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AULA 6 – Avaliação do Ciclo de Vida – ACV (ISO 14.040- 14.049) Profª/Drª. Liliane Garcia Eng. Ambiental e Segurança no Trabalho Curso Técnico em Meio Ambiente Gestão Ambiental ACV - CONCEITO CONCEITOS Compilação e avaliação das entradas, das saídas e dos impactos ambientais potenciais de um sistema de produto ao longo do seu ciclo de vida ACV - CONCEITO CONCEITOS Ferramenta da GA que avalia o DA de produtos ao longo de todo o seu ciclo de vida, desde a extração dos recursos naturais, passando por todas os elos industriais de sua cadeia produtiva, pela sua distribuição e uso, até sua disposição final EXEMPLO EXEMPLO EXEMPLO ACV - CONCEITO CONCEITOS Avaliação dos impactos ambientais associados a todas as atividades humanas necessárias para que um produto cumpra sua função Análise do ciclo de vida (ACV) Éum método para a avaliação dos sistemas de produção ou serviços que considera os aspectos ambientais em todas as fases da sua vida, estabelecendo vínculos entre esses aspectos e categorias de impacto potencial, ligados: ao consumo de recursos naturais, à saúde humana e à ecologia. CONCEITOS Análise do ciclo de vida (ACV) Abrange toda a "vida" do produto ouprocesso, desde o seu início (desde a extração das matérias- primas no caso de um produto) atéo final da vida (quando o produto deixa de teruso e é descartado como resíduo), passando por todas as etapas intermediárias (manufatura, transporte, uso) • Do berço ao túmulo (craddle-to-grave) • Do berço ao berço (craddle-to-craddle) CONCEITOS EXEMPLOS Anos 60: primeiras ideias • 1969 – Coca Cola – comparação embalagens: consumo de recursos (matérias-primas e energia) e geração de emissões Meados dos 70’s – crise do petróleo • Fontes alternativas de energia • Declínio da crise do petróleo – declínio do interesse Final dos 80’s • 1985 – Diretiva da Comissão Européia – Embalagens bebidas - monitorar consumo energia e geração de rejeitos • 1990 – SETAC – Society of Environmental Toxicology and Chemistry Base metodológica da ACV. EVOLUÇÃO HISTÓRICA -MUNDO • 1993 – Criação do GANA (Grupo de Apoio à Normalização Ambiental) - Subcomitê de ACV • 1998 – “Análise do Ciclo de Vida de Produtos” – José Ribamar Chehebe • 1999 – Criação do ABNT/CB-38 SC 05 (subcomitê de ACV) • 2001 – Lançamento da NBR ISO 14040 pela ABNT • 2002 – Fundação da Associação Brasileira do Ciclo de Vida EVOLUÇÃO HISTÓRICA - BRASIL Análise do ciclo de vida (ACV) • aprodução de energia; • osprocessos que envolvem amanufatura; • asembalagens; • o transporte; • o consumo de energia nãorenovável; • os impactos relacionados com o uso, ou aproveitamento e • o reuso do produto ou mesmo questões relacionadas com o lixo ou recuperação/ reciclagem. ASPECTOS Análise do ciclo de vida (ACV) Ferramenta útil paracomparar • o impacto ambiental de diferentes produtoscom similar função (ex.: etanol xgasolina); • o impacto ambiental de diferentes tipos de tratamento de resíduos (incineração vs. aterro sanitário); • o impacto ambiental de diferentes destinos para um determinado resíduo especificamente (reciclagem Xcompostagem de papel). BENEFÍCIOS Análise do ciclo de vida (ACV) Ferramenta também útil para: • o desenvolvimento deprodutos; • a escolha de tecnologias; • a identificação da fase do Ciclo de Vida em que os impactos ocorrem; • a seleção de indicadores ambientais relevantes para avaliação de projetos, e; • a reformulação de produtos ou processo. BENEFÍCIOS Análise do ciclo de vida (ACV) • Permite uma análise completa de um determinado sistema. • Muitas vezes acredita-se que determinada prática é ambientalmente correta, quando na verdade nãoé. • Exemplo: Forma que se produz alimentos orgânicos Auxilia o gerenciamento e atomada de decisãona • estratégia ambiental daempresa BENEFÍCIOS NormatizaçãoACV A ACV é regulada por normas internacionais como a série ISO 14040 de Gestãoambiental. ü ISO 14040: Princípios eEstrutura ü ISO 14041: Definições de escopo e análise doinventário ü ISO 14042: Avaliação do impacto do ciclo devida ü ISO 14043: Interpretação do ciclo devida ü ISO 14047: Exemplos para a aplicação da ISO14042 ü ISO 14048: Formato da apresentação dedados ü ISSO 14049: Exemplos de aplicação da ISO 14041 para definição de objetivos e escopo e análise de inventário NORMATIVAS ACV ETAPAS Elinhas gerais, a ACV de um produto ou serviço consiste : • definição do seu objetivo e escopo • realização do levantamento quantificado de dados (inventário) de todas as entradas (materiais, energia e recursos) e saídas (produtos, subprodutos, emissões, etc) durante todo o ciclo de vida; • identificação dos os impactos ambientais potenciais ao longo do ciclo de vida; • interpretação dos resultados do estudo. ETAPAS DA ACV • Uma clara e inequívoca definição do “Objetivo” e “Escopo” (NBR ISO 14041) é fundamental para acondução do estudo • Envolve a definição da chamada “unidade funcional”, o que pode não ser trivial, mas que está intimamente ligada ao uso, à finalidade última do sistema deproduto FASE 1: DEFINIÇÃO DO OBJETO Fase 1: Definição do Objeto • Nesta fase, definem-se também as fronteiras e limites do estudo, simplificações adotadas, modelos matemáticos, bem como outros aspectos cruciais para o desenvolvimento do estudo Unidade funcional: Área de parede pintada X volume de tinta gasto FASE 1: DEFINIÇÃO DO OBJETO Fase 1: Definição do Objeto Nesta fase do estudo deve-se considerar: • o sistema a ser estudado; • a definição dos limites do sistema; • a definição das unidades do sistema; • o estabelecimento da função e da unidade funcional do sistema; • os procedimentos de alocação; • os requisitos dos dados; • as hipóteses de limitações; • a avaliação de impacto, quando necessária e a metodologia a ser adotada; • a interpretação dos dados, quando necessária e a metodologia a ser adotada e • o tipo e o formato do relatório importante para o estudo ea definição dos critérios para a revisão crítica, senecessário. FASE 1: DEFINIÇÃO DO OBJETO “Análise do Inventário” (NBR ISO 14041) - coleta de dados e ao estabelecimento dos procedimentos de cálculo para que se possa facilitar o agrupamento destes dados em categorias ambientais normalmente utilizáveis e comparáveis - semelhante a um balanço contábil FASE 2: INVENTÁRIO DO CV Fase 2: Inventário do Ciclo de Vida Considera-se nessa fase que tudo que entradeve ser igual ao que sai do sistema em estudo, em termos de energia ou massa, desde a extração das matérias-primas até o descarte final do produto FASE 2: INVENTÁRIO DO CV Fase 2: Inventário do Ciclo de Vida Deve-se levar em consideração: • a necessidade de uma estratégia cuidadosa na preparação para a coleta de dados; • a coleta de dados; • o refinamento dos limites dosistema; • a determinação dos procedimentos de cálculo;e • os procedimentos de alocação. FASE 2: INVENTÁRIO DO CV A Avaliação do Impacto (NBR ISO 14042) refere- se à identificação e avaliação em termos de impactos potenciais ao meio ambiente que podem ser associados aos dados levantados no inventário FASE 3: AIA DO CV • Avaliações mais simples podem ser realizadas apenas comosdadosobtidosna fasedo inventário • São detectadas grandes diferenças nos parâmetros de impacto ou quando houver necessidade de se relacionar os dados do inventário aos problemas ambientais (NBRISO14042) FASE 3: AIA DO CV AISO14042 propõe uma estrutura para o processo de avaliação incluindo basicamente 3etapas: • Seleção e definição das categorias: que devem ser estabelecidas com baseno conhecimento científico; • Classificação: os dados são classificados e apuradosnasdiversascategorias selecionadas; • Caracterização: os dados são modelados por categoria de forma que cada um possa ter o seu indicador numérico. FASE 3: AIA DO CV A interpretação dos resultados de ACV (ISO 14043) é uma das etapas mais sensíveis, pois as hipóteses estabelecidas duranteas fases anteriores, assim como as adaptações que podem ter ocorrido em função de ajustes necessários, podem afetar o resultado final do estudo FASE 4: INTERPRETAÇÃO DA ACV • Esterelatório deve seguir asprescrições das normas NBRISO14.040eNBRISO14.041 Relatório Final Deve ser elaborado de forma a possibilitar a utilização dos resultados e sua interpretação de acordo com os objetivos estabelecidos para oestudo FASE 4: INTERPRETAÇÃO DA ACV • Apesar da orientação normativa, os estudos de ACV continuam a ser descrições imperfeitas do sistema de produção. Existe um potencial de incerteza relativa à qualidade dos dados, e mesmo involuntariamente, uma certa subjetividade pode estar presente desde o início dosestudos. FASE 4: INTERPRETAÇÃO DA ACV Para reduzir os riscos de manipulações, abusos na condução ou mesmo erros involuntários devido à complexidade dos estudos, a norma NBRISO 14.040 salienta que uma revisão crítica pode ser realizada por um especialista independente do estudo de ACV (Auditoriatécnica) FASE 4: INTERPRETAÇÃO DA ACV Análises Críticas: • Visa diminuir a probabilidade de mal-entendidos ou efeitos negativos em relação às partes interessadasexternas • devem ser conduzidas análises críticas em estudos de ACVquandoosresultados sãousadospara apoiar afirmaçõescomparativas FASE 4: INTERPRETAÇÃO DA ACV • A análise crítica devem ser incluídos no relatório deestudo deACV Análises Críticas Pode ser efetuada tanto porum especialista externo quanto por uma comissão, a qual pode incluir representantes das partes interessadas FASE 4: INTERPRETAÇÃO DA ACV • Aelaboração de estudos de ACVquase sempre acarreta em grande consumo de tempo, recursos financeiros e humanos • Dependendo da profundidade do estudo que se pretende conduzir, a coleta de dados pode ainda ser dificultada • A indisponibilidade de dados pode afetar o resultado final do estudo e asuaconfiabilidade FASE 5: LIMITAÇÕES NA ELABORAÇÃO DO ESTUDO DE ACV Uma avaliação criteriosa da relação custo- benefício para se atingir a qualidade desejada para o estudo é vital, levando-se em conta que tipo de dado deverá ser pesquisado, o custo e o tempo para sua coleta e os recursos disponíveis para a condução do estudo FASE 5: LIMITAÇÕES NA ELABORAÇÃO DO ESTUDO DE ACV A ACV, por sua natureza, não é uma ferramenta capaz de medir qual produto ou processo é o mais eficiente tanto em relação ao custoquanto em relação a outros fatores, já que não mede, por exemplo, impactos REAIS ambientais, e sim impactos POTENCIAIS. FASE 5: LIMITAÇÕES NA ELABORAÇÃO DO ESTUDO DE ACV USOS DAACV 1. Uso em Empresas; 2. Uso no governo; e 3. Uso na rotulagem ambiental USOS ACV Uso em Empresas • Sociedade – importante stakeholder; • Avaliação do ciclo de vida - aprimoramentodo processo produtivo e dos produtos ; • Estimativa dos impactos – inclusão de impactos causados pelo processo produtivo, não considerados nos processos tradicionais de análise; • Dados - identificam as transferências dos impactos ambientais de um meio paraoutro; • Gerenciamento Ambiental na Indústria - sistematiza as questões associadas ao sistema de produção. USOS NAS EMPRESAS Uso nos Governos • Políticas: O uso da ACV auxilia na definição de políticas mais consistentes, evitando que impactos ambientais sejam transferidos para outra fase do ciclo de vida do produto ou serviço • Países que usam: a Áustria, o Canadá, a Finlândia, a França, a Alemanha, o Japão, a Holanda, aNoruega, aSuéciae os EUA. USOS NOS GOVERNOS Uso na RotulagemAmbiental É um mecanismo de comunicação com o mercado sobre os aspectos ambientais do produto ou serviço com o objetivo de diferenciá-lo de outros produtos. Ela podese materializar por meio de símbolos, marcas, textos ou gráficos USO NA ROTULAGEM Tipos de rotulagem (ISO) Tipo III - consistem essencialmente, no estabelecimento de categorias de parâmetros;a partir de uma ACV, e na divulgação dos dados quantitativos para esses parâmetros para cada produto, dados esses, verificados por uma terceira parte USO NA ROTULAGEM • ARLINDO PHILIPPI JR., et al. (Ed.). Curso de Gestão Ambiental. Barueri, SP: Manoele, 2004. • ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). Família de normas ISSO 14000. NBR ISO 14000. Rio de Janeiro, 1996. • ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). Sistema de Gestão Ambiental: especificação e diretrizes para uso. NBR ISO 14001. Rio de Janeiro, 2004. • ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). Sistema de Gestão Ambiental - Diretrizes Gerais sobre princípios, sistemas e técnicas de apoio. NBR ISO 14004. Rio de Janeiro, 2015. • FERREIRA, L.C. A internalização da proteção ambiental no Estado de São Paulo. A Questão Ambiental- Sustentabilidade e políticas públicas no Brasil. Editora Bom Tempo. • LOUREIRO, W. Incentivos Econômicos para a Conservação da Biodiversidade no Brasil – ICMS Ecológico. Curitiba: IAP, 1998. • LUSTOSA, M.C. et al.Economia, Sociedade e Meio Ambiente.In: Economia do Meio Ambiente: Teoria e Prática. Rio de Janeiro:Elsevier, 2003. • MUNICÍPIOS E MEIO AMBIENTE: perspectivas para a municipalização da gestão ambiental no Brasil/Arlindo Philippi Jr...(et al.) (editores), -- São Paulo: Associação Nacional de Municípios e Meio Ambiente, 1999. • SANTOS, R.F. Planejamento Ambiental: teoria e prática. São Paulo: Oficina de Textos, 2004. • SEIFFERT, M.E.B. Gestão Ambiental: instrumentos, esfera de ação e educação ambiental. São Paulo: Atlas, 2007. REFERÊNCIAS 43 FIM DA AULA
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