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DESAFIO 14 DIAS DEDICAÇÃO DELTA DIA 06 1 DIA 06 DESAFIO 14 DIAS DEDICAÇÃO DELTA DIA 06 2 Futuro(a) Delegado(a) Segue o material em PDF da sexta meta do nosso desafio. Use a #desafio14diasDD e mostre todo o seu empenho! Vamos juntos! Equipe DedicaçãoDelta USE A #DESAFIO14DIASDD DIA 06 3 Meta do dia 06 Leitura do resumo do DedicaçãoDelta sobre Psicologia Forense (Medicina Legal) Sumário Medicina Legal – Psicologia Forense .................................................................................. 4 USE A #DESAFIO14DIASDD DIA 06 4 Medicina Legal – Psicologia Forense 1. CONCEITOS A Psicologia Forense estuda os limites normais, biológicos, mesológicos e legais da capacidade civil e da imputabilidade penal. A Psiquiatria Forense analisa os limites e modificadores anormais e as doenças mentais, oligofrenias e as personalidades psicopáticas. 2. IMPUTABILIDADE Para que alguém seja condenado a cumprir uma pena após um processo penal, é necessário que sua conduta tenha sido típica, antijurídica e que tenha sido possível caracterizar a sua culpabilidade. Do ponto de vista médico-legal, a imputabilidade é o elemento mais importante da culpabilidade. Modernamente, a imputabilidade está associada à capacidade de entender os fatos, as circunstâncias e de direcionar de acordo com esse entendimento. Tanto a capacidade de entendimento como a de autodeterminação integram a personalidade do indivíduo imputável. USE A #DESAFIO14DIASDD DIA 06 5 Assim, a imputabilidade pode ser definida como uma capacidade de compreensão e uma vontade de agir; e a capacidade civil como uma aptidão para gerir sua pessoa e seus bens. A responsabilidade, por sua vez, é uma consequência jurídico-penal de quem tinha pleno entendimento de que estava praticando um delito. Isto é, a responsabilidade leva em conta o grau de imputabilidade de cada pessoa e é de competência judicial. Nesse sentido, a lei penal isenta de pena, ou importa em causa de diminuição desta, o agente que ao tempo da ação ou da omissão não possuía inteira capacidade de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO DA IMPUTABILIDADE: • BIOLÓGICO • PSICOLÓGICO • BIOPSICOLÓGICO OU MISTO 1) Critério Biológico: Considera apenas o desenvolvimento mental do agente (doença mental ou idade), independentemente se tinha, ao tempo da conduta, capacidade de entendimento e autodeterminação. USE A #DESAFIO14DIASDD DIA 06 6 Conclusão: basta ser portador de anomalia psíquica ou menor de 18 anos para ser inimputável. Esse critério é usado no art. 27 do CP. Ou seja, se o agente tiver menos de 18 anos à época da conduta, é inimputável; se tiver mais de 18 anos, é imputável. Art. 27 (menores de 18 anos) - Os menores de 18 (dezoito) anos são penalmente inimputáveis, ficando sujeitos às normas estabelecidas na legislação especial. 2) Critério Psicológico: Considera apenas se o agente, ao tempo da conduta, era capaz de ter o entendimento da ilicitude ou de determinar-se de acordo com esse entendimento, independentemente de ser, ou não, mentalmente são ou desenvolvido. 3) Critério Biopsicológico ou Misto: Ao se referir à doença mental ou desenvolvimento incompleto ou retardado, o legislador reconhece a necessidade de um diagnóstico psiquiátrico, aceitando o critério biológico. Mas também acolhe o fundamento do critério psicológico ao estabelecer que, ao tempo da ação ou omissão, o agente teria que ser incapaz de reconhecer a ilicitude da sua conduta e autocontrole para agir de acordo com esse entendimento. Assim, a inimputabilidade deve ser provada, não podendo ser presumida. Como também deve restar claro que sua existência impedia o agente de compreender USE A #DESAFIO14DIASDD DIA 06 7 o caráter criminoso do seu gesto e de determinar sua ação a partir desse entendimento. É o adotado pelos arts. 26 e 28 do CP. Art. 26 (inimputabilidade) - É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato OU de determinar-se de acordo com esse entendimento. Parágrafo único (redução de pena) - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, em virtude de perturbação de saúde mental ou por desenvolvimento mental incompleto ou retardado não era inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. Art. 28(..) § 1º - É isento de pena o agente que, por embriaguez completa, proveniente de caso fortuito ou força maior, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. § 2º - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, por embriaguez, proveniente de caso fortuito ou força maior, não possuía, ao tempo da ação ou da omissão, a plena capacidade de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. USE A #DESAFIO14DIASDD DIA 06 8 3. LIMITES E MODIFICADORES DA IMPUTABILIDADE A doutrina destaca os principais limites e modificadores biopsicossociais da imputabilidade penal e da capacidade civil, que se relacionam com o estado/condição/fator que leva à prática de fato criminoso, tal como com as respostas da lei diante desses indicadores. São os seguintes: a raça a idade sexo estado de agonia hipnotismo temperamento estados emotivos – violenta emoção, coação moral irresistível e privação momentânea dos sentidos; a hereditariedade; epilepsias; retardo mental transtornos mentais e de comportamento. Como nesse ponto o objeto de estudo são as psicopatologias, será dado especial USE A #DESAFIO14DIASDD DIA 06 9 enfoque aos transtornos mentais e de comportamento e aos transtornos da personalidade. Vale dizer que não existe uma conceituação adequada para o termo doença mental e que não existe um padrão para a normalidade mental. Assim, o conceito de normalidade, relativo, apresenta conotação que implica fatores sociais, culturais e estatísticos. Dito isso, será apresentado a seguir a conceituação clássica, das síndromes mais comuns, da psiquiatria médico-legal, ciência do comportamento que busca desvendar os fatos obscuros da mente e as razões implicativas da criminogênese, além de avaliar os limites da capacidade de cada um: Limitadores trazidos por Delton Croce: USE A #DESAFIO14DIASDD DIA 06 10 Vejamos os mais importantes: 1) IDADE A definição da incapacidade do menor de 18 anos é uma exceção ao modo de avaliação biopsicológico adotado pelo CP. O critério aqui é puramente biológico. BIOLÓGICOS IDADE EMOÇÃO E PAIXÃO SEXO AGONIA PSICOPATOLÓGICOS SONO PATOLÓGICO: SONAMBULISMO E HIPNOTISMO SURDIMUTISMO AFASIA PRODIGIALIDADE EMBRIAGUEZ TOXICOMANIAS PSIQUIÁTRICOS DOENÇAS MENTAIS OLIGOFRENIAS PERSONALIDADES PSICOPATAS NEUROSES MESOLÓGICOS IVILIZAÇÃO (SILVÍCOLAS) PSICOLOGIA DAS MULTIDÕES USE A #DESAFIO14DIASDD DIA 06 11 O cérebro não está totalmente desenvolvido. Consequentemente, o psiquismo também não está. Até 18 anos os menores são penalmente inimputáveis, ficando sujeitos aos preceitos de lei especial (ECA). Os de idade entre 12 e 18 anos sofrem processo especial e o menor de 12 anos fica excluído do direito repressivo. Art. 27 (menores de 18 anos) - Os menores de 18 (dezoito) anos sãopenalmente inimputáveis, ficando sujeitos às normas estabelecidas na legislação especial. 2) EMOÇÃO E PAIXÃO A diferença fundamental entre elas é a duração fugaz da emoção e longa da paixão. Além disso, a repercussão psíquica e orgânica são diferentes. A emoção cria um estado agudo e intenso de alteração mental e física, com sinais de descarga de adrenalina. A paixão cria um estado afetivo continuado que traz um potencial de eclosão de surtos emocionais, tornando o limiar de excitação mais baixo para o rompimento das barreiras da censura. Não excluem a imputabilidade (art. 28), mas o CP admite a diminuição da responsabilidade em condições especiais. Art. 65, III, “c” (circunstancia atenuante). USE A #DESAFIO14DIASDD DIA 06 12 Art. 65 - São circunstâncias que sempre atenuam a pena: III - ter o agente: c) cometido o crime sob coação a que podia resistir, ou em cumprimento de ordem de autoridade superior, ou sob a influência de violenta emoção, provocada por ato injusto da vítima; Art. 121, §1º e 129, §4º (homicídio e lesão corporal privilegiados). Aqui a perturbação tem que ser mais intensa, pois o agente tem que ficar sob o domínio de violenta emoção. Art. 121. Matar alguém: § 1º Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço. Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem: § 4° Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta USE A #DESAFIO14DIASDD DIA 06 13 provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço. 3) SONO/SONAMBULISMO/HIPNOTISMO Apesar de Delton Croce citá-los como modificadores da imputabilidade, esta não chegará sequer a ser analisada, posto que não há fato típico, por ausência de consciência da conduta. Como não há consciência, encontra-se ausente um dos elementos do dolo, não podendo haver responsabilização criminal. Sono patológico: sono é um estado fisiológico normal, periódico, caracterizado pela redução da atividade corporal, relaxamento natural dos órgãos dos sentidos e do tono muscular, postura horizontal e, muita vez, semissentada, e suspensão do estado consciente. O sono patológico compreende o sonambulismo e o hipnotismo. a) Sonambulismo —O sonambulismo é um estado patológico análogo ao sono durante o qual o indivíduo fala, anda, escreve e pode até agredir outras pessoas, se acompanhado de alucinações. O sonambulismo é fase inconsciente enquadrada entre o sono natural e o patológico, verdadeiro estado de dissociação mental similar ao transe histérico, com obnubilação de alguns sentidos, conservando, no entanto, o indivíduo atividade locomotora. Assim é que, embora dormindo, levanta-se do lugar onde repousa e, com os olhos abertos, guiado pelo sentido da visão, deambula evitando os objetos interpostos em seu caminho. USE A #DESAFIO14DIASDD DIA 06 14 b) Hipnotismo — O hipnotismo é um estado parecido com o sono. É o sonambulismo provocado. É um processo para produzir, por sugestão, um estado de transe que submete o hipnotizado, até certo ponto, à influência do hipnotizador. Cuida-se de um desdobramento da personalidade obtido sob influência de sugestões verbais, sons monótonos prolongados ritmicamente, compressão de zonas histerógenas, fixação de objeto em movimento pendular, fixação de objeto luminoso (reflexo de Braid), com variados estados de sono. 4) SURDEZ-MUDEZ A ausência de sensações auditivas afeta o contato com o meio exterior e a aquisição de noções que dependem da linguagem falada, comprometendo o discernimento, principalmente quando a deficiência for de nascença. No entanto, a surdo-mudez, por si só, não é suficiente para determinar a inimputabilidade de alguém. Podem ser inimputáveis, semi-imputáveis ou imputáveis, dependendo do grau de ajustamento social e de desenvolvimento mental que conseguiram alcançar. 5) DOENÇA MENTAL Não existe uma definição para doença mental, deve-se atentar às manifestações que refletem anomalias do pensamento, do sentimento e da conduta. Mas é preciso que a doença esteja ativa e incapacitante no momento do crime. USE A #DESAFIO14DIASDD DIA 06 15 Inimputável é o indivíduo que, pela ausência total de entendimento do caráter ilícito do fato, realiza uma conduta criminosa que tem relação com seu estado mental, isto é, a conduta é mero sintoma da doença. São consideradas doentes mentais: • PSICÓTICOS EM GERAL • DEMENTES • EPILÉTICOS • ALCOOLICOS CRÔNICOS E TOXICOMANIAS GRAVES (ESTUDADOS EM TOXICOLOGIA FORENSE) Todas essas doenças, quando em atividade no momento do ato delituoso, pelo fato de privarem o agente de sua capacidade de entendimento, o tornam inimputável. a) PSICOSE: As psicoses em geral são transtornos mentais em que o doente perde o juízo da realidade, passando a perceber o mundo por uma ótica distorcida. É caracterizada por: Distúrbios graves da percepção, como alucinações Distúrbios do pensamento, como ideias delirantes, desagregação e roubo do pensamento; USE A #DESAFIO14DIASDD DIA 06 16 Distúrbios da vida afetiva, como estados depressivos, paratimias, neotimias e ambitimias. Podem ser agudas ou crônicas. • As psicoses agudas podem ser o resultado de uma situação de estresse muito intenso, provir de estados de intoxicação aguda por substâncias psicoativas, ser o resultado de traumatismos craniencefálicos, urgir em períodos fisiológicos como a psicose puerperal ou em estados infecciosos agudos sob a forma de delírios • Entre as psicoses crônicas: - Esquizofrenia: Os transtornos esquizofrênicos são caracterizados por uma distorção do pensamento e da percepção e por um afeto inadequado - Psicose maníaco-depressiva: Grave distúrbio primário do humor. Ocorrem períodos de extrema depressão, intercalados por períodos de extrema euforia. - Psicose epilética: As alterações graves do psiquismo se assemelham às da esquizofrenia, mas as alucinações são visuais, sendo comuns também as gustativas e olfativas. b) DEMÊNCIA USE A #DESAFIO14DIASDD DIA 06 17 Demência é o relaxamento de todos os setores do psiquismo, tendo como exemplos: demência senil, Alzheimer, trauma craniano... Formas de estados demenciais: • Formas pré-senis (doença de Alzheimer e doença de Pick) • Formas senis (arterioesclerose) c) EPILEPSIA Para Genival Veloso França e doutrina majoritária, a epilepsia é uma doença neurológica, de modo que a mera ocorrência de convulsões não é doença psiquiátrica, não configurando inimputabilidade penal. Nas palavras de França: “Assim, a privação dos direitos civis, o internamento compulsório e a alegação da insanidade mental dos epilépticos como defesa legal justificadora do delito não podem ser aceitos pela consciência hodierna. Sua capacidade civil deve ser preservada. Sob o prisma penal, peca-se ao rotular o epiléptico como grave problema, por considerarem o caráter e a conduta alterados, exacerbados em seus instintos, e autores de crimes violentos, sanguinários, intempestivos e selvagens. Isso é falso. O argumento dessa alta periculosidade começa a ser desmascarado, pois os valores estatísticos atuais assinalam cifras bem elevadas para os casos em que esse estado nada tem a ver com o delito cometido. Por essas razões, somos favoráveis à imputabilidade dos epilépticos.” A crise caracteriza-se basicamente pela perda da consciência, que acompanha uma série de fenômenos motores, sendo o mais flagrante as convulsões. USE A #DESAFIO14DIASDDDIA 06 18 Nos casos de epilepsia, se o criminoso for preso pouco depois do crime é possível verificar se estava em crise por causa da má escolha da vítima, da amnésia completa, da violência inusitada da agressão etc. 6) DESENVOLVIMENTO MENTAL RETARDADO (OLIGOFRENIA) O conceito de retardo mental deve incluir tanto o quociente intelectual quanto a capacidade do indivíduo de resolver os problemas do dia-a-dia sem necessidade de auxílio de outrem. Para que se considere alguém retardado mentalmente tem que ter uma deficiência acentuada da capacidade de adaptação em, pelo menos, 2 das seguintes áreas: comunicação; cuidados pessoais; vida doméstica; habitualidade no relacionamento social; autodeterminação; aprendizagem; trabalho; lazer; saúde e segurança. As oligofrenias não são uma doença com sinais e sintomas característicos. Formam um grupo heterogêneo no qual se encontram pessoas acometidas por vários tipos de doenças de diversas etiologias, cuja ação patogenética se faz antes do nascimento, durante o parto ou ao longo dos primeiros anos de vida. As oligofrenias se manisfestam precocemente: dificuldade de sugar o mamilo materno, gritos e choros impertinentes, lentidão de movimentos, atardamento da deambulação e da palavra, dificuldade de raciocinar, planejar ou construir. USE A #DESAFIO14DIASDD DIA 06 19 No desenvolvimento mental retardado há comprometimento do primeiro nível da imputabilidade, que diz respeito à capacidade de entender o caráter ilícito do fato. Apesar de ambos tratarem de capacidade de intelecto, faz-se importante diferenciarmos oligofrenia e demência: • Oligofrenia – Manifesta-se logo nos primeiros momentos do desenvolvimento. • Demência – Manifesta-se após o desenvolvimento mental normal, ocorrendo preferencialmente na idade adulta, depois de desenvolvidas as faculdades cognoscitivas. Gradação das Oligofrenias (Alves Garcia): IDIOTA IMBECIL DÉBIO MENTAL QI - 25 entre 25 e 50 entre 50 e 90 Estágio mental - 3 anos 3 a 7 anos 7 a 12 anos Evolução social pode defender-se dos perigos comuns; incapaz de prover sua subsistência em condições normais pode defender-se dos perigos comuns; incapaz de prover sua subsistência em condições normais incapaz de concorrer com outros de condições de igualdade; capaz de manter-se em condições favoráveis USE A #DESAFIO14DIASDD DIA 06 20 Classificação do retardo mental (CID-10): LEVE MODERADO GRAVE PROFUNDO QI 50 a 69 35 49 20 a 34 - 20 Idade mental 9 a – 12 anos 6 a – 9 anos 3 a – 6 anos (- 3 anos Habilidades dificuldades na escola, consegue emprego alguma independência, comunicação adequada, necessitam de apoio para trabalhar precisam de assistência contínua graves limitações nos cuidados pessoais, continência, comunicação e mobilidade As oligofrenias leves costumam ser causadas por influências desfavoráveis do meio. Em geral, são crianças de pais problemáticos entre os casos em que se consegue estabelecer a causa, a maioria é devida a distúrbio do desenvolvimento embrionário, seja por alterações cromossômicas, seja por exposição a drogas ou toxinas, ou por problemas obstétricos, doenças metabólicas e doenças da infância. Dependendo do grau de retardo, são penalmente inimputáveis, por serem, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapazes de entender o caráter ilícito do fato, ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. USE A #DESAFIO14DIASDD DIA 06 21 Em se tratando de oligofrênicos, o nexo deve ser condicionado ao grau do retardo mental. Todos os idiotas e os imbecis de primeiro grau são inimputáveis. Os demais, quer dizer, os imbecis de segundo grau e os débeis mentais têm que ser examinados dentro do contexto. 6) PERTURBAÇÃO DA SAÚDE MENTAL: O grau de comprometimento do entendimento e autodeterminação dos indivíduos é insuficiente para considerá-los doentes mentais, havendo uma redução da imputabilidade. São hipóteses em que há perturbação da saúde mental • PSICOPATIAS • NEUROSES a) PSICOPATIAS (PERSONALIDADES PSICOPÁTICAS OU TRANSTORNOS DA PERSONALIDADE): As personalidades psicóticas resultam de imaturidade ou anomalia dos instintos e não são capazes de assimilar, pela experiência, as regras da convivência social. As psicopatias também são chamadas de transtorno da personalidade. Os portadores desses transtornos se distinguem por apresentarem estado psíquico capaz de determinar profundas modificações do caráter e do afeto, e para USE A #DESAFIO14DIASDD DIA 06 22 muitos de etiologia congênita. Psicopatas não tem sentimento de culpa ao fazer o mal, tampouco delírios ou alucinações, não perdendo o senso da realidade. Apresentam as seguintes características: • pobreza de reações afetivas • loquacidade e encante superficial • ausência de delírios • boa inteligência • inconstância • egocentrismo • insinceridade • falta de remorso • ausência de gratidão • estilo de vida parasitário • não persistem em um plano de vida. As psicopatias diferem das doenças mentais porque os seus sintomas são mais leves, não levando o paciente à perda do juízo de realidade. O diagnóstico de psicopatia tem importância médico-legal na medida em que permite enquadrar o agente no parágrafo único do artigo 26 (perturbação da saúde mental). USE A #DESAFIO14DIASDD DIA 06 23 Isso porque a anomalia consubstanciada em personalidade psicopática não se inclui na categoria das doenças mentais, lato sensu, e, sim, numa modalidade de irregularidade psíquica, que se manifestou ao cometer o delito, despida de qualquer formação alucinatória ou delirante, capaz de gestar a psicose ou a neurose que torna o indivíduo inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. Ressalta-se que não há consenso entre os psiquiatras forenses sobre as avaliações de comportamento dos portadores desses transtornos mentais. São colocados como semi-imputáveis, pela capacidade de entendimento, ficando sujeitos à medida de segurança por tempo determinado e a tratamento médico- psiquiátrico, dando-lhes oportunidade de readaptação com a sociedade. Todavia, ainda há quem os considere sempre como imputáveis Art. 26 - É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Redução de pena http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art26 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art26 USE A #DESAFIO14DIASDD DIA 06 24 Parágrafo único - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, em virtude de perturbação de saúde mental ou por desenvolvimento mental incompleto ou retardado não era inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. Obs.: Transtorno de personalidade boderline: Trata-se de patologia complexa. Caracterizada por padrão de comportamento emocional intenso, confuso e desorganizado, notadamente pela instabilidade de emoções, impulsos, em um quadro de instabilidade comportamental. Encontram-se num estado fronteiriço entre a demência e a normalidade. A doutrina defende seu enquadramento como semi-imputáveis, aos moldes do art. 26, do CP DPC-GO/2018 O Manual Diagnóstico e Estatístico de Doenças Mentais da Associação Americana de Psiquiatria (DSM-V) é um guia de critérios adotado pericialmente para a verificação das doenças e dos transtornosmentais. O artigo 26 do Código Penal Brasileiro é aquele que trata das questões voltadas para a imputabilidade e a responsabilidade penal dos agentes agressores. Levando-se em conta os conhecimentos da Psiquiatria Forense, deve-se entender que: A) O Transtorno de Personalidade Antissocial é o correspondente ao que se denomina de serial killer. B) O Transtorno de Personalidade Histriônica corresponde ao chamado Transtorno de Dependência. USE A #DESAFIO14DIASDD DIA 06 25 C) Portadores de Transtorno de Personalidade Borderline apresentam instabilidade comportamental. D) Cometimento de atos ilícitos é situação comum entre os portadores de Transtorno Bipolar do Humor. E) Psicopatas são atualmente denominados de sociopatas, por cometerem homicídios e agressões físicas. Gabarito: Letra C Comentários: A -.(ERRADO) Transtorno de Personalidade Antissocial se denomina Sociopatia. B - (ERRADO) Enquanto no Transtorno de Personalidade Histriônica (Dramático) a pessoa tem sua autoestima dependente de outras pessoas, possui emoções intensas e instáveis no Transtorno de Dependência a pessoa depende realmente da aprovação das outras, vivendo em constante espírito de inferioridade. SÃO TRANSTORNOS DIFERENTES! C - (CORRETO) Os critérios diagnósticos de Transtorno de Personalidade Borderline segundo o DSM-V (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais 5ª Ed. 2013) compreendem um padrão de instabilidade das relações interpessoais, da autoimagem e dos afetos e de impulsividade acentuada que surge no começo da vida adulta e está presente em vários contextos. USE A #DESAFIO14DIASDD DIA 06 26 D - (ERRADO) O humor da pessoa com Bipolaridade oscila entre depressão e euforia. Nos quadros depressivos a maior propensão é para o suicídio. Nos quadros de euforia, quando a pessoa tende a menosprezar riscos, o maior perigo é para sua própria segurança e integridade física. PORTANTO NÃO HÁ A PREDISPOSIÇÃO A CRIMES! E - (ERRADO) SÃO DIFERENTES, A diferença entre elas é que a psicopatia é genética, enquanto que a sociopatia possui como causa não só a predisposição hereditária, como a influência do ambiente. b) NEUROSES: São distúrbios da saúde mental relacionados à angústia e à ansiedade. Na neurose, ora são pensamentos que invadem a mente sem que o sujeito possa evitar, ora é a compulsão para realizar certos atos repetitivamente. Não se tratam de características do modo de vida do sujeito, como é o que ocorre nos transtornos da personalidade. Conforme o tipo de delito praticado, podem ter, ou não, relação com o fato. No tocante à imputabilidade penal, os neuróticos fora de suas crises, devem ser considerados imputáveis. Por outro lado, durante as crises, se for detectado defeito na inibição de seus atos, poderão ser considerados semi-imputáveis. Na psiquiatria forense, os casos de maior destaque nas neuroses são: USE A #DESAFIO14DIASDD DIA 06 27 NEUROSE HISTÉRICA NEUROSE OBSESSIVO- COMPULSIVA NEUROSE FÓBICA Representada por sintomas orgânicos e mentais que levam à simulação semiconsciente de doença. A avaliação da responsabilidade penal na histeria é complexa, podendo variar de completa, atenuada, até a irresponsabilidade absoluta. As ideias obsessivas se impõem ao indivíduo, levando-o à ação. Podem apresentar compulsões irresistíveis para provocar incêndio ou outros delitos. Como exemplos, temos a cleptomania (mania de furtar), a loucura da dúvida (medo de se contaminar ao tocar objetos), cibomania (compulsão por jogos)... Manifestada por terror paralisante projetado sobre pessoas, coisas, situações ou atos. Como exemplos, temos a síndrome do pânico (sentimento de ameaça iminente), a claustrofobia (medo mórbido de lugares fechados)... DPC-MA/2018 Revisando o prontuário de um suspeito no sistema prisional, a autoridade policial deparou-se com um laudo psiquiátrico que apontava a seguinte conclusão: “CID10: F60.2 – Transtorno de personalidade dissocial (psicopática ou sociopática): possui ciência do caráter ilícito dos atos praticados e sérias dificuldades no controle de seu impulso sexual exacerbado, que só consegue USE A #DESAFIO14DIASDD DIA 06 28 satisfazer com a subjugação da vítima mediante a imposição de comportamento violento”. Acerca dessa situação, assinale a opção que apresenta, respectivamente, as características do suspeito com referência a: entendimento; controle dos impulsos; imputabilidade. A) limitado; preservado; semi-imputável B) preservado; adequado; plenamente imputável C) preservado; limitado; semi-imputável D) preservado; limitado; inimputável E) limitado; limitado; inimputável Gabarito: Letra C - “Possui ciência do caráter ilícito dos atos praticados" = entendimento preservado - "sérias dificuldades no controle de seu impulso sexual exacerbado" = controle dos impulsos limitado "só consegue satisfazer com a subjugação da vítima mediante a imposição de comportamento violento" = imputabilidade semi-imputável (ele tem ciência que é errado, mas não consegue controlar) Médico Legista – PR/2017 Em relação aos conceitos de imputabilidade, responsabilidade e psicopatologia, analise as alternativas e assinale a incorreta. A) A epilepsia, por si só, não é causa de inimputabilidade USE A #DESAFIO14DIASDD DIA 06 29 B) O diagnóstico da oligofrenia baseia-se na dificuldade do indivíduo em conduzir-se por si, no rendimento social insuficiente e na falta de capacidade intelectiva C) A esquizofrenia é uma psicose endógena, de forma episódica ou progressiva, de manifestações polimorfas e variadas, comprometendo o psiquismo na esfera afetivo-instintiva e intelectual D) Paranóia é a perturbação mental marcada por permanentes concepções delirantes ou ilusórias, que permitem manifestações de autofilia e egocentrismo, não se conservando claros o pensamento, a vontade e as ações E) A embriaguez absoluta acidental é caso de inimputabilidade Gabarito: Letra D DPCE-PE/2016 Psiquiatria forense é o ramo da medicina legal que trata de questões relacionadas ao funcionamento da mente e sua interface com a área jurídica. O estabelecimento do estado psíquico no momento do cometimento do delito e a capacidade de entendimento desse ato são dependentes das condições de sanidade psíquica e desenvolvimento mental, que também influenciam na forma de percepção e no relato do evento, com importância direta para o operador do direito, na tomada a termo e na análise dos depoimentos. A respeito de psiquiatria forense e dos múltiplos aspectos ligados a essa área, assinale a opção correta. USE A #DESAFIO14DIASDD DIA 06 30 A) A surdo-mudez é motivo de desqualificação do testemunho, da confissão e da acareação, pois, sendo causa de desenvolvimento mental incompleto, impede a comunicação B) Nos atos cometidos, pode haver variação na capacidade de entendimento, por doente mental ou por indivíduo sob efeito de substâncias psicotrópicas ou entorpecentes, do caráter ilícito do ato por ele cometido; cabe ao perito buscar determinar, e assinalar no laudo pericial, o estado mental no momento do delito. C) A perturbação mental, por ser de grau leve quando comparada a doença mental, não reflete na capacidade cível nem na imputabilidade penal D) Em indivíduos com intoxicação aguda pelo álcool, observam-se estados de automatismos e estados crepusculares. E) O desenvolvimento mental incompleto ou retardado, tecnicamente denominado oligofrenia, está diretamente relacionado à ocorrência de epilepsia. Gabarito: Letra B 4. PERÍCIA Pode-se distinguir dois tipos de perícia: sanidade mental e cessação da periculosidade. 1) EXAME DE SANIDADE MENTAL: Art. 149, CP USE A #DESAFIO14DIASDDDIA 06 31 O exame de sanidade mental tem que ser realizado sempre que se suspeitar que o acusado seja portador de algum transtorno mental. Se a suspeita for feita durante a fase de inquérito policial, caberá ao delegado fazer uma representação ao juiz competente para que se determine a realização do exame por perito oficial (art. 149, § 1º). Nas outras fases do processo penal, o exame poderá ser solicitado ... (art. 149). Não havendo solicitação, pode o juiz por sua própria iniciativa, de oficio, determinar a realização. O exame de sanidade mental pode ser necessário em qualquer fase do processo penal, inclusive depois da sentença, quando o agente está cumprindo a pena que lhe foi imposta. Nesse caso, cabe ao juiz da execução penal determinar a sua realização. Os dispositivos legais que estabelecem as normas a serem seguidas são: CP – Art. 41 CPP – 152, 154 e 682. LEP – 183. O perito incumbido de fazer o exame terá que determinar, com relação ao réu: • Existência de transtorno mental • O tipo de transtorno • O nexo de causalidade entre o transtorno e o fato delituoso • A capacidade de entendimento • A capacidade de autodeterminação USE A #DESAFIO14DIASDD DIA 06 32 Obs.1: Nexo de Causalidade entre o Ilícito e o Transtorno: Não sendo possível estabelecer o nexo entre o delito e o mundo virtual do psicótico, mas sabendo-se que o crime foi cometido na fase ativa da doença, tem-se que admitir o nexo. Obs.2: Capacidade de Entendimento A compreensão da ilicitude do fato requer que o agente seja capaz de captar as informações exteriores, de integrá-las pela percepção, de valorizá-las dentro de um sistema axiológico e de escolher a conduta condizente com as normas. Os diversos transtornos mentais podem interferir em qualquer dessas fases do entendimento em grau maior ou menor. Obs.3: Capacidade de Autodeterminação: O CP exige que, além de entender a ilicitude, o agente tem que poder autodeterminar-se conforme as normas. Isso significa que, uma vez estabelecido que o agente era capaz de saber que agia contrariamente as normas jurídicas, era capaz de se refrear para não as violar. É o típico caso da cleptomania. 2) CESSAÇÃO DA PERICULOSIDADE: Constatado que o agente delinquiu em função do transtorno mental, será declarado inimputável e submetido à medida de segurança adequada. Tal medida tem duração mínima de três anos (art. 97) findo o prazo decretado pelo juiz, é obrigatório a realização de novo exame para o fim de ser constatado se o agente continua a ser um perigo para a sociedade. USE A #DESAFIO14DIASDD DIA 06 33 CPP – Art. 775 e 777. LEP – Art. 175 e 176. Médico Legista-RS/2017 Sobre as avaliações periciais para aferição da Responsabilidade Penal (RP), assinale a alternativa correta. A) São realizadas na fase de execução da pena para determinar se o periciado é capaz de assumir a responsabilidade pelo delito cometido. B) Têm por objetivo avaliar as capacidades cognitivas e volitivas do agente ao tempo do delito e o nexo causal entre doença mental e delito. C) Estão entre as perícias criminais chamadas prospectivas, pois têm por objetivo avaliar o risco futuro de reincidência delitiva do agente após o cumprimento da pena, desde que tenha se estabelecido nexo causal entre a doença mental e o delito cometido. D) Um diagnóstico de doença psicótica grave e ativa, por ocasião da entrevista pericial para fins de aferição da Responsabilidade Penal, leva o periciado a ser considerado inimputável, nos termos do art. 26 do Código Penal Brasileiro. E) O Código Penal Brasileiro determina que os indivíduos portadores de algum grau de Retardo ou Deficiência Mental, desde que comprovado por testes psicométricos, são inimputáveis. Gabarito: Letra B
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