Buscar

Resenha do livro Lucíola de José de Alencar

Prévia do material em texto

Lucíola
· De José de Alencar
· Foi publicado em 1862
· Passa-se na metade do séc. XIX no ano de 1855 na época que compreende uma parte do Segundo Reinado. 
· Conta o romance entre Paulo e Lucia, que é uma cortesã (prostituta).
Quem narra a história é Paulo, por meio de cartas para a senhora G.R.
Transparece os valores da sociedade brasileira do século XIX.
José de Alencar procurou demonstrar os padrões de comportamento e valores impostos pela sociedade, mostrando os preconceitos impostos sobre a mulher, e principalmente sobre o grupo social que a Lucia pertencia.
· Ela se distancia cada vez mais da vida de cortesã e se reaproxima de sua origem, enquanto Maria da Glória. 
Personagens
Lucia (cortesã muito valorizada pela sociedade por conta da sua beleza), Paulo homem humilde de Pernamburco)., Couto  (foi o primeiro cliente de Lúcia), Cunha(amigo de Paulo, ex-amante de lucia, o deixou no dia em que viu sua mulher sozinha, triste)., Ana (irmã mais nova de Lucia), Sá(amigo de infância de Paulo, típico homem burguês) , Rochinha (na roda de amigos boêmios, é o mais novo, com 17 anos, e o mais inexperiente. Porém, tem uma vida irrigada por bebidas alcoólicas), Jesuína (acolheu Lucia quando ela foi expulsa de casa pelo pai).
· É importante destacar a visão sobre a imagem feminina na época. Uma característica demonstrada logo na festa da corte, foi de que não era comum ver mulheres sem estarem acompanhadas ou pelo pai, irmão ou marido, e se estavam sozinhas, já interpretavam sua classe social.
· Durante o livro percebe-se algumas mudanças entre Lucia e Paulo que se apaixonam. Eles percebem o julgamento da sociedade, e então, não se impõem como um casal.
· Na tentativa de se afastar da sociedade e deixar definitivamente a vida de cortesã para trás
· A Cortesã é cobiçada pela sua beleza e vive numa sociedade que a julga preconceituosamente, até encontrar Paulo, o único capaz de enxergar além das aparências.
Para a pequena resenha do livro
· Em 1855, Paulo chega ao Rio de Janeiro e vê pela primeira vez Lúcia. Sem conhecer sua verdadeira vida, apaixona-se à primeira vista, pois enxerga nela uma encantadora menina. Essa impressão desfaz-se na Festa da Glória, onde Sá, representante dos valores e preconceitos da sociedade, a apresenta como uma mulher bonita e não como uma senhora.
· - Percebe-se que ela está sozinha, logo interpreta que é uma cortesã, mulheres só saiam acompanhadas pelo marido, irmão ou pai.
· Há uma festa na casa de Sá onde, além de Paulo e Lúcia, são convidados também homens boêmios, como Sr. Cunha, Rochinha, Sr. Couto e outras três prostitutas, entre elas Nina. Nessa festa, a cortesã exibe-se nua diante de todos. Paulo num primeiro momento teve uma repulsão por toda aquela cena. Porém, mostra-se piedoso e compreensivo e os dois tem uma noite na mata. Esse é o ponto que marca o início da transformação de Lúcia.
· Cunha, em uma festa da corte, fala sobre Lucia, que ela pode ser maldosa, e ter vários amantes em um dia. 
· Ele ia frequentemente visita-la.
· Eles começaram uma relação, porém aberta e fechada ao mesmo tempo. Ele passava alguns dias na casa de Lucia como seu senhor e dono do estabelecimento.
· Lucia temia que saíssem juntos e julgamentos fossem soltos aos amantes.
· Briga
· Certa noite, Paulo foi a uma festa do Senhor R, dançou com diversas mulheres e falastes com todas, Lucia o observava de um estabelecimento próximo do local.
· Paulo ficou bravo, e disse que isso não era agradável por ser espionado em pequenos momentos, e por não terem nada certo, não havia nada de errado com isso.
· Após essa briga, foi a primeira noite depois de um mês que ele foi dormir em uma hotel, longe de Lucia.
· Logo na manhã seguinte, Paulo voltara para a casa de Lucia com o objetivo de sessar suas relações. 
· Dizia ele que se sentirá humilhado por pessoas estarem pensando que ele está sendo sustentado pela mais bela cortesã na cidade. Dizia ser pobre, e que não conseguiria pagar custa honra de suas relações.
· Lucia nessa discussão faz uma exclamação tanto quanto revoltante e interessante- ela diz que uma mulher como ela não pode ter o direito de escolher com quem ter o prazer de ser amante e que agora, só lhe valia o preço de cada um.
· Nas discussões, Lucia mostra argumentos feministas, em defesa de sua classe social.
· Com isso então, Paulo diz que ela não precisa se privar tanto pois as pessoas já estão percebendo a sua ausência em teatros, em seu carro, nas festa da corte, e etc.
· Aparentemente ele parecia sentir vergonha de ter uma relação com uma cortesã, e se importa muito com a opinião social 
· Com isso, ela fala para ele não se preocupar e sai para resolver isso.
· Paulo a encontra em uma feira, reconhece ela como cortesã (eram assim chamadas as prostitutas na época), e percebe ser amante de Couto, pela despedida.
· Ela, provocantemente, chega aos ouvidos de Paulo e diz “Está satisfeito?”.
· Na noite do dia seguinte, ele foi à casa de Lucia, e viu ela se arrumando para ir a um baile com seu novo amante, Couto, ele pediu pra ela não ir, lá não foi, couto chegou e ela disse que não vai, ai couto foi embora, logo, Paulo mandou ela ir com ele, couto voltou e Lucia disse que ia porque Paulo mandou.
· Na festa, como couto sendo amante de lúcia, como forma de vingança, Paulo fica um Nina, uma cortesã encontrada na festa.
· Na mesma noite, se sentiu culpado, e foi para a casa de Lúcia. Ela ainda não tinha chegado. Mas ele ficou ali até o amanhecer pensando nas coisas horríveis que tinha dito a ela, e esperando a sua volta, mas logo cansou-se de esperar e foi embora.
· No outro dia, ele foi à casa dela e ela estava deitada em uma poltrona, descabelada, nua e toda desajeitada com a roupa de noite passada. Eles começaram a se desculpar um com o outro, por conta dos outros amantes. Paulo afirma que Lucia mudou profundamente, e ela concorda, logo, Paulo quer se convencer de ela ser apenas uma amiga.
· Logo a relação deles começou a ficar em maior desanimo. Lucia já não tinha a animação de antes, algo estava errado com ela, eles não se falavam constantemente.
· Paulo se sentiu confuso, por em alguns instantes Lúcia de alegria partiu para uma indiferença profunda, parabéns, ele finalmente enxergou uma mulher de verdade.
· Em outro dia, ele foi à casa de Lúcia, ela estava doente, uma enfermeira, senhora Jesuína, afirmava que Lucia estava doente e que o médico recomendara descanso total. Logo, fostes embora. Quando voltou, Lúcia falou que não tinha médico e só estava com indisposição e dor de cabeça, e que Jesuína não era uma enfermeira. Paulo interpretou que ela não o queria mais como amante, ela suplicou que ele ficasse.
· Ele pediu que ela arranjasse outro amante para serem so amigos, e só assim ele a visitaria. PÁGINA 105, Lucia diz que ela só servia para o desejo dele.
· Vaso e carta de Cunha.
· Eles se afastaram por um tempo, e passara por ela e fingia que não conhecia, em um almoço um moleque avisou que ela chegou, era Lucia, ela não aguentava ficar mais longe dele e o queria de volta, deu-lhe um beijo, ele viu que ela mudou, e eles queriam tentar novamente. 
· Na tentativa de se afastar da sociedade e deixar definitivamente a vida de cortesã para trás, muda-se para uma casa mais simples no interior junto com sua irmã mais nova, Ana. Lucia contou 
· Sua história. Contara que possuía uma família feliz, um pai, uma mãe um irmão mais velho e uma irmã mais nova, e uma tia. Contara também que seu nome é Maria da Glória. Com tristeza então contou oq houve com sua família: em 1850 houve um surto de febre amarela que afetou sua família inteira, somente sua tia e ela estavam de pé. Tinham pouco dinheiro para os remédios e comida para todos, logo sua tia também adoecera, então com 14 anos ela teve que cuidar de toda a sua família, doentes graves, sozinha. Ela não dormia, não tinha comida, e todos estavam muito mal. Em uma manhã, passou um vizinho, que falou para ela que a ajudaria, e pediu que ela fosse a casa dele. Ela, uma adolescente inocente, foi. Esse homem era Couto. Ele tirara dos bolsos, algumas moedasde ouro, e ela se ajoelhou para implorar por elas, logo, couto começou a beija-lá, sem permissão, apenas a agarrou, ela correu para casa, mas percebeu que precisava daquele dinheiro para salvar a vida de sua família. Então ela, com 14 anos, deixou sua virgindade a Couto. Voltou para casa com o dinheiro, e bateu-lhe a esperança de que iriam melhorar. O pai lhe perguntou como arranjara aquele dinheiro. Ela contou a verdade e ele a expulsou de casa, por ser um absurdo ela dar seu corpo por dinheiro. Ele julgara que ela tinha um amante e que então viveria com ele. Jesuína a encontrou na calçada e lhe ofereceu abrigo, e levava remédios para seus pais e seus irmãos. Logo eles melhoraram. Todo o dinheiro que Lucia adquiria era para os pais e se seus irmãos. Uma moça foi morar com Lucia e eram parecidas, mas logo morreu e nos jornais, Lúcia colocou seu nome nos atestados de óbito, e apareceu como “Maria morreu tísica” (por isso, trocou seu nome para Lucia) - tuberculose pulmonar, e então, encontrara seu pai chorando no tumulo por sua filha, e Lúcia chorava pela única amiga que teve. Quando finalmente criou coragem para falar com sua família novamente, só restava Ana, sua irmã mais nova, viva.
· Lucia afirma seus sentimentos, afirmava a sensação horrível de estar aos braços de um homem para satisfazer os desejos deste, e que nesses momentos ela saia de si, e era apenas uma cortesã sem pudor e sem consciência, que ela desprezava. Ela diz também que sente dor e rancor profundo por quem a tira prazer sem moralidade e sensibilidade.
· A cada momento, ela chorava, lembrando da dor de perder sua virgindade tão cruelmente, e o desprezo da família.
· Logo, Lucia, Paulo e Ana viveram juntos, como uma família.
· Lucia adoecera, com uma febre horrível.
· Em uma noite, Lucia contou a Paulo que estava gravida, mas que iria abortar, por achar que o seu corpo era sujo, Lúcia não se acha digna de carregar um bebê. Ela recusou o remédio que o médico pedia para ela tomar que assim haveria uma mudança que repeliria o bebe já sem vida. Mas ela disse então que morreria junto com o bebe, “Sua mãe lhe servirá de tumulo”.
· Paulo tentou implorar, mas nada a convenceu, então logo, lá estava ele, chorando sobre o corpo frio de Maria da Glória.
· Paulo estava escrevendo essa carta para a senhora G.R, 6 anos depois, onde Ana já estava casada com um homem que a ama, e ele seguira com a vida dele.
Motivos para ler a obra.
Comparação da sociedade da época e na atualidade, será que mudou tanto?? Será que uma mulher prostituta já não é julgada? é bom para perceber que cada um tem a sua história e que não se deve julgar como faziam com Lúcia, e se encaixarmos num conceito atual de que o amor pode surgir em todos os lugares, independente das pessoas ou da classe social.

Continue navegando