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Prévia do material em texto

Geografia Regional
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Me. Eduardo Augusto Wellendorf Sombini
Revisão Técnica:
Prof.ª Dr.ª Vivian Fiori
Revisão Textual:
Prof. Esp. Cláudio Pereira do Nascimento
A Regionalização do Espaço Mundial 
• Introdução
• Processos de Colonização e Formação dos Estados
• Propostas Tradicionais de Regionalização do Espaço Mundial
 · Abordar os principais marcos da regionalização do espaço mundial e 
evidenciar formas tradicionais de regionalização do mundo. 
OBJETIVO DE APRENDIZADO
A Regionalização do Espaço Mundial 
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem 
aproveitado e haja uma maior aplicabilidade na sua 
formação acadêmica e atuação profissional, siga 
algumas recomendações básicas: 
Assim:
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e 
horário fixos como o seu “momento do estudo”.
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar, lembre-se de que uma 
alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo.
No material de cada Unidade, há leituras indicadas. Entre elas: artigos científicos, livros, vídeos e 
sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você também 
encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua 
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados.
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discussão, 
pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato 
com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e aprendizagem.
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Determine um 
horário fixo 
para estudar.
Aproveite as 
indicações 
de Material 
Complementar.
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar, lembre-se de que uma 
Não se esqueça 
de se alimentar 
e se manter 
hidratado.
Aproveite as 
Conserve seu 
material e local de 
estudos sempre 
organizados.
Procure manter 
contato com seus 
colegas e tutores 
para trocar ideias! 
Isso amplia a 
aprendizagem.
Seja original! 
Nunca plagie 
trabalhos.
UNIDADE A Regionalização do Espaço Mundial 
Introdução
Nesta unidade vamos tratar dos principais marcos da regionalização do espaço 
mundial. A constituição do sistema mundial e a produção de hierarquias entre os 
diversos territórios que dele participam são processos históricos de longa duração e 
difícil reversão. Discutiremos, nessa unidade, as abordagens tradicionais que busca-
ram oferecer interpretações a respeito das divisões do espaço mundial.
Processos de Colonização 
e Formação dos Estados
O processo de formação dos Estados territoriais modernos pode ser considerado 
o marco inicial de constituição do sistema mundial que, séculos depois, desdobra-se 
nos processos atuais de globalização.
 A emergência dos Estados nacionais revolucionou a organização político-
-jurídica, social e territorial da Europa Ocidental. No plano interno, as autori-
dades nacionais progressivamente se impuseram sobre as antigas formas de 
regulação existentes. 
No plano externo, a colonização de extensas áreas do planeta se tornou a estra-
tégia a ser adotada pelos Estados territoriais nascentes como forma de apropriação 
de recursos e fortalecimento geopolítico. Por isso, Haesbaert & Porto-Gonçalves 
(2005, p. 19) defendem que o “[...] sistema mundo moderno não é compreensível 
sem a colonialidade”. 
Na América Latina, os Estados territoriais europeus, em seu projeto colonial, 
pilharam os recursos minerais existentes e dizimaram as populações indígenas. 
Para explorar economicamente os territórios conquistados, implantaram culturas 
agrícolas rentáveis nos mercados europeus e instituíram a escravidão de negros 
traficados da África. 
Em resumo, implantaram uma ordem econômica, social e territorial alheia aos 
meios geográficos existentes nas áreas colonizadas, explorando-as, ao máximo, 
para garantir a riqueza das metrópoles europeias. O geógrafo Antonio Carlos R. 
de Moraes (2005, p. 65) comenta este processo:
8
9
A colonização envolve conquista, e esta se objetivava na submissão das 
populações encontradas, na apropriação dos lugares, e na subordinação 
dos poderes eventualmente defrontados. A colonização é, antes de tudo, 
uma afirmação militar, a imposição bélica (mesmo que, num primeiro 
momento, diplomática) de uma nova dominação política. As estruturas 
produtivas preexistentes devem ser assimiladas à nova ordem, seja pela 
sua incorporação, seja pela sua destruição [...]. Em muitos casos, contudo, 
a colonização envolve a criação de novas estruturas econômicas, das 
quais a plantation é sem dúvida um dos melhores exemplos: uma forma 
produtiva criada pela expansão da economia-mundo capitalista, que 
retoma o escravismo como relação básica de produção.
Os territórios coloniais nasceram, portanto, voltados para fora, sem possibili-
dades concretas de determinar seus futuros. Foram constituídos, dessa forma, a 
partir de lógicas extravertidas que os colocaram como plataformas de valorização 
no interior do sistema econômico internacional. Esses nexos de subordinação 
externa constituem os “espaços alienados” (ISNARD, 1982), que vão sendo atu-
alizados até a atualidade. 
Isnard (1982) comenta:
Será necessário utilizar doravante o conceito dos espaços alienados 
para designar regiões que devem ao exterior, não só a sua criação e 
a sua integração no mercado mundial, mas ainda a sobrevivência da 
sua organização, enfim regiões cuja população [...] jamais controla, e 
que até os próprios poderes públicos dificilmente controlam (ISNARD, 
1982, p. 55).
Podemos citar, por exemplo, as redes dendríticas diretamente associadas ao 
passado colonial dos países periféricos: “[...] seu ponto de partida é a fundação 
de uma cidade estratégica e excentricamente localizada em face de uma futura 
hinterlândia. Essa cidade, de localização junto ao mar, é o ponto inicial de penetração 
no território e sua porta de entrada e saída” (CORRÊA, 1988, p. 62). 
Isso significa que os colonizadores, via de regra, estabeleceram vilas portuárias 
que permitiram a ligação entre áreas produtoras de gêneros agrícolas, por exemplo, 
e o escoamento da produção para a metrópole.
 No caso brasileiro, a lógica das redes dendríticas fez com que, até o início do 
século XX, as ligações entre as diversas regiões do país fossem extremamente 
fracas, já que historicamente cada uma delas se conectou prioritariamente com o 
mercado externo. 
9
UNIDADE A Regionalização do Espaço Mundial 
O Subdesenvolvimento Brasileiro
O Brasil participava do processo de acumulação capitalista no nível mundial por meio da 
sua posição de país primário-exportador através de manchas de integração com o resto 
do mundo (borracha, açúcar, café, ouro, etc.). Sua marca residia numa economia de base 
escravocrata que, ainda nessa condição, ascende à posição de uma economia primário-
-exportadora. O mercado de trabalho urbano se estruturava em torno do capital comercial 
e financeiro das cidades exportadoras e da frágil base de prestação de serviços do Estado. 
A libertação dos escravos jogou nas cidades uma população sem qualquer escolaridade e 
com poucas possibilidades deinserção em atividades urbanas, constituindo, assim, as bases 
para um excedente populacional crônico, determinando, consequentemente, uma seg-
mentação étnica significativa. Naquela ocasião teria sido necessária a implementação de 
políticas de inclusão social e distribuição de terras. É quase impossível resistir à tentação de 
imaginar o que seria o Brasil de hoje se tais medidas houvessem sido implementadas. 
A migração europeia, incentivada, sobretudo, para o cultivo do café no Estado de São Paulo, 
também vai contribuir para a criação de uma oferta de trabalhadores diferenciados dos na-
cionais, os quais não possuíam experiência operária importante para a indústria nascente. 
Assim, a formação do mercado de trabalho urbano no Brasil inicia-se já marcada por seg-
mentações importantes de naturezas regional, formação profissional, étnica, salarial, etc. 
O período de desenvolvimento vivenciado pelo País no século vinte é muito importante, 
porém incapaz de eliminar tais problemas. Sobretudo por não ter tido deliberadamente 
um caráter integrador, por não ter conseguido implementar uma universalização do ensino 
básico, eliminando o analfabetismo, por não ter realizado uma reforma agrária ampla e, 
ainda, por ter submetido o País a uma permanente dependência de recursos externos para 
o financiamento de seu desenvolvimento.
Fonte: Texto literal extraído de CARLEIAL, Liana Maria da Frota. Subdesenvolvimento globalizado: a resultante das escolhas da política 
econômica brasileira dos anos noventa. Disponível em: https://goo.gl/HgUjMK. Acesso em 30 de jul. de 2017. 
Ex
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O mesmo pode ser dito em relação ao subcontinente indiano ou a vários ou-
tros países atuais que foram constituídos por meio da colonização europeia. Em 
outras palavras, a organização pretérita dos países periféricos dirigida por lógicas 
extravertidas, permanece como formas-conteúdo desses territórios e condicionam 
o desenvolvimento posterior das sociedades nacionais. 
Observe o mapa de rede de transportes na África, verifique as ferrovias, todas 
voltadas aos portos, seguindo a lógica de exportação e não de integração interna 
do continente.
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Figura 1 – Rede de Transporte Africana
Fonte: Wikimedia Commons
Portanto, o expansionismo de um conjunto de países da Europa Ocidental 
fez com que esses fossem tratados como o centro do sistema mundo nascente, 
comandando uma vasta periferia colonizada. Dessa forma, o colonialismo é uma 
primeira fonte de criação de hierarquias no sistema mundial, opondo as metrópoles 
europeias e os territórios colonizados nas Américas, na África, na Ásia e na Oceania. 
As colônias de exploração foram consideradas anexos da economia metropoli-
tana e formas mais autônomas de desenvolvimento das áreas dominadas – como 
a manufatura ou quaisquer outras atividades que colocassem em risco o controle 
exercido pelos países europeus – foram expressamente proibidas.
Esse processo foi fortemente acelerado com a deflagração da Revolução 
Industrial, nos séculos XVII e XVIII. O desenvolvimento de novas técnicas de 
manufatura, inicialmente, na Inglaterra permitiu que o sistema capitalista se 
transformasse drasticamente.
11
UNIDADE A Regionalização do Espaço Mundial 
Apesar de não ser possível retomar essa discussão em detalhes, é importante 
lembrar que a Revolução Industrial fez com que as tendências expansionistas do 
capitalismo se acentuassem, aumentando constantemente, as escalas geográficas 
de realização do sistema econômico.
O desenvolvimento da máquina a vapor e a exploração do carvão como 
fonte energética permitiram ao lado de outras importantes inovações técnicas, 
o aumento exponencial da produtividade nos países que se industrializaram. Esse 
processo aprofundou as divisões técnica, social e territorial do trabalho e permitiu 
a diminuição dos custos de produção das mercadorias. 
Figura 2 – Ferro e Carvão, de William Bell Scott
Fonte: Wikimedia Commons
Ao mesmo tempo, os cercamentos no campo e a instalação das indústrias em 
áreas urbanas criaram fortes fluxos migratórios em direção às cidades industriais do 
período, agravando as disparidades regionais no interior dos países e os problemas 
sociais nas metrópoles nascentes. 
Com isso, queremos ressaltar que a desigualdade não é visível somente na escala 
internacional: na escala dos territórios nacionais, houve a concentração de capitais 
e força de trabalho em algumas regiões que se desenvolveram mais rapidamente; 
na escala urbana, as condições de vida da classe trabalhadora no início da era 
industrial eram extremamente precárias, como narrado em Engels (2008), em 
oposição à opulência da nobreza e da burguesia.
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De forma simplificada, a progressiva industrialização da Europa Ocidental 
demanda dois conjuntos de fatores para se realizar. Em primeiro lugar, a dispo-
nibilidade de matérias-primas cada vez mais específicas e em quantidades nun-
ca antes processadas na história. Em segundo lugar, a existência de mercados 
consumidores suficientemente amplos para absorver as mercadorias produzidas 
(DOWBOR, 1995).
Se as matérias-primas não estivessem disponíveis nas quantidades e qualidades 
necessárias, as plantas industriais não poderiam operar a plena capacidade. Se 
não houvesse mercados cativos, as mercadorias produzidas em escala não seriam 
vendidas e os lucros industriais não se realizariam, desestabilizando a lógica da 
acumulação capitalista. 
Há diversos outros elementos imprescindíveis para a industrialização, como 
a existência de mão de obra abundante e qualificada, por exemplo. Os dois 
apresentados são importantes para esta unidade porque a periferia do sistema 
mundial, amarrada aos nexos coloniais, passou a ser vista tanto como fornecedora 
de matérias-primas essenciais para a produção manufatureira europeia, como 
consumidora dos produtos industrializados desses países.
Trata-se, portanto, do aprofundamento da divisão internacional do trabalho 
marcada por desigualdades entre o centro e as periferias do sistema mundial. Essa 
forma de inserção subordinada dos países periféricos dificultou o desenvolvimento 
industrial dessas nações, já que as atividades industriais se tornaram uma prerrogativa 
quase exclusiva dos países centrais. Esse tipo específico de divisão territorial do 
trabalho na escala mundial, da mesma forma que o colonialismo, criou fortes 
heranças históricas que condicionaram o desenvolvimento econômico do conjunto 
dos países periféricos. 
Para Dowbor (1995, p. 19), “[...] o fato de o Centro voltar-se para o Terceiro 
Mundo para escoar seus produtos em troca de matéria-prima terá efeitos 
permanentes sobre a Periferia”. A emergência dessa divisão internacional do 
trabalho esteve diretamente associada ao rápido desenvolvimento dos meios de 
transporte e comunicações modernos para a época (como os barcos a vapor, as 
ferrovias e os telégrafos). 
Essas novas redes técnicas foram, ao mesmo tempo, resultado das inovações 
tecnológicas do período e condição para a articulação funcional entre o centro e as 
periferias do sistema mundial. Permitiram, portanto, que áreas pouco integradas 
do ponto de vista econômico passassem a ter lógicas de funcionamento comuns, 
comandadas pelos países centrais. 
Esse processo só se realizou, evidentemente, com a dominação neocolonial 
ou o alinhamento político das nações independentes. Ao longo do século XIX, 
dessa forma, o comércio internacional aumentou vertiginosamente, o que indica o 
aprofundamento da divisão internacional do trabalho.
13
UNIDADE A Regionalização do Espaço Mundial 
Trocas Comerciais
As exportações britânicas para a Turquia e o Oriente Médio cresceram de 3,5 milhões de 
libras em 1848 para um máximo de 16 milhões em 1870; para a Ásia, de 7 milhões para 41milhões em 1875; para as Américas Central e do Sul, de 6 milhões para 28 milhões em 1872; 
para a Índia, de perto de 5 milhões para 24 milhões em 1875; para a Austrália, de 1,5 milhão 
para mais de 20 milhões em 1875. 
Em outras palavras, em 35 anos, o valor das trocas entre a mais industrializada das 
economias e as regiões mais atrasadas ou remotas do mundo havia se multiplicado por seis. 
Isso evidentemente não é muito impressivo pelo que temos hoje em dia, mas o volume em 
números absolutos ultrapassava tudo que podia ter sido previsto anteriormente. 
Ex
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A rede que unia várias regiões do mundo, como explica Hobsbawm (1979, p. 69):
Para assegurar a continuidade dos fluxos necessários à realização do 
capitalismo industrial, as potências europeias passaram a se organizar 
em grandes impérios, como o Império Britânico e o Francês. Além das 
colônias, efetivamente sob o domínio dos impérios, esses países passaram, 
também, a exercer forte influência política e econômica em nações 
formalmente independentes. É o caso, por exemplo, do Brasil e de outros 
países latino-americanos, sobretudo na segunda metade do século XIX e 
início do século XX, que estabeleceram vínculos estreitos com os capitais 
de origem britânica.
Três companhias podem ser usadas como exemplo:
1. The São Paulo Railway Company, Limited, responsável pela construção e 
operação da ferrovia entre o porto de Santos, São Paulo e Jundiaí (inau-
gurada em 1867), responsável pelo escoamento da produção cafeeira do 
interior paulista. 
2. São Paulo Tramway, Light and Power Company, fundada em 1899 no Cana-
dá, foi autorizada a construir e operar a infraestrutura de geração e distribui-
ção de energia elétrica e os serviços de transporte coletivo por bondes elétri-
cos em São Paulo e, posteriormente, a retificação dos rios Pinheiros e Tietê. 
3. City of São Paulo Improvements and Freehold Land Company Limited, 
fundada em 1912, foi responsável pelo loteamento dos bairros-jardim de 
São Paulo e pela urbanização de extensas áreas da várzea do Rio Pinheiros.
Desse modo, as metrópoles, ou seja, os países colonizadores criaram infraestru-
turas nos países colonizados no intuito de melhor explorarem seus recursos, isso 
se deu em diferentes momentos na América, Ásia e África, como aborda Milton 
Santos (2003, p. 28):
Seja qual for o período histórico, seja qual for o continente, o resultado 
é sempre o mesmo: a ruína dos países dominados e a acumulação na 
metrópole. Sendo a expansão da produção uma função de necessidades 
crescentes no centro do sistema, o momentum não tem sido o mesmo 
em cada continente: o século XVI para as Américas, o fim do século 
14
15
XIX para a maior parte da África. Na Ásia e na África, a colonização 
constitui a metodologia política de penetração, assegurada pela presença 
e a ação militares. Na América Latina, descolonizada politicamente desde 
o começo do século XIX, foi uma questão de neocolonialismo.
O caso do continente africano, por sua vez, é certamente o mais emblemático: 
depois de séculos de exploração indireta, as potências europeias passaram a 
ocupar efetivamente o território africano durante o século XIX. As disputas entre 
as potências europeias pela ocupação colonial da África levaram à realização de 
uma longa reunião diplomática para consolidar o domínio europeu no continente. 
Realizada entre 1884 e 1885, a Conferência de Berlim teve como participantes 
principais Bélgica, França, Alemanha, Grã-Bretanha, Itália, Holanda, Portugal e 
Espanha. O encontro foi motivado, sobretudo, pelas aspirações expansionistas da 
Alemanha: como o país havia se unificado e se industrializado tardiamente, não 
tinha possessões coloniais no continente africano e reivindicava parte do território 
do continente para si. 
Após longas negociações, a conferência teve como resultado a partilha colonial 
da África: as potências imperialistas dividiram entre si os domínios de cada uma 
delas, desconsiderando as características históricas do continente.
Os países europeus desenharam, dessa forma, um novo mapa de domínio 
colonial sobre as antigas divisões étnicas e linguísticas existentes, sem considerar as 
implicações históricas que essa decisão poderia acarretar.
Propostas Tradicionais de Regionalização 
do Espaço Mundial
Compreendemos, portanto, que o sistema mundial foi historicamente constituído 
a partir de uma divisão internacional do trabalho hierárquica, que deu origem ao 
modelo centro-periferia. Formou-se, dessa maneira, um centro que por meio do 
colonialismo e do imperialismo subordinou extensas áreas periféricas do mundo. 
Cabe ressaltar, contudo, que essa subordinação foi realizada em diversas situações 
concretas, com o apoio de elites nacionais que se viam beneficiadas por esse tipo 
específico de integração ao sistema mundial, como lembra Dowbor (1995). Esse é o 
primeiro fundamento que podemos levantar para regionalizar o espaço mundial: a 
existência e as relações entre duas grandes áreas do planeta, o centro e a periferia. 
Nessa abordagem, o centro seria constituído pelas nações com economias 
capitalistas avançadas. Diversos indicadores foram mobilizados para caracterizar 
esses países: industrialização completa; forte dinamismo tecnológico; autonomia 
financeira; elevados índices sociais; entre diversos outros. 
Alguns autores e órgãos internacionais usavam os termos países desenvolvidos 
x subdesenvolvidos. Como pode se observar no mapa a seguir:
15
UNIDADE A Regionalização do Espaço Mundial 
Outros autores, usavam a expressão países centrais e países periféricos.
A periferia, por sua vez, seria constituída por países exportadores de matérias--
-primas ou com industrialização incompleta, dependentes de capitais e tecnologias 
externas, com graves problemas sociais, entre muitos outros. Os países periféricos 
são tratados, no geral, não pelas especificidades das suas formações socioespaciais, 
mas pelo “atraso” em relação ao centro do sistema. Veremos adiante as críticas a 
essas interpretações. 
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Esse entendimento hierárquico das lógicas de funcionamento do sistema mundial 
foi traduzido nos modelos clássicos de regionalização do espaço mundial: Norte e 
Sul, ou países desenvolvidos e subdesenvolvidos. 
Ao lado dessas duas propostas com corte mais econômico, surgiu a regionalização 
pautada nos blocos políticos: capitalistas (Oeste); socialistas (Leste). E, como síntese 
dessas diversas classificações, os países passaram a ser considerados integrantes 
do Primeiro (capitalistas desenvolvidos), do Segundo (socialistas) ou do Terceiro 
Mundo (subdesenvolvidos). 
Percebemos, portanto, que o modelo centro-periferia deu origem a diversas 
propostas tradicionais de regionalização do espaço mundial que, porém, nunca 
foram consensuais entre os diversos analistas. Logo, são possibilidades de 
interpretação da divisão internacional do trabalho e da constituição de relações 
desiguais entre os países. 
A divisão do mundo entre países socialistas (Leste) e capitalistas (Oeste) surgiu 
no contexto da Guerra Fria, como resposta à formação dos dois grandes blocos 
geopolíticos do período, capitaneados pela União das Repúblicas Socialistas 
Soviéticas (URSS) e pelos Estados Unidos da América (EUA). O Leste, dessa 
forma, corresponderia à URSS e aos países com regimes socialistas e economias 
centralmente planificadas, sendo a China e Cuba os principais. O Oeste, por sua 
vez, seria formado pelo bloco capitalista liderados pelos EUA, englobando Canadá, 
a Europa Ocidental e os demais países com economias de mercado.
GUERRA FRIA...
Nos assuntos externos, os Estados Unidos se apresentaram como o principal defensor da 
liberdade (entendida em termos de livres mercados) e dos direitosà propriedade privada. O 
país proporcionava proteção econômica e militar às classes proprietárias e às elites políticas/
militares onde quer que elas se encontrassem. Em troca, essas classes e elites se centravam 
tipicamente numa política pró-americana em todo país em que estivessem. Isso implicava 
a contenção militar, política e econômica da esfera de infl uência da União Soviética. Os 
domínios imperiais dos Estados Unidos eram defi nidos em termos negativos: tudo que não 
estivesse diretamente contido na órbita soviética.
Fonte: HARVEY, 2014, p. 50. 
Ex
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É importante lembrar que, durante a Guerra Fria, as duas superpotências busca-
ram criar áreas de influência, colocando diversas nações sob o seu respaldo e atu-
alizando as lógicas imperiais. Em uma política de contenção mútua, EUA e URSS 
ofereceram, entre outros elementos, proteção militar e financiamento aos Estados 
alinhados a cada uma das potências. 
Observe o mapa do período da Guerra Fria (vide mapa), havia os países 
geopoliticamente alinhados com a Organização do Tratado do Atlântico Norte 
(OTAN) e os alinhados ao Pacto de Varsóvia, bem como os países do bloco socialista 
e outros capitalistas. 
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UNIDADE A Regionalização do Espaço Mundial 
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A América Latina foi, durante esse período, um verdadeiro laboratório da 
implementação de políticas externas dos EUA, com o objetivo de combater as 
aspirações de esquerda que estavam presentes na agenda nacional nas décadas 
de 1950 e início da década de 1960. Nos anos 1960, com o acirramento da 
luta social nesses países, os EUA apoiaram deliberadamente golpes militares que 
colocaram boa parte dos países da América Latina sob o governo de ditaduras. 
A regionalização do espaço mundial entre países desenvolvidos e subdesenvolvi-
dos ganha notoriedade após a Segunda Guerra Mundial. É o período, como vimos, 
de disputa de esferas de influências pelas superpotências mundiais e de encerra-
mento dos ciclos de exploração colonial na África. Para Yves Lacoste (1968), o 
subdesenvolvimento é “descoberto” pelos países centrais por conta de dois proces-
sos principais: a fome e o crescimento demográfico dos países subdesenvolvidos. 
O problema da fome, que acometia enormes contingentes populacionais dos 
países periféricos e vinha sendo tratado por diversos intelectuais, como o brasileiro 
Josué de Castro (1908-1973), passou a ser objeto de atenção internacional 
somente na década de 1950. “Sua denúncia é, de fato, o único meio de levar a 
opinião pública dos países desenvolvidos a tomar consciência dos problemas do 
subdesenvolvimento”, defendeu o autor (LACOSTE, 1968, p. 25). A explosão 
demográfica em curso nos países periféricos, também, colocou em evidência os 
processos do subdesenvolvimento. 
Por conta dos processos conhecidos de transição demográfica, em que as taxas 
de mortalidade diminuem rapidamente e as taxas de natalidade se mantêm elevadas, 
as projeções indicavam um aumento acelerado da população desses países. Como 
consequência, as elites nacionais e as potências internacionais temiam que a ordem 
social da periferia do mundo capitalista pudesse ser desestabilizada. 
O crescimento demográfico, se não fosse acompanhado por melhorias mínimas 
das condições de alimentação e acesso aos serviços públicos, poderia gerar revoltas 
populares. No contexto da Guerra Fria, qualquer reivindicação popular de direitos 
era associada ao ideário socialista e, portanto, considerada uma ameaça à ordem 
estabelecida nos países capitalistas. 
Essas preocupações passaram a ser difundidas por órgãos do governo estaduni-
dense e por agências multilaterais, que criaram estratégias de “ajuda externa” que 
passaram a ser realizadas nos países subdesenvolvidos, em três eixos principais: a 
Revolução Verde, que promoveu uma modernização conservadora da agropecu-
ária, com o intuito de aumentar a produção de gêneros alimentícios e afastar as 
propostas de reforma agrária; a difusão de novas tecnologias educativas, com o 
objetivo de qualificar a mão de obra e difundir valores ocidentais em áreas remotas 
dos países periféricos; e o planejamento familiar, com a intenção de diminuir as 
taxas de natalidade e estabilizar o crescimento demográfico.
Esse autor situa os programas de “ajuda externa” dos EUA de agências multila-
terais, no período compreendido entre as décadas de 1950 e 1970, no contexto 
de modernização conservadora dos países periféricos. A ideia de modernização 
19
UNIDADE A Regionalização do Espaço Mundial 
conservadora está associada à promoção do crescimento econômico sem enfrenta-
mento das condições estruturais do subdesenvolvimento, como as fortes desigual-
dades sociais. Em frente do possível avanço das ideias de matriz socialista prove-
nientes do bloco soviético, os EUA formularam estratégias de modernização nos 
países periféricos para garantir a permanência dos vínculos imperialistas existentes. 
Para tanto, diversas teorias sobre o desenvolvimento dos países periféricos fo-
ram formuladas no pós-Segunda Guerra Mundial, com o traço geral de considerar 
o subdesenvolvimento como uma etapa histórica que poderia ser superada se os 
países periféricos adotassem políticas de modernização, superando o que se enten-
dia como o “atraso” que o subdesenvolvimento significava. 
Os modelos conservadores de desenvolvimento econômico tratam a moderni-
zação como o caminho único a ser seguido pelos países periféricos. Essas teorias 
se baseiam na trajetória histórica dos países centrais e as transpõem para a peri-
feria do mundo capitalista, defendendo que esses países devem repetir os passos 
do centro do sistema. 
Walt Rostow (1916-2003) foi o principal formulador desse pensamento evolu-
cionista, que considera que o desenvolvimento econômico se realiza em etapas. 
Trata-se, dessa forma, de uma interpretação linear da história – os países se desen-
volvem independentemente de suas características históricas e dos vínculos hierár-
quicos que estabelecem no interior do sistema mundial. 
Partindo de uma análise histórica do desenvolvimento industrial da Inglaterra, 
tirava daí seu modelo linear das “etapas do desenvolvimento” que cada país de-
veria percorrer. O modelo era universal: toda sociedade desejosa de empreender 
a transição da “sociedade tradicional” – pré-newtoniana em sua concepção da 
ciência e da tecnologia – para a sociedade da “era do consumo de massa” de-
veria, obrigatoriamente, repetir a experiência da industrialização daqueles que a 
tinham precedido. 
Esse tipo de abordagem orientou boa parte das estratégias de modernização 
e desenvolvimento econômico dos países periféricos, incluindo o Brasil. O 
planejamento regional, por exemplo, foi intensamente empregado nas décadas de 
1960 e 1970 como estratégia de modernização das regiões com baixo dinamismo 
econômico em cada país. Para Milton Santos (2003), essas políticas permitiram a 
“penetração dos atuais países pobres pelo capital e pelo capitalismo” internacional, 
atualizando os vínculos de subordinação e dependência. 
Essas teorias conservadoras da modernização não permitiram maiores graus de 
autonomia política e econômica às formações socioespaciais periféricas. Partindo 
de contextos históricos distintos e desconsiderando as características específicas de 
cada país, essas experiências ignoraram os obstáculos estruturais que as heranças 
históricas do subdesenvolvimento haviam criado. 
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Várias experiências, contudo, buscaram vias alternativas de desenvolvimento, 
refutando a ideia de que o subdesenvolvimento era um estágio transitório da histórica 
dos países periféricos. Buscou-se, dessa forma, formular teorias que considerassemas condições históricas concretas dos países periféricos com o objetivo de criar 
políticas de desenvolvimento econômico mais operacionais. 
A experiência mais conhecida é a da Comissão Econômica para a América 
Latina e o Caribe (CEPAL) que, a partir da década de 1950 reuniu intelectuais 
latino-americanos e formulou uma interpretação original a respeito das causas 
do subdesenvolvimento desses países. Ao contrário de uma etapa transitória, 
o subdesenvolvimento foi tratado pelas análises cepalinas como um processo 
histórico particular que tenderia a se aprofundar se não fossem formuladas medidas 
de enfrentamento a essa situação. 
Nas propostas da CEPAL, a industrialização dos países periféricos era tratada 
como a condição essencial para romper com as amarras do subdesenvolvimento. 
Na próxima unidade, discutiremos os processos de industrialização e transformação 
da economia dos países periféricos, que vem se desdobrando em novas formas de 
regionalização do espaço mundial.
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UNIDADE A Regionalização do Espaço Mundial 
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Filmes
Treze Dias que Abalaram o Mundo
Treze dias que abalaram o mundo. (2h25min), 2000. Filme que trata do período da 
Guerra Fria. 
 Leitura
Guerra Fria: desafios, controntos e historiografia
GOVERNO DO PARANÁ. Guerra Fria: desafios, controntos e historiografia. Maringá, 2008.
https://goo.gl/WW7RN7
EFDeportes.com, Revista Digital 
OLIVEIRA, Daniel Coelho et alii. Desenvolvimento Capitalista: um debate sobre a re-
lação centro-periferia. EFDeportes.com, Revista Digital · Año 17 · N° 177 | Buenos 
Aires, Febrero de 2013. 
https://goo.gl/JriLgn
 Livros
Revista Crítica de Ciências Sociais
HOUNTONDJI, Paulin J. Conhecimento de África, conhecimento de africanos: duas 
perspectivas sobre os estudos africanos. Revista Crítica de Ciências Sociais, 80, Março 
2008: 149-160. 
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Referências
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local e o global. Campinas: Editora da Unicamp, 2007.
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n.40, 2000. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/ea/v14n40/v14n40a02.pdf
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