos estoques e perda de confiabilidade de entrega junto ao cliente.
TÓPICO 3 | APLICAÇÕES DOS SISTEMAS FLEXÍVEIS DE MANUFATURA – SFM
33
FONTE: O autor
FIGURA 21 – CAMINHO PERCORRIDO PELO MATERIAL AO LONGO DO PROCESSO
Na figura acima é possível perceber a movimentação realizada pelo 
material, formando algumas movimentações desnecessárias de idas e vindas 
entre os setores, sem nem mesmo considerar o percurso interno dos setores.
Devido a essa série de desvantagens encontradas, a empresa decidiu 
organizar os processos com base no SFM, visando maior nível de automação 
entre os processos e redução da utilização da mão de obra na parte operacional, 
buscando alocar esses funcionários para atividades táticas, deixando o processo 
fluir de maneira automática.
No novo modelo baseado nos SFM, os processos tornaram-se muito 
mais rápidos, enxutos e efetivos, desde a emissão da nota fiscal por parte do 
fornecedor, que, ao realizar o envio da mercadoria, entra no site da empresa e faz 
o agendamento da descarga do material no dia e horário disponíveis no aplicativo 
de agendamento e já anexa o arquivo digital da nota fiscal. O setor fiscal, por 
sua vez, valida as informações pertinentes ao material, enquanto os setores de 
compras e planejamento verificam se as informações constantes na nota fiscal são 
pertinentes ao que foi solicitado no pedido de compra. Após essas conferências 
serem analisadas e validadas, o sistema libera o agendamento de descarga para o 
usuário da portaria, que, ao receber o caminhão (agora com horário determinado, 
34
UNIDADE 1 | COMPONENTES DOS SISTEMAS FLEXÍVEIS DE MANUFATURA – SFM
evitando os recebimentos concomitantes, que anteriormente geravam problemas), 
faz o cadastro do motorista e uma câmera instalada no portão de entrada registra 
o caminhão, que segue para o setor de recebimento. 
Ao receber os materiais, agora o operador de recebimento (recebimento e 
inspeção da qualidade foram integrados) realiza as análises técnicas e apenas cola 
uma etiqueta gerada pelo sistema através da ordem de compra com um código 
de RFID (note que a quantidade de peças é garantida pelo número de etiquetas 
geradas pelo sistema, pois cada peça do material recebe a sua etiqueta) e destina 
para o setor de armazenagem, onde o material passa por uma trave fixada no 
portão de entrada do armazém automatizado, a leitura do produto é realizada e 
o material depositado automaticamente em uma posição escolhida pelo sistema 
de acordo com os critérios cadastrados para o material, como disponibilidade do 
armazém, giro de estoque etc. 
Ao ser requisitado pelo sistema de acordo com o período de início 
da montagem, o robô do armazém automático coleta o material na posição 
anteriormente armazenada e disponibiliza no portão de saída do armazém, onde 
está fixada outra trave que, ao ler o código de RFID, fará o registro no sistema 
informando que o material saiu do armazém e está indo para a área de montagem. 
O material é levado do armazém para a área de montagem através de AGV. 
O setor de montagem, agora segmentado em vários boxes de montagem, 
possibilita ao sistema saber onde os materiais devem ser entregues pelo AGV e 
também onde determinado produto será ou está sendo montado.
 Após montado, o produto é embalado ainda no box de montagem e 
recebe uma nova etiqueta de RFID, que representa o produto completo, com 
todas as demais etiquetas dos materiais que compõem o produto completo, 
comissionadas a ela. É importante perceber também que todo o processo de 
montagem e embalagem é realizado por um manipulador robótico que atua nas 
três direções (x, y, z), sendo que a partir do momento em que o robô completa o 
processo de montagem e embalagem, ele automaticamente informa ao sistema 
que o produto está finalizado, então o AGV realiza a coleta do produto no box de 
montagem e entrega na expedição, onde estará disponível para envio ao cliente.
A utilização do RFID para rastreabilidade e apontamento do material ao 
longo de cada processo possibilita que a empresa tenha controle total sobre as 
operações e também sobre a armazenagem dos materiais, fazendo com que o gestor 
consiga identificar exatamente em que ponto da linha planta está um determinado 
material em tempo real, facilitando assim o controle e gestão da empresa. 
O armazém automático, por sua vez, garante a máxima acurácia de 
estoque, visto que não existe interação humana dentro dele, a garantia de 
armazenagem correta de cada material para não causar nenhum tipo de avarias 
ou danos ao material, além do baixo custo de operação e rapidez nas operações 
de picking e refilling.
TÓPICO 3 | APLICAÇÕES DOS SISTEMAS FLEXÍVEIS DE MANUFATURA – SFM
35
Picking: Processo de separação dos materiais.
Refilling: Processo de reabastecimento dos materiais.
NOTA
FIGURA 22 – PROCESSO APÓS IMPLANTAÇÃO DE SISTEMAS FLEXÍVEIS DE MANUFATURA – SFM
FONTE: O autor
36
UNIDADE 1 | COMPONENTES DOS SISTEMAS FLEXÍVEIS DE MANUFATURA – SFM
Após a implantação dos Sistemas Flexíveis de Manufatura – SFM, 
é possível perceber a redução drásticado número de pessoas realizando as 
operações de chão de fábrica, causando uma redução considerável no custo de 
operação, visto que todas as tecnologias utilizadas (armazém automático, AGV e 
robôs) possuem custo elevado de aquisição e instalação, porém custo de operação 
extremante reduzido.
FIGURA 23 – CAMINHO PERCORRIDO PELO MATERIAL AO LONGO DO PROCESSO APÓS A 
IMPLANTAÇÃO DO SFM
FONTE: O autor
É importante perceber a melhoria no fluxo de materiais, onde o material 
percorre as operações em um único sentido até a expedição, devido ao fluxo 
de movimentação padronizado pelo AGV e a garantia de realização correta do 
picking realizado pelo armazém automático.
Além de todos esses ganhos, não podemos deixar de mencionar que a 
tecnologia de RFID permite a realização de inventários em curtos espaços de 
tempo, possibilitando até mesmo a realização de inventários diários, afinal não 
é necessário que o operador realize a contagem das peças, mas apenas passe o 
coletor de frequência no ambiente em que deseja realizar o inventário e o próprio 
sistema realiza a contagem.
TÓPICO 3 | APLICAÇÕES DOS SISTEMAS FLEXÍVEIS DE MANUFATURA – SFM
37
Agora que já estudamos a alteração de um sistema produtivo convencional 
para um Sistema Flexível de Manufatura, é o momento de entender as possíveis 
aplicações dos SFM.
As aplicações de Sistemas Flexíveis de Manufatura – SFM podem ser as 
mais variadas possíveis, aplicadas integral ou até mesmo parcialmente. Sabe-
se que, por serem tecnologias ainda um pouco caras para serem adquiridas, as 
empresas preferem adquirir de maneira gradual, atuando primeiramente nos 
“processos gargalos” ou processos que geram algum tipo de problema à saúde 
dos operadores, e aos poucos ajustam seus sistemas produtivos aos SFM.
A figura a seguir mostra a operação de um manipulador usinando peças 
em um torno, retirando as peças do buffer de entrada e fixando-as dentro do 
torno, após a conclusão da atividade o manipulador realiza a extração e deposita 
no buffer de saída.
FIGURA 24 – MANIPULADOR REALIZANDO A OPERAÇÃO DE UM TORNO
FONTE: <http://www.arvsystems.com.br/integrador-robos>. Acesso em: 14 ago. 2018.
Existe uma gama variada de aplicações, até mesmo para os próprios 
manipuladores, de acordo com a precisão e sensibilidade necessária em cada 
uma das aplicações, pois na figura a seguir é possível verificar a aplicação de 
um robô de pintura de janelas, onde é necessário realizar a leitura do formato da 
peça, ajustar a distância correta do bico em relação à peça, diâmetro do leque de 
tinta, intensidade de aspersão da tinta, bem como os ângulos de direção do braço 
para garantir que todas as faces e cantos da peça serão pintados.
Esse tipo de aplicação de manipuladores em processos de acabamento 
necessita de muita perfeição nos movimentos, para que o processo consiga 
garantir a qualidade final do produto, porém os principais diferenciais de 
realizar essas atividades com manipuladores são a economia de material (tinta) e 
estabelecimento do padrão da atividade, consequentemente, redução da variância 
do processo e aumento dos índices de qualidade.
38
UNIDADE 1 | COMPONENTES DOS SISTEMAS FLEXÍVEIS DE MANUFATURA – SFM
FIGURA 25 – MANIPULADOR REALIZANDO PINTURA DE JANELAS
FONTE: <http://www.emobile.com.br/site/industria/cefla-ligna-2017-industria40/>. 
Acesso em: 14 ago. 2018.
As aplicações de robôs ao dia a dia não param por aí, pois em setembro 
de 2016 uma empresa americana fabricante de pizzas incorporou a utilização 
de robô no processo de fabricação de suas pizzas, onde cada um dos robôs é 
responsável por uma atividade diferente no processo, isto é, um coloca cebola, 
outro inclui o tomate, outro adiciona os molhos e assim sucessivamente, até 
finalizar a construção da pizza. A linha de produção de pizzas foi criada para 
otimizar o tempo de fabricação das pizzas e disponibilizar mais tempo para a 
entrega da pizza nas casas dos americanos com a mesma qualidade de uma pizza 
retirada no balcão da empresa.
A empresa americana afirma que desde a solicitação do pedido da pizza 
até a entrega da pizza na casa do cliente, o tempo máximo aceitável pela empresa 
é de 30 minutos, com todos os ingredientes devidamente dispostos em seus 
devidos locais, sem perdas de qualidade e/ou aparência oriundas da produção 
ou entrega das pizzas.
TÓPICO 3 | APLICAÇÕES DOS SISTEMAS FLEXÍVEIS DE MANUFATURA – SFM
39
FIGURA 26 – ROBÔ UTILIZADO NA FABRICAÇÃO DE PIZZAS
FONTE: <https://revistapegn.globo.com/Empreendedorismo/noticia/2016/09/empresa-cria-
robos-que-fazem-pizza-sozinhos-.html>. Acesso em 14 ago. 2018.
Agora que você já conhece várias formas possíveis de aplicação de robôs 
em sistemas de manufatura, é necessário conhecer um pouco mais sobre as 
aplicações do AGV – Automated Guided Vehicle, ou veículos autoguiados.
Assim como os robôs, o AGV pode ser utilizado em várias formas 
de aplicação, porém não podemos esquecer que sua função é de transporte 
dos materiais, peças e/ou produtos acabados. O AGV pode ser utilizado para 
reabastecimento de material em linhas de produção, conforme mostrado na 
figura a seguir, onde o AGV está equipado com um manipulador acoplado à parte 
traseira e ao se locomover ao longo da linha produtiva realiza o abastecimento de 
insumos nos devidos postos de trabalho, estantes flow rack, supermercado, ou o 
que for necessário.
Supermercado: nome utilizado para um pequeno armazém disponível na área 
produtiva, responsável pelo reabastecimento da linha produtiva, geralmente responsável 
pelo reabastecimento de itens de pequeno porte, como parafusos, arruelas, rebites etc.
NOTA
40
UNIDADE 1 | COMPONENTES DOS SISTEMAS FLEXÍVEIS DE MANUFATURA – SFM
FIGURA 27 – AUTOMATED GUIDED VEHICLE EQUIPADO COM MANIPULADOR PARA 
REABASTECER SUPERMERCADO
FONTE: <https://www.azom.com/article.aspx?ArticleID=15531>. Acesso em: 14 ago. 2018.
Além deste modelo de AGV, é fundamental tomar conhecimento da 
existência dos modelos menores utilizados para reorganização de armazéns, 
estantes, gôndolas e produtos unitizados em palete, que podem ser utilizados 
em ambientes variados, por exemplo, centros de distribuição ou logística, 
organização ou priorização de produtos dentro de armazéns ou até mesmo para 
abastecimento de linha com volumes unitizados ou realizados através de estantes, 
o que pode ser uma solução ótima para produtos que são compostos de kits ou 
peças correlacionadas, por exemplo, a fixação de duas peças que necessitam 
de parafusos, arruelas e porcas. Neste exemplo, o AGV pode levar a proporção 
determinada (para cada parafuso utilizado, serão utilizadas duas arruelas e uma 
porca) de todos os produtos em uma única entrega.
TÓPICO 3 | APLICAÇÕES DOS SISTEMAS FLEXÍVEIS DE MANUFATURA – SFM
41
FIGURA 28 – AGV MOVIMENTANDO UMA ESTANTE DE PRODUTOS DENTRO DO ARMAZÉM
FONTE: <http://www.dailymail.co.uk/sciencetech/article-4085650/Amazon-s-robot-army-
revealed-Firm-45-000-bots-world.html>. Acesso em: 14 ago. 2018.
Você pode estar se perguntando neste momento se existem AGV’s 
apenas para cargas de pequenos volumes ou pesos, então vamos ajudá-lo na 
resolução desta dúvida com a apresentação da figura a seguir, onde o AGV está 
movimentando um trator-carregadeira de aproximadamente 20 toneladas ao 
longo de sua montagem, enquanto são adicionados os periféricos ao chassi ou 
carcaça do trator.
Perceba que, assim como os demais tipos de AGV, esse também possui 
vários comandos para possíveis interações manuais com o operador, mesmo ele 
possuindo todos os sensores de direção, posicionamento e varredura do local 
em que está transitando, facilitando caso exista a necessidade de desligamento 
ou alteração de procedimento que extrapole o padrão de operação pelo qual foi 
dimensionado.
42
UNIDADE 1 | COMPONENTES DOS SISTEMAS FLEXÍVEIS DE MANUFATURA – SFM
FIGURA 29 – AGV UTILIZADO NA LINHA DE MONTAGEM DE TRATORES-CARREGADEIRA
FONTE: <http://www.elmundo.es/economia/2015/03/13/5502ae7422601d814e8b4572.html>. 
Acesso em: 14 ago. 2018.
Os

Outros materiais